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Análise das Demonstrações

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Indaial – 2022
Demonstrações 
Contábeis
Prof.a Sheila Jeane Schulz Persike
Prof. Valdecir Knuth
2a Edição
análise Das
Elaboração:
Prof.a Sheila Jeane Schulz Persike
Prof. Valdecir Knuth
Copyright © UNIASSELVI 2022
 Revisão, Diagramação e Produção: 
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
Impresso por:
P466a
Persike, Sheila Jeane Schulz
Análise das demonstrações contábeis. / Sheila Jeane Schulz 
Persike; Valdecir Knuth. – Indaial: UNIASSELVI, 2022.
250 p.; il.
ISBN 978-85-515-0492-5
1. Contabilidade. – Brasil. I. Knuth, Valdecir. II. Centro Universitário 
Leonardo Da Vinci.
CDD 657
Caro acadêmico, bem-vindo ao livro didático de Análise das Demonstrações 
Contábeis. Albert Einstein dizia: tenha em mente que tudo que você aprende na escola 
é trabalho de muitas gerações. Receba essa herança, honre-a, acrescente a ela e, um 
dia, fielmente, deposite-a nas mãos de seus filhos.
Assim, vamos acrescentar para o seu conhecimento os temas abordados na 
disciplina de Análise das Demonstrações Contábeis.
No campo de valorização profissional você estará à frente no mercado, no 
momento em que se prepara para uma das profissões mais valorizadas nos tempos 
atuais. A Análise das Demonstrações Contábeis irá lhe proporcionar os conhecimentos 
voltados à mensuração e evidenciação dos atos administrativos que culminam na 
análise dos indicadores econômicos e financeiros da empresa. 
Não é para menos, pois todas e quaisquer decisões tomadas pelos gestores de 
empresas devem ser baseadas em resultados que a Contabilidade pode fornecer com a 
aplicação desses indicadores. Assim, é importante avaliar se os recursos financeiros são 
direcionados para a melhoria dos resultados operacionais da empresa, isso quer dizer, 
aplicar recursos nas operações da empresa, com o objetivo de alavancar a rentabilidade 
do capital próprio da empresa. Outrossim, é importante lembrar que o custo de captação 
dos recursos de terceiros e do capital próprio não devem ser superiores à expectativa 
dos sócios e investidores, pois ao longo do tempo o indicador de Kanitz irá proporcionar a 
análise de solvência de acordo com o endividamento da empresa. O retorno econômico 
para a empresa deverá estar vinculado no fortalecimento da sua marca no mercado.
O conteúdo desta disciplina se divide em três unidades de ensino. Assim, 
iniciaremos a Unidade 1 com o estudo sobre os elementos que compõem as 
Demonstrações Financeiras/Contábeis, que são a base para o entendimento de como 
a contabilidade funciona. Isso porque os analistas podem ser os mais variados, não 
somente os gestores da entidade, mas também investidores em bolsa de valores, 
governo, clientes, fornecedores, funcionários, dentre outros. Após percorrer os aspectos 
gerais, se apresentará a estrutura das várias Demonstrações Contábeis, como o Balanço 
Patrimonial e Demonstração de Resultados. 
No decorrer da Unidade 2, estudaremos os elementos que compõem a 
metodologia e os resultados da análise dos indicadores da análise horizontal para 
verificar o crescimento dos recursos em cada grupo de contas contábeis e a análise 
vertical para verificar o comportamento de cada conta em função do total de cada 
grupo. Nos estudos da geração do caixa da empresa, iremos estudar a liquidez imediata, 
os efeitos da liquidez corrente na identificação dos recursos financeiros de curto prazo 
da empresa, assim como a relação dos estoques para apurar o indicador da liquidez 
seca. Por sua vez, a contribuição da solvência geral de Kanitz nos permitirá identificar se 
a empresa está em vias de falência ou não.
APRESENTAÇÃO
GIO
Olá, eu sou a Gio!
No livro didático, você encontrará blocos com informações 
adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento 
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender 
melhor o que são essas informações adicionais e por que você 
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações 
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais 
e outras fontes de conhecimento que complementam o 
assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos 
os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. 
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um 
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na 
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada 
também digital, em que você pode acompanhar os recursos 
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo 
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura 
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no 
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que 
também contribui para diminuir a extração de árvores para 
produção de folhas de papel, por exemplo.
Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, 
apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, 
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com 
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
Preparamos também um novo layout. Diante disso, você 
verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses 
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos 
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, 
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os 
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.
Para finalizar, na Unidade 3 abordaremos sobre a definição e utilidade dos 
indicadores de rentabilidade como forma de avaliar a capacidade do retorno dos 
investimentos dos sócios à longo prazo, assim como a sua alavancagem para verificar 
se os gastos operacionais fixos proporcionam o retorno desejado dos acionistas. Os 
indicadores de rotatividade irão proporcionar a avaliação do tempo necessário para a 
realização do caixa da empresa em função das contas a receber dos clientes, do tempo 
necessário para quitar os compromissos financeiros assumidos com os fornecedores 
e principalmente o giro dos estoques. O giro dos estoques é que irá determinar se a 
empresa está conseguindo alavancar as vendas independentemente da margem de lucro 
dos produtos. Iremos estudar o que é o Custo Médio Ponderado de Capital, assim como 
o significado de capital de giro. Por fim, apresenta-se um passo a passo com as etapas 
necessárias para se realizar uma análise real, com intenção de impulsionar você a percorrer 
uma mini análise e se aventurar por essa jornada rumo ao conhecimento prático.
Bons estudos!
Prof.a Sheila Jeane Schulz Persike
Prof. Valdecir Knuth
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e 
dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes 
completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você 
acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar 
essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só 
aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu 
conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de 
aprendizagem, por meio dela você terá contato 
com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais 
complementares, entre outros, todos pensados e construídos na 
intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementara sua compreensão acerca do ENADE. Confira, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
QR CODE
SUMÁRIO
UNIDADE 1 - DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS .......................................... 1
TÓPICO 1 - ASPECTOS INTRODUTÓRIOS DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES ...............3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3
2 O QUE É A ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES ....................................................................3
2.1 USUÁRIOS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS .......................................................................... 5
2.2 PADRONIZAÇÃO DOS REGISTROS CONTÁBEIS E DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 8
2.3 FLUXOS DOS PROCESSOS DE ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES ............................................. 11
3 ELEMENTOS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ..........................................................11
3.1 ATIVO .......................................................................................................................................................12
3.2 PASSIVO ................................................................................................................................................ 13
3.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO ........................................................................................................................ 13
3.3.1 Equação fundamental .............................................................................................................. 14
3.4 RECEITAS E DESPESAS .................................................................................................................... 15
4 RECONHECIMENTO DOS ELEMENTOS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS .............. 16
4.1 CRITÉRIOS DE RECONHECIMENTO ................................................................................................. 18
4.2 MENSURAÇÃO DOS ELEMENTOS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ............................... 19
5 CONCEITOS DE CAPITAL E MANUTENÇÃO DE CAPITAL ................................................ 21
6 CONVERSÃO PARA A MOEDA DE APRESENTAÇÃO ........................................................ 21
7 APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS CONSOLIDADAS .................... 23
8 APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS SEPARADAS .......................... 25
9 APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS COMBINADAS ........................ 26
RESUMO DO TÓPICO 1 .........................................................................................................27
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 28
TÓPICO 2 - ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS – PARTE 1 ................... 31
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 31
2 BALANÇO PATRIMONIAL ................................................................................................. 33
2.1 GRUPOS CONSTANTES NO BALANÇO PATRIMONIAL ................................................................35
3 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO (DRE) ........................................................................37
3.1 ITENS CONSTANTES NA ESTRUTURA DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO .....................38
4 DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS ABRANGENTES (DRA) ....................................... 39
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................ 42
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 43
TÓPICO 3 - ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS – PARTE 2 ..................47
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................47
2 DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO – DMPL .........................47
3 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO – DVA ......................................................... 49
4 DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA ...................................................................... 51
4.1 MÉTODO DIRETO E MÉTODO INDIRETO .........................................................................................52
5 NOTAS EXPLICATIVAS ..................................................................................................... 56
6 RELATÓRIO DA AUDITORIA, DA ADMINISTRAÇÃO, DO CONSELHO FISCAL, 
ENTRE OUTROS ....................................................................................................................59
6.1 RELATÓRIO DA AUDITORIA................................................................................................................59
6.2 RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO ....................................................................................................61
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................ 63
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................................ 66
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................67
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 69
UNIDADE 2 — INDICADORES PARA GESTÃO EMPRESARIAL ............................................73
TÓPICO 1 — TEORIA DOS CONTRATOS ...............................................................................75
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................75
2 OBSERVAÇÕES NO PROCESSO DE ANÁLISE ..................................................................75
3 A RECLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS CONTÁBEIS ........................................................... 77
4 TIPOS DE ANÁLISE ...........................................................................................................79
4.1 ANÁLISE HORIZONTAL DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS .................................................. 80
4.2 ANÁLISE DA ESTRUTURA OU ANÁLISE VERTICAL ....................................................................87
RESUMO DO TÓPICO 1 .........................................................................................................95
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................96
TÓPICO 2 - ANÁLISE DOS INDICADORES DE LIQUIDEZ ....................................................99
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................99
2 LIQUIDEZ IMEDIATA ........................................................................................................100
3 LIQUIDEZ CORRENTE .....................................................................................................103
4 LIQUIDEZ SECA ...............................................................................................................105
5 LIQUIDEZ GERAL.............................................................................................................108
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................... 112
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 113
TÓPICO 3 - INDICADORES DE ENDIVIDAMENTO E FATOR DE INSOLVÊNCIA ................ 115
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 115
2 COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO ............................................................................. 116
2.1 COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO DE CURTO PRAZO ...........................................................1192.2 GRAU DE IMOBILIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO ............................................................... 122
2.3 GRAU DE IMOBILIZAÇÃO DE RECURSOS NÃO CORRENTES ................................................ 124
3 ANÁLISE DISCRIMINANTE ............................................................................................. 127
4 FATOR DE INSOLVÊNCIA DE KANITZ .............................................................................129
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................133
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................... 137
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................138
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 141
UNIDADE 3 —INDICADORES DE GESTÃO E ETAPAS DE ANÁLISE ..................................143
TÓPICO 1 — INDICADORES DE RENTABILIDADE E ALAVANCAGEM ...............................145
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................145
2 GIRO DO ATIVO ................................................................................................................145
3 GIRO DO ATIVO OPERACIONAL ......................................................................................149
4 MARGEM BRUTA ............................................................................................................152
5 MARGEM OPERACIONAL ................................................................................................154
6 MARGEM LÍQUIDA DO EXERCÍCIO .................................................................................156
7 RENTABILIDADE DO ATIVO ............................................................................................159
8 RENTABILIDADE DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO .................................................................162
9 PAYBACK .........................................................................................................................165
9.1 MÉTODO PAYBACK DESCONTADO (PBD)......................................................................................167
10 ALAVANCAGEM DA EMPRESA......................................................................................170
10.1 ALAVANCAGEM FINANCEIRA......................................................................................................... 171
10.2 ALAVANCAGEM OPERACIONAL .................................................................................................. 173
10.3 CUSTOS FIXOS E ALAVANCAGEM OPERACIONAL .................................................................. 174
10.4 GRAU DE ALAVANCAGEM COMBINADA .....................................................................................176
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................... 179
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................180
TÓPICO 2 - INDICADORES DE ROTATIVIDADE, CUSTO MÉDIO PONDERADO DE 
CAPITAL E CAPITAL DE GIRO ............................................................................................183
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................183
2 ANÁLISE DA ROTATIVIDADE (GIRO) ..............................................................................183
2.1 PRAZO MÉDIO DE ROTAÇÃO DOS ESTOQUES ............................................................................184
2.2 PRAZO MÉDIO DE ROTAÇÃO DE CLIENTES ................................................................................ 187
2.3 PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO DE FORNECEDORES .............................................................190
3 VALOR ECONÔMICO AGREGADO – EVA ........................................................................194
3.1 PLANEJAMENTO FINANCEIRO DE CURTO PRAZO ................................................................... 194
3.2 PLANEJAMENTO FINANCEIRO DE LONGO PRAZO .................................................................. 195
3.3 CUSTO DO CAPITAL PRÓPRIO E CUSTO DO CAPITAL DE TERCEIROS ................................ 197
3.4 CÁLCULO DO CMPC – CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL ........................................ 199
4 CAPITAL DE GIRO............................................................................................................201
4.1 NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO ...........................................................................................201
RESUMO DO TÓPICO 2 ...................................................................................................... 205
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 206
TÓPICO 3 - ETAPAS DA ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES ............................................... 209
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 209
2 PASSO A PASSO: ETAPAS PARA UMA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES .................. 209
2.1 PRIMEIRA ETAPA – OBTER AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DA ENTIDADE ............ 209
2.2 SEGUNDA ETAPA – AVERIGUAR A QUALIDADE DAS DEMONSTRAÇÕES ...........................210
2.3 TERCEIRA ETAPA – PREPARAR AS DEMONSTRAÇÕES PARA A ANÁLISE .........................211
2.4 QUARTA ETAPA – SELECIONAR QUAIS INDICADORES SERÃO UTILIZADOS ..................... 212
2.5 QUINTA ETAPA – COMPARAR OS RESULTADOS COM OS DE OUTRAS EMPRESAS 
CONCORRENTES DENTRO DO SEGMENTO DA EMPRESA....................................................... 213
2.6 SEXTA ETAPA – PROCURAR IDENTIFICAR PADRÕES E EXCEÇÕES ....................................214
2.7 SÉTIMA ETAPA – ELABORAR O RELATÓRIO DE ANÁLISE ....................................................... 215
2.8 OITAVA ETAPA – TOMADA DE DECISÕES COM BASE NA ANÁLISE REALIZADA ............... 217
3 ESTUDO DE CASO – REALIZANDO UMA ANÁLISE EM DEMONSTRAÇÃO PUBLICADA .......218
3.1 ANÁLISE INICIAL – ETAPAS 1, 2 E 3 ..............................................................................................218
3.2 CÁLCULO DOS INDICADORES PARA A ETAPA 4 ....................................................................... 221
3.2.1 Calculando análise vertical e horizontal ............................................................................ 221
3.2.2 Calculando indicadores de liquidez .................................................................................. 225
3.3 ANÁLISE INTERMEDIÁRIA – ETAPAS 5 E 6 ............................................................................... 229
3.4 ANÁLISE FINAL – ETAPAS 7 E 8 .................................................................................................. 233
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................. 235
RESUMO DO TÓPICO 3 ...................................................................................................... 242
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 243
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 246
1
UNIDADE 1 - 
DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS E FINANCEIRAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• reconhecer os elementos das demonstrações contábeis, assim como o seu 
reconhecimento e mensuração;
• diferenciar a apresentação de demonstrações contábeis individuais, consolidadas, 
separadas e combinadas;
• compreender a estrutura das demonstraçõescontábeis, balanço patrimonial e 
demonstração de resultado;
• reconhecer a importância das demais demonstrações para a realização de uma 
análise conjunta;
• entender a função das notas explicativas;
• compreender o objetivo dos demais relatórios, como o Relatório de Administração e 
do Conselho Fiscal.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará 
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – ASPECTOS INTRODUTÓRIOS DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES 
TÓPICO 2 – ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS – PARTE 1
TÓPICO 3 – ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS – PARTE 2
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS DA ANÁLISE 
DAS DEMONSTRAÇÕES
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 1 - UNIDADE 1
Olá, acadêmico. Estamos iniciando a disciplina de Análise das Demonstrações 
Contábeis. Esta disciplina é fundamental para se analisar a situação patrimonial, 
financeira e econômica de uma entidade. Qualquer tipo de tomada de decisão que seja 
realizada quanto a uma empresa precisa se embasar em uma Análise das Demonstrações 
Contábeis coerente. Mas como saber por onde iniciar? 
Aqui, no Tópico 1, vamos começar a compreender os aspectos conceituais e 
introdutórios, para seguir posteriormente para a prática. Vamos realizar muitos cálculos 
de indicadores e análise de demonstrações, porém, caso os princípios não estejam 
bem compreendidos, tudo será em vão. Por isso, vamos aproveitar bem este primeiro 
momento de estudos!
CHAMADA
Preparado para esta jornada rumo ao conhecimento? Procure um 
ambiente que ajude na concentração. Desta forma será mais fácil fixar o 
conteúdo estudado.
2 O QUE É A ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
As demonstrações financeiras (também chamadas de demonstrações 
contábeis) são relatórios contábeis estruturados que fornecem informações sobre a 
situação patrimonial, financeira e econômica da empresa. Estas informações permitem 
aos seus usuários realizar tomada de decisões, assim como notar tendências futuras. 
Isto porque a finalidade da contabilidade é exatamente essa: fornecer informações para 
a tomada de decisão. 
A obrigatoriedade de se manter registros contábeis e elaborar demonstrações 
está presente no Código Civil (Lei nº 10.406/02), no artigo 1.179 (entre outros), que atinge 
todas as empresas e legisla o seguinte:
4
Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a 
seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base 
na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com 
a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço 
patrimonial e o de resultado econômico (BRASIL, 2002).
Também consta na Lei nº 6.404/1976, conhecida como Legislação das 
Sociedades por Ações (ou seja, voltada às empresas que possuem acionistas), demais 
especificações sobre as demonstrações. Em seu artigo 176, é expresso que:
Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base 
na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações 
financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio 
da companhia e as mutações ocorridas no exercício: 
I- balanço patrimonial;
II- demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;
III- demonstração do resultado do exercício; 
IV- demonstração das origens e aplicações de recursos.
IV- demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº 
11.638, de 2007)
V- se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. 
(Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)
§ 1º As demonstrações de cada exercício serão publicadas com 
a indicação dos valores correspondentes das demonstrações do 
exercício anterior.
§ 2º Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser 
agrupadas; os pequenos saldos poderão ser agregados, desde que 
indicada a sua natureza e não ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do 
respectivo grupo de contas; mas é vedada a utilização de designações 
genéricas, como "diversas contas" ou "contas-correntes".
§ 3º As demonstrações financeiras registrarão a destinação dos lucros 
segundo a proposta dos órgãos da administração, no pressuposto de 
sua aprovação pela assembleia-geral.
§ 4º As demonstrações serão complementadas por notas explicativas 
e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessárias 
para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do 
exercício (BRASIL, 1976).
Além do § 5º, que trata das exigências nas Notas Explicativas, que veremos de 
forma mais aprofundada na Unidade 3.
Além das Leis citadas, há outros decretos, normas, resoluções, deliberações etc., 
que tratam das exigências para a elaboração das demonstrações, como o artigo 286 do 
Decreto nº 9.580/2018 (RIR – Regulamento do Imposto de Renda) e o Pronunciamento 
Contábil CPC 26, que foi aprovado em resoluções/normas específicas para cada órgão 
competente relacionado. Veremos mais adiante o assunto em detalhes.
Então, é realizada a elaboração e divulgação das demonstrações, e fica a 
questão: como utilizá-las? É só uma obrigatoriedade legal? Vamos descobrir agora.
5
A Análise das Demonstrações Contábeis é a coleta de dados existentes nas 
Demonstrações Financeiras “com vistas à apuração de indicadores que permitem 
avaliar a capacidade de solvência (situação financeira), conhecer a estrutura patrimonial 
(situação patrimonial) e descobrir a potencialidade da entidade em gerar bons resultados 
(situação econômica)” (SILVA, 2019, p. 4). Dá para descobrir com tal análise se a empresa 
está sendo bem administrada, se está tendo boa rentabilidade, se consegue quitar suas 
dívidas, a forma como os saldos das contas contábeis vem evoluindo etc. 
NOTA
Resumidamente, a Análise das Demonstrações é uma forma de transformar 
os dados extraídos das Demonstrações Financeiras em informações úteis 
para a tomada de decisões.
Para Padoveze e Benedicto (2010), se aplica sobre os valores dos elementos 
patrimoniais um raciocínio analítico dedutivo, a fim de se avaliar a situação econômico-
financeira da entidade e sua capacidade de continuidade operacional e financeira. 
Fica claro que a utilização da Análise de Demonstrações é importantíssima para 
auxiliar nas decisões tomadas. Mas quem utiliza essas informações? É bem comum 
automaticamente pensarmos: os administradores das empresas. 
2.1 USUÁRIOS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
Mas não são somente os gestores das entidades, que as administram, que se 
beneficiam das análises das Demonstrações para tomar decisões sobre o processo de 
gestão. Os usuários das informações contábeis são os mais variados, por exemplo:
• Investidores: analisam as demonstrações financeiras das empresas para que tenham 
confiança em adquirir ações emitidas por elas, pois sua intenção é receber alguma 
remuneração sobre esses investimentos alocados. 
• Bancos: antes de conceder crédito às entidades, os bancos analisam a sua situação 
financeira, econômica e patrimonial, a fim de verificar se a empresa tem capacidade 
de pagamento. Só então decidem se concedem ou não o crédito. Ninguém vai 
emprestar dinheiro a alguém se achar que não irá receber o valor de volta.
• Fornecedores: imagine se a maior parte da produção de um fornecedor é vendida para 
uma única empresa? Caso não fique atualizado quanto à capacidade de continuidade 
que ela possui, pode ser que seja pego desprevenido com uma falência e acabe 
quebrando junto.
6
• Funcionários: podem verificar se a empresa tem condições de continuar arcando 
com sua remuneração, ou até mesmo se podem contar com uma estabilidade 
empregatícia.
Sobre a visão dos usuários das demonstrações financeiras no mundo, Hendriksen 
e Van Breda (2018) nos apresentam o seguinte cenário: 
A pergunta “Para quem?” é tradicionalmente respondida, nos Estados 
Unidos, com a afirmação de que os relatórios financeiros se destinam aos acionistas,a outros investidores e a credores. É reconhecido que se deve divulgar informação 
a funcionários, clientes, órgãos do governo e ao público em geral, mas esses grupos 
são encarados apenas como destinatários secundários dos relatórios anuais e de 
outras formas de divulgação. Em parte, o motivo dessa falta de ênfase em outros 
usuários, que não investidores, é devida a ausência de conhecimento a respeito 
de suas decisões. As decisões a serem tomadas por investidores e credores são 
relativamente simples e bem definidas: os investidores basicamente tomam 
decisões de compra, manutenção e venda, e as decisões dos credores estão 
fundamentalmente associadas à concessão de crédito à empresa. Acionistas, e, 
às vezes, credores, também tomam decisões a respeito da contratação, dispensa e 
remuneração de administradores e da aprovação ou não de mudanças importantes 
das políticas de uma empresa. Portanto, os objetivos de divulgação financeira, no 
que diz respeito a esses usuários, podem ser razoavelmente claros. Os objetivos 
de apresentação de informação a funcionários, clientes e ao público em geral, por 
outro lado, não têm sido tão bem formulados. Na ausência de conhecimento mais 
específico, a premissa geral é a de que informação útil a investidores e credores 
será útil para outros grupos. [...] Outras partes do mundo, particularmente a Europa, 
tendem a dar uma resposta mais ampla à pergunta “Para quem?” Em particular, 
tendem a colocar os interesses de funcionários e do estado no mesmo nível dos 
interesses dos acionistas.
FONTE: Hendriksen e Van Breda (2018, p. 511).
Interessante refletir sobre como o processo pode ser diferente dependendo 
da realidade e da cultura do país que analisamos! Mas voltando à multiplicidade de 
usuários possíveis, o CPC 00 (R2) (2019, s. p.) corrobora com a questão, afirmando que 
uma demonstração “reporta como um todo e não do ponto de vista de qualquer grupo 
específico de investidores, credores por empréstimos e outros credores, existentes ou 
potenciais, da entidade”. 
Mesmas demonstrações sendo utilizadas para infinitas possibilidades de análise, 
dependendo só de nossa proatividade e interesse, é realmente uma ideia espetacular. 
Agora, pense: dois usuários diferentes demandam os mesmos tipos de informações? E 
se forem ambos, por exemplo, Investidores?
7
A resposta é: cada usuário tem um objetivo diferente ao analisar as informações 
contábeis. Mesmo dois investidores podem focar em aspectos diferentes; um pode 
ter uma visão voltada ao curto prazo e busca analisar o retorno que a empresa vem 
proporcionando, enquanto o outro investidor vislumbra o longo prazo, mais preocupado 
em analisar os riscos envolvidos nesse investimento. 
Para Iudícibus (2017, p. 14), 
Consideramos que a análise de balanços é uma arte, pois, embora 
existam alguns cálculos razoavelmente formalizados, não existe 
forma científica ou metodologicamente comprovada de relacionar os 
índices de maneira a obter um diagnóstico preciso. Ou, melhor dizendo, 
cada analista poderia, com o mesmo conjunto de informações e de 
quocientes, chegar a conclusões ligeiras ou até completamente 
diferenciadas. É provável, todavia, que dois experientes analistas, 
conhecendo igualmente bem o ramo de atividade da empresa, 
cheguem a conclusões bastante parecidas (mas nunca idênticas) 
sobre a situação atual da empresa, embora quase sempre apontariam 
tendências diferentes, pelo menos em grau, para o empreendimento.
 “O analista financeiro extrairá elementos e fará julgamentos sobre o futuro da 
entidade objeto de análise. Portanto, é parte conclusiva da análise de balanço o julgamento 
do avaliador sobre a situação da empresa e suas possibilidades futuras” (PADOVEZE; 
BENEDICTO, 2010, p. 3). Por isso, é muito importante que o analista conheça bem tanto 
a empresa quanto o segmento em que essa empresa atua. E que não se utilize somente 
de uma demonstração financeira específica – o que impede uma visão clara da situação 
empresarial; o ideal é analisar as demonstrações financeiras em conjunto, assim como 
demais informações qualitativas e quantitativas às quais tiver acesso.
NOTA
Antes de seguirmos, é importante ressaltar que os autores utilizados nas 
citações constantes no Tópico 1 são verdadeiros gênios da Contabilidade e 
análise de balanços! 
A descrição completa dos materiais pode ser encontrada nas Referências, 
ao final de cada unidade. É muito importante conhecermos os grandes 
nomes da nossa área, por isso são ótimas sugestões de leitura caso desejem 
complementar seus estudos.
8
2.2 PADRONIZAÇÃO DOS REGISTROS CONTÁBEIS E DAS 
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Para que se consiga tomar decisões com base na análise das informações 
contábeis, precisa haver certa padronização, uma vez que analisar envolve uma 
comparação entre a) dados históricos; b) padrões existentes em outros períodos da 
empresa; e/ou c) indicadores de seus concorrentes (ALMEIDA, 2019). Dizemos ‘certa’ 
padronização porque mesmo os pronunciamentos técnicos e as normativas permitem 
alternativas diferentes de escolha, podendo o contador definir qual critério mais se 
aplica à situação de sua empresa.
Martins, Miranda e Diniz (2020, p. 2) complementam que:
Como se vê, não é uma tarefa fácil cumprir os objetivos da 
Contabilidade. Isto é, desejar que um modelo retrate a realidade 
econômico-financeira de uma entidade para vários usuários, os 
quais têm objetivos díspares em termos de informações. Além disso, 
por ser um modelo, as informações geradas pelos profissionais 
da contabilidade nem sempre são idênticas, posto que por mais 
normatizados que sejam os procedimentos utilizados na elaboração 
das demonstrações contábeis, sempre vai existir a possibilidade de 
escolhas diferentes, e, por consequência, a simplificação da realidade 
econômico-financeira pode ser apresentada de formas distintas. 
Para tentar padronizar internacionalmente as contabilizações e tratamento de 
eventos contábeis, existem normativas que visam guiar uma estrutura que possa ser 
base para análise das demonstrações e, assim, evitar distorções na comparação entre 
empresas. Há algumas específicas para elaboração das Demonstrações Financeiras, 
constantes nos Pronunciamentos Técnicos do CPC – Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis. Podem-se citar alguns deles: 
• CPC 00 (R2), que trata da Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro; 
• CPC 02 (R2), que trata dos Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão 
de Demonstrações Contábeis; 
• CPC 26 (R1), que trata da Apresentação das Demonstrações Contábeis;
• CPC 35 (R2), que trata das Demonstrações Separadas; 
• CPC 36 (R3), que trata das Demonstrações Consolidadas; e 
• CPC 44, que trata das Demonstrações Combinadas.
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FIGURA 1 – COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS
FONTE: Adaptado de <http://www.cpc.org.br/CPC>. Acesso em: 24 mar. 2022.
Mas o que é o Comitê de Pronunciamentos Contábeis? Ele foi criado no Brasil para 
auxiliar na convergência internacional das normas contábeis, facilitando a centralização 
da emissão das normas contábeis no Brasil e buscando um processo democrático, 
no qual os profissionais da área consigam participar das audiências públicas sobre as 
matérias abordadas nos pronunciamentos. Afinal, com a padronização, diminui-se o 
risco de os contadores registrarem eventos iguais de formas extremamente diferentes, 
o que dá mais segurança e comparabilidade ao processo. 
Fazem parte do Comitê de Pronunciamentos Contábeis 2 membros de cada 
uma das 7 entidades a seguir: 
1) Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca). 
2) Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais 
(Apimec Nacional).
3) B3 Brasil Bolsa Balcão.
4) Conselho Federal de Contabilidade (CFC).
5) Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon).
6) Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi).
7) Entidades representativas de investidores do mercado de capitais.
Além destes membros, sempre são convidados a participarrepresentantes dos 
órgãos a seguir:
• Banco Central do Brasil (BACEN).
• Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
• Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB)
• Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).
• Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN).
• Confederação Nacional da Indústria (CNI).
• Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC).
Como vemos, é um procedimento muito bem estruturado, que conta com 
representantes e membros de diversos setores, que juntos buscam um alinhamento 
quanto às normatizações em elaboração. O que torna o processo rico, pois cada órgão 
traz sua perspectiva única para debate. Além de os profissionais contábeis terem voz no 
processo e conseguirem participar nas audiências públicas antes de uma aprovação de 
um pronunciamento contábil.
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Esse processo iniciou-se com a harmonização mundial das práticas contábeis, 
com a hoje chamada IASB – International Accounting Standards Board –, que emite e 
revisa as normas internacionais de Contabilidade (IFRS – International Financial Reporting 
Standards) (PEREZ JUNIOR; BEGALLI, 2015). Consultando o site do IFRS, é possível 
ver que uma das razões de sua existência é o lema ‘Padrões globais para mercados 
globais’, pois “economias modernas dependem de transações além de suas fronteiras 
e do livre fluxo de capital internacional. Mais de um terço das transações financeiras 
ocorrem além das fronteiras, e é esperado que esse número cresça” (tradução livre) 
(IFRS, 2022, s. p.). Além disso, complementam que “investidores buscam diversificação 
e oportunidades de investimento ao redor do mundo, enquanto companhias aumentam 
seu capital, realizam transações ou tem operações e subsidiárias internacionais em 
múltiplos países” (tradução livre) (IFRS, 2022, s. p.). Pensando na globalização, mais 
de 140 países aderiram às normas internacionais de contabilidade, e esse processo de 
revisão e estudo das normas internacionais de Contabilidade é constante.
Iudícibus (2017, p. 21) explica que:
Deve-se entender, portanto, que certos conceitos que regem a 
Contabilidade são mutáveis, parcial ou totalmente, no tempo e no 
espaço, adaptando-se às peculiaridades econômicas, institucionais, 
políticas e sociais de cada época e, às vezes, observando 
peculiaridades de cada país. É claro que outros são imutáveis, 
como o princípio da dualidade, cuja evidenciação contábil resume-
se no método das partidas dobradas. Ainda assim, a forma de 
consubstanciar as partidas dobradas, por exemplo, pode alterar-se. 
Além disso, o autor nos relembra que o analista externo à empresa utiliza os 
relatórios gerados pela entidade e, “embora admitindo certa liberdade de manobra no 
âmbito dos princípios contábeis, os relatórios [...] não poderão deixar de se basear em 
tais princípios; ou, então, a gama de exceções e de desvios deve ser perfeitamente 
enumerável e controlável” (IUDÍCIBUS, 2017, p. 19). No entanto, o analista interno, com 
foco na análise de balanços para auxiliar o próprio administrador da empresa, tem acesso 
a mais informações inseridas nos sistemas de informação gerencial do que o analista 
externo e, por isso, pode considerá-las, devendo o analista interno “estar perfeitamente 
a par dos conceitos de lucro admitidos e das mensurações necessárias, a fim de adequar 
suas análises aos novos conceitos introduzidos no sistema” (IUDÍCIBUS, 2017, p. 19).
IMPORTANTE
Ser um bom analista das Demonstrações Financeiras exige conhecimentos 
aprofundados. Afinal, escolhas precisarão ser feitas a fim de atingir a melhor 
interpretação possível, e o analista deve estar ciente disso. Quão melhor 
preparado estiver, mais fácil será atingir o objetivo esperado.
11
2.3 FLUXOS DOS PROCESSOS DE ANÁLISE 
DE DEMONSTRAÇÕES
Que tal esquematizarmos o processo para fixar melhor o conteúdo?
FIGURA 2 – CORRELAÇÃO ENTRE A CONTABILIDADE E A ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS (DCS)
FONTE: Almeida (2019, p. 3)
Conforme a Figura 2, o processo se inicia com a ocorrência dos fatos e eventos 
econômicos e financeiros (entradas), que são registrados e lançados pela contabilidade 
(processamento), gerando as informações e demonstrações contábeis (saída). Os 
usuários então utilizam técnicas de análise das demonstrações contábeis, calculando 
indicadores. Só aí, essas informações são avaliadas, elaborando-se um diagnóstico ou 
conclusão, e sendo finalmente utilizadas para a tomada de decisões. 
ESTUDOS FUTUROS
Neste primeiro tópico, vamos compreender os conceitos iniciais relacionados 
às Demonstrações Financeiras, mas não para por aqui: as principais 
demonstrações existentes serão explicadas mais detalhadamente adiante. 
Será uma incrível caminhada!
3 ELEMENTOS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
É importante relembrar que os registros contábeis e, consequentemente, as 
demonstrações financeiras, seguem o Regime de Competência, no qual “os efeitos das 
transações e outros eventos são reconhecidos quando ocorrem (e não quando caixa 
ou outros recursos financeiros são recebidos ou pagos) e são lançados nos registros 
contábeis e reportados nas demonstrações contábeis dos períodos a que se referem” 
(MARTINS; MIRANDA; DINIZ, 2020, p. 11).
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FIGURA 3 – EVENTO ECONÔMICO E ACUMULAÇÃO CONTÁBIL
FONTE: Padoveze e Benedicto (2010, p. 8)
Assim que ocorrem os eventos econômicos, há o seu lançamento (contabilização) 
na respectiva conta contábil. Essas contas contábeis são agrupadas de acordo com 
sua natureza e aceitam diversos registros, acumulando os valores de transações 
diferentes, de forma a facilitar o gerenciamento contábil e financeiro. E, posteriormente, 
as informações retiradas desses grupos são estruturadas e evidenciadas nas 
Demonstrações Contábeis (PADOVEZE; BENEDICTO, 2010). 
Os elementos das Demonstrações Contábeis, conforme CPC 00 (R2) (2019) são:
a- ativos;
b- passivos;
c- patrimônio líquido;
d- receitas; e
e- despesas (CPC 00 (R2) 2019).
Vamos relembrar cada um deles? Afinal, eles já foram vistos em outras disciplinas 
do curso anteriormente.
3.1 ATIVO
Sua definição conforme o CPC 00 (R2) é: “Recurso econômico presente 
controlado pela entidade como resultado de eventos passados, que tenha potencial de 
produzir benefícios econômicos futuros” (CPC, 2019, s. p.).
É composto por bens e direitos da entidade. As contas do Ativo são divididas 
em dois grandes grupos: o Ativo Circulante (curto prazo) e o Ativo Não Circulante (longo 
prazo) (MARTINS; MIRANDA; DINIZ, 2020). 
Alguns exemplos de ativos são: caixa, bancos, duplicatas a receber, estoques, 
máquinas e equipamentos, terrenos.
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3.2 PASSIVO
O CPC 00 (R2) define o Passivo como uma “obrigação presente da entidade de 
transferir um recurso econômico como resultado de eventos passados”. Ou seja, são as 
obrigações da entidade.
O Passivo é dividido em dois grandes grupos: o Passivo Circulante (curto prazo) 
e o Passivo Não Circulante (longo prazo). Exemplos de passivos são: empréstimos 
a pagar, fornecedores a pagar, impostos a pagar, salários a pagar, juros a pagar, 
duplicatas a pagar. 
3.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Para o CPC 00 (R2), “patrimônio líquido é a participação residual nos ativos 
da entidade após a dedução de todos os seus passivos”. Ou seja, é um valor residual 
da diferença entre o Ativo e o Passivo, que evidencia o capital próprio da entidade 
(IUDÍCIBUS, 2017). Basicamente, Patrimônio Líquido é o valor residual que fica se a 
entidade pegar todos os seus Ativos e deduzir deles todos os seus Passivos.
São três situações possíveis para o PL:
QUADRO 1 – SITUAÇÕES POSSÍVEIS PARA O PATRIMÔNIO LÍQUIDO
FONTE: Perez Junior e Begalli (2015, p. 11)
O Patrimônio Líquido, então, “representa a riqueza real de uma entidade e é 
formado pelo valor que os proprietários têm aplicado no negócio mais os resultados 
gerados pelo desenvolvimento das atividades” (PEREZ JUNIOR; BEGALLI, 2015, p. 10). 
Exemplos de patrimônio líquido são: capital social, reservas de capital, reservas de 
lucros, lucros ou prejuízos acumulados.
14
3.3.1 Equação fundamental
Ribeiro (2020,p. 25) afirma que “o Passivo mostra a origem dos capitais que 
estão à disposição da empresa e que o Ativo mostra em que esses capitais foram 
aplicados”. Há também o diferencial entre capital próprio e capital de terceiros: 
FIGURA 4 – CAPITAL DE TERCEIROS E CAPITAL PRÓPRIO
Capital de terceiros: são as contas de Passivo, pois são recursos obtidos de 
terceiros que estão financiando o ativo (exemplo: dívidas com Fornecedores derivada 
da compra de Estoque).
Capital próprio: são as contas de Patrimônio Líquido, pois são recursos obtidos 
juntos aos sócios provenientes de integralização de capital ou os valores retidos de 
lucros apurados pela entidade.
FONTE: Adaptado de Almeida (2019, p. 25)
Com todas as explicações sobre Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido, conclui-se 
que a equação fundamental da contabilidade é:
ATIVO = PASSIVO – PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Para ilustrar melhor e compreender como é o funcionamento do Ativo, Passivo 
e Patrimônio Líquido e da equação fundamental da contabilidade, segue uma imagem 
com a estrutura de uma demonstração chamada de Balanço Patrimonial:
FIGUIRA 5 – QUADRO-RESUMO DO BALANÇO PATRIMONIAL
FONTE: Iudícibus et al. (2019, p. 106).
15
Podemos ver que do lado esquerdo temos as contas do Ativo, enquanto do lado 
direito temos as contas do Passivo + Patrimônio Líquido. O equilíbrio encontrado na 
equação fundamental da contabilidade é que o valor total do Ativo sempre será igual ao 
valor do Passivo + Patrimônio Líquido. Para entender melhor, veja a seguir o exemplo 
de um Balanço Patrimonial fictício:
QUADRO 2 – EXEMPLO DE BALANÇO PATRIMONIAL
FONTE: Carvalho, Guimarães e Cruz (2019, p. 44)
Pode-se notar que o valor total do Ativo é R$58.000, exatamente o mesmo valor 
total do Passivo + Patrimônio Líquido. Sempre será assim, por causa do Método das 
Partidas Dobradas, no qual basicamente “o registro de qualquer operação implica que 
a um débito em uma ou mais contas deve corresponder um crédito equivalente em 
uma ou mais contas, de forma que a soma dos valores debitados seja sempre igual à 
soma dos valores creditados” (IUDÍCIBUS et al., 2019, p. 33). Exemplificando: se para 
registrar um evento, realizo um ou mais lançamentos a débito que totalizam R$150, vou 
obrigatoriamente ter como contrapartida um ou mais lançamentos a crédito totalizando 
os mesmos R$150. 
3.4 RECEITAS E DESPESAS
O CPC 00 (R2) define que Receitas e Despesas são os elementos relacionados 
ao desempenho financeiro da entidade, e conceitua-as como:
QUADRO 3 – CONCEITO DE RECEITAS E DESPESAS
Receitas
São aumentos nos ativos, ou reduções nos passivos, que resultam em 
aumentos no patrimônio líquido, exceto aqueles referentes a contribuições 
de detentores de direitos sobre o patrimônio.
Despesas
São reduções nos ativos, ou aumentos nos passivos, que resultam em 
reduções no patrimônio líquido, exceto aqueles referentes a distribuições 
aos detentores de direitos sobre o patrimônio.
FONTE: CPC 00 (R2) (2019, s. p.)
16
Iudícibus et al. (2019, p. 45) explicam o que são Receitas e Despesas de uma 
forma bem didática:
Receita representa a entrada de elementos para o Ativo, sob a forma 
de dinheiro ou direitos a receber, correspondentes, normalmente, à 
venda de mercadorias, de produtos ou à prestação de serviços. Uma 
receita também pode derivar de juros sobre depósitos bancários 
ou títulos, de aluguéis e outras origens. Às vezes, a receita ocorre 
em função da redução de um passivo. A obtenção de uma receita 
resulta em um aumento de Patrimônio Líquido. Despesa representa 
o consumo de bens ou serviços, que, direta ou indiretamente, ajuda 
a produzir uma receita. Diminuindo o Ativo ou aumentando o Passivo, 
uma despesa é realizada com a finalidade de se obter receita. Às 
vezes, o vínculo entre uma despesa e uma receita é direta; às vezes, 
não há o vínculo direto, mas verifica-se que a despesa está sendo 
incorrida para ajudar na produção das receitas em geral.
FIGURA 5 – RESULTADO
FONTE: Iudícibus et al. (2019, p. 45)
Do confronto entre Receitas e Despesas se chega ao Resultado da empresa. Ou 
seja, se a empresa teve mais Receitas que Despesas, ela obteve Lucro. Se ela teve mais 
despesas que Receitas, ela incorreu em Prejuízo. 
4 RECONHECIMENTO DOS ELEMENTOS DAS 
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
O capítulo 5 do CPC 00 (R2) (2019, s. p.) trata do reconhecimento e 
desreconhecimento dos elementos das Demonstrações Contábeis, e afirma que 
“reconhecimento é o processo de captação para inclusão [...] de item que atenda à 
definição de um dos elementos das demonstrações contábeis – ativo, passivo, 
patrimônio líquido, receita ou despesa”. 
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Além disso, pelo reconhecimento se vinculam os elementos, o balanço 
patrimonial e a demonstração do resultado e a demonstração do resultado abrangente 
(CPC, 2019, s. p.): “As demonstrações estão vinculadas porque o reconhecimento de item 
(ou mudança em seu valor contábil) exige o reconhecimento ou desreconhecimento de 
um ou mais outros itens (ou mudanças no valor contábil de um ou mais outros itens)”. 
Para melhor compreensão, vamos a um exemplo: se existir o reconhecimento de uma 
despesa, ao mesmo tempo obrigatoriamente há: 
“(i) o reconhecimento inicial do passivo, ou aumento no valor contábil do passivo; ou
(ii) o desreconhecimento do ativo, ou diminuição no valor contábil do ativo” (CPC, 2019, s. p.).
QUADRO 4 – COMO O RECONHECIMENTO VINCULA OS ELEMENTOS DAS 
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
FONTE: CPC 00 (R2) (2019, s. p.)
Pela imagem, apresenta-se uma relação entre as demonstrações contábeis 
(partes cinzas) e os elementos das demonstrações (partes brancas). Ou seja, parto de 
um Balanço Patrimonial inicial, composto de Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. Há o 
resultado do exercício e resultado abrangente que, somados ao resultado do confronto 
das contribuições de detentores e das contribuições aos detentores, é transferido e 
transforma-se no Balanço Patrimonial no final do período.
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4.1 CRITÉRIOS DE RECONHECIMENTO
O CPC 00 (R2) – no qual o R2 significa que é a segunda revisão da Estrutura 
Conceitual – estipula que os critérios de reconhecimento são relacionados com as 
características qualitativas de informações financeiras úteis, que seriam 1) Relevância 
e 2) Representação Fidedigna. É importante se atentar a isso, pois antes da revisão R2, 
os critérios de reconhecimento eram que “a entidade deveria reconhecer um item que 
atendesse à definição de um elemento se fosse provável que benefícios econômicos 
fluiriam para a entidade e se o item tivesse um custo ou valor que pudesse ser 
determinado com segurança” (RIOS; MARION, 2020, p. 39).
A explicação do CPC 00 (R2) (2019, s. p.) para essa definição atual encontra-se 
no capítulo 5:
Somente itens que atendem à definição de ativo, passivo ou patrimônio 
líquido devem ser reconhecidos no balanço patrimonial. Similarmente, 
somente itens que atendem à definição de receitas ou despesas devem 
ser reconhecidos na demonstração do resultado e na demonstração 
do resultado abrangente. Contudo, nem todos os itens que atendem à 
definição de um desses elementos devem ser reconhecidos.
Não reconhecer um item que atenda à definição de um dos 
elementos torna o balanço patrimonial, a demonstração do resultado 
e a demonstração do resultado abrangente menos completos e 
pode excluir informações úteis das demonstrações contábeis. Por 
outro lado, em algumas circunstâncias, reconhecer alguns itens 
que atendem à definição de um dos elementos não forneceria 
informações úteis. O ativo ou passivo é reconhecido somente se 
o reconhecimento desse ativo ou passivo e de quaisquer receitas, 
despesas ou mutações do patrimônio líquido resultantes fornece aos 
usuários das demonstrações contábeis informações que são úteis.
Então, as duas características qualitativas são a Relevância e a Representação 
Fidedigna:
A Relevância quer dizer que um item até pode se enquadrar nas definições 
de ativo, passivo, patrimônio líquido, receita e despesa, porém nem sempre ele é útil 
para o usuário dasdemonstrações contábeis. Algumas razões para isso são, conforme 
CPC 00 (R2): 
(a) é incerto se existe ativo ou passivo (ver item 5.14); ou
(b) existe ativo ou passivo, mas a probabilidade de entrada ou saída de benefícios
econômicos é baixa.
“Mesmo no caso de baixa probabilidade de entrada ou saída de benefícios 
econômicos, o reconhecimento do ativo ou do passivo pode fornecer informações 
relevantes e isso pode depender de uma série de fatores” (RIOS; MARION, 2020, p. 40). 
19
Já a Representação Fidedigna está relacionada com a incerteza na 
mensuração, pois, muitas vezes, essa mensuração é estimada, e o uso de estimativas 
razoáveis faz parte da elaboração das demonstrações e “não prejudica a utilidade das 
informações se as estimativas são descritas e explicadas de forma clara e precisa. 
Mesmo o elevado nível de incerteza na mensuração não impede, necessariamente, essa 
estimativa de fornecer informações úteis” (CPC, 2019, s. p.). Há casos em que o nível de 
incerteza chega a um ponto tão alto que nem mesmo a explicação das incertezas e a 
descrição de como foi realizada a estimativa forneceriam informações úteis:
Em circunstâncias limitadas, todas as mensurações relevantes de 
ativo ou passivo que estão disponíveis (ou podem ser obtidas) podem 
estar sujeitas a essa alta incerteza na mensuração de que ninguém 
forneceria informações úteis sobre o ativo ou passivo (e quaisquer 
receitas, despesas ou mutações do patrimônio líquido resultantes), 
mesmo se a mensuração estivesse acompanhada de uma descrição 
das estimativas feitas ao realizá-la e uma explicação das incertezas 
que afetam essas estimativas. Nessas circunstâncias limitadas, o 
ativo ou passivo não deve ser reconhecido (CPC, 2019, s. p.).
Em contrapartida, pode ocorrer o Desreconhecimento, que seria a retirada de 
parte ou da totalidade de um ativo ou passivo reconhecido no balanço, que normalmente 
ocorre nos casos em que o item não se enquadre mais na definição de ativo ou passivo 
(CPC, 2019). O CPC 00 (R2) também explica as situações mais comuns em que ocorrem:
(a) para o ativo, o desreconhecimento normalmente ocorre quando a entidade perde o 
controle da totalidade ou de parte do ativo reconhecido; e 
(b) para o passivo, o desreconhecimento normalmente ocorre quando a entidade não 
possui mais uma obrigação presente pela totalidade ou parte do passivo reconhecido.
Ou seja, considerar as características qualitativas de Relevância e 
Representação Fidedigna como critério permite reconhecimentos mais coerentes 
dos elementos das demonstrações contábeis.
4.2 MENSURAÇÃO DOS ELEMENTOS DAS 
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Como os elementos são quantificados em termos monetários, há a necessidade 
de uma base de mensuração, sendo que o CPC 00 (R2) cita as formas de mensuração 
descritas no Quadro 5.
20
QUADRO 5 – FORMAS DE MENSURAÇÃO DOS ELEMENTOS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Custo histórico
Fornece informações monetárias sobre ativos, passivos e respectivas 
receitas e despesas, utilizando informações derivadas, pelo menos em 
parte, do preço da transação ou outro evento que deu origem a eles. 
Diferentemente do valor atual, o custo histórico não reflete as mudanças 
nos valores, exceto na medida em que essas mudanças se referirem à 
redução ao valor recuperável de ativo ou passivo que se torna onerosa.
Valor atual
Fornecem informações monetárias sobre ativos, passivos e respectivas 
receitas e despesas, utilizando informações atualizadas para refletir 
condições na data de mensuração. Devido à atualização, os valores 
atuais de ativos e passivos refletem as mudanças, desde a data de 
mensuração anterior, em estimativas de fluxos de caixa e outros fatores 
refletidos nesses valores atuais. Diferentemente do custo histórico, o 
valor atual de ativo ou passivo não resulta, mesmo em parte, do preço da 
transação ou outro evento que deu origem ao ativo ou passivo.
Valor justo
É o preço que seria recebido pela venda de ativo ou que seria pago pela 
transferência de passivo em transação ordenada entre participantes do 
mercado na data de mensuração.
Valor em uso e valor 
de cumprimento
É o valor presente dos fluxos de caixa, ou outros benefícios econômicos, 
que a entidade espera obter do uso de ativo e de sua alienação final. 
Valor de cumprimento é o valor presente do caixa, ou de outros recursos 
econômicos, que a entidade espera ser obrigada a transferir para cumprir 
a obrigação. Esses valores de caixa ou outros recursos econômicos 
incluem não somente os valores a serem transferidos à contraparte do 
passivo, mas também os valores que a entidade espera ser obrigada a 
transferir a outras partes de modo a permitir que ela cumpra a obrigação.
Custo corrente
É o custo de ativo equivalente na data de mensuração, compreendendo 
a contraprestação que seria paga na data de mensuração mais os custos 
de transação que seriam incorridos nessa data. O custo corrente de 
passivo é a contraprestação que seria recebida pelo passivo equivalente 
na data de mensuração menos os custos de transação que seriam 
incorridos nessa data. Custo corrente, como custo histórico, é o valor 
de entrada: reflete preços no mercado em que a entidade adquiriria o 
ativo ou incorreria no passivo. Assim, é diferente do valor justo, valor 
em uso e valor de cumprimento, que são valores de saída. Contudo, 
diferentemente de custo histórico, custo corrente reflete condições na 
data de mensuração.
FONTE: CPC 00 (R2) (2019, s. p.).
Há regras para a utilização de cada um desses tipos de mensuração, dependendo 
do tipo de movimentação, do grupo considerado, do evento, dentre outros. No entanto, 
destrinchar essas especificações não cabe ao intuito deste livro.
21
5 CONCEITOS DE CAPITAL E MANUTENÇÃO DE CAPITAL
Quando se trata de Capital, pode-se pensar em dois tipos:
Capital financeiro = ativos líquidos ou patrimônio líquido. É a visão mais comum dos 
usuários na análise das demonstrações, se estão “principalmente preocupados com 
a manutenção de capital nominal investido ou com o poder de compra do capital 
investido” (CPC, 2019, s. p.).
Capital físico = refere-se à capacidade operacional, ou seja, “a capacidade produtiva 
da entidade com base, por exemplo, nas unidades de produção diária” (CPC, 2019, s. p.).
Logo, para cada um deles há diferença na manutenção de capital:
Manutenção do capital financeiro = o lucro é auferido somente 
se o montante financeiro (ou dinheiro) dos ativos líquidos no final 
do período exceder o montante financeiro (ou dinheiro) dos ativos 
líquidos no início do período, após excluir quaisquer distribuições 
para, e contribuições de sócios durante o período. [...]
Manutenção do capital físico = o lucro é auferido somente se a 
capacidade produtiva física (ou capacidade operacional) da entidade 
(ou os recursos ou fundos necessários para alcançar essa capacidade) 
no final do período exceder a capacidade produtiva física no início do 
período, após excluir quaisquer distribuições para, e contribuições 
de, sócios durante o período (CPC, 2019, s. p.).
Outra especificidade é que o capital físico exige a adoção do custo corrente 
como base de mensuração, enquanto o capital financeiro não tem exigências de 
mensuração específica.
6 CONVERSÃO PARA A MOEDA DE APRESENTAÇÃO
O Pronunciamento Técnico que trata sobre o assunto é o CPC 02 (R2) – Efeitos 
das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações Contábeis 
(2010), cujo foco é “orientar acerca de como incluir transações em moeda estrangeira 
e operações no exterior nas demonstrações contábeis da entidade e como converter 
demonstrações contábeis para moeda de apresentação” (CPC, 2010, s. p.). 
NOTA
É importante inicialmente compreender que se chama ‘moeda funcional’ 
aquela moeda do ambiente econômico principal no qual a entidade opera, 
porém, a entidade pode apresentar suas demonstrações em quaisquer 
moedas que desejar; nesse caso, sua posição financeira e seus resultados 
devem ser convertidos para a moeda de apresentação (CPC, 2010). 
22
Vamos a umexemplo: um mesmo grupo econômico pode ser composto por entidades 
individuais com diferentes moedas funcionais, porém para que possam ser apresentadas 
as demonstrações contábeis consolidadas, há a necessidade de que sejam expressas 
numa mesma moeda comum.
Nas situações em que a moeda funcional não seja de uma economia 
hiperinflacionária, os procedimentos de conversão são os seguintes:
(a) ativos e passivos para cada balanço patrimonial apresentado 
(incluindo os balanços comparativos) devem ser convertidos, 
utilizando-se a taxa de câmbio de fechamento na data do 
respectivo balanço;
(b) receitas e despesas para cada demonstração do resultado 
abrangente ou demonstração do resultado apresentada (incluindo 
as demonstrações comparativas) devem ser convertidas pelas taxas 
de câmbio vigentes nas datas de ocorrência das transações; e
(c) todas as variações cambiais resultantes devem ser reconhecidas 
em outros resultados abrangentes (CPC, 2010, s. p.).
IMPORTANTE
Hiperinflação é o nome dado ao fenômeno inflacionário que ultrapassa os níveis considerados 
como adequados. De forma mais objetiva, situações onde os índices de inflação atingem 
mais de 50% ao mês podem ser considerados como hiperinflação. Muitos sabem que essa é, 
normalmente, uma condição rara de se encontrar, no entanto ela ocorreu algumas vezes em 
países como China, Brasil, Rússia, Argentina, Hungria, entre outros.
Os efeitos nocivos de uma inflação extremamente alta são bastante concentrados na 
corrosão do poder de compra da classe baixa e média de um país. Desse modo, uma 
inflação muito elevada pode causar uma recessão econômica afetando de forma 
generalizada a economia de um país.
Normalmente, uma hiperinflação acontece quando há um aumento significativo na oferta 
monetária não suportada pelo crescimento do produto interno bruto. Esse fenômeno 
acontece todas as vezes que há um desequilíbrio na oferta e na demanda pelo dinheiro. 
Quando vem em conjunto com guerras, essa elevação da inflação ocorre devido à perda 
de confiança na capacidade da moeda em manter o seu valor no mercado. Desse modo, os 
negociadores de moeda normalmente exigem um prêmio de risco para que possam aceitar 
a moeda a ser transacionada, aumentando assim os preços cobrados.
Outro propulsor da inflação alta é a liberação de crédito de forma intensa e 
indiscriminada, irrigando assim a economia com dinheiro “fácil”. Essa política 
foi muito vista através da concessão de empréstimos subsidiados realizada 
pelo BNDES. Além disso, uma inflação extremamente elevada pode ser 
acentuada, pela prática de acumular mercadorias por parte da população 
de modo que haja escassez de itens básicos nas prateleiras, criando assim 
uma espiral ascendente de inflação.
FONTE: <https://www.suno.com.br/artigos/hiperinflacao/>. 
Acesso em: 24 fev. 2022.
23
Já nos casos em que a moeda funcional seja de uma economia hiperinflacionária, 
inicialmente a entidade precisa reelaborar suas demonstrações nos moldes do CPC 42 
(2018, s. p.) – Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária e, 
após, os procedimentos para a conversão são:
(a) todos os montantes (isto é, ativos, passivos, itens do patrimônio 
líquido, receitas e despesas, incluindo saldos comparativos) devem 
ser convertidos pela taxa de câmbio de fechamento da data do 
balanço patrimonial mais recente, exceto que,
(b) quando os montantes forem convertidos para a moeda de 
economia não hiperinflacionária, os montantes comparativos 
devem ser aqueles que seriam apresentados como montantes do 
ano corrente nas demonstrações contábeis do ano anterior (isto é, 
não ajustados para mudanças subsequentes no nível de preços ou 
mudanças subsequentes nas taxas de câmbio).
7 APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS CONSOLIDADAS
O CPC 36 (R3) (2012) trata sobre as Demonstrações Contábeis Consolidadas 
(quando a entidade controla uma ou mais entidades). Almeida (2020, p. 37) explica 
que “a consolidação tem por objetivo apresentar demonstrações contábeis de duas 
ou mais sociedades, representadas pela controladora e pelas suas controladas, 
como se fossem uma única entidade”. O autor deixa claro que a consolidação ocorre 
apenas extracontabilmente, pois as sociedades consolidadas continuam existindo 
juridicamente. Da mesma forma, não há efeitos fiscais ou legais.
Imagine, no exemplo dado por Rios e Marion (2020), um grupo de entidades 
que tenha em seu quadro uma empresa com resultados operacionais e financeiros 
espetaculares, porém que só consegue alcançar tal patamar por outra empresa dentro 
do mesmo grupo operar com prejuízo para fornecer operações à primeira. A consolidação 
existe, pois, para os acionistas e administradores, o que vale é a situação do conjunto 
dessas empresas, não a de cada uma individualmente (caso em que algumas empresas 
do grupo poderiam parecer em situação especialmente ruim). Com a consolidação, as 
operações entre essas companhias são eliminadas, pois passam a ser consideradas 
operações internas de uma única empresa. Os autores resumem da seguinte forma:
Consolidar significa reunir todos os dados das demonstrações 
financeiras de todas as empresas integrantes de um grupo 
econômico, eliminar os dados referentes às operações comerciais 
ou financeiras realizadas entre as mesmas e apresentar a situação 
patrimonial e o resultado das operações como se fosse uma única 
empresa (RIOS; MARION, 2020, p. 132).
Mas como saber se uma empresa tem controle sobre outra? O CPC 36 (R3) 
aponta que o investidor controla a investida se, e somente se, o investidor possuir todos 
os atributos seguintes:
24
(a) poder sobre a investida: possui direitos que lhe permitam dirigir as atividades 
relevantes da investida.
(b) exposição a, ou direitos sobre, retornos variáveis decorrentes de seu 
envolvimento com a investida: retornos resultantes do envolvimento com a investida 
variam conforme o resultado de desempenho da investida.
(c) a capacidade de utilizar seu poder sobre a investida para afetar o valor de 
seus retornos: consegue usar seu poder para afetar seus retornos.
Outro detalhe fundamental é que a controladora precisa apresentar as 
participações de não controladores separadamente do patrimônio líquido dos proprietários 
da controladora. Sempre que a controladora não possuir 100% da controlada, existe a 
figura do não controlador, que seria a participação minoritária, a parte do patrimônio 
líquido que não é possuída pela controlada, nem direta nem indiretamente.
FIGURA 6 – ESTRUTURA SOCIETÁRIA – CONTROLADORA E CONTROLADAS
FONTE: Adaptado de <https://www.blbbrasil.com.br/blog/cpc-44-cpc-36-demonstracoes-
combinadas-consolidadas/>. Acesso em: 24 mar. 2022. 
Na imagem, a Alfa seria a Controladora (holding), que possui 100% de participação 
societária nas controladas Beta e Gama. Agora que compreendemos a parte teórica das 
Demonstrações Consolidadas, vamos ver um exemplo real de uma Demonstração de 
Resultados, da empresa Metisa S.A.
25
TABELA 1 – DEMONSTRAÇÃO CONSOLIDADA DA METISA S.A.
FONTE: <https://www.metisa.com.br/wp-content/uploads/2021/03/31-12-2020_RB_Balanco-
METISA-2020.pdf>. Acesso em: 25 mar. 2022.
Está marcado em vermelho o local em que se apresentam as informações 
consolidadas. No outro lado, constam os valores da Controladora, que seria considerada 
a Demonstração Individual. 
8 APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS SEPARADAS
Pode ocorrer de algum investidor ou credor solicitar à investidora as Demonstrações 
Contábeis Separadas, ou seja, pedir que apresente suas demonstrações separadamente 
do grupo. É para tratar dessas questões que foi criado o CPC 35 (R2) (2012). 
Um detalhe importante é que “as demonstrações contábeis em que a entidade 
não possui investimentos em controlada, em coligada ou em empreendimento controlado 
em conjunto não são consideradas demonstrações separadas” (CPC, 2012, s. p.). Mas não 
é muito comum a solicitação dessas Demonstrações Separadas, em geral, a situação 
apresentada nas Demonstrações Consolidadas acaba sendomais condizente com a 
realidade da controladora, ou seja, mais coerente com o objetivo de análise dos usuários.
26
9 APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS COMBINADAS
As Demonstrações Combinadas não advêm de normas do IFRS, mas pela 
necessidade da realidade das práticas brasileira, culminando na criação do CPC 44 (2011). 
Também não há previsão legal na lei societária brasileira, por isso, não há obrigatoriedade 
de elaboração dessas demonstrações. No CPC 44 (2011, s. p.), é explicado de forma bem 
didática o que seriam as Demonstrações Combinadas:
A entidade que controle uma ou mais entidades e elabore relatórios 
contábeis-financeiros, deve apresentar demonstrações contábeis 
consolidadas. No entanto, nem todas as entidades controladoras 
elaboram relatórios financeiros. Por exemplo, a entidade controladora 
pode ser um indivíduo ou grupo de indivíduos, tais como uma família. 
Se este for o caso, demonstrações contábeis combinadas podem 
fornecer informação importante sobre entidades sob controle 
comum, como um grupo.
Ou seja, no caso das Demonstrações Combinadas, não existe a figura de uma 
controladora, mas de um grupo de entidades sob controle comum. Imagine uma pessoa 
física que tenha controle de entidades; pois bem, não existe previsão para elaboração 
de Demonstrações Financeiras de uma pessoa física, correto? Logo, pode-se criar as 
Demonstrações Combinadas, que fornecem as informações necessárias para a análise 
pelos usuários.
FIGURA 7 – ACIONISTA COMO ENTIDADE CONTROLADORA
FONTE: <https://www.blbbrasil.com.br/blog/cpc-44-cpc-36-demonstracoes-combinadas-
consolidadas/>. Acesso em: 25 mar. 2022.
Na imagem, temos o acionista como entidade controladora. No caso, o Sr. 
Oliveira, como pessoa física, detém 100% da participação societária das empresas Alfa 
Oliveira, Beta Oliveira e Gama Oliveira.
Deu para compreender os aspectos iniciais de uma Análise das Demonstrações 
Contábeis? Já aprendemos tanta coisa até agora... e ainda tem muitos conhecimentos 
sensacionais pela frente. Vamos lá?
27
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A análise das Demonstrações Financeiras acontece com a extração dos dados das 
Demonstrações Financeiras, seguida do cálculo dos indicadores e interpretação de 
informações quantitativas e qualitativas, e sua posterior utilização para a tomada 
de decisões.
• Há vários usuários das Demonstrações Financeiras, entre eles os administradores 
das empresas, investidores, fornecedores, bancos, entre outros. Cada usuário possui 
um objetivo diferente e demanda informações diferentes para realizar sua análise. 
• Para garantir uma análise mais assertiva, há a padronização dos registros contábeis 
e das demonstrações financeiras, a fim de deixar o mais claro possível a realidade 
econômico-financeira da empresa. 
• Os elementos das Demonstrações Contábeis são: ativo, passivo, patrimônio 
líquido, receitas e despesas. Os critérios de reconhecimento são a Relevância e a 
Representação Fidedigna.
• Além das Demonstrações Financeiras individuais das entidades, há casos em 
que se apresentam Demonstrações Consolidadas, Demonstrações Separadas e 
Demonstrações Combinadas.
RESUMO DO TÓPICO 1
28
1 Os registros contábeis evidenciam os eventos ocorridos na entidade, mas não são 
um fim em si mesmos. Tais registros agrupados fornecem saldos constantes nas 
Demonstrações Contábeis/Financeiras. Qual é a importância da análise dessas 
Demonstrações Contábeis? Justifique.
2 É sabido que muitos são os usuários das Demonstrações Contábeis, cada um 
deles possuindo objetivos diferentes durante uma análise. Refletindo sobre o que 
estudamos até aqui, você como estudante também pode se considerar um usuário 
das Demonstrações? Qual seria a finalidade de utilização das Demonstrações para 
um acadêmico em sua formação profissional?
3 No caso em que dois usuários das Demonstrações (externos à empresa) decidem 
analisar a mesma entidade, partindo do pressuposto de que as informações a que 
tenham acesso são as mesmas: os resultados de ambos serão iguais? Explique 
sua resposta.
4 Um dos tipos de usuários das Demonstrações é o Cliente. Partindo das informações 
expostas até o momento, qual das sentenças a seguir apresenta o risco corrido por 
uma empresa que concentra a maior parte de suas vendas em um único Cliente?
a) ( ) Foco em um mesmo cliente dá maior liberdade a ele para cobrança de ajustes na 
administração da empresa.
b) ( ) Diminuição da rentabilidade da empresa, pois as opções de venda são reduzidas 
e, consequentemente, o seu alcance diminui.
c) ( ) Caso o cliente tenha problemas de capacidade de pagamento ou de continuidade 
das operações, a empresa será afetada também pois depende muito do cliente.
d) ( ) Seu processo de modernização precisa ser constante, para manter o cliente 
afastado dos concorrentes.
5 Os elementos das Demonstrações são o Ativo, o Passivo, o Patrimônio Líquido, as 
Receitas e as Despesas, e o conhecimento sobre eles é necessário e básico para a 
compreensão da contabilidade. Sobre os elementos das Demonstrações Financeiras, 
associe os itens, utilizando o código a seguir:
I- Ativo
II- Passivo
III- Patrimônio Líquido
IV- Receitas
V- Despesas
AUTOATIVIDADE
X
Correto
29
( ) São reduções nos ativos, ou aumentos nos passivos, que resultam em reduções 
no patrimônio líquido, exceto aqueles referentes a contribuições de detentores de 
direitos sobre o patrimônio.
( ) Participação residual nos ativos da entidade após a dedução de todos os seus 
passivos.
( ) Obrigação presente da entidade de transferir um recurso econômico como resultado 
de eventos passados.
( ) São aumentos nos ativos, ou reduções nos passivos, que resultam em aumentos 
no patrimônio líquido, exceto aqueles referentes a contribuições de detentores de 
direitos sobre o patrimônio.
( ) Recurso econômico presente controlado pela entidade como resultado de 
eventos passados.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) IV – I – V – III – II.
b) ( ) II – III – IV – I – V.
c) ( ) I – V – III – II – IV.
d) ( ) V – III – II – IV – I.
6 Há um longo caminho que precisa ser percorrido até que as Demonstrações estejam 
prontas para serem utilizadas. Sobre os processos de análise das Demonstrações, 
ordene os itens a seguir:
I- Elaboração das Demonstrações Contábeis e informações.
II- Utilização dos dados para tomada de decisões.
III- Ocorrência dos fatos e eventos econômicos e financeiros.
IV- Realização do processo contábil.
V- Implementação da técnica de análise das Demonstrações Contábeis.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
a) ( ) III – V – I – II – IV.
b) ( ) I – IV – V – III – II.
c) ( ) II – III – I – IV – V.
d) ( ) V – II – III – I – IV.
V
III
I
IV
II
X
I
IV
III
IV
x
II
1 - Por meio da análise das Demonstrações Contábeis, vários usuários
diferentes obtêm informações sobre a situação financeira, econômica
e patrimonial de uma entidade, com as quais conseguem realizar
tomadas de decisões.
2- Sim, pois por meio das Demonstrações Contábeis podemos nos familiarizar e entender melhor como uma empresa funciona, como são as tomadas de decisões dessas empresas, ver como são feitas essas demonstrações, compreender melhor seus indicadores e entender melhor suas funções e como são vistas por cada tipo de usuário, e além disso aprofundar ainda mais sobre o assunto que está sendo abordado nessa matéria.
Correto
Correto
30
3 - Não, pois cada um pode ter um objetivo de análise diferente, assim chegando em resultados diferentes mesmo tendo as mesmas informações.
31
ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES 
FINANCEIRAS – PARTE 1
1 INTRODUÇÃO
UNIDADE 1 TÓPICO 2 - 
Neste tópico, vamos iniciar a compreensão de como é a Estrutura das 
Demonstrações Financeiras, que são as seguintes: 
• Balanço Patrimonial (BP).
• Demonstração do Resultado (DRE).
• Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL).
• Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA) – pode

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