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EBOOK UNIDADE 2

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23/03/2022 21:17 SU-BL2-HOS_HISPAT_19_E_2
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=vUZiK4KvyNjP79peuJp3gQ%3d%3d&l=ZLBYH9xlrPlbd5aUXCcp%2bQ%3d%3d&cd=G0LM… 1/21
Unidade 2 - Monumento, monumento
histórico e as razões culturais da
viagem
Christiane Alves Faria
Iniciar
Introdução
O que entendemos como patrimônio? Será que podemos classi�car como cultural tudo o que
nos rodeia como um bem? Como se classi�cam os bens materiais e os motivos dessa
classi�cação? É isso o que estudaremos nesta unidade.
Vamos entender o que é um tombamento histórico e como o Brasil chegou, no decorrer da sua
formação populacional, nessa diversidade cultural e compreender como podemos classi�cá-las,
registrá-las e protegê-las através de leis junto às entidades governamentais. O entendimento de
cultura material e imaterial, as diferentes classi�cações de patrimônio, sua importância e sua
história serão tratados nesta unidade.
Portanto, estude o conteúdo com atenção para a realização das atividades, atente-se às
normas, tente entender e identi�car o patrimônio brasileiro sob a ótica do turismo, bem como
pelas entidades zeladoras, a �m de compreender como esse processo de turismo cultural deve
ser tratado com cuidado.
Acessem o material complementar para melhor aprimoramento e compreensão dos temas.
Bons Estudos!
23/03/2022 21:17 SU-BL2-HOS_HISPAT_19_E_2
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1. O conceito de patrimônio
histórico e artístico
Segundo o Iphan (2017), na teoria, Patrimônio é o conjunto de vários fatores e ou singularidade
e até mesmo características únicas. Por exemplo: a biodiversidade e o ecossistema de
determinados locais, o fator estético, artístico, documental, cientí�co, antropológico, religioso,
histórico, espiritual e outros. Segundo o mesmo instituto, a de�nição de Patrimônio pode ser
dividida em: Bem Móvel: são coleções arqueológicas, documentais, bibliográ�cos, videográ�cos,
fotográ�cos, cinematográ�cos, acervos museológicos, etc; Bem Imóvel ou Natural: são os
núcleos urbanos, sítios arqueológicos e paisagísticos e bens individuais, etc.
Tratando-se de patrimônio artístico, podemos dizer que uma coleção de obras consideradas de
elevado valor artístico é um bem cultural. Temos como exemplo renomadas obras de pintura,
arquitetura ou escultura. Essas obras, que possuem reconhecido valor artístico, costumam ser
usadas como reserva de valor, ou seja, foi a forma encontrada também de proteger o
patrimônio pessoal contra alguma crise, que pode ser também usado no balanço �nal.
Obras de autores conhecidos como Tarsila do Amaral, Pablo Picasso, Vincent Van Gogh também
podem ser usados como especulação, no caso de futuro aumento de cotação das suas obras.
Saiba mais
É possível visitar os museus do mundo sem sair de casa. Descubra as maravilhas desses
lugares. Acesse aqui .
https://www.greenme.com.br/viver/arte-e-cultura/4938-10-museus-visitar-sem-sair-de-casa
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https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=vUZiK4KvyNjP79peuJp3gQ%3d%3d&l=ZLBYH9xlrPlbd5aUXCcp%2bQ%3d%3d&cd=G0LM… 3/21
Figura 1 - MONA Lisa (1503 - 1506) de Leonardo da Vinci. 2018 
Figura 2 - ABAPORU (1928) de Tarsília do Amaral. 
Fonte: Pensador. 
Figura 3 - A NOITE Estrelada (1889) de Vincent Van Gogh. Fonte: Pensador, 2019 
“A imagem que a expressão “patrimônio histórico e artístico” evoca entre as pessoas é a de um conjunto de
monumentos antigos que deveríamos preservar, ou porque constituem obras de arte excepcionais, ou por
terem sido palco de eventos marcantes, referidos em documentos e em narrativas dos historiadores.
Entretanto, é forçoso reconhecer que essa imagem, construída pela política de patrimônio conduzida pelo
Estado por mais de sessenta anos está longe de re�etir a diversidade, assim como as tensões e os con�itos
que caracterizam a produção cultural do Brasil, sobretudo a atual, mas também a do passado” ( ABREU;
CHAGAS; LONDRES FONSECA, 2003, p.59 ).
A interpretação depende da história e da sociedade desse patrimônio, e é realizada por
pro�ssionais como museólogos, sociólogos, arquitetos, historiadores, turismólogos, entre
outros.
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É importante lembrarmos que, em se tratando de um patrimônio histórico ou artístico, são
necessárias medidas de proteção para a manutenção do mesmo. Essas medidas são realizadas
através de muito estudo e acompanhamento de entidades públicas, desde sua identi�cação,
captação e manutenção. Até chegarmos formalmente a um patrimônio cultural devidamente
protegido por lei.
A sociedade contemporânea exige que esses patrimônios não sejam de difícil entendimento
popular e que também haja um acesso mais fácil a eles do que no século anterior. É necessária
a gestão de um patrimônio em espaços museológicos de compreensão ou fruição, conforme
explica Funari:
“Em função disso, é urgente e primordial fornecer a turismólogos, historiadores e aos quadros locais dos
municípios envolvidos com planos de desenvolvimento cultural a formação necessária e continuada acerca
dos instrumentos de reconhecimento, de apreensão e de preservação do patrimônio histórico, artístico e
cultural que compõe um acervo memorialístico que se apresenta ao público.” ( FUNARI; PINSKY; MELO
NETO, 2007, p.56 ).
1.1 O Brasil e a formação do seu patrimônio
cultural
Conforme nos esclarece Souza (2005), a respeito da ampliação dos conceitos de patrimônios e a
criação do conceito de patrimônio imaterial:
“A adoção deste conceito por parte de órgãos internacionais como a Unesco se deu dentro do contexto do
pós-guerra. Foram reconhecidos os direitos humanos em âmbito internacional. O redirecionamento das
preocupações mundiais foi fator importante para que o mundo enxergasse novos patrimônios e de
desprendesse do reducionismo artístico e histórico. As convenções e os tratados internacionais re�etem o
despertar para o dinamismo inerente às manifestações culturais: Convenção sobre a Proteção do
patrimônio Mundial Cultural e Natural, Recomendação sobre a Salvaguarda da Cultura Tradicional e
Popular, ambas aprovadas pela UNESCO respectivamente em 1972 e 1989, Convenção de Diversidade
Biológica, assinada durante a ECO 92, Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural, de 2001, e
Convenção para a Salvaguarda do patrimônio Cultural Imaterial, de 2003, todas elas são importantes na
contextualização acerca da nova concepção de patrimônio cultural. ( Souza,2005, p.7 ).
Segundo Finazzi Porto (2015), a Constituição Brasileira de 1988 pautou-se na proteção do
patrimônio cultural sob a ótica do seu conceito antropológico e da Declaração Universal de
Direitos do Homem de 1948 para a criação dos art. 215 e 216. Nossa a Carta Magna tem um
capítulo exclusivo à cultura, onde reconhece o patrimônio como material e imaterial.
Entendendo o conceito de patrimônio cultural e imaterial equiparando às manifestações que
ocorrem na interação social, as formas de se fazer, viver e ou recriar algo, a língua, a dança e os
costumes, entre outros. Os artigos também preveem formas de proteção e resguardo do
patrimônio cultural dos grupos formadores de nação.
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Nos primeiros anos o Iphan trabalhou para a�orar a sensibilização da população para entender
o ao valor e à importância do acervo cultural que são os  edifícios que fazem parte dos núcleos
tombados e dos bens móveis neles existentes, com o desejo de proteger o que fosse possível,
principalmente os bens excepcionais de “pedra e cal”, conforme vimos no e-book anterior, ou
seja, toda a arquitetura monumental e as cidades históricas.  Essas ações levaram o Iphana ter
um grande prestígio internacional e deixou um considerável número de bens culturais culturais
salvos do desaparecimento. (POLÍTICA, IPHAN, 2017).
1.2. Políticas públicas de proteção do
patrimônio cultural
Antes de serem implementadas no Brasil, as Políticas Públicas foram originadas nos EUA.
Porém, as políticas públicas brasileiras receberam in�uências dos EUA e também da Europa.
[...] na Europa, a área de política pública vai surgir como um desdobramento dos trabalhos baseados em
teorias explicativas sobre o papel do Estado e de uma das mais importantes instituições do Estado - o
governo -, produtor, por excelência, de políticas públicas. Nos EUA, ao contrário, a área surge no mundo
acadêmico sem estabelecer relações com as bases teóricas sobre o papel do Estado, passando direto para
a ênfase nos estudos sobre a ação dos governos ( SOUZA, 2006, p. 21 ).
O patrimônio Cultural faz parte dos direitos culturais, já estabelecidos pela Constituição.
“A expressão direito cultural surgiu pela primeira vez na história constitucional brasileira com o advento do
art. 215 da Constituição Federal de 5 de outubro de 1988. De acordo com esse artigo, o Estado garantirá a
todos o pleno exercício dos direitos culturais e o acesso às fontes da cultura nacional, além de apoiar a
incentivar a valorização e a difusão das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, bem como das de
outros grupos participantes do processo civilizatório nacional, democratiza o acesso aos bens de cultura e
valoriza a diversidade étnica e regional”. ( FINAZZI PORTO, 2015, p. 95 ).
O conteúdo sobre patrimônio na constituição encontra-se no art. 216. Nele temos as de�nições,
instrumentos, agentes e fundos que devem ser organizados para a preservação do patrimônio
cultural brasileiro. (FINAZZI PORTO, 2015, p 94.).
O art. 216 discorre também sobre os instrumentos que devem ser usados pelo Poder Público,
por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras
formas de acautelamento e preservação. Devemos reforçar que todas essas garantias só
ocorrem após processo o�cial, feito por instância federal, estadual ou municipal. (FINAZZI
PORTO, 2015, p 96.)
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Você quer ler?
Saiba mais sobre os artigos abordados neste tópico. Acesse o texto da Constituição
Federal, em material disponível no site do Senado aqui.
2. A carta internacional sobre
turismo cultural
O ICOMOS, (Conselho Internacional dos Monumentos e dos Sítios) , em 1985, que foi o autor da
Carta patrimonial juntamente com outras organizações internacionais e algumas indústrias de
turismo mostraram re�exão diante do agravamento das desigualdades sociais e as
transformações da sociedade.
Os objetivos da Carta Internacional sobre o Turismo Cultural são quatro. Abaixo vamos
relacioná-los e explicar um a um:
1. Encorajar e facilitar o trabalho dos que participam na conservação e na gestão do
patrimônio cultural a �m de o tornar mais acessível às comunidades de acolhimento e aos
visitantes. 
2. Encorajar e facilitar o trabalho da indústria turística para promover e gerir o turismo no
respeito e valorização do patrimônio e das culturas vivas das comunidades de
acolhimento. 
3. Encorajar e facilitar o diálogo entre os responsáveis pelo patrimônio e pelo turismo, a �m
de compreenderem a importância e a fragilidade dos conjuntos patrimoniais, dos acervos
culturais e das culturas vivas, com o objetivo de as preservar, a longo prazo. 
4. Encorajar os que propõem programas e políticas que tenham por objetivo o
desenvolvimento de projetos precisos e mensuráveis, e estratégias que integrem a
apresentação e a interpretação dos conjuntos patrimoniais, bem como as atividades
culturais, no contexto da sua proteção e da sua conservação. 
https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/CON1988_05.10.1988/art_216_.asp
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PRINCÍPIOS DA CARTA INTERNACIONAL SOBRE O TURISMO CULTURAL:
2.1. O turismo cultural e sua regulamentação
internacional
O turismo cultural é um dos segmentos que mais tem crescido nas últimas décadas em todo o mundo. A
organização dos receptivos, além da melhoria das condições de acesso, com mais meios de transporte,
propiciada pela popularização do transporte aéreo, �zeram com que o turismo não fosse apenas visto pelo
lado do lazer, como ocorria na época de nosso avós. Durante todo o século XX, a prioridade das viagens
familiares era sempre o lazer, com as idas às praias ou montanhas, com o intuito de passar as merecidas
férias de �m de ano. A partir do �nal do século XX, principalmente na década de 1990, aumentou o turismo
dirigido a cidades históricas, como Paraty, Ouro Preto e Olinda, localidades difundidas graças à iniciativa
de grandes formadores de opinião. ( FINAZZI PORTO, 2015, p.48 ).
Segundo o Ministério do Turismo, o Turismo Cultural signi�ca que as atividades turísticas
devem ser realizadas com o foco voltado para os elementos do patrimônio histórico e cultural
juntamente dos eventos culturais, de forma que valorize e promova os bens materiais e
imateriais da cultura.
PRINCÍPIO 1
PRINCÍPIO 2
PRINCÍPIO 3
PRINCÍPIO 4
PRINCÍPIO 5
PRINCÍPIO 6
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É considerado como patrimônio histórico e cultural segundo o Ministério do Turismo (2014), os
bens de natureza material e imaterial, ou seja que expressam ou revelam a memória e a
identidade das populações e comunidades. Esses bens culturais possui valor histórico, artístico,
cientí�co ou simbólico, e que gerem interesse público a ponto de se tornarem atrações
turísticas, como por exemplo: arquivos, edi�cações, conjuntos urbanísticos, sítios
arqueológicos, ruínas, museus, sítio e outros espaços destinados à apresentação ou
contemplação desses bens, também podemos incluir as , manifestações como música,
gastronomia, artes visuais e cênicas, festas e celebrações, como por exemplo o Carnaval e a
Parada LGBT. Esses eventos culturais podem incluir as manifestações que são temporárias, que
seja enquadradas ou não na de�nição de patrimônio, incluindo-se nessa categoria os eventos
gastronômico, religiosos, musicais, de dança, de teatro, de cinema, exposições de arte, de
artesanato e outros.
“A pluralidade da cultura brasileira tem sido aclamada pelos governos e pela sociedade como uma das
principais características do patrimônio do país, ao lado dos recursos naturais, o que pode signi�car para
o turismo a possibilidade de estruturação de novos produtos diferenciados, com o consequente aumento
do �uxo de turistas. O grande mérito desta possibilidade é fazer do turismo uma atividade capaz de
promover e preservar a nossa cultura. Nesse caso, cultura e turismo con�guram, em suas diversas
combinações, um segmento denominado Turismo Cultural – que se materializa quando o turista é
motivado a se deslocar especialmente com a �nalidade de vivenciar aspectos e situações que podem ser
considerados particularidades da cultura”.        (
HTTP://WWW.DOMINIOPUBLICO.GOV.BR/PESQUISA/PESQUISAOBRAFORM.JSP, 2006 )
No entanto, o Brasil não tem conseguido, historicamente, garantir o desenvolvimento do
turismo local.
“O Brasil tem os patrimônios naturais e a biodiversidade mais ricos do planeta, mas seu potencial turístico
é limitado por de�ciências em segurança, infraestrutura, mão de obra e outros fatores. Essa é a conclusão
do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês). Numa lista de 136 países, o Brasil aparece em
primeiro lugar em potencial de recursos naturais, mas perde competitividade em quase todos os outros 13
itens listados.No ranking geral, �ca na 27ª posição.” ( BRASIL, G1, 2017, p.1 ).
Conforme descrito acima, o Brasil está no 22º posição do ranking da WEF entre os países da
América Latina, por conta das melhorias na sustentabilidade, atendimento, saúde e
infraestruturas. No entanto para que seja compatível com os países das primeiras posições
nesse ranking, o governo atualiza constantemente as leis e regras de cada setor para cada
setor, seja turismo rural, a parques nacionais, arqueológicos, etc. São  leis podem ser acessíveis
no site do Ministério do Turismo e estão disponíveis aos público, como a Portaria Nº 27, que
“estabelece requisitos e critérios para o exercício da atividade de Guia de Turismo e dá outras
providências.”
Em 17 de setembro de 2008, foi aprovada a Lei Nº 11.771, intitulada como LGT (Lei Geral do
Turismo), que “dispõe sobre a Política Nacional de Turismo, de�ne as atribuições do Governo
http://www.dominiopublico.gov.br/PESQUISA/PESQUISAOBRAFORM.JSP
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Federal no planejamento, desenvolvimento e estímulo ao setor turístico; revoga a Lei no 6.505,
de 13 de dezembro de 1977, o Decreto-Lei no 2.294, de 21 de novembro de 1986, e dispositivos
da Lei no 8.181, de 28 de março de 1991; e dá outras providências”. (PRESIDÊNCIA DA
REPÚBLICA CASA CIVIL SUBCHEFIA PARA ASSUNTOS JURÍDICOS, 2008).
A LGT (Lei Geral do Turismo) reuniu as diversas normas relativas ao turismo que estavam
desalinhadas na legislação brasileira, na qual havia interpretações diferentes e confusas, e as
alinhou de forma a desenvolver o setor de turismo.
2.2. Regulamentos e leis
“Brasília (03/12/2010) – O Diário O�cial da União publicou hoje o Decreto 7.381 que regulamenta a Lei do
Turismo. Dividida em dez capítulos, a legislação de�ne as atribuições das instâncias responsáveis pelo
planejamento, desenvolvimento e estímulo ao setor e as regras para cadastramento, classi�cação e
�scalização dos prestadores de serviços turísticos. Disciplina ainda as atividades das empresas do setor.” (
MINISTÉRIO DO TURISMO, 2010)
Esse decreto trata da relação de consumo entre turista e empresa, que em acordo com o
Código de Defesa do Consumidor regula as atividades de hospedagem, das agências de
turismo, das empresas que abrangem o serviço de turismo como organizadoras de eventos,
parques temáticos, etc, sendo assim essas empresas ter a necessidade de se cadastrar no
sistema Cadastur, conforme descrito pelo Ministério do Turismo (2010).
Ainda segundo o Ministério do Turismo, a sustentabilidade ambiental da atividade turística é
outro foco do decreto. Toda a parte física de sua construção até o funcionamento de
estabelecimentos de turismo que podem ser poluidores, por exemplo, devem te licenciamento
ambiental. Bem como, a qualquer atividade de turismo na Antártica, por parte de operadoras
brasileiras, deverá ser aprovada pelo Ministério do Turismo. A legislação também é responsável
por  todas as regras que garantam boas condições de higiene, salubridade e segurança para o
usuário.
Um exemplo, a íntegra do Decreto 7.381 que regulamenta a Lei do Turismo pode ser acessada
através planalto.gov, conforme descreve o decreto em si:  “Regulamenta a Lei no 11.771, de 17
de setembro de 2008, que dispõe sobre a Política Nacional de Turismo, de�ne as atribuições do
Governo Federal no planejamento, desenvolvimento e estímulo ao setor turístico, e dá outras
providências.” Portanto, existem atividades que necessitam de aprovação prévia do governo
por termos leis e regras a serem cumpridas pelas empresas de turismo e suas parcerias e
 �liadas.
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3. O patrimônio cultural: teorização
Quando pensamos em patrimônio, logo imaginamos dinheiro, posses, terras, fábricas, ações e heranças.
mas também pensamos naquilo que nossos ancestrais nos deixaram como legado no sentido amplo, ou
seja, naquelas coisas, objetos e lugares deixados para as gerações vindouras. ( FINAZZI PORTO, 2015, p.23
)
A partir do pensamento de posse individual para se ter a noção de bem coletivo, o qual é
entendido como um legado comum, algo conjunto, que tem importância primordial para a
conformação de um povo é necessário lermos essa de�nição de patrimônio. Segundo Finazzi
Porto (2015) “Dessa forma, constituiu-se em um conjunto de bens, expressões, signi�cados,
realidade, paisagens e modos de vida que compõem determinada civilização, nação, tribo ou
povo”...Logo o patrimônio que não seja individual, está dentro de um tempo, relacionado a um
povo, e que transmite memória coletiva e não apenas individual e que precisa de conservação
para que se permaneça na história. Sem devida conservação através dos anos, sua existência
pode ser comprometida. Portanto, o que chamamos de preservação do patrimônio é de
importância capital para a civilização humana.
Para melhor exempli�car a teoria sobre patrimônio, temos as categorias classi�cadas pelo
Iphan conforme abaixo segundo o Iphan:
Patrimônio Cultural Material:
O patrimônio material protegido pelo Iphan é composto por um conjunto de bens culturais
classi�cados segundo sua natureza, conforme os quatro Livros do Tombo: arqueológico,
paisagístico e etnográ�co; histórico; belas artes; e das artes aplicadas. Os bens tombados de
natureza material podem ser imóveis como os cidades históricas, sítios arqueológicos e
paisagísticos e bens individuais; ou móveis, como coleções arqueológicas, acervos
museológicos, documentais, bibliográ�cos, arquivísticos, videográ�cos, fotográ�cos e
cinematográ�cos. (patrimônio, Iphan, 2014).
Patrimônio Cultural Imaterial:
Os bens culturais imateriais estão relacionados aos saberes, às habilidades, às crenças, às
práticas, ao modo de ser das pessoas. Desta forma podem ser considerados bens imateriais:
conhecimentos enraizados no cotidiano das comunidades; manifestações literárias, musicais,
plásticas, cênicas e lúdicas; rituais e festas que marcam a vivência coletiva da religiosidade, do
entretenimento e de outras práticas da vida social; além de mercados, feiras, santuários, praças
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e demais espaços onde se concentram e se reproduzem práticas culturais. (patrimônio, Iphan,
2014).
No Brasil, a ideia de patrimônio cultural foi construída ao longo de um processo histórico que
conformou um campo da política pública e também um campo de estudos acadêmicos. Embora
o marco legal para a política de patrimônio imaterial seja a Constituição Federal de 1988,
Fonseca (2005, p. 99) observa que o anteprojeto de criação do Serviço do patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (SPHAN), elaborado por Mário de Andrade em 1936, já apresentava a ideia de
que fatos culturais, hoje chamados de imateriais ou intangíveis, teriam interesse patrimonial
para os poderes públicos. Entretanto, o projeto efetivo de criação da instituição não deu ênfase
a este aspecto. (patrimônio, Iphan, 2014).
Patrimônio da Humanidade:
patrimônio Mundial ou ainda patrimônio da Humanidade é uma região ou área (denominadas
"sítios") que vem a ser considerado pela comunidade cientí�ca de inigualável e fundamental
importância para a humanidade. Pode vir a ser um único monumento ou construção, ou o
conjunto arquitetônico delimitado em uma cidade, vila ou região, ou toda a área, pode ser uma
única caverna, ou vale, ou toda a região devido ao seu valor histórico, arqueológico, natural,
ambiental, ou um conjunto desses fatores e vem a ser reconhecida pela UNESCO fazer parte da
Lista do patrimônio Mundial, também se inclui na lista, pela importância e singularidade,
manifestações e rituais, como outros,reconhecendo sua dimensão histórica, praticado por
algumas comunidades ou povos. (patrimônio, Iphan, 2017).
3.1. Entendendo a teorização do patrimônio
Conforme o IPHAN: O que a Roda de Capoeira, o Samba de Roda do Recôncavo Baiano (BA), à
Arte Kusiwa - Pintura Corporal (AP), ao Frevo (PE) e o Círio de Nazaré (PA), têm em comum?
Todos possuem o título de patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, reconhecido pelo
Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda da UNESCO (Organização das Nações Unidas
para a Educação, Ciência e a Cultura). (patrimônio, Iphan, 2017)
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Imagem 4 - Arte de pintura corporal dos índios Wapaji. Foto: Iphan/Heitor Reali 
Na lista de bens imateriais brasileiros estão a festa do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, a
Feira de Caruaru, o Frevo, a capoeira, o modo artesanal de fazer Queijo de Minas e as matrizes
do Samba no Rio de Janeiro. (patrimônio, Iphan, 2017)
Entre os bens materiais brasileiros estão os conjuntos arquitetônicos de cidades como Ouro
Preto (MG), Paraty (RJ), Olinda (PE) e São Luís (MA) ou paisagísticos, como Lençóis (BA), Serra do
Curral (Belo Horizonte), Grutas do Lago Azul e de Nossa Senhora Aparecida (Bonito, MS) e o
Corcovado (Rio de Janeiro). (patrimônio, Iphan, 2017)
Imagem 6 - Praça Tiradentes em Ouro Preto MG. Fonte: Acervo Iphan 
3. 2. Classificação e inventário patrimonial.
Não é de hoje que o inventário tem sido utilizado como instrumento destinado a se conhecer e proteger o
patrimônio cultural brasileiro. Quando a sociedade brasileira, através de seus intelectuais e lideranças,
iniciou, nos anos 20 do século passado, a luta pela preservação do nosso patrimônio cultural, a
preocupação com a institucionalização do inventário veio formalmente à tona. ( SOUZA MIRANDA, 2008 )
Para salvaguardar um bem, é preciso cumprir uma série de procedimentos, pelo município,
pelo estado, ou pelo país. É  através dos órgãos públicos que temos as principais ferramentas
que executam de forma legal esse processo: O inventário, o registro e o tombamento.
"Assim concebido, o inventário poderá ser a base de uma nova política de preservação, que, ao invés de
tutelar apenas os bens excepcionais normalmente produzidos pelas elites, buscará administrar o
patrimônio amplo e pluralista construído por todos os brasileiros"( AZEVEDO, 2008, p.82 ).
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“O inventário, segundo Finazzi Porto (2015): é um conjunto de itens de determinado âmbito,
que atendem a um padrão especí�co. Podemos fazer o inventário de móveis, imóveis, bens
naturais, bens materiais, entre outros elementos. É possível ainda os relacionar com fatos
ocorridos ali, criando assim um dossiê sobre essa localizada de ou sítio, ou mesmo monumento
ou bem móvel. Trata-se de um processo de coleta de informações, com uma metodologia
apropriada e a busca de comprovação da origem de todas as peças e fatos ocorridos”.
O registro se constitui em um instrumento de salvaguarda. Ao contrário do tombamento, cujo
objetivo é a preservação das características originais de uma obra - seja móvel, seja imóvel -, o
registro trata apenas de salvaguardar o desejo de uma comunidade em manter viva uma
tradição, que pode vir a sofrer mudanças com o tempo. Um exemplo é o modo de produção de
queijo em Minas Gerais, cujo registro preservar e repassar o saber do ofício da fabricação de
queijo tipo minas, difundido em todo o Brasil. (FINAZZI PORTO, 2015, p 97.)
De acordo com o documento do Iphan, o embasamento do ato de tombamento e a legitimidade
para a atuação do instituto nas cidades se dão pelo Processo de Tombamento, que deve ser,
portanto, corretamente instruído. A Portaria n. 11, de 11 de setembro de 1986 (Iphan,1986),
regulamentou sua organização, determinando a apresentação, de forma clara e organizada, de
instrução técnica contendo os aspectos necessários à compreensão do objeto a ser tombado
(como localização, contextualização histórica, análise dos principais elementos, caracterização e
propriedade)e, principalmente, a justi�cativa para que ele seja considerado patrimônio
nacional. O processo de tombamento é administrativo e, além do número de protocolo
vinculam-se à chamada "série histórica" (ou série "T"), que enumera sequencialmente todos os
processos já abertos pelo Iphan. Esse controle é feito pelo Arquivo Central situado no Palácio
Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro. (FINAZZI PORTO, 2015, p.99).
4. A turistificação do patrimônio
O turismo nacional e internacional foi e continua a ser um dos principais veículos do
intercâmbio cultural. Proporciona experiências pro�ssionais, não só a partir da observação dos
vestígios do passado, mas também através do contacto com a vida atual de outros grupos
humanos.
Patrimônios brasileiros como as cidades de Ouro Preto, Olinda, São Luiz, entre outras,
passaram por muitas di�culdades onde suas comunidades não tenham mais esperança de
manter viva sua história para as futuras gerações. São cidades que vivem um dilema eterno,
pois como sobreviver a era moderno e se manter com o seus bens sem alteração? Como
manter a economia da cidades, os empregos de forma que não mudem sua história? O
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passado, por não ser mais produtivo, engenhoso, tecnológico, perde atratividade para os
menos avisados, gerando uma sensação de abandono -ou atraso, melhor dizendo.
É nesse momento que o turismo desempenha um papel importante para o desenvolvimento
sustentado desses lugares, porém é necessário ter muito cuidado para a atividade turística não
acabar com com culturas centenárias e, muitas vezes, milenares. A falta de cuidado dos turistas
em determinadas festas como o carnaval em Salvador onde as pessoas urinam nas ruas mesmo
tendo banheiro químico distribuído pelas ruas, a depredação que ocorre no Rio de Janeiro por
exemplo, a extração de materiais sem autorização em Diamantina, são exemplos de problemas
que o turismo pode trazer se não houver uma regulamentação e �scalização presente.
No entanto devemos lembrar que o turismo também pode ser um fator preponderante para a preservação
da natureza, como acontece com o Pantanal e na Amazônia hoje, locais onde a visitação turística tem
trazido recursos �nanceiros e possibilidade da preservação da cultura e da fauna e �ora. ( FINAZZI PORTO,
2015, p.205 ).
É, pois, cada vez mais reconhecido como uma força positiva que favorece a conservação do
patrimônio natural e cultural. O turismo pode aproveitar as vantagens económicas do
patrimônio e utilizá-las para a conservação deste, criando recursos, desenvolvendo a educação
e reorientando as políticas.
Cuidar de uma patrimônio é um constante desa�o econômico para numerosos países e regiões,
mas é um fator importante de desenvolvimento, se for gerido com sucesso e que traz
benefícios para a região, os nativos e o país..
4.1. Cultura e patrimônio
Existem claras aproximações entre o método de história e o método do turismo cultural
quando observamos as duas disciplinas em seu fazer teórico-prático. O historiador, a partir do
seu lugar social, sensibiliza-se por um objeto do passado e, através de fontes documentais de
variada espécie, busca compreender esse objeto e construir, a partir de sua apreensão, uma
interpretação desveladora de acontecimentos, de ações humanas, en�m, de culturas passadas.
Essa interpretação para ele e para o seu público, é o modelo possível daquilo que pode ter
ocorrido em um contexto, muitas vezes, bem distante do momento de vivência de ambos.
Parte, portanto, do tempo presente e apresenta hipóteses sobre o passado, enunciandopossíveis soluções para um problema dado. (MENESES, 2006, p.41).
Meneses (2006) explica que “o exercício teórico e prático do turismólogos que se dedica ao
planejamento e desenvolvimento de um turismo cultural tem sua base fundamental na
interpretação de manifestações culturais que ele apreende, inventaria, documenta e
transforma esses conhecimentos em momento de abstração e de fruição prazerosa”, ou seja,
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que através dos olhos desses pro�ssionais, é possível que os turistas, assim como os nativos,
tenham uma dimensão sobre o signi�cado do patrimônio para apreciá-lo e ainda .... “Parte, na
maioria das vezes, de interpretação histórica, antropológicas e sociológicas, de uma tradição de
saberes, mas, cada vez mais, abre-se para novas interpretações, acadêmicas e para novas
manifestações recentes, em uma dinâmica que a indústria cultural estimula e promove”.... ou
seja, se bem apresentados, os projetos e planos sobre a atratividade, em conjunto com as
instituições responsáveis, é possível que todos se bene�ciem.
São esses pro�ssionais que estudam e trabalham diariamente para salvar muitas vezes uma
cultura já esquecida em prol de ter a possibilidade de mostrar aos mundo um costume ou
época já esquecidos, ou ainda mais difícil, devido muitas vezes a questões burocráticas e
�nanceiras que seja mantidas. Esses mesmos pro�ssionais, podem trabalhar em conjunto ou a
obra de um servir de base ou complemento para outro ou ambos terem uma interpretação
interdisciplinar.
4.2. Diversidades Culturais
Diversidade é um termo que diz respeito a variedade, seja de ideias, crenças, costumes, origens,
etc. A convivência de pessoas diferentes, ideias, características ou elementos diferentes entre si,
em determinado assunto, situação ou ambiente. Já cultura é um termo com várias acepções,
seria todo o complexo de conhecimento, crenças, moral, arte, costumes e hábitos de uma
determinada sociedade.
O povo brasileiro realmente é novo, tanto numérica quanto socialmente. Os traços das etnias
que o formam são recentes. Esse vertiginoso crescimento que se deu a partir do início do
século XX, fortemente ancorado no sincretismo e na miscigenação do século XIX, forma um
novo povo. Ainda segundo Darcy Ribeiro (1995):
“Novo por que surge como uma etnia nacional, diferenciada culturalmente de suas matrizes formadoras,
fortemente mestiçada, dinamizada por uma cultura sincrética e singularizada pela rede�nição de traços
culturais delas oriundo. Também novo porque se vê a si mesmo e é visto como uma gente nova, um novo
gênero humano diferente de quantos existiam. Povo novo, porque é um novo modelo de estruturação
societária, que inaugura uma forma singular de organização socioeconômica, fundada num tipo renovado
de escravismo e numa servidão continuada ao mercado mundial. Novo inclusive, pela inverossímil alegria e
espantosa vontade de felicidade, num povo tão sacri�cado, que alenta e comove a todos os brasileiros”.
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Imagem 6 - Diversidade cultural do Brasil. Fonte: Só Geogra�a. 
“Essa conformação poderia ter gerado uma sociedade multiétnica, fragmentada e dividida pela
oposição de componentes diferenciados e impossíveis de miscigenação. Ocorre que o Brasil
não se dividiu em minorias raciais, culturais ou regionais, vinculadas a lealdade étnicas próprias
e con�itantes perante a nação. Essa amálgama, apesar de criar uma nova etnia, não desfaz a
diversidade nacional, obtida principalmente por três fatores: o ecológico, dadas a diversidade
ambiental distinta que criou paisagens humanas diversas e a adaptabilidade desse novo povo; o
econômico, que criou formas diferenciadas de modos de produção, como suas diversas formas
de organização social; e, por �m, o migratório, que ajudou a completar essa miscigenação,
especialmente com a presença de europeus, japoneses e árabes”.(FINAZZI PORTO, 2015, p.176).
Foi justamente a nossa miscigenação que criou um povo único e com  modos diversos em um
único país que pode ser notada hoje, como sertanejos do Nordeste, caboclos da Amazônia,
crioulos do litoral, caipiras do Sudeste e Centro-Oeste, gaúchos das campanhas sulistas, além
de ítalo-brasileiros, germano-brasileiros, nipo-brasileiros, entre outras tantas miscigenações
conforme explica Finazzi Porto(2015).
Síntese
Nos estudos realizados nesta unidade, podemos observar que o nosso país, devido a sua
grande diversidade, é um país com ampla possibilidade de atrativo turístico cultural, onde é
possível se sentir em casa, mesmo sendo de outro país  devido a miscigenação que ocorre
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desde a formação do Brasil. Além da diversidade cultural, temos um país rico em sua natureza,
que é um grande atrativo.
Nossas festas, comemorações, se bem organizadas, é um grande propulsor da economia e gera
faturamento considerável pois atrai turismo tanto nacional quanto internacional. Mas também
temos que considerar o desgaste ocasionado devido a essa massi�cação do turismo, e senão
for devidamente controlado por leis, infelizmente não temos um bom desenvolvimento no
setor turístico.
Nossa demanda oscila ainda, mas o conceito de viagem, hoje passou a ser mais considera
cultural do que de descanso, e isso nos leva a questão educacional com relação ao turismo.
Preparar nativos para bem receber turistas sem alterar seus costumes é o desa�o das
instituições que hoje atuam em conservação do patrimônio cultural brasileiro. Entender a
complexidade das políticas públicas hoje aplicadas para a defesa de nosso patrimônio é
essencial para mantermos uma cultura tão rica e diversi�cada e também mantermos o
patrimônio cultural de cada região bem cuidado para que se não se perca na história e no
tempo.
Por todos os aspectos estudados, podemos concluir que nesta unidade foi possível:
● Entender e identi�car o patrimônio brasileiro tombado pelo IPHAN. 
● Compreender como se dá o gerenciamento do patrimônio Histórico Nacional. 
● Compreender a importância do patrimônio Cultural. 
● Conhecer a Carta Internacional sobre Turismo Cultural (1999). 
● Compreender os conceitos de patrimônio cultural material, patrimônio cultural imaterial e
patrimônio da humanidade. 
● Analisar as diferentes classi�cações do patrimônio já estudadas em sala de aula. 
● Identi�car as características culturais e diversidades dos grupos humanos: proximidades e
diferenças e cultura. 
● Conhecer alguns patrimônios brasileiros. 
● Compreender as leis sobre tombamento e que protegem os bens patrimoniais.
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Bibliografia
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