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Tutela – Noções Gerais
Professor: Marcus Vinícius Lima
CONCEITOS GERAIS
Tutela Coletiva: É a tutela voltada a proteção de determinados direitos essencialmente materiais ou eleitos pelo legislador.
 
Por essência – metaindividuais – difusos e coletivos;
Por opção legislativa – Individuais homogêneos.
CONCEITOS GERAIS
1.1. Ação Coletiva e Processo Coletivo
 
Ação Coletiva: Exercício de direito que dá origem à demanda veiculada por um processo coletivo; Processo Coletivo (Didier): corresponde a uma relação jurídica material que depende de um sujeito ativo ou passivo ser um grupo e objeto seja uma relação jurídica coletiva.
 
Classificação Doutrinária 
1.1.1. (Teori Zavaski)
a) Processo Coletivo Comum: conflito objeto da relação jurídica é concreto;
b) Processo Coletivo Especial: conflito é abstrato, teórico, em tese, compatível ou não com a Constitucional Federal.
CONCEITOS GERAIS
1.1.2. (Bruno Dantas)
a) Tutela Metaindividual (transindividual): processos de tutela coletiva;
b) Tutela pluri-individual: incidente de tratamento de questões repetitivas.
 
1.1.3. (Marcelo Abelha Rodrigues)
a) Técnicas individuais de repercussão coletiva: situações coletivas, sem suspensão de demandas individuais, com legitimidade adequada; 
b) Técnicas coletivas de repercussão individuais: situações repetitivas, suspendendo as demandas em curso, qualquer parte no processo pode suscitar.
CONCEITOS GERAIS
1.2. Origem da Tutela Coletiva
Origem Remota
Ação Popular Romana – Instituto que permitia a tutela, pelo cidadão, da coisa pública, vista como direito próprio, ainda que o resultado do processo vinculasse todos os membros da coletividade.
Bill of Peace (sec. XVII) – Nos autos da ação individual, se requeria autorização para que fosse processada coletivamente, evitando a multiplicação de processos.
 
Origem PRÓXIMA
Estudo sobre as Gerações/Dimensões de direitos fundamentais (Karen VasaK);
Mauro Cappelletti e Ryan Garth com a teoria do aprofundamento do acesso à justiça;
Massificação das Relações sociais e processuais.
2. Princípios do Processo Coletivo
2.1. Acesso à Justiça
Impossibilidade de limitação ao Direito de Ação;
Cappelletti afirma a necessidade de desenvolvimento novos instrumentos capazes de levar à juízo, adequadamente, direitos transindividuais.
 
Art. 5º, CF
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
Art. 3º CPC. Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
2. Princípios do Processo Coletivo
2.2. Universalidade da Jurisdição e Isonomia
a) Ada Pellegrini entende que o processo coletivo deve ser garantido a um número cada vez maior de pessoas englobando cada vez mais causas; 
b) Já a isonomia consiste na garantia de uma prestação idêntica em casos que ostentem o mesmo direito natural.
Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
I - assegurar às partes igualdade de tratamento;
 
Boaventura Sousa Santos – “temos o direito de ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza”.
2. Princípios do Processo Coletivo
2.3. Segurança Jurídica
A interpretação definitiva de um Tribunal pode garantir tratamento igual a todos, obedecendo o entendimento fixado.
 
2.4. Economia Processual
MACROSCÓPICA - Consiste na redução do número de processos.
MICROSCÓPICA- Diminuição da quantidade de atos no próprio processo, objetivando uma redução da demanda.
 
2. Princípios do Processo Coletivo
2.5. Primazia do Mérito ou Continuidade da Ação Coletiva
A solução de mérito é prestigiada. Se consubstancia o interesse do melhor julgamento de mérito possível. 
Em alguns casos a Coisa Julgada fica condicionada a apreciação de suficiência de provas.
 
Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.
 
Existência de certa fungibilidade entre algumas ações coletivas que tenham objeto comum, como ação civil pública, ação popular e a ação de improbidade administrativa. Em tais casos, a doutrina advoga que incompatibilidades processuais, como ilegitimidade do autor para uma das demais, não comprometam a sua adaptação para a sua adaptação 
2. Princípios do Processo Coletivo
2.6. Disponibilidade Motivada (Da Ação e Dos Recursos)
O microssistema diz que em caso de desistência infundada ou de abandono por parte das associações autoras, o MP ou outros legitimados assumirão a titularidade da demanda. 
Ação Civil Pública – Extinção da associação;
Ação Popular – Previsão de publicação de editais de intimação do Ministério Público, para o Parquet ou outro cidadão.
Art. 5o. LACP. Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: 
§ 3° Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa. 
Previsão similar: art. 90, LAP.
2. Princípios do Processo Coletivo
2.7. Não-Taxatividade
Revela a abertura do sistema de tutela coletiva: a priori, qualquer direito pode ser tutelado no processo coletivo.
Art. 129, CF. São funções institucionais do Ministério Público: 
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
2. Princípios do Processo Coletivo
2.8. Atipicidade, Máxima Amplitude ou Absoluta Instrumentalidade
Possibilita o pleito por qualquer espécie de tutela Jurisdicional (Declaratória, Constitutiva, Condenatória, Mandamental e Executiva).
Legitimidade não deve ser limitada – Referência à legitimidade CONGLOBANTE (Hermes Zaneti Jr.) 
Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por este código são admissíveis todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela.
Previsão similar: art. 10, LACP; art. 212, ECA e art. 82, Estatuto do Idoso.
2. Princípios do Processo Coletivo
2.9. Participação
Prestigia-se o elemento participação pelo processo. O aumento da participação se dá com o maior envolvimento no processo do Tribunal (convocação interna) e da Sociedade (convocação externa).
 
2.10. Publicidade, Ampla Divulgação ou Adequada Notificação
Informação aos legitimados – dos fatos possíveis de ajuizamento, bem como dos elementos de convicção.
Art. 94, CDC. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, a fim de que os interessados possam intervir no processo como litisconsortes, sem prejuízo de ampla divulgação pelos meios de comunicação social por parte dos órgãos de defesa do consumidor.
 
Art. 6º, LACP: Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar a iniciativa do Ministério Público, ministrando-lhe informações sobre fatos que constituam objeto da ação civil e indicando-lhe os elementos de convicção.
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2. Princípios do Processo Coletivo
2.11. Reparação Integral do Dano
Deve a resposta no processo coletivo ser a mais completa possível. Trata-se do máximo benefício esperado da tutela coletiva.
Art. 11. LAP: A sentença que, julgando procedente a ação popular, decretar a invalidade do ato impugnado, condenará ao pagamento de perdas e danos os responsáveis pela sua prática e os beneficiários dele, ressalvada a ação regressiva contra os funcionários causadores de dano, quando incorrerem em culpa.
2. Princípios do Processo Coletivo
2.12. Máxima efetividade, predominância dos aspectos inquisitivos ou ativismos judiciais
Dever do Magistrado, mesmo com aspectos inquisitoriais, equilibrar a relação entre a participação efetiva das partes e a atividade oficiosa dos magistrados, que deve primar pela efetividade.
 
2.13. Competência adequada
Doutrina: Advoga-se uma visão finalista dos dispositivos referente a competência territorial. Especialmente o art. 93, II, CDC. 
Jurisprudência:Posição divergente. Pacificada a adoção da literalidade do comando legis.
 
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