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AULA 3 ANÁLISE DO MERCADO FINANCEIRO NACIONAL E INTERNACIONAL Prof. César Augusto França Fernandes 2 CONVERSA INICIAL Olá! Nesta aula, nosso desafio é explicar essa engrenagem importantíssima, que é o Sistema Financeiro Nacional. Podemos afirmar que o mundo é do jeito que é pela maturidade do seu sistema financeiro e pela evolução de uma peça fundamental nesse processo de desenvolvimento, que se chama moeda. É a moeda, e a forma como é adquirida, que cada país se organiza no sentido de fortalecer sua moeda e administrar a necessidade de sua economia, dentro de uma visão que a dosagem empregada, seja sempre a melhor possível para seu desenvolvimento. Dentro dessa visão, desenvolveu-se o Sistema Financeiro, seus subsistemas e consequentemente evoluíram as economias nacionais. Nossa aula terá como foco principal o Mercado Financeiro Nacional, estando dividido em mais cinco temas, conforme detalhamos abaixo: • Tema 1 – Estrutura do SFN; • Tema 2 – Órgãos Normativos; • Tema 3 – Entidades Supervisoras; • Tema 4 – Operadores do SFN; • Tema 5 – LGPD: Lei n. 13.709/2018. Sucesso a todos. TEMA 1 – ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (SFN) Órgão formador da estratégia econômica do Brasil, o Sistema Financeiro Nacional (SFN) pode ser definido como um conjunto de instituições e órgãos que regulam, fiscalizam executam as operações relativas à circulação de moeda e do crédito. Tem a função básica de controlar todas as Instituições que são ligadas às atividades econômicas e tem muitos componentes que o formam. Podemos destacar o sistema normativo, que são os órgãos de regulação e fiscalização, e o subsistema de intermediação ou operador. Não resta dúvida de que o desenvolvimento das economias nacionais, guarda estreita relação com o desenvolvimento do seu sistema financeiro. O Setor Financeiro das Nações difere em relação a pelo menos cinco pontos: 1) Os padrões com que as instituições normativas interferem nas regras de intermediação. user-pc Destacar 3 2) A diversidade das instituições de intermediação e de suas carteiras operacionais.; 3) Os tipos de instrumentos de captação de recursos e de operações ativas. 4) A estrutura dos ativos financeiros monetários e não monetários, quanto a taxas de participação de cada um deles no estoque do sistema como um todo. 5) Os graus de abertura em relação ao sistema financeiro internacional. (Rosseto, 2016, p. 682) O Brasil, ao longo dos anos, promoveu enormes mudanças no seu modelo de sistema financeiro, buscando assim manter-se atualizado em relação ao que se passava no mundo. A reforma promovida no Sistema de Pagamento Brasileiro, ocorrido em 22 de abril de 2002, fez parte do processo de globalização e modernização da economia brasileira, visando tornar mais rápidas e seguras às transferências e pagamentos pelos agentes econômicos, cujos benefícios refletiram no dia a dia das pessoas quer sejam físicas quer sejam jurídicas, além de melhor percepção externa do Brasil, diminuindo o risco-país. O novo sistema implantado na época proporcionou o monitoramento em tempo real por parte do Banco Central, das contas reservas das instituições, não permitindo saldo negativo em qualquer momento do dia além de maior agilidade nas transferências bancárias tanto de pessoas físicas como jurídicas. O novo SPB, quando de sua implantação, nivelou o país aos padrões internacionais de sistema de liquidações, proporcionando segurança nos pagamentos e transferências de valores e maior credibilidade. Mais recentemente, o Banco Central implantou o Pix, um novo meio de pagamento. Não tem um significado ou conceito específico. Para o Banco Central, o termo lembra tecnologia, agilidade. Implantado em 16 de novembro de 2020, o Pix permite fazer transferências em tempo real, no prazo de 10 segundos, em qualquer horário do dia, inclusive finais de semana e feriados, sem ônus para o correntista. Mediante o cadastramento de uma chave Pix, que pode ser o CPF, celular, CNPJ ou um código gerado aleatoriamente, o cliente já estará habilitado a utilizar o novo sistema. Em 27 de agosto de 2021, o Banco Central anunciou mudanças no sistema, visando coibir a ação de criminosos que impõem coação às vítimas com sequestros relâmpagos ou roubo via fraudes eletrônicas. Entre as principais mudanças, destacamos: 1. Estabeleceu o limite de R$ 1.000,00 para a soma das transações realizadas entre pessoas físicas, no período noturno das 20 horas às 06 horas. 4 2. Possibilidade de reduzir ou aumentar os limites do sistema PIX para os períodos diurnos e noturnos. A redução terá efeito imediato, enquanto o aumento sofrerá um prazo de 24 a 48 horas para que seja concretizado. 3. As instituições financeiras devem ofertar opções que permitam aos usuários cadastrar previamente contas que poderão receber transações via Pix acima dos limites estabelecidos. 4. Prazo mínimo de 24 horas para que o cadastramento prévio de contas via canal digital seja concretizado, impedindo assim a inclusão de contas em situação de risco. 5. Estabeleceu o prazo mínimo de 24 horas e máximo de 48 horas para ser efetivado o aumento de limites de transações feito pelo usuário por canal digital. 6. Permitir que o usuário do Pix possa reter uma transação por 30 minutos durante o dia ou por 60 minutos durante a noite, para que seja analisada o risco da operação. 7. Passou a exigir histórico comportamental e de crédito, no sentido de que as empresas possam antecipar recebíveis de cartão de crédito e o repasse ao favorecido no mesmo dia. No organograma abaixo, podemos melhor distinguir a estrutura do Sistema Financeiro Nacional, suas subdivisões e a inter-relação existente entre os diversos órgãos. Figura 7 – Organograma do Sistema Financeiro Nacional Órgãos Normativos Entidades Supervisoras Operadoras Conselho Monetário Nacional (CMN) Banco Central do Brasil (Bacen) Instituições financeiras captadoras de depósitos à vista e bancos múltiplos Demais instituições financeiras Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) Superintendência Nacional de Seguro Complementar (Previc) Entidades abertas e fechadas de previdência privada Sociedades de capitalização Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) Superintendência de Seguros Privados (Susep) Resseguradoras Sociedades seguradoras Comissão de Valores Mobiliários (CVM) Outros intermediários ou Auxiliares Financeiros Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) Bolsa de valores e corretoras de títulos e valores mobiliários 5 TEMA 2 – ÓRGÃOS NORMATIVOS Como podemos observar no organograma acima, os órgãos normativos são formados pelo Conselho Monetário Nacional, Conselho Nacional de Previdência Complementar, Conselho Nacional de Seguros Privados, Comissão de Valores Mobiliários, Intermediários e Administradores de Recursos de Terceiros além dos Fundos de Pensão. A função desses órgãos é estabelecer as normas para os serviços afins, repassando às entidades supervisoras a aplicação e acompanhamento das normas junto as entidades operadoras. Vamos entender o papel de cada uma. 2.1 Conselho Monetário Nacional (CMN) O Sistema Financeiro Nacional tem no Conselho Monetário Nacional o seu órgão máximo e é normativo por excelência. Não tem funções executivas e, de forma abrangente, fixa todas as diretrizes do setor financeiro. É o Conselho Monetário quem dita às normas que serão seguidas por todas as instituições financeiras. É um órgão colegiado formado por um ministro, o presidente do Banco Central e o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, todos indicados pelo Presidente da República. Entre seus objetivos, podemos destacar: • Orientar: a aplicação dos recursos das instituições financeiras públicas ou privadas, visando garantir nas diversas regiões do país,condições para um desenvolvimento equilibrado da economia nacional. • Zelar: para que as instituições financeiras tenham solvência e liquidez. • Coordenar: responde pela coordenação da política monetária, creditícia, cambial, fiscal e da dívida pública, interna e externa. • Estabelecer: os parâmetros para as metas de inflação do Brasil e dentro da política monetária e cambial, as condições específicas para negociação de contratos com derivativos, estabelecendo de forma abrangente os limites compulsórios, as características dos contratos existentes e criando novos, se for o caso. • Propiciar: é objetivo também do Conselho Monetário propiciar o aperfeiçoamento das instituições financeiras e dos instrumentos, tornando assim mais eficiente o sistema de pagamento e a mobilização de recursos. 6 • Regular: o valor externo da nossa moeda, o equilíbrio do balanço de pagamentos do Brasil e a utilização dos recursos em moeda estrangeira. É importante destacar que um dos principais objetivos do CMN é o estabelecimento de meta anual de inflação para a economia brasileira. É, portanto, de sua responsabilidade, com base em análises econômicas, que exista uma meta anual de inflação, estando a cargo do Banco Central o seu devido cumprimento dentro do ano indicado. Saiba mais Conheça um pouco mais sobre o CMN. Disponível em: <https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/cmn>. Acesso em: 29 out. 2021. 2.2 Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) Tem por função regular os planos de previdência complementar, planos esses operados pelas entidades fechadas de previdência, designado anteriormente como Conselho de Gestão da Previdência Complementar. Sua organização e funcionamento estão regulamentados pelo Decreto n. 7.123, de 03 de março de 2010. É um colegiado integrante da estrutura básica do Ministério da Previdência Social. Será presidido pelo ministro de Estado da Previdência Social, e por um representante de cada um dos seguintes indicados, todos com direito a voto. São eles: a) Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc); b) Secretaria de Políticas de Previdência Complementar do Ministério da Previdência Social; c) Casa Civil da Presidência da República; d) Ministério da Fazenda; e) Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; f) Entidades Fechadas de Previdência Complementar; g) Patrocinadores e Instituidores de Planos de Benefícios das Entidades Fechadas de Previdência Complementar; h) Participantes e Assistidos de Planos de Benefícios das Entidades Fechadas de Previdência Complementar. Os integrantes serão nomeados para um mandato de dois anos, sendo permitida uma única recondução. user-pc Destacar 7 As reuniões serão trimestrais ou extraordinárias sempre que for necessário o exame de matéria ou questões urgentes. Saiba mais Conheça um pouco mais sobre o CNPC. Disponível em: <https://www.topinvest.com.br/o-que-e-o-cnpc-o-conselho-nacional-de- previdencia-complementar/>. Acesso em: 29 out. 2021. 2.3 Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) Órgão responsável por fixar as diretrizes e normas de política de seguros privados. Tem na sua composição administrativa representantes do Ministério da Economia (presidente), do Ministério da Justiça, da Secretaria Especial da Previdência e Trabalho, da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários. Dentre suas funções, estão regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização daqueles que exercem atividades subordinadas ao Sistema Nacional de Seguros Privados, aplicando as penalidades legais. Entre seus objetivos, destacamos: a) fixar as características gerais dos contratos de seguros, previdência privada abertas, capitalização e resseguro; b) estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro; c) prescrever os critérios de constituição das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada Aberta e Resseguradores, com fixação dos limites legais e técnicos das respectivas operações; d) disciplinar a corretagem de seguros e a profissão de corretor. 2.4 Comissão de Valores Mobiliários (CVM) Criada em 1976, tem suas ações limitadas ao mercado de capitais. É composta por cinco diretores, incluindo o presidente, todos indicados pelo Presidente da República e submetidos à aprovação pelo Senado Federal. Com mandato fixo e estabilidade de cinco anos, é proibida a recondução ao cargo, e a cada ano a comissão se renova em um quinto, ou seja, sai um dos cinco e entra um novo membro. Os membros se reúnem ordinariamente toda semana, onde na ocasião são emitidas as instruções normativas para divulgação no âmbito nacional. 8 Entre suas atribuições citamos: a) regulamentar, desenvolver, controlar e fiscalizar o Mercado de Valores Mobiliários do país; b) assegurar o funcionamento eficiente das bolsas de valores e das instituições auxiliares que atuam neste segmento de mercado; c) proteger os investidores em valores mobiliários, principalmente os minoritários; d) fiscalizar as emissões e as negociações das ações e demais papéis emitidos pelas empresas de capital aberto; e) procurar fortalecer o mercado de capitais, divulgando com transparência os relatórios do mercado, procurando assim, ampliar o volume de investidores. É importante ressaltar que não são títulos de responsabilidade da CVM: • títulos públicos quer sejam federais, estaduais e municipais. • títulos cambiais. Esses títulos são de competência do Banco Central do Brasil. A CVM tem sede no Rio de Janeiro e regionais em São Paulo e Brasília. Conforme destacamos acima, uma das atribuições da CVM é proteger o investidor, principalmente o minoritário, contra fraudes as mais diversas, procurando assim dar maior credibilidade ao mercado de capitais. Ações como a adotada em 2017 contra o empresário Eike Batista ilustram bem a atuação da CVM, quando o multou em R$ 21 milhões, por uso de informações privilegiadas da OSX, empresa do Grupo EBX, controlada pelo empresário. Outro caso de destaque nacional, que mostrou o uso indevido de informações privilegiadas dos controladores, envolveu a JBS empresa do ramo alimentício, tendo a CVM agido de forma rápida, coibindo assim benefícios indevidos. É de competência da CVM fiscalizar os seguintes valores mobiliários: • ações e suas distribuições públicas; • debêntures e suas cédulas; • bônus de subscrição; • cotas de fundos de investimentos; • notas promissórias comerciais ou commercial papers; • fundos de investimentos; • derivativos, contratos futuros e de opções. 9 A CVM tem por atribuição fiscalizar os seguintes mercados de valores mobiliários: • mercado de balcão; • bolsas de valores. Dentre as diversas atribuições da CVM citadas aqui, podemos claramente observar sua importância no mercado de capitais buscando dotar este mercado de transparência e segurança para quem procura nele investir. Cuidar da integridade do mercado e estimular a concorrência potencializa as empresas participantes a oferecerem melhores condições aos investidores desenvolvendo assim o mercado de capitais. Saiba mais Confira a entrevista com o Superintendente de Proteção e Orientação aos Investidores da CVM. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=eIhk2RajhNM>. Acesso em: 29 out. 2021. TEMA 3 – ENTIDADES SUPERVISORAS Com importância relevante no Sistema Financeiro Nacional, essas entidades são as responsáveis por fiscalizar os operadores e observar o cumprimento das normas estabelecidas pelos órgãos normativos, buscando assim coibir abusos. O Banco Central se destaca pela sua relevância e grau de importância de suas ações. 3.1 Banco Central do Brasil (Bacen) É uma autarquia colegiada independente e composta por nove diretores, incluindo seu presidente, todos indicadospelo Presidente da República e submetidos à aprovação do Senado Federal, sem vinculação a nenhum ministério. O exercício dos mandatos, do presidente e dos diretores, é fixo e estável, e uma vez investidos da função, só pode ser demitido nas seguintes hipóteses: • a pedido; • no caso de acometimento de enfermidade que incapacite o titular para o exercício do cargo; • quando sofrerem condenação, mediante decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado, pela prática de ato de improbidade 10 administrativa ou de crime cuja pena acarrete, ainda que temporariamente, a proibição de acesso a cargos públicos; • quando apresentarem comprovado e recorrente desempenho insuficiente para o alcance dos objetivos do Banco Central do Brasil. Compete ao Conselho Monetário Nacional submeter ao Presidente da República a proposta de exoneração, cujo parecer final, caberá ao Senado Federal, por maioria absoluta. A Lei Complementar n. 179/2021, de 24 de fevereiro de 2021, que tramitava há décadas no Congresso, foi sancionada pelo Presidente da República e estabeleceu a autonomia do Banco Central, resultado de um amadurecimento institucional. O benefício de um Banco Central autônomo será de grande valia para a instituição. A história e a experiência internacional mostram que a autonomia está associada a níveis mais baixos e menor volatilidade da inflação, sem prejuízo do crescimento econômico. A lei estabelece também, que os mandatos do presidente e dos diretores, não serão mais coincidentes com o do Presidente da República. Executor da Política Monetária, Banco Central tem que exercer a regulamentação e fiscalização de todas as atividades de intermediação financeira no país. Entre suas atribuições, podemos destacar: • deter o monopólio de emissão de papel-moeda e executa os serviços de saneamento do meio circulante; • receber os depósitos compulsórios dos bancos comercias e dos depósitos voluntários das Instituições Financeiras em geral; • realizar e regulamentar as operações de redesconto de liquidez; • realizar as operações de Open Market. Efetuar e regulamentar as operações de compra e venda de títulos públicos federais; • gerenciar o controle do crédito e das taxas de juros; • a fiscalização das Instituições Financeiras e a concessão para o seu funcionamento; • determinar a taxa de recolhimento de compulsório sobre depósitos a vista, a prazo e da poupança; • administrar as reservas cambiais, fiscalizando o trânsito de capital estrangeiro no País; • regulamentar o serviço de compensação de cheques e outros papéis no País. 11 • estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos de administração/direção nas instituições financeiras privadas. Por essas atribuições é que o Banco Central é considerado o “banco dos bancos”, o “superintendente do sistema financeiro”, o “executor da política monetária”, o “banco emissor de moeda” etc. Não podemos nos esquecer de que, de acordo com a Constituição Federal, o Banco Central é proibido de emprestar dinheiro a qualquer entidade que não seja uma instituição financeira. Dentre as diversas atribuições do Banco Central, uma das mais importantes e que devemos tratar como um assunto de relevância ímpar é a taxa de juros básica e o cumprimento da meta de inflação estabelecida pelo CMN. Vamos entender como funciona o Comitê de Política Monetária. 3.1.2 Comitê de Política Monetária (COPOM) O COPOM foi instituído em junho de 1996 e tem como objetivo estabelecer as diretrizes da política monetária e a taxa de juros básica da economia. Na sua composição, tem por base os membros da diretoria colegiada do Banco Central: o presidente tem o voto de qualidade; os demais componentes são os diretores de Administração, Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, Fiscalização, Organização do Sistema Financeiro e Controle de Operações do Crédito Rural, Política Econômica, Política Monetária, Regulação do Sistema Financeiro e Relacionamento Institucional e Cidadania. De um total de oito reuniões anuais, o COPOM se reúne a cada 45 dias, durante dois dias, para definir a taxa Selic que irá vigorar por todo o período compreendido entre as reuniões ordinárias do Comitê. Nas reuniões para definição da taxa de juros, quatro pontos são de extrema relevância para se considerar nas decisões. São elas: • percentual inflacionário; • atividade econômica; • situação das contas públicas; • cenário externo. Vocês poderiam se perguntar: qual a finalidade da taxa Selic? Tem como foco principal o cumprimento das metas de inflação estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, já que o atingimento dessa meta é de responsabilidade do 12 Banco Central, além de ser a taxa média cobrada em negociações com Títulos Públicos Federais, emitidos pelo Tesouro Nacional e registrados diariamente no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic). Lembre-se: as decisões do COPOM sempre são tomadas tendo por objetivo que a inflação, que é medida pelo IPCA, mantenha-se alinhada e dentro da meta estabelecida pelo CMN. Saiba mais Veja no link a seguir mais informações sobre o COPOM. Disponível em: <https://www.tororadar.com.br/investimento/bovespa/copom-comite-de-politica- monetaria>. Acesso em: 29 out. 2021. 3.2 Superintendência de Seguros Privados (Susep) Órgão responsável por controlar e fiscalizar o mercado de seguros e resseguros no país, estando vinculada ao Ministério da Fazenda/Economia. A Susep tem entre suas atribuições, que podemos destacar: • cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP, exercendo as atividades por este designado; • fiscalizar a constituição, organização e operação das sociedades seguradoras; • zelar pela defesa dos interesses dos consumidores etc. Saiba mais Aprofunde seu conhecimento sobre a Susep. Disponível em: <http://www.Susep.gov.br/menu/a-Susep/historia-do-seguro>. Acesso em: 29 out. 2021. TEMA 4 – OPERADORES DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL Entre os operadores do sistema, vamos destacar as Instituições Financeiras, Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) e a Bolsa de Valores, em que pese às outras operadoras também serem importantes. Primeiro, precisamos entender o que são de fato as instituições financeiras. Vejamos. 13 4.1 Instituições financeiras Nesse universo, precisamos separar o Banco Comercial do Banco Múltiplo. No Banco Comercial, as operações são de curto e médio prazo, e limitam-se à captação de depósitos à vista ou a prazo de um agente superavitário (quem tem dinheiro), para repasse através de financiamento a um agente deficitário (aquele que tem necessidade orçamentária por falta de caixa). Portanto, é limitado operacionalmente nas opções que pode oferecer ao cliente. Já o Banco Múltiplo tem que ser constituído com no mínimo, duas carteiras, com a obrigatoriedade, que uma delas seja comercial ou de investimentos e opera com uma gama de opções financeiras, passivas, ativas e acessórias do mercado financeiro. Os Bancos Múltiplos têm na sua operação a carteira comercial, de investimentos, de crédito imobiliário, arrendamento mercantil além de financiamento e investimento. Com certeza, todos os senhores que têm conta em um banco, é em um Banco Múltiplo. Lembre-se: a principal função dessas instituições é a intermediação financeira e têm por obrigação manterem reservas sobre os depósitos à vista de acordo com percentual determinado pelo Banco Central. 4.2 Bolsa de Valores a BM&F e a CETIP = [B]3 Quando nos referimos à Bolsa de Valores, estamos obrigatoriamente falando do Mercado de Capitais, ou o mercado de Renda Variável, ou seja, ações, debêntures conversíveis em ações, bônus de subscrição, commercial papers etc. E quando falamos de BM&F, nos referimos ao espaço onde é negociado o preço de commodities como, soja, boi gordo, café, etanol,milho, minerais, além de operações estruturadas com opções, taxas de juros etc. Em 2008, ocorreu a união da BM&F com a Bovespa, passando a se chamar BM&F Bovespa. Em 2017, a Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos (CETIP) se juntou à dupla, passando então a bolsa a ser chamada de [B]3 – Brasil, Bolsa e Balcão. Portanto, quando se referir à Bolsa de Valores, a denominação correta é [B]3. A CETIP é a maior administradora de mercado de balcão do país e atua como câmara de registro, depósito, negociação e liquidação de títulos e valores mobiliários, desde 1984. Em 2009, tornou-se uma companhia de capital, sendo a maior depositária de títulos privados de renda fixa da América Latina e a maior câmara de ativos privados do país. Entre os serviços prestados user-pc Destacar 14 pela CETIP, citamos a liquidação de DOCs, registro de CDBs e Títulos de Renda Fixa, o processamento de TEDs, o fluxo de informações para registro de contratos e dados dos gravames pelos órgãos de trânsito. Não podemos nos esquecer de que na Bolsa, investimos adquirindo ações que representam uma fatia da empresa. Quando investimos no Mercado Futuro, não investimos em empresas, mas sim em índices, commodities e moedas. Por exemplo, ao investirmos no mercado futuro do dólar, estamos investindo na perspectiva de valorização da moeda americana. TEMA 5 – LGPD: LEI 13.709/2018 A Lei Geral de Proteção de Dados veio ser um divisor de águas no uso das informações pessoais, pelos diversos tipos de serviços no território nacional. A exemplo do compliance, forçou as empresas a reverem conceitos e atitudes na manipulação de informações e a sua guarda. A Lei n. 13.709 entrou em vigor a partir de 18 de setembro de 2020, decorridos dois anos de sua aprovação e sanção pelo Presidente da República. A lei, sucintamente, garante ao cidadão maior controle sobre suas informações pessoais, passando a exigir seu consentimento explícito na coleta de dados, oferecendo ao usuário opções para visualizar, corrigir e até mesmo excluir dados. Proíbe, entre outras coisas, o tratamento de dados pessoais, visando o cruzamento de informações de pessoa específica ou de um grupo, com a finalidade de subsidiar decisões comerciais, como, por exemplo, perfil de consumo. A lei determina punições que vão de advertência à multa diária de R$ 50 milhões, além de proibição parcial ou total do exercício da atividade relacionada ao fato. A vigência das sanções entrou em vigor a partir de 1º de agosto de 2021, devido às circunstâncias da pandemia gerada pela Covid-19. É importante destacar que estão protegidas pela LGPD, adultos, crianças e adolescentes. Para gestão do novo marco regulatório, foi criada a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), tendo seus membros sido confirmados pelo Senado Federal em 20 de outubro de 2020, que juntamente com o Conselho Nacional de Proteção de Dados (CNPD), serão responsáveis pela aplicação da lei. Saiba mais Veja o debate promovido pela Fenacon com a Diretora da ANPD. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=oKYWZimEXnY>. Acesso em: 29 out. 2021. 15 REFERÊNCIAS CLETO, C. Coleção Gestão Empresarial: FAE Business School. Curitiba: Editora Gazeta do Povo, 2002. DORNBUSCH, R.; FISCHER, S. Macroeconomia. 11. ed. São Paulo: Makron, McGraw-Hill, 2013. LANZANA, A. E. T. Economia Brasileira: Fundamentos e Atualidade. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2012. ROSSETTI, J. P. Introdução à Economia. 21. ed. São Paulo: Atlas, 2016. VASCONCELOS, M. A. S. de. Economia Micro e Macro. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2011. CONVERSA INICIAL TEMA 1 – ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (SFN) TEMA 2 – ÓRGÃOS NORMATIVOS 2.1 Conselho Monetário Nacional (CMN) 2.2 Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) 2.3 Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) 2.4 Comissão de Valores Mobiliários (CVM) TEMA 3 – ENTIDADES SUPERVISORAS 3.1 Banco Central do Brasil (Bacen) 3.1.2 Comitê de Política Monetária (COPOM) 3.2 Superintendência de Seguros Privados (Susep) TEMA 4 – OPERADORES DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 4.1 Instituições financeiras 4.2 Bolsa de Valores a BM&F e a CETIP = [B]3 TEMA 5 – LGPD: LEI 13.709/2018 REFERÊNCIAS
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