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Contabilidade de Custos 
Unidade 4 – Aula 2
Para Padoveze (2013), os objetivos dos sistemas de custos com finalidade gerencial para tomadas de decisão é a mensuração dos custos unitários dos produtos fabricados. Tais sistemas devem gerar informações, como o Custo-padrão, que, apesar de serem custos predeterminados, são calculados com base nos padrões operacionais. Servem para controle, planejamento e tomadas de decisão. Estes custos são aplicados normalmente em operações repetitivas (operações por série), quando os parâmetros ou indicadores físicos estão perfeitamente definidos e quando os custos matem uma relação íntima com a variabilidade daqueles dados quantitativos. São custos mais aplicados em fábricas, que produzem por padronização.
Conforme Oliveira e Perez Jr. (2012), uma das principais finalidades do custo-padrão é servir de controle sobre as atividades produtivas em todas as suas fases e departamentos. É um custo a ser alcançado caracterizando-se pela determinação, com antecedência e com base em análises e estudos especializados, dos custos de cada produto ou de uma linha de produção.
Martins (2010), afirma que a fixação do custo-padrão deve ser feita pela engenharia da fábrica juntamente com a contabilidade de custos devendo ser determinadas quantidades físicas, seja em horas trabalhadas, seja em energia elétrica e materiais consumidos etc. Posteriormente, essas quantidades devem ser transformadas em valores monetários. Exemplos: horas de mão de obra e custo por hora, quilogramas de material e custo por quilograma etc.
O custo-padrão é determinado a partir de medidas técnicas de produção, as quais são definidas com base nos processos. Inicialmente quantifica-se o consumo e a utilização das matérias-primas, da mão de obra, dos custos indiretos de fabricação e dos demais materiais e insumos necessários à produção de uma unidade do produto.
Para ilustrar, utilizamos o exemplo a seguir baseado em Oliveira e Perez Jr. (2012), sobre uma análise entre as variações entre o custo real e o custo-padrão:
Informações sobre o volume e o custo de produção de determinado período
Analisado o quadro acima, percebemos que o volume de produção previsto pelo padrão é de 150.000 unidades, mas na realidade foram produzidas apenas 140.000 unidades. Notamos que o custo direto padrão de matéria-prima foi maior do que o custo real.
O custo fixo total, ao contrário do que aconteceu com o custo direto, foi maior que o padrão, isto é, a empresa gastou mais do que o previsto.
Análise da variação de matéria-prima:
Para completar a análise, é necessário que se decomponha o total da variação favorável de matéria-prima de R$ 1,30 para unidade produzida, como segue:
As variações de matérias-primas podem ser classificadas em três tipos:
1. a. Variação na quantidade consumida por unidade fabricada;
2. b. Variação no custo de aquisição de cada unidade de matéria-prima e;
3. c. Variação mista, que é o resíduo das duas variações anteriores.
Para esse detalhamento podem-se usar as seguintes fórmulas:
Aplicando-se os valores do exemplo acima, temos:
Variação de quantidade = (4,00 kg – 4,10 kg) x R$ 9,00 = R$ 0,90 ⇒ favorável
Variação do custo = (R$ 8,90 – R$ 9,00) x R$ 4,10 – R$ 0,41 ⇒ favorável
Variação mista: quando ocorrem variações tanto na quantidade como nos custos, surge uma terceira variação, que é a mistura ou o mix entre as duas variações. Esta variação é a sobra provocada pela existência das duas variações, que não é possível ser identificada como variação de quantidade ou de custo. Para a obtenção da variação mista, o cálculo é o seguinte:
Variação mista = (4,00 – 4,10) x (8,90 – 9,00) – R$ 0,01
Com base nas informações anteriores, temos:
Análise da variação da mão de obra direta
As variações com a mão de obra direta podem ser classificadas em três tipos:
Variação de eficiência = (horas reais – horas padrão) x taxa padrão
Variação de taxa = (taxa real – taxa padrão) x horas padrão
Variação mista: (horas reais - horas padrão) x (taxa real – taxa padrão)
Aplicado os valores, teremos:
Variação de eficiência = (7,00 horas – 6,8 horas) x R$ 12,00 ⇒ R$ 2,40 ⇒ Desfavorável
Variação de taxa = (R$ 12,50 – R$12,00) x 6,80 horas ⇒ R$ 3,40 ⇒ Desfavorável
Variação mista = (7,00 horas – 6,80 horas) x (R$ 12,50 – R$ 12,00) – R$ 0,10 ⇒ Desfavorável
Quadro-resumo da variação da mão de obra:
Na análise da variação da mão de obra, percebemos que a organização teve posição desfavorável, e a quantidade de horas gastas encontrou-se acima do esperado. Houve ineficácia relacionada com a utilização da mão de obra no período.
Análise da variação dos custos indiretos de fabricação
De acordo com as informações anteriores os custos indiretos de fabricação podem ser calculados para cada unidade fabricada do seguinte modo:
A análise do quadro acima demonstra que houve uma variação desfavorável de R$ 0,167 de custos indiretos para cada unidade produzida no período.
Para as atribuições de responsabilidades, essa variação precisa ser desmembrada entre o que seria decorrente da variação do volume e a variação dos custos propriamente dita.
Variação do volume de produção: qualquer variação no volume de produção afeta apenas os cálculos dos custos indiretos fixos por unidade. Isso ocorre porque o total-padrão dos custos indiretos fixos, de R$ 400.000,00 foi dividido pelo volume previsto de 300.000 unidades.
Todavia, a fábrica não conseguiu alcançar tal meta, produzindo apenas 280.000 unidades. Como consequência, o rateio do total-padrão dos custos indiretos fixos pelo volume real representará uma variação desfavorável.
Podemos afirmar então, que o volume de produção-padrão era de 300.000 unidades, mas na realizada foram produzidas apenas 280.000 unidades, resultando em uma variação desfavorável do volume de atividades, como reflexo direto na apropriação dosa custos indiretos.
Variação dos custos
A variação total dos custos indiretos foi desfavorável em R$0167 para cada unidade produzida. A variação nos custos é de R$ 0,071 para cada unidade, como pode ser demonstrado a seguir:
Para a produção total de 280.000 unidades, o total dos custos indiretos de fabricação deveria ser de R$ 1.380.000, como segue:
Custos fixos.........................................................................R$ 400.000
Custos variáveis 280.000 unidades x R$3,50......................R$ 980.000
Total, se não houvesse variação nos custos....................R$ 1.380.000
No entanto, o total real dos custos indiretos foi de R$ 1.400.000, para a produção real de 280.000 unidades. A variação desfavorável, no total, foi de R$ 20.000 (R$1.400.000 – R$1.380.000), o que resulta em R$ 0,071 por unidade (R$ 20.000 / 280.000 unidades).
Dessa maneira o analista dispõe das informações necessárias para as devidas análises conclusivas e atribuições de responsabilidades.

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