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AULA Seguridade social

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15/09/2023, 20:52 Seguridade social
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00273/index.html#imprimir 1/45
Seguridade social
Prof. Marcos Paulo Secioso de Góes
Descrição
Apresentação do desenvolvimento histórico e legislativo da previdência
e da assistência social, caracterizando suas peculiaridades e distinções
no âmbito da seguridade social e elencando os princípios norteadores
do sistema vigente no Brasil, bem como os objetivos constitucionais
para a área da Previdência. Identificação dos requisitos gerais à
concessão de benefícios na esfera do Regime Geral da Previdência
Social (RGPS).
Propósito
Compreender o funcionamento da seguridade social como aspecto
fundamental para um bom planejamento do futuro (visão programática)
e para salvaguardar a manutenção de um padrão de vida diante de
vicissitudes não esperadas durante o período laborativo (visão
securitária).
Preparação
Antes de iniciar seus estudos, tenham em mãos a Constituição Federal,
a Lei nº 8.742/1993, o Decreto-Lei nº 6.214/2007, a EC nº 41/2003 e a
EC nº 103/2019.
Objetivos
15/09/2023, 20:52 Seguridade social
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Introdução
São inúmeras as vicissitudes que podem atingir uma pessoa ao
longo de sua vida. Questões relacionadas à saúde e ao
desamparo em situações de vulnerabilidade podem afetar a vida
de todos – tanto quando se pensa em si próprio quanto nos
momentos em que consideramos aqueles com quem convivemos
– e, de alguma forma, ter laços de dependência.
Para lidar com infortúnios dessa espécie, a sociedade foi
desenvolvendo sistemas de proteção ao longo do tempo, alguns
deles com caráter de seguro e outros com características de
assistência solidária. Em nosso país, tais sistemas culminam
atualmente nas previsões constantes do que se denominou
seguridade social, que abrange as áreas da saúde, previdência e
assistência social.
A compreensão da sistemática estabelecida pela nossa
legislação permite ao cidadão adotar uma postura de prevenção
e previsão quanto ao seu futuro próximo ou longínquo diante de
infortúnios inesperados ou do simples transcurso do tempo, com
o alcance de certa idade em que se pretenda gozar de uma
aposentadoria.
Nesse sentido, veremos os campos que compõem a seguridade
social e suas peculiaridades, explorando o que atualmente se
observa em nossa legislação. Partindo de aspectos mais gerais,
entraremos em contato com os princípios norteadores do
sistema para depois prosseguirmos com a conceituação de
institutos previdenciários mais específicos, aprofundando os
requisitos para a concessão de benefícios e os fatores que
influenciam no montante a ser aferido por cada beneficiário.

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1 - Seguridade social e Constituição Federal
Ao �nal deste módulo, você deverá ser capaz de analisar a seguridade
social na matriz constitucional.
A estrutura da seguridade
social sob o viés da
Constituição Federal
Neste vídeo, para que possamos nos inteirar sobre as discussões deste
conteúdo, será apresentada a estrutura constitucional da seguridade
social.
Fundamentos da seguridade
social
O que norteia a ideia de seguridade social?
Uma boa maneira de nos aproximarmos do tema é começar pelo art. 25
da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), de 1948. O que
diz a primeira parte da DUDH?
Toda pessoa tem direito a um nível de vida
su�ciente para lhe assegurar e à sua família a
saúde e o bem-estar, principalmente quanto
à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à

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assistência médica e ainda quanto aos
serviços sociais necessários...
Nessa primeira parte, é possível observar a recomendação de políticas
afeitas à saúde e à assistência social. E quanto à previdência? Vamos à
segunda parte do art. 25 da DUDH:
... e tem direito à segurança no desemprego,
na doença, na invalidez, na viuvez, na
velhice...
Na terceira e última parte do art. 25, vemos circunstâncias híbridas, que
podem reclamar tanto a proteção previdenciária quanto a assistencial:
...ou noutros casos de perda de meios de
subsistência por circunstâncias
independentes da sua vontade.
Precisamos então sistematizar as políticas afetas à seguridade social;
para cumprir esse papel, nossa Carta Política (a Constituição da
República Federativa do Brasil – CRFB) dá as diretrizes. No art. 6º, a
CRFB afirma que são direitos sociais, entre outros, a Saúde, a
Previdência Social e a assistência aos desamparados.
Se a Constituição Federal define que a assistência se destina aos
desamparados, existe a necessidade de se buscar parâmetros para
definir quem são essas pessoas.
Quais são as definições internacionais mais conhecidas?
Linha de pobreza
O nível de renda anual com o qual uma pessoa ou uma família não
possui condições de obter todos os recursos necessários para
viver. Segundo o Banco Mundial, ele é de US$2,00 por dia (igual a
US$60,00 por mês) por pessoa. Para uma família de quatro
pessoas: US$240,00.
Linha de indigência (ou miséria)
Renda suficiente para comprar apenas os alimentos necessários
para repor os gastos energéticos. De acordo com o Banco Mundial,
ela é de US$1,00 por dia (US$30,00 por mês) por pessoa. Família
de quatro pessoas: US$120,00.
Em 2017, adotou-se uma métrica de linha de pobreza que contemplava
outros aspectos que diferenciam os países (US$3,20/dia para aqueles
com renda média baixa e US$5,50/dia para aqueles com renda média
alta – caso do Brasil). Nesse parâmetro, 1/5 da população brasileira
estaria abaixo da linha da pobreza, tendo R$618,75 por pessoa ao mês
(números do início de 2019 com o dólar a R$3,75).
Atenção!

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Tendo em vista que os parâmetros de linha da pobreza podem ser
alterados, consulte os valores atualizados no site do Banco Mundial
(www.worldbank.org).
Voltando à CRFB, cabe a pergunta: onde está a previsão constitucional
da seguridade social?
Resposta: o art. 194 da CRFB define os três ramos da seguridade social
(saúde, previdência e assistência) e traz aspectos, como, por exemplo,
contribuição de todos (inclusive beneficiários) e manutenção de vida
digna.
Seguridade social
Esse tema não é simples e gera uma discussão sempre presente de
filosofia política: “Quais direitos cabem no produto interno bruto
(PIB) de um país?”. O debate é amplo; por isso, o sinalizamos aqui
para que não seja entendido como um processo meramente
informativo.
Ramos da seguridade social
Saúde, previdência e assistência social
Veja quais são os três ramos da seguridade social:
Direito de todos e dever do Estado (artigo 196 da CRFB)
independentemente de contribuição (individual ou vinculada).
Desse modo, são os tributos de todos que arcam com as
despesas.
A saúde é norteada por princípios e diretrizes:
Acesso universal e igualitário (Sistema Único de Saúde -
SUS);
Voltada à prevenção, à promoção e à recuperação (três
frentes de atuação);
Prestada pelo poder público diretamente ou por meio de
terceiros (art. 199 – livre à iniciativa privada).
A saúde no Brasil é integral (art. 198, inciso II) e universal (art.
196): todos têm acesso (universal) a todo tipo de assistência,
inclusive a medicamentos (integral).
É o seguro social para a pessoa que contribui (observe a
seguinte distinção: caráter contributivo, ao menos em parte). A
previdência social e o Regime Geral de Previdência (RGPS) serão
os tópicos que mais aprofundaremos ao longo deste conteúdo.
Saúde 
Previdência social 
Assistência social 
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Para quem dela necessitar (art. 203) e de caráter nãocontributivo. Características:
Prestações sociais mínimas e gratuitas a cargo do Estado
para a manutenção da dignidade e que poderão ser
realizadas por diversas ações;
Tem como público-alvo: maternidade,
infância/adolescência, idosos e portadores de limitações.
Reserva do possível x tratamentos custosos x tratamentos
experimentais. Haveria recursos públicos para cobrir qualquer espécie
de tratamento custoso ou experimental? O direcionamento desses
recursos não deixaria a descoberto políticas que melhoram a saúde da
população como um todo?
Na jurisprudência, foi decidido, no Tema 106 dos Recursos Repetitivos
do STJ, em maio de 2018, que a concessão dos medicamentos não
incorporados em atos normativos do SUS exige a presença cumulativa
de requisitos. Confira outros detalhes sobre o assunto no Explore+ ao
final deste conteúdo.
Comentário
O principal benefício (em volume financeiro) pago no Brasil, no âmbito
da assistência social, é o BPC LOAS, que tem assento constitucional
(art. 203, inciso V, da CRFB) e é definido pela Lei nº 8.742/1993 (Lei
Orgânica da Assistência Social). Quem receberá ajuda financeira de um
salário mínimo? Idoso e pessoa com deficiência que comprovem não ter
meios de prover sua manutenção ou tê-la provida por sua família.
Há grandes discussões quanto ao valor do salário mínimo (já houve
tentativa de alteração legislativa) e questionamentos sobre quão correta
é a vinculação dele com o índice indexador (que se destina
precipuamente a quem trabalha).
Segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE) e da Pension Watch, o Brasil é o único país que paga
100% do salário mínimo a título de benefício assistencial ao idoso (os
percentuais de cada país variam desde menos de 10% até 65%; a média
fica em torno de 45%).
Caráter contributivo (previdência) X caráter não
contributivo (assistência)
Vamos partir os problemas para entendê-los. Sendo assim, reflita sobre
sobre a seguinte questão:
O mesmo valor e a mesma idade para aposentadoria e benefício
assistencial não desestimulam o caráter contributivo?
Resposta
Tanto a aposentadoria por idade masculina quanto o BPC-LOAS se dão
aos 65 anos e recebem um salário mínimo.
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
(DIEESE) calcula regularmente qual valor seria necessário para atender
às nove necessidades (moradia, alimentação, educação, saúde, lazer,
vestuário, higiene, transporte e previdência social) determinadas pelo
art. 7º, inciso IV, da CRFB. Para uma família de quatro pessoas, segundo
esse estudo (cuja divulgação é mensal), o salário mínimo deveria ser,
em abril de 2020, de R$4.673,39.
Vale notar que:
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A isenção de IRPF em 2022 é de até R$ 1.903,98;
Segundo o PNAD – IBGE, em 2017, o salário médio brasileiro (geral)
foi de R$2.178. Já o salário médio para quem tem nível superior foi
de R$5.110.
Voltando ao LOAS, há uma questão: o principal benefício assistencial
sempre foi assim (mesma idade que a aposentadoria)? A resposta é
não.
Veja como era o LOAS:
Além das idades informadas, admitia-se mais de um LOAS por família (a
jurisprudência o estendeu para todos os benefícios até um salário
mínimo).
Comentário
Em 1993, uma pessoa com 70 anos tinha expectativa de vida de 10,4
anos. Em 2003, alguém com 65 anos tinha expectativa de vida de 17,8
anos; em 2018, 18,8 anos. Em resumo: num espaço de 20 anos, o Brasil,
devido a alterações legislativas e da tábua de mortalidade, passou a
pagar BPC-LOAS por um período 7,5 anos maior.
Outra questão que gera dúvidas é se a aposentadoria por idade rural
para segurado especial tem natureza previdenciária ou assistencial, já
que não se exige contribuições diretas de quem a recebe. Há uma série
de tentativas de mudanças legislativas para melhorar cadastros que
visem a controlar o direito a esse tipo de benefício.
Por ora, fiquemos com três informações:
70 anos
Até 31/12/1997.
67 anos
De 01/01/1998 até 31/12/2003 -
Lei nº 9.720/1998.
65 anos
A partir de 01/01/2004 - Lei nº
10.741/2003.
94% das aposentadorias rurais são
concedidas para segurado especial (que
não contribui diretamente).
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Mas por que estamos falando disso? Apenas para colocar em
perspectiva um problema sobre centro de custo: a assistência social
(não contributiva) é feita com o dinheiro da previdência social
(contributiva)? E ainda: qual a relevância disso quando se propõe uma
Reforma da Previdência?
Outro conhecido benefício da assistência social é o Auxílio Brasil. Veja o
comparativo em relação ao BPC-LOAS:
A Lei nº 14.342, de 2022, garante de forma permanente o valor
mínimo de R$400 para as famílias beneficiárias do Auxílio Brasil.
O texto (MP 1.076/2021) foi aprovado pelo Plenário do Senado
com relatoria do senador Roberto Rocha (PTB-MA), sendo
sancionado na íntegra e publicado no Diário Oficial da União.
Inicialmente, a proposta do governo federal previa que o piso
seria pago somente até dezembro deste ano, mas o teto
sancionado institui o “benefício extraordinário”, uma
complementação em caráter permanente. Sem ele, o chamado
"tíquete médio" do Auxílio Brasil, sucessor do Bolsa Família, seria
de R$224.
Base de cálculo
O valor do benefício extraordinário será calculado a partir da
soma dos benefícios financeiros do Auxílio Brasil para famílias
em situação de pobreza ou de extrema pobreza.
Benefício primeira infância no valor de R$130 para famílias
com crianças de até três anos incompletos;
Benefício composição familiar no valor de R$ 65 mensais
para famílias com gestantes, lactantes ou pessoas entre 3
e 21 anos incompletos (o valor é pago uma vez para cada
membro da família que se enquadre nessas situações);
Benefício de superação da extrema pobreza para famílias
cuja renda familiar per capita mensal, mesmo somados os
benefícios anteriores, seja igual ou inferior ao valor da linha
de extrema pobreza;
Benefício compensatório de transição concedido às
famílias beneficiárias do Bolsa Família que tiverem redução
no valor financeiro total dos benefícios recebidos em
A aposentadoria por idade é a prestação
previdenciária com a maior quantidade
de bene�ciários no Brasil.
Há cerca de 10 milhões de benefícios
rurais no Brasil, e as aposentadorias
rurais representam algo próximo de
25% do custo total da previdência social.
Auxílio Brasil 
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decorrência do enquadramento na nova estrutura de
benefícios.
O BPC decorre da garantia constitucional de “um salário mínimo
de benefício mensal à pessoa com deficiência e ao idoso (idade
igual ou maior de 65 anos) que comprovem não possuir meios
de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua
família”, tendo sido instituído pela Lei nº 8.742/1993 (Lei
Orgânica da Assistência Social - LOAS) e regulamentado pelo
Decreto nº 6.214/2007. Ou seja, seu beneficiário precisa ter
renda familiar mensal (per capita) igual ou inferior a ¼ do salário
mínimo.
O BPC está vinculado ao Sistema Único de Assistência Social
(SUAS). Seu orçamento liquidado em 2020 foi R$61,7 bilhões,
sendo R$34,6 bilhões dados a pessoas com deficiência e R$27,1
bilhões a idosos, segundo o Painel do Orçamento Federal. Em
julho de 2020, havia 4,84 milhões de benefícios ativos, sendo
43,2% pagos a idosos e 53,3% a pessoas com deficiência,
enquanto 3,5% eram referentes à “antecipação do BPC”, de
acordo com dados do boletim estatístico da Previdência Social
do Ministério da Economia.
A partir do comparativo anterior, conseguimos visualizar o alcance e os
requisitos que permeiam os dois principais benefícios pagos com
recurso da assistência social.
No entanto, se existe certa interpenetraçãoentre previdência e
assistência social, talvez possamos colocar em perspectiva o que é
conhecido como sistema de pilares de proteção para fins do amparo
oferecido pela seguridade social.
As premissas para a compreensão são as seguintes:
1
Nos sistemas não contributivos, a arrecadação provém de
parcela da arrecadação tributária geral.
2
Contribuições sociais são tributos destinados a servir de base
financeira para as prestações sociais.
3
Nos sistemas contributivos, tributos específicos são
responsáveis pela prestação previdenciária.
Conheça agora o caso da privatização da previdência chilena. Tratava-se
de algo que parecia ótimo: Chile e a experiência de 1981 a 2008 de
privatização da previdência no modelo de capitalização mais a
possibilidade de benefício assistencial mínimo (para quem não
conseguisse se cotizar).
BPC-LOAS 
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Em 2008, no ocaso do modelo, instituiu-se o aporte provisional solidário
para quem se cotizou parcialmente. Veja a seguir a alteração das regras.
Até 2004, era comum haver a sustentação de um modelo de três pilares:
Pilar 1: renda mínima para todos (financiamento nos impostos em
geral);
Pilar 2: sistema de benefícios contributivos (financiado por
contribuições sobre salários) – economia coercitiva (benefício
previdenciário suficiente para garantir ao menos % da renda
recebida na ativa);
Pilar 3: previdência complementar privada (em forma de
capitalização) – economia voluntária individual (entregue a
administradoras de fundos de pensão).
Em seguida, avança-se para um modelo baseado no estudo old age
income support, de 2005 (Banco Mundial), com um modelo de cinco
pilares de proteção:
Pilar 0: renda mínima para todos (financiamento nos impostos em
geral);
Pilar 1: contributivo obrigatório em regime de solidariedade;
Pilar 2: contributivo obrigatório em regime de capitalização
individual;
Pilar 3: acordos voluntários flexíveis financiados pelo empregador;
Pilar 4: transferências adicionais monetárias inter ou
intrageracionais.
Para alguns, a partir do momento em que cada trabalhador faça
cotizações apenas para si e sua família (e não para um fundo que
contemple um grupo ou toda a sociedade), desaparece a noção de
solidariedade social. O regime financeiro de capitalização é próprio da
previdência privada. Verifique o Explore + ao final do conteúdo para mais
detalhes.
Comentário
Economicamente, essa experiência é perfeita; o fundo capta, multiplica,
garante o benefício a todos e os governos não ficam sobrecarregados.
Mas a consequência é a função do Estado. Afinal, ocorreu um aumento
da expectativa de vida. Os dividendos projetados não chegaram perto
dos que deveriam ser estruturados, havendo o prejuízo de quem
investiu. Mas não é um investimento: na verdade, uma garantia de
Estado e de proteção do trabalhador é que foi posta em xeque. E, com
isso, houve pobreza extrema, suicídios e perdas graves de rendimento.
Para fechar nosso módulo, vamos acrescentar algumas informações
sobre o principal benefício (em termos de dispêndios financeiros) da
assistência social (BPC-LOAS):
Art. 203, inciso V, CRFB, combinado com o art. 20 da Lei nº
8.742/1993 (c/ alterações) e com o Decreto nº 6.214/2007.
Fundamento legal 
Órgão de concessão 
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INSS (apesar de ser benefício assistencial).
INSS (superada discussão quanto a ser da União).
Deficiência ou idade maior que 65 anos (requisito
subjetivo);
Renda familiar baixa (a Reclamação nº 4.374/PE, de
relatoria do ministro Gilmar Mendes, reconheceu, sem
pronúncia de nulidade, a parcial inconstitucionalidade do
§3º do artigo 20 da LOAS, que estabelece o critério de ¼ da
renda mensal per capita do salário mínimo - requisito
objetivo);
Inscrição e manutenção no Cadastro Único (MP nº
871/2019 e Lei nº 13.846/2019) introduziram o §12 no art.
20 da Lei nº 8.742/1993).
Revisão a cada dois anos (art. 21 da Lei nº 8.742/1993 e art. 42
do Decreto nº 6.214/2007), e não há direito ao abono natalino
[13º] (art. 22 do Decreto nº 6.214/2007). A questão do 13º no
LOAS também está em discussão legislativa.
Impossibilidade de transferir a herdeiros (art. 23 do Decreto nº
6.214/2007): benefício personalíssimo que não gera pensão.
Verifique a seguir algumas informações sobre o requisito subjetivo da
deficiência.
Qual é o conceito?
A pessoa que tem impedimentos de longo prazo de natureza física,
mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas
barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade
em igualdade de condições com as demais pessoas (art. 4º, inciso II c/c
art. 9º, inciso I, do Decreto nº 6.214/2007).
A base desse conceito é a Convenção Sobre os Direitos da Pessoa com
Deficiência, patrocinada pela ONU (março de 2007) e aprovada pelo
Brasil por intermédio do DL nº 186/2008, nos termos do §3º do art. 5º
da Constituição Federal (confere status constitucional).
Bastaria a existência de alguma de�ciência?
Legitimidade passiva (processo judicial) 
Requisitos para a concessão 
Revisão 
Transferência a herdeiros 
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O art. 20 da Lei nº 8.742/1993 dispõe que deve ser comprovada a
ausência de meios para prover a própria manutenção.
Toda de�ciência impede que a pessoa seja apta a prover a própria
manutenção?
Se isso fosse verdade, não seria cabível a existência da aposentadoria
da pessoa com deficiência (LC nº 142/2013, que disciplina o art. 201,
§1º, da CRFB).
Desse modo, o LOAS tem como base a deficiência, mas não uma
qualquer – a lei exige uma deficiência qualificada que se aproxime da
incapacidade de prover a própria manutenção. A deficiência precisa ser
de longo prazo, definido pelo art. 20 da Lei nº 8.742/1993 como aquele
que supera dois anos.
Se o impedimento não for considerado permanente, haverá
possibilidade de reavaliação a cada dois anos (§7º). Segundo
jurisprudência (Tema 173 da TNU), prevalece a ideia de que:
É imprescindível a configuração de impedimento de
longo prazo com duração mínima de dois anos, a ser
aferido no caso concreto, desde o início do
impedimento até a data prevista para a cessação.
Se a pessoa vai para o mercado de trabalho, o LOAS cessa (art. 47-A do
Decreto nº 6.214/2007). Mas se não se adapta e atende aos requisitos
da legislação, ela faz jus à nova concessão (art. 25) ou ao
restabelecimento do pagamento a partir da demissão ou do fim do
seguro-desemprego (art. 47-A §2º).
Sobre o requisito objetivo da renda, aparece um dos grandes problemas
nacionais: a renda informal. O Decreto nº 6.214/2007, no art. 4º, inciso
VI, ao especificar os rendimentos que compõem a renda mensal bruta
familiar, expressamente inclui rendimentos do mercado informal e
aqueles auferidos do patrimônio.
Atenção!
A partir do Estatuto do Idoso (art. 34, caput, da Lei nº 10.741/2003),
admite-se mais de um LOAS por família. Isso vem expresso no art. 19,
caput, do Decreto nº 6.214/2007. A jurisprudência estendeu a exclusão
para todos os benefícios de idosos até um SM (inclusive os
previdenciários).
15/09/2023, 20:52 Seguridade social
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
15/09/2023, 20:52 Seguridade social
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2 - Previdência social no âmbito da seguridade
social
Ao �nal deste módulo, você deverá ser capaz de identi�car os principais
aspectos da previdência social no âmbito da seguridade social.
A estrutura da previdência
social
Neste vídeo, para que possamos entender as questões deste módulo,
serão caracterizados os regimes de previdência.Contexto histórico
Raízes históricas da assistência e previdência
no mundo

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Antes de estudar os princípios que norteiam a seguridade social e,
dentro dela, a previdência social, é importante verificar o arcabouço
histórico de construção desses sistemas de proteção social, pois é da
experiência pregressa da sociedade que se extraem as diretrizes que
baseiam o nosso constructo atual de proteção.
1601
Poor Law (Inglaterra): 1ª lei que instituía contribuição
obrigatória para fins de implementação de políticas
assistenciais. Foi a única medida até o séc. XVIII. Antes
disso, apenas a caridade pessoal/social atuava para
compensar infortúnios.
1762
Surge o seguro de vida (em Londres). O seguro de vida é um
modelo que aparece com uma relação híbrida entre governo
e instituições bancárias.
1789
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão
(valorização de ideais iluministas e de igualdade para os
iguais, tornando a lei e o princípio máximo). A seguridade
social passa a ser vista como um direito que deve ser
assegurado a todos.
1850
A partir deste ano, os Estados da Europa gradativamente
foram implantando um sistema jurídico de garantia dos
trabalhadores em face dos empregadores e um seguro
mediante contribuição dos empregadores (a pedra
fundamental da previdência social).
1883
Surge o modelo de Otto von Bismark (Alemanha), que
garantia seguro-doença, aposentadoria e proteção às vítimas
de acidente do trabalho. Teve grande influência na
implantação dos primeiros sistemas de previdência.
1942
Willi H B id (1879 1963) d t S d
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Histórico da assistência e previdência no Brasil
Veja alguns fatos relevantes ocorridos na história da previdência
brasileira ao longo dos séculos:
1795: Plano de beneficência* aos órfãos e às viúvas dos oficiais da
Marinha.
*Ainda sob o modelo colonialista, a tentativa era criar alguma
assistência local aos moldes do que era vivido em Portugal. O
funcionamento era o de uma caixa comum para auxílio.
1821: Aposentadoria dos mestres e professores (tratava-se de
outra categoria em estruturação; ganhou notoriedade a partir de
1808, mas era forte somente nas capitais) após 30 anos de serviço.
1850: O art. 79 (revogado) do Código Comercial garantia três
meses de salário para o trabalhador acidentado.
1888: Há o surgimento da aposentadoria dos empregados dos
Correios (depois de 60 anos de idade e 30 anos de serviço) e, dois
anos depois, da aposentadoria dos empregados da Estrada de Ferro
Central do Brasil, sendo logo em seguida estendida para todos os
ferroviários.
1891: A Constituição de 1891 (primeira Constituição republicana,
ela tentava manter ordenamentos sociais como fundamento da
Nova República, fundada pela égide de “ordem e progresso”)
assegurava a aposentadoria por invalidez para os servidores
públicos. Até esse ponto, havia benefícios graciosos do Estado (não
existia contribuição por parte dos trabalhadores).
1923: O Decreto Legislativo nº 4.682 (Lei Eloy Chaves) é um marco
inicial da Previdência Social para a doutrina majoritária: caixas de
aposentadoria e pensões nas empresas de estradas de ferro
mediante contribuição dos trabalhadores, das empresas do ramo e
do Estado; garantia aposentadoria e pensão por morte. Antes da Lei
Eloy Chaves, já existia a Caixa de Aposentadorias e Pensões dos
Operários da Casa da Moeda.
1930: Diversas caixas (que eram fundos comuns de caridade) para
aposentadoria e pensão são criadas até que a Constituição de 1934
se torna a primeira a tratar do modelo tripartite (contribuição dos
trabalhadores, das empresas e do poder público). Muitos institutos
de classe (os primeiros institutos de previdência eram organizados
por categoria) foram criados na década de 1930, como, por
exemplo, IAPM (marítimos), IAPC (comerciários), IAPB (bancários),
IAPI (industriários), IPASE (servidores do estado) e IAPETEC
(transporte de cargas).
1942: Cria-se a LBA (já extinta) para a assistência social.
William Henry Beveridge (1879-1963), durante a Segunda
Guerra Mundial, elaborou um plano (Beveridge Report) para
erradicar a pobreza e as necessidades sociais, sendo
considerado o embrião da assistência social moderna.
1948
A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH)
contempla a universalização dos direitos sociais.
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1945: Houve a primeira tentativa de unificação (criação de um
sistema de previdência para todos) sem sucesso. Mas os esforços
continuam nesse sentido:
Em 1949, o Decreto nº 26.778 padroniza a concessão de
benefícios;
Em 1953, cria-se a Caixa Nacional com a fusão das caixas
setoriais;
Em 1960, advém a Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS),
que não unificou os organismos, mas criou normas uniformes
(com plano único de benefícios).
1967: Criação do INPS (fusão de todos os IAP) – marco da
unificação da chamada Previdência Social Urbana.
Década de 1970: Em 1971, é criada a Funrural (LC nº 11/1971).
Como a CLT não atendia os trabalhadores do campo, essa lei é uma
tentativa de estabelecer um cuidado aos trabalhadores rurais. Em
1977, surge a possibilidade de criação de entidades de previdência
complementar. A previdência unificada deixa de ser o único órgão
possível, ainda que fosse linear e direito coletivo, por instituições de
associações de trabalhadores ou das próprias empresas. Cria-se a
possibilidade de uma complementação para vencer o
estabelecimento do teto.
Década de1980: Em 1986, é criado o Decreto-Lei nº 2.284 (seguro-
desemprego). A mudança das relações de trabalho, reduzindo
modelos de estabilidade, provoca a criação de mecanismo de
acúmulo; assim, trabalhadores podem ser demitidos a qualquer
momento, exceto – iminente e comprovadamente – às vésperas da
aposentadoria. Fora isso, mantém-se por seguro-desemprego, FGTS
e afins. Em 1988, a Constituição Federal estabeleceu o Sistema de
Seguridade Social.
Década de 1990: Em 1990, cria-se o INSS (substitui o INPS
[benefícios] e o IAPAS [arrecadação]); em 1991, as leis nº
8.212/1991 (custeio) e nº 8.213/1991 (benefícios e serviços) que
ainda vigoram, apesar das inúmeras alterações legislativas ao longo
do tempo. O INSS tem natureza jurídica de autarquia federal.
1993: Extingue-se o INAMPS (autarquia), com competência
absorvida pelo SUS (sem personalidade jurídica própria) e gerido
pelo CNS (federal) e pelas secretarias estaduais e municipais de
Saúde;
1998: A EC nº 20 pretendia modificar a concepção do sistema de
tempo de serviço para tempo de contribuição (concepção que
necessita de muitos anos para se estabelecer);
2003: A EC nº 41 altera o regime próprio de previdência dos
servidores públicos e cria disposição de inclusão previdenciária
para segurados de baixa renda.
2007: A EC nº 47, de 2005, cria a aposentadoria especial para os
segurados com deficiência.
2019: A EC nº 103 (Reforma da Previdência).
Com base nesse histórico, é possível concluir que a previdência social,
no Brasil, ainda não completou 100 anos e que o sistema de seguridade,
como o conhecemos, possui pouco mais de três décadas.
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Regime previdenciário
Principais características
O que é necessário para que se diga que existe um regime
previdenciário? Todo sistema de seguro social em virtude de relação de
trabalho (regime previdenciário) tem que garantir, ao menos,
aposentadoria e pensão por morte.
Existem inúmeros regimes previdenciários no Brasil (geral, servidores e
militares), mas costuma-se, por convenção, dizer que há duas espécies
de regime no Brasil:
Regime Geral de Previdência Social - RGPS
Instituído em benefíciodos trabalhadores da iniciativa privada e de
servidores que não sejam abrangidos por sistema próprio de
previdência (alguns municípios não possuem regime de
previdência). O RGPS é gerido pelo INSS.
Regime próprio
Instituído em benefício dos servidores com vínculo efetivo com a
Administração e mantido pelas entidades federativas (União,
estados, Distrito Federal e municípios). Os inúmeros regimes
próprios abrangem grupos determinados e são regidos por regras
próprias, as quais, por vezes, são bastante diferentes do RGPS.
Com essa base histórica e conceitual, passamos agora a analisar os
princípios da seguridade social, lembrando sempre sua composição
fincada nas áreas da saúde, previdência e assistência. Desse modo, os
princípios que veremos agora se referem a essas três áreas de forma
conjunta. Apesar de o art. 194, parágrafo único, da CRFB falar em
objetivos, a doutrina entende que tais “objetivos”, na verdade, são os
princípios da seguridade social elencados pela Carta Política.
A universalidade se refere a eventos ou infortúnios que devem
ser cobertos pelo sistema. Há quem faça a ligação desse
princípio com a obrigatoriedade da participação de todos (não é
uma opção fazer parte ou não do sistema de proteção e
contribuir para sua manutenção [no caso previdenciário] – todos
são abrangidos).
A equivalência não significa igualdade, mas o tratamento deve
ser uniforme, respeitando as peculiaridades.

Universalidade da cobertura e atendimento 
Uniformidade e equivalência dos benefícios para
populações urbanas e rurais 
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A seletividade também engloba a ideia de que não serão
concedidos todos os benefícios para todas as pessoas, mas
apenas para as que se enquadrarem na situação prevista em lei
(exemplo: não se permitirá uma pensão por morte se não houver
um dependente que não esteja entre os previstos em lei).
Numa expressão da vedação ao retrocesso social, os benefícios
(especialmente os da assistência social) não podem ter valor
reduzido. É uma orientação diferente da prevista pelo art. 201,
§4º (que se aplica somente à previdência): “reajustamento dos
benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor
real”. Os benefícios previdenciários devem preservar o valor real,
enquanto os demais apenas têm garantia de não redução do
valor nominal.
Exprime a ideia de que os mais abastados devem contribuir com
a maior parcela na sustentação do sistema. Surge uma pergunta
sobre esse princípio: haveria a possibilidade de fatores sociais
reduzirem a zero o custeio para certas pessoas? Isso porque, em
diversas situações, há significativo deslocamento de renda. Na
área assistencial, parece não haver maiores dúvidas, mas até
que medida isso seria admitido na área previdenciária?
Diversas contribuições diferentes alimentam o sistema da
seguridade social (folha de salários, faturamento, lucro, concurso
de prognósticos etc.), o que garante, mesmo diante de uma crise
setorial, que seja possível manter a higidez do sistema.
No que concerne ao Regime Geral da Previdência Social (RGPS), o art.
201 da CRFB prevê:
Seletividade nas prestações, conferindo vantagens aos
mais necessitados 
Irredutibilidade do valor dos benefícios 
Equidade no custeio 
Diversidade da base de financiamento 
Caráter contributivo
Filiação obrigatória
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Sob o ponto de vista subjetivo, o sistema é tripartite, com o
financiamento pelo empregador, pelo empregado e pelo Estado (art. 195
CRFB). E quem paga a conta? A saúde financeira da previdência social.
A preocupação com a rigidez do sistema de proteção social faz com
que sejam apresentadas algumas diretrizes constitucionais para
garantir a saúde financeira da previdência social:
Veda a utilização dos recursos provenientes das contribuições
sociais de que trata o art. 195, I, a [patronal], e II [segurados], para
a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios
do RGPS (ideia de receita tipicamente previdenciária dentro das
receitas da seguridade).
Exigência de lei complementar para concessão de anistia ou
remissão. Depois da EC nº 103/2019, surge uma vedação mais
forte: não se admite mais remissão e anistia para a parte
patronal e de empregados, além de serem vedados
parcelamentos e moratórias por prazos superiores a 60 meses
(impossibilita o REFIS por lei). O art. 31 da EC nº 103 resguarda o
direito adquirido dos aderentes, mas impossibilita a reabertura
de prazos em REFIS anteriores.
Preservação do equilíbrio �nanceiro e
atuarial
Proteção: doença, invalidez, idade
avançada, maternidade e desemprego
Proteção a dependentes em razão de
morte do segurado
Proteção a dependentes (de baixa
renda): salário-família e auxílio-
reclusão
O art. 167, XI, CRFB (incluído pela EC nº 20/1998) 
Antes da EC nº 103/2019 
Exigência de CND (certidão negativa de débito) ou CPD-EN
(certidão positiva com efeito de negativa): art. 195, §3º 
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Art. 195, §3º
A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social,
como estabelecido em lei, não poderá contratar com o poder
público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios.
Art. 195, §4º
A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a
manutenção ou expansão da seguridade social, desde que
obedecidos certos requisitos.
Art. 195, §5º
Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser
criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de
custeio total. Esse comando está na redação original da CRFB.
Pergunta-se: isso vem sendo respeitado pelos benefícios que
confundem previdência com assistência social?
Por outro lado, também existem certas imunidades e proteções ao
contribuinte:
Art. 195, §7º
São isentas de contribuição para a seguridade social as
entidades beneficentes de assistência social que atendam às
exigências estabelecidas em lei.
Art. 195, §6º
As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser
exigidas após decorridos 90 dias da data da publicação da lei
que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o
disposto no artigo 150, III, b (anterioridade de exercício).
Art. 195, §9º
As contribuições sociais patronais (art. 195, I) poderão ter
alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas em razão da
Fontes complementares de custeio 
Correspondência benefício-custeio 
Imunidade 
Princípio da anterioridade nonagesimal que substitui o
princípio da anterioridade de exercício para tributos em
geral

Equidade e proporcionalidade no sistema de custeio 
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atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do
porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de
trabalho.
Observação: Tema 470 da Repercussão Geral no STF, julgado em
junho de 2018: “É constitucional a contribuição adicional de 2,5%
(dois e meio por cento) sobre a folha de salários instituída para
as instituições financeiras e assemelhadas”.
Vistos o histórico, os princípios e os objetivos que norteiam a
seguridade e a previdência social, vamos exercitar adiante a
identificação das suas singularidades e, no próximo módulo, tratar do
Direito Previdenciário e de seus institutos.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
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3 - Fundamentos do Direito Previdenciário
Ao �nal deste módulo, você deverá ser capaz de reconheceras
instituições e os principais requisitos de funcionamento da Previdência.
Desa�os para o
funcionamento da
previdência social
Neste vídeo, veja uma ponte entre as garantias para o funcionamento do
sistema previdenciário e os desafios apresentados. Confira!
Fundamentos do Direito
Previdenciário
Conceitos e institutos fundamentais do Direito
Previdenciário
Alguns dos conceitos e institutos fundamentais do Direito Previdenciário
ficam mais evidentes quando comparamos regimes distintos, ou seja,
quando enxergamos as diferenças ou oposições entre dois regimes
previdenciários diferentes, entendemos melhor os mecanismos e os
objetivos que norteiam as regras desse ramo do Direito.
Façamos então uma comparação (ressaltando as diferenças) entre o
regime geral (RGPS) e o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS)
dos Servidores da União):

Integralidade e paridade no valor do benefício 
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Para servidores que ingressaram antes da EC nº 41, de 2003, há
a possibilidade de concessão de benefício previdenciário com
integralidade ou paridade. O fim da integralidade no RPPS foi
regulado (em âmbito nacional, e não apenas para servidores
federais) pela Lei nº 10.887/2004.
O que é integralidade? Percepção de proventos e pensão
igual à totalidade da remuneração no momento da
aposentadoria;
O que é paridade? Concessão dos mesmos aumentos e
reajustes atribuídos aos servidores ativos (protrai a
igualdade remuneratória de ativos e aposentados no
tempo);
Há integralidade e paridade no RGPS? Não. No RGPS,
nunca existiu paridade ou integralidade. Para servidores
que ingressaram depois da Lei nº 10.887/2004, ela
também não existe.
O segurado é obrigado a contribuir sobre todo o seu salário, ou
há um teto (além do qual não é cobrado nenhum valor adicional
de contribuição previdenciária)?
Servidor federal que ingressa até a Lei nº 12.618/2012:
contribui sobre o total da remuneração e tem cálculo do
benefício em cima do total que contribuiu (sem aplicar o
teto do RGPS na contribuição e no benefício);
Servidor federal que ingressa após a Lei nº 12.618/2012:
contribui, no máximo, sobre o teto do RGPS e recebe
benefício considerando esse mesmo teto;
RGPS: sempre houve teto de contribuição, que é reajustado
anualmente. O segurado do RGPS contribui até o teto (não
incide contribuição sobre o que ultrapassar) e receberá
benefício também limitado a esse teto, igual ao dos
servidores que ingressaram após a Lei nº 12.618/2012.
Observações:
A Lei nº 12.618/2012 institui o regime de previdência
complementar para os servidores públicos federais. A adesão é
opcional e funciona de forma parecida com a dos fundos de
previdência fechados (Previ, Petros, Postalis etc.).
Houve possibilidade e regra para todos os servidores antigos que
quiseram migrar para o novo sistema, recebendo um benefício
especial em razão das contribuições já realizadas além do teto.
A Lei nº 13.809/2018 possibilitou a migração até 03/2019.
A EC nº 41, de 2003, previu a contribuição de servidores
inativos. O art. 5º da Lei nº 10.887/2004 estabeleceu 11%
sobre o que exceder o teto do RGPS. Já as ADINs 3105 e
3128 consideraram constitucional essa cobrança;
Não há contribuição de aposentados ou pensionistas
vinculados ao RGPS;
Teto de contribuição 
Recolhimento ao sistema previdenciário depois de se
aposentar 
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Mudança advinda com a EC nº 103, de 2019: contribuição
adicional progressiva conforme tabela do art. 11, que prevê
alíquotas de até 22% sobre o que exceder o teto do RGPS.
Aplica-se apenas a servidores (art. 134 da Lei nº 8.112/1990),
não encontrando paralelo no RGPS. Para alguns, a cassação da
aposentadoria fulmina a ideia de sistema contributivo. No RGPS,
não há possibilidade de se desconsiderar contribuições ou
tempo de serviço (pertencem ao patrimônio do trabalhador). As
cassações de aposentadoria no RGPS ocorrem em razão de não
ter havido o vínculo ou as remunerações que deram base à
concessão (fraude na contagem de tempo ou inserção indevida
de salários de contribuição), e não como punição por desvios de
natureza trabalhista. Os delitos de um servidor no exercício da
função podem ser punidos com perda da aposentadoria.
Essas foram, portanto, algumas diferenças entre o RGPS e o RPPS dos
servidores da União. Elas nos ajudam a compreender alguns institutos
muitas vezes debatidos nos círculos que discutem o sistema
previdenciário e suas reformas.
Como podemos observar, os sistemas foram gradativamente se
aproximando, tendo esse processo culminado com a EC nº 103, de
2019, que busca parametrizações cujo norte é a equivalência das
regras.
Saiba mais
O Regime dos Militares das Forças Armadas não entrou nessa
equivalência, preservando regras próprias muito distantes das
estabelecidas para o RGPS ou o RPPS dos servidores. A EC nº 103, de
2019, não tratou da previdência dos militares. As alterações desse
regime foram feitas pela Lei nº 13.954/2019.
Feitas essas considerações iniciais, partiremos para um conhecimento
mais aprofundado do Regime Geral de Previdência Social (RGPS). Nosso
primeiro passo será identificar os sujeitos protegidos por esse regime:
Trabalhadores que possuem relação de emprego regida pela CLT;
Empregados rurais – Lei nº 5.889/1973;
Empregados domésticos - LC nº 150/2015;
Trabalhadores autônomos, eventuais ou não;
Empresários, titulares de firma individual ou sócios gestores;
Trabalhadores avulsos mediante órgão gestor de mão de obra
(OGMO) ou sindicatos;
Pequenos produtores rurais e pescadores artesanais (economia
familiar);
Servidor exclusivamente em cargo comissionado (art. 40, §13);
Os dependentes de todos esses trabalhadores.
Como se pode observar, são muitas categorias, e isso se dá porque a
ideia do regime geral é abranger todas as atividades remuneradas que
não são amparadas por algum regime próprio de previdência (RPPS) e,
Possibilidade de cassação da aposentadoria 
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assim, alcançar um dos princípios da seguridade social: a
universalidade da cobertura e do atendimento.
Divisão dos segurados do
RGPS
Segurado obrigatório e segurado facultativo
Veja a diferença entre os dois tipos de segurado:
Segurado obrigatório
Aquele que se filia de forma compulsória à previdência social para
exercer atividade remunerada, efetiva ou eventual, de natureza
urbana ou rural, com ou sem vínculo de emprego, a título precário
ou não.
Segurado facultativo
Aquele que, mesmo não tendo vínculo obrigatório de filiação,
deseja participar do sistema e alcançar seus benefícios. Exemplo:
quem realiza trabalho doméstico no âmbito da própria residência.
Apesar de serem inúmeros os trabalhadores que possuem vínculo
obrigatório com o RGPS, há uma classificação em categorias que
determina a forma de custeio e os benefícios que podem ser obtidos.
A classificação atual dos segurados obrigatórios do RGPS é a seguinte:
Empregado, segundo definição do art. 3º da CLT, é aquele que
presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter
não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração.
Empregado temporário e trabalhador intermitente se enquadram
como empregado (Lei nº 13.467/2017).
Por questão de política legislativa, o conceito de empregado não
se aplica de forma absoluta em todas as hipóteses previstas no
art. 11, I, da Lei nº 8.213/1991, como, por exemplo, o servidor
público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo
com a União, autarquias, inclusive em regime especial, e
fundações públicas federais, assim como aqueles que exercem
mandato eletivo desde que não estejam vinculados a regime
próprio.
Aquele que presta serviço de natureza contínua à pessoaou
família, no âmbito residencial delas, em atividades sem fins

Empregado 
Empregado doméstico 
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lucrativos. Grandes modificações na categoria foram previstas
na LC nº 150/2015.
Esta categoria engloba:
Empresário (sócio-gerente, sócio cotista, titular de firma
individual, diretor não empregado, conselho de
administração de SA e titular de EIRELI);
Diretor de cooperativa ou associação;
Autônomo (presta serviço de natureza urbana ou rural, em
caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de
emprego ou presta serviços diretamente à PF, exercendo
atividade de natureza urbana);
Síndico de condomínio;
Pessoa física que tenha empregados que não sejam
domésticos;
Pessoa física que explora atividade agropecuária em área
superior a quatro módulos fiscais;
Garimpeiro;
Médico residente (Lei nº 6.932/1981);
Ministro de confissão religiosa sem vínculo empregatício
com a instituição à qual pertence.
Quem, sindicalizado ou não, presta a diversas empresas, sem
vínculo empregatício, serviço de natureza urbana ou rural.
Segundo o Decreto nº 3.048/1999, tais trabalhadores possuem
as seguintes características:
Intermediação obrigatória do OGMO ou do sindicato de
categoria;
Não há vínculo empregatício com tomadores de serviço,
sindicato ou OGMO;
Eventualidade da prestação sob a ótica das empresas
tomadoras de serviço.
Pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado
urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime
de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de
terceiros, seja:
Produtor agropecuário em área até quatro módulos;
Seringueiro ou extrativista vegetal;
Pescador artesanal;
Cônjuge ou filho maior de 16 anos que trabalhe com o
grupo familiar.
Você sabe o que é regime de economia familiar?
Resposta
Contribuinte individual 
Trabalhador avulso 
Segurado especial 
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É definido como a atividade em que o trabalho dos membros da família
é indispensável à própria subsistência, sendo exercido em condições de
mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados
permanentes (admite-se até 120 dias x pessoas por ano).
Observações que valem para qualquer trabalhador: todos que exercerem
concomitantemente mais de uma atividade remunerada sujeita ao
RGPS, serão obrigatoriamente filiados em relação a cada uma delas.
Todavia, o segurado especial deixa de sê-lo caso assuma condição de
qualquer outro segurado obrigatório.
Segurados de baixa renda
O art. 201, §12 e 13 (introduzido pela EC nº 41, de 2003, e alterado pela
EC nº 47, de 2005), da CF prevê a figura do segurado de baixa renda com
a possibilidade de inclusão previdenciária. Para esses segurados, haverá
alíquotas e carências inferiores às vigentes para os demais segurados.
As regras para os segurados de baixa renda foram previstas pela Lei nº
12.470/2011 (que alterou o art. 21 da Lei nº 8.212/1991 – Lei de
Custeio da Previdência Social (LCPS)): contribuem com 5% do salário
mínimo e devem se enquadrar em uma das seguintes situações:
Art. 201, §12
“[...] trabalhadores de baixa renda e aqueles sem renda própria que
se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de
sua residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda,
garantindo-lhes acesso a benefícios de valor igual a um salário
mínimo.”
Microempreendedor individual (previsto no art. 18-A da LC nº
123/2006).
Aquele que se dedique exclusivamente ao trabalho doméstico no
âmbito de sua residência, inscrito no CadÚnico e cuja renda
familiar total seja de até dois salários mínimos.
É categorizado como segurado facultativo o maior de 14 anos
que se filia voluntariamente ao Regime Geral de Previdência
Social mediante contribuição, desde que não esteja incluído em
qualquer regime de previdência como segurado obrigatório.
Dependentes
Vamos falar dos dependentes?
São pessoas ligadas ao RGPS não em razão de sua própria atividade
remunerada, mas como dependentes dos segurados. As classes de
MEI 
Segurado facultativo 
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dependentes estão previstas no art. 16 da Lei nº 8.213/1991 – Lei de
Benefícios da Previdência Social (LBPS):
Observe agora algumas observações sobre concessões de benefícios a
dependentes:
Para fins de concessão de benefício, a existência de dependente de
qualquer das classes precedentes exclui o direito das classes
seguintes. Havendo mais de uma pessoa numa mesma classe,
existe uma divisão do valor em partes iguais entre os dependentes;
Cessado o benefício para alguém dentro de determinada classe,
haverá nova divisão do valor entre os remanescentes dentro da
classe. Quando acabarem todos os dependentes da mesma classe,
cessará o benefício, não passando para as classes subsequentes;
A dependência econômica das pessoas indicadas na classe I é
presumida, e a das demais deve ser comprovada (há jurisprudência
favorável ao entendimento de que a presunção de dependência
econômica das pessoas indicadas na classe I é absoluta, mas ela
não é pacífica);
O momento da verificação da dependência econômica é a época do
óbito (princípio do tempus regit actum) – há controvérsias também
sobre esse ponto, mas essa é a posição que prevalece.
Quais são os benefícios destinados aos dependentes?
Classe I
O cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não
emancipado menor de 21 anos ou inválido ou que tenha
deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave.
Classe II
Os pais.
Classe III
O irmão não emancipado menor de 21 anos ou inválido ou
que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência
grave.
Pensão por morte
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A existência de um dependente de qualquer das classes desse artigo
exclui do direito às prestações aqueles das seguintes classes:
Equiparam-se a filho mediante declaração do segurado e desde
que comprovada a dependência econômica na forma
estabelecida no regulamento. A dependência econômica dos
dependentes de classe I é presumida, enquanto a das demais
classes deve ser comprovada.
Vale destacar que as provas de união estável e de dependência
econômica exigem o início de prova material (documental)
contemporânea dos fatos, produzido em período não superior a
24 meses anterior à data do óbito ou do recolhimento à prisão do
segurado, não sendo admitida a prova exclusivamente
testemunhal, exceto na ocorrência de motivo de força maior ou
caso fortuito, conforme disposto no regulamento.
Para o segurado obrigatório, nasce a relação de seguro social no
primeiro dia de trabalho, porque é nessa data que se dá sua
filiação ao RGPS. Para o segurado facultativo, a relação se inicia
no dia em que ocorre sua inscrição no RGPS, com a primeira
contribuição vertida (art. 20, e parágrafos do Decreto nº
3.048/1999). A forma de inscrição de segurados e dependentes
é disciplinada pelos arts. 17 a 24 do Decreto nº 3.048/1999.
Outros institutos do Direito
Previdenciário
Carência
Vistas as espécies de segurado e seus dependentes, vamos
compreender agora os aspectos relacionados à carência.
Auxílio-reclusão
Serviço social
Reabilitação pro�ssional
O enteado e o menor tutelado 
Filiação e inscrição no RGPS 
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O que é carência no RGPS?
É o número de contribuições mensais indispensáveis para que o
beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a partir do transcurso
do primeiro dia dos meses de suas competências (artigo 24 da LBPS).
Imagine a seguinte situação: alguém entrou em 29 de março no local de
trabalho.Esse mês de março conta como carência? Sim (até a EC nº
103/2019). Observa-se a redação da IN 77/2005, art. 145.
A EC nº 103, de 2019 (art. 195, §14), altera a regra: podem ser
reconhecidas como tempo de contribuição somente competências cuja
contribuição seja igual ou superior à contribuição mínima mensal
exigida para a categoria do segurado, admitido o agrupamento de
contribuições.
O art. 29 da EC faculta soluções desde que ocorram no mesmo ano civil:
Complementação do valor para atingir o limite mínimo;
Utilizar o valor excedente a um salário mínimo de outra
competência para suprir a complementação da competência abaixo
do salário mínimo;
Agrupar contribuições inferiores ao mínimo em diferentes
competências para superar o patamar de 1 SM.
Veja os períodos de carência conforme a espécie do benefício.
São 12 meses, exceto nos casos de acidente de qualquer
natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem
como nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for
acometido de alguma das doenças e das afecções especificadas
em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência
Social. A lista está no artigo 147, II, anexo XLV, da Instrução
Normativa nº 77/2015 do INSS. Exemplos: cegueira, tuberculose,
hanseníase, alienação mental, neoplasia maligna e cardiopatia
grave.
É importante diferenciar os dois institutos: qualidade de
segurado X carência. A preexistência da incapacidade em
relação à filiação impede a concessão de benefícios, pois
retiraria o caráter de seguro social. A dispensa de carência não é
sinônimo de dispensa da qualidade de segurado no momento em
que a pessoa é acometida pela enfermidade. A pessoa precisa
ser segurada do RGPS antes de se tornar incapaz, ainda que a
carência possa ser, em alguns casos, dispensada.
São 180 meses (observando o art. 142 da LBPS: tabela de
redução para quem completa requisitos até 2011).
Auxílio-doença e aposentadoria por invalidez 
Aposentadoria por idade, por tempo de contribuição,
especial e da pessoa com deficiência 
Salário-maternidade 
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São 10 meses (contribuinte individual e facultativa), não havendo
carência para a empregada, a empregada doméstica e a avulsa.
A segurada especial deve comprovar exercício de atividade rural
nos últimos 10 meses imediatamente anteriores ao
requerimento.
Não há carência.
Observe que o início da contagem da carência varia conforme a espécie
de segurado.
Segurados empregados (inclusive domésticos) e
trabalhadores avulsos
A partir da filiação ao RGPS (art. 27, inciso I, LBPS).
Contribuinte individual e facultativo
A contar do pagamento da primeira contribuição sem atraso (art.
27, inciso II, LBPS).
Qual é a ideia por trás da diferenciação?
Distinguir quem está obrigado legalmente a fazer o recolhimento (não
podemos ser prejudicados por uma eventual omissão de terceiros).
Como o contribuinte individual e o facultativo estão, em regra, obrigados
ao próprio recolhimento, para eles só conta a carência a partir da 1ª
contribuição em dia.
Atenção!
Em relação ao CI, conforme entendimento do STJ (REsp 1.346.852 de
05/2013), não se admite recolhimento de contribuições previdenciárias
post mortem a fim de que, reconhecida a qualidade de segurado do
falecido, seja garantida a pensão por morte. A MP nº 871/2019
(convertida na Lei nº 13.846/2019) introduz o §7º no art. 17 da LBPS:
proíbe a inscrição post mortem de segurado contribuinte individual e
segurado facultativo.
Veja também outros pontos relacionados à carência:
Redutor de carência
Há um redutor de carência para os benefícios de auxílio-doença,
aposentadoria por invalidez e salário-maternidade. A previsão
está no art. 27-A da LBPS (Lei nº 8.213/1991) – situação: era
segurado, perdeu qualidade de segurado e retornou ao sistema.
Quando recupera as contribuições anteriores? Quando recolher
Auxílio-acidente, salário-família, pensão por morte e
auxílio-reclusão 
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metade das contribuições exigíveis a título de carência do
benefício pretendido.
Exclusão de carência
Seu objetivo é garantir a manutenção da qualidade de segurado
durante algum tempo, mesmo que sejam cessadas as
contribuições ou o exercício de atividade considerada como de
filiação obrigatória ao RGPS.
Período de graça
O período de graça (art. 15 da Lei nº 8.213/1991) é o período em que o
indivíduo continua filiado ao RGPS, mesmo não exercendo atividade que
o enquadre como segurado obrigatório nem contribuindo mensalmente
como segurado facultativo.
Em razão do período de graça, a perda da qualidade de segurado
ocorrerá no dia seguinte ao término do prazo para recolhimento da
contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao final desse
período.
Veja o exemplo a seguir:
Supondo que o período de graça seja de 12 meses e que a demissão do
empregado tenha sido em 14/04/2016. Quando ele perde a qualidade de
segurado?
Resposta: ele perde a qualidade de segurado em 16/06.
Período de graça de�nido em lei
Mantém a qualidade de segurado independentemente de contribuições:
Sem limite de prazo: Quem está em gozo de benefício;
Por 12 meses após a cessação das contribuições: O segurado que
deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela previdência
social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração;
Por 12 meses após o livramento: O segurado retido ou recluso;
Por 3 meses após o licenciamento: O segurado incorporado às
Forças Armadas para prestar serviço militar;
Por 6 meses após a cessação das contribuições: O segurado
facultativo.
Atenção!
O segurado que deixar de exercer atividade remunerada terá o período
de graça prorrogado para 24 meses se já tiver pagado mais de 120
contribuições mensais sem interrupção que acarretem a perda da
qualidade de segurado.
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Serão acrescidos 12 meses para o segurado desempregado desde que
essa situação seja comprovada pelo registro no órgão próprio do
Ministério do Trabalho e da Previdência Social.
Fechamos o período de graça e passamos a um tema que gera alguma
controvérsia por ele representar uma mudança de paradigma. Iniciada
em 1998 (EC nº 20), ela se estende até os dias de hoje. Trata-se da
diferenciação entre o tempo de serviço e o de contribuição.
Tempo de serviço x tempo de contribuição
Até 1998, os benefícios eram garantidos em razão do tempo de serviço.
Havia a obrigação legal de recolhimentos, mas o foco da análise dos
benefícios era o serviço prestado.
Por questões econômicas e de sustentação do sistema, a EC nº 20, de
1998, iniciou a mudança de paradigma para deixar de lado o tempo de
serviço e adotar o foco no tempo de contribuição.
Todavia, a Lei nº 8.213/1991 continuou usando a expressão “tempo de
serviço”. E como não há definição legal do que deva ser considerado
como tempo de contribuição, consideram-se ainda aplicáveis (em
muitos casos) os conceitos de tempo de serviço para esse fim (art. 4º
da EC nº 20, de 1998).
Vale dizer que será considerado como tempo de serviço (art. 60 do
Decreto nº 3.048/1999):
Período intercalado em que esteve em gozo de auxílio-doença ou
aposentadoria por invalidez;
Tempo de serviço militar ou de serviço civil alternativo;
Período de gozo de licença-maternidade;
Período de contribuição como segurado facultativo;
Período de licença remunerada, desde que tenha havido
contribuição;
Tempo de contribuição em outro regime (RPPS) mediante
contagem recíproca;
Mandato eletivo quando não contado para outro regime;
Vitimado por atos de exceção que tenham sido compelidos ao
afastamento de atividade remunerada no período de 18/09/1946 a
05/10/1988;
Licença remunerada;
Período como aluno-aprendiz referente ao período deaprendizado
profissional em escola técnica, desde que sejam comprovados a
remuneração, mesmo que indireta, à conta do orçamento público e
o vínculo empregatício.
O INSS costuma considerar o tempo em que o segurado esteve em gozo
de auxílio-doença como tempo de contribuição, mas não conta esse
período para fins de carência (ante a ausência de contribuição). A
jurisprudência amplamente majoritária também considera o auxílio-
doença para fins de carência.
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MEI e contribuinte
individual
Principais características
Há uma figura de natureza jurídica híbrida (empresa e contribuinte
individual ao mesmo tempo) que ganhou bastante espaço nos últimos
anos e merece ser aqui tratada sob o ponto de vista previdenciário.
Trata-se do microempreendedor individual (MEI).
Com vigência a partir de julho de 2009, a LC nº 128/2008 criou a figura
do MEI por meio da introdução do art. 18-A na LC nº 123/2006 (Estatuto
da ME e EPP). Podem ser úteis, assim, algumas distinções entre as
figuras do MEI e da microempresa:
MEI (art. 18-A da LC nº 123)
MEI é empresário (art. 968, §4º, CC);
Receita até R$81.000 por ano;
Pode ter até um empregado;
Contribuições migram do DARF para o CNIS.
Microempresa (art. 3º da LC nº 123)
Microempresa tem administrador;
Receita até R$360.000 por ano;
Pode ter mais empregados;
Necessidade de fazer GFIP.
As contribuições de cada categoria são:
MEI
A contribuição do MEI é de 5% sobre o salário mínimo (art. 21, §2º,
II, “a” da Lei nº 8.212/1991, com redação pela Lei nº 12.470/2011)
e é realizada pelo próprio MEI.
Microempresa
A contribuição do sócio da microempresa que ganhe pró-labore é
de 11% sobre o valor do pró-labore (retido e recolhido pela
microempresa – art. 4º da Lei nº 10.666/2003).
Até aqui, vimos diversos aspectos do RGPS e dos institutos que se
relacionam com a concessão dos benefícios previdenciários. No
entanto, ainda não falamos sobre a renda desses benefícios, o que
faremos a partir de agora.
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Renda mensal inicial (RMI) – traduz-se como
a renda inicial (valor) do benefício a ser
recebida pelo segurado ou dependente.
Para compreendermos como se chega ao montante do RMI, alguns
conceitos prévios são necessários:
São os valores que servem de base de cálculo para a incidência
da contribuição previdenciária paga pelo segurado ao longo da
sua vida. Via de regra, retrata a remuneração recebida em razão
da atividade que o vincula ao RGPS.
É o lapso temporal cujos salários de contribuição (SC) serão
levados em conta no cálculo do salário de benefício (SB).
É o valor obtido a partir de uma média dos salários de
contribuição (SC) durante o período básico de cálculo (PBC),
observando, ao final, os limites mínimo (salário mínimo) e
máximo (teto do RGPS) e a incidência ou não do fator
previdenciário, conforme o caso. Esse cálculo se dá na forma do
art. 29 da Lei nº 8.213/1991.
Criado pela Lei nº 9.876/1999, tal fator insere-se na fórmula do
salário de benefício da aposentadoria por tempo de contribuição
(obrigatoriamente) e da aposentadoria por idade
(facultativamente).
O salário de benefício é o valor usado para o cálculo da renda mensal
inicial dos principais benefícios previdenciários de pagamento
continuado (exceções: SFam e SMat). A regra é: RMI = SB x Cf, em que
Cf é o coeficiente de cálculo específico para o benefício pretendido (91%
para auxílio-doença e 50% para auxílio-acidente).
Muitos coeficientes mudaram com a EC nº 103/2019 (conheceremos
essas mudanças quando abordarmos cada benefício especificamente).
Para uma melhor compreensão, vejamos como se calcula o salário de
benefício (SB) na aposentadoria por tempo de contribuição (ATC) e na
aposentadoria por idade (APID):
Antes da EC nº 103/2019
Saldo de contribuição (SC) 
Período básico de cálculo (PBC) 
Salário de benefício (SB) 
Fator previdenciário 
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Média aritmética simples dos maiores salários de contribuição
correspondentes a 80% do PBC multiplicada pelo fator
previdenciário. Para APID, o fator previdenciário é opcional.
Depois da EC nº 103/2019 (art. 26)
Média aritmética simples de todos os salários de contribuição do
PBC.
A EC nº 103/2019 incluiu uma regra nova (art. 26, §6º), que permite a
exclusão de contribuições que abaixem o salário de benefício. Em
especial, depois da alteração que determina o cálculo com 100% do
PBC, e não mais as 80% maiores contribuições, essa opção pode trazer
diferenças significativas.
Mas vale dizer: se houver a exclusão das contribuições, deve-se excluir
também o tempo e todos os seus efeitos, inclusive para averbação em
outros regimes (RPPS).
O salário de benefício (por força do art. 29, §2º) e a RMI (por força do
art. 33) respeitam o limite máximo (teto) do RGPS. São exceções:
25% sobre aposentadoria por invalidez (art. 45 da Lei nº
8.213/1991);
Salário-maternidade (arts. 72 e 73 da Lei nº 8.213/1991).
A partir da EC nº 103, de 2019, também por força constitucional (art. 26,
§1º), existe a limitação do salário de benefício (SB) ao teto do RGPS.
Comentário
Sempre são levados em conta os 80% de maiores salários ou os 100%
maiores salários dentro de uma média aritmética simples? Não (art. 3º,
§2º, da Lei nº 9.876/1999), pois deve haver pelo menos 60% de
contribuições no PBC (de julho de 1994 até o momento da
aposentadoria). Isso é o que se chama de divisor mínimo (60% do
período contributivo). A ideia é privilegiar aqueles que têm muitas
contribuições e não deixar que haja vantagem para os que possuem
poucas contribuições com valores altos. Desse modo, se não houver ao
menos 60% de meses com contribuições no PBC, não haverá mais a
média aritmética simples, e sim o somatório do que se contribuiu ao
longo do tempo dividido pelo divisor mínimo (número de meses
correspondente a 60% do PBC).
Vejamos o seguinte exemplo:
Aposentadoria em dezembro de 2016: de julho/1994 a dezembro/2016
= 270 meses. Com isso, 60% de 270 = 162 (esse é divisor mínimo):

Situação 1
Pessoa tem 220 contribuições.
80% de 220 = 176.
Como 176 > 162 – usará as 176 maiores (80%
maiores) / 176.
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Tese da revisão da vida toda
Orientação jurisprudencial
Pessoas cujo cálculo compreende os 80% maiores SC desde julho de
1994 desejam que os salários anteriores (ou seja, de toda a vida
contributiva) também sejam considerados.
Comentário
Sobre o tempo de contribuição, o art. 29, § 9º da LBPS estabelece que
devem ser adicionados:
a) 5 anos ao tempo de contribuição da mulher;
b) 5 anos ao tempo de contribuição do professor (homem), exceto
universitário;
c) 10 anos ao tempo de contribuição da professora (mulher), exceto
universitária.
A diferença será favorável quando houver queda dos SC no final da vida
contributiva, o que foi julgado de forma favorável pelo STJ em dezembro
de 2019 (Tema 999). No entanto, há recurso extraordinário pendente no
STF.
Fator (julgado constitucional pelo STF em 12/2003 (ADI 2111))
que altera o salário de benefício, levando em conta o tempo de
contribuição, a idade na data da aposentadoria e a expectativa
de sobrevida do segurado. Essa expectativa é definida a partir de
tábua completa de mortalidade para o total da população
brasileira, que compete ao IBGE publicar.
Aplicação: ATC (aposentadoria por tempo de contribuição) e
APID (aposentadoria por idade), sendo que na APID é facultativa.
Mesmo com o fator previdenciário, o governo não conseguiu
aumentar a idade média de aposentadoria, que se estabilizou,
desde 2002, em 54 anos para homens e 51 anos para mulheres.
O efeito prático foi a reduçãodo valor dos benefícios quando a
renda supera um salário mínimo.
Situação 2
Pessoa tem 180 contribuições.
80% de 180 = 144.
Como 144 < 162 – usará as 162 maiores (90%
maiores) / 162.
Situação 3
Pessoa tem 150 contribuições.
Como 150 < 162 – usará todas as 150 (100%) / 162.
Fator previdenciário 
15/09/2023, 20:52 Seguridade social
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Com a EC nº 103/2019, não há como não aumentar a idade de
aposentadoria, porque as novas regras determinam uma idade
mínima a ser alcançada. Após a EC nº 103/2019, o fator
previdenciário continua sendo aplicado, mas em apenas uma
regra de transição (pedágio de 50% do art. 16 da EC), de modo
que ele influenciará cada vez menos até desaparecer
completamente.
O §5º do art. 24 da EC nº 103/2019 garante o direito adquirido
para as acumulações feitas até a data de promulgação da
emenda. Porém, a partir da EC nº 103/2019 (art. 24), surgiram
regras de cálculo para os casos em que o segurado acumula
duas pensões (de regimes diferentes) ou pensão com
aposentadoria:
Recebe o maior benefício de forma integral;
Recebe o menor benefício conforme a seguinte escala
(§2º):
100% até 1 SM;
60% de 1 até 2 SM;
40% de 2 até 3 SM;
20% de 3 até 4 SM;
10% do que superar 4 SM.
Outra questão que vale a pena ser abordada diz respeito à conexão
existente entre o Direito do Trabalho e o Direito Previdenciário, em
especial quanto aos efeitos das sentenças trabalhistas para fins
previdenciários. Quanto a esse ponto, ressaltemos os seguintes
aspectos:
Primeiro aspecto
Há uma sentença judicial transitada em julgado (no âmbito da Justiça
do Trabalho) em que se reconhece um vínculo.
Segundo aspecto
O INSS não participou do processo trabalhista; desse modo, ele não está
subjetivamente abrangido pela coisa julgada advinda da reclamatória
trabalhista proposta pelo trabalhador.
Verifique agora uma explicação mais detalhada sobre o que é uma
sentença trabalhista:
Antigamente, o STJ entendia que a sentença trabalhista perfazia início
de prova material sem adentrar em como tinha sido a instrução do
processo. Nesse entendimento anterior, essa sentença ganhava força
como meio de prova a ser utilizada perante o INSS.
Entretanto, julgados mais recentes (AgInt no AREsp 688117 em
11/12/2017 e AgInt nos EDcl no AREsp 1140573 em 19/03/18) apontam
para a necessidade de que a instrução do processo trabalhista tenha se
dado com provas materiais para que seja possível considerá-la como
início de prova material. Ou seja, sentenças homologatórias de acordos
sem provas ou com provas exclusivamente testemunhais acabam
perdendo força como meio de comprovação de vínculo perante o INSS.
Acumulação de benefícios 
15/09/2023, 20:52 Seguridade social
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Não quer dizer que essa sentença não seja uma prova. Contudo, ela não
é mais entendida como uma prova material.
Comentário
Em suma, existe uma posição amplamente dominante no sentido de que
a sentença trabalhista não é definitiva quanto à relação previdenciária
nem é prova plena do vínculo, mas apenas um início de prova. Se for
apenas homologação de acordo, haverá ainda menos densidade
probante. Nos casos de acordo na Justiça do Trabalho (JT), a regra é
que se faça audiência de instrução com a presença do INSS. Se houver
acordo (empresa – empregado) em momento posterior à prescrição das
parcelas que seriam devidas pela empresa, a densidade probatória será
ainda menor.
O art. 43 da LBPS (Lei nº 8.213/1991) prevê que, nas ações trabalhistas
de que resultar o pagamento de direitos sujeitos à incidência de
contribuição previdenciária, o juiz, sob pena de responsabilidade,
determinará o imediato recolhimento das importâncias devidas à
seguridade social. No §3º, há uma previsão de que o recolhimento será
feito em tantas parcelas quanto aquelas previstas no acordo nas
mesmas datas em que sejam exigíveis e proporcionalmente a cada uma
delas.
A seguridade social é um tema que interfere em toda a
dinâmica social: ela não se esgota na gestão, na
educação e no direito. Sua percepção, afinal, é plena e
viva.
15/09/2023, 20:52 Seguridade social
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00273/index.html#imprimir 42/45
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
15/09/2023, 20:52 Seguridade social
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Considerações �nais
Neste conteúdo, oferecemos uma apresentação panorâmica da
seguridade social e de seus campos, perpassando um breve histórico
(no mundo e no Brasil). Além disso, conhecemos alguns conceitos
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básicos e princípios relacionados às ações estatais nas áreas da saúde,
previdência e assistência social.
Em seguida, apresentamos diversos institutos e aspectos gerais
relacionados aos principais benefícios concedidos no âmbito da
assistência social e da previdência, sobretudo no que se refere ao
Regime Geral da Previdência Social, que é gerido pelo INSS.
Podcast
Para encerrar o conteúdo, ouça um bate-papo no qual se fala um pouco
mais sobre pontos importantes acerca da seguridade social.
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