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A RELAÇÃO ENTRE LINGUAGEM, CULTURA E IDENTIDADE1
Danielle Balieiro dos Santos2
A relação entre linguagem, cultura e identidade constitui um tripé da lógica da
problemática epistemológica atual, visto que tais imbricações reatualizam as leituras
ampliadas aos interstícios de relações de poder, de processos de subjetivação e em meio às
(re) significações de múltiplas realidades em processos discursivos. 
A linguagem como fenômeno da prática social (RAJAGOPALAN, 2003) que permite
a significação da identidade cultural, a partir das percepções e revisões dos quadros teóricos
da cultura, que convergiram para ampliações de interpretações mais complexas das relações
sociais, cujas práticas, sistemas de cognição e atualização política das representatividades,
demandam de certo esforço epistemológico concomitante aos estágios de reflexões sobre a
cultura em seus horizontes ampliados e indefinidos que resultam de desconstruções de
raciocínios universalizáveis. 
Dessa forma, a identidade encontrada nos processos de linguagem e cultura evidenciou
a localização dos sujeitos no contexto de significações (RAJAGOPALAN, 2002) e a partir
dos desdobramentos que os estudos culturais se ampliaram. 
A cultura como problemática interpretativa, teórica, metodológica e assim,
epistemológica, se reinscreve no paradigma da contemporaneidade, sobre tudo, ao se
relacionar aos processos contextuais por meio de leituras da hibridização do mundo
(CANCLINI, 1997). Suas ampliações robustecem a necessidade de discussões, o qual o
campo dos estudos culturais se posicionou a oferecer, sob um perspectivismo amplo, a
urgência prática do pensamento, o exercício de revisões à realidade não mais pautada em
interpretações fixas, universais a que a busca de objetividade se valia no processo de
legitimação do conhecimento. 
Questões como a identidade, cada vez mais derivante da dimensão cultural (AGIER,
2001), na contemporaneidade se mostram mais evidenciadas, não somente pontuadas pelas
críticas de despertencimento ou homogeneização, referentes aos processos destituídores
1 Trabalho apresentado à disciplina Tópicos em linguagem, cultura e identidade, sob a orientação e avaliação da
professora Ms. Sâmela Ramos da Silva. 
2 Acadêmica do curso de Especialização em Estudos Culturais e Políticas Públicas da Universidade Federal do
Amapá – UNIFAP. E-mail: daniellesantos1518@gmail.com. 
 
mailto:daniellesantos1518@gmail.com
2
resultantes de um processo capitalista mais articulador, sob o signo do globalizante, mas
também, pelas perspectivas combinadas com tais diagnósticos, por meio de interpretações que
reconhecem os processos de confrontação identitárias ou como compreendeu Fanon (2008),
por meio da leitura ‘auto afirmativa’ do sujeito frente às anunciações performáticas à
realidade e que retomam o caráter político das representatividades e, cujas varias
possibilidades eletivas de representação se movimentam por meio de estratégias identitárias
(CUCHE, 2002). 
Tal como uma práxis cotidiana do reencontro do sujeito em disputas de afirmação
cultural conflitantes, os quais tendem a se deparar com diversos complexos de afastamento e
obscurecimentos identitários, onde suas dispersões ou fragmentos identitários convocam - sob
o complexo da realidade em conflito- a tomada de consciência do sujeito situado nas
ambivalências diferenciadoras, para que sua sobrevivência identitária maleável, parafraseando
Andalzuá (2009), encontre meios para qualquer necessidade de permanecer.
Tais percepções demandaram dessas amplificações interpretativas insurgidas a partir
das criatividades de leituras impostas por diferentes conjunturas cada vez mais expostas pelos
processos de transformação teórica, a que as alternativas pós-coloniais epistemológicas
propuseram a se desdobrar. 
A identidade não se comporta como ‘conceito’ determinante aos equacionamentos que
separam o sujeito do todo, nem se limita como resultante de uma totalidade constante. Trata-
se de um conceito enigmático a procura de interpretações que deem conta desses processos de
confrontação e reafirmação identitárias, articulado as aberturas de um mínimo de
‘diferenciação’ que permite, no dialogar das interseções sociais, conforme Agier (2001),
situar a existência. 
Dessa forma, a linguagem como parte dos processos de significação do sujeito à sua
realidade que se constrói nos interstícios dos campos de discursos, conforme Silva (2000)
reconecta o sujeito em seus percursos de subjetivação, não podendo ser lida como signo
estável, pela própria fluidez dos processos de identificação do sujeito a uma identidade, não
sendo esta pronta e duradoura, mas oscilando entre os sistemas de significação. 
Dessa maneira, as conclusões possíveis de serem universais escapam pela fluidez das
reflexões, resultante dos perspectivismos desconstrutivitas do ‘novo’ contexto de dissociações
de uma modernidade ou pós-modernidade, cujas necessidades de preenchimento se impõem
pela flexibilidade - quanto as possibilidades de aparatos instrumentais - para as buscas de
sentidos (AGIER, 2001).
3
Assim, a questão da língua (gem) enquanto sistema de significação que hora se definia
como organizador das relações comunicativas da sociedade, na era das ‘alternativas
epistemológicas’ - resultante da robustez incerta da cultura, enquanto estratégia metodológica
de leitura do multiculturalismo que revelam aspectos econômicos, sociais, simbólicos,
estruturais e pós-estruturalistas - também são revistas por meio de outras narrativas críticas
que procuram identificar as performances das leituras identitárias ou, sugestionando
aprofundamentos de uma ciência linguística que visualizem os dilemas dos posicionamentos
representacionais (RAJAGOPALAN, 2003). O que acabam por proporcionar, por meio de
suas leituras criativas (frente às lacunas resultantes dos deslocamentos das grandes narrativas)
às tentativas de universalização interpretativas, outros desdobramentos dos mecanismos de
desigualdade, exclusão que se camuflam nesses desdobramentos inacabados de anunciações
identitárias e culturais na contemporaneidade, servindo para alargar e angariar os campos da
leitura crítica.
A linguagem como espectro que simboliza as diversas presenças de vozes em
vislumbramentos de disputas, traduzem os interstícios da problemática sobre o olhar da
cultura e seus desdobramentos dos discursos de seus reivindicadores (sujeito) e pressupõe a
necessidade de compreender os dispersamentos que na contemporaneidade de interconexões
complexas, ainda tendem a separar os sujeitos sob as mesmas lógicas dicotômicas
hegemônicas. Dessa forma, há de se considerar os entrelaçamentos entre identidade,
linguagem como aspectos da cultura na sua acepção da retórica aberta as diversas narrativas
da realidade, que são revisitados por meio de tentativas de (re) criação de sentidos. 
REFERÊNCIAS 
AGIER, M. Distúrbios Identitários em Tempos de Globalização. Mana, vol. 7, n.2, Rio de
Janeiro, out. 2001.
ANZALDÚA, Glória. Como domar uma língua selvagem. Caderno de Letras da UFF. Trad.
Joana Plaza Pinto; Karla Cristina dos Santos. Rio de Janeiro, 2009, p. 207-309.
CANCLINI, Néstor García. Culturas Híbridas: estratégias para entrar e sair da
modernidade. São Paulo: EDUSP, 1997. 
CUCHE, Denys. A noção de cultura nas ciências sociais. Bauru: EDUSC, 2012.
FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Tradução de Renato Silveira. Salvador:
EDUFBA, 2008.
4
RAJAGOPALAN, K. O conceito de identidade em linguística: é chegada a hora para uma
reconsideração radical. In: SIGNORINI, I. (org.). Língua(gem) e identidade: elementos
para uma discussão no campo aplicado. Campinas: Mercado de Letras, 2002. 
RAJAGOPALAN, K. Por uma linguística crítica: linguagem, identidade e a questão ética.
São Paulo: Parábola Editorial, 2003. 
SILVA, T. T. A Produção Social da Identidade e da Diferença. In: SILVA, T. T. (org.)
Identidade e Diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000, p.
73-102.

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