Aula 13 - Comportamento Verbal pt 2 - Operantes Verbais

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Operantes verbais
Docente: renan batista alencar
Verbalizações e contexto
Tal qual qualquer outro comportamento, o comportamento verbal precisa ser analisado em um contexto (estímulos antecedentes e consequências) para que se faça uma análise adequada.
Como vimos na aula anterior, um episódio verbal consiste na ocorrência de uma interação efetivada entre falante e ouvinte.
Episódio verbal
Operantes verbais
Skinner categoriza contingências relacionadas ao comportamento verbal a partir do tipo de interação entre estímulos verificada em sua ocorrência. Daí, tem-se os operantes verbais:
Ecóico;
Textual;
Transcrição;
Intraverbal;
Mando;
Tato;
Autoclítico: Operante verbal de segunda ordem.
Operantes verbais de primeira ordem
Ecóico
	Antecedente	Resposta	Consequência
	Estímulo verbal vocal (sonoro)	Resposta vocal 	Algum reforçador generalizado
Nos operantes ecóico, textual e transcrição (também chamados de operantes de controle formal), há uma correspondência ponto a ponto entre o estímulo antecedente a resposta evocada.
Em um ecóico, especificamente, há similaridade formal entre o SD e a resposta. 
Ecóico
Costuma fazer parte de contingências de aprendizagem, no início de um processo, por instalar respostas verbais de maneira mais rápida.
Costuma ser um pré-requisito a ser ensinado para crianças com algum atraso no desenvolvimento da linguagem, pois favorece a aprendizagem de outros repertórios. 
Textual (Leitura)
A correspondência formal entre estímulo e a resposta é arbitrária
Existe correspondência ponto a ponto entre dimensões do estímulo
Também é um repertório básico em contextos de aprendizagem
Presente em uma ampla variedade de contextos
	Antecedente	Resposta	Consequência
	Estímulo verbal escrito	Resposta vocal (ou encoberta)	Algum reforçador generalizado
Transcrição
Há correspondência formal na cópia, mas não no ditado
Há correspondência ponto a ponto entre o estímulo e a resposta 
Majoritariamente presente em contextos educacionais
	Antecedente	Resposta	Consequência
	Estímulo verbal escrito (cópia)
Estímulo verbal vocal (ditado)	Resposta escrita	Algum reforçador generalizado
Intraverbal
Presente em grande parte das nossas interações. As relações entre antecedente e resposta não são fixas, o critério de classificação é que a resposta verbal seja emitida diante de um estímulo verbal. Presente com grande frequência nas nossas interações diárias. 
Não há correspondência ponto a ponto nem correspondência formal. 
Ex: “Como você está?”; “2+2=?”; Perguntas da prova de behaviorismo. 
	Antecedente	Resposta	Consequência
	Estímulo verbal ou escrito	Resposta verbal (escrita ou vocal)	Algum reforçador generalizado
Mando
Fundamental para se compreender comportamento governado por regras (próxima aula!)
Ordens e pedidos podem ser compreendidas como mando. Déficits em repertórios de mando, ou dificuldade na sensibilidade à contingências que envolvem mando são questões frequentes nas interações humanas. 
Dependendo de outras contingências, o emissor do mando pode emitir consequências aversivas para o ouvinte caso não seja reforçado de acordo. 
	Antecedente	Resposta	Consequência
	Privação, presença de estímulo aversivo (ou pré-aversivo) ou outra operação motivadora	Verbal, que delimita qual o reforçador. 
Traz benefício ao falante	Relacionada à operação motivadora do SD
Tato 
Facilita o acesso do ouvinte ao mundo privado do falante. Fundamental para as relações sociais
Repertório importante e difícil de ser trabalhado com pessoas com algum atraso na linguagem, especialmente para ensinar a responder diante de estímulos privados
	Antecedente	Resposta	Consequência
	Estímulo não verbal (público ou privado)	Verbal (descritiva)	Reforçador social, não específico
Tato metafórico (extensão metafórica)
Variação fundamental do tato, sem a qual a comunicação entre pessoas seria extremamente limitada. Favorecem, em muitas ocasiões, que o ouvinte compreenda mais rapidamente sobre uma situação. 
Em contextos de relações terapêuticas, pode diminuir o grau de aversividade que o falante entraria em contato ao tentar descrever certos eventos
Consiste no uso de comparações, às vezes abstratas ou relatos de outras contingências para descrever a contingência que o indivíduo se encontra
Tato Metonímico (extensão metonímica)
Descrição que faz menção á partes do estímulo que controla o tato, por serem substituíveis em um contexto de comunicação verbal
“Minha cabeça só pensa nela”
Autoclítico
Operante verbal de segunda ordem: sempre aparece associado a outro, jamais de forma isolada. O que dificulta a pesquisa com isolamento de variáveis para respostas autoclíticas
Extremamente sutil em alguns casos: um autoclítico pode ser um olhar, tom de voz, uma risada, uma pausa na fala...
	Antecedente	Resposta	Consequência
	Respostas verbais do próprio indivíduo, frequentemente encobertas	Verbal, associada a outros operantes verbais	Aumento na efetividade ou probabilidade do Reforçamento generalizado
Autoclítico descritivo
Especificações sobre as contingências em vigor para o comportamento em questão:
“Escutei que prenderam o sequestrador”;
“Ouvi meu tio contar no zap que vacinas não funcionam”.
Autoclítico qualificador
Alteram o valor da descrição de um tato, podendo ter efeito sobre o comportamento do ouvinte:
“Tenho certeza disso”;
“Não tenho tanta certeza disso”;
Autoclítico quantificador
Modificações que especificam quantidade ou que delimitam estímulos:
“Nem todo mundo gostou da festa”
“A maioria das pessoas gostou da festa”;
Autoclíticos como mando
Alterações que visam atrair a atenção para a estimulação que está sendo feita:
Durante uma fala em sala de aula, o professor subitamente aumenta o tom de voz, assustando os alunos que momentaneamente passam a dar atenção ao que ele diz. 
“Distorções” de operantes verbais – tato distorcido/impuro
Ao invés de emitido como uma descrição de um estímulo antecedente, tatos distorcidos são descrições fornecidas em função de consequências específicas que se espera produzir;
Ferramenta útil de contracontrole;
Pode ser um relato de um evento que não ocorreu, ou um relato exagerado, minimizado ou parcial de um evento. 
Pode ser reforçado por reforçamento positivo ou negativo. 
Exemplo:
Ao estar atrasado para um compromisso, você diz para a pessoa que lhe aguarda “Já estou aqui na Almirante!”, quando ainda nem saiu de casa.
“Distorções” de operantes verbais – mando disfarçado de tato
Semelhança topográfica com um tato, mas tem efeito de mando sobre o ouvinte.
Às vezes pode ser considerado como uma maneira socialmente aceita de emitir um mando, mas pode ser problemática para ambos falante e ouvinte, por não especificar claramente o comportamento que deve ser emitido
Exemplos:
Uma pessoa diz para o companheiro “Está sem pão em casa e a padaria já vai fechar”;
Resumo da aula
Resumo da aula