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AULA 2

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PROJETOS DE REDES III – 
INFRAESTRUTURA DE REDES 
LOCAIS 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Luis José Rohling 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Conforme vimos anteriormente, para a implementação física das redes, 
temos três tipos de meio físico: os cabos metálicos, a fibra óptica e o ar, com o 
uso dos sinais de radiofrequência. Certamente a fibra óptica é a que apresenta 
as melhores características de desempenho para as redes de dados, já sendo 
amplamente utilizada no cabeamento de backbone nos projetos de infraestrutura 
das redes locais, além das redes de longa distância das operadoras de 
telecomunicações. 
No entanto, uma das limitações está associada ao custo dessas redes, 
pois o custo dos cabos já não representa uma diferença significativa em relação 
aos cabos UTP, principalmente se comparados aos custos dos cabos blindados. 
Assim, em uma instalação em que seja necessária a utilização dos cabos Cat6A 
para o sistema de cabeamento de backbone, certamente o cabeamento óptico 
terá um custo menor do que a instalação de uma infraestrutura de cabeamento 
blindado Cat6A. Entretanto, o custo das interfaces dos equipamentos é o que 
representa uma diferença significativa de custos, pois o padrão de todas as 
interfaces dos switches é o RJ-45 para conexão de cabos UTP e, para a conexão 
da fibra óptica, é necessária a aquisição dos módulos específicos, que tem um 
custo elevado. 
Essas limitações associadas ao custo das interfaces ópticas, limitando um 
ampla difusão da utilização das fibras ópticas em todas as redes, também 
impactaram nas operações das empresas de telecomunicações, que já utilizam 
as redes de fibras ópticas há muito tempo, porém apenas nas interligação dos 
equipamentos de transmissão, que formam o backbone da operadoras. Mas, 
para aumentar a capacidade da rede de acesso aos clientes, o uso da fibra óptica 
estava limitado aos serviços de maior valor agregado, que representavam um 
custo mensal que justificava o alto investimento nos equipamentos com 
interfaces ópticas. 
Visando ampliar o uso das fibras ópticas nas redes de acesso dos 
assinantes, foi desenvolvida uma nova tecnologia de transmissão em fibras 
ópticas, utilizando um modelo de transmissão em broadcast, em que, em uma 
interface são conectados diversos equipamentos terminais. Assim, temos uma 
redução significativa de custos, pois, no modelo tradicional de comunicação em 
redes ópticas, que era ponto a ponto, tínhamos uma interface óptica para cada 
 
 
3 
assinantes, e agora, no modelo ponto-multiponto, uma única interface poderá 
atender muitos usuários, reduzindo significativamente os custos. 
Figura 1 – Rede ponto-multiponto e ponto a ponto 
 
Fonte: Rohling, 2020. 
A infraestrutura tradicional de cabeamento estruturado para redes LAN, 
conforme já conhecemos, é do tipo ponto a ponto, em que temos uma 
interligação individual entre os equipamentos dos níveis hierárquicos da rede 
comutada através do cabeamento de backbone. Para a conexão dos 
equipamentos dos usuários, temos também a topologia ponto a ponto, em que 
temos um cabo horizontal entre o armário de telecomunicações e a área de 
trabalho para cada usuário. Inclusive, como a norma define a instalação de dois 
links para cada usuário, temos dois cabos horizontais para cada área de 
trabalho. Nesse modelo, a utilização de fibras ópticas no cabeamento horizontal 
se torna inviável do ponto de vista de custos, pois seria necessária a 
disponibilização de uma interface óptica no switch para cada usuário. 
Dessa forma, para viabilizar o uso da fibra óptica nas redes, conectando 
uma quantidade maior de pontos, foi o desenvolvimento de tecnologias que 
operam no modelo ponto-multiponto, que são as redes PON (Passive Optical 
Network), que estudaremos nesta aula. 
Nó central 
Clientes/Terminais 
Ponto-Multiponto Ponto a ponto 
 
 
4 
TEMA 1 – REDE ÓPTICA PASSIVA 
Uma rede óptica passiva (PON - Passive Optical Network) é uma rede que 
utiliza como meio físico a fibra óptica, em uma topologia ponto-multiponto, com 
divisores ópticos, permitindo estabelecer a comunicação de dados a partir de um 
único ponto de transmissão para vários pontos terminais de usuários. O termo 
rede passiva refere-se ao fato de não existir nenhum tipo de alimentação para o 
funcionamento dos componentes que farão a divisão das conexões e do sinal da 
rede. Diferente de uma rede óptica ativa, a energia elétrica só é necessária nos 
pontos de envio e recebimento. Assim, uma rede PON é muito mais eficiente do 
ponto de vista do custo de operação da rede. As redes ópticas passivas são 
usadas para transmitir simultaneamente sinais nas duas direções, para os 
pontos finais dos usuários e dos usuários para o ponto central, que são 
chamados de downstream e upstream. 
1.1 Componentes da rede óptica passiva 
Na implementação da infraestrutura das redes PON, temos então a fibra 
óptica e os divisores ópticos, que são elementos totalmente passivos, sem 
necessidade de alimentação elétrica. Os divisores ópticos não apresentam 
diferença de funcionamento e relação ao comprimento de onda do sinal óptico, 
e simplesmente dividem quaisquer comprimentos de onda na direção do 
downstream, porém, é claro que a divisão de um sinal óptico irá representar uma 
perda de energia, que dependerá da maneira como um sinal é dividido em 
relação à quantidade de divisões realizadas. Além disso, os divisores não 
requerem nenhum resfriamento ou outra manutenção contínua inerente aos 
componentes ativos da rede, como acontece com os amplificadores ópticos e 
podem durar décadas se não sofrerem nenhum dano externo. 
Além dos componentes passivos, para a implementação da rede PON 
temos também os dispositivos finais ativos, que são necessários para a conexão 
com a rede e com o terminal do usuário. Assim, temos dois elementos distintos, 
que são a OLT (Optical Line Terminal) e a ONT (Optical Network Terminal). 
A OLT é o ponto de partida para a rede óptica passiva, que estará 
conectada a um switch central através de interfaces Ethernet. A função básica 
da OLT é converter, enquadrar e transmitir os sinais para a rede PON e 
coordenar o processo de multiplexação dos terminais óptico de rede, que são as 
 
 
5 
chamadas ONTs, para a transmissão de upstream, pois este é um processo de 
meio compartilhado, que precisa ser gerenciado. E podemos também encontrar 
a referência a esse dispositivo do usuário designado como ONU (Optical Network 
Unit). Essa é simplesmente uma diferença na terminologia adotada pelos dois 
principais órgãos de normas e padrões, sendo que o ITU-T usa o termo ONT e 
o IEEE designa o terminal do usuário como ONU. A ONT é o dispositivo do 
sistema de rede óptica passiva instalado na extremidade oposta da rede, nas 
instalações do usuário, sendo que este é um dispositivo ativo de rede, 
necessitando ser alimentado por uma fonte de energia elétrica. A ONT, por sua 
vez, incluirá, além da interface de conexão com a rede óptica, as portas Ethernet, 
para a conexão do equipamento terminal de usuário ou da rede Ethernet. 
Figura 2 – OLT e ONU na rede PON 
 
Fonte: Rohling, 2020. 
1.2 Arquitetura da rede óptica passiva 
As redes PON adotam uma arquitetura ponto-multiponto, também 
conhecidas pela sigla P2MP, que utiliza divisores ópticos para dividir o sinal 
transmitido a partir de uma única OLT em vários caminhos, para chegar até os 
usuários finais. Esses mesmos divisores combinam os múltiplos caminhos de 
subida (upstream) dos usuários finais em direção à OLT. Esse modelo de rede 
ponto-multiponto foi escolhido como a arquitetura PON mais viável para redes 
OLT (Optical Line Terminal) 
ONU (Optical Network Unit) 
Downstream 
Upstream 
 
 
6 
de acesso óptico, agregando a eficiência inerente ao compartilhamento de fibras 
e ao baixo consumo de potência. Essa arquitetura foi padronizada em 1998 por 
meio da especificação ATM-PON G.983.1. Hoje, o padrãoITU-T G.984 para G-
PON substituiu o padrão ATM, uma vez que o modo de transferência assíncrono 
(ATM) não é mais utilizado. 
Uma rede PON tem como ponto inicial uma OLT, que estará instalada na 
sede de origem do provedor de serviços, também designada como Central 
Office, ou também como Headend. A partir deste ponto, o cabo tronco de fibra 
óptica segue até um divisor passivo (splitter), juntamente com uma fibra de 
backup, se for implementada uma redundância. As fibras da rede de distribuição 
então se conectam ao cabo de acesso do cliente, que pode estar localizado em 
um armário de rua ou em uma caixa suspensa em um poste. As fibras de acesso 
do cliente, também chamadas de cabo drop, fornecem a conexão final para o 
usuário final, conectado a ONT/ONU. Em alguns casos, mais de um divisor é 
usado em série, o que é referido como uma arquitetura com divisão em cascata. 
Figura 3 – Arquitetura da rede PON 
 
Fonte: Rohling, 2020. 
Os sinais transportados na fibra de troco podem ser divididos para 
fornecer serviço para até 128 usuários, e a ONU/ONT fará a conversão dos 
sinais e fornecerá o acesso à internet para os usuários. O número de maneiras 
OLT (Optical Line Terminal) 
ONU (Optical Network Unit) 
Cabo tronco 
Splitter 
Rede da acesso 
(Cabo Drop) 
 
 
7 
pelas quais o sinal OLT de downstream é dividido antes de chegar ao usuário 
final é conhecido como a razão de divisão (split ratio), que poderá ser, por 
exemplo, de 1:32 ou de 1:64. 
Em redes de operadoras mais complexas, em que o serviço de vídeo já é 
atendido via RF/Satélite, em paralelo ao serviço de dados PON, ou até mesmo 
outros serviços adicionais, eles poderão ser integrados na mesma rede PON, 
utilizando os multiplexadores passivos, que serão instalados no escritório 
central, para misturar o comprimento de onda de vídeo com os comprimentos de 
onda do serviço PON, compartilhando a mesma fibra de saída da OLT. 
1.3 Operação da rede óptica passiva 
Uma inovação que é parte integrante da operação da tecnologia de PON 
é a multiplexação por divisão de comprimento de onda, chamado de WDM 
(Wavelength Division Multiplexing), utilizado para separar os fluxos de dados 
com base no comprimento de onda da luz emitida pelo laser. Um comprimento 
de onda é utilizado para transmitir os dados de downstream, enquanto outro é 
usado para transportar dados de upstream. Esses comprimentos de onda 
dedicados, que são representados pela letra grega lambda (l) variam 
dependendo do padrão PON em uso e podem estar presentes simultaneamente 
na mesma fibra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
Figura 4 – Operação da rede PON 
 
Fonte: Rohling, 2020. 
O processo de multiplexação por divisão de tempo, que é o TDMA (Time 
Division Multiple Access), é outra tecnologia utilizada para alocar a largura de 
banda de upstream para cada usuário final, por um período de tempo específico. 
E esse processo é gerenciado pela OLT, evitando colisões de dados nos 
divisores PON ou na OLT, que poderiam ocorrer se as diversas ONTs/ONUs 
fizessem a transmissão de dados ao mesmo tempo. 
Figura 5 – O upstream na rede PON 
 
Fonte: Rohling, 2020. 
 
OLT (Optical Line Terminal) 
ONU (Optical Network Unit) 
Splitter 
Downstream 
com l1 
Upstream 
com l2 
Tempo = t1 
Tempo = t2 
Tempo = t3 
 
 
9 
 1.4 Aplicações da rede óptica passiva 
Uma rede PON também é chamada de última milha, fazendo a conexão 
entre o provedor de Internet e o usuário, ou ainda de FTTX (Fiber to the X) onde 
a letra X tem algumas variáveis diferentes, que podem ser a casa (FTTH – Home) 
ou o edifício (FTTB – Building), dependendo de onde a fibra óptica é terminada. 
Essa infraestrutura de cabeamento reduzida, sem elementos ativos, e a 
flexibilidade dos parâmetros de transmissão das redes ópticas passivas 
tornaram-na uma solução ideal para a conexão das redes residenciais para os 
serviços de internet, voz e vídeo. À medida que a tecnologia PON sofreu uma 
evolução tecnológica, as aplicações potenciais também se expandiram. 
A aplicação das redes ópticas passivas também foi expandida para 
atender às redes de campus universitário e ambientes corporativos. Para 
aplicações no campus, as redes PON apresentam muitas vantagens, tais como 
maior velocidade de conexão, menor consumo de energia, maior confiabilidade 
e cobertura de maiores distâncias de acesso, mas, principalmente, um menor 
custo de construção e de implantação, bem como da operação e manutenção da 
rede. 
A rede PON permite a integração de diversas funções de um ambiente de 
campus, como a gestão predial, a segurança e a monitoração dos 
estacionamentos com uma estrutura reduzida de equipamentos dedicados, de 
cabeamento e de sistemas de gestão. Da mesma forma, ambientes corporativos 
de médio a grande porte também podem usufruir dos benefícios da 
implementação da rede PON, com os custos reduzidos de instalação e 
manutenção, impactando diretamente no resultado do negócio. 
TEMA 2 – PADRÕES PON 
Na infraestrutura da rede PON temos a OLT, os divisores ópticos 
(splitters), as ONUs e os cabos ópticos implementando a camada 1, porém, é 
necessária também a utilização de um protocolo de camada 2, para implementar 
o processo de comunicação entre a OLT e ONUs. E para essa comunicação 
temos diversos padrões que foram desenvolvidos ao longo do tempo. 
Um dos primeiros padrões foi o APON, com a utilização do protocolo ATM 
sobre a rede óptica passiva, sendo que o ATM já era utilizado pelas redes de 
dados. O APON foi publicado em 1997 e adotado pelo ITU-T no padrão G.983.1, 
 
 
10 
operando com uma banda simétrica de 155 Mbps, que foi aumentada para 622 
Mbps em 2001. O outro padrão definido foi o BPON (Broadband PON), que não 
estava limitado ao protocolo ATM, ampliando a especificação para o processo 
de operação, administração, manutenção e provisionamento (OAM&P) da rede. 
No padrão APON o tráfego de downstream era realizado no comprimento de 
onda de 1490 nm, utilizando a multiplexação TDM, para a comunicação com até 
64 ONTs. O tráfego de upstream era enviado no comprimento de onda de 
1310nm, utilizando a multiplexação TDMA. E também suportava o envio de 
broadcast de vídeo, utilizando o comprimento de onda de 1.550 nm. Para a 
identificação do tráfego pela ONT era utilizado o campo VPI/VCI da célula ATM. 
Atualmente, temos dois padrões que são utilizados nas soluções de 
mercado: o EPON, que é um padrão do IEEE com downstream e upstream 
simétricos de 1,25 Gbps, e o GPON, que é um padrão do ITU-T, com 2,5 Gbps 
de downstream e 1,25 Gbps de upstream. 
2.1 Padrão EPON 
O protocolo EPON foi desenvolvido pelo grupo de trabalho chamado de 
EFM (Ethernet in First Mile) e especificado no padrão IEEE 802.11ah. Utiliza o 
encapsulamento dos dados em quadros Ethernet, baseado na especificação 
IEEE 802.2 LLC, onde o foi modificado para incluir a identificação dos quadros, 
com o campo LLID (Logical Link Identifier). 
Portanto, a identificação das ONUs está baseada no LLID, pois cada LLID 
é único e será atribuído automaticamente após o registro da ONU na OLT. 
Assim, ao receber o tráfego, a OLT compara o LLID com a tabela de LLIDs 
registrados para identificar o remetente. E a ONU, ao receber um quadro, irá 
verificar o LLID e irá processar o quadro se o LLID for o seu ou se for um tráfego 
de broadcast, conforme mostrado na Figura 6. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
Figura 6 – Quadros EPON 
 
Fonte: Rohling, 2020. 
Para realizar o controle entre a OLT e as ONUS é utilizado o protocolo 
MPCP (Multi-Point Control Protocol), que permite à OLT fazer a compensação 
das diferentes distâncias das ONUs, garantir que apenas uma ONU transmita de 
cada vez e realizar a varredura das ONUs, para verificar se elas possuem dados 
a serem enviados para a OLT. O protocolo MPCP opera em dois modos distintos: 
o modo de inicialização, utilizado para detectar novas ONUs conectadas à rede, 
fazera medição de tempo de propagação da rede e verificar os endereços MAC 
das ONUs, e o modo normal, que é utilizado para alocar a banda de transmissão 
das ONUs e fazer a manutenção da rede. 
No modo de inicialização, as ONUs tentam se autorregistrar, no processo 
chamado de Discovery, aguardando o recebimento de uma mensagem 
Discovery Gate, que é enviada periodicamente pela OLT, em broadcast. Ao 
receber a mensagem de Discovery Gate, contendo o LLID padrão ou o LLID da 
própria ONU, a ONU responde à mensagem recebida, fazendo a requisição de 
registro. E nesse processo de registro da ONU, a OLT faz a medição do tempo 
de ida e de retorno, que é chamado de RTT (Round Trip Time), para definir a 
temporização a ser utilizada no sincronismo das mensagens. 
Na camada física, as interfaces padronizadas para o padrão EPON são 
as seguintes: 
• 1000BASE-PX10 para distâncias de até 10 km; 
• 1000BASE-PX20 para distâncias de até 20 km. 
Em ambos os padrões, a transmissão da OLT é feita no comprimento de 
onda de 1490nm e a recepção no comprimento de onda de 1310 nm, sendo que 
a taxa de transmissão é simétrica, de 1,25 Gbps. 
OLT 
ONU 
ONU 
 
 
12 
2.2 Padrão GPON 
O padrão GPON está descrito nas recomendações G.984.x do ITU-T. O 
encapsulamento adotado é o GEM (GPON Encapsulation Method), que permite 
suportar outros protocolos, como ATM, Ethernet e TDM, em quadros síncronos 
de 125 μs. A G.984.1 apresenta as características gerais da rede GPON, sendo 
que a proteção prevista para a rede é a operação no modo duplex, com 
redundância na rede óptica da OLT até o splitter, que será do tipo 2:N. Já a 
especificação G.984.2 descreve a subcamada PMD (Physical Medium 
Dependent) e as características de transmissão do GPON, que considera o uso 
da fibra óptica do tipo G.652. 
O padrão GPON descreve a infraestrutura de rede com o termo ODN 
(Optical Distribution Network), em que o tráfego poderá ser no modo duplex, 
realizando a transmissão e a recepção na mesma fibra, ou simplex, utilizando 
fibras e demais componentes, tais como os divisores ópticos, separados, com 
uma estrutura para a transmissão e outra para a recepção. O downstream é feito 
no comprimento de onda de 1480 a 1500 nm para transmissão em uma única 
fibra ou no comprimento de onda de 1260 a 1360 nm em sistemas com duas 
fibras. Em ambos os casos, o upstream é feito no comprimento de onda de 1260 
a 136 0nm. 
Para a transmissão da OLT para as ONUs podemos ter duas taxas de 
transmissão diferentes, que são 1244,16 Mbit/s e 2488,32 Mbit/s. Para otimizar 
o uso da rede e o investimento realizado, normalmente é utilizada a taxa de 
downstream de 2,5 Gbps. Para o tráfego de upstream também temos diversas 
taxas, que são 155,52 Mbit/s, 622,08 Mbit/s e 1244.16 Mbit/s. Assim como no 
caso do downstream, para o upstream normalmente é utilizada a maior taxa 
disponível, que é de 1,25 Gbps. 
O padrão G.684.2 também especifica os principais parâmetros para a 
rede PON, chamada de ODN, incluindo a recomendação da fibra óptica do tipo 
G.652, a atenuação máxima de rede de 20 dB até 30 dB, de acordo com a classe 
de transmissão dos laser utilizados, e uma distância máxima de 20 km entre a 
OLT e as ONUs. Para garantir o funcionamento da rede PON, são especificadas 
também as potências de transmissão óptica da OLT e das ONUS, de acordo com 
a taxa de transmissão utilizada. Assim, temos a garantia de funcionamento da 
 
 
13 
rede PON, independente dos fabricantes da OLT, das ONUs e dos componentes 
passivos, incluindo a fibra óptica e os splitters. 
A G.984.2 especifica ainda o cabeçalho GPON, chamado de Physical 
Layer Overhead, que acomoda os diversos processos físicos do GPON, sendo 
que o tamanho do cabeçalho dependerá da velocidade de transmissão de 
upstream, que será de 24 bytes para a transmissão em 2,5 Gbps. 
A recomendação G.984.3 especifica a camada de convergência, o que 
inclui a estrutura do quadro GTC (GPON transmission convergence), a operação 
do protocolo TDM, que é utilizado para o upstream, o mecanismo de alocação 
de banda e o processo de ativação da ONU. 
O controle de largura de banda é implementado de duas maneiras 
distintas. Uma forma de operação é a atribuição estática, em que a largura de 
banda será limitada ao valor atribuído para cada ONU, de acordo com a 
configuração realizada na OLT. A outra forma é a alocação dinâmica, que 
considera também a demanda de tráfego das ONUs, utilizando as atualizações 
de DBRu (Dynamic Bandwidth Report upstream) para alocar banda. 
No processo de downstream, a OLT envia o tráfego para as ONUs 
utilizando o GEM Port-ID para identificar os quadros, e as ONUs filtram o tráfego 
recebido, baseadas em seu próprio GEM Port-ID. Para o upstream, a alocação 
de banda para os diferentes Alloc-IDs é multiplexada no tempo, conforme 
especificado pela OLT, no mapeamento de banda transmitido para as ONUs. E 
cada ONU utilizará o GEM Port-ID para identificar os quadros das diferentes 
conexões lógicas. 
Para identificação das ONUs é utilizado o ONU-ID, que é um identificador 
de 8 bits atribuído à ONU no processo de ativação, sendo que o ONU-ID é único 
e permanece válido até que a ONU seja desligada, desativada pela OLT ou 
passe ela mesma para o modo desativado. 
TEMA 3 – REDE PON LAN 
Quando as empresas necessitam atualizar ou substituir as redes locais 
existentes, sempre buscam soluções que permitam melhorar o desempenho da 
rede, com redução de investimento e das despesas operacionais, e que 
forneçam alta largura de banda e que também aumentem a segurança e a 
confiabilidade da rede. Assim, para atender a esses requisitos, as empresas 
estão utilizando as Redes Ópticas Passivas (PON), também chamada de POL 
 
 
14 
(Passive Optical LAN). Na implantação de uma rede com tecnologia PON LAN é 
possível obter uma economia até 30% a 50% dos custos de investimentos, e de 
até 50% dos custos de operação e manutenção, com uma redução de 
praticamente 90% do espaço ocupado nos racks, além de um aumento 
significativo da segurança e da confiabilidade da rede. 
Uma rede LAN Óptica Passiva (PON LAN) é uma infraestrutura de rede 
de camada 2, implementada com a tecnologia de redes ópticas passivas (PON), 
que fornece serviços convergentes de dados, voz e vídeo com taxa de 
transmissão de gigabit com a utilização de uma única fibra óptica até o local de 
trabalho do usuário. Para ilustrar melhor a implementação de uma rede PON 
LAN, podemos identificar as semelhanças com a solução tradicional das redes 
metálicas, realizando a comparação entre estas duas tecnologias. 
3.1 Fibra óptica na rede Ethernet 
Em uma rede LAN tradicional, baseada em cabos metálicos e no protocolo 
Ethernet, temos um switch principal, na camada de núcleo da rede, chamado de 
switch core, que será instalado na sala de equipamentos, sendo o ponto central 
de conexão da rede interna e da conexão com os equipamentos para a 
comunicação com a rede externa e de segurança, tal como o firewall ou o 
roteador. O switch core será, então, conectado aos switches da camada de 
distribuição, através do cabeamento de backbone. Nessa camada da rede, 
podemos ter o uso da fibra óptica, porém, com um custo elevado dos módulos 
de interfaces ópticas a serem instalados no switch core e nos switches de 
distribuição. Os switches de distribuição são, então, conectados aos switches da 
camada de acesso, instalados nos armários de telecomunicações, através do 
cabeamento que ainda pertence à camada de backbone. A partir dos armários 
de telecomunicações, teremos os cabos UTP, que se estendem até os usuários 
e dispositivos finais, através do cabeamento horizontal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
Figura 7 – A rede padrão Ethernet 
 
Fonte: Rohling, 2020. 
3.2 Rede PON LAN 
Em uma solução de LAN óptica passiva, o roteador e o firewall são 
mantidos para a conexão com a rede externa, mas o switch core poderá ser 
substituído pela OLT, queconcentrará as conexões das camadas de distribuição 
SW CORE 
SW de 
distribuição 
SW de acesso 
Sala de 
equipamentos 
AT1 
AT2 
SW de acesso 
SW5 SW6 
SW1 
SW2 
SW3
 
SW4 
Work area 
Backbone com cabo UTP 
Cabeamento horizontal (UTP) 
Backbone em fibra óptica 
 
 
16 
e de acesso. A camada de distribuição dos andares, ou dos edifícios em uma 
rede de campus, será realizada pelos divisores ópticos, que podem ser do tipo 
1:32, por exemplo, ou até mesmo do tipo 2:32 para redundância de 
equipamentos e diversidade de rota de fibra. Como o divisor óptico é um 
dispositivo passivo, não há necessidade de energia elétrica, sendo um 
dispositivo sem necessidade de operação e altamente confiável. E as 
ONUs/ONTs é que fornecerão a conectividade aos usuários e dispositivos finais. 
No entanto, tanto na solução tradicional, de cabeamento metálico e 
switches, quanto na rede PON LAN, o acesso à rede de dados é disponibilizado 
por meio de uma interface Ethernet para o usuário e dispositivos terminais, pois 
as ONUs possuem pelo menos uma interface Ethernet, além da interface PON. 
Portanto, nenhuma reconfiguração dos equipamentos dos usuários é necessária 
para a implementação de uma infraestrutura de rede PON em substituição à rede 
tradicional que está em uso. Assim, as empresas podem implantar uma rede 
LAN óptica passiva em uma topologia de fibra até a área de trabalho ou até os 
armários de telecomunicações. Um hardware de distribuição de fibras, chamado 
de DIO (Distribuidor Interno Óptico) pode ser equipado com um divisor óptico, e 
instalado em cada andar, permitindo o encaminhamento da rede de fibra até as 
ONUs em todo o edifício. A topologia com a rede de fibra apenas até os armários 
ou salas de telecomunicações permite o reaproveitamento dos cabos de cobre 
existentes entre os armários de telecomunicações e as áreas de trabalho. 
A ONT utilizada em uma rede LAN óptica passiva possui todas as 
funcionalidades de camada 2 necessárias, permitindo a sua operação 
efetivamente como um switch Ethernet integrado, incluindo o recurso de VLAN 
necessário para a segmentação de rede, bem como as funcionalidades de 
segurança, tais como a filtragem do tráfego e autenticação do usuário. Portanto, 
como a ONT funciona exatamente como um switch Ethernet, é possível que uma 
empresa substitua uma rede Ethernet comutada pela rede PON. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
Figura 8 – A rede PON LAN 
 
Fonte: Rohling, 2020. 
Splitter 
Sala de 
equipamentos 
AT1 
AT4 
Work area 
Cabeamento de backbone 
Cabeamento horizontal 
OLT 
AT3 AT2 AT3 
ONU 
Ethernet 
 
 
18 
TEMA 4 – TOPOLOGIA DAS REDES PON LAN 
Como a rede PON LAN significa apenas uma mudança de tecnologia, o 
projeto dessa rede deverá continuar atendendo às regras de projeto de 
cabeamento estruturado especificadas pelas normas pertinentes. Inclusive, 
conforme visto no tópico anterior, a interligação entre a OLT e as ONUs atende 
ao modelo de topologia hierárquica em estrela, por meio das conexões com os 
divisores ópticos e o cabeamento horizontal e de backbone. 
Mesmo seguindo as recomendações das normas de cabeamento 
estruturado, a tecnologia de LAN óptica passiva permite uma redução 
significativa dos custos de infraestrutura de cabeamento entre a sala de 
equipamentos e as áreas de trabalho, reduzindo significativamente o número de 
cabos instalados, bem como obtendo uma diminuição dos custos operacionais e 
da complexidade da rede. 
Figura 9 – Os componentes do cabeamento estruturado 
 
Fonte: Rohling, 2020. 
Entrada de 
facilidades 
Sala de 
equipamentos 
Armário de 
Telecom 
Área de 
trabalho 
Cabeamento horizontal 
Cabeamento de backbone 
Área de 
trabalho 
Armário de 
Telecom 
Área de 
trabalho 
Área de 
trabalho 
Térreo 
1º Andar 
2º Andar 
 
 
19 
Considerando o modelo ilustrado na figura anterior, para o cabeamento 
de backbone no modelo de rede Ethernet, teríamos a interligação da sala de 
equipamentos com os armários de telecomunicações através de cabos UTP, 
preferencialmente de categoria 6A, porém, os cabos dessa categoria 
normalmente são do tipo blindados, tendo um custo elevado de instalação. A 
outra opção de cabeamento de backbone é a utilização de fibras ópticas, que 
apresentam um custo menor de instalação dos cabos, pois são mais compactos 
e mais fáceis de instalar, reduzindo a complexidade da infraestrutura para a 
instalação dos cabos, e necessitando de apenas duas fibras para a conexão. 
Porém, apesar do menor custo em relação à infraestrutura e ao cabeamento, 
apresenta um custo elevado das interfaces ópticas para a conexão com os 
switches. Já na solução de rede PON LAN o cabeamento de backbone será 
implementado com um cabo óptico, como na rede Ethernet, porém sem o custo 
elevado das interfaces. Na rede PON, uma porta da OLT poderá conectar vários 
armários de telecomunicações, o que é diferente do modelo tradicional, em que 
teremos uma porta do switch core para a conexão de cada armário de 
telecomunicações. Teremos também uma redução na quantidade de fibras 
ópticas, pois a conexão com os divisores ópticos é feita com apenas uma fibra 
óptica, o que é diferente das conexões entre os switches, que necessitam de 
duas fibras ópticas para a comunicação duplex. 
Além disso, temos diversos modelos de ONT, que suportam diversos tipos 
de conexões, tais como uma interface gigabit Ethernet, interface telefônica e de 
conexão de vídeo em RF. Esta capacidade de fornecimento de diversos serviços, 
de forma integrada, permitirá a conexão de sistemas de automação predial e das 
câmeras de segurança em uma mesma infraestrutura, eliminando os sistemas 
de conexão separados para cada uma dessas tecnologias. Dessa forma, o 
cabeamento horizontal atenderá a todos os sistemas no edifício comercial, 
reduzindo o custo de operação e manutenção em outros tipos de redes, 
unificando o processo de gerenciamento da rede, aumentando a segurança e a 
disponibilidade da infraestrutura de rede. 
Além disso, a infraestrutura da rede PON também reduz 
significativamente o custo de hardware na implementação da rede, eliminando 
os switches de distribuição e de acesso. Assim, em cada um dos armários de 
telecomunicações, instalados em cada um dos andares do edifício, teremos a 
instalação de um ou mais divisores ópticos, de acordo com a quantidade de 
 
 
20 
pontos a serem atendidos por cada um desses armários. Além disso, como as 
ONUs podem ter diversas interfaces de conexão com os equipamentos dos 
usuários, teremos também uma redução da quantidade de cabos a serem 
instalados no cabeamento horizontal. Por exemplo, se tivermos uma ONU com 
duas portas Ethernet e duas portas de telefonia do tipo FXS, poderemos conectar 
quatro equipamentos de usuário com apenas uma fibra óptica. 
Figura 10 – A conexão dos equipamentos de usuário 
 
Fonte: Rohling, 2020. 
Assim, a implantação de uma rede PON LAN irá reduzir os espações 
ocupados para os componentes do cabeamento estruturado, pois não haverá 
mais a necessidade de uma sala para a instalação dos equipamentos da camada 
de acesso e de distribuição, reduzindo as despesas operacionais e demais 
ONU 
Cabeamento horizontal 
Rede PON – 1 FO 
MUTOA 
Cabeamento horizontal 
Rede Ethernet – 4 x UTP 
 
 
21 
custos, tais como sistema de prevenção e combate à incêndio, segurança e 
HVAC. Além disso, a menor ocupação de espaço associado à tecnologia Lan 
óptica passiva permite o aumento do desempenho e da implantação de serviços 
de última geração em armários de comunicação menores, que não haviam sido 
projetados originalmente para equipamentos de comunicação avançados. 
Uma LAN tradicional, baseada em cobre, que atende até 2.016 usuários 
demanda um espaço de 90 unidades de rack, onde os switches Ethernet LAN 
necessitarão de um rack completo para sua instalação e mais dois racks 
adicionais para acomodar a grande quantidade de cabos de cabosde cobre 
associados aos dispositivos de conexão e de manobra, que são os patch panels. 
Comparativamente, uma rede PON LAN, para atender até 7.700 usuários, 
considerando uma densidade 90% maior da OLT, precisaria apenas de 1 rack 
de equipamento, com uma ocupação de apenas 9 unidades de rack. E assim, 
poderia ainda comportar a instalação do roteador e do firewall neste mesmo rack. 
Desse modo, a sala de equipamentos também seria reduzida significativamente, 
necessitando de um espaço para acomodação de apenas um rack. Na solução 
tradicional, teríamos a necessidade de um espação para a instalação de no 
mínimo três racks. 
Além disso, uma PON LAN utilizará uma menor quantidade de armários 
de comunicação e, em alguns casos, poderemos ter uma eliminação total desses 
armários. Além disso, como a tecnologia de redes PON utiliza uma fibra 
monomodo, ela pode atingir até 20 quilômetros de distância, permitindo a 
redução ou eliminação de repetidores, switches e armários de 
telecomunicações, inclusive permitindo implantar uma OLT em um único local 
central. 
TEMA 5 – PROJETO DE REDE PON LAN 
Para a elaboração de um projeto de rede PON LAN, é necessário definir 
qual será o protocolo a ser utilizado, para permitir realizar a especificação técnica 
dos equipamentos. Assim, temos duas opções de protocolos, que são o EPON 
e o GPON. Uma das principais diferenças é taxa de transmissão, pois o protocolo 
GPON opera com uma taxa de até 2,5 Gbps de downstream e 1,25 Gbps de 
upstream e o EPON uma taxa de 1,25 Gbps tanto para o downstream quanto 
para o upstream. Dessa forma, para atendermos a uma maior quantidade de 
 
 
22 
pontos, ou com uma maior taxa de transmissão por usuário, podemos adotar as 
soluções baseadas no protocolo GPON. 
No entanto, como a tecnologia EPON possui uma maior compatibilidade 
com o padrão Ethernet, pois utiliza uma estrutura de quadro bastante 
semelhante, esse padrão também é amplamente difundido no mercado. Assim, 
muitas empresas optam pelo padrão EPON para manter a compatibilidade com 
o padrão já adotado em outros países, onde já haviam instalado esse tipo de 
rede inicialmente, tais como as empresas multinacionais que já utilizam o EPON 
em sua matriz, por exemplo. Portanto, a escolha da tecnologia deve levar em 
conta não apenas a capacidade de transmissão de dados, mas também os 
aspectos relacionados aos custos de operação e de manutenção da rede. 
No mercado nacional, como as empresas que adotaram inicialmente a 
tecnologia PON foram os provedores de internet, e os padrões da área de 
telecomunicações no Brasil segue o padrão europeu, a tecnologia escolhida foi 
o padrão ITU-T, que é o GPON. Assim, a formação técnica e a disseminação 
dessa tecnologia no mercado nacional foi baseada no GPON, o que facilita o 
processo de aquisição dos componentes e de contratação de profissionais para 
a implementação das soluções baseadas no protocolo GPON. 
5.1 Especificação da OLT 
O equipamento central da rede, que é a OLT, normalmente possui 
diversas portas ópticas, permitindo a expansão da rede. Inclusive alguns 
equipamentos possuem portas do tipo SFP, de modo que as interfaces ópticas, 
que apresentam um custo significativo, sejam adquiridas de acordo com a 
expansão da rede. Assim, por exemplo, podemos iniciar a implantação da rede 
PON LAN com uma OLT de 8 portas, do tipo SFP, conforme ilustrado na figura 
abaixo, adquirindo apenas os módulos ópticos para alimentar os pontos iniciais 
da rede. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
Figura 11 – Exemplo de OLT 
 
Crédito: VS_Vadim/Shutterstock. 
Nesse exemplo, temos uma OLT com 8 portas GPON, do tipo SFP, 
permitindo a expansão da rede gradativamente. Como cada interface óptica da 
OLT poderá atender até 128 ONUs, podemos atender até 1024 ONUs quando 
ocupadas todas as portas. Para a conexão com o roteador, com o firewall, ou 
até mesmo com outros switches, temos as portas Ethernet para conexão da 
cabos UTP, ou até mesmo através de fibra óptica, com as portas SFP Ethernet. 
Em projetos com diversos edifícios, que são as redes de campus, 
podemos ter inclusive apenas uma OLT, alocando uma ou mais portas ópticas 
para atender cada um dos edifícios, pois o sinal óptico na rede PON pode atingir 
uma distância de até 20 km entre a OLT e a ONU. 
Figura 12 – Rede PON LAN de campus 
 
Fonte: Rohling, 2020. 
OLT 
Cabeamento de backbone 
 
 
24 
5.2 Divisores ópticos 
O outro componente da rede PON é o divisor óptico, que pode ser 
instalado em até dois níveis de divisão da rede. E como cada interface óptica da 
OLT poderá atender até 128 ONUs, a taxa de divisão da rede deverá atender 
essa limitação. Assim, poderíamos ter, por exemplo, uma combinação de um 
divisor óptico inicial com uma taxa de divisão de 1:4 e em um segundo nível de 
divisão um splitter com uma razão de 1:32. Nesse exemplo, se utilizarmos ONUs 
com 2 interfaces Ethernet cada, poderíamos conectar um total de 256 
computadores a essa rede. A instalação do splitter de primeiro nível poderá ser 
feita na própria sala de equipamentos, junto à OLT, acomodado dentro do próprio 
DIO. O splitter de segundo nível, por sua vez, poderá ser instalado nos armários 
de telecomunicações, também acomodado no DIO, por exemplo. A interligação 
entre os dois níveis de será feito pelo cabeamento de backbone, conforme as 
normas de cabeamento estruturado. 
Em uma topologia de campus, por exemplo, conforme mostrada 
anteriormente, podemos então utilizar como referência o modelo de estrutura 
genérica do cabeamento estruturado, definido pela ISO 11801, e que também 
serve de base para a TIA568 e NBR 14.565, mostrado na figura abaixo. 
Figura 13 – Estrutura genérica do cabeamento estruturado 
 
Fonte: Rohling, 2020. 
Assim, a OLT ficará instalada na sala de equipamentos, onde estará o 
distribuidor de campus (CD), implementado pelo DIO, em que é feita a 
terminação do cabeamento óptico que segue para os demais edifícios do 
 
 
25 
campus. Nesse DIO, teremos a terminação e a conectorização dos cabos de 
backbone de campus, permitindo a manobra dos cordões ópticos para a sua 
conexão com as portas da OLT. Caso um dos edifícios não necessite de uma 
porta dedicada da OLT, poderemos ter a instalação de um divisor óptico já no 
distribuidor de campus, permitindo a conexão de mais de um edifício à mesma 
porta da OLT. 
Tendo-se uma porta da OLT dedicada para cada edifício do campus, a 
instalação do primeiro nível de divisão óptica (splitter) será feita no distribuidor 
de edifício (BD), e o segundo nível de divisão óptica será feita no distribuidor de 
piso (FD), dentro dos armários de telecomunicações. 
5.3 Cabeamento 
Na infraestrutura de cabeamento estruturado, para uma rede PON LAN 
em um edifício comercial, a terminação do cabeamento de backbone deverá ser 
realizada no equipamento de manobra, que é o distribuidor interno óptico, 
conforme definido em norma. Inclusive, esse padrão já era empregado no 
cabeamento estruturado tradicional, quando utilizada a fibra óptica para a 
interligação dos switches de acesso, e de distribuição, ao switch core da rede, 
porém, no caso da rede PON LAN, na sala de equipamentos o cabo de backbone 
será conectado à OLT ou à saída do splitter de primeiro nível. Nos armários de 
telecomunicações, o cabo de backbone será conectado à entrada do splitter de 
segundo nível, que fará o papel do switch de acesso. Essas conexões, de acordo 
com a norma de cabeamento estruturado, deverão ser feitas com o uso dos 
cordões de manobra, conectando os splitters aos DIOs, pois estes são os 
distribuidores definidos na topologia hierárquica da rede. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
Figura 14 – Arquitetura da rede PON LAN 
 
Fonte: Rohling, 2020. 
No caso da rede de campus, a principal diferença é que o cabeamento de 
backbone de campus deverá necessariamente ser implementado com o uso de 
cabos ópticos externos, que possuem umaproteção adicional para a instalação 
neste tipo de ambiente. A infraestrutura para a instalação de cabos externos 
poderá ser do tipo subterrânea, através de dutos e caixas de passagem, ou do 
tipo aérea, com fixação em postes. No entanto, é necessária a definição do tipo 
de infraestrutura para a aquisição do cabo adequado. 
O cabeamento horizontal também deverá seguir as recomendações das 
normas de cabeamento estruturado, com a sua terminação nas áreas de trabalho 
em uma tomada de telecomunicações. No entanto, como não existem tomadas 
fêmeas nas conexões ópticas, devemos ter um acoplador óptico, que será fixado 
no espelho da tomada, sendo realizada a conectorização do cabo horizontal, que 
será fixado no adaptador. Como a tecnologia GPON já é amplamente empregada 
Área de 
trabalho 
Cabeamento horizontal 
Cabeamento de backbone 
Área de 
trabalho 
Área de 
trabalho 
Área de 
trabalho 
Térreo 
1º andar 
2º andar 
OLT 
 
 
27 
nas redes de acesso pelos provedores de acesso à internet, esse tipo de 
conectores já é facilmente encontrado no mercado. Para o cabeamento 
horizontal, a fibra óptica a ser utilizada é a fibra monomodo, mesmo em se 
tratando de pequenas distâncias, pois a tecnologia GPON opera com esse tipo 
de fibra. O padrão de conectores utilizados nas redes GPON é o conector do tipo 
SC, com o polimento APC, que é um polimento do tipo angular. Esse padrão de 
polimento foi definido por apresentar uma menor perda de acoplamento, pois em 
redes de acesso, para atingir a distância de até 20 km, a atenuação das 
conexões ópticas se torna significativa. 
Figura 15 – Conector SC da rede PON LAN 
 
Crédito: Teodor Costachioiu/Shutterstock. 
5.4 Flexibilidade da rede PON LAN 
Uma das grandes vantagens da rede PON LAN é a flexibilidade na sua 
expansão, pois a alocação ne novos componentes ou a mudança dos elementos 
de distribuição já instalados é muito mais fácil do que nas redes Ethernet 
tradicionais. Essa flexibilidade já se inicia com o modelo de conexão da OLT, 
que apresenta as interfaces do tipo SFP, que permitem a aquisição dos módulos 
ópticos, que representam um custo significativo no projeto, de maneira 
progressiva, realizando-se o investimento à medida que temos o crescimento da 
quantidade de pontos na rede. Com as interfaces Ethernet, é possível a conexão 
de outros equipamentos que necessitam estar acessíveis para toda a rede, tais 
como os servidores, dispensando o investimento em um switch para esses 
equipamentos e conectando-os já na camada de núcleo da rede. Além disso, 
normalmente as OLTs para as redes PON LAN já disponibilizam os recursos de 
 
 
28 
um swicth core Ethernet, permitindo a configuração da segmentação da rede 
com o uso das VLANs, bem como as demais funcionalidades dos protocolos de 
gerenciamento e de segurança de redes. 
No entanto, a maior flexibilidade está associada ao processo de divisão 
do sinal óptico com os dispositivos passivos, o que permite a reconfiguração das 
conexões da rede de forma muito simples. Comparativamente, em uma rede com 
switches Ethernet, caso seja necessária a instalação de mais um ponto de rede 
em um armário cujo switch já esteja com todas as suas portas ocupadas, será 
necessária a instalação de mais um switch, o que poderá impactar também na 
troca do rack, no redimensionamento da alimentação de energia elétrica e 
eventualmente até na instalação e conectorização de mais um cabo da rede de 
backbone. 
Além disso, em caso de uma troca de rack, poderemos ainda ter um tempo 
de indisponibilidade elevado para todos os demais pontos conectados neste 
armário de telecomunicações, até a conclusão da mudança. Mas para uma rede 
PON LAN, a expansão da rede seria feita com a instalação de mais um divisor 
óptico no armário de telecomunicações, o que não impacta em aumento de 
espaço ou de consumo de energia. Ou, no pior caso, se for necessária a 
instalação de mais um DIO, para acomodar a expansão do cabeamento 
horizontal, esse mesmo DIO poderá ser utilizado para acomodar o novo divisor 
óptico. Dessa forma, a expansão da rede PON LAN será realizada em um tempo 
muito menor, sem causar a indisponibilidade dos demais pontos de rede e 
provavelmente sem necessitar de uma troca de rack. Inclusive, como o DIO 
poderá acomodar o splitter, precisamos de apenas mais uma unidade de rack 
para a expansão da rede, que acomodará o cabeamento horizontal e o divisor 
óptico. No caso da rede Ethernet, seria necessária a instalação de um patch 
panel para o cabeamento horizontal, de um organizador de cabos, de um swicth 
e provavelmente de uma tampa cega para o espaçamento entre esses dois 
elementos. Assim, necessitaríamos de mais quatro unidade de rack (4 UR) para 
esta expansão para a rede Ethernet e de apenas uma unidade de rack (1 UR) 
com a rede PON LAN. 
Outro aspecto associado às facilidades do uso de divisores ópticos, nas 
redes PON LAN, é que podemos fazer a alocação do primeiro e segundo nível 
de splitters de acordo com a expansão da rede. Assim, podemos inicialmente, 
por exemplo, instalar um primeiro nível de splitter de 1:4 junto à OLT, na sala de 
 
 
29 
equipamentos. Um dos quatro splitters que serão conectados às saídas desse 
primeiro nível poderá também ser instalado na sala de equipamentos, que 
atenderá os pontos deste andar. Os outros três splitters serão instalados nos 
demais armários de telecomunicações. 
Quando for esgotada a capacidade de atendimento de uma interface da 
OLT, será necessária a ativação de uma nova interface óptica, porém, não é 
necessária a instalação de todos os splitters neste primeiro momento. Assim, por 
exemplo, poderíamos instalar um splitter de 1:32 no andar onde for necessária 
a expansão, conectando-o diretamente à saída da OLT, sem a necessidade de 
um primeiro nível de divisão óptica do tipo 1:4. E apenas quando for necessária 
a expansão em outro andar, é que seria instalado o primeiro nível de divisão, 
refazendo-se a conexão do primeiro splitter instalado, migrando-o para a saída 
deste divisor do tipo 1:4. 
Para permitir essas alterações de conexões e a flexibilidade da topologia 
da rede, o cabeamento de backbone da rede PON LAN deverá ser implementado 
com o uso de cabos com seis fibras ópticas, que mesmo com uma maior 
quantidade de fibras continua sendo extremamente compacto, necessitando de 
uma infraestrutura bastante simples para sua instalação. Assim, caso seja 
necessária a conexão de mais um splitter, tanto no primeiro quanto no segundo 
nível de divisão óptica, teremos esta flexibilidade garantida. Inclusive, caso 
ocorra a expansão do número de pontos em um determinado andar, poderá ser 
possível a instalação do primeiro e segundo nível, nesse mesmo andar, fazendo-
se a conexão do cabo de backbone diretamente com a saída de uma porta óptica 
da OLT. Assim, faríamos a relocação do splitter que estava na sala de 
equipamentos para o armário de telecomunicações. 
FINALIZANDO 
As tecnologias de redes LAN evoluíram dos cabos coaxiais para a 
infraestrutura de cabos UTP, a qual, com a evolução das categorias, permitiu a 
ampliação das larguras de banda significativamente, dos 2 Mbps das primeiras 
tecnologias Ethernet com cabo coaxial até a casa de 10 Gbps, com os cabos 
categoria 6A. No entanto, para superar as limitações físicas da transmissão em 
meio metálico, as estruturas do cabo e da conectorização tornaram-se mais 
complexas, e uma falha da instalação e montagem da rede e dos conectores 
pode comprometer significativamente o desempenho. Assim, para continuar 
 
 
30 
aumentando a capacidade de transmissão das redes sem aumentar a 
complexidade da instalação da infraestrutura da rede, a solução é a migração do 
meio físico, com a utilização das fibras ópticas. 
Como a tecnologia de redes ópticas também sofreu uma grande 
evolução tecnológica, ocorreu uma convergência entre a evolução da rede óptica 
utilizada para as conexõesem redes de longa distância, nas redes WAN, com a 
necessidade de evolução da rede LAN, principalmente em relação ao aumento 
da largura de banda da rede, porém com um custo viável para a sua aplicação 
no cabeamento estruturado utilizado pelas empresas. A tecnologia de redes 
ópticas já estava sendo empregada nos projetos de cabeamento estruturado, 
porém normalmente restrito às conexões de backbone, cujo custo do 
investimento na rede e nas interfaces ópticas já era viável. No entanto, na 
tecnologia convencional das conexões Ethernet, a conexão do cabeamento 
estruturado com fibra óptica até as áreas de trabalho ainda não representa uma 
solução viável, tanto em termos de custos quanto da necessidade de uma 
interface no dispositivo do usuário. 
Dessa forma, a tecnologia de redes PON se tornou uma alternativa viável 
para a utilização da fibra óptica em toda a infraestrutura do cabeamento 
estruturado, incluindo o cabeamento de backbone e o cabeamento horizontal, 
com um custo acessível. Para diferenciar a implementação da solução PON nas 
redes LAN, é adotado o termo PON LAN ou POL, pois os requisitos de projeto 
deverão atender às especificações das normas de cabeamento estruturado, que 
diferem dos projetos de rede PON para fornecimento de acesso à Internet nas 
redes WAN. Inclusive, em termos de investimento, em redes com mais de 500 
pontos muito provavelmente a solução de PON LAN terá um custo total menor 
do que as redes tradicionais, considerando-se o custo dos equipamentos, 
incluindo o switch core, os switches de distribuição e os switches de acesso, bem 
como todo o custo com os cabos UTP. Em uma rede PON LAN, teremos o 
investimento na OLT e nas ONUs, porém, não teremos mais os switches, pois a 
agregação das conexões será feita com os divisores ópticos. O cabeamento 
horizontal será muito mais compacto, com a utilização de uma quantidade muito 
menor de cabos, o que impactará significativamente no custo total do projeto. 
Considerando-se a possível expansão da rede, essa diferença de custos será 
ainda maior. 
 
 
31 
Portanto, para a elaboração de novos projetos de infraestrutura de 
cabeamento estruturado, bem como para um eventual troca das infraestrutura 
em função de sua obsolescência, certamente deve ser considerada a utilização 
da tecnologia PON LAN, que, além de um possível custo menor de instalação, 
também permitirá uma expansão flexível da rede, inclusive de aumento de 
largura de banda, pois a fibra óptica utilizada para a rede PON suporta larguras 
de banda muito maiores, bastando a troca de tecnologia. Dessa forma, o 
investimento na infraestrutura do cabeamento horizontal e de backbone permitirá 
que seja feita apenas a troca dos equipamentos OLT e ONUs para maiores 
largura de banda, sem necessidade da troca dos cabos, como ocorre com os 
cabos metálicos. Por isso, a rede PON também é chamada de rede à prova de 
futuro. 
 
 
 
 
 
32 
REFERÊNCIAS 
CHAPPELL, L. Diagnosticando redes: Cisco Internetwork Troubleshooting. 
São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2002. 
MAIA, L. P. Arquitetura de redes de computadores. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 
2013. 
PINHEIRO, J. Redes ópticas de acesso em telecomunicações. Rio de 
Janeiro: LTC, 2016 
TANEMBAUM, A. S. Redes de computadores. 2. ed. São Paulo: Pearson 
Education do Brasil, 2011.

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