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ECONOMIA POLÍTICA APLICADA
AULA 4
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTEXTUALIZANDO
A Segunda Guerra Mundial foi um acontecimento marcante e fundamental para a reconfiguração do território em âmbito mundial e para a divisão do mundo em dois grandes blocos econômicos: o socialista e o capitalista.
As instituições multilaterais, como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, contribuíram para a reconstrução dos países destruídos pela guerra, que passaram a ser aliados do mundo capitalista e, por lado, a China apoiada pela URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, em 1949, passou a ser um país socialista.
TEMA 1 – O SÉCULO XX E SUAS TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS, ECONÔMICAS E POLÍTICAS
As transformações econômicas, políticas e sociais ocorridas no século XX, principalmente no campo teórico, são reflexos do que ocorreu no século XIX. Com a publicação do Manifesto Comunista em 1848, Marx prevê um fim próximo para o sistema capitalista, principalmente, devido aos seus vários ciclos de altos e baixos e, por sua concentração de riqueza nas mãos de poucos e grandes capitalistas.
A previsão de Marx batia de frente com a ideologia dominante no período, o liberalismo econômico. Para os liberais, a economia tinha a capacidade de se autorregular: para toda produção haveria sempre um comprador. Nessa perspectiva, de um sistema autorregulador, muitos capitalistas investiram seus recursos no crescimento das estruturas fabris e comerciais, seja em papéis (ações), seja em mais produção. Os capitalistas, seguindo a teoria liberal, viam no Estado uma instituição que deveria manter-se afastada das ações econômicas, garantindo a lei, a ordem e a paz a quem detém o capital.
Algumas mudanças tiveram importante significado para o desenvolvimento da Economia Política, principalmente o que ocorreu na Alemanha na segunda metade do século XIX. Tendo como sua principal base econômica o comércio e não a indústria, a Alemanha deu uma importante virada na sua história econômica e política, para a qual teve papel de destaque o estadista prussiano Otton Von Bismark (1815-1898), que uniu o povo de língua germânica em torno de uma nação imperial, o Império Alemão, depois de travar inúmeras batalhas por territórios com a Dinamarca, Áustria e França.
De forma ditatorial e impetuosa, organizou o sistema industrial alemão, buscando a eficiência produtiva em curto período de tempo. No campo social, enfrentou com mãos de ferro seus opositores fechando inúmeras instituições, porém, contrário aos preceitos liberais de não intervenção do Estado na economia, cria algumas leis que vão contribuir para o desenvolvimento do capitalismo alemão como a lei de acidentes de trabalho, a lei que possibilita a organização dos trabalhadores em associações e sindicatos e a instituição de programas de ação social como seguro contra acidentes, doenças e invalidez.
Outro alemão de grande destaque no período, para a economia e a política, foi Max Weber (1864-1920). Tendo sido influenciado pelas obras de Karl Marx, Weber, principalmente por entender como Marx que a sociedade capitalista concentra a riqueza e torna o trabalhador alienado, em sua obra “A ética protestante e o espírito do capitalismo” (1904-1905), descreve o desenvolvimento da sociedade ocidental desde os seus princípios até o modelo industrial secular baseado no avanço da ciência e da engenharia efetivados pela relação custo-benefício e pela burocracia. 
Weber via no desenvolvimento do capitalismo importantes avanços no processo de produção, modernidade e racionalização, porém, percebia nele um sistema econômico extremamente desencantador, pois tinha suas bases no materialismo frio e calculista substituindo o lado intangível e cultural da sociedade, o que significou um grande retrocesso em âmbito social. As promessas de um capitalismo com alto desenvolvimento tecnológico apenas trouxe ganhos materiais estabelecidos pela eficiência das leis, normas e regras da burocratização e do Estado.
Weber criticava o desencanto criado pelo sistema capitalista e sua burocracia crescente, entendia que ela seria a responsável pelas profundas mudanças sociais que afetam o comportamento dos indivíduos no sistema econômico, principalmente em relação às suas ações que são determinadas por outros que exigem uma busca gananciosa de todos por um emprego e uma situação econômica e financeira melhor, desprezando a moralidade e o social.  
Esse modelo de sociedade burocrática é o preço que se tem de pagar pelos benefícios gerados pelo capitalismo. Em um modelo de sociedade mais avançada o nível de burocracia deverá ser tanto quanto a sociedade o possa suportá-la. Esse autor também percebia a existência de classes sociais economicamente diferenciadas, mas enxergava os diferentes estamentos sociais existentes desde aqueles forjados pela honra e prestigio, até aqueles ocupados pelas relações partidárias e políticas.  
A ideia da valorização das ações individuais e da cultura influenciaram a Escola de Frankfurt, da Universidade de Goethe - Alemanha. Weber afirmava que a racionalização levaria ao sistema capitalista sobressair-se como sistema econômico, discordando da tese de Karl Marx que seria um sistema econômico historicamente determinado à superação. Previu que no sistema capitalista a burocracia utilizada de forma moderada levaria a sociedade a ganhos de eficiência e eficácia, enquanto que o aumento da rigidez burocrática reduziria esses ganhos e tornariam mais difíceis a gestão.
TEMA 2 – KEYNES E A TEORIA GERAL
O século XX se inicia com um grande problema para a humanidade, a luta por território e poder movida pelas nações imperiais (França, Inglaterra e Alemanha) que culmina com a I Grande Guerra Mundial, além da intensificação da produção graças aos incrementos tecnológicos no processo produtivo e da sofisticação do modelo de gestão das empresas.
Porém, a crença nas teorias liberais dos economistas clássicos e neoclássicos fez com que o Modo de Produção Capitalista e toda a sua classe dirigente se esquecessem das leis econômicas de que para produzir há de se ter comprador, para se comprar há que se ter dinheiro, para se ter dinheiro é preciso ter trabalho e, com isso, se movimenta a economia.
Não bastou produzir, não bastou ofertar créditos em excesso para aquisição de ações na Bolsa de Valores se não havia onde empregar mais trabalhadores. A crise de 1929 atingiu todo o Modo de Produção Capitalista em todos os principais países do mundo. 
Segundo Singer (1989), no final dos anos de 1920, o capitalismo passa por uma de suas maiores crises, mas é em 1929 que o capitalismo sofre um grande golpe. É nesse ano que os EUA passam pelo seu mais forte momento da grande depressão e com ela o fim da economia de livre mercado, sem a participação efetiva do Estado. As empresas fecham as suas portas por falta de compradores, milhares de investidores desacreditados na economia correm para se desfazer das ações que possuíam, levando à quebra da Bolsa de Valores de Nova York e colocando em descrédito o sistema econômico liberal do Modo de Produção Capitalista.
Saiba Mais
Como ilustração, assista ao filme: Entendendo a crise de 1929, disponível no link a seguir.
<https://www.youtube.com/watch?v=CuFXVtrkA1M>
A economia capitalista não dava sinais de que iria sair da crise, quando um economista inglês chamado John Maynard Keynes apresentou ao mundo a sua proposta de salvação para o sistema. Keynes refutava as ideias de Adam Smith e dos defensores da teoria liberal, argumentando sobre a necessidade da intervenção do Estado na economia para impulsionar os investimentos e assegurar o pleno emprego de recursos.
Para Keynes, o Estado, preservando a autonomia da iniciativa privada, deveria participar como elemento essencial de investimento no sistema econômico. O Estado deveria injetar recursos para proporcionar o fortalecimento da iniciativa privada, investindo em infraestrutura e, principalmente, atuando em empreendimentos onde as empresas capitalistas não estivessem dispostas a investir. Para a teoria de Keynes, o papel a ser desempenhadopelo Estado na economia é, também, o de manter empréstimos para garantir o bom funcionamento do setor produtivo e do comércio, e socorrê-los, caso houvesse necessidade.
Keynes atribui à demanda a crise pela qual passou o capitalismo. De acordo com a teoria keynesiana, o Estado deve intervir como comprador dos serviços privados com o objetivo de ampliar a demanda para absorver o excesso de mercadorias produzidas. Keynes estabelece a divisão da economia em microeconomia e macroeconomia.
A microeconomia tem por objeto o comportamento individual do consumidor e do produtor (a conduta da empresa é assemelhada à de um empresário individual) e prossegue na linha tradicional do liberalismo que, na teoria econômica, está encarnado na doutrina neoclássica ou marginalista.
Para a microeconomia tradicional não existe desemprego involuntário. Só existe desempregado porque o trabalhador não está disposto a trabalhar por um salário menor, se o trabalhador se dispusesse a trabalhar por um salário menor haveria trabalho para todos. A macroeconomia tem por objeto a economia nacional como um todo.
TEMA 3 – IMPACTOS DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL SOBRE A ECONOMIA E A POLÍTICA
A Segunda Grande Guerra Mundial influenciou determinantemente no Modo de Produção Capitalista, principalmente os fatos que levaram a esse trágico acontecimento para toda a humanidade. Resquícios de um conflito mal resolvido da Primeira Guerra Mundial, a crise de 1929 e principalmente as reestruturações econômicas e políticas estabelecidas a partir da década de 1930 foram os grandes determinantes do conflito.
As severas punições estabelecidas no Tratado de Versalhes-França (1919) à Alemanha, que deveria indenizar os países aliados (vencedores) por todos os efeitos da Primeira Guerra, impondo ao povo alemão grandes sacrifícios e também à sua já fragilizada economia, foi questionada por Keynes, representante da Inglaterra, que se opôs às imposições do Tratado. Esse economista britânico entendia que a Alemanha não teria como pagar pelos danos causados pela guerra, o que de fato ocorreu.
A crise de 1929 provocou mudanças na configuração econômica mundial. O Estado passou a intervir no mundo dos negócios porque o mercado, que de acordo com os economistas políticos clássicos e neoclássicos se autorregulava, dificilmente iria conseguir resolver o problema do alto nível de desemprego, queda nos salários, baixa constante nos preços e na demanda por produtos. As intervenções estatais realizadas a partir da década de 1930, em muitos países com ditaduras e em outros com governantes que permaneceram à frente de seus países por mais de uma década, iniciaram uma marcha em busca da retomada econômica e por mercados que provocaram novamente a disputa por exploração de territórios e a culminação na Segunda Grande Guerra Mundial.
A reestruturação dos países iniciou-se na década de 1930, com a intervenção de ditaduras como a de Getúlio Vargas (Brasil), Mussolini (Itália), Hitler (Alemanha), Franco (Espanha) e até mesmo Roosevelt (EUA) iniciou o seu governo em 1933 e só o deixou após seu falecimento em 1945. Essas intervenções colocaram por terra as teorias liberais e contribuíram para o investimento estatal nas economias, aumentando o volume de produção e consequentemente a ampliação no número de trabalhadores contratados. Estando com o papel de investidor e ao mesmo tempo no papel de comprador dos bens e serviços realizados pelos setores produtivos e também de regulador do setor financeiro e das demais atividades econômicas, os Estados impuseram nova ordem econômica no mundo capitalista.
É importante destacar que há uma reformulação na relação de trabalho no mundo capitalista. No Brasil, muitas medidas consideradas como avanços no campo social ocorreram durante o governo de Getúlio Vargas, a partir de 1930, como a criação do Ministério do Trabalho; a possibilidade dos trabalhadores em sindicalizarem-se; o estabelecimento da jornada de trabalho de oito horas; a licença maternidade; a carteira de trabalho; concessão de férias e o pagamento de indenizações ao trabalhador que fosse mandado embora pelo empregador sem justa causa.
Em 1939 foi criada a Justiça do Trabalho; em 1940, a Lei do Salário Mínimo e em 1° de maio de 1943, a CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas. Nesse período, Vargas ainda fundou a Companhia Siderúrgica Nacional, Companhia Mineradora Vale do Rio Doce e FNM – Fábrica Nacional de Motores, dando início às chamadas indústrias de base.
TEMA 4 – AS INSTITUIÇÕES MULTILATERAIS E SEU PAPEL NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
A teoria keynesiana influenciou o desenvolvimento econômico no sistema capitalista. Os países, procurando garantir o pleno emprego, passaram a investir elevadas quantias na criação de infraestrutura de apoio às grandes corporações privadas. Assim, surgiram no Brasil a Petrobrás, a Telebrás e outras tantas estatais consideradas de grande estratégia para o desenvolvimento do sistema capitalista. O crescimento da estrutura do Estado e seu poder de interferência na economia, aliados ao processo de inovação tecnológica, as rápidas mudanças no setor e a vontade do setor privado em se apropriar dos lucros auferidos pelo Estado com suas empresas estatais, até então consideradas estratégicas, proporcionou o resgate da teoria liberal com uma nova roupagem, trazida aos nossos tempos por Milton Friedman e Frederich Von Hayec, denominada de neoliberalismo.
Antes mesmo do término da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos, prevendo que as forças aliadas já tinham como conquistar a vitória no conflito, decidiu por chamar para o Estado de New Hampshire – EUA, na localidade de Bretton Woods a Conferência Monetária e Financeira das Nações Unidas, que foi realizada em julho de 1944.
Essa Conferência foi chamada estrategicamente para traçar os rumos de como aconteceria o processo de reconstrução e as políticas econômicas e fiscais a serem colocadas em práticas após a Segunda Guerra. Liderados pelos Estados Unidos foram propostos uma série de acordos, dentre eles a criação do Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento, que popularmente ficou conhecido como Banco Mundial, que além de ser o executivo do controle de empréstimos e de execução das atividades de reconstrução dos países, também controlaria a relação da moeda norte-americana com as moedas locais dos países a serem reconstruídos.
Para reunir os recursos do Banco Mundo, foi criado o FMI – Fundo Monetário Internacional que tinha como objetivo reunir através de contribuições dos países-membros os recursos necessários a serem aplicados nessa reconstrução. Nessa Conferência ficou acordo, sob protestos de Keynes (representante britânico na Conferência), de que a moeda de aceitação e transação internacional deixaria de ser a Libra Esterlina (Moeda inglesa) e passaria a ser o Dólar (Moeda americana).
Após o término da Segunda Guerra Mundial, foi iniciado o processo de reconstrução dos países destruídos pelo conflito e uma nova configuração geográfica se estabeleceu entre o mundo socialista e o mundo capitalista, o que provocou a chamada Guerra Fria.
A disputa por territórios de poder e de comercialização e sustentação dos sistemas econômicos deu início a uma série de transformações econômicas e políticas em todo o mundo. Em 1949, ocorreu a grande Revolução Chinesa. O país de maior população do mundo se tornou socialista e pôs em marcha um Plano Quinquenal que promoveu um aumento significativo na produção para o qual se impôs programas de produção em massa na agricultura, na indústria e infraestrutura. Em 1966, liderados por Mao Tsé-Tung, foi implantada a revolução cultural na China, que teve como objetivo “limpar o país” das influências burguesas, muitos foram reeducados nos moldes do socialismo chinês e outros foram condenados a trabalhos forçados.
Por outro lado, no mundo capitalista foi colocado em prática em 1947, o Plano Marshall, um programa de recuperação dos países destruídos pela guerra na Europa, pensado e proposto pelo secretário de Estado norte-americano George C. Marshall, executado entre osanos de 1948-1951, sob o controle dos Estados Unidos os recursos, a política fiscal e monetária, reunindo 16 países que fundaram a Organização para a Cooperação Econômica Europeia, encarregada dos tramites dessa recuperação.
Os países mais beneficiados com esse Plano foram a Inglaterra, a França, a Alemanha Ocidental e a Itália. Após seu término em 1952, o Programa continuou sendo executado e controlado pelo Governo norte-americano, que pôs em marcha a Doutrina Truman, que tinha por objetivo evitar a expansão socialista sobre a Europa. O Plano Marshall conseguiu atingir seus objetivos de reconstrução da Europa e ainda abriu caminho para o capital norte-americano penetrar no Continente Europeu.
O FMI – Fundo Monetário Internacional, apesar ter sido criado na Conferência Monetária Internacional de Betton Woods - EUA, em 1944, é uma instituição multilateral especializada da ONU – Organização das Nações Unidas, com sede em Washington nos Estados Unidos. É uma instituição que tem em seus quadros de associados quase todos os países industrializados do mundo capitalista. Cada país contribui com uma parte para a composição dos recursos do FMI. Uma de suas funções, para o qual foi criado, é controlar a paridade monetária das moedas dos países com o ouro, tendo a moeda americana como referência no mundo capitalista.
O FMI também é utilizado como um fundo aos quais os países podem recorrer de acordo com os problemas econômicos, detectados pelos agentes do Fundo, nesses países. O Fundo atua como propositor de medidas que podem ser adotados pelos países para melhoria de suas economias. De acordo com Sandroni (2007, p. 348), quando há solicitações de auxílios por parte dos países, “o FMI oferece assistência, fiel a uma política do tipo monetarista (taxa cambial única e fixa, moeda conversível, corte nos gastos públicos, contenção salarial etc.), que nem sempre atende aos interesses dos países”.
A CEPAL – Comissão Econômica para a América Latina é um órgão regional das Nações Unidas, ligado ao Conselho Econômico e Social; foi criado em 1948 com o objetivo de elaborar estudo e alternativas para o desenvolvimento dos países latino-americanos. Tem sede em Santiago do Chile, promove uma conferência a cada dois anos para debater seus projetos e analisar a situação dos países-membros.
Os primeiros estudos da Cepal caracterizaram a América Latina como região fornecedora de produtos primários e consumidora de produtos industrializados vindos do exterior. Identificaram o atraso como sendo culpa da exploração econômica por parte de seus colonizadores e apontaram o Tratado de Methuen (Inglaterra e Portugal) em 1703, como uma das causas do não desenvolvimento econômico. Buscando a superação desse quadro de subdesenvolvimento, formou-se no organismo um quadro de especialistas, renomados dos países da região (economistas, administradores, sociólogos) que, trabalhando numa direção comum, tornaram-se conhecidos como integrantes da Escola da CEPAL.
Os técnicos da CEPAL (entre eles, Raul Prebisch – o grande inspirador da Comissão –, mas também, Celso Furtado, Felipe Herrera, Oswaldo Sunkel) defenderam a necessidade de promover a industrialização da América Latina e a diversificação geral de sua estrutura de produtiva. Nesse sentido, propuseram medidas para uma melhor distribuição de renda, reorganização administrativa e fiscal, planejamento econômico, reforma agrária e formas de colaboração entre os países para superar as deficiências concorrenciais no mercado internacional.
Além disso, a Cepal elaborou programas educacionais e de saúde pública, energia e transporte. Em 1984, a CEPAL passou a incorporar em suas metas os países caribenhos e iniciou um processo de promoção na região do desenvolvimento social. Além dos países da América Latina e Caribe, fazem parte da Cepal o Canadá, a França, o Japão, Países Baixos, Portugal, Espanha, Reino Unido, Itália e EUA.
Atualmente, ministra cursos de formação nas diversas áreas do planejamento e presta assessoria técnica aos governos. As principais teorias da Escola da Cepal têm sido criticadas por tentar repetir, num quadro histórico e econômico bastante diverso, os caminhos percorridos pelas nações industrializadas no século XIX.
TROCANDO IDEIAS
Discuta com seus colegas qual é o impacto dos acontecimentos que vimos na aula de hoje, principalmente decorrente da crise de 1929, no cenário atual do nosso país em relação à economia.
NA PRÁTICA
Verifique quais são os projetos financiados pelo Fundo Monetário ou pelo Banco Mundial na sua Cidade ou Estado. Que tipo de projetos foram financiados? Que benefícios trouxeram para a população?
SÍNTESE
O conteúdo apresentado nesta aula nos trouxe os acontecimentos do final do século XIX e do século XX que impactaram sobre as transformações econômicas e políticas. Dentre os assuntos, estão referenciadas as mudanças na passagem da Prússia para o Império Alemão na segunda metade do século XX, o grande conflito da Primeira Guerra Mundial e a Depressão de 1929. Também se destacou a presença do Estado na economia a partir da década de 1930 e os reflexos dessa presença na teoria econômica de John Maynard Keynes.
Vimos, ainda, que a Segunda Grande Guerra Mundial e a guerra fria entre os EUA – Estados Unidos da América e a URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas mudaram a configuração econômica e geográfica do mundo.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, Carlos Roberto Vieira. História do pensamento econômico: uma abordagem introdutória. São Paulo: Atlas, 2006.
FRANCO JUNIOR, Hilário e CHACON, Pulo Pan. História econômica geral. São Paulo: Atlas, 1992.
GALBRAITH, John Kenneth. O pensamento econômico em perspectiva. São Paulo: Edusp, 1989.
HUNT, E. K. e SHERMAN, HOWARD, J. Sherman. História do pensamento econômico. Petrópolis: Vozes, 1977.
HUBERMAN, Leo. História da riqueza do homem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.
MAGALHÃES FILHO, Francisco de B. B. História econômica. São Paulo: Saraiva, 1987.
MARX, Karl. Manuscritos econômicos-filosóficos. São Paulo: Boitempo, 2004.
PETTY, William. Obras econômicas. Coleção: Os economistas. São Paulo: Nova Cultural, 1996.
QUESNAY, François. Quadro econômico dos fisiocratas. Coleção: Os economistas. São Paulo: Nova Cultural, 1996.
REZENDE, Cyro. História econômica geral. São Paulo: Contexto, 2001.
SANDRONI, Paulo. Dicionário de economia do Século XXI. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2007.
SMITH, Adam. A riqueza das nações: investigação sobre sua natureza e suas causas. Coleção: Os economistas. São Paulo: Nova Cultural, 1996.
VASCONCELLOS, Marco A. S. e GARCIA, Manuel E. Fundamentos de Economia. São Paulo: Saraiva, 2014.
WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. Rio de Janeiro: Martin Claret, 2001.

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