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Capítulo 5 • DNA e cromossomos 181 Em conjunto, a informação genética total contida em todos os cromossomos de uma célula ou organismo consiste em seu genoma. As sequências genômi- cas completas foram determinadas para milhares de organismos, da E. coli aos humanos. Como esperado, existe uma correlação entre a complexidade de um organismo e o número de genes em seu genoma. Por exemplo, o número total de genes varia entre menos de 500 em uma simples bactéria a cerca de 30.000 no homem. Bactérias e alguns eucariotos unicelulares, incluindo S. cerevisiae, pos- suem genomas especialmente compactos: as moléculas de DNA que compõem seus cromossomos são pouco mais do que sequências de genes estreitamente compactados (ver Figura 5-12). No entanto, cromossomos de muitos eucariotos, incluindo os humanos, contêm, além dos genes e das sequências nucleotídicas específicas necessárias para a expressão do gene normal, um grande excesso de DNA intercalante. Esse DNA extra é, às vezes, considerado “DNA lixo”, pois sua utilidade para a célula ainda não foi demonstrada. Embora a sequência de nucleotídeos da maior parte desse DNA possa não ser importante, o próprio DNA, atuando como material espaçador, pode ser crucial para a evolução a longo prazo de espécies e para a atividade adequada dos genes. Além disso, comparações en- tre as sequências genômicas de muitas espécies diferentes mostraram que parte desse DNA extra é altamente conservada entre espécies relacionadas, indicando que ele desempenha funções importantes, embora ainda não saibamos quais. Em geral, quanto mais complexo um organismo, maior é o seu genoma. En- tretanto, essa relação nem sempre é verdadeira. O genoma humano, por exemplo, é 200 vezes maior do que o da levedura S. cerevisiae, mas 30 vezes menor do que os de algumas plantas e pelo menos 60 vezes menor do que os de algumas espécies de ameba (ver Figura 1-40). Além disso, a distribuição do DNA entre os cromossomos também varia de uma espécie para outra. Os seres humanos têm um total de 46 cromossomos (incluindo os dois conjuntos, o materno e o paterno), mas uma espécie de veados pequenos tem apenas 7, enquanto algumas espécies de carpas têm mais de 100. Espécies muito relacionadas, com genomas de tamanho similar, podem apresentar cromossomos que diferem em número e tamanho (Figura 5-13). Assim, embora o número de genes esteja grosseiramente relacionado com a complexidade da espécie, não há uma relação simples entre o número de genes, o número de cromossomos e o tamanho total do genoma. O genoma e os cromossomos das espécies modernas foram moldados por uma história exclusiva de eventos genéticos aparentemente aleatórios, influenciados por pressões seletivas específicas, conforme discutido no Capítulo 9. Sequências especializadas de DNA são necessárias para a replicação do DNA e a segregação cromossômica Para formar um cromossomo funcional, uma molécula de DNA deve fazer mais do que simplesmente portar os genes; ela deve ser capaz de se replicar, e as cópias Figura 5-12 Os genes estão organizados ao longo dos cromossomos. Esta figura mostra um pequeno segmento da dupla-hélice de DNA de um cromossomo da levedura de brotamento S. cerevisae. O genoma de S. cerevisiae contém cerca de 12 milhões de pares de nucleotídeos e 6.600 genes distribuídos entre 16 cromossomos. Observe que, em cada gene, somente uma das duas fitas de DNA realmente codifica a informação para a produção de uma molécula de RNA, e isso pode ocorrer em qualquer uma das fitas, como indicado pelas barras em vermelho-claro. Entretanto, um gene costuma ser representado pela “fita codificadora” e seu complemento, como apresentado na Figura 5-9. A alta densidade de genes é característica de S. cerevisiae. 5′ 3′ 3′ 5′ 0,5% do DNA do genoma da levedura Genes 10.000 pares de nucleotídeos Alberts_05.indd 181Alberts_05.indd 181 16/01/2017 09:42:3316/01/2017 09:42:33
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