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Como entender a linguagem do corpo

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Como entender a linguagem do corpo 
CLARICE MICHELAN 
 
Shakespeare disse que em toda comunicação existem dois discursos simultâneos: 
o que é ouvido e o que é visto. Mesmo um rosto inexpressível está passando uma 
mensagem que os outros vão decodificar de alguma forma. Para expressar ao outro o que 
pensamos e o que sentimos, valemo-nos das palavras e da voz (entonação e o jeito de 
dizer). Contudo, enquanto estamos falando, o nosso corpo está se comunicando também. 
A linguagem corporal é a forma como você usa e movimenta seu corpo para transmitir uma 
mensagem. 
Os sinais não verbais, na maioria das vezes, não transmitem mensagem completa, 
mas indicam como você se sente com relação às mensagens verbais que envia e recebe 
dos outros. Da mesma forma o sentido daquilo que se diz estará relacionado com o modo 
como o faz. 
 Estudos linguísticos concluíram que as palavras correspondem a apenas 7% da 
comunicação. Já a voz, o tom da voz, e o jeito de dizer as coisas equivalem a 43%. Agora, 
surpreendentemente, a linguagem corporal transmite cerca de 50%, ou seja, metade da 
mensagem recebida pela outra pessoa. 
O que as pessoas mais entendem da linguagem corporal são os gestos e 
movimentos que fazemos, principalmente quando usamos as mãos. É interessante notar 
como essa comunicação difere de uma cultura para outra. Por isso, é preciso ser cuidadoso 
quando estiver se comunicando com estrangeiros, pois o que pode ser perfeitamente 
aceitável em uma cultura pode ter um significado totalmente diferente em outra. Assim é 
importante estar atento para alguns aspectos que, embora sutis, são capazes de realizar 
ou destruir um relacionamento social, profissional ou comercial. 
Especialistas em linguagem corporal explicam com detalhes o sentido de cada gesto que 
fazemos. Alguém que cruza os braços enquanto o outro diz alguma coisa, está tendo uma 
atitude de defesa. Conforme as reações das pessoas percebemos se suas linhas de 
comunicação estão abertas ou fechadas. 
 Outro fator importante é o contato ocular. Preste atenção no seu olhar; para onde 
seus olhos estão direcionados? Você está olhando para a pessoa com quem está falando? 
Quando conversar com alguém observe o seu contato ocular: será que a linguagem 
corporal demonstra que está dirigindo sua atenção. 
 Tanto a comunicação verbal como a não verbal são habilidades que podem ser 
aperfeiçoadas com treinamento e prática. Segundo a psicóloga Maria Tereza Maldonado, 
autora de “A arte da conversa e do convívio”, as áreas onde, com maior frequência, 
aparecem os problemas são o espaço pessoal, a postura, o toque, o olhar, o sorriso e o 
movimento da cabeça. Veja como tirar melhor proveito desses códigos. 
 
ESPAÇO PESSOAL 
 O conceito de espaço pessoal, em outras palavras, é a distância que as pessoas 
mantêm, entre si, ao se sentarem ou mesmo quando estão de pé, para se sentirem melhor. 
A maioria prefere ficar mais longe de estranhos que dos familiares e amigos. Entretanto, há 
certos profissionais, como médicos, dentistas e cabeleireiros, a quem permitimos que se 
aproximem mais de nós. 
 Há certas situações em que somos forçados a nos aproximar mais do que 
gostaríamos. Nessas ocasiões é interessante notar o esforço que as pessoas fazem para 
evitar o contato ocular. Nos elevadores lotados, por exemplo, a atitude mais comum é ficar 
olhando a sequência dos andares; nos transportes públicos, mesmo que estejam 
espremidas, as pessoas costumam ler ou olhar pela janela. 
 Cada cultura tem um conceito – padrão de espaço pessoal considerado aceitável. 
Por exemplo, os italianos, franceses, espanhóis, russos e latinos, em geral, inclinam-se 
ficando mais próximos dos outros, ao contrário dos norte-americanos. Na nossa cultura, a 
maioria das pessoas sabe automaticamente a que distância se sentar ou ficar. Aqueles que 
não sabem, podem dar a impressão de serem frios e distantes, ou, caso contrário, muito 
ousados. 
 O espaço pessoal, de certa forma, pode ser medido: em termos gerais, mantemos 
uma distância de aproximadamente um metro ao falarmos com desconhecido e de mais ou 
menos meio metro com os amigos. Se você perceber que alguém está constrangido ou 
pouco à vontade com a sua presença, o problema talvez não seja o seu hálito, a conversa 
ou o seu jeito de ser. Pode ser que, simplesmente, você esteja próximo demais. 
 O uso eficiente do espaço vai muito além da distância entre você e os demais. Por 
exemplo, para falar com crianças ou com adultos que estão sentados, é melhor abaixar-se 
ao nível deles para manter o contato direto do olhar, em vez de falar do alto. Para estimular 
a intimidade de um contato é melhor sentar-se na cadeira ao lado da pessoa, e não em 
frente. 
 
POSTURA 
 A forma como você posiciona seu corpo revela aos outros até que ponto você está 
acessível a contatos e o seu grau de interesse pelo que estão falando. 
 Cruzar os braços ou as pernas na direção oposta à da pessoa com quem está 
falando, manter as pernas bem pressionadas, uma contra a outra, são posições fechadas, 
que indicam tensão ou desinteresse. Lembre-se de que ninguém vai conseguir ler sua 
mente: as pessoas acham que você está pensando aquilo que demonstra por meio de suas 
expressões corporais. 
 Manter os braços descruzados e as pernas ligeiramente separadas ou cruzadas 
na direção da pessoa são posições abertas, que mostram que você está receptivo e 
interessado em prosseguir o contato. 
 Olhar a pessoa de frente e inclinar-se em sua direção são sinais importantes para 
demonstrar consideração pelo interlocutor. Observar a postura dos outros ajudará você a 
entender e planejar melhor suas ações. Tome o programa de televisão do Jô Soares, como 
exemplo. Jô Soares demonstra uma atitude receptiva com relação aos seus convidados. 
Recebe o entrevistado de pé, abraça-o, faz o gesto para que se sente e durante a entrevista 
procura deixá-lo à vontade, sempre prestando atenção no que está sendo dito e com o 
corpo inclinado para a pessoa, indicando interesse pela conversa. O ritual tem dado certo. 
 Dominar a linguagem corporal poderá ser útil em várias situações. Ao fazer uma 
proposta para fechar um negócio ou ao fazer um convite, é melhor esperar o momento em 
que outro tenha adotado uma postura aberta e mais receptiva às suas propostas. Se você 
trabalha com pessoas, irá descobrir que simples gestos podem fechar ou abrir os canais de 
comunicação. 
 
 
 
TOQUE 
 Tocar a outra pessoa é uma maneira silenciosa de dizer: “Você é importante para 
mim”. Com frequência o contato físico expressa sentimentos e as palavras não conseguem 
transmitir completamente. 
 O aperto de mãos mostra como você se sente com a relação aos outros e a você 
mesmo. Um aperto de mãos frouxo é um sinal de fraqueza pessoal ou de desinteresse 
pelos outros, ao passo que um aperto de mãos firme indica força pessoal e mais calor e 
afetividade. Se quiser demonstrar um interesse afetivo ainda maior, ponha a mão esquerda 
por cima da mão direita de outra pessoa ao cumprimentá-la. 
 
CONTATO VISUAL 
 O contato visual é um elemento indispensável para as interações sociais bem-
sucedidas. Quando você evita olhar para uma pessoa, ela poderá pensar que você está 
ansioso, ou que não é sincero, ou que sua atenção está voltada para outro lugar naquele 
momento. Além disso, quando você evita o contato visual, perde uma oportunidade 
preciosa de avaliar os efeitos de suas mensagens nas outras pessoas. 
 O contato visual é um sinal importante de respeito e de atenção. É como se você 
dissesse ao outro: “Neste momento, estou mais interessado em você do que em qualquer 
outra coisa”. Durante a conversa, as pessoas tendem ao olhar seu interlocutor por alguns 
segundos mais quando escutam do que quando falam. Se precisar concentrar-se para 
lembrar de algo quando estiver falando, olhe para o chão e torne a olhar para a pessoa. 
Isto indicará que está pronto para ouvir. 
 Na Pérsia,os vendedores de tapete prestavam atenção nos olhos de seus clientes. 
Se suas pupilas estivessem dilatadas eles sabiam se estavam interessados ou não na 
mercadoria. 
 
BALANÇAR A CABEÇA 
 Se você é dessas pessoas que nunca balançam a cabeça quando o interlocutor 
está falando, provavelmente passará a impressão de que não está concordando com o que 
o outro está dizendo ou não está interessado. Balançar a cabeça afirmativamente uma 
única vez indica que você concorda com a pessoa; se fizer várias vezes, de modo lento e 
ritmado, significa que está entendo o que está sendo dito e está interessado em ouvir mais 
a respeito do assunto. Num ritmo mais rápido, indicará que está de acordo com que está 
ouvindo, mas quer falar também. 
 
O SORRISO 
 O sorriso é, provavelmente, o jeito mais importante de demonstrar interesse e atrair 
a atenção dos outros. Para “fechar a cara” são necessários 72 músculos, mas para rir, 
apenas 23. Assim, se você sorrir mais, além de retardar o aparecimento de rugas no rosto 
obterá resultados muito mais agradáveis do que com a cara amarrada. 
 O sorriso envia mensagens positivas, transmite a ideia de aceitação pelo outro, 
além de dar maior abertura para o interlocutor se sentir mais à vontade. Ninguém consegue 
adivinhar o que você está pensando: Logo, se você não sorrir, as pessoas pensarão que 
você está desinteressado ou é uma pessoa fria. 
 Você já reparou no seu sorriso? A maioria das pessoas raramente se olha no 
espelho sorrindo. Você já imaginou que aquilo que pensa ser um sorriso pode ser percebido 
como outra coisa? Preste mais atenção no seu modo de sorrir. 
 
ATITUDES ABERTAS 
 O medo de ser rejeitado costuma levar as pessoas a rejeitarem os demais: Ao 
imaginarem que não serão aceitas, fecham-se não demonstram interesse em estabelecer 
contatos. Em consequência, os outros deixam de se aproximar, o que acaba confirmando 
a sensação de não ser querido. 
 Que tal começar a arriscar, rompendo essa barreira? Se você for uma pessoa 
fechada, com dificuldade de se aproximar dos outros, experimente praticar algumas 
atitudes que demonstrem estar mais aberta: sorria. Mantenha uma postura corporal aberta; 
Incline-se ligeiramente para frente ao falar com quem lhe interessa; Toque; Olhe nos olhos; 
Balance afirmativamente a cabeça quando estiver de acordo. Se você arriscar algumas 
mudanças poderá ter surpresas agradáveis. 
 A leitura da linguagem corporal vai ajudá-lo a captar mensagens subliminares. 
Entretanto, mantenha a calma. Ela não dá garantia total de que você esteja captando a 
verdade. Cruzar os braços pode significar que a pessoa esteja com frio. É necessário 
prestar atenção aos sinais, procurar decifrá-los e não se deixar levar pelas aparências. 
 
 
REVISTA T & D.

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