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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
FACULDADE DE HISTÓRIA
A REPRESENTAÇÃO DA MEMÓRIA HISTÓRICA EM UM MUSICAL: HAMILTON E A INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS
PROFESSOR PERE PETIT
BELÉM/PA
2023
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
FACULDADE DE HISTÓRIA
A Representação da memória histórica em um musical:
 Hamilton e a independência dos Estados Unidos
João Henrique da Rocha Sousa
Nathália Rodrigues de Lima
Trabalho de Conclusão da Disciplina “Formação dos Estados Nacionais e Regimes Autoritários na América Latina” do curso de graduação em História da Universidade Federal do Pará.. 
BELÉM/PA
2023
INTRODUÇÃO
“Veja-o agora como ele está 
Na proa de um navio que se dirigia para a nova terra 
Em Nova York você pode ser um novo homem”
“see him now as he stands on
The bow of a ship headed for the new land
In New York you can be a new man”
“Hamilton: The Musical”, é um musical da Broadway, que estreou no ano de 2015 no teatro Richard Rogers, em Nova York. O roteiro e as músicas são da autoria de Lin-Manuel Miranda, que também interpretou o protagonista nos primeiros anos de exibição. Lin-Manuel Miranda tomou por base o Livro de Ron Chernow, intitulado “Alexander Hamilton”.
O musical apresenta ao público a participação e importância de Hamilton dentro dos eventos que culminaram na Independência dos Estados Unidos no final do século XVIII, visto que a sua relevância dentro desse período é sempre preterida, comparada a outros pais fundadores. A peça parte desde a infância de A. Hamilton, em uma ilha do Caribe, passando pela sua ida para Nova York – antiga capital dos Estados Unidos – e seus estudos na King’s College, e se estende pela revolução, passando pela faísca, flama e sua consumação. 
A Revolução Americana se iniciou em 1776, após uma série de políticas impostas pela Inglaterra às 13 Colônias, como por exemplo o aumento de tributos no preço de produtos que. Essa série de imposições foi o estopim da insatisfação dos colonos, considerando que as Colônias já progrediram de forma independente. Além disso, os colonos buscavam igualdade política com os ingleses, e isso não era cedido para eles.
Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivo analisar a construção da memória histórica a partir de um musical, tendo consciência que por ser uma peça teatral, o enredo é construído de forma mais dramática e busca dar mais importância a certas pessoas ou eventos. Assim, o objeto de análise será especificamente o primeiro ato do musical, ou seja, até o momento em que a Revolução acaba na batalha de Yorktown, no ano de 1781.
METODOLOGIA
Representação, para Hall (2016), é “a produção do sentido pela linguagem”. Dessa maneira, o presente trabalho se propõe a analisar o musical Hamilton: The Musical, de forma qualitativa, entendendo que o mesmo é uma representação dos eventos que levaram a Independência dos Estado Unidos da América no final do século XVIII, construída a partir da linguagem teatral. 
Para além de entender o musical apenas como uma representação de um certo período, se entende também que o momento em que ele foi produzido condicionou diretamente na construção da memória histórica que está sendo representada, ou seja, seu contexto de produção também será abordado dentro da presente pesquisa. 
Para a análise também será utilizada bibliografia historiográfica sobre o tema, para que possamos ter um embasamento teórico-metodológico, além disso, essa bibliografia nos auxiliará a compreender melhor a dimensão dos eventos que foram retratados dentro do Musical e participação dos personagens dentro daquele contexto histórico.
ANTECEDENTES
“A colony that runs independently
Meanwhile, Britain keeps shittin' on us endlessly
Essentially, they tax us relentlessly
Then King George turns around, runs a spendin' spree
He ain't ever gonna set his descendants free
So there will be a revolution in this century
Enter me” 
“Uma colônia que funciona de forma independente
Enquanto isso, a Grã-Bretanha continua cagando em nós sem parar
Eles nos taxam de forma implacável 
Então o Rei George faz uma farra de gastos
Ele nunca vai libertar seus descendentes
Então haverá uma revolução neste século
Conte comigo”
	
O musical se inicia com Hamilton ainda jovem no Caribe, mas logo ele parte para as 13 colônias. Os primeiros minutos da peça trata sobre a autonomia já presente nas Colônias e a insatisfação dos seus moradores ao perceberem os abusos da Metrópole, nesse sentido é necessário iniciar o presente texto discorrendo sobre tais sentimentos e movimentações vigentes nas décadas de 1760 e 1770.
O período de guerras se inicia muito antes do final do século XVIII, na verdade, desde o século XVII existiram embates que de forma direta ou não influenciaram no processo de independência dos Estados Unidos. As primeiras guerras, na virada entre os séculos XVII e XVIII demonstraram como a Inglaterra não se importava com a opinião política das 13 Colônias, mesmo que esses tenham participado ativamente nesses conflitos como combatentes, principalmente os indígenas. Karnal (2007) explicita esses conflitos no livro “História dos Estados Unidos” e corrobora com a ideia de que a independência foi resultado de que essa sucessão de batalhas foram construindo o cenário que levou a futura unificação e liberdade das Colônias inglesas da América.
Um dos principais conflitos nesse período antes da independência foi o que ocorreu entre a Inglaterra e a França, que ficou conhecido como Guerra dos Sete Anos, “a mais importante de todas as guerras do século XVIII” (KARNAL, 2007, p. 74), que culminou na vitória Inglesa. Para manter os territórios conquistados na Guerra, a metrópole inglesa decidiu aumentar a cobrança de impostos com a criação de leis sobre as 13 Colônias, aumentando também seu controle sobre o território. Além disso, a Inglaterra também passava pelo seu período de Revolução Industrial, o que gerou uma alta produtividade no mercado interno e a escassez de mercado consumidor, culminando no uso das colônias com o fim de sanar tal problema.
Figura 1: Festa do chá de Boston
Dessa forma, foram impostas diversas leis abusivas, que proibiam as colônias de fazer comércio com outros países, privando-as assim de sua liberdade. Entre elas pode-se citar a Lei do Açúcar (1764), Lei da Moeda (1764), Lei da Hospedagem (1764), Lei do Selo (1765), Atos Townshend (1767) e a Lei do Chá (1773), essa última, provocou a famosa revolta conhecida como “Festa do Chá de Boston” (1773), em que nativos invadiram os navios que carregavam os barris de chá da Companhia das Índias Orientais e os lançaram ao mar.
Assim, a sensação de descontentamento por entre os nativos já era palpável, assim como a consciência de que haveria uma mudança radical de hábitos, a Revolução daquele século. Isso porque, a colônia estava se desenvolvendo de tal forma que já não cabia na posição de subordinação imposta pela Inglaterra. Também é importante citar que a liberdade experimentada pelas Treze Colônias se devia, da mesma forma, ao fato de que os administradores eram norte-americanos, e não ingleses. 
Esse sentimento de que a revolução seria inevitável é recuperado no musical onde a todo momento é cantada a necessidade de uma mudança radical no sistema político das 13 colônias, assim os personagens de Hamilton cantam:
“This is not a moment, it's the movement
Where all the hungriest brothers with something to prove went?
Foes oppose us, we take an honest stand
We roll like Moses, claimin' our promised land
And? If we win our independence?
Is that a guarantee of freedom for our descendants?
Or will the blood we shed begin an endless cycle of vengeance and death with no defendants?
We need to handle our financial situation
Are we a nation of states? What's the state of our nation?”[footnoteRef:0] [0: Isso não é um momento, é o movimento /Aonde todos os irmãos mais famintos com algo para provar foram? /Inimigos se opõem a nós /nós nos posicionamos honestamente / Nós somos que nem Moisés, reivindicando nossa terra prometida / E Se nós ganharmos nossa independência? / Isso garante liberdade para nossos descendentes? / Ou será o sangue que nós derramamos um interminável ciclo de vingança e morte sem culpados? / Nós temos que lidar com nossa situação financeira / Somos nós uma nação de estados? Qual o estado da nossa nação?
] 
Podia-se perceber a chama da revolução nascendo nas ruas da colônia, que traria uma transformação permanente, e junto com ela, a noção de posse e direito sobre aquela terra. 
	É relevante lembrar que o Rei Jorge III, da Inglaterra, tencionou controlar o movimento, antes da sua explosão, da mesma forma que tinha apoiadores dentro da colônia. Como exemplo disso, temos os panfletos de Samuel Seabury, que buscava convencer os fazendeiros a se virarem contra o Congresso Continental – que apoiava a Independência – e contra os rebeldes da revolução, apresentando seus pensamentos e alegações sobre o movimento em uma série de panfletos que eram sempre refutados pelos panfletos de Alexander Hamilton. Este momento da História é retratado no musical por meio da música “Farmer Refuted” que traz parte dos discursos de Seabury e Hamilton:
“Hear ye, hear ye, my name is Samuel Seabury
And I present "Free Thoughts on the Proceedings of the Continental Congress"
Heed not the rabble who scream revolution
They have not your interests at heart
Chaos and bloodshed are not a solution
Don't let them lead you astray
This Congress does not speak for me
They're playing a dangerous game
I pray the king shows you his mercy
For shame, for shame”[footnoteRef:1] [1: Ouçam, ouçam, meu nome é Samuel Seabury e apresento "Pensamentos Livres sobre os Anais do Congresso Continental" / Não prestem atenção à ralé que grita “revolução”/ Eles não têm seus interesses no coração/ Caos e derramamento de sangue não são solução, não deixe que eles lhes desviem/ Este Congresso não fala por mim, eles estão jogando um jogo perigoso/ Rezo para que o rei lhes mostre sua misericórdia/ que vergonha, que vergonha
] 
 	Assim como no musical, busca-se apresentar aqui que antes da revolução propriamente dita, iniciada em 1776, o sentimento e as fagulhas já estavam ocorrendo pela colônia, e a transformação das fagulhas em chama era almejada pelos revoltosos.
	
REALIDADE REPRESENTADA
“There's only one way for us to win this
Provoke outrage, outright
Don't engage, strike by night
Remain relentless 'til their troops take flight
Make it impossible to justify the cost of the fight
Hit 'em quick, get out fast
Stay alive 'til this horror show is past
We're gonna fly a lot of flags half-mast”
“Só há uma maneira de vencermos isto
Provocar ultraje total
Não se envolver, atacá-los de noite
Não nos render até suas tropas fugirem
Fazer com que a guerra se torne cara demais para justificar
Atacá-los depressa, fugir rápido
Continuar vivos até esse show de horrores passar
Iremos hastear várias bandeiras a meio mastro”
	
	Declarada em 4 de julho de 1776, a independência dos Estado Unidos veio a partir de um congresso realizado na Filadélfia. Como é deixado bem claro no musical, a guerra iria acontecer de qualquer maneira visto que o clima de tensão estava bem alto na sociedade, principalmente entre o sul e o norte dos Estados Unidos, que tinham objetivos diferentes, mas que mesmo assim não poderiam se considerarem como antagonistas (KARNAL, 2007, p. 129).
É interessante perceber que, no musical, ao mesmo tempo que se tem a expectativa da guerra para trazer a liberdade do povo, ela também é vista pelos personagens principais como um evento para eles demonstrarem o seu valor e grandeza, principalmente do protagonista que é imigrante e órfão. A busca pelo seu momento de glória, onde o seu grande feito uma hora vai chegar e ele será reconhecido, principalmente o protagonista, pode ser visto na música “My Shot” onde é cantado: 
“I am not throwing away my shot!
Hey yo, I'm just like my country
I'm young, scrappy and hungry
And I'm not throwing away my shot!”[footnoteRef:2]
 [2: “Eu não vou desperdiçar a minha chance! / Ei, yo, eu sou igual ao meu país / Sou jovem, deslocado e faminto / E eu não vou desperdiçar a minha chance!”] 
		“Hamilton: the musical” foi escrito durante os anos de 2008 e 2009, em que o governo de Barack Obama era vigente, sendo um governo democrata que estava voltado para as políticas sociais, tal época foi um período de maior tranquilidade para algumas lutas de minorias, entre elas pode-se citar a luta dos negros, dos imigrantes e das mulheres. Partindo desse contexto, é já ciente que Miranda - autor do musical - também é filhos de imigrantes, o musical traz de forma incisiva a participação desses tres grupos na revolução americana, tal fato entretanto, não se nota quando olha-se para os sujeitos que vinham contando a história até esse momento, pois nesse passado, o negro, a mulher e o imigrante não passam de meros coadjuvantes em uma História branca.
Pode-se notar a forma como Lin-Manuel escolheu representar os imigrantes pelo principal fato de que o personagem principal do show veio de uma ilha caribenha e chega ao sucesso mesmo sem ser altamente “bem nascido”, além disso tem-se a importância concedida ao personagem La Fayette, o imigrante francês que é de extrema necessidade para a consolidação da parceria dos Estados Unidos com a França e a obtenção de mais armamentos e navios. 
Durante o primeiro ato do musical, temos a música “Yorktown” em que os personagens La Fayette e Hamilton cantam a famosa frase - que já foi usada para outros fins políticos - “Imigrantes, nós damos conta do recado!”, quando arrancam da plateia exclamações e palmas de entusiasmo pela representação. Deixando claro assim a importância dos imigrantes para a construção dos Estados Unidos da América.
Quando vemos a representação das pessoas de cor no musical, isso se estende desde o seu elenco, que nunca restringiu a cor dos atores para interpretar qualquer personagem, mas principalmente no decorrer do foco dado ao personagem Laurens - que sonhava com abolição da escravatura, a igualdade de direitos e o ajuntamento de 3.000 homens negros, para a construção de um batalhão inteiramente negro”, Lauren canta sobre isso em diversas musicas, durante o primeiro ato, principalmente “My Shot” e “Yorktown”.
Porém, vemos também um foco na questão racial quando, no fim do segundo ato, Lin-Manuel Miranda decidiu cantar sobre o papel antiabolicionista de Hamilton, seus parceiros e principalmente sua esposa, Elizabeth Hamilton, na música “Who lives, who dies, who teels your story”, em que trabalha todos os discursos e ações contra a escravidão que esses persinagens desempenharam.
O terceiro grupo que, diferente do restante da História, ganha lugar de importância na história contada, são as mulheres, que têm voz ativa e decisiva na narrativa. Durante o show, elas se interessam por política, pela guerra e influenciam decisões, isso se nota principalmente durante a música “The Schuyler sisters” em que a personagem Angelica Schuyler canta “Consideramos essas verdades como evidentes por si mesmas; Que todos os homens são criados iguais; E quando eu conhecer Thomas Jefferson; Vou obrigá-lo a incluir as mulheres na sequência”. 
Quando pensa-se na situação política que o elenco principal estava vivendo no governo Trump, em que havia diferença de salários entre mulheres e homens e até mesmo entre mulheres brancas e de cor, além de falas machistas por parte do ex-presidente Trump, percebe-se a importância de se ter uma atriz negra cantando, confrontando e mudando a visão sexista que ainda é vigente.
Dessa forma, não pode-se deixar de citar que os atores do musical em todos palcos que ele está em cartaz, apresentam-se pessoas de todas as etnias, cor e orientação sexual. Isso teve início com a estreia do musical, e tal política permanece até hoje, levando em consideração a frase do ex-presidente Barack Obama sobre as diversas vozes que contribuiram para o desenvolvimento da América “Vozes que nos ajudama ver a nós mesmos não primeiramente como negros ou brancos ou asiáticos ou latinos; não como gays ou héteros, imigrantes ou nativos; não como Democrata ou Republicano; mas como Americanos primeiros, unidos por uma crença comum.”
	Vale citar também que durante o governo Trump e sua tentativa de reeleição, o corpo de atores original e atual se uniram para fazer campanha contrária e propagar a política de Joe Biden em 2020. Já que Trump tinha um posicionamento conservador republicano e ia contra as ideias pregadas pelo musical Hamilton, tendo falas racistas, sexistas e anti imigrantes extremamente agressivas e políticas públicas violentas para tolir esses grupos. 
Por fim, pode-se notar também a atuação política do elenco de Hamilton, na influência e incentivo à votação nos estados em que o voto não é obrigatório. Os atores realizaram diversas ações durante as eleições para convencer os estadunidenses a irem votar, seja fazendo ações individuais ou utilizando do impacto do musical para fazer ações conjuntas. Tendo sua vitória com a eleição de Biden em 2020, um democrata assim como Alexander Hamilton, novamente na direção dos Estados Unidos da América
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O musical que teve como palco a Broadway foi um dos de maior sucesso nos últimos anos tanto na bilheteria quanto no impacto cultural causado principalmente na sociedade estadunidense.
O musical ao retratar o período de conflitos vividos nas 13 Colônias em função dos descontentamentos vividos com a Inglaterra, de forma bem teatral - como tinha de ser - busca apresentar o contexto com muitas músicas que contam sobre a participação de Alexander Hamilton no processo de Independência. É possível perceber uma grande romantização da História e em como a memória histórica está sendo retratada no musical. Baseado em uma biografia, a História da Revolução Americana acaba sendo visto como um grande feito realizado por poucos personagens, e apesar de serem apresentados outros elementos que teriam influenciado no momento - como os negros, as mulheres e os imigrantes -, a participação deles é suprimida, sendo eles apenas representados pelos grandes personagens que foram líderes do movimento de independência.
Paradoxo pois ao mesmo tempo que faz uma história dos grandes personagens, há também a inclusão de outros sujeitos e os próprios atores quebram com as características esperadas", ou seja, os próprios atores são negros e migrantes.
REFERÊNCIAS
LACAMOIRE, Alex; SHERMAN, Bill; MIRANDA, Lin-Manuel et al. Vários Artistas. Hamilton: Original Broadway Cast​. Atlantic Records, NYC. 2015. Disponível na plataforma de streaming de música Spotify
<​https://open.spotify.com/album/1kCHru7uhxBUdzkm4gzRQc​>; 
CHERNOW, Ron. ​Alexander Hamilton​. The Penguin Press, Inc. New York, NY. 1ª edição. 2004. 
KARNAL, Leandro; MORAIS, Marcos Vinícius de; FERNANDES, Luiz Estevan; PURDY, Sean. ​História dos Estados Unidos: das origens ao século XXI​. Editora Contexto. São Paulo, SP. 3ª edição. 2016. 
MARCET, C. C. Hamilton, (re)apropriado: Uma análise da perspectiva do musical de Lin-Manuel Miranda. 2018.

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