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Fundamentos do Processo Penal
Direito Processual 
Penal
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
ELLEN THAYNNÁ MARA DELGADO BRANDÃO
 MILENA BARBOSA DE MELO
AUTORIA
Ellen Thaynná Mara Delgado Brandão
Eu, Ellen, tenho graduação em Direito pela Unifacisa – Universidade 
de Ciências Sociais Aplicadas e pós-graduanda em Docência do Ensino 
Superior. Atualmente sou professora conteudista e elaboradora de 
cadernos de questões. Como jurista, atuo nas áreas de Direito Penal, 
Direito do Trabalho e Direito do Consumidor.
Milena Barbosa de Melo
Eu, Milena, tenho graduação em Direito pela Universidade Estadual 
da Paraíba (2004). Doutora em Direito Internacional pela Universidade de 
Coimbra. Mestre e Especialista em Direito Comunitário pela Universidade 
de Coimbra. Atualmente, sou professora universitária e conteudista. 
Como jurista, atuo, principalmente, nas seguintes áreas: Direito à 
Saúde, Direito Internacional público e privado, Jurisdição Internacional, 
Direito Empresarial, Direito do Desenvolvimento, Direito da Propriedade 
Intelectual e Direito Digital.
Desse modo, fomos convidadas pela Editora Telesapiens a integrar 
seu elenco de autores independentes. Estamos muito felizes em poder 
ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte conosco!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Princípios do Direito Processual Penal............................................... 12
Princípio da Presunção de Inocência .............................................................................. 13
Princípio Ampla Defesa ............................................................................................................... 15
Princípio do Contraditório ......................................................................................................... 15
Princípio da Publicidade ............................................................................................................ 16
Princípio da Vedação das Provas Ilícitas ........................................................................ 17
Princípio do Juiz Natural............................................................................................................. 18
Princípio do Duplo Grau de Jurisdição ............................................................................ 18
Princípio do Nemo Tenetur se Detegere ....................................................................... 19
Princípio da Oficialidade ............................................................................................................. 19
Princípio da Intranscendência ............................................................................................. 20
Princípio da Busca da Verdade Real ................................................................................ 20
Princípio da Comunhão das Provas ................................................................................... 21
Sistemas do Processo Penal ...................................................................23
Breve Apontamento Histórico da Evolução do Processo Penal ...................23
Os Sistemas de Processo Penal ...........................................................................................26
Sistema Inquisitivo .....................................................................................................26
Sistema Acusatório ....................................................................................................28
Sistema Misto ............................................................................................................... 30
Sistema Adotado no Brasil....................................................................................................... 30
Lei Processual Penal no Tempo e no Espaço ................................... 33
Aplicação da Lei Processual Penal no Espaço ..........................................................33
Tratados, Convenções e Regras de Direito Internacional ..............35
Jurisdição Política ....................................................................................................... 36
Processos da Competência da Justiça Militar ........................................37
Processos da Competência do Tribunal Especial ................................37
Legislação Especial ....................................................................................................37
Aplicação da Lei Processual Penal no Tempo .......................................................... 38
Interpretação da Lei Processual Penal ..............................................43
Fontes Materiais ...............................................................................................................................43
Fontes Formais ..................................................................................................................................45
Interpretação da Lei de Processo Penal ........................................................................47
Aplicação Supletiva e Subsidiária do Código de Processo Civil ao 
Processo Penal .................................................................................................................................. 51
9
UNIDADE
01
Direito Processual Penal
10
INTRODUÇÃO
O Direito é um ramo que tem uma extensão de disciplinas, todas 
com fundamental importância. Estudaremos nesta unidade, uma dessas 
disciplinas que é o Processo Penal. Entre os variados conteúdos que 
ela contempla, iremos tratar, na introdução, quais são os princípios que 
norteiam o processo penal, os sistemas do processo penal que são três, 
fazendo menção a qual sistema é adotado pelo Código de Processo 
Penal brasileiro.
Estudaremos também, sobre a lei processual, fazendo uma 
distinção entre lei processual no tempo e no espaço, para que por fim, 
possamos estudar sobre a interpretação da lei processual penal, assunto 
extremamente importante para que se entender como se aplica a lei e 
quais são suas fontes. 
Direito Processual Penal
11
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1 – Fundamentos do Processo 
Penal. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes 
competências profissionais até o término desta etapa de estudos:
1. Entender quais são os princípios do processo penal e para que 
eles servem.
2. Identificar os sistemas do processo penal. 
3. Compreender a lei processual no tempo e no espaço. 
4. Desenvolver a interpretação da lei processual penal.
Então? Preparado para adquirir conhecimento sobre um assunto 
fascinante e inovador como este? Vamos lá!
Direito Processual Penal
12
Princípios do Direito Processual Penal
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você serácapaz de entender 
como funciona cada um dos princípios que norteiam 
o Direito Processual Penal, que será fundamental para 
o exercício de sua profissão. As pessoas que tentaram 
compreender o Direito Processual Penal e não estudaram 
sobre seus princípios tiveram problemas para compreender 
a disciplina. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá. Avante!
Neste capítulo, estudaremos os princípios que norteiam o Direito 
Processual Penal. Elencamos os principais para serem estudados. 
Empolgados? Vamos lá!
Antes de começarmos os estudos deste capítulo, devemos 
perguntar: O que vem a ser princípio?
O dicionário Aurélio (2010) conceitua princípio como o que serve 
de base a alguma coisa; causa primeira, raiz, razão. No Direito, de acordo 
com Nucci (2011), princípio jurídico quer dizer um postulado que se irradia 
por todo o sistema de normas, fornecendo um padrão de interpretação, 
integração, conhecimento e aplicação do direito positivo, estabelecendo 
uma meta maior a seguir.
Cada ramo do Direito tem seus próprios princípios, muitas vezes 
podem estar expressos no ordenamento jurídico, mas também podem 
estar implícitos. O Processo Penal tem seus princípios que, muitas vezes, 
chegam a suplementar a própria literalidade da lei. 
Estudaremos agora os princípios mais importantes desse ramo do 
Direito.
Direito Processual Penal
13
Princípio da Presunção de Inocência 
Esse princípio, também, é conhecido como o da não culpabilidade 
ou do estado de inocência. De acordo com Nucci (2011,) o princípio garante 
que todo acusado é presumidamente inocente, até que seja declarado 
culpado por sentença condenatória, com trânsito em julgado, ou seja, 
o acusado só pode ser declarado culpado, após o término do devido 
processo legal, durante o qual ele tenha se utilizado de todos os meios de 
prova pertinentes para a sua defesa e para a destruição da credibilidade 
das provas apresentadas pela acusação. Assim, enquanto não houver 
uma sentença criminal condenatória irrecorrível, o acusado não pode ser 
considerado culpado e, portanto, não pode sofrer as consequências da 
condenação.
IMPORTANTE:
Esse princípio não proíbe a prisão cautelar que seja 
decretada por razões excepcionais que sejam para garantir 
a efetividade do processo.
Esse princípio é reconhecido como direito fundamental, incluso no 
art. 5º, LVII, da Constituição da República, que consta em seu texto:
Art. 5º  Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do 
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes:
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em 
julgado de sentença penal condenatória. (BRASIL, 1988) 
Direito Processual Penal
14
Desse princípio, de acordo com Lima (2019), derivam duas regras 
fundamentais:
 • Regra probatória (in dubio pro reo) – devido a esta regra, a parte 
acusatória tem o ônus de demonstrar a culpabilidade do acusado, 
além de qualquer dúvida razoável, não sendo dever do acusado 
provar sua inocência.
Ela garante que na dúvida, a decisão tem que favorecer o imputador, 
tendo em vista que ele não tem a obrigação de provar que não praticou 
o crime.
Como consequência da regra, Lima (2019) destaca: a incumbência 
do acusador de demonstrar a culpabilidade do acusado; a necessidade 
de comprovar a existência dos fatos imputados, não de demonstrar a 
inconsistência das desculpas do acusado; tal comprovação deve ser 
feita legalmente; impossibilidade de se obrigar o acusado a colaborar na 
apuração dos fatos.
Figura 1 – In dubio pro reo
Fonte: Freepik (2020).
Direito Processual Penal
15
Da regra de tratamento – garante, de acordo com Lima (2019), que 
o Poder Público está impedido de agir e de se comportar em relação ao 
suspeito, ao indiciado, ao denunciado ou ao acusado, como se estes já 
houvessem sido condenados, definitivamente, enquanto não houver o fim 
do processo.
Princípio Ampla Defesa
Esse princípio está descrito no art. 5º, LV, da Constituição Federal:
Art. 5º  Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do 
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes:
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, 
e aos acusados em geral são assegurados o contraditório 
e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. 
(BRASIL, 1988) 
Assim, Nucci (2011) diz que ao réu é concedido o direito de se valer 
de amplos e extensos métodos para se defender da imputação feita pelo 
acusado.
Esse princípio garante inúmeros direitos ao réu, entre eles, podemos 
citar: ajuizamento de revisão criminal (que é vedado à acusação), a 
oportunidade de verificar a eficiência da defesa pelo magistrado, que 
pode desconstituir o advogado escolhido pelo réu.
Princípio do Contraditório
Esse princípio também é amparado pela Constituição Federal, no 
mesmo artigo supramencionado no princípio da ampla defesa. 
Lima (2019) considera que o contraditório é o ato bilateral dos atos 
ou termos do processo e a possibilidade de contrariá-los, pontua que 
são dois os elementos do contraditório: direito à informação e o direito de 
participação. Sendo o contraditório a necessária informação às partes e a 
possível reação a atos desfavoráveis.
Direito Processual Penal
16
IMPORTANTE:
Destaque-se que esse princípio diz que cada ato, que 
for praticado durante o processo, deve ser resultante da 
participação ativa das partes. Está ligado, também, à relação 
processual, servindo tanto à acusação quanto à defesa.
Princípio da Publicidade
Tal princípio encontra-se previsto nos artigos 5º, LX, XXXIII e 93, IX 
da Constituição Federal:
Art. 5º  Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do 
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes:
LX  - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos 
processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse 
social o exigirem;
XXXIII  - todos têm direito a receber dos órgãos públicos 
informações de seu interesse particular, ou de interesse 
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob 
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo 
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. 
Art. 93.  Lei complementar, de iniciativa do Supremo 
Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, 
observados os seguintes princípios:
IX  todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário 
serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob 
pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em 
determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, 
ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do 
direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique 
o interesse público à informação. (BRASIL, 1988)
Assim, Nucci (2011) diz que esse princípio quer dizer que os atos 
processuais devem ser realizados, publicamente, à vista de quem deseja 
acompanhá-los, sem segredos e sem sigilo.
Direito Processual Penal
17
IMPORTANTE:
O princípio da publicidade funciona como um pressuposto 
de validade dos atos processuais e das decisões tomadas 
pelo Poder Judiciário.
Todavia, existem casos que a própria Constituição restringe esse 
direito, como é o mencionado no art. 93, IX, mas ela assegura que nunca 
será segredo total, podendo só limitar a presença de algumas pessoas, 
devendo sempre validar um ato na presença do promotor e do defensor.
Princípio da Vedação das Provas Ilícitas
O art 5º da Constituição Federal, em seu inciso LVI, traz que são 
inadmissíveis no processo as provas obtidas por meios ilícitos. Desta 
forma,o processo penal deve considerar somente as provas legais e 
legítimas, sendo inadmitida as provas obtidas por meios ilícitos.
Mas o que vem a ser ilícito?
Algo ilícito é algo que a lei não permite, aquilo que é contrário à 
moral, aos bons costumes e aos princípios gerais do Direito.
NOTA:
No Brasil, adotou-se a teoria dos frutos da árvore 
envenenada (prova ilícita por derivação), que afirma que se 
uma prova for obtida por meio ilícito não podemos utilizar 
as provas que vierem a surgir por causa disso. Exemplo: o 
conteúdo obtido graças à escuta ilegal.
Assim, o Código de Processo Penal, em seu art. 157, diz que são 
inadmissíveis, devendo ser desmembradas do processo, as provas ilícitas, 
assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou 
legais.
Direito Processual Penal
18
Princípio do Juiz Natural
Garantido pelo art. 5º, LIII, o princípio do juiz natural diz que 
ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade 
competente. Lima (2019) diz que o juiz natural é aquele constituído, antes 
do fato delituoso a ser julgado, mediante regras taxativas de competência 
estabelecidas pela lei. Também retrata que a Convenção Americana de 
Direito Humanos prevê que toda pessoa tem direito a ser ouvida, com 
as devidas garantias e em um prazo razoável por um juiz ou tribunal 
competente, independente e imparcial, estabelecido, anteriormente por 
lei.
Princípio do Duplo Grau de Jurisdição
Nucci (2011) retrata que esse princípio garante a parte o direito de 
buscar o reexame da causa por órgão jurisdicional superior.
Figura 2 – Juízo
Fonte: Freepik (2020).
Assim, o recorrente tem o direito de ter seu processo reapreciado 
jurisdicionalmente, podendo ser de forma parcial ou total, devendo 
atender os pressupostos da lei.
Direito Processual Penal
19
Princípio do Nemo Tenetur se Detegere
No art. 5º, LXIII da Constituição Federal, o preso deve ser informado 
dos seus direitos, entre os quais de permanecer calado, sendo-lhe 
assegurada a assistência da família e de advogados. Desta forma, o 
princípio nemo tennetur se detegere garante que ninguém é obrigado a 
produzir provas contra si mesmo.
De acordo com Lima (2019), o princípio trata-se de uma modalidade 
de autodefesa passiva, que é exercida por meio da inatividade do indivíduo 
sobre quem recai ou pode recair uma imputação. Consistindo assim, 
na proibição de uso de qualquer medida de coerção ou intimidação ao 
acusado, em processo de caráter sancionatório, para obtenção de uma 
confissão ou para que colabore em atos que possam ocasionar sua 
condenação.
Princípio da Oficialidade
A Constituição Federal traz as funções de cada um dos órgãos 
responsáveis de verificar a infração penal, sendo a polícia judiciária 
encarregada em investigar, o Ministério Público é incumbido de ingressar 
com a ação penal e provocar a atuação da polícia, devendo requisitar 
diligências investigatórias e instaurar inquérito policial, fiscalizando-a e o 
Poder Judiciário cabe a função de aplicar o direito ao caso concreto.
Assim, o princípio da oficialidade, “expressa ser a persecução penal 
uma função primordial e obrigatória do Estado. As tarefas de investigar, 
processar e punir o agente do crime cabem aos órgãos constituídos do 
Estado” (NUCCI, 2011, p.105).
Direito Processual Penal
20
Princípio da Intranscendência 
Conforme Nucci (2011), tal princípio garante que a ação penal não 
transcenda a pessoa a quem foi imputado a conduta criminosa.
Como seria isso? Um delito tem responsabilidade pessoal e 
individualizada, não podendo dar-se sem dolo e sem culpa, sendo esse 
o motivo que uma imputação de uma prática de um delito não pode 
ultrapassar a pessoa do agente, evolvendo terceiros. Desta forma, a 
ação penal deve ser ajuizada, unicamente, contra o responsável pela 
autoria ou participação no fato típico delituoso, não havendo de incluir 
corresponsáveis civis.
SAIBA MAIS:
Caso queira se aprofundar no assunto, acesse ao vídeo 
Princípio da intranscendência da pena, clicando aqui.
Esse princípio encontra fundamento no artigo 5º, XLV, da 
Constituição Federal que diz: 
Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, 
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do 
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos 
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor 
do patrimônio. (BRASIL, 1988)
Princípio da Busca da Verdade Real
Primeiro devemos questionar: O que vem a ser verdade?
Nucci (2011) diz que a verdade é a conformidade da noção ideológica 
com a realidade e que a certeza é a crença nesta conformidade, gerando 
um estado subjetivo do espírito, ligado a um fato, sendo possível que esta 
crença não corresponda à verdade objetiva.
Direito Processual Penal
https://www.youtube.com/watch?v=U0yQbOzSxBY
21
Tendo em vista o conceito, podemos concluir que em um processo 
nunca é possível assegurar que o juiz alcançou a verdade objetiva, que é 
aquela que corresponde a exatamente o que aconteceu. O magistrado 
consegue estabelecer uma verdade, de acordo com as provas que lhes 
são apresentadas, e por esse motivo, condena ou absolve.
NOTA:
Leia, também, os arts. 147, 156, 234 e 566 do Código de 
Processo Penal, para saber mais da atuação do juiz em seu 
dever para com o princípio da busca da verdade real.
Desta forma, o princípio diz que o magistrado deve buscar as provas, 
da mesma forma que as partes também devem, não devendo se contentar 
somente com que o lhe é apresentado, para conseguir a verdade e assim 
proferir sua decisão. Esse fato é conhecido como determinação de prova 
ex officio pelo juiz. O art. 209 do Código de Processo Penal, assim como 
outros artigos, garante que o juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir 
outras testemunhas, além das indicadas pelas partes.
Princípio da Comunhão das Provas
Nucci (2011) diz que a comunhão das provas significa que a 
prova, ainda que produzida por iniciativa de uma das partes, pertence 
ao processo e pode ser utilizada por todos os participantes da relação 
processual, tendo como principal objetivo a apuração da verdade dos 
fatos alegados e contribuindo para o correto deslinde da causa pelo juiz.
Assim, as provas não têm dono, podendo ser utilizada por qualquer 
uma das partes, isto é, uma testemunha da acusação não deve somente 
prestar informações que prejudiquem o acusado, ela pode alegar fatos 
que também o ajudem.
Desta forma, estudamos alguns dos princípios do processo penal, 
elencando os principais e mais importantes, todavia, no decorrer da 
unidade, outros princípios serão citados com suas devidas definições.
Direito Processual Penal
22
RESUMINDO:
Estudamos nesse capítulo, os principais princípios do 
processo penal, iniciando pela presunção de inocência 
que garante que o acusado é, presumidamente, inocente 
até que seja declarado culpado. Em seguida, vimos o 
tema da ampla defesa que diz que ao réu é concedido o 
direito de se valer de amplos e extensos métodos para se 
defender da imputação feita pelo acusado. Já o princípio 
do contraditório é o ato bilateral dos atos ou termos do 
processo e a possibilidade de contrariá-los e o princípio da 
publicidade que garante que os atos processuais devem 
ser realizados, publicamente. O princípio da vedação das 
provas ilícitas garante que são inadmissíveis as provas 
obtidas por meios ilícitos e no que se refere ao princípio 
do juiz natural, ela garante o direito do acusado de ser 
processado e sentenciado pela autoridade competente. 
O princípio do duplo grau de jurisdição garante a parte o direito de 
buscar o reexame da causa por órgão jurisdicional superior. No que se refere 
ao princípio do nemo tenetur se detegere, estudamos que ele garante 
que ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo. Já o princípio 
da oficialidade expressa ser a persecução penal uma função primordial e 
obrigatória do Estado. O princípio da intranscendência garante que a ação 
penal não transcenda apessoa a quem foi imputado a conduta criminosa. 
O princípio da busca da verdade real diz que o magistrado deve encontrar 
as provas, da mesma forma que as partes também devem, não devendo 
se contentar somente com que o lhe é apresentado, para ir em buscar da 
verdade e assim proferir sua decisão. Por fim, estudamos o princípio da 
comunhão de provas que dispõe que, ainda que produzida por iniciativa 
de uma das partes, pertence ao processo e pode ser utilizada por todos 
os participantes da relação processual.
Direito Processual Penal
23
Sistemas do Processo Penal
OBJETIVO:
Esse capítulo será dedicado ao estudo da evolução do 
Processo Penal e dos sistemas que surgiram com os anos 
e será fundamental para sua compreensão do processo 
penal, ajudando a uma melhor entendimento da disciplina. 
Por fim, estudaremos qual o sistema adotado no Brasil. 
Vamos lá!!
Antes de estudar quais são os sistemas do processo, é necessário 
fazermos uma reflexão sobre a história da evolução do Processo Penal.
Breve Apontamento Histórico da Evolução 
do Processo Penal
Moreira e Camargo (2016) apontam que o aparelho estatal, desde 
sua constituição, comandou a intervenção no crime, submetendo a 
sociedade aos agentes da corporação policial, ao Ministério Público, às 
penitenciárias, à organização judiciária, todos regulados pelo Direito Penal 
e pelo Processo Penal. É o conjunto entre o Direito Penal e o processo 
penal que formam as condutas ilícitas.
Mas como tudo precisa de algum começo para que possa ser 
desenvolvido, as condutas não eram descritas como são hoje. Quando 
começaram os agrupamentos de pessoas, elas, geralmente, atribuíam a 
outra o direito de decidir e punir aquelas que não seguissem os costumes 
do que podemos chamar de tribos ou clãs.
Com o passar do tempo, de acordo com o que conhecemos da 
evolução da civilização, as pessoas passaram a se agrupar em um número 
maior, surgindo de fato, a civilização e o Estado. Com várias pessoas 
convivendo, houve a necessidade da criação de regras de conduta que 
foram formadas a partir de costumes ou da religião.
Direito Processual Penal
24
Moreira e Camargo (2016) salientam que foi na Grécia antiga (400 
a.C.) que se estudou sobre o Estado e sua composição, sob a influência 
dos mais privilegiados pensadores. Foi no livro, A Política de Aristóteles, 
que se estabeleceu pela, primeira vez, a divisão dos poderes e o sistema 
representativo. Mas como era o Direito Penal ateniense?
Ele era dividido nos crimes contra o particular e a coletividade, 
compondo a ação penal privada e pública, dependendo do tipo 
de acusação. Moreira e Camargo (2016) dizem que nesta época só 
existiam tribunais colegiados, compostos por dezenas ou centenas 
e, excepcionalmente, até milhares de juízes, acrescidos de defesa, 
acusação, réu e testemunhas, nos quais as audiências eram públicas e 
o voto secreto, e as alegações eram sempre orais. Um dos fatos mais 
interessantes eram que se os votos dessem empate, o réu era absolvido.
No início da monarquia romana, quem conduzia as investigações 
eram os juízes e julgavam, além disso, o Processo Penal que era público. 
Com relação ao recurso, era feito pelo condenado, por meio de comício 
em praça pública em que deveria se defender da sentença condenatória. 
Esse recurso era conduzido ao Imperador. No fim do Império Romano, 
começou a ser aceita a tortura como meio para forçar o réu a confessar 
o crime e também era utilizada para averiguar se as testemunhas diziam 
a verdade.
O Processo Penal Canônico marcou o mundo, pois ele punia as 
pessoas que confrontassem a Igreja, os crimes se misturavam com a 
religião e, inclusive, invadiam a esfera privada, condenando o adultério, a 
sodomia, a usura, entre outros. A tortura nesse período foi legalizada, para 
ser extraída a confissão do réu, e não era permitida a defesa do acusado, 
o processo era secreto, tudo era em nome de Deus e da verdade.
IMPORTANTE:
As características de Processo Penal Canônico foram 
adotadas por outros países a exemplo da Espanha, 
Germânia, Portugal e Itália. 
Direito Processual Penal
25
Assim, de acordo com Moreira e Camargo (2016), foi a partir do 
fortalecimento do capitalismo e do enfraquecimento da Igreja Católica 
que práticas como a tortura foram contestadas e o órgão encarregado 
da acusação foi defendido. Foi no Iluminismo, graças a teoria do contrato 
social que ius puniendi (direito de punir) passou para o Estado, o qual 
solucionava os conflitos, pacificamente, e o Processo Penal tutelava 
quem, supostamente, rompia o pacto social.
Figura 3 – Justiça
Fonte: Freepik (2020).
Foi desta forma, que com a mudança da visão do Processo Penal, 
ele foi reconhecido como uma disciplina autônoma, fazendo parte do 
ramo do Direito Público, tornando-se parte importante no estudo da área.
Conforme Moreira e Camargo (2016), a publicização do Processo 
Penal, seguida da adoção parcial do Sistema Acusatório, redefiniu o 
estudo do Direito Processual. O Processo Penal é estudado como a forma 
adotada para solucionar a composição de conflitos, em que uma parte 
é representante do Estado que tem limitações, derivadas da lei ao seu 
poder de punir. Podemos concluir que o Processo Penal abrange toda a 
função jurisdicional estatal criminal.
Direito Processual Penal
26
Os Sistemas de Processo Penal
Para que se possa realizar uma investigação, desenvolvendo o 
processo-crime que resulta em uma condenação, podem-se utilizar 
vários sistemas. No Processo Penal há como regra três sistemas regentes, 
sendo eles:
 • Sistema inquisitivo.
 • Sistema acusatório.
 • Sistema misto.
Estudaremos cada um deles a seguir.
Sistema Inquisitivo 
Esse sistema foi adotado pelo Direito canônico no século XIII, 
seguindo posteriormente para a Europa, sendo empregado até o século 
XVIII.
Lima (2019) diz que tal sistema tem como característica principal 
o fato de as funções de acusar, defender e julgar encontrarem-se 
concentradas em uma única pessoa, que assume assim as vestes de um 
juiz acusador, chamado juiz inquisidor. 
Por que não é considerada a melhor forma o juiz fazer o papel de 
defender, acusar e julgar?
A resposta é simples. O juiz, sendo responsável por todos estes 
poderes, tem o comprometimento abalado da sua imparcialidade, pois 
são incompatíveis as funções de acusar e julgar, devido a sua ligação com 
o resultado da demanda.
Já que se encontra nas mãos de uma mesma pessoa as funções 
de defender e acusar, nesse sistema não há contraditório e, no processo 
inquisitório, o juiz tem a liberdade para determinar de ofício a colheita de 
provas, podendo proceder a uma completa investigação do fato delituoso, 
pois tem amplos poderes instrutórios.
Direito Processual Penal
27
Lima (2019) ainda aponta que no sistema inquisitório, o acusado 
é considerado mero objeto do processo, não sendo sujeito de direitos. 
Quando se fala em buscar a verdade real, era admitido que o acusado 
fosse torturado para que uma confissão fosse obtida e a confissão era 
considerada a rainha das provas. Em regra, o processo inquisitivo era 
escrito e sigiloso e suas formas eram orais e públicas. 
IMPORTANTE:
O fato mais importante desse sistema é a concentração de 
poderes nas mãos do juiz, que era chamado de inquisidor. 
De maneira geral, podemos concluir que o sistema inquisitório é 
um sistema rigoroso, secreto, que adota a tortura como meio de atingir 
o esclarecimento dos fatos e de concretizar a finalidade do processo. 
Nesse sistema, não se fala em contraditório, pois estão nas mãos do juiz 
as funções de acusar, defender e julgar, e o acusado é considerado mero 
objeto do processo, não sendo um sujeito de direitos. Não havia debates 
orais e o procedimento era exclusivamente escrito.
NOTA:
De acordo com o que estudamos sobre o sistema 
inquisitivo, fica evidente que esse sistema é incompatível 
com os direitos e as garantias individuais, violando os mais 
elementaresprincípios processuais penais, entre eles, o da 
imparcialidade, garantido pela Constituição Federal.
Direito Processual Penal
28
Sistema Acusatório 
O sistema acusatório vigorou durante quase toda a Antiguidade 
grega e romana, bem como na Idade Média, nos domínios do Direito 
Germano. A partir do século XIII, entra em declínio, passando a predominar 
o sistema inquisitivo (LIMA,2019, p.42).
No sistema acusatório, bem diferente do inquisitivo, há uma nítida 
separação entre o acusador, o defensor e o julgador. De acordo com Lima 
(2019), o processo caracteriza-se como legítimo actum trium personarum.
NOTA:
O que vem a ser actum trium personarum? A expressão 
está relacionada exatamente com a separação das partes 
no processo em que o autor pede, o réu se defende e o 
juiz julga. 
Nesse sistema, a regra era que o acusado permanecesse solto, 
durante o processo e, seu processo acusatório tinha como característica 
a oralidade e a publicidade, sendo aplicado o princípio da presunção de 
inocência. Todavia, no Direito Romano, em várias fases, o sistema era 
escrito e sigiloso.
No que se refere ao sistema probatório, o juiz, ao contrário do 
inquisitivo, não tem poder de determinar de ofício a produção de provas, 
pois estas deveriam ser fornecidas pelas partes, prevalecendo o exame 
direto das testemunhas e do acusado. O juiz pode, em caráter excepcional, 
durante o curso do processo, pedir a produção de alguma prova.
Desta forma, Lima (2019) elenca como principais características do sistema: 
gestão de provas é função das partes, cabendo ao juiz o papel de garantir as regras 
do jogo, devendo salvaguardar os direitos e liberdades fundamentais; gerar um 
processo de partes, em que o autor e o réu constroem por meio do confronto 
a solução justa do caso penal; separação das funções de defender, acusar e 
julgar entre pessoas diferentes; reconhecimento dos direitos fundamentais do 
acusado, que passa a ser sujeito de direito; a construção dialética da solução do 
caso pelas partes em igualdade de condições; a publicidade e a oralidade do 
julgamento; a liberdade do réu é a regra.
Direito Processual Penal
29
NOTA:
Lima (2019) diz que atualmente o processo penal inglês é o 
que mais se aproxima de um sistema acusatório puro.
No Quadro 1, apresentamos um comparativo entre os sistemas inquisitorial e acusatório:
Sistema Inquisitorial Sistema acusatório
Não há separação das funções de 
acusar, defender e julgar, que estão 
concentradas em uma única pessoa, 
que assume as vestes de um juiz 
inquisidor.
Separação das funções de acusar, 
defender e julgar. Por consequência, 
caracteriza-se pela presença de 
partes distintas, contrapondo-se 
acusação e defesa em igualdade de 
condições, sobrepondo-se a ambas 
um juiz, de maneira equidistante e 
imparcial.
Como se admite o princípio da verdade 
real, o acusado não é sujeito de 
direitos, sendo tratado como mero 
objeto do processo, por isso admite-
se a tortura como meio de se obter a 
verdade absoluta.
O princípio da verdade real é 
substituído pelo princípio da busca 
da verdade, devendo a prova ser 
produzida como fiel observância ao 
contraditório e à ampla defesa.
Gestão da prova: o juiz inquisidor é 
dotado de ampla iniciativa acusatória 
e probatória, tendo liberdade para 
determinar de ofício a colheita de 
elementos informativos e de provas, 
seja no curso das investigações, seja 
no curso da instrução processual.
Gestão da prova: recai 
principalmente sobre as partes. 
Na fase investigatória, o juiz só 
deve intervir quando provocado, 
e desde que haja necessidade 
de intervenção judicial. Durante a 
instrução processual, prevalece o 
entendimento de que o juiz tem 
certa iniciativa probatória, podendo 
determinar a produção de provas de 
ofício, desde que o faça de maneira 
subsidiária.
A concentração de poderes nas mãos 
do juiz e a iniciativa dela decorrente 
é incompatível com a garantia da 
imparcialidade e com o princípio do 
devido processo legal.
A separação das funções e a 
iniciativa provatória residual, 
restrita, à fase judicial, preservam 
a equidistância que o magistrado 
deve tomar quanto ao interesse das 
partes, sendo compatível com a 
garantia da imparcialidade e com o 
princípio do devido processo legal.
Fonte: Elaborado pelas autoras com base em LIMA (2019).
Direito Processual Penal
30
Sistema Misto 
O sistema misto surgiu, a partir das alterações feitas por Napoleão 
no sistema inquisitorial, a partir do século XIII. Esse sistema corresponde à 
fusão do sistema inquisitivo com o sistema acusatório, surgindo no Código 
Criminal Francês de 1808, também conhecido como sistema francês.
De acordo com Nucci (2011), o sistema caracteriza-se pela divisão 
do processo em duas grandes fases:
1. A instrução preliminar, com elementos do sistema inquisitivo, 
instrução escrita e secreta, sem acusação e sem contraditório. Seu 
objetivo é apurar a materialidade e a autoria do fato delituoso.
2. Fase de julgamento, com a predominância do sistema acusatório 
com a apresentação da acusação pelo órgão acusante, o réu 
defende-se e o juiz julga, vigorando em regra, a publicidade e a 
oralidade. 
Sistema Adotado no Brasil
Os autores divergem quanto ao sistema adotado no Brasil. Nucci 
(2011) é um dos que defendem que adotamos o sistema misto. Como 
parte da sua defesa, diz que o Código de Processo Penal prevê a colheita 
inicial da prova por meio de inquérito policial, presidido pelo delegado, 
com todos os requisitos do sistema inquisitivo. Somente após isso, é que 
se ingressa com a ação penal e, em juízo, passam a vigorar as garantias 
constitucionais, aproximando-se do sistema acusatório.
Desta forma, Nucci (2011) ainda sustenta:
Ora, fosse verdadeiro e genuinamente acusatório e não 
se levariam em conta, para qualquer efeito, as provas 
colhidas na fase inquisitiva, o que não ocorre em nossos 
processos na esfera criminal. O juiz leva em consideração 
muito do que é produzido durante a investigação, como 
a prova técnica, os depoimentos colhidos e, sobretudo a 
confissão extraída do indiciado. (NUCCI, 2011, p.122-123.)
Direito Processual Penal
31
Assim, na visão de Nucci (2011), o processo penal delineia-se 
inquisitório na sua essencialidade e, formalmente, no que diz respeito 
ao procedimento desenrolado na segunda fase do procedimento penal, 
acusatório. 
Dizer que o sistema penal é acusatório é dizer, de acordo com 
Nucci (2011), que o juiz não pode produzir provas de ofício, decretar prisão 
do acusado de ofício, sem que nenhuma das partes tenha solicitado, 
procedimento que o Código de Processo Penal assegura ao juiz.
Todavia, grande parte da doutrina defende que o sistema, adotado 
no Brasil, é o sistema acusatório. Lima (2019) é um dos que defendem o 
posicionamento, dizendo que 
Com o advento da Constituição Federal, que prevê de 
maneira expressa a separação das funções de acusar, 
defender e julgar, estando assegurado o contraditório e 
a ampla defesa, além do princípio da não culpabilidade, 
estamos diante de um sistema acusatório. (LIMA, 2019, 
p.43)
Com o advento da Lei nº13964/19 em seu art. 3º- A e B, surgiu a 
figura do Juiz das Garantias, contendo em seu texto que o processo penal 
terá estrutura acusatória, sendo vedada a iniciativa do juiz na fase de 
investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de execução.
SAIBA MAIS:
Caso queira se aprofundar no assunto do Juiz das Garantias, 
como uma figura nova que é responsável pelo controle da 
legalidade da investigação criminal e pela salvaguarda 
dos direitos individuais, cuja franquia tenha sido reservada 
à autoridade prévia do Poder Judiciário, acesse sua 
competência no art. 3º-B da Lei nº13964/19, clicando aqui.
Quando havia os questionamentos dos autores, ainda não existia 
esta lei que trazia de forma expressa que nosso sistema é acusatório, 
sendo sanada, portanto, a dúvida. 
Direito Processual Penal
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/L13964.htm32
RESUMINDO:
Estudamos que o Direito Processual Penal surgiu desde a 
época das tribos e dos clãs, em que os chefes decidiam e 
puniam aqueles que não seguissem os costumes. Vimos 
que foi na Grécia antiga que começaram os estudos sobre 
o Estado e sua composição, assim, estudamos todo o 
processo de desenvolvimento do processo penal, quando 
foi aceito a tortura para conseguir a confissão do acusado 
até o Iluminismo, que graças a teoria do contrato social, 
entendeu-se que o ius puniendi (direito de punir) é do 
Estado, o qual soluciona os conflitos pacificamente e sobre 
o Processo Penal que tutela quem supostamente rompeu o 
pacto social. Vimos que existem três sistemas de processo 
penal: inquisitivo, acusatório e o misto. O que difere o 
sistema inquisitivo do acusatório é que no inquisitivo não 
há separação das funções acusar, defender e julgar, já no 
sistema acusatório há, e a gestão de provas também é um 
dos pontos principais para diferenciação. O sistema misto 
é a junção dos dois outros sistemas. Por fim, vimos que 
existem diversas discussões sobre qual sistema é adotado 
no Brasil, para tal, em 2019, foi aprovada a Lei nº13964/19, 
trazendo a figura do Juiz das Garantias e dizendo que nosso 
sistema adotado é o acusatório. 
Direito Processual Penal
33
Lei Processual Penal no Tempo e no 
Espaço
OBJETIVO:
Estudaremos neste capítulo sobre a aplicação da lei 
processual penal no tempo e no espaço, assim, ao terminar 
o capítulo você saberá como compreender a lei processual 
penal, assunto importante para ser usado no dia a dia da 
pessoa que deseja entender a disciplina. Vamos lá!!
Quando se fala em aplicação da lei processual penal no espaço, 
estamos relacionando à sua aptidão para produzir efeitos que estão 
ligados a dois fatores: espacial e temporal. Assim, a norma processual 
penal vigora em determinado lugar e em determinado momento. 
Vamos a seguir estudar estes dois fatores.
Aplicação da Lei Processual Penal no 
Espaço
O Código de Processo Penal, de acordo com Lima (2019), adotou 
o princípio da territorialidade, pois a atividade jurisdicional é um dos 
aspectos da soberania nacional, logo, não pode ser exercida além das 
fronteiras do respectivo Estado.
O princípio da territorialidade vem de forma expressa no art. 1º do 
Código de Processo Penal, que contém em seu texto
Art.  1o  O processo penal reger-se-á, em todo o território 
brasileiro, por este Código, ressalvados:
I  -  Os tratados, as convenções e regras de direito 
internacional;
II  -  as prerrogativas constitucionais do Presidente da 
República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos 
com os do Presidente da República, e dos ministros do 
Direito Processual Penal
34
Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade 
(Constituição, arts. 86, 89, § 2º, e 100);
III - os processos da competência da Justiça Militar;
IV  -  os processos da competência do tribunal especial 
(Constituição, art. 122, no 17);
V - os processos por crimes de imprensa.         (Vide ADPF 
nº 130).
Parágrafo único.    Aplicar-se-á, entretanto, este Código 
aos processos referidos nos números IV e V, quando as 
leis especiais que os regulam não dispuserem de modo 
diverso. (BRASIL, 1941)
Desta forma, o princípio determina que a lei produzirá seus efeitos 
no território nacional. Assim, de acordo com Lima (2019), mesmo que um 
ato processual tenha que ser praticado no exterior, exemplo, citação, 
intimação, interrogatório, oitava de testemunha, entre outros, a lei 
processual penal a ser aplicada é a do país onde tais atos venham a ser 
realizados. É importante também ressaltar que na mesma linha, se aplica a 
lei processual brasileira aos atos referentes às relações jurisdicionais com 
autoridades estrangeiras que devam ser praticados no Brasil. Podemos 
citar o exemplo do procedimento de extradição, a homologação de 
sentença estrangeira, cumprimento de carta rogatória, entre outros.
NOTA:
Podemos concluir que o Código de Processo Penal é a lei 
aplicável ao processo e julgamento das infrações penais no 
Brasil.
Lima (2019) aponta que há situações em que a lei processual penal 
de um Estado pode ser aplicada fora de seus limites territoriais:
 • Aplicação da lei processual penal de um Estado em território nullius.
 • Quando houver autorização do Estado onde deva ser praticado o 
ato processual.
 • Em caso de guerra em território ocupado.
Direito Processual Penal
https://br.freepik.com/fotos-gratis/vista-superior-maos-alegando-culpado-com-algemas_5128201.htm?incidente=12837
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DEFINIÇÃO:
Território nullies significa terra que pertence a ninguém.
Todavia, como quase toda regra tem exceção, esta não é diferente, 
vamos estudar quais são as exceções.
Tratados, Convenções e Regras de Direito 
Internacional
A competência internacional é regulada pelo Direito Internacional 
ou pelas regras internas de determinado país, tendo como fontes os 
costumes, os tratados normativos e outras regras de Direito Internacional.
NOTA:
Nucci (2011) coloca que tratado significa um acordo 
internacional concluído entre Estados em forma escrita e 
regulado pelo Direito Internacional, consubstanciado em 
um único instrumento ou em dois ou mais instrumentos 
conexos, qualquer que seja a sua designação específica.
Direito Processual Penal
36
Figura 4 – Tratado
Fonte: Pixabay(2020).
De acordo com a Convenção de Viena sobre Relações 
Diplomáticas, os chefes de governo estrangeiro ou de Estado estrangeiro, 
suas famílias e membros das comitivas, embaixadores e suas famílias, 
funcionários estrangeiros do corpo diplomático e suas famílias, assim 
como funcionários de organização internacionais em serviço, gozam de 
imunidade diplomática, que consiste na prerrogativa de responder no seu 
país de origem pelo delito praticado no Brasil.
Segundo Jurisprudência do STF, o tratado situa-se acima das leis e 
abaixo da Constituição Federal, razão pela qual, quando há conflitos entre 
ambos, deve prevalecer o tratado sobre as leis e a Constituição sobre o 
tratado.
Jurisdição Política
De acordo com Lima (2019), a Justiça Política corresponde à 
atividade jurisdicional exercida por órgãos políticos, alheios ao Poder 
Judiciário, apresentado como objetivo precípuo o afastamento do agente 
público que comete crimes de responsabilidade de suas funções.
Direito Processual Penal
37
Como exemplo pode ser citado o art. 52, I e II da Constituição 
Federal que diz que compete, privativamente, ao Senado Federal 
processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos 
crimes de responsabilidade, assim como os Ministros de Estado e os 
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos delitos de 
mesma natureza conexo àqueles. Existem outras exceções como essa 
contida na legislação, por exemplo o art. 4º do decreto nº201/67.
Processos da Competência da Justiça Militar
O art. 124 da Constituição Federal diz que é competência da Justiça 
Militar processar e julgar os crimes militares, definidos em lei. Desta forma, 
estes processos deverão seguir, como regra, o Código de Processo Penal 
Militar, e apenas de forma subsidiária, o Código de Processo Penal.
Processos da Competência do Tribunal Especial
Os crimes que atentarem contra a segurança nacional que estão 
previstos na Lei nº 7170/83 são, em regra, julgados pela Justiça Federal, 
pois o art. 109, IV da Constituição Federal garante que cabe à Justiça 
Federal processar e julgar os crimes políticos com recurso ordinário para 
o Supremo.
Legislação Especial
Nucci (2011) aponta que, quando lei especial regular um 
procedimento diverso do previsto no Código de Processo Penal, pelo 
princípio da especialidade, aplica-se àquela e somente em caráter 
subsidiário a esse último. Podemos citar, por exemplo, a Lei de Drogas 
que contém rito específico para o processo e julgamento.
NOTA:O princípio da especialidade diz respeito ao afastamento da 
incidência da norma geral com relação à norma especial, 
isto é, que a norma especial prevalece em relação a geral.
Direito Processual Penal
38
Desta forma, podemos concluir que o Código de Processo Penal 
é aplicável aos processos de natureza criminal que tramitam no território 
nacional, com as ressalvas feitas, anteriormente. É importante também 
destacar que o CPP só é aplicável aos atos processuais praticados no 
território nacional, assim, se por algum motivo, o ato processual tiver de 
ser praticado no exterior, por meio de carta rogatória ou qualquer outro 
instrumento de cooperação jurídica internacional, serão aplicadas as 
regras processuais do país em que o ato for praticado.
Aplicação da Lei Processual Penal no 
Tempo
Quando há duas ou mais leis penais sucedidas no tempo, deve-se 
definir qual delas deverá ser aplicada a determinado processo criminal. 
Santos (1980) trouxe três teorias para regular a eficácia da lei no tempo:
 • Teoria da unidade processual – uma lei processual penal nova não 
poderia ser aplicada a processos criminais já em curso, somente 
sendo aplicável aos processos que viessem a ser instaurados no 
futuro, assim, um processo criminal somente poderia ser regido, 
do início ao fim, por uma única lei.
 • Teoria das fases processuais – uma lei processual penal nova 
pode ser aplicada a um processo em curso, mas só seria aplicável 
na fase processual seguinte, isso significa, portanto, que em um 
mesmo processo poderiam ser aplicadas diversas leis, mas cada 
fase processual somente poderia ser regida por uma única lei.
 • Teoria do isolamento dos atos processuais – para esta teoria, a 
lei processual penal nova pode ser aplicada imediatamente 
aos processos em curso, mas somente será aplicável aos atos 
processuais futuros, ou seja, não irá interferir nos atos processuais 
que já foram, validamente praticados, sob a vigência da lei antiga. 
Para tal teoria, portanto, um processo pode ser regido por diversas 
leis que se sucederam no tempo. Além disso, em uma mesma 
fase processual, é possível que haja a aplicação de mais de uma 
lei processual.
Direito Processual Penal
39
A lei processual penal deve ser aplicar assim que entrar em vigor. 
O art. 2º do Código de Processo Penal diz que “a lei processual penal 
aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob 
a vigência da lei anterior” (BRASIL, 1941). Esse artigo consagra o princípio 
tempus regit actum, princípio esse que garante que os atos jurídicos se 
regem pela lei da época em que elas entraram em vigor. Desta forma, 
podemos concluir que a teoria adotada pelo Código de Processo Penal é 
a do isolamento dos atos processuais. 
IMPORTANTE:
Lima (2019) sustenta que ao contrário da lei penal, que 
leva em conta o momento da prática delituosa, a aplicação 
imediata da lei processual leva em consideração o 
momento do ato processual.
A Lei de Introdução ao Código de Processo Penal traz uma exceção 
a essa regra em seu art. 3º que consta “o prazo já iniciado, inclusive o 
estabelecido para a interposição de recurso, será regulado pela lei 
anterior, se esta não prescrever prazo menor do que o fixado no Código 
de Processo Penal” (BRASIL, 1941). Desta forma, o artigo estabelece que o 
transcurso do prazo já iniciado, a regra é a aplicação da lei anterior.
EXEMPLO: 
Nucci (2011, p .143) traz um exemplo desta exceção: o réu, após ser 
intimido da sentença condenatória, tem cinco dias para o oferecimento 
de recurso. Se nova lei entrar em vigor, alterando o prazo para dois dias, é 
óbvio que seu direito não será prejudicado. Assim, continua o réu com os 
cinco dias da lei anterior para apelar.
Direito Processual Penal
40
Figura 5 – Aplicação Lei Processual Penal
Fonte: Freepik (2020).
Conforme Lima (2019,) do princípio tempus regit actum derivam 
dois efeitos:
1. Os atos processuais praticados, sob a vigência da lei anterior, são 
considerados válidos.
2. As normas processuais têm aplicação imediata, regulando o 
desenrolar restante do processo.
É importante mencionar que apesar de não estar explícito, no 
art. 2º do Código de Processo Penal, que há distinção entre as normas 
processuais, a doutrina e a jurisprudência têm feito uma subdivisão destas 
regras, de acordo com Lima (2019):
 • Normas genuinamente processuais – são as que cuidam de 
procedimentos, atos processuais, técnicas do processo. A elas se 
aplica o art. 2º do CPP.
 • Normas processuais materiais – são as que têm naturezas diversas, 
de caráter penal e de caráter processual penal. 
Direito Processual Penal
41
Mas qual é a diferença de normas penais e normas processuais 
penais?
Podemos dizer que normas penais são aquelas que cuidam do 
crime, da pena, da medida de segurança, dos efeitos da condenação e 
do direito de punir o Estado. Já as normas processuais penais são aquelas 
que versam sobre o processo, desde o seu início até o final da execução 
ou extinção da punibilidade. Desta forma, se houver um dispositivo legal, 
mesmo estando inserido na lei processual, versando sobre regra penal, 
de Direito Material, a ele serão aplicáveis os princípios que regem a lei 
penal, de ultratividade e retroatividade da lei mais benigna.
NOTA:
Ultratividade é quando a lei, mesmo sendo revogada, 
continua a regular os fatos que ocorreram, durante a 
sua vigência. A retroatividade da lei, mais benigna, é a 
possibilidade conferida à lei penal de retroagir no tempo, 
a fim de regular os fatos ocorridos anteriormente à sua 
entrada em vigor.
Mas o que vem a ser normas processuais materiais?
São aquelas que, apesar de estarem no contexto do 
processo penal, regendo atos praticados pelas partes 
durante a investigação policial ou durante o trâmite 
processual, têm forte conteúdo de Direito Penal. E referido 
conteúdo é extraído da sua inter-relação com as normas de 
direito material, isto é, são normalmente institutos mistos, 
previstos no Código de Processo Penal, mas também 
no Código Penal, tal como ocorre com a perempção, o 
perdão, a renúncia, a decadência, entre outros. (NUCCI, 
2011, p. 144) 
Desta forma, se houver mudança nessas normas, poderá haver 
reflexos no campo do Direito Penal.
Direito Processual Penal
42
EXEMPLO: 
Uma lei é alterada e estabelece nova causa de perempção, mesmo 
sendo aplicada a casos futuros; é possível que em determinado caso 
concreto o querelado seja beneficiado pela norma processual penal 
recém-criada. Assim, ela deve ser retroativa com a finalidade de extinguir 
a punibilidade do acusado, tendo em vista que é nítido o seu efeito no 
Direito Material.
Outras normas que devem ser consideradas normas processuais 
materiais são aquelas que têm vínculo com a prisão do réu, pois ela se 
refere à liberdade da pessoa. É importante frisar isso, pois a finalidade 
precípua do processo penal é a de garantir a correta aplicação da lei 
penal, devendo permitir que a culpa seja apurada com todas as garantias 
para o acusado, de forma que é impossível cuidarmos da prisão cautelar, 
totalmente dissociada, do contexto de Direito Material.
RESUMINDO:
Estudamos que, quando se fala em aplicação da lei 
processual penal no espaço, estamos relacionando à sua 
aptidão para produzir efeitos que estão ligados a dois 
fatores: espacial e temporal. Assim, a norma processual 
penal vigora em determinado lugar e em determinado 
momento. Assim, vimos que quando a aplicação da lei 
processual penal no espaço ocorre por meio do princípio 
da territorialidade, a lei produzirá seus efeitos somente no 
território nacional, mas que existem exceções, conforme o 
estudado. Quanto à aplicação da lei processual penal no 
tempo, estudamos que existem três teorias para determinar 
qual lei deve ser aplicada quando surge uma nova. A teoria, 
utilizada no Brasil, é a do isolamento dos atos processuais e 
a lei processual penal deve ser aplicar assim que entrar emvigor, todavia, assim como a lei processual no espaço, essa 
também tem suas exceções. 
Direito Processual Penal
43
Interpretação da Lei Processual Penal
OBJETIVO:
Neste capítulo estudaremos como deve ser feita a 
interpretação da lei de processo penal, pois ela vai além do 
texto puro da lei, sendo um capítulo importante para você 
ampliar seu conhecimento e visualiza a lei de uma forma 
diferente. 
É necessário antes de estudarmos sobre a interpretação da lei 
processual penal, compreender quais são as fontes do processo penal.
Mas, o que vem a ser fonte? 
Nucci (2011) conceitua fonte como o lugar onde algo se origina. Em 
Direito, são analisados dois enfoques: fontes criadoras, conhecidas como 
fontes materiais e, fontes de expressão da norma, conhecidas como 
fontes formais. Estudaremos cada uma delas.
Fontes Materiais
É a pessoa que cria o processo penal e esta pessoa, de acordo com 
o art. 22 da Constituição Federal, é a União, pois ela tem competência 
privativa para legislar sobre processo penal, sendo assim, em 1941, surgiu 
a lei nº 3698 chamada de Código de Processo Penal.
No mesmo art. 22, em seu parágrafo único, diz que pode ser 
promulgada lei complementar que autorize os Estados a legislar sobre 
processo penal de forma específica.
Direito Processual Penal
44
Também é de competência da União, a formulação de tratados 
e convenções internacionais, que também são consideradas fontes 
criadoras de normas processuais penais. De acordo com Nucci (2011), 
a Convenção Americana dos Direitos Humanos criou pelo menos três 
regras de processo penal:
 • O direito ao julgamento por um juiz ou tribunal imparcial.
 • O direito ao duplo grau de jurisdição.
 • A vedação ao duplo processo pelo mesmo fato.
A Constituição Federal, em seu art. 24, I e XI, diz que os Estados e 
o Distrito Federal legislam concorrentemente com à União sobre Direito 
Penitenciário e procedimento em matéria processual. Desta forma, Nucci 
(2011) aponta que os Estados e o Distrito Federal podem, de maneira 
concorrente com a União, legislar em matérias de processo penal 
como: organização e funcionamento dos presídios; custas dos serviços 
forenses; processo do juizado especial criminal; procedimento em matéria 
processual. Esse último podemos dizer que é autorizada a edição de leis 
que sirvam de complemento à legislação, quando esta for lacunosa e 
necessitar de maior detalhamento.
EXEMPLO:
Nucci (2011) cita um exemplo de quando o Estado de São Paulo 
legislou sobre procedimento em matéria processual, ocorrendo devido à 
correição parcial (instrumento de impugnação que tem como finalidade 
impugnar erro ou abuso quanto a atos e fórmulas do processo, sempre que 
não houver recurso previsto em lei). Esse recurso foi criado por lei federal, 
todavia, padecia de falta de procedimento para o seu processamento, 
sendo conseguido devido à edição do Código Judiciário do Estado de 
São Paulo, indicando ser o mesmo rito do agravo de instrumento. 
Ainda, a Constituição Federal, em seu art. 125, autoriza os Estados 
a terem sua organização judiciária própria, além disso, diz que as 
competências dos tribunais devem ser definidas, na Constituição Estadual, 
e que a organização judiciária deve ser de iniciativa do Tribunal de Justiça.
Direito Processual Penal
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Fontes Formais
As fontes formais são aquelas que revelam o Direito Processual, de 
forma a se exteriorizar, sendo dividido, segundo Campos (2018) em:
 • Fontes formais imediatas ou diretas – são aquelas que têm sua 
origem no próprio ordenamento jurídico, diretamente, sem 
intermediações.
 • Constituição Federal – encontram-se assegurados os 
direitos e garantias individuais que têm eficácia plena ao 
processo penal.
 • Legislação Federal – são as leis editadas pela União em 
obediência à sua competência legislativa estabelecida 
pela Constituição Federal em ser art. 22, I. A principal lei é 
o Código de Processo Penal, mas há outras leis como a Lei 
de Drogas, a Lei Maria da Penha, entre outras, que tratam 
de forma simultânea do Direito Penal e Processual Penal.
 • Tratados e convenções de Direito Internacional – são os 
tratados e convenções aprovados e promulgados, por 
decreto legislativo, servindo de fonte de expressão do 
Direito Processual Penal.
IMPORTANTE:
De acordo com o art. 5º, § 3º da Constituição Federal, os 
tratados internacionais sobre direito humanos que forem 
aprovados em cada Casa do Congresso Nacional, em dois 
turnos, por três quintos dos votos dos membros, serão 
equivalentes a emendas constitucionais. Se esses tratados 
forem de matérias processuais, seu status será de normas 
constitucionais.
Direito Processual Penal
46
Súmulas vinculantes – as súmulas são previstas no art. 103-A da 
Constituição Federal, concedem ao STF o poder de, por provocação ou 
de ofício, devendo ter decisão de dois terços de seus membros, após 
reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula, que 
após sua publicação terá efeito vinculante.
Se uma súmula, vinculante for descumprida, poderá se oferecer 
reclamação diretamente ao STF para garantir a autoridade de sua decisão, 
de acordo com o art. 103-A, §3º da CF.
 • Fontes formais mediatas ou indiretas – são aquelas que se originam 
da interpretação do ordenamento jurídico de forma indireta. São 
elas:
 • Doutrina – são os livros, as obras, os artigos e os estudos 
em geral publicados pelos juristas.
 • Princípio gerais do Direito – são as premissas éticas 
que foram extraídas da consciência de um povo, em 
determinado momento. Vale ressaltar que muitos 
princípios, como já foi estudado, estão contidos na própria 
Constituição Federal.
 • Costumes – são as regras de conduta reiteradas com a 
consciência generalizada de sua obrigatoriedade. Estes 
costumes podem ser: secundum legem (de acordo com a 
lei), praeter legem (aqueles que suprem a ausência da lei) 
e contra legem (os que vão contra a lei).
 • Analogia – quando um caso concreto não tem norma 
jurídica aplicável, utiliza-se a regra que regula um caso 
semelhante.
 • Jurisprudência – são as decisões de forma reiterada de um 
mesmo assunto, fazendo com que haja um entendimento 
concreto sobre a matéria. 
Após concluirmos o estudo sobre as fontes do Direito Processual 
Penal, vamos estudar a interpretação da lei de processo penal.
Direito Processual Penal
47
Interpretação da Lei de Processo Penal
De acordo com Lima (2019), interpretar é tentar buscar o efetivo 
alcance da norma, ou seja, descobrir o seu significado, o seu sentido, a 
sua exata extensão normativa. É buscar descobrir o que a norma tem a 
nos dizer com maior precisão. Mesmo que uma lei seja clara, ela precisa 
ser interpretada, pois o que se procura com a interpretação é o conteúdo 
da lei, sua inteligência e sua vontade, não se busca saber a intenção do 
legislador, embora seja um dos constitutivos para interpretação. Ressalte-
se que, após a lei entrar em vigor, ela se torna autônoma. 
Figura 6 – Interpretação da lei
Fonte: Freepik (2020).
Sabe-se que nem sempre o legislador edita uma norma de maneira 
prática, pois utiliza de termos com significados dúbios, muitas vezes 
contraditórios, incompletos e obscuros, então, interpretar a lei é de suma 
importância para todo operador do Direito.
Direito Processual Penal
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NOTA:
Assim, a interpretação da norma é o fato de extrair o seu 
real conteúdo, buscando dar sentido lógico à sua aplicação.
O art. 3º do Código de Processo Penal diz que “a lei processual 
penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como 
o suplemento dos princípios gerais do Direito.”
Esse artigo diz que é permitida a interpretação extensiva, mas o que 
vem a ser tal interpretação?
Antes de conceituarmos a interpretação extensiva, é mister dizer 
que a interpretação quanto ao resultado pode ser declaratória, restritiva, 
extensiva e progressiva.
Lima (2019) traz o que vem a ser cada uma destas interpretações.No que se refere à interpretação declaratória, ele diz que o intérprete não 
amplia nem restringe o alcance da norma, porquanto o significado ou 
sentido da lei corresponde exatamente à sua literalidade, assim, ela se 
limita a declarar a vontade da lei. 
Já no que se refere à interpretação restritiva, Lima (2019) aponta que 
é aquela em que o intérprete diminui, restringe o alcance da lei, uma vez 
que a norma disse mais do que efetivamente pretendia dizer.
A interpretação progressiva, por sua vez, é considerada como a 
que busca ajustar a lei às transformações sociais, jurídicas, científicas e 
até mesmo morais que decorrem no tempo e acabam por interferir na 
efetividade que buscou o legislador com a edição da norma.
EXEMPLO:
 Lima (p. 103, 2019) traz um exemplo para melhor entender a 
interpretação progressiva: com o advento da Constituição Federal, 
outorgando ao Ministério Público a defesa da ordem jurídica, do regime 
democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 
Direito Processual Penal
49
127) e à Defensoria Pública a orientação jurídica e a defesa, em todos 
os graus, dos necessitados (CF, art. 134), houve forte discussão quanto 
à recepção do art. 68 do CPP, já que, ao promover a ação civil ex delicto 
em favor da vítima pobre, o Ministério Público estaria agindo em nome 
próprio na defesa de interesse alheio, de natureza patrimonial e, portanto, 
disponível. Chamado a se pronunciar a respeito do assunto, o Supremo 
entendeu que o dispositivo seria dotado de, inconstitucionalidade, 
progressiva, ou seja, de modo a viabilizar o direito à assistência jurídica 
e judiciária dos necessitados, assegurado pela Constituição Federal, 
enquanto não houvesse a criação da Defensória Pública na Comarca 
ou no Estado, subsistiria, temporariamente, a legitimidade do Ministério 
Público para a ação.
Por fim, podemos estudar o que vem a ser a interpretação extensiva, 
citada no art. 3º do CPP.
Lima (2019) diz que na interpretação extensiva, a lei disse menos 
do que deveria dizer, assim, para que se possa ter conhecimento da 
exata amplitude da lei, o intérprete necessita ampliar o seu campo de 
incidência. Também é considerada uma atividade, na qual o intérprete 
estende o alcance do que diz a lei, em razão da vontade da lei ser esta.
EXEMPLO:
Podemos trazer como exemplo o crime de extorsão, mediante 
sequestro, que com a interpretação extensiva é lógico que a lei quis 
incluir, também, a extorsão mediante cárcere privado. Esta interpretação 
extensiva pode ser aplicada sem que haja violência ao princípio da 
legalidade, pois a lei diz isso, só que de maneira implícita. Todavia, há 
doutrinadores que não aceitam esta interpretação, pois embora o Código 
de Processo Penal admita expressamente sua possibilidade de aplicação, 
alguns doutrinadores sustentam que no caso de se tratar de norma mista, 
ou norma puramente material inserida em lei processual, não caberá 
interpretação extensiva em prejuízo do réu.
Continuando a análise do art. 3º do Código de Processo Penal para 
interpretação das normas, ele diz que “a lei processual penal admitirá 
interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento 
dos princípios gerais do direito.”. 
Direito Processual Penal
50
Além da interpretação extensiva, ele traz expressamente a aplicação 
analógica, todavia, o que vem a ser isso?
Esta aplicação como o próprio nome já diz, tem a ver com analogia, 
que é o mesmo que comparação. Lima (2019) diz que a aplicação 
analógica pode ser definida como uma forma de auto integração da 
norma, consistente em aplicar uma hipótese não prevista em lei à 
disposição legal relativa a um caso semelhante.
A analogia não é uma forma de interpretação, mas sim de integração, 
ou seja, como não é permitido ao juiz deixar de julgar uma demanda devido 
ao fato de não haver norma expressa que a regulamenta, deve-se fazer 
uso dos métodos de integração, entre os métodos está a analogia, que 
tem o objetivo de suprir lacunas encontradas no ordenamento jurídico.
Mas, qual seria a diferença entre interpretação extensiva e analogia?
Lima (2019) aponta que, na analogia, o caso a ser solucionado não 
está compreendido na hipótese de incidência da regra a ser aplicada, já 
na interpretação extensiva, o intérprete estende o alcance do que diz à lei.
É importante ficar atento na hora de ser utilizada a analogia, devendo 
observar à natureza da norma, ou seja, se ela é genuinamente de processo 
penal ou se é uma norma mista dispondo sobre a pretensão punitiva e 
produzindo reflexos no direito de liberdade do agente. Esta observação é 
importante, pois Lima (2019) afirma que se a norma for processual mista 
que verse sobre a pretensão punitiva, não se pode admitir o emprego da 
analogia em prejuízo do acusado, sob a pena de violação ao princípio da 
legalidade.
IMPORTANTE:
Só poderá ser utilizado da aplicação analógica, quando não 
houver norma disciplinando determinado caso.
Devem ser respeitados três fatores na hora de aplicação da analogia, 
de acordo com Távora e Alencar (2020):
Direito Processual Penal
51
 • Semelhança essencial entre os casos (previsto e não previsto pela 
norma). Devem ser desprezadas as diferenças não essenciais.
 • Igualdade de valoração jurídica das hipóteses.
 • Igualdade de circunstâncias ou igualdade de razão jurídica de 
ambos os institutos. 
Na aplicação analógica, o Juiz aplica a um caso uma norma que 
não foi originalmente prevista para tal, mas sim para um caso semelhante.
Aplicação Supletiva e Subsidiária do 
Código de Processo Civil ao Processo 
Penal
É importante fazer uma ressalva sobre a aplicação do código de 
processo civil ao processo penal. Apesar de no art. 15 do Código de 
Processo Civil só vir dizendo que na ausência de normas que regulem 
processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições 
do Código de Processo Civil lhes serão aplicadas de forma supletiva e 
subsidiária, os doutrinadores sustentam que não existe razão para afastar 
a aplicação do CPC aos processos de natureza criminal, até porque, esta 
prática é recorrente.
EXEMPLO:
O Código de Processo Penal nada diz com relação ao procedimento 
a ser utilizado para a produção de prova antecipada que é prevista no 
art. 225. Desta forma, deve-se buscar respaldo de maneira subsidiária no 
Código de Processo Civil em seus arts. 381 a 383.
Desta forma, Lima (2019) acredita que ao não ser mencionado 
processo penal, no art. 15 do Código de Processo Civil, foi por alguma 
omissão do legislador, devendo ser suprida pela interpretação extensiva 
para fins de ser reconhecida a possibilidade de aplicação supletiva e 
subsidiária do CPC ao processo penal, desde que a interpretação dada 
à regra utilizada, para suprir omissão da lei processual penal, se coadune 
com preceitos desse mesmo regramento processual penal.
Direito Processual Penal
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Figura 7 – A lei
Fonte: Pixabay (2020).
Lima (2019) acentua uma ressalva bastante importante: o nosso 
Código de Processo Penal é de 1941 e o Código de Processo Civil, de 
2016, isso não quer dizer que toda lei nova do CPC revoga uma lei do 
CPP. A aplicação do Código de Processo Civil ao Processo Penal só pode 
ocorrer de maneira subsidiária. Quando o art. 3º do Código de Processo 
Penal autoriza a aplicação de analogia, ele pressupõe a inexistência da 
lei, disciplinando matéria específica, constatando-se a lacuna de forma 
involuntária da lei, pois a analogia é um recurso de autointegração, 
como já foi estudado e não instrumento de derrogação de texto ou de 
procedimento legal. Desta forma, só é permitido o emprego de analogia 
quando a lei for omissa.
Direito Processual Penal
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RESUMINDO:
Para finalizar esta unidade, estudamos sobre a interpretação 
da lei de processo penal. Primeiramente, estudamos sobre 
as fontes do Direito, começando pelas fontes materiais 
que dizem respeito ao órgão, a entidade ou instituição, 
responsávelpela produção da norma processo penal.
Vimos que no Brasil, a regra é a União o responsável por 
essa produção, existindo ressalvas como é o caso em os 
Estados e o Distrito Federal legislam, concorrentemente, 
com à União. Em seguida, estudamos sobre as fontes 
formais, vimos que elas podem ser imediatas, aquelas que 
se originam no próprio ordenamento jurídico, a exemplo 
da Constituição e da Legislação Federal e, podem ser 
mediatas, aquelas que se originam da interpretação 
do ordenamento jurídico de forma indireta, a exemplo 
da doutrina e dos princípios. Ao entrarmos no assunto 
de interpretação da lei, vimos que interpretar é tentar 
buscar o efetivo alcance da norma, ou seja, descobrir 
o seu significado, o seu sentido, a sua exata extensão 
normativa. Assim, o art. 3º diz que a lei processual penal 
admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, 
bem como o suplemento dos princípios gerais do Direito. 
Então estudamos a interpretação extensiva que é quando 
a lei disse menos do que deveria dizer, assim, para que 
se possa ter conhecimento da exata amplitude da lei, o 
intérprete necessita ampliar o seu campo de incidência. Em 
seguida, estudamos o que é interpretação analógica e, por 
fim, estudarmos a aplicação do CPC de forma subsidiária 
no processo penal.
Direito Processual Penal
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REFERÊNCIAS
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do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. 
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MOREIRA, E.R.; CAMARGO, M.L. Sistemas processuais penais 
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PDF Acesso em: 2 abr. 2020.
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55
Prodige Preparatório. Princípio da instranscendência da pena. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=U0yQbOzSxBY 
Acesso em: 30 mar. 2020.
SANTOS, M.A. Primeiras linhas de Direito Processual Civil. 1º Vol. 
7ª ed. atual. São Paulo: Saraiva, 1980.
TÁVORA, N.; ALENCAR, R.R. Novo curso de Direito Processual 
Penal. Salvador: Ed. JusPodivm, 2020.
Direito Processual Penal
https://www.youtube.com/watch?v=U0yQbOzSxBY
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