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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CIÊNCIAS CONTÁBEIS
DIREITO E LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
ABNER VICTOR RODRIGES
GABRIEL FERNANDES MONTENEGRO
JHENNYFFER BEATRIZ DE LIRA
JONATHAN SOUZA DE MEDEIROS
JOSILMAR HORÁCIO DE MEDEIROS
RENAN CÂNDIDO DE FREITAS
TALITA VAMINE ANDRADE
ORGANIZAÇÃO SINDICAL E CONVENÇÃO COLETIVA DO TRABALHO
NATAL/RN
2022
ORGANIZAÇÃO SINDICAL
O sindicato se caracteriza pela associação sindical de primeiro grau de trabalhadores pertencentes a uma mesma categoria profissional, com intuito de resguardar seus interesses econômicos e laborais, bem como a representatividade e a defesa desta categoria de trabalhadores, onde esta é relacionada com o conjunto de empregados que, em virtude do exercício de uma mesma atividade de trabalho ou profissão, possuem interesse jurídico e econômicos próprios e coincidentes.
Diante disso, a organização sindical tem o intuito de resguardar os interesses econômicos e laborais, bem como a representatividade e a defesa desta categoria de trabalhadores. Portanto, o sindicato foi criado para compensar o poder dos empregadores na relação contratual, sempre desigual e na maioria dos casos conflituosa ao se falar entre capital e trabalho. 
Ainda de acordo com fatos supracitados, é válido dar ênfase também no fato de que a Constituição Federal assegura a organização sindical e, de acordo com as Leis do Trabalho, é livre a associação no Brasil para fins de defesa e coordenação dos interesses econômicos ou profissionais de todos os que exerçam a mesma atividade ou profissão.
	Ao se falar da organização sindical, deve-se remeter também aos procedimentos para tonar viável essa representatividade, sendo assim, o decreto N° 1.402, de 05 de julho de 1939 estabelece artigos e fundamentos para isso, sendo representado já no primeiro capítulo de tal maneira: 
CAPÍTULO I
DAS ASSOCIAÇÕES PROFISSIONAIS E DOS SINDICATOS
· Art. 1º É lícita a associação, para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus interesses profissionais, de todos os que, como empregadores, empregados ou trabalhadores por conta própria, intelectuais, técnicos ou manuais, exerçam a mesma profissão, ou profissões similares ou conexas.
· Art. 2º Somente as associações profissionais constituídas para os fins do artigo anterior e registradas de acordo com o art. 48 poderão ser reconhecidas como sindicatos e investidas nas prerrogativas definidas nesta lei.
·   Art. 3º São prerrogativas dos sindicatos: 
	
	a)
	representar, perante as autoridades administrativas e judiciárias, os interesses da profissão e os interesses individuais dos associados, relativos à atividade profissional;
	
	b)
	fundar e manter agências de colocação;
	
	c)
	firmar contratos coletivos de trabalho;
	
	d)
	eleger ou designar os representantes da profissão;
	
	e)
	colaborar com o Estado, como órgãos técnicos e consultivos no estudo e solução dos problemas que se relacionam com a profissão;
	
	f)
	impor contribuições a todos aqueles que participam das profissões ou categorias representadas.
      Parágrafo único. As associações profissionais, registradas nos termos, do art. 48, poderão representar, perante as autoridades, administrativas e judiciárias, os interesses individuais dos associados relativos à sua atividade profissional, sendo-lhes também extensivas as prerrogativas contidas nas alíneas b e deste artigo.
     Art. 4º São deveres dos sindicatos: 
	
	a)
	colaborar com os poderes públicos no desenvolvimento da solidariedade das profissões;
	
	b)
	promover a fundação de cooperativas de consumo e de crédito;
	
	c)
	manter serviços de assistência judiciária para os associados;
	
	d)
	fundar e manter escolas, especialmente de aprendizagem, hospitais e outras instituições de assistência social;
	
	e)
	promover a conciliação nos dissídios de trabalho.
	Quando trazemos exemplos para o nosso dia a dia, temos o Sindicato dos Contabilistas do Rio Grande do Norte, sendo uma ferramenta que oferece uma gama de atividade de aperfeiçoamento profissional, saúde e lazer para seus associados, familiares e dependentes, através de parcerias com empresas, especializadas em suas respectivas áreas de atuação. 		
		
		FEDERAÇÕES E CONFEDERAÇÕES 
Quando falamos no ambiente que rodeia toda a pauta dos sindicatos, alguns pontos que se destacam por serem associações de grau superior são as federações e confederações, onde a primeira possui, no mínimo, 5 (cinco) sindicatos que representam a maioria absoluta de um grupo de atividades ou de profissões idênticas, similares ou conexas, enquanto a segunda possui, no mínimo, 3 (três) federações de sindicatos. 
Com isso, as federações são formadas por associações ou sindicatos locais e são responsáveis por coordenar interesses comuns entre os sindicatos que fazem parte dela. Já as confederações são formadas por associações ou sindicatos de nível nacional, de uma mesma categoria profissional, além disso, as Confederações são responsáveis pela articulação política e criação de projetos que desenvolvam seu segmento.
CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO
Inicialmente, ao se falar de convenção coletiva de trabalho, deve-se se atentar que se trata de acordo de caráter normativo, ou seja, gera obrigações entre as partes do sistema, que acontece entre o Sindicato dos Trabalhadores(empregados) e o Sindicato da Categoria(empregadores), obrigando todas as pessoas que compõem a base territorial dos respectivos sindicatos. Vale salientar também, que a Convenção Coletiva é diferente de Acordo Coletivo de Trabalho, onde o acordo também é de caráter normativo, porém, além de abranger o Sindicato dos Trabalhadores, também está diretamente ligado a uma ou mais empresas, portanto obrigando somente os envolvidos. 
Além disso, os dois instrumentos normativos são gerados pelo consenso entre trabalhadores e empregadores, possuindo um prazo máximo de duração de 2 anos, pelo artigo 614 da CLT:
Art. 614 - Os Sindicatos convenentes ou as empresas acordantes promoverão, conjunta ou separadamente, dentro de 8 (oito) dias da assinatura da Convenção ou Acordo, o depósito de uma via do mesmo, para fins de registro e arquivo, no Departamento Nacional do Trabalho, em se tratando de instrumento de caráter nacional ou interestadual, ou nos órgãos regionais do Ministério do Trabalho e Previdência Social, nos demais casos. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967).
§ 3o Não será permitido estipular duração de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho superior a dois anos, sendo vedada a ultratividade. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017).
ORIGEM DA CONVENÇÃO E ACORDO COLETIVO DO TRABALHO
Ambos tiveram como berço a Europa e o Estados Unidos, trazendo vantagens para os empregadores, empregados e também para o Estado. 
Para os empregadores, era uma forma de negociação pacífica, portanto, não tinha perigos de ocorrências frequentes de greves.
Para o empregado, era o reconhecimento da legitimidade do sindicato nas negociações, acarretando posteriormente em novas conquistas e direitos para os trabalhadores.
Para o Estado, era uma forma de não interferência, ou seja, se comportava de forma neutra e deixava que ambos os lados buscassem suas soluções para seus conflitos, culminando em um instrumento de paz social.
Quando falamos do Brasil, a expressão convenção coletiva surgiu com o Decreto N° 21.761 de 1932 e foi reconhecida constitucionalmente em 1934, e a partir disso todas as demais instituições trataram do assunto. Já na Constituição de 1988, o reconhecimento abrange também o Acordo Coletivo de Trabalho.
Contudo, quando se fala na ordem jurídica, o acordo e a convenção são inconfundíveis, o primeiro tem âmbito mais amplo e os sujeitos são obrigatoriamente entidades sindicais, já o segundo é mais restrito, na medida em que abrange o sindicato representativo da categoria dos trabalhadores, e também uma ou mais empresas, individualmente consideradas. 
Ao falar de pontos de em comum, além de sua origem, é o fato de que ambos são estipulados condiçõesde trabalho que serão aplicadas diretamente nos contratos individuais dos trabalhadores, tendo, portanto, efeito normativo. 
IMPORTÂNCIA
Para se tratar da importância e acordos e convenções tão expressivas, deve-se atentar principalmente a razão social do porquê aquilo foi criado. Dessa maneira, esses mecanismos permitiram ao empregado influir nas condições de trabalho, tornando-as bilaterais. A partir disso, atenua o choque social e reforça a solidariedade com o operariado, configurando-se assim como uma autêntica fonte do direito de trabalho, tendo a vantagem de não estar vinculada aos inconvenientes da demora legislativa, o que redunda na possibilidade de edição célere de novas regras entre os atores sociais. Portanto, se vê como uma tentativa nobre de reabilitar a dignidade humana, está rebaixada pelo individualismo jurídico. 	
Por seguinte, ao se falar da utilização prática desses meios, temos que a Convenção Coletiva entra em vigor três dias após a data de entrega (protocolo) no DRT, conforme determina o parágrafo 1°do art. 614 da Consolidação das Leis de Trabalho (C.L.T) e tem direito ser ao seu, todos os trabalhadores e empregadores, transformando-se em direitos e deveres de ambas a partes.
CONCEITOS IMPORTANTES
Nesse tema, vê-se a necessidade de abordar alguns assuntos que fazem relação direta com os fatos supracitados. Entre eles, temos o Rol de Reinvindicações, sendo o primeiro passo para uma negociação coletiva, ocorrendo quando um dos sindicatos, geralmente o laboral, realiza o envio da Pauta de Reivindicações à outra parte, contendo o rol de reivindicações da categoria, em uma parte sobre as cláusulas econômicas, sendo elas tópicos que abordam sobre remuneração, piso salarial, gratificações, horas extras, etc., e outra parte as cláusulas sociais, esta que se caracterizam como cláusulas que não geram um desembolso imediato por parte dos empregadores, logo temos como exemplo a garantia de emprego por um determinado período, seguro de vida, condições de segurança e higiene do trabalho.

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