Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU - UNINASSAU CAMPINA GRANDE ENGENHARIA ELÉTRICA WESLEY DE FARIAS MEIRA DIEGO DOS SANTOS SILVA ELCIO LUIZ ANDRADE E SILVA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO SISTEMA DE CONTROLE PARA TORRES DE REFRIGERAÇÃO Campina Grande 2021 Wesley de Farias Meira Diego dos Santos Silva ELCIO LUIZ ANDRADE E SILVA SISTEMA DE CONTROLE PARA TORRES DE REFRIGERAÇÃO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para conclusão do curso de ENGENHARIA ELÉTRICA da CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU - UNINASSAU CAMPINA GRANDE Campina Grande 2021 Ficha catalográfica gerada pelo Sistema de Bibliotecas do REPOSITORIVM do Grupo SER EDUCACIONAL S586s Silva, Elcio Luiz Andrade e. Sistema de Controle Para Torres de Refrigeração / Elcio Luiz Andrade e Silva, Diego dos Santos Silva, Wesley de Farias Meira. - UNINASSAU: Campina Grande - 2021 49 f. : il TCC (Curso de Engenharia Elétrica) - Centro Universitário Maurício de Nassau - Uninassau Campina Grande - Orientador(es): Dr(a) Israel Aires Costa Leal 1. Automação em Torres de Refrigeração. 2. Efeciência Energetica. 3. Inversor de Frequência. 4. Sistema de Controle. 5. Torre de Refrigeração. 6. Automation In Cooling Towers. 7. Control System. 8. Cooling Towers. 9. Energy Efficiency. 10. Frequency Inverters. I.Título II.Dr(a) Israel Aires Costa Leal UNINASSAU - CAM CDU - 62 DIEGO DOS SANTOS SILVA ELCIO LUIZ ANDRADE E SILVA WESLEY DE FARIAS MEIRA SISTEMA DE CONTROLE PARA TORRES DE REFRIGERAÇÃO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Bacharel em Engenharia Elétrica, do Centro Universitário Maurício de Nassau, como requisito parcial obtenção do título de Bacharel em Engenharia Elétrica pela referida instituição. Orientador (a): Prof. Dr. Israel Aires Costa Leal Aprovado em __15___/___12___/___2021____ BANCA EXAMINADORA ______________________________________________________________ Orientador: Prof. Dr. Israel Aires Costa Leal. (Centro Universitário Maurício de Nassau/Campus Campina Grande - PB) _______________________________________________________________ Examinador: Profa. Dra. Danielle Freire de Araújo (Centro Universitário Maurício de Nassau/Campus Campina Grande - PB) ______________________________________________________________ Examinador: Prof. Dr. Tarcísio Oliveira de Moraes Júnior (Centro Universitário Maurício de Nassau/Campus Campina Grande - PB) CAMPINA GRANDE - PB 2021 AGRADECIMENTOS Agradecemos primeiramente a Deus por nos pelo dom da vida, dando saúde, força e discernimento para chegar até aqui, aos nossos familiares por toda dedicação e paciência conosco em todos os momentos nos incentivando nos momentos difíceis e nos compreendendo. Agradecemos aos professores que sempre estiveram dispostos a nos ajudar, contribuindo para um melhor aprendizado, em especial ao nosso orientador Dr. Israel Aires, e a instituição por disponibilizar todas as ferramentas para um melhor aprendizado e nos ter chegado ao fim desse ciclo de maneira satisfatória. SANTOS, D.; LUIZ, E.; FARIAS, W. SISTEMA DE CONTROLE PARA TORRES DE REFRIGEÇÃO. 45 f. Trabalho de conclusão de curso (Bacharel em Engenharia Elétrica) – Centro Universitário Maurício de Nassau, unidade de Campina Grande, PB, 2021. RESUMO O setor industrial responde por 35,1% de toda a energia consumida no Brasil. Na indústria, o consumo de energia elétrica representa um dos custos mais elevados para o processo de produção e, diante deste cenário, a economia de energia obtida em ações de eficiência energética no setor industrial geram benefícios para toda a sociedade. O uso adequado e eficiente dessa energia deve se fazer presente no planejamento das indústrias. Muito tem sido abordado sobre programas de eficiência energética, porém, pouco se conhece sobre como um sistema de gestão de energia agregado a sistemas de controle e automação, que pode ser utilizado como ferramenta de gestão de eficiência energética, podendo reduzir os custos e melhorar a produtividade, assim como a competitividade da indústria. O objetivo desse trabalho, foi utilizar um sistema de controle de velocidade em torres de refrigeração, para aumento da eficiência energética nas máquinas de indução, que são utilizadas no processo de refrigeração dos compressores de água gelada. Assim, foram utilizados, inversores de frequência, microcontrolador pra fazer todo o controle inteligente do sistema. Por meio de programação, o sistema de controle faz a leitura de temperaturas dos fluidos consistente no sistema de refrigeração, permitindo a maior controle de rotação de máquinas de indução para mais rpm ou menos rpm, com isso trabalhando em conjunto tanto o inversor como o sistema de controle desenvolvido terão maior redução do consumo de energia. Diante todo os estudos e esforços, conseguimos fazer parcialmente comunicação via serial entre o software e o microcontrolador possibilitando ver como se comportaria o sistema desenvolvido, o sistema desenvolvido não tivéssemos a possibilidade de colocar em pratica, a partir da pratica íamos ver quais melhorias e algo adicionais visando melhor funcionamento e praticidade. O protótipo desenvolvido foi algo bem desafiador apesar de nossos conhecimentos técnicos, tivemos muitos desafios, exemplo deles, a comunicação do software e microcontrolador, não tivemos como ter equipamentos disponíveis para colocar em pratica. Com todos esses desafios vistos vamos dar continuidade ao projeto colocando em prática não somente para meios acadêmicos mais sim na indústria. Palavras-chave: Torres de refrigeração. Eficiência energética. Inversores de frequência. SANTOS, D.; LUIZ, E.; FARIAS, W. CONTROL SYSTEM FOR REFRIGERATION TOWERS. 45 f. Course completion work (Bachelor of Electrical Engineering) – Maurício de Nassau University Center, Campina Grande, PB, 2021. ABSTRACT The industrial sector accounts for 35.1% of all energy consumed in Brazil. In the industry, the consumption of electric energy represents one of the highest costs for the production process and, faced with this scenario, the energy savings obtained in energy efficiency actions in the industrial sector generate benefits for the whole society. The adequate and efficient use of this energy must be present in the planning of the industries. Much has been discussed about energy efficiency programs, however, little is known about how an energy management system added to control and automation systems, which can be used as an energy efficiency management tool, reduce costs and improve productivity, as well as industry trade. The objective of this work was to use a speed control system in cooling towers, to increase energy efficiency in induction machines, which are used in the cooling process of chilled water compressors. Thus, frequency inverters, microcontrollers were used to make all the intelligent control of the system, through programming the control system reads fluid temperatures consistent in the refrigeration system, allowing for greater rotation control of induction machines for more rpm or less rpm, with this working together both the inverter and the control system developed will have a greater reduction in energy consumption. In view of all the studies and efforts, we were able to partially communicate via serial between the software and the microcontroller, allowing us to see how the developed system would behave, if the developed system did not have the possibility of putting it into practice, from practice we would see what improvements and something additional for better functioning and practicality. The prototype developed was something very challenging despite our technicalknowledge, we had many challenges, for example, the communication of software and microcontroller, we had no way of having equipment available to put it into practice. With all these challenges seen, we are going to continue the project, putting into practice not only for academic circles but also in industry. Keywords: Cooling towers. Energy efficiency. Frequency inverters. LISTA DE FIGURAS Figura 01 - Consumo de energia no Brasil em 2020...............................................................11 Figura 02 – Motor elétrico.......................................................................................................12 Figura 03 – Motor de indução..................................................................................................13 Figura 04 – Motor síncrono.....................................................................................................15 Figura 05 - Inversor de frequência...........................................................................................16 Figura 06 - Diagrama de bloco de um inversor de frequência.................................................17 Figura 07 - Célula de potência utilizando um retificador controlado trifásico........................17 Figura 08 - Circuito intermediário de inversor e fonte de corrente (conversor de corrente) ...................................................................................................................................................18 Figura 09 - Circuito intermediário de inversor com fonte de tensão (conversor de tensão) ...................................................................................................................................................18 Figura 10 - Circuito intermediário com tensão variável..........................................................19 Figura 11 - Gráfico com tensão, corrente versus frequência...................................................19 Figura 12 – Torre de resfriamento...........................................................................................25 Figura 13 - Sistema de Refrigeração.......................................................................................27 Figura 14 - Torre de resfriamento, componentes principais...................................................29 Figura 15 - Sensor LM35 DZ.................................................................................................31 Figura 16 - Gráfico temperatura x tensão (°C/mV) ...............................................................32 Figura 17 - LabVIEW Community Edition (Ambiente de Programação) .............................32 Figura 18 - LINX Firmware Wizard.......................................................................................33 Figura 19 - Módulo Arduino MEGA 2560.............................................................................34 Figura 20 - Sintonizador PID..................................................................................................35 Figura 21 - Gráfico de respostas do sintonizador PID............................................................35 Figura 22 - Módulo de comunicação digital e analógica do inversor de frequência WEG CFW500....................................................................................................................................37 Figura 23 - Módulo Circuito conversor de sinal PWM/ 0-10 V, no Proteus.......................................................................................................................................37 Figura 24 – Interface de comunicação e entrada de dados de controle e processo ...................................................................................................................................................38 Figura 25 – Projeto em funcionamento....................................................................................40 Figura 26 – Diagrama de blocos..............................................................................................40 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística TCC – Trabalho de Conclusão de Curso SCR - Retificador Controlado de Silício PWM – Pulse Width Modulation – Modulação por Largura de Pulso PAM – Pulse Amplitude Modulation – Modulação por Amplitude de Pulso AM - Amplitude Modulada FM - Frequência modulada CAG - Central de Água Gelada UTA - Unidades de Tratamento de Ar COP - Coeficiente de Performance IPLV - Integrated Part Load Value – Valor Integrado de Carga Parcial PID - Proporcional, Integral e Derivativo BAG - Bombas de Água Gelada RFI – Radio Frequency Interference – Interferência de Frequência de Rádio SUMARIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 09 2. OBJETIVOS.................................................................................................................. 10 2.1. OBJETIVO GERAL .............................................................................................. 10 2.2. OBJETIVO ESPECÍFICO.................................................................................... 10 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................... 11 3.1. PANORAMA ENERGÉTICO ............................................................................... 11 3.2. MOTOR ELÉTRICO............................................................................................ 12 3.3. O INVERSOR DE FREQUÊNCIA ....................................................................... 16 3.4. TIPOS DE CONTROLES DE INVERSORES DE FREQUÊNCIA ..................... 21 3.5. INVERSORES CONTROLE ESCALAR ............................................................. 23 3.6. INVERSORES CONTROLE VETORIAL ............................................................ 23 3.7. VARIAÇÃO DE ROTAÇÃO DE MOTORES POR INVERSORES DE FREQUÊNCIA ............................................................................................................. 24 4. TORRES DE RESFRIAMENTO ................................................................................. 25 4.1. COMPONENTES PRINCIPAIS DE UMA TORRE DE RESFRIAMENTO ....... 29 5. METODOLÓGIA .......................................................................................................... 31 5.1. SISTEMA DE CONTROLE DE TEMPERATURA ............................................ 31 5.2. SENSOR DE TEMPERATURA LM35 DZ ......................................................... 31 5.3. LABVIEW COMMUNITY EDITION ................................................................. 32 5.4. ARDUINO MEGA 2560 ....................................................................................... 33 5.5. CONTROLADOR PID ......................................................................................... 34 6. RESULTADOS ............................................................................................................. 37 7. CONCLUSÃO............................................................................................................... 42 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................... 43 9 1. INTRODUÇÃO Eficiência energética significa gerar a mesma quantidade de energia com menos recursos naturais ou obter o mesmo serviço com menos energia. Sabendo que em uma indústria, o maior custo está no consumo de energia elétrica, que vem se elevando a cada dia, devido à escassez de água no País, busca-seapresentar um sistema, que melhora a eficácia e baixa o custo final do produto, assim, tornando a empresa mais competitiva. Em processos industriais, existem máquinas e sistemas que atuam melhor, ou apresentam melhor durabilidade em certas faixas de temperatura. Surge então a necessidade de equipamentos que resfriem esses sistemas para suas faixas de atuação. Torres de resfriamento são equipamentos bastante utilizados para esse fim, elas operam retirando o calor da água, por meio do contato direto com o ar em temperatura ambiente, que é ventilado para dentro da torre através do exaustor acoplado em seu topo. A água perde calor convecção com o ar e por evaporação, sendo esse último responsável por até 80% da transferência de calor total do sistema (EATON, 1979). Durante o ano, o valor médio da temperatura de entrada do ar pode ser menor que a considerada devido às condições climáticas local. Variações de processo devido sazonalidades de produção e diferenças de temperatura durante o tempo de operação (turnos diurno e noturno) também podem fazer com que a temperatura média real fique abaixo da estimada no projeto. Tais variáveis podem fazer com que a torre de resfriamento opere “sobre dimensionada”, resfriando a água mais do que o processo solicita e, portanto, consumindo energia elétrica de forma desnecessária. Uma solução para o problema descrito, é o controle da velocidade do exaustor da torre de acordo com a demanda de resfriamento, sendo ela informada pelo operador do processo, por uma tela de supervisório. Esse controle pode ser feito aplicando o uso de inversores de frequência e sensores de temperatura, aliado a uma placa de conversão de sinal PWM para um sinal de corrente ou tensão, que servirá de referência proporcional analógica, para o inversor, garantindo assim, grande economia energética. 10 2. OBJETIVOS 2.1. OBJETIVO GERAL Utilizar um sistema de controle de velocidade, para promover a automação em torres de refrigeração. 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Desenvolver um protótipo, para o controle de temperatura das torres de refrigeração; • Desenvolver um supervisório, para controle e automação de uma torre de refrigeração; . 11 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3.1. PANORAMA ENERGÉTICO Figura 01: Consumo de energia no Brasil em 2020. Fonte: BEN, 2020. Segundo Hewitt (2002), a energia é a capacidade de realizar trabalho. No entanto a definição de energia não é de fácil compreensão sendo que se trata de uma grandeza abstrata que é mais fácil de ser observada quando está sendo transformada ou transferida. Possuí várias formas como a elétrica, mecânica, luminosa, térmica, química entre outras, a maior parte da energia consumida por nós diariamente,é elétrica ou química. A utilização eficiente da energia pode ser um fator diferencial para o desenvolvimento das economias, e a sua escassez, pode trazer impactos significativos para a população global, afetando aspectos vitais como a segurança, por exemplo. O uso racional da energia proporciona diferenciais competitivos entre nações e empresas. As projeções para o futuro com relação ao aumento de energia são expressivas, por exemplo, é esperado um crescimento no consumo residencial de energia elétrica de 32% entre os anos de 2015 e 2040. Parte destecrescimento está relacionado ao aumento do padrão da qualidade de vida da população, que cada vez consome mais produtos de conforto e conectividade (TUMBAZ; MOĞULKOÇ, 2018). Além das novas tecnologias, que vêm revolucionando a maneira de consumir através da oferta de produtos revolucionários, ainda há uma forte questão comportamental que impacta diretamente no consumo eficiente de energia. Governos aplicam, através de políticas 12 públicas, cada vez mais incentivos à pesquisa e desenvolvimento para aprimorar os produtos ofertados. Em complemento, o governo reforça a ideia de que as informações a respeito dos produtos, com relação a consumo de energia e infraestrutura utilizada, estejam a disposição dos consumidores, para que seja possível a tomada de decisão com base em informações claras(LABANCA; BERTOLDI, 2018). As políticas públicas também tendem a conscientizar os empreendedores de que as ações para aprimorar a eficiência energética podem superar avaliações prévias de que não é necessário prejudicar ainda mais o meio ambiente para maximizar os resultados possíveis de serem alcançados. Há diversas maneiras alternativas de buscar as inovações sem que haja o consumo exagerado de recursos. O impulso de desenvolvimento pode ser realizado com base no consumo consciente e melhorias contínuas (CANTORE; CALÌ; VELDE, 2016). A fase de conscientização, no caso de indústrias, também passa pela avaliação dos ativos atualmente existentes nas plantas produtivas. Em muitos casos existem equipamentos obsoletos que estão carentes de manutenção e atualização, sendo que a partir de uma rápida avaliação técnica e econômica, muitas vezes são facilmente passíveis de substituição ou significante modernização. Cada vez mais pesquisas estão sendo desenvolvidas, além da maior velocidade na troca de informações globais entre pesquisadores, de forma a acelerar o lançamento de novidades que buscam aumentar a eficiência dos processos, gerando menor custo e maior autonomia na operação (LIMA, 2019). 3.2. MOTOR ELÉTRICO Figura 02 – Motor elétrico. Fonte: ESA, 2021. 13 O acionamento de máquinas e equipamentos mecânicos por motores elétricos é um assunto de extraordinária importância econômica. No campo de acionamentos industriais, avalia-se que de 70 a 80% da energia elétrica consumida pelo conjunto de todas as indústrias seja transformada em energia mecânica através de motores elétricos. Esse estudo torna-se mais relevante, já que a maioria dos motores elétricos utilizados na indústria são de indução (EUSÉBIO 2005). Motores elétricos são amplamente utilizados em diversas atividades desde processos simples como acionar pequenas cargas, até atividades mais complexas como na automação e controle industrial. Nossa realidade não seria a mesma sem esses equipamentos, haja vista que, em atividades rotineiras eles se fazem presentes destacando sua utilização no bombeamento de água, em eletrodomésticos, sistemas de ventilação e refrigeração residenciais e comerciais. Figura 03 – Motor de indução. Fonte: Loja do mecânico, 2021. O motor assíncrono ou de indução com rotor tipo gaiola (Squirrel Cage) é o mais utilizado na indústria por ser o mais barato. De acordo com Garcia (2.003), esse motor é responsável por mais de 90% da energia motriz produzida através da eletricidade no país. Tem como característica a robustez, alta confiabilidade, simplicidade, baixo custo, relativa alta eficiência e de fácil manutenção, sendo também o preferido em associações com inversores de frequência (Europump and Hydraulic Institute, 2004). Na indústria pode-se citar o acionamento de correias transportadoras, rotação de fornos industriais, bombeamento de grandes quantidades de fluidos como gás, óleo e água, sistemas de refrigeração de grandes cargas térmicas, tornos mecânicos utilizados na usinagem de peças, motores de guindastes para elevação de cargas de grande porte, misturadores que se utilizam 14 de bombas centrífugas entre outros. Podemos destacar a importância de um bom sistema de acionamento para se evitar esses transitórios indesejados, quando se pensa em minimizar os prejuízos causados pela corrente de arranque, acaba-se inserindo outras variáveis que interferem na qualidade da energia entregue ao próprio motor e também a equipamentos que estejam interligados à rede de distribuição. A partir de contatores e relés, são muito empregados devido ao seu baixo custo, altos números de manobras que podem realizar e baixa influêncianos harmônicos e interharmônicos (REZENDE 2015). O aumento das perdas e o desgaste precoce das isolações também podem afetar os transformadores do sistema elétrico; Distorção das características de atuação de relés de proteção; Aumento do erro em instrumentos de medição de energia, que estão calibrados para medir ondas senoidais puras; Interferência em equipamentos de comunicação, aquecimento em reatores de lâmpadas fluorescentes, interferência na operação de computadores e em equipamentos para variação de velocidade de motores, etc. Aparecimento de ressonâncias entre capacitores para correção de fator de potência e o restante do sistema, causando sobretensões e sobrecorrentes que podem causar sérios danos ao sistema (ENGELÉTRICA 2021). Considerando as consequências dos diferentes métodos de acionamentos e sabendo de suas influencia na qualidade da energia, faremos a montagem dos principais métodos de partidas de motores trifásicos (Partida direta, estrela triângulo, compensadora e inversor de frequência) realizando medições quanto à qualidade da energia imputada na máquina durante seu funcionamento desde seu transitório até o regime permanente. Fazer um comparativo das partidas quanto à eficácia em termo de análise de harmônicos e interharmônicos buscando saber quais dessas mais interferem nos sinais de corrente e tensão da rede de distribuição de energia. 15 Figura 04 – Motor síncrono. Fonte: WEG, 2020. O motor síncrono pode ser usado para a inserção de potência reativa no sistema de distribuição, para a correção do fator de potência gerado por outros motores de indução. Assim, havendo a possibilidade, é frequentemente preferível a utilização de motores síncronos para a geração de potência reativa de forma controlável, graças a seu alto fator de potência. Pode-se também utilizar bancos de capacitores shunt para gerar potência reativa com o intuito de elevar o fator de potência (WEG 2021). Em teoria, nesse tipo de motor, o rotor também teria a velocidade síncrona desde que operando em vazio e sem perdas. Porém, seu rotor diminuirá a velocidade proporcionalmente e de forma oposta ao conjugado externo. Isso pode ser entendido pela perda por escorregamento. O “escorregamento”, nada mais é do que a diferença entre a velocidade síncrona no estator (por ex.: 1.800 rpm) e a velocidade do rotor que é medida na ponta do eixo com auxílio de um tacógrafo. Todos os motores apresentam escorregamento que, segundo o fabricante WEG, é fixo e nunca mudará, a não ser em caso de substituição das bobinas ou enrolamentos. Em todo motor de indução, o princípio básico de funcionamento se processa através do suprimento de tensão aos enrolamentos do estator. Sendo esse motor trifásico, por exemplo, ele é composto por 3 enrolamentos monofásicos espaçados de 120° entre si (WEG 2021). 16 3.3. O INVERSOR DE FREQUÊNCIA Os conversores de frequência, também conhecidos como inversores de frequência, são dispositivos eletrônicos que convertem a tensão da rede alternada senoidal, em tensão contínua e finalmente convertem esta última, em uma tensão de amplitude e frequência variáveis. Figura 05 – Inversor de frequência. Fonte: WEG, 2021. Os inversores de frequência são equipamentos eletrônicos que fornecem total controle sobre a velocidade de motores elétricos de corrente alternada através da conversão das grandezas fixas, tensão e frequência da rede, em grandezas variáveis. Desde meados da década de 60, os inversores de frequência têm passado por várias e rápidas mudanças, principalmente pelo desenvolvimento da tecnologia dos microprocessadores e semicondutores e a redução dos seus preços. Entretanto, os princípios básicos dos inversores de frequência continuam o mesmo. Os inversores de frequência podem ser divididos em quatro componentes principais: Retificador, filtro, inversor e unidade de controle micro processada, conforme é apresentado na Figura 06. 17 Figura 06 - Diagrama de bloco de um inversor de frequência. Fonte: WEG, 2010. O retificador que é conectado a uma fonte de alimentação externa alternada mono ou trifásica e gera uma tensão contínua pulsante. Existem basicamente dois tipos de retificadores sendo eles os controlados com tiristores SCR (Silicon Controlled Rectifier) Retificador Controlado de Silício e os não controlados, conforme é apresentado na Figura 07. (MATHEUS, 2006 -P.23). Figura 07 - Célula de potência utilizando um retificador controlado trifásico. Fonte: RECH, 2005. Nos inversores com circuito intermediário com fonte de corrente (Figura 08) consiste de um grande indutor e é combinado apenas com um retificador controlado. O indutor transforma a tensão variável do retificador em uma corrente contínua variável. A carga determina a amplitude da tensão do motor. (MATHEUS, 2006 -P.22). 18 Figura 08: Circuito intermediário de inversor e fonte de corrente (conversores de corrente). Fonte: MATHEUS, 2006. Nos inversores com fonte de tensão o circuito intermediário (Figura 09) consiste em um filtro capacitivo e pode ser combinado com os dois tipos de retificador. O filtro alisa a tensão pulsante do retificador. Num retificador controlado, a tensão é constante numa dada frequência, e fornecida aos inversores como uma tensão contínua pura com amplitude variável. Com retificadores não controlados, a tensão na entrada do conversor é uma tensão CC com amplitude constante. (MATHEUS, 2006 - P.23). Figura 09: Circuito intermediário de inversor com fonte de tensão (conversores de tensão). Fonte: MATHEUS, 2006. Nos inversores com circuito intermediário com tensão corrente continua variável (Figura 10), um chopper pode ser inserido na frente do filtro. O chopper tem um transistor que funciona como uma chave para ligar ou desligar a tensão do retificador. O circuito de controle regula o chopper através da comparação da tensão variável depois do filtro com um sinal de entrada. Se existe diferença, a relação é regulada pelo tempo que o transistor conduz e o tempo que ele é bloqueado. Quando o transistor do chopper interrompe a corrente, a bobina do filtro faz com que a tensão através do transistor seja muito grande. Para impedir que isso aconteça, o chopper é protegido por um diodo de roda-livre. O filtro do circuito intermediário alisa a tensão 19 quadrada que é fornecida pelo chopper. O filtro capacitivo e indutivo mantém a tensão constante para uma dada frequência. (MATHEUS, 2006-P.23). Figura 10: Circuito intermediário com tensão variável. Fonte: MATHEUS, 2006. O Inversor gera a tensão e a frequência para o motor. Alternativamente, existem inversores que convertem a tensão contínua numa tensão alternada variável. Observa-se na Figura 11, que acima de 60Hz a tensão não pode continuar subindo, pois já foi atingida a tensão máxima (tensão da rede), é assim que a partir deste ponto a corrente, e consequentemente o torque do motor, diminuirão. Esta região acima dos 60Hz é conhecida como região de enfraquecimento de campo. (LIMA, 2013). Figura 11: Gráfico com tensão, corrente versus frequência. Fonte: WEG, 2010. Os inversores atuais são usados em motores elétricos de indução trifásicos para substituir os rústicos sistemas de variação de velocidades mecânicos, tais como polias e variadores hidráulicos, bem como os custosos motores de corrente contínua pelo conjunto motor assíncrono e inversor, mais barato, de manutenção mais simples e reposição mais fácil. 20 No início da década de 70, os sistemas de variação de velocidade tradicionais eram os variadores mecânicos, os variadores hidráulicos e os variadores eletromagnéticos. Os variadores mecânicos utilizavam além dos motoresde indução, outros dispositivos para efetivar a redução da velocidade, tais como, polias, correias ou correntes. Os variadores hidráulicos do tipo hidrocinético operavam através de acoplamentos hidráulicos. Os variadores eletromagnéticos mudaram os conceitos da variação exclusivamente mecânica utilizando um sistema de discos acoplados a bobinas que podiam ter seu campo magnético variável, e assim, variando-se o torque, variava-se também a velocidade na saída do variador. (GURGEL, 2006-P. 53). O uso de motores elétricos de indução alimentados por inversores de frequência para acionamentos de bomba tem crescido significativamente nos últimos anos em virtude das vantagens inerentes proporcionadas por esta aplicação, tais como, a facilidade de controle em virtude do avanço da eletrônica melhorando as portas de entradas e saídas para comunicação do mesmo com outros equipamentos e instrumentos, a economia de energia tendo em vista que no controle da velocidade baixando a frequência baixa-se também a corrente elétrica do motor e a redução no preço dos inversores e pelo desenvolvimento de componentes eletrônicos cada vez mais baratos. (GURGEL, 2006 -P.55) A aplicação de inversores de frequência para o controle da vazão de fluidos, já sendo apontado há algum tempo como uma boa solução na eficiência energética em sistemas industriais. (AQUINO at all, 2008 –P.1). Muitos inversores hoje, são dotados de opcionais que permitem implementar técnicas de controle de movimento, manipulação de vários eixos de acionamento, posicionamento e sincronismo de velocidade ou sincronismo de posição. Modernas técnicas de chaveamento da forma de onda de tensão e também da frequência aplicada sobre o estator do motor elétrico, permitem o controle com excelente precisão, sobre o eixo do motor. Uma das técnicas mais conhecidas é o PWM ou "Pulse Width Modulation". Tais técnicas são sempre aliadas ao modelo matemático preciso do motor elétrico. Os inversores de última geração fazem medições precisas e estimativas dos parâmetros elétricos do motor, de modo a obter os dados necessários para modelar e consequente controle preciso do motor. Existem duas técnicas de chaveamento dos inversores de frequência: 1) A primeira técnica de modulação trabalha com tensão ou corrente variável no circuito intermediário. Os intervalos em que os semicondutores individualmente são conduzidos são colocados numa 21 sequência que é usada para se obter as frequências de saída desejadas. Essa sequência de chaveamento é controlada pela amplitude da tensão ou corrente do circuito intermediário. Utilizando-se um oscilador controlado por tensão, a frequência sempre obedece à amplitude da tensão. Esse tipo de inversor é chamado de PAM (Pulse Amplitude Modulation ou Modulação por Amplitude de Pulso). 2) A outra técnica usa um circuito intermediário de tensão constante. A tensão no motor é conseguida aplicando-se a tensão do circuito intermediário por períodos mais longos ou mais curtos. A frequência é mudada através da variação dos pulsos de tensão ao longo do eixo do tempo, positivamente para meio período e, negativamente, para o outro meio período. Como a técnica muda a largura dos pulsos de tensão, é denominada de PWM (Pulse Width Modulation ou Modulação por Largura de Pulso), sendo essa a técnica mais utilizada no controle dos inversores. (GURGEL, 2006 - P.61) O estudo dos inversores de frequência envolve o estudo da topologia e do controle. O controle é feito através de um tipo de modulação seja AM (amplitude modulada), FM (frequência modulada) ou PWM (modulação por largura de pulso). Estas modulações podem ser implementadas analogicamente ou digitalmente. O inversor de frequência com fonte de tensão é geralmente usado no controle de máquinas do tipo CA e sistemas ininterruptos de energia. A técnica PWM vetorial as seguintes características como vantagens: 1) Alto aproveitamento da tensão do elo CC; 2) A faixa de operação linear estendida; 3) Operação na faixa de sobremodulação; 4) Baixa distorção harmônica; 5) As perdas de chaveamento são passíveis de otimização. Porém te como desvantagem o fato da modulação vetorial é uma técnica digital de computação intensiva, que exige processadores de alto desempenho. (FILHO, 2007 – P.17) 3.4. TIPOS DE CONTROLES DE INVERSORES DE FREQUÊNCIA Os inversores de Frequência, por serem dispositivos dotados comumente de uma ponte retificadora trifásica a diodos, ou seja, trata-se de cargas não lineares, geram harmônicas. Os fabricantes de inversores de frequência disponibilizam filtros de harmônicas, alguns já integrados ao produto, outros opcionais. Existem várias técnicas para filtragem de harmônicas, que vão desde as mais simples e menos custosas, como indutores na barra DC ou indutores nas entradas do inversor, antes da ponte retificadora, passando pelos retificadores de 12 ou 18 diodos ou pulsos, utilizando 22 transformadores defasadores até chegar aos filtros ativos ou retificadores a IGBT, para diminuição ou até mesmo eliminação das harmônicas tanto de corrente quanto de tensão elétrica. Os inversores de frequência têm aplicações nos mais diversos segmentos industriais, sendo alguns deles os seguintes: 1) Agitadores e Misturadores; 2) Bomba Centrifuga; 3) Esteiras Transportadoras; 4) Bombas Dosadoras de Processos; 5) Filtros Rotativos; 6) Máquinas de Papel; 7) Secadores e Fornos Rotativos; 8) Ventiladores e Exaustores e outros mais, mas nesta atividade com o destaque na aplicação das Bombas de Cavidade Progressiva (BCP) ou Bombas alternativas. O funcionamento dos inversores de frequência com controle escalar está baseado numa estratégia de comando chamada tensão e frequência constante “V/F constante”, que mantém o torque do motor constante, igual ao nominal, para qualquer velocidade de funcionamento do motor (WEG, 2010 - P.53). O inversor de frequência vetorial tem suas aplicações onde se faz necessária um alto desempenho dinâmico, respostas rápidas e alta precisão de regulação de velocidade, o motor elétrico deverá fornecer essencialmente um controle preciso de torque para uma faixa extensa de condições de operação. Para tais aplicações os acionamentos de corrente contínua sempre representaram uma solução ideal, pois a proporcionalidade da corrente de armadura, do fluxo e do torque num motor de corrente contínua proporcionam um meio direto para o seu controle (WEG, 2010 - P.57). Segundo GURGEL, 2006 (P.62), o controle escalar tem precisão no controle de velocidade do motor, enquanto que no vetorial têm-se o controle preciso da velocidade e do torque. O controle escalar é aquele que impõe no motor uma determinada tensão/frequência, visando manter essa relação tensão/frequência constante. A sua principal característica é a precisão da velocidade no motor em função do escorregamento, que varia em função da carga. O controle vetorial possibilita atingir um elevado grau de precisão e rapidez no controle tanto do torque quanto da velocidade do motor. O nome vetorial advém do fato que para ser possível este controle, é feita uma de composição vetorial da corrente do motor nos vetores que representam o torque e o fluxo no motor, deforma a possibilitar a regulação independente do torque e do fluxo. 23 3.5. INVERSORES CONTROLE ESCALAR Segundo (BRUNO, 2018). Os fluxos de magnetização de um motor de indução mantem- se aproximadamente constante quando a relação tensão/frequência (V/f) do mesmo é mantida constante em determinado intervalo de frequência e tensão. E é justamente dessa propriedade que o método de controle escalar tira proveito. Para que se tenha um torque constante na carga é necessário que a curva V/f tenha uma inclinação constante e, assim, quando a frequência de alimentação do motor é variada cabe ao inversor escalar variar a tensão de alimentação na mesma proporção. Porém, a partirda frequência nominal o valor da tensão já atingiu seu máximo (valor nominal) e, portanto, a razão V/f deixa de ser constante e passa a diminuir. Isso leva a um enfraquecimento do campo e, consequentemente a uma queda do torque máximo desenvolvido pelo motor. 3.6. INVERSORES CONTROLE VETORIAL O controle vetorial é dividido em dois tipos básicos, baseados no método de obtenção da velocidade. São eles: de malha fechada e de malha aberta (sensorless). Quando feito em malha fechada possui uma maior precisão e melhor performance, porém requer a utilização de sensores, tais como encoders e taco geradores de pulso, o que o torna mais custoso. Já quando feito em malha aberta dispensa sensores (origem do nome popular sensorless, “sem sensor” em inglês) e apresenta desempenho limitado de torque e menor precisão em baixas rotações (BRUNO, 2018). O controle vetorial faz com que um motor de indução trifásico atue como um motor de corrente contínua de excitação independente, de forma que a velocidade e o torque são controlados separadamente. A Figura 2 mostra essa analogia. A corrente do motor é decomposta em duas componentes vetoriais (daí o nome do tipo de controle), um responsável pela produção do torque e outro do fluxo magnetizante. Entender as características da construção da máquina CC é muito importante para compreender os princípios do controle vetorial. O fluxo de campo produzido pela corrente de campo é perpendicular ao fluxo de armadura, que por sua vez é produzido pela corrente de armadura. Assim, esses vetores são ortogonais e naturalmente desacoplados, o que significa que quando se controla a corrente 𝐼𝑎 24 para controlar o torque, o fluxo de campo não é afetado e a máquina produz uma resposta rápida. Da mesma forma, quando 𝐼𝑓 é controlado somente o fluxo de campo é afetado. 3.7. VARIAÇÃO DE ROTAÇÃO DE MOTORES POR INVERSOR DE FREQUÊNCIA Sabe-se que os motores elétricos são equipamentos que, dentro de certos limites técnicos fornecem a quantidade de energia mecânica demandada em função da condição de carga (Fitzgerald et al. 1977; Dorf, 1993) isto significa que o rendimento do motor poderá ser insatisfatório, o que ocorre quando a carga demandada é muito inferior a potência nominal. Nesse caso o uso de força motriz poderá ser racionalizado por meio do dimensionamento adequado dos motores elétricos, do uso de motores eficientes e, ou do uso de inversores de freqüência que são dispositivos da eletrônica de potência, que permite mudar, dentre outras variáveis, a freqüência de alimentação de determinada carga elétrica, numa faixa de variação de 1,5 a 400Hz (YASKAWA, 1997). Inversores são utilizados no controle da velocidade dos motores CA, que depende basicamente da frequência aplicada ao motor. Sendo a frequência da tensão da rede elétrica no Brasil padronizada em 60 Hz, teoricamente, a velocidade dos motores deveria ser fixa. Os inversores possibilitam a variação de velocidade através da variação da frequência da tensão que alimenta o motor. Essa variação é conseguida através da velocidade de chaveamento dos transistores, que permite modular a frequência. No chaveamento rápido, o intervalo de tempo para um ciclo é menor, aumentando a frequência; caso o chaveamento ocorrer de maneira mais lenta, o tempo para ciclo é maior, o que reduz a frequência. Normalmente, os inversores trabalham com frequências dentro da faixa de 0 a 400Hz. O motor acionado pelo inversor deve estar preparado para isso pois, caso contrário, sua vida útil será reduzida (SILVA 2003, 2015). Conforme Araújo ( 2000 ), a utilização de inversores de freqüência no acionamento de sistemas de bombeamento para irrigação, pode ser viável, desde que, as características de funcionamento do sistema apresente condições de operação que tenha 52 variações de vazão e pressão nas tubulações, necessitando de controle sobre a rotação, partida e desligamento do motor elétrico, com a finalidade principal de conservação e racionalização de energia elétrica. Variando-se proporcionalmente a amplitude e a frequência da tensão de alimentação, o fluxo e o torque permanecem constantes. Portanto, o inversor fornece ao motor um ajuste 25 contínuo de velocidade e conjugado em relação à carga. Para situações de variação de carga, pode-se obter melhor desempenho por manter o escorregamento da máquina constante em qualquer velocidade (WEG, 2009). De acordo com Hanson et al. (1996), o benefício gerado pelo inversor de freqüência é a economia nos custos com energia, pois proporcionará uma redução na potência consumida pelo motor elétrico. A economia anual é obtida em função da redução de potência, número de horas de funcionamento durante o ano e do preço da energia elétrica (Arruda, 1988). Ottoboni (2002), baseado na performance dos acionamentos de corrente continua (CC), a tecnologia de conversores correntes alternadas evoluiu proporcionando as mesmas características de controle de velocidade e de torque, mas usufruindo das vantagens oferecidas pelos motores assíncronos trifásicos. O primeiro passo desta evolução foram os conversores de freqüência com controle escalar [ou V/f] e chaveamento PWM, e posteriormente visando melhorar a performance dos conversores de freqüência foi desenvolvido o modelo de controle vetorial. 4. TORRES DE RESFRIAMENTO Figura 12: Torre de resfriamento. Fonte: Manutenção em foco, 2018. É cada vez mais comum que edifícios comerciais e industriais de médio e grande porte possuam sistemas centrais de refrigeração. Esses sistemas são responsáveis por prover ar refrigerado aos ambientes internos desses edifícios, proporcionando também mais conforto e 26 segurança às pessoas que trabalham nesses locais. Diversos estudos já apontaram que as condições dos nossos ambientes de trabalho podem influenciar diretamente a nossa saúde, comportamento e produtividade. A qualidade e temperatura do ar são dois fatores determinantes para o nosso conforto. O ar deve estar limpo, inodoro e fatores como a temperatura, circulação e umidade do ar devem estar dentro de certos padrões (LIMA, 2013). Um sistema de refrigeração é composto por um grupo de equipamentos que trabalham juntos para mover o calor para dentro ou fora dos edifícios, dependendo se é necessário aquecer ou resfriar os ambientes internos. No caso de um sistema de refrigeração por água gelada, há uma casa de máquinas chamada Central de Água Gelada (CAG), onde uma ou mais máquinas frigoríficas, chamadas também de chillers, no ramo da refrigeração fazem a refrigeração da água. As bombas fazem com que a água gelada flua através de uma tubulação específica para as unidades de tratamento de ar (UTA), nesses equipamentos, a água gelada troca calor com o ar do ambiente refrigerado e retorna mais quente para os chillers, onde o ciclo recomeça. Juntamente com os chillers trabalham as torres de refrigeração, que são responsáveis por resfriar a água utilizada para a condensação do fluido refrigerante que circula dentro das máquinas frigoríficas. Para executar a circulação da água entre os chillers e as torres, se utiliza um conjunto de bombas chamadas de bombas de água condensada. Os sistemas de refrigeração a chillers são compostos basicamente por: Torre de refrigeração: Dispositivo de remoção de calor usado para fazer a transferência do calor do processo para a atmosfera. Chiller: Máquina térmica que possui a finalidade de fazer a refrigeração do ar, produtos ou equipamentos de acordo com a aplicação em que são utilizados. Unidades de tratamento de ar (UTAs): Dispositivo utilizados para condicionamento e circulação do ar pelos ambientes. Bombas: Equipamento que adiciona energia aos líquidos, tomando energia mecânica de um eixo, de uma haste ou de um outro fluido. Nos sistemas de refrigeração são responsáveis por fazer com que a água flua através do sistema comoum todo. Na Figura 13 é apresentado, o sistema de refrigeração de uma torre de resfriamento. 27 Figura 13: Sistema de Refrigeração. FONTE: Água viva, 2021. Torres de resfriamento ou arrefecimento é um dispositivo comumente utilizado em plantas petroquímicas, ou mesmo nas indústrias para remoção de calor residual de processos para a atmosfera. O fluido geralmente utilizado para dissipar esse calor é a água, com alguns aditivos para controle da contaminação, como dispersantes para evitar o acúmulo de partículas sólidas, biocidas para controle do crescimento microbiológico e inibidores de corrosão. O princípio de funcionamento de uma torre é a evaporação da água, removendo o calor e, assim, resfriando o fluido para perto da temperatura de bulbo úmido. Uma torre é denominada tiragem mecânica ou tiragem induzida quando há um ventilador na parte superior para aumentar a vazão de ar que passa em seu interior, gerando um fluxo contracorrente. Outro fator importante em uma torre de resfriamento são os bicos de aspersão d’água, responsáveis por aspergir a água em gotículas, aumentando a superfície da água exposta ao ar e, assim, favorecendo a evaporação. Após passar pelos bicos aspersores, a água cai em uma estrutura chamada de enchimento, geralmente de aço galvanizado ou fibra de vidro, que tem a função de aumentar a dissipação de calor na torre, aumentando o tempo de contato entre a água e o ar e evitando caminhos preferenciais, situação em que o ar e a água não entrariam em contato (SILVA, 2011). Ciclo de refrigeração ou frigorífico é um ciclo termodinâmico que constitui o modelo matemático que define o funcionamento das máquinas frigoríficas. Através de um ciclo termodinâmico, calor é extraído de um corpo ou de um meio a ser refrigerado e é enviado para outro corpo ou meio externo. A refrigeração não destrói o calor, que é uma forma de energia, apenas o move de um lugar não desejado para outro (STOECKER e JABARDO, 2002). 28 De acordo com Campanhola (2015) os sistemas de condicionamento de ar por água gelada são sistemas de expansão indireta com condensação a ar ou água, onde tem um grande potencial em capacidade de resfriamento e pode ser composto por duas partes, que são o Chiller e o fan Coil. Climatização por expansão indireta através de água gelada consiste em resfriadores de líquido (Chiller), que tem composição em circuitos de fluidos distintos, como: Primário – Onde o fluido refrigerante flui e ocorre a produção do frio, e o componente responsável é os resfriadores de liquido ou chiller. Secundário – Onde a circulação do fluido que irá transportar os fluidos frio gerado, como: água, salmoura, ou solução alcoólica, até os equipamentos que realizarão as trocas de calor ou térmico ao meio ambiente, denominado de fan Coil. O sistema de ar condicionado tipo expansão indireta é composto por um conjunto de equipamentos interligados, compreendendo o gerador de água gelada (Chiller), os climatizadores (fan coil) e bombas de circulação de água gelada. Os sistemas de expansão indireta de água gelada, utilizam as unidades resfriadoras de líquidos como: os Chillers responsável pelo processo de refrigeração, os Fan Coil condicionadores de ar, conhecido também como: Ventilador e Serpentina ou unidades de tratamento de ar (AHU – Air Handling Units). (MMA, 2016). O equipamento responsável por efetuar o tratamento do ar a ser insuflado nos ambientes climatizados definidos são os fan coil, onde são compostos pelos ventiladores, as serpentinas de resfriamento e aquecimento para tratamento da temperatura do ar, utiliza-se as resistências de aquecimento para controle de umidade até o necessário de acordo com as necessidades, as filtragens garante o melhor funcionamento trazendo a pureza do ar e toda sua estrutura mecânica é caracterizada como sistema de climatização (FIAMETTI, 2018). Chamados de resfriadores de líquido com condensação a ar o Chiller pode ser construídos com compressores alternativos ou centrífugos. Estes equipamentos compõem uma parte do sistema central de água gelada sendo esta resfriada pelo resfriador de líquido e posteriormente bombeado para os fan coil ou unidades de tratamento de ar (MOREIRA, 2017). Responsável por produzir a água gelada que será utilizada para a refrigeração dos ambientes, o chiller nada mais é que o sistema de evaporização em que a água troca de calor com o fluido refrigerante, permitindo que a temperatura diminui. A condensação do fluido 29 refrigerante, necessita de uma torre de arrefecimento para a água tendo necessidade de bambas (BAG) para fazer o deslocamento de água resfriada para os evaporadores e serpentinas mantendo circulação constante. A eficiência energética destes equipamentos é medida através de índices fornecidos pelos fabricantes em relação matemática entre as potências elétricas e de refrigeração. Estes índices de referência de eficiência energética são o COP (Coeficiente de Performance) e o IPLV (Integrated Part Load Value – Valor Integrado de Carga Parcial). Estes equipamentos que efetuam o resfriamento do fluido secundário de refrigeração, depende diretamente ao seu coeficiente de performance, que para obter maior eficiência do sistema, é necessário o uso de equipamentos que apresentem um coeficiente de performance maior, nesta situação quanto maior for o valor deste coeficiente melhor será a eficiência do equipamento. Em sistemas de climatização a eficiência está diretamente ligada a tecnologia disponível e o sistema a ser utilizado para a climatização (MOREIRA, 2017). 4.1. COMPONENTES PRINCIPAIS DE UMA TORRE DE RESFRIAMENTO Na Figura 14 são apresentados os principais componentes de uma torre de resfriamento. Figura 14 - Torre de resfriamento, componentes principais. Fonte: Alfaterm, 2011. Torres de resfriamentos são equipamentos utilizados para remoção de carga térmica presente na água para o ar atmosférico, seu princípio de funcionamento está baseado na troca 30 simultânea de energia térmica e massa. Este tipo de equipamento dissipa energia térmica via calor sensível e latente (MELLO, 2008; MARQUES, 2016). A maior contribuição para o resfriamento da água quente, cerca de 80%, ocorre quando a água perde calor latente para atmosfera, através da evaporação, que consiste na transferência de massa da fase líquida (água) para fase gasosa (ar) (SOUZA; FLORES; GRACIELLE, 2014). Há também uma contribuição pequena, cerca de 20 %, do resfriamento irá ocorrer pela perca de calor sensível, através do delta de temperatura entre o ar e a água (MARQUES, 2016). O resfriamento se altera com o clima, seja de acordo com a temperatura do ar ambiente, umidade do ar ou temperatura de bulbo úmido. No inverno, a temperatura do ar diminui e a temperatura de saída da água também cai, se a carga térmica permanecer constante. Para se conservar a temperatura da água de saída constante, pode-se diminuir a vazão de água que circula no sistema de refrigeração. Já no verão, acontece o contrário, a temperatura de saída da água se eleva, como exemplo pode-se citar o trabalho de um condensador em uma coluna de destilação que será prejudicado. Há, também, outros fatores como fontes de calor perto das torres que podem alterar sua operação. A recirculação quando o ar quente e úmido que sai prejudica o ar que está ingressando na torre, isso pode ser causado pelo vento que dependendo de sua velocidade e direção tende a aumentar o resfriamento da torre, neblina ou dissipação do ar quando sai da torre (CORTINOVIS e SONG, 2005). Existem diferentes classificações de torres de resfriamento, e cada um irá apresentar em sua estrutura componentes variados. Dentre as torres duas merecem destaque pela ampla utilização nas indústrias, as torres evaporativas e não evaporativas (SAMPAIO, F. M. N. MA.2010). 31 5. METODOLOGIA 5.1. SISTEMA DE CONTROLE DE TEMPERATURA O aumento da eficiência energética do sistema das torres de refrigeração, é feita a partir do controle de velocidade do motor, mediante a temperatura imputada por um operador, ou seja, a rotação do motor é aumentada ou diminuída, de acordo com a comparação da temperatura lida pelo sensor de temperatura, LM35 DZ com o valor informado pelo operador do processo. 5.2. SENSOR DE TEMPERATURA LM35 DZ Figura 15 – Sensor LM35 DZ. Fonte: Casa da robótica. O Sensor de Temperatura LM35, apresentado na Figura 15, é um sensor de precisão que apresenta uma saída de tensão linear relativa à temperatura em que ele se encontrar no momento em que for alimentado por uma tensão e em sua saída um sinal variável de 10mV para cada grau celsius de temperatura. O sensor de temperatura LM35 DZ, usa diodos como princípio para medir a temperatura e funciona da seguinte forma: conforme a temperatura em graus muda, a tensão se altera a uma taxa conhecida de 10mV/°C, conforme é apresentado na Figura 16. 32 Figura 16 - Gráfico temperatura x tensão (°C/mV). Fonte: Microarduino. 5.3. LABVIEW COMMUNITY EDITION O valor informado pelo operador, foi imputado através do software LabVIEW Community Edition 2020, que é um software de engenharia de sistemas criado especificamente para aplicações de teste, medição e controle, com rápido acesso ao hardware e às informações obtidas a partir dos dados. O software tem uma comunicação de leitura e escrita de dados via comunicação serial RS-232, com a placa Arduino MEGA 2560. Na Figura 17, é apresentado o ambiente de programação, do LabVIEW Community Edition. Figura 17 - LabVIEW Community Edition (Ambiente de Programação). Fonte: Próprios autores, 2021. 33 5.4. ARDUINO MEGA 2560 O Arduino é uma plataforma de prototipagem eletrônica open-source que se baseia em hardware e software flexíveis e fáceis de usar. É destinado a artistas, designers, hobbistas e qualquer pessoa interessada em criar objetos ou ambientes interativos. O Arduino pode sentir o estado do ambiente que o cerca por meio da recepção de sinais de sensores e pode interagir com os seus arredores, controlando luzes, motores e outros atuadores. O micro controlador na placa é programado com a linguagem de programação Arduino, baseada na linguagem Wiring, e o ambiente de desenvolvimento Arduino, baseado no ambiente Processing. Os projetos desenvolvidos com o Arduino podem ser autônomos ou podem comunicar- se com um computador para a realização da tarefa, com uso de software específico (ex: Flash, Processing, MaxMSP). Nessa aplicação, utilizamos o firmware Wizard, responsável pela comunicação serial entre o software LabVIEW e o Arduino MEGA 2560, conforme é apesentado na Figura 18. Figura 18 – LINX Firmware Wizard. Fonte: Próprios autores, 2021. O arduino MEGA, mostrado na Figura 19, vai ler o sinal analógico, medido pelo sensor LM35 DZ, e transmitir o sinal para o LabVIEW, os dados foram tratados, e convertidos em um 34 valor real de temperatura, assim, foi possível aplicar um controle de temperatura PID (Proporcional, Integral e Derivativo). Figura 19 – Módulo Arduino MEGA 2560. Fonte: Próprios autores, 2021. 5.5. CONTROLADOR PID O controle PID forneceu uma variação contínua da saída dentro de um mecanismo de realimentação de loop de controle para controlar com precisão o processo, removendo a oscilação e aumentando a eficiência. Os ganhos Proporcional, Integral e Derivativo (PID) é o algoritmo de controle mais usado na indústria e tem sido utilizado em todo o mundo para sistemas de controle industrial. A popularidade de controladores PID pode ser atribuída em parte ao seu desempenho robusto em uma ampla gama de condições de funcionamento e em parte à sua simplicidade funcional, que permite operação de uma forma simples e direta. Como o nome sugere, o algoritmo PID é composto por três coeficientes: proporcional, integral e derivativo, apresentado na Figura 20, e graficamente na Figura 21, que são variados para obter a resposta ideal. Nossa aplicação, foi com o sistema de circuito fechado, ou malha fechada, ou de realimentação de saída. 35 Figura 20 - Sintonizador PID. Fonte: EngEasier, 2021. Figura 21 – Gráfico de respostas do sintonizador PID. Fonte: EngEasier, 2021. O LabVIEW é uma plataforma de programação na linguagem G, isso é, gráfica. Com efeito, utiliza- se de ícones e conexões gráficas ao invés de textos para estabelecer os fluxos, operações e relações lógicas do programa criado. No caso particular do LabVIEW, a programação é baseada em fluxos de dados. Nesta aplicação, o sinal foi enviado para uma entrada analógica, assim o inversor de frequência, foi programado, para fazer o controle de velocidade, com base no valor lido na sua entrada analógica, assim, a velocidade do motor aumenta ou diminui com base no valor de referência lida pela entrada analógica do inversor de frequência. 36 Desta forma é possível, aumentar a vida útil dos equipamentos, por trabalharem de forma aliviadas e controladas com base da necessidade do sistema, assim, promovendo a automação do processo de controle de velocidade do motor ventilador da torre de resfriamento, e garantindo o aumento da eficiência energética do sistema. 37 6. RESULTADOS O controle PID, foi feito na plataforma LabVIEW, por meio da programação em blocos (Gráfica), e a resposta de saída do sintonizador foi escrita em uma porta de saída PWM da placa Arduino MEGA 2560, através de comunicação Serial-232. A resposta deste sinal PWM, foi convertida em um sinal analógico de 0 a 10 V, utilizando uma placa de conversão de sinal apresentado na Figura 22. Figura 22 – Módulo de comunicação digital e analógica do inversor de frequência WEG CFW500. Fonte: Comercio e importação (2021). Este sinal, foi enviado para o cartão de controle I/O (Entradas e Saídas), digitais ou analógicas dos inversores de frequência, que é apresentado na Figura 23. Figura 23 – Módulo Circuito conversor de sinal PWM/ 0-10 V, no Proteus. Fonte: Próprios autores, 2021. 38 Nesta aplicação, o sinal foi enviado para uma entrada analógica, assim o inversor de frequência, foi programado, para fazer o controle de velocidade, com base no valor lido na sua entrada analógica, assim, a velocidade do motor aumenta ou diminui com base no valor de referência lida pela entrada analógica do inversor de frequência. Todos os testes foram realizados com segurança, e assim, alcançando os objetivos propostos, que é utilizar um sistema de controle de velocidade, para motores de torres de refrigeração. Apresentamos na Figura 18, a interface de comunicação e entrada de dados de controle e de processo, desenvolvido no software LABVIEW COMUNNITY EDITION 2017. Os dados de controles são os ganhos ajustáveis do controlador PID. Os dados de processo é o valor de temperatura, que é informado pelo operador do processo. A interface homem máquina, mostra a seleção da porta de comunicação com o hardware, bem como, um botão de parar comunicação. A interface, mostra a temperatura real, lida pelo sensor LM 35 DZ, bem como os gráficos comportamentais do processo, como o valor do setpoint, temperatura medida e a saída do PID. Figura 24 – Interface de comunicação e entrada de dados de controle e processo. Fonte: Próprios autores, 2021. O gráfico apresentado na Figura 24 representa destacado na linha de cor branca, o valor do setpoint de temperatura em °C, informado pelo operador. A linha do gráfico destacadana cor vermelho, é o valor da leitura de entrada analógica lida pelo sensor de temperatura LM 39 35DZ, este valor é convertido e escalonado pelo Labview, e é apresentado como a temperatura real lida na água da torre de refrigeração, com a temperatura apresentada em °C. A linha do gráfico destacada na cor verde, é a saída do sintonizador PID, fisicamente representado pela saída física 8 PWM, do Arduino MEGA 2560 que varia em uma escala de 0 a 100 %, ou 0 a 5 V. Esse valor é convertido, por um conversor de sinal PWM – 0-10 V, e escalonado em uma tensão analógica de saída de 0-10V, o conversor é alimentado por uma fonte externa de 12 VCC – 1 A. Na interface, representada pela figura 24, tem uma área para ajustes do controlador PID, ou seja, é possível ser inserido valores de ganhos na área de ganho proporcional, ganho integral e ganho derivativo. Nossa aplicação mostra o quanto o projeto está bem sintonizado, devido a existência de uma linearidade dos parâmetros de leituras programados e reais, em relação ao tempo e destacados no gráfico pelas linhas branca e vermelha. Apresentamos na figura 24, uma área dedicada a seleção de porta de comunicação serial, ou seja, é através desta porta que conseguimos fazer a comunicação entre a interface e o Arduino MEGA, assim como também dispões de um botão de parar, ou seja, esse botão interrompe a comunicação sempre que necessário uma intervenção. É apresentado na Figura 25, uma visão panorâmica do funcionamento do projeto. Nesta etapa, está posicionado um multímetro na saída da placa de conversão de sinal PWM para 0 a 10 V, onde podemos constatar um valor de tensão de 9,6 V, que representa 96% do sinal de saída do conversor, mostrando sua perfeita operação, baseada nos parâmetros de operação. 40 Figura 25 - Projeto em funcionamento. Fonte: Próprios autores, 2021. Na Figura 26, é apresentado o diagrama lógico de controle e acionamento, desenvolvido pelo software LABVIEW COMUNNITY EDITION 2017. Figura 26 - Diagrama de blocos. Fonte: Próprios autores, 2021. 41 A área selecionada quadrada, trata-se do laço de repetição while (enquanto), que mantém um ciclo infinito de repetições, até o botão parar comunicação ser acionado. Na área externa do quadrado, é aberta a comunicação serial, utilizando o bloco LINX SERIAL, onde são selecionados os parâmetros: tipo de comunicação, velocidade da comunicação e a porta de comunicação utilizada. O segundo bloco na sequência, é o utilizado o bloco LINX I/O, neste bloco é possível fazer a seleção de leitura de entradas ou saídas analógicas, na nossa aplicação este bloco ler o sinal do sensor de temperatura LM 35 DZ. O próximo bloco utilizado, é o bloco PID, basicamente ele recebe o valor de temperatura já convertido, na saída do bloco LINX I/O, como também o vetor dos dados de controles/ganhos proporcional, integral e derivativo. Ainda no bloco PID, é escalonado o range de trabalho de 0 a 100%. Na saída do bloco PID, o sinal é convertido e entregue ao bloco LINX PWM, que é um bloco de leitura e escrita de dados, e assim finalizando a comunicação com o bloco LINX SERIAL fora do ciclo. Os blocos de gráficos e temperatura, são colocados nas saídas de cada bloco, conforme o que se quer ser lido. O bloco de tempo, serve para dar uma pausa na varredura, a cada 1000 ms ou 1s. 42 7. CONCLUSÃO O presente projeto, proporcionou aos integrantes da equipe muito trabalho e grande conhecimento técnico, mecânico e interpessoal. A partir de pesquisas efetuadas pela internet, em livros, o grupo obteve êxito em revisar e obter a referência bibliográfica necessária para explicação e elaboração desse projeto. A interface homem máquina é de simples utilização, onde são monitorados os valores de temperaturas reais, assim como a entrada de parâmetros do valor desejado de temperatura. A interface dispõe, de campos de entrada dos parâmetros, proporcional, integral e derivativo, que garante com precisão a sintonia do controlador, bem como os valore gráficos para facilitar e auxiliar o entendimento do controle, por meio do sistema supervisório. De modo geral, conseguimos alcançar os nossos objetivos, desenvolvendo um protótipo, capaz de promover o controle de temperatura, bem como desenvolver um supervisório, para monitoramento e entrada de parâmetros, para utilizar em controle de velocidade dos motores de torres de refrigeração. Uma melhoria futura, é a aplicação prática deste projeto em uma indústria, assim obtendo os valores reais de eficiência, com a aplicação deste controle. 43 8. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ÁGUA VIVA. Torres de Resfriamento. Disponível em: https://www.aguavivatec.com.br/assuntos-tecnicos/torres-de-resfriamento/. Acesso em: 10 Dez. de 2021. ALFATERM. Torres de Resfriamento de água. Disponível em: https://www.alfaterm.com.br/. Acesso em: 10 Dez. de 2021. ARAÚJO, João Alberto Borges de. APLICAÇÃO DO INVERSOR DE FREQUÊNCIA PARA ACIONAMENTO DE SISTEMAS DE BOMBEAMENTO EM IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO. BOTUCATU - SP Abril de 2000. BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Eficiência Energética. Disponível em https://www.epe.gov.br/pt/abcdenergia/eficiencia-energetica. Acesso em: 05 Dez. de 2021. BRASIL, Ministério de Meio Ambiente. Ar condicionado: Guia Prático Sobre Sistemas de Água Gelada. Brasília. MMA. 2017. Disponível em: http://www.protocolodemontreal.org.br/eficiente/repositorio/noticias/documentos/1652 .pdf. Acesso em: 09 Dez. de 2021. BRUNO, Evandro Amon. INTEGRAÇÃO DE UM CLP, INVERSOR DE FREQUÊNCIA E MOTOR DE INDUÇÃO TRIFÁSICO COM ANÁLISE DE CONTROLE VETORIAL SENSORLESS. 2018. CAMPANHOLA, Felipe P. Avaliação de sistemas de Condicionamento de Ar para Salas de Prédio Público. Santa Maria, 2015. Programa de Pós-Graduação em Eficiência Energética Aplicada aos Processos Produtivos. Universidade Federal de Santa Maria. CASA DA ROBÓTICA. Sensor de temperatura LM35. Disponível em: https://www.casadarobotica.com/sensores-e-modulos/sensores/temperatura/sensor-de- temperatura-lm35. Acesso em: 10 Dez. de 2021. CORTINOVIS, Giorgia Francine; SONG, Tah Wun. Funcionamento de uma torre de resfriamento de água. Revista de Graduação da Engenharia Química, São Paulo, SP, v. 6, n. 14, p. 5-10, 2005. Disponível em: < http://www.hottopos.com/regeq14/giorgia.pdf >. Acesso em:04 dez. 2021. 44 Deantoni, Victor de Barros; BARBOSA, Paulo Sérgio Franco; JUNIOR, Oswaldo Buzolin. Variáveis relativas à eficiência energética em estações elevatórias de água. Volume 12, número 4, 2016. DIAS, Leandro Lourenço. INVERSORES DE FREQUÊNCIA: ASPECTOS CONSTRUTIVOS E APLICAÇÃO NA MINERAÇÃO. Belo Horizonte/MG Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, 2015. EATON, T.E. Evaporative heat removal in wet cooling towers. Cooling Tower Institute Technical Papers. 28 p., 1979. ENGELÉTRICA. Engenharia Elétrica- Manutenção e Montagem. [s.d], [s/n]. Disponível em: https://www.engeletrica.ind.br/problemas-causados-harmonicas. Acesso em: 03/12/2021. ENGEASIER. Controlador-PID. 2021. Disponível em: https://engeasier.com.br/Controlador- PID. Acesso em: 10 Dez. de 2021. EUSÉBIO, E; Motores de Indução.2005. Artigo disponível em: Acesso em: 05 Dez. de 2021. FERREIRA, C. R. Proposta de melhoria no plano de manutenção do sistema de refrigeração de um edifício da rede globo. Dissertação (Mestrado) — Universidade Federal do Rio de Janeiro, 10 2018. FEREIRA, ANDREO KEVEN. TORRE DE RESFRIAMENTO DIDÁTICA. MEDIANEIRA 2012. Disponível em: http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1379/1/MD_COMIN_2012_2_09.pdf. Acesso em: 10 Dez. de 2021. FIAMETTI, Rafael Augusto. ESTUDO DE CASO: EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE CLIMATIZAÇÃO POR ÁGUA GELADA. CURITIBA, 2018. GARCIA,Agenor Gomes Pinto. Impacto da Lei de Eficiência Energética para Motores Elétricos no Potencial de Conservação de Energia na Indústria [Rio de Janeiro] 2003 XXII, 127 p. 29,7 cm (COPPE/UFRJ, M.Sc., Planejamento Energético, 2003) Tese - Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE. 45 ARDUINO4TI. Gráfico sensor LM 35. Disponível em: https://sites.google.com/site/arduino4ti/_/rsrc/1409321633904/exp_lm35/lm35_grafico.jpg. Acesso em: 20 Dez. de 2021. GURGEL, B.B.F.A. Proposição de uma metodologia para avaliação de inversores de frequência em estações elevatórias de água: Estudo de casos no sistema de abastecimento de água de São José dos Campos. 2006. 133f. Dissertação (Mestrado Pós-Graduação em engenharia elétrica) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006. HEWITT, Paul G. (2002). Física conceitual. Tradução: Trieste Freire Ricci e Maria Helena Gravina. 9.ed Porto Alegre: Bookman, 685 p. WEG. INVERSOR DE FREQUÊNCIA CFW11. Disponível em: https://static.weg.net/medias/images/h6c/h87/MKT_WDC_INVERTERCFW11_515Wx515H .jpg. Acesso em: 21 Dez. de 2021. KRIECK, Gabriela Alice. Eficiência energética em bombas de água gelada de um sistema de climatização com chillers. Blumenau, 2020. LIMA, Fernando da Costa. Otimização energética de torre de resfriamento: estudo de caso / Fernando da Costa Lima. – Guaratinguetá, 2019. 74 f: il. Bibliografia: f. 72-74. MASCHERONI. J.M.et al Guia de aplicações de inversores de frequência da WEG. 3º ed. Florianópolis: WEG Automação, 2010. MATHEUS, H. Curso completo sobre conversores de frequência. [s/d]. Disponível em: < http://www.ejm.com.br/download.htm>. Acesso em 09 dez.2021. WEG. Modulo de Comunicação CW500. Disponível em: https://www.weg.net/catalog/weg/BR/pt/search?text=CFW500. Acesso em: 10 Dez. de 2021. MOREIRA, Adson Bezerra. Análise da Operação de Sistemas de Ventilação Industrial Visando à Eficiência Energética. Fortaleza, Dezembro 2006. MOREIRA, José Roberto Simões. Energias Renováveis, Geração Distribuída e Eficiência Energética. 1º Edição, Rio de Janeiro. LTC. 2017. 46 ESAELETROTÉCNICA. Motor elétrico. Disponível em: https://www.esaeletrotecnica.com.br/imagens/informacoes/motor-eletrico-04.jpg. em: 20 Dez. de 2021. LOJA DO MECÂNICO. Motor elétrico de indução. Disponível em: https://img.lojadomecanico.com.br/165/21/380/146369/1624451808234.JPG. Acesso em: 21 Dez. de 2021. WEG. Motor síncrono. Disponível em: https://static.weg.net/medias/images/hb3/h29/MKT_WEN_IMAGE_MOTOR_SINCRONO_ 1200Wx1200H.jpg. em: 21 Dez. de 2021. OTTOBONI, A. A evolução do controle de velocidade. Saber Eletrônica, São Paulo, p.14, set. 2002. PINHEIRO, Diego da Silva. ANÁLISE DOS DISTÚRBIOS NO TRANSITÓRIO DA PARTIDA DE MOTORES DE INDUÇÃO MONOFÁSICOS E TRIFÁSICOS. Tucuruí – PA 2015. ROSA, Carlos Augusto de Proença. História da ciência: a ciência moderna / Carlos Augusto de Proença. ─ 2. ed. ─ Brasília: FUNAG, 2012. 3 v. em 4; 23 cm. RODRIGUES, Wlamir. Critérios para o uso eficiente de inversores de frequência em sistemas de bombeamento de água / Wlamir Rodrigues. -- Campinas, SP: [s.n.], 2007. RECH, Cassiano. Análise, projeto e desenvolvimento de sistemas miltiníveis híbridos. Santa Maria 2005. XXIX, 249 f.:il. Tese de Doutorado, Orientador José Renes Pinheiro, Universidade Federal de Santa Maria, 2005. SAMPAIO, Francisco Miguel Nunes Matos Sampaio. Projecto de uma Torre de Arrefecimento de 3 MW de Potência Térmica. Relatório do Projecto Final do MIEM. Julho 2010. SILVA, Vinicius Ribeiro da. Modelagem e Simulação de um sistema de refrigeração industrial. Porto Alegre, 2011. SILVA, Leonardo Perpétuo da. INVERSOR DE FREQUÊNCIA. RIO DE JANEIRO - RJ 2011 47 MANUTENÇÃO EM FOCO. Torre de resfriamento. Disponível em: https://www.manutencaoemfoco.com.br/wp-content/uploads/2018/12/Torres-de-resfriamento- 539x300.png. Acesso em: 20 Dez. de 2021. WEG. Guia de Aplicação de Inversores de Frequência. 2. ed. [S.l.:s.n.], 2009. Disponível em: www.weg.com.br. Acesso em: 10 Dez. de 2021. WEG. GUIA DE ESPECIFICAÇÃO MOTORES ELÉTRICOS. Cód: 50032749 | Rev: 24 | Data (m/a): 01/2021. 68 pag. Disponível em: https://static.weg.net/medias/downloadcenter/h32/hc5/WEG-motores-eletricos-guia-de- especificacao-50032749-brochure-portuguese-web.pdf. Acesso em: 10 Dez. de 2021. WEG. Manual de aplicação. Santa Catarina: Guia de aplicação de inversores de frequência. 2002, 239 pag.
Compartilhar