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Livro Texto - Unidade II

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61
FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
Unidade II
5 O MEDICAMENTO HOMEOPÁTICO
Para a alopatia, medicamentos são produtos farmacêuticos tecnicamente obtidos ou elaborados 
a partir de substâncias químicas, sintéticas ou naturais, com finalidade profilática, curativa, paliativa 
ou para fins de diagnósticos (ANVISA, 2007c). Portanto, neste contexto, o medicamento depende de 
sua constituição química para fazer efeito e trazer o benefício esperado, sendo necessária ainda uma 
determinada quantidade de droga, conhecida como insumo ativo.
Já o medicamento homeopático é definido como “toda forma farmacêutica de dispensação 
ministrada segundo o princípio da semelhança e/ou da identidade, com finalidade curativa e/ou 
preventiva. É obtido pela técnica de dinamização e utilizado para uso interno ou externo” (BRASIL, 
2011, p. 18). A partir disso surgem conceitos importantes na técnica de preparo destes medicamentos.
O conceito de dinamização aparece para tornar a ação terapêutica dessa droga mais dinâmica, com 
características altamente diluídas e energizadas, sem apresentar átomos ou moléculas em sua estrutura, 
mas com um potencial de ação muito mais eficaz do que no seu estado bruto.
 Lembrete
A dinamização é definida como “o processo de diluições seguidas de 
sucussões e/ou triturações sucessivas do insumo ativo em insumo inerte 
adequado” (BRASIL, 2011, p. 17).
A preparação de um medicamento homeopático envolve muitos elementos além do insumo 
ativo. Esses diversos componentes são igualmente importantes e necessários para o alcance de uma 
formulação que apresente eficácia para o paciente. Incluem insumos inertes, embalagens e recipientes, 
além de acessórios utilizados na dinamização e previstos na FHB, os quais, junto aos insumos ativos, são 
responsáveis por garantir a qualidade dos medicamentos homeopáticos.
5.1 Insumos inertes e excipientes
Os insumos inertes são empregados para auxiliar a farmacotécnica homeopática sem, no entanto, 
interferir na ação terapêutica da formulação, sendo utilizados no preparo das matrizes durante a 
execução de diluições sucessivas ou triturações e também dos insumos usados na manipulação dos 
medicamentos para dispensação. Têm também como função melhorar a estabilidade dos medicamentos, 
além de transportar a informação do insumo ativo na forma farmacêutica desejada, facilitando a 
62
Unidade II
administração da droga. Além dessas funções, ainda podem ser utilizados para solubilizar os insumos 
ativos adequadamente e para extrair os princípios ativos das drogas na preparação das TM.
Por isso, essas substâncias devem passar por um rígido controle de qualidade e apresentar a pureza 
exigida pela legislação e de acordo com as farmacopeias. Segundo as Boas Práticas de Manipulação em 
Farmácias (BPMF),
 
7.3.10. As matérias‑primas devem ser analisadas, no seu recebimento, 
efetuando‑se no mínimo os testes abaixo, respeitando‑se as suas 
características físicas e mantendo os resultados por escrito: a) caracteres 
organolépticos; b) solubilidade; c) pH; d) peso; e) volume; f) ponto de fusão; 
g) densidade; h) avaliação do laudo de análise do fabricante/fornecedor 
(ANVISA, 2007c, anexo 1).
De acordo com a FHB 3, os veículos e excipientes empregados em homeopatia são:
• de uso interno: água purificada; álcool etílico 96% e suas diluições; glicerina e suas diluições; 
lactose e sacarose; glóbulos e microglóbulos inertes; comprimidos e tabletes inertes; insumos e 
adjuvantes para formas farmacêuticas sólidas; bases e insumos para xaropes;
• de uso externo: insumos inertes para pós medicinais; apósitos medicinais (algodão e gaze 
esterilizados); bases ou insumos para linimentos, pomadas, cremes, géis, géis‑creme, loções, óvulos 
e supositórios, sabonetes, shampoos etc. (BRASIL, 2011).
Os cuidados com os insumos inertes dizem respeito à etapa de manipulação do fármaco homeopático 
e também à sua própria obtenção, bem como seu transporte, armazenagem e manuseio, assegurando 
sua qualidade e evitando que sofram alterações por fatores como umidade, temperatura e odores, 
mantendo suas características como definidas pelas farmacopeias (BRASIL, 2011).
Todo o processo de manipulação dos medicamentos homeopáticos deve terminar com o 
acondicionamento das preparações em recipientes e acessórios que não modifiquem as propriedades 
farmacológicas e físico‑químicas dos fármacos, veículos e excipientes, ou seja, recipientes e acessórios 
inertes para todos os elementos do medicamento (FONTES et al., 2018).
5.1.1 Água purificada
A água purificada utilizada em fórmulas homeopáticas deve ser obtida pelos processos de destilação, 
deionização com filtração esterilizante, filtro Milli‑Q ou osmose reversa.
Segundo a Farmacopeia brasileira (ANVISA, 2010b), deve se apresentar límpida, incolor, inodora e 
estar isenta de impurezas, como amônia, cálcio, metais pesados, sulfatos e cloretos. Deve ainda ser 
acondicionada em recipientes bem fechados, em geral frascos de vidro ou PVC, sendo renovada todos os 
dias devido à sua validade de 24 horas. Seu pH deve estar entre 5 e 7.
63
FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
A água purificada é usada nas diluições das diversas soluções hidroalcoólicas e em soluções 
glicerinadas, nas doses únicas preparadas em água, nas diversas bases de uso externo etc., devendo 
ser analisada diariamente pela farmácia quanto a seu pH, condutividade e aspectos organolépticos, 
no mínimo. Segundo a RDC n. 67/2007, no mínimo mensalmente deverão também ser feitos testes 
físico‑químicos e microbiológicos da água purificada – que poderão ser terceirizados –, com o objetivo 
de monitorar o processo de obtenção de água. Nesta avaliação mensal devem ser realizadas, no mínimo, 
as seguintes análises: pH, cor aparente, turbidez, cloro residual livre, sólidos totais dissolvidos, contagem 
total de bactérias, coliformes totais, presença de E. coli. e coliformes termorresistentes.
5.1.2 Álcool etílico ou etanol
O álcool utilizado em homeopatia é o álcool etílico bidestilado. Hahnemann utilizava álcool de uva; 
hoje, temos o álcool de cana‑de‑açúcar e de cereais, sendo este isento de aldeídos.
Suas características físicas são: líquido límpido, inflamável e higroscópico, incolor, com odor 
característico, sabor ardente e isento de impurezas, principalmente aldeídos e álcoois superiores. 
É miscível com água e cloreto de metileno. Deve ser acondicionado em recipientes herméticos, como 
bombonas de polietileno ou vidro.
O álcool é empregado na preparação das diversas diluições alcóolicas usadas na extração das TM e 
nas dinamizações homeopáticas, além das dispensações dos medicamentos líquidos. Veja no quadro 3 
as diversas aplicações das várias graduações alcóolicas.
Quadro 3 – Diferentes graduações alcoólicas e seus usos
Etanol Utilização
Etanol 5% (v/v) a 96% (v/v) Dispensação das preparações das formas farmacêuticas líquidas
Etanol 20% (v/v) Dissolução das triturações homeopáticas nas potências 3 CH e 6 DH
Etanol 30% (v/v) Alcoolatura mais comum na dispensação dos medicamentos homeopáticos na forma de gotas
Etanol 77% (v/v) Dinamizações intermediárias e moldagem dos tabletes
Etanol igual ou superior a 77% (v/v) Usado nas dinamizações que serão usadas para impregnação das formas farmacêuticas sólidas, tais como lactose, glóbulos, tabletes e comprimidos
Etanol 96% (v/v) Dinamizações intermediárias dos insumos ativos preparados na escala cinquenta milesimal
Diferentes graduações etanólicas Preparação de TM e diluição das drogas solúveis
Adaptado de: Brasil (2011).
Para a preparação do etanol nas diversas graduações é facultado utilizar o critério volumétrico 
v/v (volume do álcool por volume da água empregados) ou o critério ponderal p/p (peso do álcool por 
peso da água empregados). Cabe ressaltar que o etanol 77% (v/v) corresponde ao etanol 70% (p/p). 
Fontes et al. (2018) lembram que a correspondência entre v/v e p/p é demonstrada no Anexo C da FHB 3.
64
Unidade II
Como parte do controle de qualidade é preciso determinar o grau alcoólico das soluções 
hidroalcoólicaspreparadas. Esta análise é realizada com o alcoômetro, sendo este um densímetro 
desenvolvido para esse fim, determinando apenas a concentração em volume de álcool da solução. Sua 
unidade de medida é o grau Gay‑Lussac (GL), que exprime a porcentagem do volume de álcool. Este é 
graduado à temperatura de 20 °C, sendo, portanto, necessário trabalhar sempre nesta temperatura 
ou corrigi‑la (BRASIL, 2011).
Figura 16 – Alcoômetro de Gay‑Lussac
Disponível em: https://bit.ly/3mQBJNG. Acesso em: 15 jun. 2022.
Para preparar os álcoois diluídos, utilizados na manipulação homeopática, podemos adotar os 
seguintes critérios:
Volumétrico v/v (volume do álcool por volume da água)
Ci . Vi = Cf . Vf
ou
Ponderal p/p (peso do álcool por peso da água)
Ci . Pi = Cf . Pf
Em que Ci: concentração inicial; Cf: concentração final; Vi: volume 
inicial; Vf: volume final; Pi: peso inicial; Pf: peso final.
Para prepararmos o álcool etílico no teor desejado, devemos seguir as seguintes instruções, 
recomendadas pela FHB 3 (BRASIL, 2011, p. 47):
• medir o volume de álcool etílico e água separadamente;
• misturar os dois líquidos;
65
FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
• deixar em repouso até as moléculas se acomodarem;
• conferir o álcool etílico obtido, usando o alcoômetro;
• fazer os ajustes necessários, adicionando água ou álcool etílico;
• conferir novamente o álcool etílico obtido, utilizando o alcoômetro;
• repetir os dois últimos itens até atingir o valor desejado.
Exemplo de aplicação
Para preparar 1.000 mL de etanol a 77% (v/v) a partir do etanol a 96% (v/v), pela fórmula 
Ci . Vi = Cf . Vf, teremos:
Ci = 96% (v/v) – etanol que temos para preparar a diluição desejada
Cf = 77% (v/v) – etanol que queremos preparar
Vi = é o que determinaremos no cálculo
Vf = 1.000 mL – volume desejado
Substituindo estes valores na fórmula destacada, teremos:
96% (v/v) . Vi = 77% (v/v) . 1.000 mL
Vi = 802,08 mL de etanol 96% (v/v)
O volume de água que deverá ser adicionado a este etanol é a diferença para o volume que 
queremos obter:
1.000 mL – 802,08 mL = 197,92 mL de água purificada
Portanto, para preparar um litro de etanol 77% (v/v), deveremos juntar 802,08 mL de álcool 96% (v/v) 
e 197,92 mL de água purificada.
5.1.3 Glicerina bidestilada
A glicerina utilizada em homeopatia tem como aspecto físico ser um líquido xaroposo, transparente, 
incolor ou de leve tom amarelado claro. Possui odor característico e sabor doce, seguido de sensação 
de calor. Seu pH está entre 5,0 e 8,5. Sua densidade relativa deve estar entre 1,250 e 1,270 g/cm3 
66
Unidade II
(a 20 °C). É solúvel em água e em álcool, mas insolúvel em clorofórmio, éter, óleos fixos e voláteis. 
Deve ser acondicionada, preferencialmente, em recipientes de vidro, pois é higroscópica.
Na farmacotécnica homeopática, usamos essa substância nas diluições das três primeiras 
dinamizações na escala centesimal e nas seis primeiras dinamizações na escala decimal de TM 
cujas matérias‑primas sejam órgãos e glândulas de animais superiores. Também a usamos em 
alguns bioterápicos cujas matérias‑primas se solubilizem neste veículo; na dispensação das formas 
líquidas de uso interno, quando solicitadas pelo prescritor para uso pediátrico ou veterinário; e em 
preparados de uso externo.
5.1.4 Lactose
A lactose utilizada na homeopatia deve ser obtida do leite de vaca por processo de concentração do 
soro, seguido da caseificação do leite a pressão reduzida, centrifugação e recristalização. Apresenta‑se 
como pó cristalino, branco, inodoro, com leve sabor doce. Deve ser armazenada em recipientes 
bem fechados.
É usada como excipiente no preparo das triturações de substâncias insolúveis e venenos; em 
triturações dos medicamentos no método da escala cinquenta milesimal (LM); na confecção de tabletes, 
comprimidos e glóbulos inertes; e na impregnação com dinamizações líquidas na obtenção da forma 
farmacêutica sólida de uso interno, em doses múltiplas ou únicas, conhecidas como doses em papel.
5.1.5 Sacarose
A sacarose é o açúcar purificado obtido da cana‑de‑açúcar. Seu aspecto físico tem a forma de cristais 
ou massas cristalinas, incolores ou brancas, ou de pó cristalino branco, com sabor doce característico. 
Deve ser acondicionada em recipientes bem fechados.
É utilizada na fabricação de glóbulos inertes, microglóbulos inertes e comprimidos inertes.
5.1.6 Glóbulos inertes
Os glóbulos inertes são pequenas esferas homogêneas e regulares, brancas, praticamente inodoras 
e de sabor doce, constituídas de sacarose ou de mistura de sacarose e lactose. São obtidos por 
drageamentos múltiplos e apresentam‑se em diversos pesos, classificados por numerações: 30 mg 
(n. 3), 50 mg (n. 5) e 70 mg (n. 7). Geralmente, a farmácia trabalha apenas com uma numeração. 
Devem ser armazenados em recipientes hermeticamente fechados.
São utilizados na impregnação das dinamizações intermediárias líquidas para a obtenção da forma 
farmacêutica conhecida como “glóbulos”.
Além dos aspectos já mencionados, o mais importante é o teste da porosidade. Em cada lote deve 
ser aplicada uma solução colorida, geralmente azul de metileno preparado numa diluição em álcool no 
mínimo a 77% (v/v), para verificar sua porosidade.
67
FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
Figura 17 – Glóbulos inertes
Disponível em: https://bit.ly/3OyFTWz. Acesso em: 15 jun. 2022.
 Saiba mais
Para conhecer mais sobre a técnica de impregnação dos glóbulos, veja 
este estudo:
DIEHL, E. E. et al. Estudo dos fatores impregnação e secagem nas 
características de glóbulos utilizados em homeopatia. Revista Brasileira de 
Ciências Farmacêuticas, São Paulo, v. 44, n. 1, p. 143‑150, 2008.Disponível 
em: https://bit.ly/3HzbZz1. Acesso em: 17 jun. 2022.
5.1.7 Microglóbulos inertes
Os microglóbulos são pequeníssimas esferas compostas de sacarose e amido, obtidas por 
drageificação, homogêneas e regulares, de cor branca, inodoras e de sabor adocicado. Em média, 100 
microglóbulos pesam 63 mg. Devem ser acondicionados em recipientes bem fechados.
Os microglóbulos são usados na preparação de medicamentos na escala cinquenta milesimal.
5.1.8 Comprimidos inertes
Os comprimidos inertes utilizados na homeopatia apresentam‑se na forma discoide, obtidos por 
compressão de lactose ou mistura de lactose e sacarose, podendo utilizar uma quantidade mínima de 
adjuvantes. São homogêneos e regulares, com peso compreendido entre 100 mg e 300 mg, brancos, 
inodoros e de sabor levemente adocicado. Devem ser acondicionados em recipientes bem fechados.
Os comprimidos inertes são impregnados com dinamizações intermediárias líquidas para a obtenção 
da forma farmacêutica sólida conhecida como “comprimidos”.
68
Unidade II
5.1.9 Tabletes inertes
Os tabletes inertes são pequenos discos obtidos por moldagem da lactose em tableteiro. São formas 
farmacêuticas sólidas de lactose, homogêneas e regulares de sabor adocicado, com peso entre 
75 mg e 150 mg.
Figura 18 – Tabletes inertes
Disponível em: https://bit.ly/3OyFTWz. Acesso em: 15 jun. 2022.
 Saiba mais
Para conhecer mais sobre a técnica de impregnação dos tabletes e 
comprimidos, veja este estudo:
FARHAT, F. C. L. G. et al. Validação do método de impregnação de 
tabletes e comprimidos homeopáticos. In: MOSTRA ACADÊMICA UNIMEP, 
5.; CONGRESSO DE PESQUISA, 5., 2007, Piracicaba. Anais […]. Piracicaba: 
Unimep, 2007. Disponível em: https://bit.ly/39vFSDF. Acesso em: 17 jun. 2022.
5.2 Material de acondicionamento e embalagens
Segundo a FHB 3 (BRASIL, 2011, p. 35), para a manipulação e estocagem dos medicamentos 
homeopáticos, sejam os dinamizados ou as TM, são utilizados frascos de vidro âmbar, classe 
hidrolítica I, II, III e NP (quadro 4).
Para a dispensação de medicamentos, além dos vidros citados, podemos ainda utilizar para as 
formas sólidas frascos plásticos de cor branca leitosa de polietileno de alta densidade, polipropileno e 
policarbonato. Os pós são dispensados em papel impermeável, tipo “pérola branca” ou papel manteiga, 
além de sachês.
69
FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
Os acessóriosutilizados são tampas, batoques e gotejadores, que devem ser de polietileno ou 
polipropileno. As cânulas devem ser de vidro e os bulbos de látex, silicone atóxico ou polietileno, sendo 
vedado o uso de bulbos de borracha que soltem resíduos no medicamento.
Quadro 4 – Classe hidrolítica para vidros
Classe hidrolítica Características dos vidros
Vidro tipo I
Vidro neutro do tipo borossilicato, não alcalino, de alta resistência 
térmica, mecânica e hidrolítica, destinado a embalar medicamentos 
para aplicação intravascular e de uso parenteral
Vidro tipo II
Vidro alcalino do tipo sódico/cálcico, de resistência hidrolítica elevada, 
que resulta do tratamento da superfície interna do vidro tipo III, 
tornando‑se semineutro, destinado a embalar produtos de uso 
parenteral que não devem ter seu pH alterado
Vidro tipo III
Vidro alcalino do tipo sódico/cálcico, de resistência hidrolítica média, 
com boa resistência mecânica, destinado a embalar produtos de uso 
oral e tópico, assim como produtos parenterais líquidos, quando 
aprovados por ensaios de estabilidade
Vidro NP
Vidro não parenteral, alcalino do tipo sódico/cálcico, de resistência 
baixa e alta alcalinidade. Destinado a embalar produtos para uso oral 
ou tópico
Adaptado de: Anvisa (2019a).
5.2.1 Lavagem e esterilização dos recipientes e acessórios
Como os materiais de acondicionamento e acessórios não podem apresentar contaminação 
microbiológica nem resíduos químicos ou energéticos, devem ser lavados e esterilizados com muito rigor.
Todos os vidros, sejam novos ou usados, devem ser lavados com água corrente abundante e 
enxaguados com água purificada para retirar as impurezas da água corrente. Deve‑se deixar escorrer o 
excesso de água e então esterilizá‑los em autoclave a 120 °C e 1 atm. por 30 minutos, ou em estufa de 
secagem a 180 °C por 30 minutos ou 140 °C por uma hora. A temperatura elevada serve para esterilizar 
a vidraria e também para inativar as energias das dinamizações.
 Observação
Vidros usados nas tinturas deverão ser lavados com uma escovinha 
para remover resíduos impregnados. Além disso, devem ser reutilizados para 
acondicionar somente outras tinturas (ABFH, 2019).
Frascos plásticos e acessórios virgens devem ser lavados com água corrente abundante e enxaguados 
com água purificada e em seguida deixados imersos em álcool 77% (v/v) por duas horas, com exceção 
dos bulbos, que devem ser apenas enxaguados em etanol a 77% (v/v) após a lavagem e o enxague com 
água corrente e purificada.
70
Unidade II
5.3 Medicamentos homeopáticos: regras de nomenclatura
Os medicamentos homeopáticos são denominados pelos nomes científicos de suas substâncias 
de base, conforme as regras internacionais de nomenclatura botânica, zoológica, biológica, química e 
farmacêutica e de nomes homeopáticos tradicionais encontrados nas farmacopeias, matérias médicas 
e demais obras reconhecidas pela comunidade homeopática.
O medicamento será identificado pelo nome homeopático, seus sinônimos ou abreviatura, seguido 
do grau de potência em algarismo arábico, sigla da escala de dinamização e do método empregado.
Exemplo: Arnica montana 30 CH glóbulos
Arnica montana 30 C H – glóbulos
Nome da substância Potência
Uso interno, via de administração oral (VO)
Princípio ativo – Arnica montana 30 CH. Para identificar o medicamento é necessário 
termos o nome da substância, seguida do grau de potência, escala de dinamização e 
método utilizado.
Escala de dinamização 
(Centesimal)
Método de dinamização 
(método hahnemanniano)
Forma farmacêutica
Figura 19
5.3.1 Siglas dos métodos e escalas de dinamização
A princípio, três métodos de dinamização são reconhecidos pela FHB 3:
• método hahnemanniano (H);
• método de fluxo contínuo (FC);
• método korsakoviano (K).
Quanto à escala de dinamização, a FHB 3 esclarece que se trata da proporção de insumo ativo e 
insumo inerte empregada na preparação das diferentes dinamizações. São usadas as seguintes escalas:
• escala centesimal (C), preparada na proporção de 1/100 – 1 parte do insumo ativo em 99 partes 
de insumo inerte, perfazendo um total de 100 partes;
71
FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
• escala decimal (D) preparada na proporção de 1/10 – 1 parte do insumo ativo em 9 partes de 
insumo inerte, perfazendo um total de 10 partes;
• escala cinquenta milesimal (LM), preparada na proporção de 1/50.000.
5.3.2 Regras de nomenclatura
A nomenclatura científica adota o latim de modo a ser padronizada mundialmente. Segundo Fontes 
et al. (2018), as regras, explicadas no quadro 5, ajudam os clínicos a prescrever corretamente e os 
farmacêuticos a identificar na receita o medicamento a ser aviado.
Quadro 5 – Regras de nomenclatura
Regras de nomenclatura Exemplos
Escreve‑se o nome do primeiro componente (correspondendo ao gênero) 
com a primeira letra maiúscula, e os demais componentes (correspondendo 
à espécie) com a primeira letra minúscula
Arnica montana
Apis mellifica
Ferrum phosphoricum
Natrum muriaticum
No caso de ser usada somente uma espécie de determinado gênero, é 
facultado omitir a espécie, desde que isso não gere confusão
Aconitum = Aconitum napellus
Ruta = Ruta graveolens
Lycopodium = Lycopodium clavatum
No caso de espécie pouco usada, o nome deve ser completo
Aconitum ferox, para distinguir de Aconitum 
napellus (mais utilizado)
Rhus glabra para distinguir de Rhus 
toxicodendron (mais utilizado)
No caso de nomes tradicionais, é facultado usar somente o nome da 
espécie, omitindo‑se o gênero
Belladonna (Atropa belladonna)
Chamomilla (Matricaria chamomilla)
Nux vomica (Strychnos nux vomica)
No caso de substâncias químicas, são utilizados os nomes oficiais e os 
nomes homeopáticos tradicionais
Barium carbonicum ou Baryta carbonica
Sulfur ou Sulphur
Escreve‑se, de preferência, em primeiro lugar o nome do elemento ou 
radical de valência positiva, e em segundo lugar o de valência negativa, 
sendo permitidos também os nomes homeopáticos tradicionais
Acidum sulfuricum ou Sulphuris acidum
Acidum nitricum ou Nitri acidum
Acidum chlorhydricum ou Muriatis acidum
Adaptado de: Brasil (2011).
5.3.3 Sinonímias
O emprego de sinônimos deve restringir‑se aos constantes nas obras científicas consagradas em 
farmácia e medicina. Por exemplo: Chamomilla = Matricaria, Lycopodium = Muscus clavatum, Pes ursinus.
Aqueles que não constam em tais obras científicas são considerados medicamentos secretos. O uso 
de código, sigla, número e nome arbitrário é proibido tanto pela legislação farmacêutica em geral como 
a referente à homeopatia.
72
Unidade II
Exemplo de aplicação
Uma família, composta por pai, mãe e filho, procura o médico homeopata. O pai apresenta angústia, 
ansiedade e agitação, com medo da morte. Como sintoma físico, sofre febre violenta, com dores fortes 
e nevralgias palpitantes. O médico prescreve Aconitum napellus 200 CH. A mãe sente irritabilidade 
extrema, agravação de sintomas pelo calor do sol e banho frio. Tosse que se agrava entrando em ambiente 
quente. Apresenta desordens do estômago, excesso de gases; além de diarreia alternando com prisão de 
ventre, e o cheiro de comida provoca náuseas. O médico prescreve Antimonium crudum 30 CH. O filho 
apresenta gripe intensa com acúmulo de mucosidade no peito, de expectoração difícil e insuficiente, 
devido à gripe que desencadeou pneumonia. Tem desejo de comidas ácidas. Para evitar confusão, 
o médico prescreve Tartarus emeticos 6 CH, que é sinonímia do Antimonium tartaricum, para não 
confundir a mãe na hora de administrar os medicamentos.
Em outro caso, você e sua irmã procuram um médico homeopata. Você, por ter uma digestão difícil, 
com dispepsia ácida e muito flatulenta, com congestão hepática, cardialgia, acidez e azia. Sua irmã 
apresenta uma cefaleia quando come depois da hora, além de uma bronquite crônica, com expectoração 
purulenta. Após as anamneses, e apesar de serem casos completamente diferentes, o médico precisa 
prescrever Lycopodium clavatum, que é um medicamento policresto, ou seja, que tem diversasações. 
Para não criar desconforto ou desconfiança, prescreve Lycopodium clavatum 30 CH para você e, para 
sua irmã, Pes ursinus 30 CH, que é sinônimo do Lycopodium clav.
Em ambos os casos, o farmacêutico, ao dispensar as receitas, não deve fazer comentários sobre o 
uso dos sinônimos, e os rótulos devem estar de acordo com as prescrições, para não criar desconfianças 
quanto à conduta médica.
 Saiba mais
Para pesquisar os nomes dos medicamentos usados nas prescrições, 
este livro de consulta não pode faltar numa farmácia:
SOARES, A. A. D. Dicionário de medicamentos homeopáticos. São Paulo: 
Santos, 2000.
5.3.4 Abreviaturas
O nome do medicamento homeopático pode ser abreviado desde que não dê margens a confusão. 
Exemplos: Arnica montana ou Arn. mont., Lycopodium clavatum ou Lyc. Existem, portanto, abreviaturas 
que não devem ser utilizadas, como Kalium chlor., que pode se referir tanto a Kalium chloricum quanto 
a Kalium chloratum. Caso tal abreviatura conste na prescrição, será necessário consultar o prescritor.
Outra abreviatura muito utilizada é a substituição a cada três zeros (000) pelo algarismo romano M.
73
FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
Exemplo de aplicação
Arsenicum album 1.000 FC ou Arsenicum album 1 MFC
Arsenicum album 10.000 FC ou Arsenicum album 10 MFC
Arsenicum album 100.000 FC ou Arsenicum album 100 MFC
Arsenicum album 1.000.000 FC ou Arsenicum album 1 MMFC
Fontes et al. (2018) relacionam ainda alguns símbolos e abreviaturas empregados nas prescrições, 
nos rótulos dos medicamentos e nas farmacopeias homeopáticas, relacionados no quadro 6.
Quadro 6 – Abreviaturas usadas
Termos Abreviaturas
Cem sucussões ↓↑↑
Comprimidos comp.
Diluição dil.
Dinamização din.
Dose única du ou d.u.
Escala centesimal CH ou C (método hahnemanniano)
Escala cinquenta milesimal LM (método hahnemanniano)
Escala decimal DH ou X (método hahnemanniano)
Glóbulos Glob.
Líquido liq.
Método de fluxo contínuo FC
Método korsakoviano K
Microglóbulos mcglob. ou µglóbs.
Partes iguais ãã
Quantidade suficiente qs
Quantidade suficiente para qsp
Resíduo seco da TM r.s.
Resíduo sólido do vegetal fresco r.sol.
Solução sol.
Tablete tab.
Tintura‑mãe TM, o↑
Título alcoólico da TM tit. alc.
Trituração trit.
Adaptado de: Fontes et al. (2018).
74
Unidade II
5.3.5 Rotulagem
O medicamento homeopático, em suas diferentes apresentações, está sujeito às determinações 
legais – RDC n. 67/2007 e FHB 3 – quanto à rotulagem. Os medicamentos homeopáticos deverão indicar, 
no mínimo, os seguintes elementos:
• nome do estabelecimento, seu número no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), endereço 
e telefone;
• nome do responsável técnico e seu número de inscrição no CRF.
Além dessas exigências, segundo a FHB 3, o rótulo deve conter, de acordo com o caso, os seguintes 
dados:
Tintura‑mãe
– Nome científico da droga.
– Tintura‑mãe por extenso ou sigla TM ou símbolo ↑
– Farmacopeia utilizada na preparação.
– Data de fabricação, prazo de validade e lote.
– Estado da droga (seca ou fresca)
– Parte usada.
– Grau alcoólico.
– Volume.
Outras matrizes
– Nome científico ou homeopático.
– Potência, escala e método, seguido da palavra “Matriz”.
– Quantidade.
– Data de fabricação, prazo de validade e lote.
– Insumo inerte sólido e/ou grau alcoólico.
75
FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
Formas farmacêuticas magistrais ou oficinais para dispensação
– Nome homeopático.
– Potência, escala e método.
– Forma farmacêutica.
– Quantidade.
– Data de manipulação.
– Prazo de validade.
– Posologia.
– Uso interno ou externo.
– Insumo inerte ou grau alcoólico.
– Nome do paciente.
– Nome do prescritor.
– Conservação, quando necessário (BRASIL, 2011, p. 97‑98).
5.4 Insumo ativo: origem do medicamento homeopático
A FHB 3 define:
• insumo ativo “é o ponto de partida para a preparação do medicamento homeopático, que se 
constitui em droga, fármaco, tintura‑mãe ou forma farmacêutica derivada” (BRASIL, 2011, p. 18);
• droga é a “matéria‑prima de origem mineral, vegetal, animal ou biológica”, constituída por um ou 
mais fármacos (BRASIL, 2011, p. 17);
• fármaco é a substância “com finalidade terapêutica [ou preventiva] que, em contato ou introduzida 
em um sistema biológico, modifica uma ou mais de suas funções” (BRASIL, 2011, p. 18);
• tintura‑mãe, também conhecida como preparação básica, é a “preparação líquida resultante da 
ação de líquido extrator adequado sobre uma determinada droga de origem animal ou vegetal” 
(BRASIL, 2011, p. 19); 
• formas farmacêuticas derivadas “são preparações oriundas do insumo ativo obtidas por diluições 
em insumo inerte adequado seguidas de sucussões e/ou triturações sucessivas, conforme a 
farmacotécnica homeopática” (BRASIL, 2011, p. 18).
76
Unidade II
Os medicamentos homeopáticos provêm de substâncias originárias dos reinos vegetal, mineral 
e animal, além de produtos de origem química ou farmacêutica, substâncias e materiais biológicos, 
patológicos ou não, bem como preparados desenvolvidos por Hahnemann.
5.4.1 Drogas do reino vegetal
O reino vegetal é o que contribui com maior número de drogas para a obtenção de medicamentos 
homeopáticos.
Como a homeopatia começou na Europa, naturalmente a maioria dos medicamentos são 
originários deste continente. Com a expansão da homeopatia pelo mundo, outros vegetais típicos de 
cada região foram e estão sendo incorporados àqueles estudados por Hahnemann e seus discípulos.
Para usar esta matéria‑prima na confecção dos medicamentos, geralmente laboratórios industriais 
são os responsáveis por elaborar as TM que darão origem às preparações dinamizadas. Para isso, devem 
fazer uma individualização do vegetal, tanto microscópica como macroscópica, para garantir sua 
perfeita identificação. É necessário que o laboratório conheça a parte da planta a ser usada de acordo 
com a literatura sobre o estudo patogenético, assim como a época do ano para colheita, o estado da 
planta (seca ou fresca) e as condições atmosféricas na coleta. Essas informações são encontradas nas 
farmacopeias, em algumas matérias médicas, no dicionário de substâncias homeopáticas e na FHB.
Podem ser usados vegetais na forma inteira ou em partes, ou produtos de extração ou transformação. 
Exemplos:
• plantas inteiras: Belladonna, Pulsatilla nigricans;
• em partes: bulbo (Allium cepa, Colchicum), raiz (Ipecacuanha, Paeonia officinalis), semente (Nux 
vomica), flor (Calendula officinalis), fruto (Agnus castus), esporo (Lycopodium clavatum), casca do 
caule (China officinallis);
• produtos extrativos ou de transformação: resina (Terebinthina), alcaloide (Colchicinum);
• produtos patológicos: fungo do milho (Ustilago maydis).
5.4.2 Drogas do reino animal
O reino animal oferece menor quantidade de matérias‑primas para a preparação dos medicamentos 
homeopáticos, mas o responsável pelo preparo inicial de suas TM também é a indústria homeopática. 
Da mesma maneira que os vegetais, as drogas de origem animal devem ser obtidas de exemplares 
identificados zoologicamente, e a parte utilizada também deverá ser conhecida de acordo com as 
literaturas especializadas.
Os animais podem ser utilizados inteiros ou em partes, vivos ou recentemente sacrificados, dessecados 
ou não. São ainda usados órgãos e secreções fisiológicas ou patológicas. O animal deve ser jovem, mas 
77
FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
completamente desenvolvido, e o local de coleta deve ser respeitado de acordo com a literatura, pois seu 
habitat natural favorece a manutenção das condições do estudo patogenético. Exemplos:
• animais inteiros vivos: Apis mellifica (abelha europeia), Formica rufa (formiga ruiva), Tarantula 
hispanica (aranha da Espanha);
• animais inteiros recentemente sacrificados: Cantharis vesicatoria (cantárida), Coccus cacti 
(cochonilha);
• partes: Thyroidinum (glândula tireoide), Carbo animalis (couro de boi carbonizado), Spongia tosta 
(esponja tostada), Corallium rubrum (coral);
• produtos extrativos ou de transformação: Lac caninum (leite de cadela), Lachesis muta(veneno da 
cobra surucucu), Calcarea carbonica (parte interna da concha da ostra), Crotalus horridus (veneno 
da cascavel norte‑americana), Sepia succus (secreção da bolsa tintória da sépia);
• produtos patológicos: Medorrhinum (pus blenorrágico), Psorinum (conteúdo seroso da vesícula 
escabiótica), Luesinum (raspado do cancro sifilítico);
• bactérias: Staphylococcinum, Streptococcinum;
• toxinas de bactérias: Staphylotoxinum, Tuberculinum residual de Koch;
• material orgânico processado: Pyrogenium, Candida albicans.
5.4.3 Drogas do reino mineral
Além dos minerais obtidos em seu estado natural, há os produtos extraídos, purificados e produzidos 
pelos laboratórios químico‑farmacêuticos, bem como os preparados obtidos segundo fórmulas originais 
de Hahnemann. Também é necessário identificar sua química e impurezas. Exemplos:
• simples: Aurum metallicum, Chlorum, Bromium;
• compostos: Natrum chloratum, Acidum phosphoricum, Kalium bichromicum;
• preparados especiais: Causticum, Hepar sulphur, Mercurius solubilis.
5.4.4 Outras substâncias
Para que determinada substância se transforme em medicamento homeopático, é necessário que 
seja dinamizada. Para isto, é necessário diluí‑la e energizá‑la, através da sucussão ou trituração. Portanto, 
várias outras substâncias são utilizadas como matérias‑primas, dando origem a novos medicamentos 
homeopáticos ou isopáticos – remédios alopáticos, alimentos, cosméticos, produtos de limpeza, 
alérgenos etc.
78
Unidade II
Outra categoria de medicamentos preparados na farmácia de manipulação são os autoisoterápicos 
ou autonosódios. Estes medicamentos são preparados com materiais do próprio paciente, como sangue, 
urina, saliva, fragmento de tecido, cálculo renal etc. Estes produtos, conhecidos como bioterápicos, 
serão abordados mais especificamente na Unidade III.
5.5 Medicamento homeopático: definição
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, [s.d.]), medicamento homeopático
é toda apresentação farmacêutica destinada a ser ministrada segundo o 
princípio da similitude, com finalidade preventiva e terapêutica, obtida pelo 
método de diluições seguidas de sucussões […] e/ou triturações sucessivas.
Além disso, não basta que as substâncias originais e as preparações básicas sejam diluídas e 
potencializadas pelos métodos de dinamização. Elas precisam ter sido previamente testadas no homem 
sadio e utilizadas em conformidade com a Lei dos Semelhantes.
6 FARMACOTÉCNICA HOMEOPÁTICA: PREPARAÇÕES BÁSICAS E PREPARAÇÕES 
DINAMIZADAS OU DERIVADAS
6.1 Tinturas homeopáticas ou preparações básicas
O medicamento homeopático preparado a partir de drogas vegetais ou animais obtidas através de 
um processo extrativo recebe o nome de tintura‑mãe Segundo a FHB 3, a TM é uma forma farmacêutica 
básica, pois se trata de uma preparação que constitui o ponto de partida para a manipulação das formas 
farmacêuticas derivadas.
A TM é o resultado da ação extrativa e/ou dissolvente, por contato íntimo e prolongado, de um 
insumo inerte hidroalcoólico ou hidroglicerinado sobre determinada droga vegetal ou animal, por meio 
dos processos de maceração ou percolação.
O método de maceração consiste em deixar a droga vegetal ou animal em contato com o veículo 
extrator por algum tempo através da agitação diária para facilitar a difusão do líquido pelas partículas. 
Já no método de percolação o líquido é deslocado de cima para baixo até que todos os fármacos 
solúveis, devido ao peso, sejam esgotados.
Designada pelos símbolos TM ou θ, é a preparação básica que dá origem, junto a inúmeras drogas, a 
todas as potências medicamentosas.
A TM pode ser obtida a partir de:
• vegetal fresco ou dessecado, podendo empregar o vegetal inteiro, parte dele ou secreção;
• animal vivo, recém‑sacrificado ou dessecado, podendo empregar o animal inteiro, parte dele 
ou secreção.
79
FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
A escolha do método de preparo da TM depende da natureza da droga empregada no preparo da 
tintura. Por exemplo, para uma droga fresca, devidamente rasurada, o melhor processo a ser utilizado 
é a maceração. No caso da percolação, se tivermos uma droga seca, e se o pó for muito fino, a droga 
pode ser compactada, dificultando a passagem do líquido extrator; no entanto, um pó muito grosso 
facilita a formação de canais por onde o líquido extrator passa diretamente, sem conseguir extrair 
adequadamente o princípio ativo.
Hahnemann (1996, § 267) idealizou o método da expressão para preparo das TM de vegetais frescos, 
no qual esmagava o vegetal fresco até formar uma pasta, que transferia para um tecido e prensava para 
obter um suco, o qual misturava com álcool, filtrando esta mistura depois de alguns dias.
A FHB 3 descreve apenas os métodos de maceração e percolação.
Figura 20 – Percolador de aço inox 304
Disponível em: https://bit.ly/3xSjXQm. Acesso em: 15 jun. 2022.
6.1.1 Preparação de tintura‑mãe de origem vegetal
Com vegetal seco, o método utilizado pode ser percolação ou maceração, e o líquido extrator deve ser 
pesquisado nas monografias específicas das drogas. Caso não tenha referência, o teor alcoólico no início da 
extração deverá ser de 60% (v/v), sendo a relação resíduo sólido‑volume final da TM 1:10 (p/v) (10%).
No caso do vegetal fresco, o método utilizado deve ser a maceração, sendo que para uniformizar 
sua preparação é necessário determinar o resíduo sólido (r.sol.) do vegetal fresco. Esse procedimento 
é necessário para verificar o quanto de parte seca tem a planta, uma vez que a quantidade de TM a 
80
Unidade II
ser obtida deverá corresponder a 10 vezes o percentual do r.sol. encontrado. Com esse valor pode‑se 
calcular o volume total da TM a ser obtido, assim como o volume e o teor de etanol a ser adicionado.
Segundo a FHB 3, para calcular o r.sol. devemos pesar uma amostra do vegetal fresco, fracioná‑la 
em pequenos fragmentos e colocá‑la em estufa a temperatura entre 100 °C e 105 °C até peso constante – 
exceto quando houver outra especificação na monografia, como no caso de plantas que contêm resinas, 
materiais voláteis e óleos essenciais, para os quais a temperatura da estufa não deve ultrapassar 50 °C. 
Depois, calcular a porcentagem do r.sol. na amostra e calcular o peso total do r.sol. contido no 
vegetal fresco. Para calcular o volume final de TM a ser obtido, multiplicar o valor do r.sol. contido no vegetal 
fresco por 10. O volume do líquido extrator a ser adicionado será equivalente ao volume final de TM a 
ser obtido subtraído do volume de água contido no vegetal fresco.
Por sua vez, o insumo inerte utilizado como veículo extrator no preparo de TM é uma mistura 
hidroalcoólica cujo teor vai depender do r.sol. (quadro 7), salvo indicação especial na monografia do 
vegetal (BRASIL, 2011).
Quadro 7 – Insumo inerte utilizado na preparação 
da TM a partir de vegetal fresco
Resíduo sólido Teor hidroalcoólico
Até 29% (plantas com alto teor de água). Se r.sol. for 
inferior a 20%, deve‑se considerá‑lo igual a 20% Usar álcool 90% (p/p)
De 30% a 39% (plantas com médio teor de água) Usar álcool 80% (p/p)
Igual ou acima de 40% (plantas com baixo teor de água) Usar álcool 70% (p/p)
Adaptado de: Brasil (2011).
Exemplo de aplicação
Um laboratório adquire 1.000 g de um vegetal fresco. O primeiro passo é verificar se esta matéria‑prima 
está limpa e pegar uma amostra, que será rasurada em pequenos fragmentos para colocar na estufa a 
100 °C até eliminar toda a água e atingir peso constante. Esse peso corresponde ao r.sol. do vegetal. A 
seguir, deve ser calculada a porcentagem do r.sol. na amostra.
Vamos pensar então na preparação de uma TM com 1.000 g do vegetal e 20% de r.sol. Devemos 
seguir os seguintes passos:
1) Calcular o r.sol. em todo o vegetal.
 r.sol. = 20% . peso do vegetal fresco
 r.sol. = 20% . 1.000 g => r.sol. = 200 g
81
FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
2) Calcular o volume de água contido no vegetal.
 Pesovegetal = Pesoágua + Pr.sol.
1.000 g = Pesoágua + 200 g => Pesoágua = 800 g
Considerando que a densidade da água é igual a 1 g/cm3,800 g = 800 mL
3) Calcular o volume de TM (VTM).
 VTM = 10 . r.sol.
 VTM = 10 . 200 = 2.000 mL
4) Calcular a quantidade de veículo inerte (VVI) a ser utilizada.
 VTM = Vágua + VVI
 2.000 mL = 800 mL + VVI => VVI = 1.200 mL
O veículo inerte utilizado, por conta do r.sol., será o etanol 90%.
5) Calcular o volume de etanol absoluto (Vet.ab.).
 100 mL etanol 90% ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ 90 mL etanol absoluto
 1.200 mL etanol 90% ‑‑‑‑‑‑‑‑‑ x => x = 1.080 mL
6) Calcular o título etanólico da TM.
 
 Vet.ab.Tit.et. = × 100 → 1.080 × 100 = 54%
 VTM 2.000
Portanto, para preparar uma TM a partir de 1.000 g de um vegetal cujo r.sol. corresponda a 20% do 
seu peso, deve‑se adicionar, às 1.000 g do vegetal fresco, 1.080 mL de etanol absoluto e 120 mL de água, 
deixando em maceração por 15 a 20 dias com agitação diária.
Segundo a FHB 3, a maceração consiste em deixar tanto o vegetal dessecado quanto o fresco, 
devidamente dividido, por pelo menos 15 dias em contato com o volume total do líquido extrator 
apropriado, em frasco protegido da luz e calor, agitando o recipiente diariamente. A seguir, deve‑se 
filtrar e guardar o filtrado. Depois, prensar o resíduo, filtrando o líquido junto com o líquido filtrado 
anteriormente. Deixar em repouso por 48 horas e filtrar adequadamente.
82
Unidade II
O método por percolação, por sua vez, envolve
 
colocar a droga vegetal dessecada, finamente dividida e tamisada (tamis 
40 ou 60 […]), em recipiente adequado. Adicionar o líquido extrator em 
quantidade suficiente para umedecer o pó e deixar em contato por 4 horas. 
Transferir cuidadosamente para percolador de capacidade ideal, de forma a 
se evitar a formação de canais preferenciais para o escoamento do solvente. 
Colocar volume suficiente de líquido extrator para cobrir toda a droga e para 
a obtenção da quantidade almejada de tintura‑mãe. Deixar em contato por 
24 horas. Percolar à velocidade de oito gotas por minuto para cada 100 g da 
droga, repondo o solvente de forma a manter a droga imersa, até se obter 
o volume previsto de tintura‑mãe. Deixar em repouso por 48 horas, filtrar e 
armazenar adequadamente (BRASIL, 2011, p. 56).
6.1.2 Preparação de tintura‑mãe de origem animal
Como já vimos, a TM é preparada a partir de animal vivo, recém‑sacrificado ou dessecado, podendo 
ser usado inteiro, partes dele ou secreções. O líquido extrator utilizado é uma mistura hidroalcoólica ou 
hidroglicerinada:
 
Líquido extrator: etanol (65% a 70% (v/v)), mistura de etanol, água e glicerina 
(1:1:1), mistura de água e glicerina (1:1), mistura de etanol e glicerina (1:1) 
ou outro qualquer especificado na respectiva monografia.
Relação droga/líquido extrator: 1:20 (p/v) (5%).
Processo: maceração.
Deixar a droga animal convenientemente fragmentada ou não, de acordo 
com a respectiva monografia, em contato com volume do líquido extrator 
equivalente ao volume final da tintura‑mãe, em ambiente protegido da 
ação direta de luz e calor, agitando o recipiente diariamente. Deixar em 
contato por pelo menos 15 dias quando o líquido extrator for alcoólico e 
por pelo menos 20 dias quando o líquido extrator for glicerinado. Filtrar sem 
promover a expressão. Deixar em repouso por 48 horas, filtrar e armazenar 
adequadamente (BRASIL, 2011, p. 58).
6.1.3 Prazo de validade
O prazo de validade depende da estocagem e natureza da TM. Deverá ser determinado pelo fabricante, 
segundo a legislação em vigor.
Em geral, os laboratórios farmacêuticos industriais, responsáveis por produzir as TM, costumam 
dar validade de cinco anos. A farmácia de manipulação que comercializa essas tinturas, de uso 
83
FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
interno ou externo, deverá manter o controle de qualidade para garantir suas condições – caso haja 
alterações, a TM deverá ser descartada.
6.2 Preparações homeopáticas derivadas
Estas preparações são obtidas através de processos específicos da farmacotécnica homeopática.
Os métodos de dinamização são as metodologias empregadas para o preparo dos medicamentos 
homeopáticos. Segundo Hahnemann (1996, § 269),
 
o método homeopático desenvolve para seus fins específicos as virtudes 
dinâmicas das substâncias cruas a um grau nunca esperado antes. Este 
método lhes dá a todos uma ação profunda, eficaz e benéfica, mesmo 
aquelas que em estado bruto não davam sinal da menor atividade 
medicinal sobre o corpo humano. Esta modificação notável nas qualidades 
das substâncias naturais desencadeia o latente poder dinâmico, e isto se 
realiza por ação mecânica sobre suas menores partículas, triturando‑se 
e sacudindo depois de acrescentar uma substância inerte em pó ou 
líquida. Este processo se chama dinamizar ou potencializar (desencadear 
o poder medicinal) e seus produtos são dinamizações ou potências em 
diferentes graus.
Vamos entender melhor alguns termos empregados na farmacotécnica homeopática para 
facilitar o entendimento do método de dinamização, que é um processo que visa diluir o insumo 
ativo e liberar sua energia medicamentosa através de técnicas de agitação, conhecidas como 
sucussão e trituração:
• Sucussão: agitação responsável pela liberação da energia medicamentosa, utilizada para formas 
farmacêuticas solúveis e líquidas, feita em um frasco de vidro sobre um anteparo elástico.
• Trituração: usada para drogas insolúveis e na preparação da LM, envolve mistura em gral 
de porcelana, seguida de raspagem com espátula de porcelana. Este processo garante a 
homogeneidade da droga com o insumo inerte e a liberação da energia medicamentosa, além de 
conseguir solubilizar a substância insolúvel.
A sucussão pode ser realizada através do processo manual ou mecânico:
• Processo manual: é o movimento de agitar verticalmente de forma vigorosa e constante 
soluções de fármacos sólidos e líquidos diluídos e dissolvidos em insumo inerte adequado, em 
anteparo semirrígido (figura 21).
84
Unidade II
Figura 21 – Sucussão manual
Fonte: Laboratório Arenales (2007 apud DUTRA, 2011, p. 4).
• Processo mecânico: utiliza o aparelho chamado “dinamizador”, que realiza 100 sucussões, 
simulando o movimento do braço humano. O aparelho possui um braço móvel em cuja extremidade 
existe uma garra capaz de manter firmemente fixados frascos cheios de líquidos (figura 22).
Figura 22 – Dinamizador (braço mecânico)
Disponível em: https://bit.ly/3MTGxfO. Acesso em: 15 jun. 2022.
85
FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
O braço mecânico realiza movimentos periódicos, reproduzindo com grande uniformidade o 
movimento realizado manualmente na dinamização de medicamentos homeopáticos. O equipamento 
foi projetado para realizar 100 ciclos de dinamização, representando as 100 sucussões, e desligar‑se 
automaticamente. A precisão eletrônica deste controle garante não só a uniformidade como a 
reprodutibilidade das operações de dinamização, além de dispensar a atenção do operador.
6.2.1 Método de dinamização hahnemanniano ou de frascos múltiplos
Tem como característica a utilização de frascos múltiplos, sendo um método de precisão técnica. 
Devem ser realizadas 100 sucussões, cujo processo poderá ser manual ou mecânico.
Para dinamizar as drogas solúveis, utilizam‑se, como ponto de partida: a TM, droga solúvel em 
insumo inerte com solubilidade igual ou superior a 10% (DH) ou a 1% (CH) e dinamizações anteriores; 
e o insumo inerte, sendo água purificada ou etanol em diferentes graduações. Nas três primeiras 
dinamizações para a escala centesimal e nas seis primeiras para a escala decimal será empregado etanol 
com mesmo título etanólico da TM ou, no caso de mineral solúvel, água purificada ou solução alcoólica 
que o solubilize.
Para estocar e preparar as demais formas derivadas, utilizar etanol a 77% (v/v) ou superior.
No caso de medicamentos nas potências até 3 CH e 6 DH (inclusive), dispensar no mesmo teor 
alcoólico do ponto de partida, colocando a observação de que “deverá ser administrado diluído em água 
na hora do uso”.
O processo de dinamização utilizado é a sucussão.A diluição poderá ser feita nas escalas centesimal (1/100), decimal (1/10) e cinquenta 
milesimal (1/50.000).
A FHB 3 descreve o procedimento apropriado:
 
1. Dispor sobre a bancada tantos frascos quantos forem necessários para 
atingir a dinamização desejada.
2. Colocar em cada frasco volume de insumo inerte na proporção indicada 
[o líquido a ser dinamizado deverá ocupar 2/3 da capacidade do frasco 
utilizado na preparação], conforme escalas decimal ou centesimal.
3. Acrescentar no 1º frasco 1 parte do ponto de partida em 9 (DH) ou 
99 (CH) partes do insumo inerte. Sucussionar 100 vezes. Obtém‑se 
assim 1 DH ou 1 CH.
86
Unidade II
4. Transferir para o 2º frasco 1 parte da 1 DH ou 1 CH em 9 ou 99 partes 
do insumo inerte, respectivamente. Sucussionar 100 vezes. Obtém‑se 
assim 2 DH ou 2 CH.
5. Transferir para o 3º frasco 1 parte da 2 DH ou 2 CH em 9 ou 99 partes 
do insumo inerte, respectivamente. Sucussionar 100 vezes. Obtém‑se 
assim a 3 DH ou 3 CH.
6. Proceder de forma idêntica para as preparações subsequentes até 
atingir a dinamização desejada (BRASIL, 2011, p. 63).
1 parte
1 CH
29 CH28 CH
2 CH
30 CH
Substância 
básica
99 partes de 
álcool 70% 
99 partes de 
álcool 70% 
99 partes de 
álcool 70% 
99 partes de 
solvente 1/100 
1 parte em volume
1 parte em volume1 parte em volume
Dinamização
Figura 23 – Esquema das dinamizações hahnemannianas
Fonte: Dutra (2011, p. 6).
Veja a seguir um exemplo do esquema de dinamização de substância solúvel em álcool na 
escala centesimal.
Exemplo de aplicação
Arnica
Ponto de partida: Arnica TM
Teor alcoólico: 90% (v/v) => dinamizar até 5 CH
1 parte Arnica TM + 99 partes veículo inerte ↑↓ Arnica montana 1 CH
87
FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
Transformando em volume:
1 mL Arnica TM + 99 mL álcool 96% ↑↓ Arnica 1 CH (1/100 = 10‑2)
1 mL Arnica 1 CH + 99 mL álcool 96% ↑↓ Arnica 2 CH (1/10.000 =10‑4)
1 mL Arnica 2 CH + 99 mL álcool 96% ↑↓ Arnica 3 CH (1/1.000.000 = 10‑6)
1 mL Arnica 3 CH + 99 mL álcool 70% ↑↓ Arnica 4 CH (1/100.000.000 = 10‑8)
1 mL Arnica 4 CH + 99 mL álcool 70% ↑↓ Arnica 5 CH (1/10.000.000.000 = 10‑10)
Em seguida, um exemplo do esquema de dinamização de substância solúvel em água purificada na 
escala centesimal.
Exemplo de aplicação
Acidum aceticum
Droga: ácido acético glacial => dinamizar até 5 CH
1 parte Ac. acet. + 99 partes veículo inerte ↑↓ Ac. acet. 1 CH
Transformando em volume:
1 mL Ac. acet. + 99 mL água dest. ↑↓ Ac. acet. 1 CH (1/100 = 10‑2)
1 mL Ac. acet. 1 CH + 99 mL água ↑↓ Ac. acet. 2 CH (1/10.000 =10‑4)
1 mL Ac. acet. 2 CH + 99 mL água ↑↓ Ac. acet. 3 CH (1/1.000.000 =10‑6)
1 mL Ac. acet. 3 CH + 99 mL álcool 70% ↑↓ Ac. acet. 4 CH (1/100.000.000 = 10‑8)
1 mL Ac. acet. 4 CH + 99 mL álcool 70% ↑↓ Ac. acet. 5 CH (1/10.000.000.000 = 10‑10)
E, por fim, um exemplo do esquema de dinamização de substância solúvel em escala decimal.
88
Unidade II
Exemplo de aplicação
Dulcamara
Ponto de partida: Dulcamara TM
Teor alcoólico da TM: 50% (v/v) => dinamizar até 8 DH
1 parte Dulc. TM + 9 partes veículo inerte ↑↓ Dulc. 1 DH
Transformando em volume:
1 mL Dulc. TM + 9 mL álcool 50% ↑↓ Dulc. 1 DH (1/10 = 10‑1)
1 mL Dulc. 1 DH + 9 mL álcool 50% ↑↓ Dulc. 2 DH (1/100 = 10‑2)
1 mL Dulc. 2 DH + 9 mL álcool 50% ↑↓ Dulc. 3 DH (1/1.000 = 10‑3)
1 mL Dulc. 3 DH + 9 mL álcool 50% ↑↓ Dulc. 4 DH (1/10.000 = 10‑4)
1 mL Dulc. 4 DH + 9 mL álcool 50% ↑↓ Dulc. 5 DH (1/100.000 = 10‑5)
1 mL Dulc. 5 DH + 9 mL álcool 50% ↑↓ Dulc. 6 DH (1/1.000.000 = 10‑6)
1 mL Dulc. 6 DH + 9 mL álcool 70% ↑↓ Dulc. 7 DH (1/10.000.000 = 10‑7)
1 mL Dulc. 7 DH + 9 mL álcool 70% ↑↓ Dulc. 8 DH (1/100.000.000 = 10‑8)
Dando continuidade aos métodos de dinamização hahnemannianos ou de frascos múltiplos, para 
as drogas insolúveis, quando a solubilidade for inferior a 10% (DH) ou 1% (CH) em água ou em 
etanol em diferentes graduações, o ponto de partida utilizado é a própria droga. O processo de 
dinamização e insumo inerte utilizado é a trituração em lactose para a fase sólida, e diluição (álcool 
nas diversas diluições) e sucussão para a fase líquida.
Deve‑se atentar para o uso da lactose nas três primeiras triturações para a escala centesimal 
e nas seis primeiras para a escala decimal, salvo se especificado de outra forma na respectiva 
monografia. A partir da 4 CH ou 7 DH, utilizar como insumo inerte etanol em diferentes graduações.
89
FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
1) Divida a quantidade total 
de lactose a ser utilizada em 
3 partes iguais
99 partes de lactose 
(para escala centesimal)
ou
9 partes de lactose 
(para escala decimal)
2) Coloque a 1º terça 
parte da lactose para 
tapar os poros do gral 
3) Colocar 1 parte 
do insumo ativo
9) Colocar 2º terça 
parte da lactose
11) Colocar 3º terça 
parte da lactose
4) Homogeneizar com espátula
5) Triturar por 6 minutos
6) Raspar com espátula o triturado e homogeneizar por 4 minutos
7) Triturar por mais 6 minutos
8) Raspar o triturado por 4 minutos
10) Repetir os procedimentos 5,6,7 e 8
12) Repetir os procedimentos 5,6,7 e 8
Figura 24 – Preparação de escalas centesimal e decimal de drogas insolúveis
Fonte: Dutra (2011, p. 7).
Descrição do procedimento segundo a FHB 3:
 
1. Dividir a quantidade total de lactose a ser utilizada em três partes iguais. 
Uma terça parte de lactose será colocada em gral de porcelana e triturada 
para tapar os poros do mesmo.
2. Sobre esse terço de lactose coloca‑se o insumo ativo a ser triturado 
obedecendo à escala decimal (1 parte de insumo ativo para 9 partes de 
insumo inerte) ou centesimal (1 parte de insumo ativo para 99 partes 
de insumo inerte).
3. Homogeneizar com espátula de porcelana ou de aço inox.
4. Triturar, vigorosamente, durante 6 minutos.
5. Raspar, com espátula de porcelana ou de aço inox, o triturado aderido ao 
gral e ao pistilo, durante 4 minutos, homogeneizando‑o.
6. Triturar, vigorosamente, durante 6 minutos, sem acréscimo de lactose.
7. Raspar o triturado durante 4 minutos.
90
Unidade II
8. Acrescentar a segunda terça parte de lactose.
9. Triturar, vigorosamente, durante 6 minutos.
10. Raspar o triturado durante 4 minutos.
11. Triturar, vigorosamente, durante 6 minutos, sem acréscimo de lactose.
12. Raspar o triturado durante 4 minutos.
13. Acrescentar o último terço de lactose.
14. Triturar, vigorosamente, durante 6 minutos.
15. Raspar o triturado durante 4 minutos.
16. Triturar, vigorosamente, durante 6 minutos.
17. Raspar o triturado durante 4 minutos.
18. Esse triturado será acondicionado em recipiente bem fechado e 
protegido da luz, recebendo o respectivo nome homeopático e a designação 
de primeiro triturado. 1/10 ou 1/100. […] (BRASIL, 2011, p. 61‑62).
Para preparar o segundo triturado usa‑se 1 parte do primeiro triturado e 9 partes de lactose para a 
produção de 2 DH ou 99 partes de lactose para 2 CH, e repete‑se o mesmo procedimento realizado para 
obtenção do primeiro triturado. O segundo triturado deve também ser acondicionado em frasco bem 
fechado e protegido da luz solar e identificado com o nome da substância e 2 CH ou 2 DH, conforme 
a escala utilizada no preparo. O mesmo procedimento deve ser aplicado sucessivamente até a sexta 
trituração na escala decimal (DH), ou seja, 6 DH, e até a terceira trituração na escala centesimal, 3 CH.
Para solubilizar o triturado:
 
A. Para solubilizar a 6 DH trit., considerando que a lactose não é solúvel a 
frio na proporção de 1/10 (p/v), aquecer água purificada a temperatura entre 
40 °C e 45 °C. Adicionar 10 partes dessa água aquecida sobre 1 parte da 6 DH 
trit. e homogeneizar até completa dissolução e resfriamento. Em seguida, 
sucussionar 100 vezes para obter a 7 DH. Essa preparação intermediária 
não pode ser estocada. Para preparar a 8 DH, diluir 1 parte da 7 DH em 
9 partes de etanol a 30% (v/v) para dispensar e igual ou superior a 77% 
(v/v) para estocar.
91
FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
B. Para solubilizar a 3 CH trit., dissolver 1 parte dessa trituração em 
80 partes de água purificada, completar com 20 partes de etanol a 
96% (v/v) e sucussionar100 vezes, para obter a 4 CH. Essa preparação 
intermediária não pode ser estocada. As demais dinamizações serão 
preparadas em etanol de graduação igual ou superior a 77% (v/v) para 
estocar e etanol a 30% (v/v) para dispensar (BRASIL, 2011, p. 62‑63).
Veja a seguir exemplo do esquema da trituração de substância insolúvel na escala centesimal.
Exemplo de aplicação
Calcarea carbonica
Ponto de partida: Calcium carbonicum (cálcio de ostra – Calcarea ostrearum), também chamado 
de Calcium => dinamizar até 5 CH
1 parte Calcium carb. + 99 partes veículo inerte (trituração) Calcium carb. 1 CH
Transformando:
1 g Calcium carb. + 99 g lactose (trituração) Calcium 1 CH (1/100 = 10‑2)
1 g Calcium 1 CH + 99 g lactose (trituração) Calcium 2 CH (1/10.000 = 10‑4)
1 g Calcium 2 CH + 99 g lactose (trituração) Calcium 3 CH (1/1.000.000 = 10‑6)
1 g Calcium 3 CH + 99 mL álcool 20% ↑↓ Calcium 4 CH (1/100.000.000 = 10‑8)
1 mL Calcium 4 CH + 99 mL álcool 70% ↑↓ Calcium 5 CH (1/10.000.000.000 = 10‑10)
Na escala decimal, devemos triturar 1 g do p.ativo + 9 g lactose até chegar à potência 6 DH. 
Depois, solubilizar em álcool 20% e sucussionar 100 vezes para obter a 7 DH, usando álcool 70% 
como veículo inerte para as próximas dinamizações.
Quadro 8 – Características do método hahnemanniano
Insumo ativo
Drogas solúveis: TM, dinamização anterior e fármacos solúveis
Drogas insolúveis 
Insumo inerte
Drogas solúveis: água purificada, etanol nas mais diversas graduações e 
etanol 77% (v/v) nas preparações intermediárias armazenadas
Drogas insolúveis: trituração até 3 CH ou 6 DH, solubilização da 4 CH e 7 DH 
e diluição em etanol 77% (v/v) e sucussão a partir da 5 CH e 8 DH
Número de frascos Frascos múltiplos
92
Unidade II
Volume líquido para 
sucussões
O líquido a ser dinamizado deverá ocupar 1/2 a 2/3 da capacidade do frasco 
utilizado na preparação
Escala Centesimal (1/100) ou decimal (1/10)
Número de sucussões 100
Processo
Subst. solúveis: diluição e sucussão
Subst. insolúveis: diluição e trituração
Manual ou mecânico
Adaptado de: Brasil (2011).
6.2.2 Método de dinamização de fluxo contínuo
É empregado para produzir altíssimas potências de forma mais rápida, pois a diluição e a agitação 
ocorrem simultaneamente. A FHB incluiu o método FC entre as regras de preparação do medicamento 
homeopático, limitando suas potências a 100 mil FC.
Esse método utiliza frasco único e a sucussão é realizada através de 100 rotações executadas 
por uma hélice emborcada na câmara de dinamização. O ponto de partida é a 30 CH em etanol a 
77% (v/v), o insumo inerte utilizado é a água purificada, e o processo é mecânico, com diluição e 
turbilhonamento contínuos.
O aparelho de fluxo contínuo (figura 25) é composto basicamente pelas seguintes partes:
• sistema de alimentação, composto por um funil de separação, servindo de reservatório do insumo inerte;
• torneira, que permite escoar a água do reservatório do insumo inerte para a câmara de dinamização;
• tubo de vidro para manter a pressão da água estável durante o processo, garantindo um fluxo 
contínuo e constante;
• válvula para o controle do fluxo de água do reservatório do insumo inerte para a câmara de 
dinamização;
• câmara dinamizadora, de vidro termorresistente – permitindo sua esterilização em estufa –, com 
uma entrada superior para o insumo inerte e uma saída lateral para as dinamizações;
• hélice ou palheta de vidro termorresistente, que turbilhona a diluição;
• motor com capacidade para promover o turbilhonamento do meio líquido.
93
FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
Tampa
Torneira do funil
Tubo
Motor
Haste
Funil
Pinça da hélice
Base
Redoma
Torneira do controle
1
6
10
14
9
Câmara de 
dinamização
Hélice11
Suporte do funil
2
Giglê7
3
8
13
5
12
4
Figura 25 – Aparelho de fluxo contínuo Valéria
Fonte: Romanach (2010, p. 27 apud DUTRA, 2011, p. 12).
 Saiba mais
Para entender melhor o método FC, acesse:
POZETTI, G. L. Fluxo contínuo e sua realidade. Infarma: Ciências Farmacêuticas, 
Brasília, v. 12, n. 9/10, 2000. Disponível em: https://bit.ly/39uOnz2. Acesso em: 
28 jan. 2022.
94
Unidade II
Quadro 9 – Características do método fluxo contínuo
Insumo inerte Água purificada 
Número de frascos Câmara de dinamização única 
Controle da vazão Fluxo contínuo e constante que garanta a obtenção da preparação 
Volume O líquido a ser dinamizado deverá ocupar 2/3 da capacidade do frasco utilizado na preparação 
Escala Não definida 
Número de sucussões 100 sucussões correspondem a 100 rotações 
Processo
Diluição e turbilhonamento
Mecânico 
Adaptado de: Brasil (2011).
Segundo a FHB 3, para preparar o medicamento homeopático utilizando o método FC o aparelho 
deve obrigatoriamente atender às seguintes especificações:
 
A câmara de dinamização deverá possuir capacidade volumétrica conhecida 
e sistema de entrada e saída de diluente de forma que esse volume se 
mantenha constante durante o processo.
A entrada de água deve ocorrer junto ao centro do vórtice do líquido em 
dinamização, de forma que a água purificada que entra na câmara seja 
turbilhonada antes de ser expulsa.
A vazão deve estar sincronizada com o número de rotações por minuto do 
motor, conforme manual do equipamento.
A potência desejada será função do tempo necessário para sua obtenção. 
Alcançado o tempo definido, desligar simultaneamente a entrada de água e 
o motor do equipamento.
Retirar da câmara dinamizadora o volume necessário para que sejam feitas, 
a seguir, duas dinamizações centesimais hahnemannianas em etanol a 
77% (v/v) ou superior (BRASIL, 2011, p. 66‑67).
A FHB 3 prossegue descrevendo o procedimento:
 
Adicionar o volume da matriz de partida em etanol a 77% (v/v) ou superior, 
equivalente à capacidade volumétrica da câmara do aparelho. A entrada de 
água purificada e a rotação do motor serão acionadas simultaneamente.
A dinamização inicia‑se sempre com a câmara cheia.
95
FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
O processo será reiniciado com a última potência FC em que ele foi 
interrompido, adicionando o volume da matriz de partida equivalente à 
capacidade volumétrica da câmara do aparelho.
Acionar, então, a entrada da água purificada e o motor, simultaneamente.
Interromper o processo sempre duas potências antes da desejada.
Para o preparo das duas últimas potências será seguido o método 
hahnemanniano em escala centesimal, usando como insumo inerte etanol 
a 77% (v/v) ou superior.
Somente as potências em etanol a 77% (v/v) poderão ser estocadas.
A dispensação do medicamento preparado segundo o método de fluxo 
contínuo deve se dar a partir da 200 FC até a 100 000 FC, como limite 
máximo (BRASIL, 2011, p. 67).
Tabela 1 – Tempo e volume necessários para preparar as potências FC 
(volume útil da câmara de dinamização: 2 mL; 
velocidade do motor: 3.600 rpm; fluxo: 72 mL/min)
Ponto de partida (CH) Potência final (FC) Tempo de preparo Volume (mL)
30 200 4 min 40 s 336
30 1 M 26 min 53 s 1.935
30 10 M 4 h 36 min 47 s 19.928
30 100 M 46 h 36 min 47 s 199.856
Adaptada de: Dinamizadores… (s.d.).
6.2.3 Método de dinamização korsakoviano
No Brasil, o método korsakoviano é usado para preparações a partir da diluição de 30 CH 
em etanol 77% (v/v). É um método de frasco único, sem precisão técnica, obtido após diluição e 
realização de 100 sucussões, utilizando como ponto de partida a dinamização de potência 30 CH 
obtida pelo processo hahnemanniano, podendo realizar a dinamização manualmente ou através 
do dinamizador mecânico.
Segundo a FHB 3, para preparar o medicamento homeopático pelo método korsakoviano, deve‑se:
 
colocar num frasco quantidade suficiente da matriz na potência 30 CH de 
modo que ocupe de 1/2 a 2/3 de sua respectiva capacidade. Emborcar o 
frasco, deixando o líquido escorrer livremente por cinco segundos. Adicionar 
o insumo inerte na quantidade previamente estabelecida e sucussionar 
96
Unidade II
por 100 vezes. A resultante dessa sequência de operações corresponde à 
31 K. Repetir esse procedimento para obter as dinamizaçõessubsequentes 
(BRASIL, 2011, p. 66).
É proibido estocar medicamentos preparados por este método.
Quadro 10 – Características do método korsakoviano
Insumo inerte Etanol 77% (v/v) nas preparações intermediárias
Número de frascos Frasco único
Volume O líquido a ser dinamizado deverá ocupar 1/2 a 2/3 da capacidade do frasco utilizado na preparação 
Número de sucussões 100
Processo
Diluição e sucussão
Manual ou mecânico
Adaptado de: Brasil (2011).
6.3 Escalas de dinamização
São a proporção entre insumo ativo e insumo inerte seguida da energização através das 
sucussões ou triturações. De acordo com a FHB 3, não é permitida a conversão aritmética entre 
diferentes escalas.
Como já abordado ao longo deste livro‑texto, são usadas as escalas centesimal, decimal e 
cinquenta milesimal.
 Lembrete
Escala decimal: 1 parte do insumo ativo + 9 partes do insumo inerte.
Escala centesimal: 1 parte do insumo ativo + 99 partes do insumo inerte.
Dinamização: diluição do princípio ativo em veículo inerte adequado + 
energização.
Substâncias solúveis: dinamização = diluição + sucussão.
Substâncias insolúveis: dinamização = diluição + trituração.
Como as dinamizações nas escalas decimal e centesimal já foram anteriormente relatadas, falta 
descrever a escala cinquenta milesimal (LM), que aparece pela primeira vez no parágrafo 270 da sexta 
edição do Organon de Hahnemann (1996). É empregada na preparação de formas farmacêuticas derivadas.
97
FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
Hahnemann sempre buscava medicamentos que tivessem uma ação suave, profunda e duradoura. 
Desta forma, ele aumentou o grau de diluição, pois conseguia através da impressão energética de 
uma droga mais diluída uma ação que atingia todas as partes do organismo, sem agravar os sintomas. 
No início do desenvolvimento desta técnica houve algumas dificuldades, como sua compreensão e a 
padronização dos microglóbulos.
As diluições são feitas na proporção de 1:50.000, segundo método próprio, descrito na FHB 3:
 
Ponto de partida. Droga vegetal, animal ou biológica, sempre que possível 
no estado fresco e droga mineral. Poderá ser utilizada a tintura‑mãe, tendo 
sua força medicamentosa corrigida com posterior evaporação.
Nota: no caso de utilizar a TM como ponto de partida, fazer a correção da 
força medicamentosa. Logo após tapar os poros do gral, a TM será adicionada 
ao primeiro terço da lactose (ao preparar a 1 CH trit.). Após evaporação, em 
temperatura inferior a 50 °C, seguir com a técnica de trituração.
Exemplos. Uma TM de origem vegetal (10%) tem força medicamentosa 
de 1/10, ou seja, 1 parte da droga está contida em 10 partes de TM. Para a 
1ª trituração centesimal, colocar 10 partes da TM para 100 partes de lactose. 
Para TM de origem animal (5%) a força medicamentosa é de 1/20, ou seja, 
colocar 20 partes da TM para 100 partes de lactose.
Insumo inerte. Água purificada, lactose, microglóbulos e etanol em diferentes 
graduações.
Volume. Para a fase líquida, o líquido a ser dinamizado deverá ocupar entre 
1/2 e 2/3 da capacidade do frasco utilizado na preparação.
Número de sucussões. 100.
Processo. Para a fase sólida, trituração; para a fase líquida, diluição e sucussão, 
manual ou mecânica.
Técnica
Primeira etapa. Trituração da droga até 3 CH trit., conforme técnica 
de trituração.
Segunda etapa. Dissolução do 3º triturado.
– Pesar 63 mg do 3º triturado e dissolver em quinhentas gotas de 
etanol a 20% (v/v).
98
Unidade II
Terceira etapa. Preparação da 1ª dinamização LM (1 LM).
– Em frasco de capacidade adequada, colocar uma gota da solução 
anterior em 100 gotas de etanol a 96% (v/v).
– Aplicar 100 sucussões.
– Umedecer 500 microglóbulos com uma gota desta solução 
(100 microglóbulos devem corresponder a 63 mg).
– Deixar secar à temperatura ambiente. Essa é a matriz na potência 1 LM.
Quarta etapa. Preparação da 2ª potência LM (2 LM).
– Em frasco de capacidade adequada, dissolver um microglóbulo da 
1 LM em uma gota de água purificada.
– Acrescentar 100 gotas de etanol a 96% (v/v).
– Aplicar 100 sucussões.
– Umedecer 500 microglóbulos com uma gota da solução intermediária 
anterior.
– Separá‑los, rapidamente, sobre papel de filtro, deixar secar à temperatura 
ambiente. Essa é a matriz na potência 2 LM.
Quinta etapa. Preparação das demais potências LM.
– Em frasco de capacidade adequada, dissolver um microglóbulo da LM 
imediatamente anterior, em uma gota de água purificada.
– Acrescentar 100 gotas de etanol a 96% (v/v).
– Aplicar 100 sucussões.
– Umedecer 500 microglóbulos com uma gota da solução intermediária 
anterior.
– Deixar secar à temperatura ambiente (BRASIL, 2011, p. 64‑65).
Veja a seguir a esquematização das etapas utilizadas nessa escala, conforme a FHB 3.
99
FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
1ª etapa: trituração da droga até 3 CH, independentemente da solubilidade 
da substância
1 g p.ativo + 99 g lactose => trituração > 1 CH
1 g 1 CH + 99 g lactose => trituração > 2 CH
1 g 2 CH + 99 g lactose => trituração > 3 CH
2ª etapa: solubilização do triturado 3 CH
63 mg 3 CH + 500 gotas (400 gotas água purificada + 100 gotas álcool 96%) => 
solução (sol.) A
3ª etapa: diluição + sucussão – preparação da primeira dinamização LM (1 LM)
1 gota sol.A + 100 gotas álcool 96% (v/v) ↓↑ sol.B (1/100)
1 gota sol.B + 500 microglóbulos => secagem > 1 LM
(1/100 × 1/500 = 1/50.000)
4ª etapa: preparação da 2 LM
1 microglóbulo 1 LM + 1 gota água purificada + 100 gotas álcool 96% ↑↓ sol.B1
1 gota sol.B1 + 500 microglóbulos => secagem > 2 LM
5ª etapa: preparação da 3 LM
1 microglóbulo 2 LM + 1 gota água purificada + 100 gotas álcool 96% ↑↓ sol.B2
1 gota sol.B2 + 500 microglóbulos => secagem > 3 LM
6.4 Formas farmacêuticas de dispensação: uso interno
Forma farmacêutica pode ser definida como o estado final de apresentação dos princípios 
ativos farmacêuticos após manufatura e/ou manipulação, com ou sem adição de excipientes. Na 
farmacotécnica homeopática existem formas farmacêuticas de uso interno líquidas e sólidas 
(quadro 11).
100
Unidade II
Quadro 11 – Formas farmacêuticas homeopáticas de uso interno
Formas farmacêuticas Apresentação
Líquidas
Gotas (um princípio ativo)
Gotas (mais de um princípio ativo)
Dose única líquida
Poção (dose única ou doses repetidas)
Sólidas
Glóbulos
Comprimidos
Tabletes
Pós
Dose única
Formulações (mais de um princípio ativo)
As descrições realizadas neste tópico estão fundamentadas nas orientações da FHB 3 e na quinta 
edição do Manual de normas técnicas (ABFH, 2019), que são mais recentes. Ao longo do tempo, os 
processos foram sofrendo alterações, e as pesquisas realizadas pela comunidade foram formalizadas 
nestas literaturas. As orientações que surgiram na quinta edição do Manual de normas técnicas 
(ABFH, 2019) normatizaram algumas prescrições magistrais na tentativa de criar referências para 
padronização.
A partir dessas orientações, cada farmácia de manipulação desenvolve seus padrões quanto ao 
conteúdo dos preparados, tamanho de comprimidos, glóbulos e tabletes, veículos inertes utilizados 
e inclusive a validade de suas preparações.
6.4.1 Formas farmacêuticas de uso interno líquidas
Como mencionado no quadro 11 e explicitado a seguir, as formas farmacêuticas de uso interno 
líquidas podem se apresentar como dose única líquida, gotas, poção, preparações líquidas X/XX/20 ou 
preparações magistrais.
 Observação
Nas preparações líquidas pode‑se adotar o critério ponderal (p/p), 
volumétrico (v/v), ou misto (v/p) ou (p/v), contanto que se conserve o 
mesmo critério até o fim da operação (ABFH, 2019).
A dose única líquida é elaborada para ser tomada de uma só vez, e utiliza matrizes preparadas 
nos métodos hahnemanniano e de fluxo contínuo. Seu ponto de partida é a matriz dinamizada 
na potência desejada em etanol 77% (v/v), devendo diluir o ponto de partida no insumo inerte na 
proporção desejada. O insumo inerte recomendado é água purificada ou etanol até 5% (v/v) – para 
que a dose tenha uma validade maior, algumas farmácias utilizam etanolaté 30% (v/v).
101
FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
Utiliza‑se o volume de acordo com o prescrito, sendo utilizadas duas gotas do insumo ativo para 
cada mL de insumo inerte, até o máximo de 10 mL. Para os casos não especificados, as farmácias 
adotaram um padrão de quatro gotas do medicamento na dinamização desejada a cada 2 mL de 
insumo inerte. Deve‑se rotular de acordo com as normas técnicas legais.
Veja a seguir um exemplo de prescrição e técnica de preparo.
Exemplo de aplicação
Lycopodium clav. 30 CH – dose líquida
(veículo de acordo com a farmácia ou prescritor)
Técnica de preparo:
1) Preparar o Lycopodium na escala e no método determinado, ou seja, caso não tenha no estoque 
a matriz 30 CH, pegamos a potência mais próxima e a dinamizamos até chegar à 30ª. Para ficar no 
estoque, esta dinamização deverá ser preparada em etanol 77% (v/v).
2) Geralmente, a farmácia dispensa esta dose em frasco de vidro âmbar com batoque e tampa. 
O volume do frasco deve ter no máximo 10 mL.
3) Como na prescrição temos apenas a informação de dose líquida, sem mencionar o veículo inerte 
ou o volume, a farmácia adota o padrão de dispensar 2 mL de dose, portanto utilizando quatro gotas da 
matriz na potência prescrita no veículo inerte padrão.
Lycopodium clav. 30 CH … 4 gotas
Álcool 5% (v/v) ………… 2 mL
O prescritor pode solicitar outros veículos inertes e outros volumes, bastando adequar às 
informações solicitadas.
O cliente deverá ser orientado a tomar todo o medicamento, de uma só vez, em jejum ou ao se 
deitar, conforme indicado na prescrição.
Além da dose anteriormente apresentada, temos também os medicamentos em gotas. Esta forma 
farmacêutica é normalmente dispensada em etanol a 30% (v/v), obtida pelos métodos hahnemanniano, 
korsakoviano e de fluxo contínuo, conforme volume prescrito ou de acordo com a quantidade 
padronizada pela farmácia.
A FHB 3 define que essa preparação tem como insumo inerte preparados hidroalcoólicos a 30% (v/v), 
e contém medicamento dinamizado a ser administrado sob a forma de gotas.
102
Unidade II
 Observação
Para preparações nas potências até 3 CH ou 6 DH, deve‑se “utilizar no 
preparo e para a dispensação o mesmo teor alcoólico do ponto de partida” 
(BRASIL, 2011, p. 70).
Na preparação em gotas podem ser utilizados um ou vários princípios ativos. Veja a seguir exemplos 
de prescrição e preparo da apresentação em gotas nas escalas C, D e LM.
Exemplo de aplicação
Arsenicum album 200 CH – 20 mL
Técnica de preparo:
1) Buscar no estoque de matrizes a potência mais próxima da prescrição. No caso, o ideal é pegar 
a 199 CH para dinamizar a 200 CH em etanol 30% (v/v). Caso não tenha esta dinamização, precisará 
dinamizar em etanol 77% (v/v) até a 199 CH e daí preparar a 200 CH.
2) Como o volume a dispensar será de 20 mL, deve pegar um frasco de vidro âmbar de 30 mL para 
preparar esta dispensação (volume de 1/2 a 2/3 volume do frasco).
0,2 mL Arsenicum alb. 199 CH + 19,8 mL etanol 30% (v/v) ↓↑ Arsenicum alb. 200 CH
3) Transferir este volume dinamizado para o frasco de 20 mL com conta‑gotas ou batoque gotejador.
4) Rotular de acordo com as normas técnicas legais.
 Observação
As potências devem ser aviadas puras, ou seja, com o dinamizado, 
conhecidas como medicamento a 100%. No entanto, algumas farmácias 
preparam a potência desejada diluída a 1% em etanol 30% (v/v). Este é o 
processo conhecido como impregnação a 1%.
103
FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
Exemplo de aplicação
Arnica mont. 12 DH – 20 mL
Como neste medicamento a escala é decimal, fazer a correspondência para o insumo ativo e 
insumo inerte:
2 mL Arnica mont. 11 DH + 18 mL etanol 30% (v/v) ↑↓ Arnica mont. 12 DH
No caso, quando temos uma prescrição em dinamizações baixas, principalmente na escala decimal, 
é necessário preparar o medicamento a 100%.
Exemplo de aplicação
Valeriana off. 1 DH líquido – 20 mL
Neste caso, não podemos esquecer de usar o insumo inerte de acordo com o teor alcoólico da 
TM. Valeriana TM é seu ponto de partida, e seu teor alcoólico é 70%. Portanto, para prepararmos este 
medicamento, o insumo inerte também deverá ser o etanol 77% (v/v).
2 mL Valeriana off. + 18 mL etanol 77% (v/v) ↓↑ Valeriana off. 1 DH – 20 mL
Este preparado deverá conter no rótulo a informação para diluir as gotas em água para ingestão.
Outro exemplo de manipulações com um princípio ativo líquido é para a escala de dinamização 
cinquenta milesimal.
Exemplo de aplicação
Sulphur 8 LM líquido
No caso das manipulações da escala cinquenta milesimal, deve‑se:
1 microglóbulo Sulphur 8 LM + 1 gota água + 20 mL etanol 30% (v/v) – dispensar em frasco de vidro 
âmbar de 30 mL
1) Dissolver um microglóbulo do Sulphur 8 LM com uma gota de água purificada. Caso não tenha 
a dinamização prescrita, deverá executar a dinamização até a potência receitada, conforme descrito 
no item 6.3.
2) Após dissolução, acrescentar o veículo de dispensação em quantidade suficiente para o volume 
prescrito. Quando não houver esta informação, deverá dispensar 20 mL da solução – geralmente etanol 
30% (v/v) em frasco de 30 mL.
104
Unidade II
3) O volume da preparação deverá ocupar no mínimo 1/2 e no máximo 2/3 da capacidade do frasco 
de dispensação.
4) Homogeneizar e rotular de acordo com as normas técnicas legais.
Veja um exemplo de prescrição e preparo da apresentação em gotas com mais de um princípio ativo:
Exemplo de aplicação
Arnica montana 6 CH
Rhus toxicodendron 6 CH ãã qsp 30 mL
Ruta graveolens 6 CH
Está sendo solicitado que sejam preparados 10 mL de cada componente – pois “ãã” significa que 
estão em quantidades iguais – e juntá‑los num frasco de 30 mL, conforme descrito a seguir:
1) Separar as matrizes solicitadas na prescrição, se possível na potência 5 CH.
2) Retirar do estoque 0,1 mL da matriz Arnica mont. 5 CH e adicionar solução hidroalcoólica a 
30% (v/v) qsp 10 mL em frasco com capacidade para 15 mL ou 20 mL.
3) Empregar 100 sucussões neste frasco. Repetir este mesmo processo com as outras matrizes.
4) Com todos os componentes dinamizados separadamente, misturá‑los em quantidades iguais já 
num frasco de 30 mL e homogeneizar.
5) Rotular de acordo com as normas técnicas legais.
Algumas farmácias preferem juntar quantidades iguais destas matrizes e impregnar a 1% no etanol 
30% (v/v), em vez de dispensar o medicamento a 100% conforme descrito.
Deve‑se observar sempre nestes compostos as escalas de dinamização de cada componente para 
poder dinamizar respeitando as quantidades exigidas.
Nas apresentações líquidas temos ainda os medicamentos conhecidos como poções do tipo 
dose única ou em doses repetidas. Veja a seguir um exemplo de prescrição e preparo de uma poção 
em dose única:
105
FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
Exemplo de aplicação
Pulsatilla nigricans 30 CH – XX/30
Tomar todo o conteúdo em jejum.
Técnica de preparo:
1) Pegar a matriz Pulsatilla nig. 30 CH em etanol 77% (v/v) no estoque ou dinamizar até chegar 
nesta potência.
2) Transferir 20 gotas da 30 CH para um frasco de vidro âmbar de 30 mL e acrescentar 30 mL de 
água purificada.
3) Homogeneizar e rotular de acordo com as normas técnicas legais.
O número de gotas da matriz é determinado pelo algarismo romano, e o volume do insumo inerte 
– no caso, água purificada – é indicado pelo algarismo arábico. Portanto, deve‑se adicionar:
XX (algarismo romano) = 20 gotas de Pulsatilla nig. 30 CH.
30 (algarismo arábico) = 30 mL de água purificada.
No rótulo deve‑se identificar o nome do preparado como “Pulsatilla nig. 30 CH – XX/30”. O cliente 
deverá ser orientado a tomar todo o conteúdo de uma única vez, e a validade deste produto é de um a 
dois dias devido ao uso da água purificada.
Outro exemplo de prescrição:
Exemplo de aplicação
Nux vomica 30 CH – XX/30 (etanol 30%)
Tomar 5 gotas do preparado, 1 vez ao dia, pela manhã em jejum.
Neste preparado devem ser adicionadas 20 gotas da Nux vomica 30 CH em 30 mL do insumo inerte, 
que, neste caso, é indicado pelo prescritor como sendo etanol 30% (v/v). Nesse preparado se define 
a quantidade

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