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Trabalho de fundamentos tcc - Adoção homoafetiva

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DIREITO
VIEIRA, Lucas Bezerra, Adoção homoafetiva no Brasil, amparo legislativo e
essência dos julgados. In: Trabalho Fundamentos TCC; Faculdade UniCBE;
Rio de Janeiro, setembro de 2023.
ADOÇÃO HOMOAFETIVA NO BRASIL: 
SURGIMENTO DE UMA NOVA FAMILIA
Por: VIEIRA, Lucas Bezerra
RESUMO
 O presente trabalho irá expor de maneira ampla, porém objetiva o instituto da adoção e a
possibilidade de adoção de crianças por casais homoafetivos. Para tanto irá definir os
conceitos de família, a homossexualidade e os recentes julgamentos sobre o tema, as
controvérsias acerca da adoção e qual o entendimento que tem prevalecido. Ao fim, uma
conclusão sobre a temática, e possíveis soluções para eventuais conflitos existentes entre
legislação e jurisprudência sobre o tema.
PALAVRAS-CHAVE: adoção; homoafetividade; família.
INTRODUÇÃO: 
De acordo com a doutrina da proteção integral á criança e ao adolescente, evidência que a adoção 
homoafetiva ganha espaço e enfrenta novos desafios após a conquista de uma nova concepção de forma 
familiar, a partir da discussão acerca da igualdade de direitos dos casais heterossexuais e homoafetivos, e 
ainda do reconhecimento da união estável homoafetiva como uma modalidade de família e, portanto, com 
direito à parentalidade por meio da adoção. No contexto esses doutrinadores, como Rodrigo e Lopes citando 
a família no código civilista de 1916 e o Baranoski, citando na década de 80 o surgimento e abrindo “uma 
discussão acerca da homossexualidade”, e a luta pelos seus direitos.
Ambos em épocas diferentes, trazendo esse surgimento inovador e quebrando paradigmas mediante ao 
preconceito nos tempos do século XX.
DESENVOLVIMENTO:
Mediante o ordenamento jurídico Rodrigues e Lopes com a transformação social e familiar, as alterações 
legisla vas foram inevitáveis e algumas muito expressivas, como o Estatuto da Mulher Casada, Lei 
n°4.121/1962, e a Lei do Divórcio (EC 9/77), Lei n° 6515/77. Já com a carta magna de 1988 a en dade 
familiar ganhou novos horizontes. O sistema jurídico passou a estabelecer regras segundo a realidade social
e esta alcançou o núcleo familiar, regulamentando a possibilidade de novas concepções de família, e não 
apenas as cons tuidas pelo casamento, crescendo o conceito em forma geral e protegendo todos os seus 
integrantes. Já com o surgimento da cons tuição de 1988, ganha-se campo a igualdade entre homem e 
mulher, onde também o conceito de família foi ampliado, trazendo o concubinato á qualidade de en dade 
familiar, ganhando proteção estatal. Vê-se que a união estável foi á nova denominação adotada para 
indicar as relações afe vas decorrentes da convivência entre homem e mulher, visando a cons tuir família, 
fora das formalidades legais do casamento civil. Ressalta-se que a união estável foi norma zada e 
reconhecida como en dade familiar merecedora de amparo a par r do parágrafo 3° do ar go 226 da 
Cons tuição de 1988.
 No contexto de Baranoski e seus ensinamentos, tais direitos elencados na cons tuição se traduzem 
também na liberdade para dispor da própria sexualidade, estando plenamente amparado nós direitos 
fundamentais do indivíduo. E com isso o ordenamento jurídico atual veio a contemplar que os casais do 
mesmo sexo também devem ter garan do por lei seus direitos, e assim serem favorecidos pelos efeitos que
o Estado assegura para os casais heteroafe vos, devendo assim possuir a proteção, como vem tratando o 
caput do ar go 5° da Cons tuição Federal de 1988. 
Mediante o autor o reconhecimento das uniões homoafe vas, acorreu através de uma construção lenta e 
progressiva, vindo o ordenamento abarcar tais direitos através de uma interpretação propiciada, pelos 
Tribunais Superiores, com tudo a carta Magna, regulamentando judicialmente falando de toda realidade 
social existente. E agora entende-se que o afeto que antes não era considerado como um fator 
determinante na formação da en dade familiar, passando agora ser reconhecido como tal. Recurso 
reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal, ao apreciar o Recurso Especial 477.554, cuja relatório foi do 
ministro Celso de Mello, citando valores da união civil entre pessoas do mesmo sexo. Mediante o 
doutrinador essa tal decisão teve eficácia ERGAS OMNES valendo para todas as pessoas de habilitação para 
casamento de casais do mesmo sexo. Nesse contexto o ar go 1.723 do Código Civil, traz a família formada 
através da união estável entre homem e mulher, configurada na convivência pública, con nua e duradoura 
e estabelecida com o obje vo de cons tuição de família, e tais conceitos foram ampliados, não devendo 
mais serem u lizados como um impedimento ao reconhecimento das uniões entre pares do mesmo sexo, 
tendo tendo em vista que a a sua interpretação ganhou aspecto preconceituoso e discriminatório, devendo
ser o mesmo interpretado conforme a Cons tuição, excluindo qualquer significado que impeça o 
reconhecimento da união con nua, pública e duradoura entre pessoas do mesmo sexo como família. Assim
ganha o pleno reconhecimento da união de pessoas do mesmo como en dade familiar.
 CONCLUSÃO:
Através deste ar go podemos observar que a adoção evoluiu muito através dos séculos, e que a maior 
preocupação deve-se voltar para o bem-estar da criança e do adolescente. A adoção por casais 
homossexuais se torna um assunto polêmico, por levantar uma questão social que foi por muito tempo 
foco de preconceito. A orientação sexual diferente da considerada normal é alvo de prejulgamentos, que 
acabam es gma zando o assunto. Este estudo nos mostrou que um casal homoafe vo tem plena 
capacidade de criar uma criança tanto quanto um casal heterossexual. Mesmo que os indivíduos façam 
opções diferentes em relação a sua escolha sexual, isso de nada interfere na construção de uma família. O 
desejo de criar uma família é comum a todos os indivíduos, e todos têm direito a ela. O presente estudo 
nos mostra que negar a adoção a um casal, pelo simples fato de ela ser considerada diferente dos padrões 
gerais estabelecidos pela sociedade é um ato de discriminação. A Cons tuição Federal garante o direito de 
igualdade e a promoção do bem e da igualdade a todos. Assim devemos observar que a adoção acima de 
tudo é um ato de amor, pois criar um filho sem qualquer vínculo de sangue é um ato que evidencia a 
relação de amor entre as partes que cons tuirão esta família. Então para deferir a adoção, não deve ser 
observado o po de união, e sim a intenção que este casal, seja homossexual ou heterossexual tem para 
criar esta criança. Os casais homoafe vos devem preencher os mesmos requisitos e critérios que os casais 
heteroafe vos têm para que sejam considerados aptos à adoção. A Decisão do Supremo Tribunal Federal 
ter reconhecido a união estável para casais homoafe vos deve ser o referencial para a mudança da 
mentalidade social, acabando assim com o preconceito e proporcionando ainda mais a igualdade entre 
direitos e deveres de pessoas homossexuais. Então embora este assunto seja “novo” para o Direito e a 
sociedade, não deve ser visto com temor, até porque todos os indivíduos têm direitos iguais, e mesmo 
sendo diferente do geral, não podem ser banalizados. Na adoção, o que deve ser considerado relevante 
sempre é o bem-estar da criança, e o que será melhor para ela. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 
DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.
CASTRO, Maria Cristina d’Avila de. A adoção em famílias homoafetivas. In:Cartilha 
Adoção: um direito de todos e todas. 
COSTA, Tereza Maria Machado Lagrota. ADOÇÃO POR PARES HOMOAFETIVOS: 
uma abordagem jurídica e psicológica. (artigo) Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais 
Vianna Junior.
VIEIRA, Lucas Bezerra .
Matricula: 19235015050
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