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TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS Professor Bruno Simões de Abreu GUIA DA DISCIPLINA TUBULAÇOES INDUSTRIAIS 2021 1 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 1. Tubulações: Aspectos Gerais Essa disciplina abordará assuntos relacionados a projeto e dimensionamento de tubulações Materiais, principais processos de fabricação e especificação de tubos. Meios de ligação entre tubos. Conexões, filtros, purgadores e separadores utilizados em tubulações. Válvulas gaveta, globo, esfera, de retenção, macho, de segurança e alívio e, de controle. Traçado e Detalhamento de Tubulações. Tubos são destinados principalmente ao transporte de fluidos. Tubulação é um conjunto de tubos, conexões, flanges, válvulas e seus diversos acessórios. A necessidade de utilização de tubulação se deve principalmente aos pontos de geração e armazenagem dos fluidos estarem distantes dos pontos de consumo. Usam-se tubulações para transporte de fluidos líquidos e gasosos, assim como fluidos pastosos e com sólidos em suspensão. A importância das tubulações nas indústrias é muito grande, pois as redes de tubulações existentes nas indústrias são essenciais para seu funcionamento. Em uma instalação nova essas redes correspondem a um custo aproximado de 25% do total que é investido, sendo assim, se torna um ponto de muita atenção para o projeto, construção e montagem do empreendimento. 2 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 1.1. Classificação das Tubulações Quanto a Função Existem diversas aplicações para tubulações, conforme descrito na figura abaixo: As tubulações de processo são as que se destinam aos fluidos que constituem a finalidade básica da indústria, tais como as tubulações óleos e combustíveis em refinarias, vapor em termoelétricas, produtos químicos em indústrias químicas. As tubulações de utilidades são as que se destinam aos fluidos auxiliares, essas tubulações auxiliam o funcionamento da indústria, como também, operações de manutenção, limpeza, combate a incêndio. Principais sistemas que constituem as tubulações de utilidades vapor, condensado, água de resfriamento, água potável, ar comprimido. As tubulações de instrumentação são as que se destinam para sinais de ar comprimido para válvulas e instrumentos automáticos, e para tomadas nas tubulações de processo e utilidades para medição em instrumentos, como medições de pressão, temperatura, viscosidade, etc. As tubulações de transmissão hidráulica são as que se destinam a transmissão de fluídos para comandos e servomecanismos hidráulicos. 3 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância As tubulações de drenagem são as que se destinam a coletar e conduzir ao destino os diversos efluentes de uma indústria. Normalmente as tubulações de drenagem não são pressurizadas e devem prever escoamento por gravidade. As tubulações de transporte são as que se destinam ao transporte em longas distâncias, como exemplo interligando duas indústrias ou a captação de água em um rio até a indústria. As tubulações de distribuição são as que se destinam a distribuição de fluidos em diversos pontos de consumo, como exemplo as redes de distribuição de gás ou água potável. 4 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 1.2. Classificação das Tubulações Quanto ao Fluido Existe uma grande gama de fluidos que podem ser transportados por tubulações, segue na figura abaixo os mais conhecidos. 5 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 2. Tubulações: Materiais, Processos de Fabricação e Normas Dimensionais 2.1. Principais Materiais para Tubos Atualmente empregam-se uma variedade muito grande de materiais para a fabricação de tubos. Como exemplo a A.S.T.M. (American Society for Testing and Materials) específica mais de 500 tipos diferentes de materiais. Segue na figura abaixo um resumo dos principais materiais usados: 6 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância A escolha do material para uma determinada aplicação depende principalmente da pressão e temperatura de trabalho, do fluido (aspectos de corrosão, contaminação, sólidos em suspensão), do custo, do nível de segurança necessário, das sobrecargas externas que existirem e da resistência ao escoamento (perdas de carga). 2.2. Processos de Fabricação de Tubos Segue na figura abaixo os quatro principais processos de fabricação para tubos. 2.2.1. Fabricação de Tubos por Laminação Os processos de laminação são os mais utilizados para a fabricação de tubos de aço sem costura; empregam-se para a fabricação de tubos de aços-carbono, aços-liga e aços inoxidáveis, desde 2” até 24” de diâmetro nominal. Existem alguns processos de fabricação por laminação, porém o mais utilizado é o processo “Mannesmann”, que consiste resumidamente nas seguintes operações indicadas na figura abaixo. Um lingote cilíndrico de aço, com o diâmetro externo aproximado do tubo que se vai fabricar, é aquecido a cerca de 1.200°C e levado ao laminador oblíquo. 7 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância O laminador oblíquo tem rolos de cone duplo, cujos eixos fazem entre si um pequeno ângulo. O lingote é colocado entre os dois rolos, que o prensam, e lhe imprimem, ao mesmo tempo, um movimento helicoidal de rotação e translação. Em consequência do movimento de translação o lingote é pressionado contra uma ponteira cônica que se encontra entre os rolos. A ponteira abre um furo no centro do lingote, transformando-o em tubo, e alisa continuamente a superfície interna recém-formada. A ponteira, que é fixa, está colocada na extremidade de uma haste com um comprimento maior do que o tubo que resultará. O tubo formado nessa primeira operação tem paredes muito grossas. A ponteira é então retirada e o tubo, ainda bastante quente, é levado para um segundo laminador oblíquo, com uma ponteira de diâmetro um pouco maior, que afina as paredes do tubo, aumentando o comprimento e ajustando o diâmetro externo. Depois das duas passagens pelos laminadores oblíquos o tubo está bastante empenado. Passa então em uma ou duas máquinas desempenadeiras de rolos. O tubo sofre, finalmente, uma série de operação de calibragem dos diâmetros externo e interno, e alisamento das superfícies externa e interna. Essas operações são feitas em várias passagens em laminadores com mandris e em laminadores calibradores 8 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Normalmente tubos com processo de fabricação por laminação são utilizados em diâmetros até 6”, salvo aplicações especiais. 2.2.2. Fabricação de Tubos por Extrusão Nesse tipo de fabricação, um tarugo maciço do material sob alta temperatura, em estado pastoso, é colocado em um recipiente de aço sob a ação de uma prensa. Em uma única operação, que dura no total poucos segundos, conforme fases indicadas na figura abaixo. 9 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Passo 1 da figura acima - O tarugo em estado pastoso é posicionado no recipiente. Passo 2 da figura acima - O êmbolo da prensa, cujo diâmetro externo é o mesmo do tarugo, encosta no tarugo. Passo 3 da figura acima - O mandril, acionado pela prensa, fura completamente o centro do tarugo. Passo 4 da figura acima - O êmbolo empurra o tarugo obrigando o material a passar pelo furo de uma matriz calibrada e por fora do mandril, formando o tubo. Para tubos de aço a temperatura de aquecimento é da ordem de 1.200°C; as prensas são sempre verticais e o esforço da prensa pode chegar a 1.500 t. Os tubos de aço saem dessa primeira operaçãocurtos e grossos; são levados então, ainda quentes, a um laminador de rolos para redução do diâmetro. Vão finalmente para outros laminadores que desempenam e ajustam as medidas do diâmetro e da espessura das paredes. Devido ao alto custo de fabricação normalmente o processo de fabricação por extrusão se destinam a tubos de aço de pequenos diâmetros (abaixo de 2”) e para tubos de alumínio, cobre, latão, chumbo e outros metais não ferrosos, assim como, materiais plásticos. 2.2.3. Fabricação de Tubos por Fundição Nesses processos o material do tubo, em estado líquido, é despejado em moldes, onde de solidifica adquirindo a forma final. Normalmente o processo de fabricação por fundição de destinam a tubos de ferro fundido, de alguns aços especiais não-forjáveis, e da maioria dos materiais não-metálicos, tais como: barro vidrado, concreto, cimento-amianto e borrachas. Para melhores resultados de qualidade e acabamento utiliza-se a fundição por centrifugação, em que o material líquido é lançado em um molde com movimento de rotação, sendo então centrifugado contra as paredes do molde. O tubo resultante da 10 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância fundição centrifugada tem uma textura mais homogênea e compacta e paredes de espessura mais uniforme. 2.2.4. Fabricação de Tubos com Costura A grande maioria de tubos de aço carbono, aço liga e aço inoxidável são fabricados com costura, em toda faixa de diâmetros usuais na indústria. Existem duas disposições de costura soldada longitudinal (ao longo de uma geratriz do tubo) e espiral, sendo a longitudinal a empregada na maioria dos casos. Para os tubos com solda longitudinal a matéria-prima pode ser uma bobina de chapa fina enrolada, ou chapas planas avulsas. As bobinas são usadas para a fabricação contínua de tubos de pequeno diâmetro, empregando-se as chapas planas para os tubos de diâmetros médios e grandes. A bobina ou a chapa é calandrada no sentido do comprimento até formar o cilindro, sendo então as bordas entre si; a circunferência do tubo formado é a largura da bobina ou da chapa. No caso da solda em espiral, a matéria-prima é sempre uma bobina (para a fabricação contínua), para todos os diâmetros, permitindo esse processo a fabricação de tubos de qualquer diâmetro, inclusive muito grandes. A bobina é enrolada sobre si mesma, sendo a largura da bobina igual à distância entre duas espiras da solda. 11 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Empregam-se também dois tipos de solda: de topo (butt-weld) e sobreposta (lap- weld), cujos detalhes estão mostrados na figura anterior. A solda de topo é usada em todos os tubos soldados por qualquer dos processos com adição de metal, e nos tubos de pequeno diâmetro soldados por resistência elétrica. A solda sobreposta é empregada nos tubos de grande diâmetro soldados por resistência elétrica. Segue abaixo os principais processos industriais para execução da solda: • Solda elétrica por arco protegido (com adição de metal do eletrodo): o Solda por arco submerso (submerged arc welding). o Solda com proteção de gás inerte (inert gas welding). • Solda por resistência elétrica (electric resistance welding — ERW) (sem adição de metal). Nos processos de solda com adição de metal, a bobina ou a chapa é sempre dobrada a frio até o diâmetro final; a conformação pode ser conseguida pela dobragem contínua da bobina, por meio de rolos, em máquinas automáticas, ou pela calandragem ou prensagem de cada chapa. Qualquer que seja o processo de soldagem, a solda é feita sempre a topo e com o mínimo de dois passes, um dos quais, nos tubos de boa qualidade, é dado pelo lado interno do tubo. Em qualquer caso, exige-se sempre que os bordos da bobina ou da chapa sejam previamente aparados e chanfrados para a solda. A solda por arco submerso e a solda com proteção de gás inerte são feitas automática ou semi-automaticamente. O processo de solda manual é raramente empregado por ser antieconômico. Todos os processos de solda por arco protegido são usados principalmente para a fabricação de tubos de aço de grandes diâmetros (10” de diâmetro nominal em diante). A costura de solda pode ser longitudinal ou em espiral. Os tubos com costura são quase sempre de qualidade inferior aos sem costura, mas o seu uso é bastante difundido por serem geralmente mais baratos. 12 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 2.2.5. Fabricação de Tubos Soldados por Resistência Elétrica Nos processos de solda por resistência elétrica, a bobina de chapa depois de cortada na largura certa, é conformada inteiramente a frio, em uma máquina de fabricação contínua com rolos que comprimem a chapa de cima para baixo e depois lateralmente, como mostra a Fig. 6. Uma vez atingido o formato final do tubo, dá-se a solda pelo duplo efeito da passagem de uma corrente elétrica local de grande intensidade e da forte compressão de um bordo contra o outro pela ação de dois rolos laterais, conforme indicado na figura abaixo. Existem dois sistemas de condução da corrente elétrica para solda do tubo. No processo dos discos de contato que rolam sobre o tubo com pequena pressão, próximos aos bordos a soldar. Esse processo aplica-se aos tubos de diâmetros acima de 6” de diâmetro. No processo "Thermatool'`, mais moderno e aplicável também aos tubos de pequeno diâmetro, a corrente passa entre dois eletrodos de cobre maciço que deslizam suavemente sobre as bordas do tubo. Em qualquer dos casos, a corrente elétrica usada é sempre alternada, de baixa voltagem e de alta frequência (até 400.000 ciclos/s). A corrente de alta frequência tem a vantagem de produzir um aquecimento mais uniforme. A intensidade da corrente, que é sempre elevada, dependerá da espessura da chapa e da velocidade de passagem do tubo pelos eletrodos. A temperatura no local da solda é da ordem de 1.400°C, devendo por isso, tanto o tubo como os eletrodos, terem uma ampla circulação de óleo de resfriamento. Imediatamente depois da solda, a rebarba externa é removida e em seguida o tubo é resfriado, desempenado, calibrado e cortado no comprimento certo. 13 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 2.3. Tubos de Aço Carbono Os tubos de aço carbono são os mais empregados em indústrias principalmente devido ao baixo custo, excelentes qualidades mecânicas e facilidade de solda e de conformação. Em indústrias de processamento, mais de 80% dos tubos são de aço- carbono, que é usado para água doce, vapor de baixa pressão, condensado, ar comprimido, óleos, gases e muitos outros fluidos pouco corrosivos, em temperaturas desde - 45°C, e em grande faixa de pressão. Alguns tubos de aço-carbono são galvanizados, ou seja, com um revestimento interno e externo de zinco depositado a quente, com a finalidade de dar maior resistência à corrosão. A resistência mecânica do aço carbono começa a sofrer uma forte redução em temperaturas superiores a 400°C. Em temperaturas superiores a 530°C o aço-carbono sofre uma intensa oxidação superficial (scaling), quando exposto ao ar, com formação de grossas crostas de óxidos, o que o torna inaceitável para qualquer serviço contínuo. Deve ser observado que em contato com outros meios essa oxidação pode se iniciar em 14 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância temperaturas mais baixas. Por todas essas razões não se recomenda o uso de aço carbono para tubos trabalhando permanentemente a mais de 400°C, embora possam ser admitidas temperaturas eventuais até 550°C, desde que sejam de curta duração e não coincidentes com grandes esforços mecânicos. Quanto maior for a quantidade de carbono no aço maior será a sua dureza emaiores serão os limites de resistência e de escoamento; em compensação o aumento do carbono prejudica a ductilidade e a soldabilidade do aço. Por esse motivo, em aços para tubos limita- se a quantidade de carbono até 0,35%, sendo que até 0,30% a solda é bastante fácil, e até 0,25%os tubos podem ser facilmente dobrados a frio. Os aços-carbono podem ser "acalmados" (killed-steel), com adição de até 0,1% de Si, para eliminar os gases, ou "efervescentes" (rimed-steel), que não contêm Si. Recomenda-se o emprego de aços carbono acalmados sempre que ocorrerem. temperaturas acima de 400°C, ainda que por pouco tempo, ou para temperaturas inferiores a 0°C. Os aços de baixo carbono (até 0,25%C) têm limite de ruptura da ordem de 31 a 37 kg/mm2, e limite de escoamento de 15 a 22 kg/mm2. Para os aços de médio carbono (até 0,35%) esses valores são respectivamente 37 a 54 kg/mm2, e 22 a 28 kg/mm2. O aço-carbono quando exposto à atmosfera sofre uma corrosão uniforme, que é tanto mais intensa quanto maiores forem a umidade e a atmosfera. O contato direto com o solo causa não só a ferrugem como uma corrosão alveolar penetrante, que é mais grave em solos úmidos ou ácidos; esse contato deve por isso ser sempre evitado. O aço carbono é violentamente atacado pelos ácidos minerais, principalmente quando diluídos ou quentes. O serviço com os álcalis, mesmo quando fortes, é possível até 70°C, devendo entretanto, para temperaturas acima de 40°C, ser feito um tratamento térmico de alívio de tensões; temperaturas mais elevadas causam um grave problema de corrosão sob-tensão no aço- carbono. De um modo geral, os resíduos da corrosão do aço-carbono não são tóxicos, mas podem afetar a cor e o gosto do fluido contido. 15 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 2.3.1. Especificações para Tubos de Aço Carbono Seguem abaixo principais especificações para tubos de aço carbono. ASTM-A-106 — Especificação para tubos sem costura de 1/8" a 24" de diâmetro nominal, de alta qualidade, de aço carbono acalmado, para uso em temperaturas elevadas. Essa especificação fixa as exigências de composição química, ensaios e de propriedades mecânicas que o material deve satisfazer. A especificação abrange três graus de material A (baixo carbono), B (médio carbono) e C (alto carbono). Os tubos de grau "C", que só devem ser empregados até 200°C, são fabricados apenas, eventualmente, sob encomenda. Para serviços em que haja encurvamento a frio devem ser empregados tubos de grau "A". Recomenda-se o uso de tubos A-106 quando ocorrerem temperaturas de trabalho acima de 400°C. ASTM-A-53 — Especificação para tubos de aço carbono, de qualidade média, com ou sem costura, de 1/8" a 24" de diâmetro nominal, para uso geral. Essa especificação fixa também as exigências de composição química, de propriedades mecânicas e ensaios que o material deve satisfazer. A aço-carbono por essa especificação não é sempre acalmado. Os tubos podem ser pretos, isto é, sem acabamento, ou galvanizados. ASTM-A-120 — Especificação para tubos de aço carbono, com ou sem costura, pretos ou galvanizados, de qualidade estrutural, de 1/8" a 16" de diâmetro nominal. Essa especificação embora, como as anteriores, fixe as dimensões, tolerâncias, testes de aceitação etc., não prescreve exigências de composição química completa, portanto, o material não tem garantia de qualidade. A norma ASME.B.31.3 só permite o emprego desses tubos para os fluidos denominados "categoria D", o que inclui fluidos não-inflamáveis, não-tóxicos, em pressões até 10 kg/cm2, e em temperaturas até 180° C ASTM-A-333 (Gr. 6) — Especificação para tubos de aço carbono, sem costura, especiais para baixas temperaturas. O aço para esses tubos tem uma taxa de carbono até 0,3%, e de manganês de 0,4 a 1,05b; é sempre normalizado para refinamento do grão e é submetido ao ensaio de impacto "Charpy" a -46°C. 16 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância API-5L — Especificação do "American Petroleum Institute" para tubos de aço- carbono de qualidade média. Abrange tubos de 1/8" a 64" de diâmetro nominal, pretos, com ou sem costura. Os graus de material, os requisitos de composição química e de propriedades mecânicas são semelhantes aos da especificação ASTM-A-53. API-5LX — Especificação para tubos com e sem costura, fabricados com aços- carbono de alta resistência, especiais para oleodutos. 2.4. Tubos de Aço Liga e Aço Inoxidável Denominam-se "aços-liga" (alloy-steel) todos os aços que possuem qualquer quantidade de outros elementos, além dos que entram na composição dos aços-carbono. Dependendo da quantidade total de elementos de liga, distinguem-se os aços de baixa liga (low alloy-steel), com até 5% de elementos de liga, aços de liga intermediária (intermediate alloy-steel), contendo entre 5% e 10%, e os aços de alta liga (high alloy-steel), com mais de 10%. Os aços inoxidáveis (stainless steel), são os que contêm pelo menos 12% de cromo, o que lhes confere a propriedade de não oxidem mesmo em exposição prolongada a uma atmosfera normal. Todos os tubos de aços-liga são bem mais caros do que os de aço-carbono, sendo de um modo geral o custo tanto mais alto quanto maior for a quantidade de elementos de liga. Além disso, a montagem e soldagem desses tubos é também mais difícil e mais cara. Como todas as instalações industriais estão sujeitas a se tornarem obsoletas em relativamente pouco tempo, não é em geral econômico nem recomendável o uso de aços- liga apenas para tornar muito mais longa a vida de uma tubulação. Os principais casos em que se justifica o emprego dos aços especiais (aços-liga e inoxidáveis), são os seguintes: • Altas temperaturas — Temperaturas acima dos limites de uso dos aços- carbono, ou mesmo abaixo desses limites, quando seja exigida grande resistência mecânica, resistência à fluência ou resistência à corrosão. Como em tubulações de vapor de alta pressão e temperatura. 17 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância • Baixas temperaturas — Temperaturas inferiores a — 45°C, para as quais os aços-carbono ficam sujeitos a fratura frágil. Como em tubulações de hidrogênio em plantas criogênicas. • Alta corrosão — Serviços com fluidos corrosivos, mesmo quando dentro da faixa de emprego dos aços-carbono. De um modo geral, os aços-liga e inoxidáveis têm melhores qualidades de resistência à corrosão do que os aços-carbono. Existem casos de exceção como a água salgada que oxida os aços especiais tão rapidamente como os aços carbono. • Necessidade de não contaminação — Serviços para os quais não se possa admitir a contaminação do fluido circulante (produtos alimentares e farmacêuticos, por exemplo). A corrosão, ainda que só seja capaz de destruir o material do tubo depois de muito tempo, pode causar a contaminação do fluido circulante, quando os resíduos da corrosão são carregados pela corrente fluida. Por essa razão, nos casos em que não possa haver contaminação, empregam-se muitas vezes os aços especiais, embora do ponto de vista propriamente da corrosão não fossem necessários. • Segurança — Serviços com fluidos perigosos (muito quentes, inflamáveis, tóxicos, explosivos etc.), quando seja exigido o máximo de segurança contra possíveis vazamentos e acidentes. Também nesses casos, estritamente devido à corrosão, não seriam normalmente necessários os aços especiais. No que se refere à corrosão, convém observar que, exceto quando entram em jogo também a não-contaminação ou a segurança, o problema é puramente econômico: quanto mais resistente for o material, tanto mais longa a vida do tubo. Portanto, a decisão será tomada como resultado da comparação do custo dos diversos materiais possíveis, com o custo de operação e de paralisação do sistema.2.4.1. Especificações para Tubos de Aço Liga Existem tubos de duas classes gerais de aços-liga: Os aços-liga molibdênio e cromo- molibdênio, e os aços-liga níquel. Seguem abaixo principais especificações para tubos de aço liga. 18 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância A-335 — Para os aços-liga Mo e Cr-Mo. Na tabela abaixo são indicados os graus mais utilizados. A-333 — Para os aços-liga Ni. 2.4.2. Especificações para Tubos de Aço Inoxidável Existem duas classes principais de aços inoxidáveis: Os austeníticos (não- magnéticos), contendo basicamente 16% a 26% de Cr e 6% a 22% de Ni, e os ferríticos (magnéticos), contendo basicamente 12% a 30% de Cr, sendo os austeníticos o grupo mais importante. A principal especificação para tubos de aço inoxidável é a A-312. Na tabela abaixo são indicados os graus mais utilizados. 19 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 2.5. Normas Dimensionais para Tubos Os diâmetros e espessuras (“schedule”) comerciais para tubos de aço carbono e aços liga são definidos na norma americana ASME.B.36.10, e para os tubos de aço inoxidável na norma ASME.B.36.19. Essas normas abrangem os tubos fabricados por qualquer um dos processos usuais de fabricação. Todos esses tubos são designados por um número chamado "Diâmetro Nominal IPS" (Iron Pipe Size), ou "bitola nominal". A norma ASME.B.36.10 abrange tubos de 1/8" até 36", e a norma ASME.B.36.19 abrange tubos de 1/8" até 12". Para cada diâmetro nominal fabricam-se tubos com várias espessuras de parede. Entretanto, para cada diâmetro nominal, o diâmetro externo é sempre ele variando apenas o diâmetro interno, de acordo com a espessura dos tubos. 3. Meios de Ligação de Tubos Os diversos meios usados para conectar tubos, não servem somente para ligar os tubos entre si, como também para ligar os tubos às válvulas, conexões, acessórios e equipamentos (tanques, bombas, vasos, etc.). Seguem abaixo os principais meios de ligação de tubos. • Ligações roscadas (screwed joints). • Ligações soldadas (welded joints). • Ligações flangeadas (flanged joints). • Ligações de ponta e bolsa (bell and spigot joints). • Outros sistemas de ligação: ligações de compressão, ligações ranhuradas etc. A escolha do meio de ligação a usar depende de muitos fatores entre os quais: material e diâmetro do tubo, finalidade e localização da ligação, custo, grau de segurança exigido, pressão e temperatura de trabalho, fluido contido, necessidade ou não de desmontagem etc. É importante observar que na maioria das vezes usam-se, na mesma tubulação, mais de um sistema de ligação diferente 20 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 3.1. Ligações Roscadas As ligações roscadas são normalmente utilizadas para tubos de pequeno diâmetro (até diâmetro nominal de 2”), pois essas ligações são de baixo custo e de fácil execução. Para a ligação dos tubos entre si podem se utilizar as luvas e as uniões como na figura abaixo, todas com rosca interna para acoplar com a rosca externa da extremidade dos tubos. As principais normas americanas para roscas de tubos são a ASME B1.20.1 e a API.5.B (rosca NPT). As ligações roscadas são um ponto fraco na tubulação, sujeita a possíveis vazamentos e com menor resistência do que o próprio tubo. Por esse motivo, essas ligações, embora permitidas pelas normas, limitam-se na prática às tubulações de baixa responsabilidade, tais como instalações prediais e tubulações de serviços secundários em instalações industriais (água, ar comprimido e condensado, em baixas pressões e temperatura ambiente). 3.2. Ligações Soldadas Na indústria a maior parte das ligações são soldadas, com solda por fusão (welding), com adição de eletrodo, e são divididas em dois tipos principais conforme abaixo. • Solda de topo (butt welding); • Solda de encaixe (socket welding). 21 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância As ligações soldadas garantes uma boa resistência mecânica (equivalente ao tubo sem solda), estanqueidade perfeita e permanente, praticidade na aplicação de isolamento térmico e de pintura, baixa necessidade de manutenção. 3.2.1. Solda de Topo A solda de topo é o sistema mais utilizado para as ligações de tubulações de 2" ou maiores. Os tubos e demais acessórios para uso com solda de topo, devem ter as extremidades com chanfros para solda, de acordo com os padrões da norma ASME.B.16.25 conforme mostrado na figura abaixo. A norma ASME.B.31, em suas diversas seções, contém várias recomendações sobre soldagem de tubos, incluindo sequência de soldagem, tratamentos térmicos, qualificação de soldadores, testes de inspeção e aceitação. 3.2.2. Solda de Encaixe A solda de encaixe é o sistema mais utilizado para as ligações de tubulações de 1.1/2" ou menores. Os tubos são ligados por meio de luvas ou de uniões semelhantes às conexões utilizadas nas ligações roscadas conforme figura abaixo. Os tubos são soldados nas luvas ou nas uniões com um único cordão externo de solda em angulo (solda de filete); para isso, as extremidades dos tubos devem ser planas, tendo as luvas e as uniões rebaixos 22 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância onde se encaixam os tubos. A norma ASME.B.31.3, recomenda que não se use solda de encaixe em serviços de alta corrosão ou erosão. 3.3. Ligações Flangeadas As ligações flangeadas são compostas por dois flanges, um jogo de parafusos ou estojos com porcas e uma junta de vedação conforme figura abaixo. As ligações flangeadas são ligações facilmente desmontáveis, por isso, empregam- se principalmente para conectar válvulas, equipamentos (bombas, compressores, tanques, vasos etc.) e em tubulações de aço que possuam revestimento interno anticorrosivo. No caso das tubulações com revestimentos internos a ligação flangeada é a melhor solução, porque permite a continuidade do revestimento, desde que este se estenda também sobre as faces dos flanges. 23 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância A principal norma americana de especificação de flanges é ASME.B.16.5. 3.3.1. Tipos de Flanges Seguem abaixo os principais tipos de flanges especificados na norma ASME.B.16.5. • Flange de pescoço (welding neck - WN) É o tipo de flange mais usado em tubulações industriais. Entres os flanges mais utilizados é o mais resistente, que permite melhor aperto, e que gera as menores tensões residuais em consequência da soldagem e das diferenças de temperatura. Este flange é ligado ao tubo por uma única solda de topo conforme figura abaixo. • Flange sobreposto (slip on - SO) É o tipo de flange mais barato e mais fácil de se instalar do que o flange de pescoço, porque a ponta do tubo encaixa no flange, facilitando o alinhamento e evitando a necessidade do corte do tubo na medida exata. O flange é ligado ao tubo por duas soldas em angulo, uma interna e outra externa conforme figura abaixo. Esse tipo de flange normalmente é utilizado para tubulações em serviços não severos, porque o aperto permissível é menor que o do flange de pescoço, as tensões residuais são elevadas e as descontinuidades de seção dão origem à concentração de esforços e facilitam a erosão e a corrosão. Os flanges sobrepostos são sempre pontos fracos na tubulação, porque a sua resistência mecânica é inferior à do próprio tubo. 24 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância • Flange roscado (screwed - SCR) É o tipo de flange mais utilizado em tubulações secundárias (não severas) com diâmetros 1.1/2” ou menores, metais não soldáveis e plásticos. O flange é ligadoao tubo por rosca conforme figura abaixo. O aperto permissível com esses flanges é pequeno, as tensões desenvolvidas são elevadas e a rosca age como um intensificador de esforços, e como uma permanente causa de vazamento. • Flange de encaixe (socket weld - SW) Esse tipo flange é semelhante ao sobreposto, porém é mais resistente e tem um encaixe completo para a ponta do tubo conforme figura abaixo, dispensando-se por isso a solda interna. É o tipo de flange usado para a maioria das tubulações de aço de pequeno diâmetro, até 2". • Flange solto (lapjoint) Esses tipos de flanges ficam soltos na tubulação, capazes de deslizar livremente sobre o tubo. Quando se empregam esses flanges, solda-se a topo na extremidade do tubo uma peça especial denominada virola ou pestana, que servirá de batente para o flange conforme figura abaixo. 25 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância A grande vantagem desses flanges é o fato de ficarem completamente fora do contato com o fluido, sendo por isso muito empregados em serviços que exijam materiais mais nobres (como aço inoxidável e titânio). Para todos esses serviços, os flanges podem ser de material barato, como ferro ou aço carbono galvanizado, ficando apenas os tubos e a virola de material mais nobre. • Flange cego (blind) São flanges fechados, usados para extremidades de linhas ou fechamento de bocais flangeados conforme figura abaixo. 3.3.2. Acabamento das Faces de Flanges A face de assentamento dos flanges pode ter vários tipos de acabamento. O faceamento dos flanges está padronizado na norma ASME B16.5, sendo os tipos abaixo os mais utilizados. • Face com ressalto (raised face – RF ou FR) É o tipo de face mais comum para flanges de aço, aplicável a quaisquer condições de pressão e temperatura. A superfície do ressalto pode ser ranhurada (com ranhuras concêntricas ou espiraladas) ou lisa. • Face plana (flat face – FF ou FP) É o tipo de face mais comum para flanges de materiais frágeis (como ferro fundido e plásticos). 26 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância • Face para junta de anel (ring type joint – RTJ ou FJA) É o tipo de face utilizado para flanges de aço em serviços severos, de altas pressões e temperaturas (como vapor de alta pressão e hidrocarbonetos) e fluidos perigosos e tóxicos por oferecer maior segurança contra vazamentos. A face dos flanges tem um rasgo circular profundo, onde se encaixa uma junta em forma de anel metálico. A dureza da face dos flanges deve ser sempre superior à do anel metálico da junta. • Face de macho e fêmea É o tipo de face menos utilizados que os anteriores, são utilizados para serviços especiais com fluidos corrosivos. Segue na figura abaixo os tipos de faces de flanges. 3.3.3. Fabricação e Classes para Flanges O forjamento é o melhor sistema de fabricação para flanges de aço de qualquer tipo. Na prática, devido ao alto custo e à dificuldade de obtenção de peças forjadas de grandes dimensões, admitem-se, para os flanges de 20" ou maiores, sistemas alternativos de fabricação (como flanges de anel rolado laminado a quente e flanges feitos de chapa ou de barra calandrada). A norma ASME B16.5 define 7 classes de pressões nominais para flanges (150# 300# 400# 600# 900# 1.500# 2.500#). As pressões nominais definidas na norma ASME 27 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância B16.5 não significam a pressão admissível de trabalho do flange, uma vez que a pressão de trabalho depende de outros fatores como temperatura, esforços externos. Teremos, então, para cada classe de pressão nominal, uma curva de variação da pressão admissível em função da temperatura como mostrado na figura abaixo. 3.3.4. Juntas para Flanges Em todas as ligações flangeadas existe sempre uma junta que é o elemento de vedação. Seguem abaixo os principais tipos de juntas para flanges. • Juntas não metálicas São juntas planas, usadas para flanges de face com ressalto ou de face plana. Os principais materiais empregados para essas juntas são borracha natural, borrachas sintéticas, materiais plásticos, papelão hidráulico. 28 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância • Juntas semimetálicas, em espiral São juntas constituídas de uma lâmina metálica (geralmente de aço inoxidável), torcida em espiral, com enchimento de amianto entre cada volta. Para essas juntas, recomenda-se o acabamento liso para a face dos flanges. • Juntas metálicas folheadas São juntas com uma capa metálica, plana ou corrugada e enchimento de amianto. • Juntas metálicas maciças São juntas metálicas com faces planas ou ranhuradas. Usam-se essas juntas com flanges de face com ressalto para pressões muito altas e com flanges de face de macho e fêmea. • Juntas metálicas de anel (JTA) São anéis metálicos maciços de seção ovalada ou octogonal, sendo a ovalada a mais comum. As dimensões do anel, que variam com o diâmetro e com a classe de pressão nominal do flange. Segue na figura abaixo os tipos de juntas para flanges. 29 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 3.3.4. Parafusos e Estojos para Flanges Para a ligação de um flange no outro e aperto da junta, empregam-se dois tipos de parafusos máquina e estojos. Os parafusos de máquina são parafusos cilíndricos com cabeça integral sextavada ou quadrada. Os estojos são barras cilíndricas rosqueadas com porcas e contraporcas independentes. Os estojos permitem melhor aperto do que os parafusos de máquina. Segue na figura abaixo o parafuso e estojo para flanges. 4. Válvulas As válvulas têm o objetivo de estabelecer, controlar e interromper o fluxo em uma tubulação. As válvulas representam, em média, cerca de 8% do custo total de uma instalação de processo, assim como tem uma grande representatividade no custo de manutenção da instalação. Seguem abaixo os tipos mais utilizados de válvulas. • Válvulas de Bloqueio (Essas válvulas têm como função principal de interromper o fluxo na tubulação, essas válvulas operam totalmente abertas ou fechadas). o Válvula Gaveta; o Válvula Esfera; o Válvula Macho. 30 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância • Válvulas de Regulagem (Essas válvulas têm como função principal controlar o fluxo na tubulação, controlando o fluxo é possível controlar outras variáveis com pressão e temperatura, essas válvulas podem operar parcialmente abertas). o Válvula Globo; o Válvula Agulha; o Válvula Borboleta; o Válvula Diafragma. • Válvulas de Retenção (Essas válvulas têm como função principal permitir fluxo apenas em um sentido na tubulação). o Válvula de Retenção Portinhola; o Válvula de Retenção Esfera; o Válvula de Retenção Pistão. • Válvulas Automáticas (Essas válvulas têm como função controle automático de alguma variável do processo como fluxo, temperatura, pressão, vazão. São válvulas operadas por comandos hidráulicos, pneumáticos ou elétricos). • Válvulas de Segurança e Alívio (Essas válvulas têm como função controlar a pressão de montante). 4.1. Tipos de Operação das Válvulas As válvulas podem ser operadas por alguns tipos de sistemas conforme descrito abaixo. • Operação manual por volante utilizados comumente em válvulas gaveta e globo, a seguir iremos apresar as figuras dessas válvulas em que serão indicados os volantes. • Operação manual por alavanca utilizados comumente em válvulas esfera e macho, a seguir iremos apresar as figuras dessas válvulas em que serão indicadas as alavancas. 31 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância • Operaçãomanual por engrenagens utilizados comumente em válvulas de grande diâmetro e grande pressão de trabalho com o objetivo de reduzir o esforço para operação dela conforme figura abaixo. • Operação motorizada por acionamentos pneumáticos, hidráulicos ou elétricos utilizados nas válvulas automáticas. 4.2. Válvula Gaveta Esse é o tipo de válvula mais utilizado em plantas industriais, são válvulas muito eficientes para trabalho com líquidos e são utilizadas em uma grande faixa de diâmetros. As válvulas gaveta são compostas pelos principais componentes a seguir e indicados na figura abaixo: • Corpo – parte principal da válvula que fica conectado a tubulação; • Cunha – peça móvel que faz o fechamento da válvula; • Sede – peça fixa que garante melhor vedação para a cunha; • Tampa – parte para montagem da haste de operação; • Gaxeta – peça que garante a vedação entre a haste e a tampa; • Haste – peça que transmite o movimento de operação do volante para a cunha; 32 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância • Volante – peça que permite a operação da válvula, o volante pode ser conectado diretamente a haste ou por meio de engrenagens de redução. 4.3. Válvula Esfera Esse tipo de válvula tem sido utilizado muito mais nos últimos dez anos em substituição as válvulas gaveta, anteriormente as válvulas esfera tinham duas grandes desvantagens o custo elevado e manutenção, com a evolução das tecnologias de materiais e processos de fabricação foi possível reduzir as desvantagens acima citadas tornando esse tipo de válvula mais competitivo, essa válvula possui duas vantagens em relação a gaveta que são a estanqueidade e fechamento rápido. As válvulas esfera são compostas pelos principais componentes a seguir e indicados na figura abaixo: • Corpo – parte principal da válvula que fica conectado a tubulação; • Esfera – peça móvel que faz o fechamento da válvula com a rotação de noventa graus; • Sede – peça fixa que garante melhor vedação para a esfera; • Mancal – peça que serve de guia inferior para a esfera; • Gaxeta – peça que garante a vedação entre a guia superior da esfera e o corpo; 33 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância • Cruzeta e alavanca – peça que permite a operação da válvula, a alavanca pode ser conectada diretamente a cruzeta ou por meio de engrenagens de redução. 4.4. Válvula Macho Esse tipo de válvula tem como grande diferencial a estanqueidade, em algumas aplicações mais severas ela pode ser especificada com estanqueidade total. As válvulas macho são compostas pelos principais componentes a seguir e indicados na figura abaixo: • Corpo – parte principal da válvula que fica conectado a tubulação; • Macho – peça móvel que faz o fechamento da válvula com a rotação de noventa graus; • Tampa – peça que permite a montagem da válvula; • Gaxeta – peça que garante a vedação entre a guia superior do macho e a tampa; • Alavanca – peça que permite a operação da válvula, a alavanca pode ser conectada diretamente a guia superior do macho ou por meio de engrenagens de redução. 34 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 4.5. Válvula Globo Esse tipo de válvula pode trabalhar em posições intermediárias permitindo assim regular o fluxo na tubulação com a imposição de uma perda de carga pontual. As válvulas globo são compostas pelos principais componentes a seguir e indicados na figura abaixo: • Corpo – parte principal da válvula que fica conectado a tubulação; • Contra-sede ou tampão – peça móvel que faz o fechamento da válvula; • Sede – peça fixa que garante melhor vedação para o tampão; • Castelo – parte para montagem da haste de operação; • Gaxeta – peça que garante a vedação entre a haste e a tampa; • Haste – peça que transmite o movimento de operação do volante para o tampão; • Volante – peça que permite a operação da válvula, o volante pode ser conectado diretamente a haste ou por meio de engrenagens de redução. 4.6. Válvula Agulha Esse tipo de válvula é utilizado para regulagem em pequenos diâmetros, até 2”, essas válvulas são muito utilizadas para tomada de amostras de fluidos nas tubulações. As válvulas globo são compostas pelos principais componentes a seguir e indicados na figura abaixo: 35 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância • Corpo – parte principal da válvula que fica conectado a tubulação; • Agulha – peça móvel que faz o fechamento da válvula; • Sede – peça fixa que garante melhor vedação para a agulha; • Castelo – parte para montagem da haste de operação; • Gaxeta – peça que garante a vedação entre a haste e a tampa; • Haste – peça que transmite o movimento de operação do volante para o tampão; • Volante – peça que permite a operação da válvula. 4.7. Válvula Borboleta Esse tipo de válvula é muito utilizado em linhas de grande diâmetro por causa do baixo custo mesmo contando com problemas de estanqueidade no fechamento. As válvulas borboleta são compostas pelos principais componentes a seguir e indicados na figura abaixo: • Corpo – parte principal da válvula que fica conectado a tubulação; • Disco – peça móvel que faz o fechamento da válvula com a rotação de noventa graus; • Gaxeta (vedação da haste) – peça que garante a vedação entre a haste e o corpo; 36 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância • Alavanca – peça que permite a operação da válvula, a alavanca pode ser conectada diretamente a cruzeta ou por meio de engrenagens de redução. 4.8. Válvula Diafragma Esse tipo de válvula é muito utilizado para fluidos que necessitam ficar em contato apenas com materiais plásticos, assim é possível uma válvula com uma construção robusta em aço, porém totalmente revestida em plástico. As válvulas diafragma são compostas pelos principais componentes a seguir e indicados na figura abaixo: • Corpo – parte principal da válvula que fica conectado a tubulação; • Diafragma – peça maleável que permite o fechamento da válvula; • Compressor – peça móvel que faz o fechamento da válvula contra o diafragma; • Castelo – parte para montagem da haste de operação; • Haste – peça que transmite o movimento de operação do volante para o compressor; • Volante – peça que permite a operação da válvula. 37 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 4.9. Válvula de Retenção Portinhola Esse tipo de válvula é a mais utilizada para permitir fluxo apenas em um sentido na tubulação. As válvulas de retenção portinhola são compostas pelos principais componentes a seguir e indicados na figura abaixo: • Corpo – parte principal da válvula que fica conectado a tubulação; • Disco – peça móvel que faz o fechamento da válvula caso o fluxo seja invertido (não permitido); • Sede – peça fixa que garante melhor vedação para o disco; • Tampa – peça que permite a montagem da válvula; 4.10. Válvula de Retenção Pistão e Esfera Esses tipos de válvulas são utilizados para tubulações de pequeno diâmetro, até 2”. As válvulas de retenção pistão e esfera são compostas pelos principais componentes a seguir e indicados nas figuras abaixo: • Corpo – parte principal da válvula que fica conectado a tubulação; 38 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância • Pistão (tampão) ou esfera – peça móvel que faz o fechamento da válvula caso o fluxo seja invertido (não permitido); • Sede – peça fixa que garante melhor vedação para o disco; • Tampa – peça que permite a montagem da válvula; 5. Conexões de Tubulação Existe uma grande quantidade de tipos de conexões para tubulação conforme a finalidade necessária mudançasde direção, derivações, mudanças de diâmetro, ligações entre tubos, fechamento da extremidade do tubo. 39 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 5.1. Conexões para Solda de Topo A principal norma dimensional para conexões de solda de topo é a norma ASME B16.9. Seguem na figura abaixo as principais conexões para solda de topo. 40 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 5.2. Conexões para Solda de Encaixe A principal norma dimensional para conexões de solda de encaixe é a norma ASME B16.11. Seguem na figura abaixo as principais conexões para solda de encaixe. 41 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 5.3. Conexões Roscadas A principal norma dimensional para conexões roscadas é a norma ASME B2.1. Seguem na figura abaixo as principais conexões roscadas. 6. Purgadores de Vapor, Separadores e Filtros 6.1. Purgadores de Vapor Os purgadores de vapor têm por finalidade separar e eliminar o condensado formado nas tubulações devido ao resfriamento do vapor transportado. Os purgadores devem ser posicionados nas tubulações levando em conta diversas condições como ponto baixo das tubulações, mudanças abruptas de elevação da linha, a montante de equipamentos, instrumentos ou dispositivos que podem ser danificados pela presença de condensado, pontos onde possa ser acumulado muito condensado reduzindo a passagem de vapor. A definição correta do posicionamento dos purgadores pode influenciar diretamente na eficiência do sistema portanto acaba sendo detalhadamente estudado para evitar perdas de eficiência e consequentemente custos mais altos de operação por conta do vapor se 42 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância tratar de uma das utilidades mais caras da instalação. Seguem abaixo os principais tipos de purgadores de vapor e os respectivos princípio de funcionamento. • Purgador Mecânico de Boia – Esse purgador trabalha acumulando condensado no seu ponto baixo até que a boia se eleve e o condensado seja eliminado através da válvula acionada pela boia como pode ser visto nas figuras abaixo. • Purgador Mecânico de Balde Invertido (Panela Invertida) – Esse purgador trabalha acumulando o vapor abaixo do balde invertido que o mantém elevado, conforme essa quantidade de vapor diminui a consequentemente a quantidade de condensado que preenche a área externa ao balde invertido aumenta o balde se desloca para baixo permitindo a saída de condensado pela parte superior como pode ser visto nas figuras abaixo. 43 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância • Purgador Termodinâmico – Esse purgador trabalha abrindo ou fechando o disco superior eliminando somente o condensado que se acumula na parte inferior do disco, quando a parte superior do disco começa a acumular mais vapor o disco abaixa aguardando a entrada de condensado novamente como pode ser visto nas figuras abaixo. 6.2. Separadores Existem outros tipos de separadores diversos objetivos como separação de água e óleo para tubulações de ar comprimido, separação de sólidos em suspensão em tubulações de ar ou gases. Segue na figura abaixo exemplo de um separador de água tipo boia para tubulações de ar. 44 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Esses separadores são considerados projetos especiais que devem ser desenvolvidos juntamente com fornecedores especializados de acordo com a necessidade do projeto. Segue na figura abaixo exemplo de um separador de líquido para gás utilizando chicana para essa separação. 6.3. Filtros Os filtros são dispositivos com o objetivo de reter sólidos em suspensão e outros corpos estranhos dos fluidos, são muito utilizados e devem ser especificados e posicionados de forma muito cuidadosa para não implicar em perda de performance para a instalação. Um item muito importante na especificação do filtro é a malha de filtragem, essa malha definirá o tamanho das partículas que devem ser retidas no mesmo. Seguem abaixo os principais tipos de filtros. 45 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância • Filtro Temporário – Tem como principal objetivo reter detritos oriundos da montagem da tubulação como carepas de solda, pontas de eletrodo, segue figura abaixo indicando principais partes e instalação. • Filtro em Y – É o tipo de filtro mais utilizado nas instalações, segue figura abaixo indicando principais partes. • Filtro Cesto – É o tipo de filtro utilizado em aplicações mais exigentes quanto a filtragem, segue figura abaixo indicando principais partes. 46 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 7. Arranjos de Tubulações Para iniciar a atividade de detalhamento das tubulações é necessário ter as principais informações predecessoras conforme indicado abaixo: • Fluxogramas de Processo e Engenharia (PFD – Process Flow Diagram e P&ID – Process and Intrumantation Diagram) – Esses documentos irã fornecer boa parte das informações de condições de processo que devem ser seguidas no detalhamento das tubulações (diâmetro, material, válvulas, acessórios, instrumentos, origem, destino, caimento necessário, condições especiais da linha). 47 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância • Lista de Linhas – Essa lista irá complementar a informação contida no fluxograma de engenharia e ainda informará os dados de processo das linhas como temperatura e pressão de operação e projeto, densidade do fluido, tipo e pressão de teste de estanqueidade. • Arranjo dos Equipamentos (Layout) – O Layout definirá as posições de todos os equipamentos, estruturas, prédios, pontes de tubulação (pipe racks), canaletas de drenagem, caimentos de pisos, limite de bateria da unidade e sistemas e demais informações físicas de posicionamento para serem consideradas no detalhamento das tubulações. • Desenhos dos equipamentos envolvidos no sistema. • Desenhos de estruturas e prédios da unidade. No desenvolvimento do detalhamento devem ser considerados diversos pontos entre eles os destacados abaixo. • Condições de serviço definidos nos documentos de processo descritos acima; • Condições para flexibilidade e suportação das tubulações; • Transmissão de esforços e vibrações para estruturas e equipamentos; • Acessibilidade, operação e manutenção para equipamentos, válvulas, acessórios, instrumentos e itens especiais; • Condições para construção e montagem das tubulações, equipamentos, estruturas e prédios; • Segurança para construção, montagem, operação de manutenção das tubulações; • Redução de custos nas tubulações pois elas correspondem a aproximadamente 25% do custo de uma instalação industrial; • Aparência e sinergia, atualmente as tubulações não devem apenas ser projetadas corretamente, devem se apresentar de forma organizada e com sinergia, pois as indústrias também necessitam dessa visão para se mantem mais valorizadas e competitivas. 48 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Para atender aos pontos indicados acima algumas recomendações são válidas com o intuito de ajudar nesse desenvolvimento conforme descritas abaixo. • Manter grupos paralelos horizontais de tubulação com a mesma elevação de geriatriz inferior (comumente chamado de fundo de tubo), conforme indicado na figura abaixo; • Arranjar as tubulações nas direções ortogonais da unidade; • Modificar a elevação das tubulações sempre que mudar a direção, preferencialmente adotando elevações de fundo de tubo preferenciais paracada direção (como tubulações na direção norte-sul devem seguir as elevações de 2500 mm e 3500 mm, tubulações na direção leste-oeste devem seguir as elevações 3000 mm e 4000 mm); 7.1. Tubulações Conectadas a Bombas Seguem abaixo alguns pontos que devem ser observados nas tubulações conectadas a bombas. • Evitar pontos altos e baixos nas linhas de sução; • Minimizar as conexões nas linhas de sucção com o objetivo de minimizar a perda de carga; • Manter face plana da redução no topo da linha na sucção da bomba para reduzir bolsões de ar que podem causar cavitação da bomba; • Manter trecho sem conexões, válvulas e acessórios antes do bocal de sucção conforme recomendação do fabricante da bomba ou da norma API RP 686; 49 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância • Prever válvulas de retenção e manômetros em linhas de descarga de mais de uma bomba conectadas entre si; • Atentar a necessidade de válvulas de retenção de fechamento rápido para linhas conforme estudo de transiente hidráulico; • Atentar para esforços admissíveis nos bocais das bombas, pois geralmente são esforços admissíveis baixos; Seguem abaixo alguns arranjos típicos de tubulações conectadas a bombas. 50 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 7.2. Tubulações Conectadas a Torres Seguem abaixo alguns pontos que devem ser observados nas tubulações conectadas a torres. • É necessário separar os espaços para os bocais e tubulações voltados para o pipe rack da unidade. Também é necessário separar os espaços para escadas, plataformas, bocas de visita e área de manutenção e montagem da torre conforme indicado na figura abaixo; • Prever plataformas de acesso a todas as bocas de visita e bocais; • Atentar com as orientações de bocais e orientação das bandejas e distribuidores da torre; • Prever folga mínima entre as tubulações e costado da torre de 300 mm; Seguem abaixo alguns arranjos típicos de tubulações conectadas a torres. 51 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 52 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 53 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 7.3. Tubulações Conectadas a Trocadores Seguem abaixo alguns pontos que devem ser observados nas tubulações conectadas a trocadores. • Atentar para a posição das selas fixa e móvel; • Atentar para a dilatação do equipamento quando em operação; • Prever os espaços adequados para manutenção e trechos desmontáveis, se necessário, para manutenção do trocador; • Atentar para tipo de trocador para considerar espaço adequado de manutenção; • Prever arranjo com flexibilidade suficiente, pois normalmente os esforços admissíveis de bocais dos trocadores são baixos. Seguem abaixo alguns arranjos típicos de tubulações conectadas a trocadores de calor. 54 Tubulações Industriais Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 8. Referências TELES, PEDRO C. DA SILVA - TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS MATERIAIS, PROJETO E MONTAGEM - 2012. SHERWOOD, D.R. - THE PIPING GUIDE - 2015. KELLOGG, M. W. - DESIGN OF PIPING SYSTEMS - 2009. NAYYAR, MOHINDER L. - PIPING HANDBOOK – 2000. TELES, PEDRO C. DA SILVA - TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS CÁLCULO - 2008 BAILONA, BALTAZAR AGENOR - ANÁLISE DE TENSÕES EM TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS. ASME B31.1, POWER PIPING - 2014. ASME B31.3, PROCESS PIPING - 2018. ASME B31.8, GAS TRANSMISSION AND DISTRIBUITION PIPING SYSTEMS - 2014. PARISHER, ROY A. RHEA, ROBERT A. - PIPE DRAFTING AND DESIGN. LIU, HENRY - PIPELINE ENGINEERING. CATALOGO DO FORNECEDOR VAL AÇO. CATALOGO DO FORNECEDOR SPIRAX SARCO. CATALOGO DO FORNECEDOR ENGEVAL.
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