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Prévia do material em texto

Autores: Prof. Guilherme Bandeira Candido Martins 
 Prof. Luiz Carlos da Silva
 Profa. Viviane Gadret Borio Conceição
Colaboradores: Prof. Juliano Rodrigo Guerreiro
 Profa. Marília Tavares Coutinho da Costa Patrão
Tecnologia de Cosmético
Professores conteudistas: Guilherme Bandeira Candido Martins / 
Luiz Carlos da Silva / Viviane Gadret Borio Conceição
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
M386t Martins, Guilherme Bandeira Candido.
Tecnologia de Cosmético / Guilherme Bandeira Candido 
Martins, Luiz Carlos da Silva, Viviane Gadret Borio Conceição. – São 
Paulo: Editora Sol, 2022.
164 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Pele. 2. Radiação. 3. Maquiagem. I. Martins, Guilherme 
Bandeira Candido. II. Silva, Luiz Carlos da. III. Conceição, Viviane 
Gadret Borio. IV. Título.
CDU 687.55
U515.83 – 22
Guilherme Bandeira Candido Martins
Bacharel em Química (2009), mestre em Físico-química (2012) e doutor em Físico-química (2016) pelo Instituto de 
Química da Universidade de Brasília (IQ-UnB). Licenciado em Química (2018) pela Universidade Cruzeiro do Sul. Autor 
de vários artigos científicos nacionais e internacionais, incluindo um de capa. Possui três patentes no Inpi na área de 
análises físico-químicas, materiais, combustíveis alimentos e cosméticos, sendo uma delas já licenciada e comercializada. 
Leciona desde 2013 ministrando aulas para o Ensino Superior nos cursos de Química, Química Tecnológica, Farmácia, 
Biomedicina e Fisioterapia. Atuou também como analista no Centro de Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de 
Brasília (CDT-UnB). Professor na UNIP desde 2014.
Luiz Carlos da Silva
Farmacêutico-bioquímico (1987) e mestre em Tecnologia Bioquímico-Farmacêutica (1994) pela Faculdade de 
Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP). É especialista em Farmácia Hospitalar pela Sociedade 
Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde (SBRAFH), tendo realizado estágio de três meses no Hospital La 
Paz de Madrid, Espanha. Trabalha desde 1987 como oficial farmacêutico do Hospital de Força Aérea de São Paulo, onde 
desenvolveu diversas atividades relacionadas a farmácia hospitalar, análises clínicas e gestão da qualidade hospitalar. 
Lecionou por 25 anos no curso de Farmácia da UMC e da Uniban. Desde 2010, atua como professor adjunto dos cursos 
presencial e EaD da UNIP.
Viviane Gadret Borio Conceição
Farmacêutica (2000) e especialista em Análises Clínicas (2001) pela Universidade Católica de Pelotas (RS). Mestre (2009) 
pela Universidade do Vale do Paraíba (SP) e doutora na área de Controle de Qualidade Farmacêutica pela Universidade 
Brasil, atual Anhembi Morumbi (2015). Farmacêutica magistral, trabalhou na área de oncologia no Hospital Santa Rita 
(complexo Santa Casa de Porto Alegre). Leciona há 14 anos na área de Farmácia e de Estética. Desde 2017, atua como 
professora na UNIP.
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Profa. Sandra Miessa
Reitora em Exercício
Profa. Dra. Marilia Ancona Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Profa. Dra. Marina Ancona Lopez Soligo
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Claudia Meucci Andreatini
Vice-Reitora de Administração
Prof. Dr. Paschoal Laercio Armonia
Vice-Reitor de Extensão
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades do Interior
Unip Interativa
Profa. Elisabete Brihy
Prof. Marcelo Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático
 Comissão editorial: 
 Profa. Dra. Christiane Mazur Doi
 Profa. Dra. Angélica L. Carlini
 Profa. Dra. Ronilda Ribeiro
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista
 Profa. Deise Alcantara Carreiro
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Vitor Andrade
 Aline Ricciardi
Sumário
Tecnologia de Cosmético
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9
Unidade I
1 INTRODUÇÃO À COSMETOLOGIA E ELEMENTOS ANATOMOFISIOLÓGICOS 
DA PELE ................................................................................................................................................................... 11
1.1 Contexto histórico ............................................................................................................................... 11
1.2 Aspectos legais ...................................................................................................................................... 15
1.2.1 Legislação ................................................................................................................................................... 17
1.2.2 Nomenclatura das matérias-primas utilizadas em cosméticos ........................................... 19
1.3 Mercado de cosméticos ..................................................................................................................... 19
1.4 Elementos anatomofisiológicos da pele ..................................................................................... 21
1.4.1 Epiderme..................................................................................................................................................... 22
1.4.2 Derme .......................................................................................................................................................... 24
1.4.3 Hipoderme ................................................................................................................................................. 25
1.4.4 Anexos da pele ......................................................................................................................................... 25
1.4.5 Tipos de pele ............................................................................................................................................. 26
2 COSMECÊUTICOS ............................................................................................................................................. 28
2.1 Introdução ............................................................................................................................................... 28
2.2 Aspectos legais ...................................................................................................................................... 29
2.3 Mercado ................................................................................................................................................... 32
2.4 Características dos produtos ........................................................................................................... 32
2.5 Indicações de uso ................................................................................................................................. 34
2.6 Componentes e composição química .......................................................................................... 36
2.7 Formulações ........................................................................................................................................... 39
2.8 Considerações finais ............................................................................................................................ 40
3 PREPARAÇÕES COSMÉTICAS PARA HIGIENE E LIMPEZA ................................................................ 40
3.1 Preparo de sabão ..................................................................................................................................42
3.2 Preparo de sabonetes.......................................................................................................................... 44
3.3 Preparo de sabonete líquido ............................................................................................................ 46
3.4 Preparo de sais de banho .................................................................................................................. 46
3.5 Preparo de óleo para banho ............................................................................................................. 47
3.6 Formulações ........................................................................................................................................... 47
4 PREPARAÇÕES COSMÉTICAS PARA HIGIENE E TRATAMENTO CAPILAR .................................... 52
4.1 Xampus ..................................................................................................................................................... 54
4.1.1 Componentes dos xampus .................................................................................................................. 55
4.2 Condicionadores ................................................................................................................................... 65
4.3 Formulações ........................................................................................................................................... 67
Unidade II
5 RADIAÇÃO SOLAR, FILTROS SOLARES E BRONZEADORES .............................................................. 80
5.1 Introdução ............................................................................................................................................... 80
5.2 Legislação ................................................................................................................................................ 81
5.3 Mercado ................................................................................................................................................... 81
5.4 Histórico ................................................................................................................................................... 82
5.5 Luz solar e ultravioleta ....................................................................................................................... 84
5.5.1 Características da luz solar e ultravioleta ..................................................................................... 84
5.5.2 Interação da luz UV com o corpo..................................................................................................... 87
5.6 Tipos e características de produtos de proteção solar .......................................................... 89
5.6.1 Protetores orgânicos.............................................................................................................................. 89
5.6.2 Protetores inorgânicos .......................................................................................................................... 91
5.6.3 O fator de proteção solar (FPS) ......................................................................................................... 92
5.6.4 Componentes auxiliares ....................................................................................................................... 92
5.7 Formulações ........................................................................................................................................... 93
6 DESODORANTES E ANTIPERSPIRANTES ................................................................................................. 95
6.1 Glândulas écrinas ................................................................................................................................. 96
6.2 Glândulas apócrinas ............................................................................................................................ 97
6.3 Alterações na sudorese ...................................................................................................................... 98
6.4 Desodorantes ......................................................................................................................................... 98
6.4.1 Substâncias utilizadas ........................................................................................................................... 99
6.4.2 Eficácia de um desodorante .............................................................................................................100
6.5 Antiperspirantes ..................................................................................................................................100
6.5.1 Mecanismo de ação .............................................................................................................................100
6.5.2 Ativos antiperspirantes .......................................................................................................................100
6.5.3 Eficácia de um antiperspirante .......................................................................................................102
6.6 Formas de apresentação ..................................................................................................................102
6.7 Reações adversas (dermatite de contato) ................................................................................102
6.8 Formulações .........................................................................................................................................103
7 PREPARAÇÕES COSMÉTICAS PARA MAQUIAGENS .........................................................................107
7.1 Introdução .............................................................................................................................................107
7.2 Legislação ..............................................................................................................................................108
7.3 Mercado .................................................................................................................................................109
7.4 Histórico .................................................................................................................................................111
7.5 Tipos .........................................................................................................................................................113
7.5.1 Principais produtos de maquiagem .............................................................................................. 113
7.5.2 Características dos produtos de maquiagens ........................................................................... 119
7.6 Formulações .........................................................................................................................................124
7.6.1 Primers ..................................................................................................................................................... 124
7.6.2 Base ........................................................................................................................................................... 126
7.6.3 Brilhos labiais ........................................................................................................................................ 127
7.6.4 Batons ....................................................................................................................................................... 128
7.6.5 Delineadores .......................................................................................................................................... 130
7.6.6 Esmaltes ................................................................................................................................................... 132
7.7 Riscos à saúde......................................................................................................................................134
8 PERFUMES ........................................................................................................................................................136
8.1 Introdução .............................................................................................................................................136
8.2 Legislação ..............................................................................................................................................137
8.3 Mercado .................................................................................................................................................138
8.4 Histórico .................................................................................................................................................139
8.5 Características .....................................................................................................................................140
8.6 Tipos .........................................................................................................................................................143
8.7 Componentes e composição química ........................................................................................143
8.8 Formulações .........................................................................................................................................150
8.9 Riscos à saúde ......................................................................................................................................152
8.10 Tendências ..........................................................................................................................................152
9
APRESENTAÇÃO
Prezado(a) aluno(a),
Nesta disciplina, buscou-se inserir e sedimentar os conhecimentos básicos sobre as formas 
cosméticas mais usuais, de modo a habilitar o futuro farmacêutico a aplicar os melhores recursos 
tecnológicos na produção de produtos utilizados para proteção e embelezamento do corpo. Foram 
acentuados conceitos básicos sobre as formas cosméticas mais usadas em nosso meio, os principais 
componentes aplicados para sua obtenção, algumas sugestões de formulações e sua técnica de preparo. 
Assim, a intenção em cada tópico é estimular o entendimento dos seguintes assuntos: forma cosmética; 
técnicas de preparo; operações unitárias envolvidas em cada procedimento; e equipamentos utilizados 
tanto em processos magistrais quanto industriais.
O aprendizado dos conceitos teóricos proporcionará a você competências para distinguir as 
diferentes formas cosméticas, para que elas possam ser usadas e preparadas de modo adequado, 
considerando a escala produtiva, as características dos ativos utilizados e a sua compatibilidade com os 
vários excipientes disponíveis, de modo que o produto obtido apresente eficiência e estabilidade ao ser 
armazenado de forma adequada.
Cada forma cosmética possui particularidades que podem se apresentar como obstáculos 
para obter o produto cosmético desejado. Assim, o profissional deverá compreender as causas desses 
problemas e saber propor resoluções e alternativas para eles. Para tanto, será estimulado a buscar na 
literatura relacionada as informações e atualizações necessárias para uma atuação profissional adequada.
Os links indicados no recurso “Saiba Mais” vão ajudá-lo a aprofundar seus estudos. Essa é uma 
maneira prática de expandir a compreensão. Ao realizar os exercícios propostos, você estará se 
preparando melhor para futuras avaliações.
Bons estudos!
INTRODUÇÃO
Este livro-texto permitirá que você tenha contato com aspectos gerais sobre as características 
dos cosméticos. Assim, estudará informações sobre a anatomofisiologia da pele e seus anexos, bem 
como as alterações de interesse em dermatologia cosmética e nos produtos que podem ser utilizados 
para o seu tratamento. O conteúdo abordado propiciará a você conhecimento teórico para o correto 
desenvolvimento de formulações cosméticas. Desse modo, poderá entender a relação entre a pele 
e os produtos cosméticos, as matérias-primas usadas nas formulações e as técnicas de preparo dos 
principais produtos cosméticos. Também serão ilustradas as principais formas cosméticas disponíveis 
no “mundo da beleza”. 
Na unidade I, você terá contato com as características anatomofisiológicas de nosso maior órgão: 
a pele e seus anexos. Logo no início, o livro pretende discutir as diferenças nos conceitos de cosméticos 
e medicamentos, abordando uma classe de produtos que se inserem na interface entre essas duas 
10
categorias de produtos: os cosmecêuticos e os ativos cosméticos, os quais vão interferir nas atividades 
fisiológicas da pele e de seus anexos. Em seguida, serão elencados os principais aspectos relacionados 
a produtos para higiene do corpo e do cabelo, caracterizados pela veiculação de sabão e detergente em 
formas cosméticas capazes de remover as sujidades sem prejudicar a fisiologia da pele. 
Na unidade II, serão destacadas as características da maior fonte de energia do planeta, o sol, e 
os efeitos deletérios dos diferentes tipos de radiações eletromagnéticas emitidas por esse astro. 
Haverá especial interesse na descrição dos efeitos causados pela radiação ultravioleta e os agentes 
que propiciam fotoproteção por meio da veiculação de filtros orgânicos e inorgânicos em formas 
cosméticas adequadas. Depois, estudaremos os efeitos da produção de suor pelas glândulas sudoríparas 
écrinas e apócrinas e o mecanismo de ação dos produtos utilizados para mascarar o odor desagradável 
gerado pelo suor e os ativos disponíveis para minimizar a transpiração. Por fim, serão acentuados a 
aplicação de corantes e pigmentos em produtos cosméticos para o embelezamento do corpo e os 
conceitos básicos para a elaboração de perfumes. 
Espera-se, ao final da leitura deste livro-texto, que o aluno esteja apto a aplicar conceitos teóricos 
para o planejamento, a produção e a conservação de produtos cosméticos e que tome contato com 
sistemas de informação e de pesquisa bibliográfica (livros, revistas, sites e aplicativos) para auxiliá-lo na 
resolução de problemas e propor ações inovadoras e transformadoras. 
11
TECNOLOGIA DE COSMÉTICO
Unidade I
1 INTRODUÇÃO À COSMETOLOGIA E ELEMENTOS ANATOMOFISIOLÓGICOS 
DA PELE
O termo cosmético deriva da palavra grega kosmein, cujo significado é “organizar, arrumar, 
adornar ou enfeitar”. Consequentemente, a palavra grega kosmétiké significa “a arte de preparar 
cosméticos”. Assim, cosméticos são formulações de aplicação local, fundamentadas em conceitos 
científicos, destinados ao cuidado e embelezamento da pele humana e seus anexos, sem prejudicar 
as funções vitais, causar irritações, sensibilizar ou provocar fenômenos secundários indesejáveis 
atribuídos à sua absorção.
O termo cosmetologia refere-se à ciência que serve de suporte para a fabricação dos produtos de 
beleza, permitindo, ainda, verificar as suas propriedades.
1.1 Contexto histórico
O culto à beleza sempre esteve ligado à história da humanidade, havendo indícios concretos de 
que os antigos egípcios, bem como os gregos e outros povos, já se preocupavam com a autoimagem, 
buscando formas de esconder as marcas de expressão, manchas e rugas que surgiam com o passar dos 
anos (figura a seguir).
Figura 1 – Mulheres egípcias cuidando da pele do rosto
Disponível em: https://bit.ly/3NZfEaX. Acesso em: 12 jul. 2022.
12
Unidade I
Há algumas curiosidades sobre os rituais de autocuidado da mais famosa rainha do Egito, Cleópatra, 
considerada de uma beleza ímpar em seu tempo. Entre eles, pode-se citar um batom feito do intestino de 
besouros e o uso de pó de esterco de crocodilo nos olhos. Além disso, ela costumava banhar-se diariamente 
em leite azedo de jumento, o que promovia uma ação semelhante a um peeling ácido na camada superficialda pele, estimulando a regeneração e o surgimento de uma pele sem manchas, renovada e mais lisa.
Outra figura importante foi a rainha egípcia Nefertiti, que também usava diversos artifícios para 
manter-se bela, como era reconhecida no Antigo Egito. Ela usava maquiagem preta nos olhos, derivada 
de chumbo (acumulativo no organismo e provedor de efeitos neurotóxicos, presente em alguns batons 
até os dias atuais, porém em concentração muito baixa), além de batom com bromine mannite (bromo), 
outra substância tóxica suspeita de tê-la envenenado ainda antes que o chumbo o fizesse. Os derivados 
do bromo fornecem coloração alaranjada ou âmbar, motivo pelo qual eram usados em maquiagens para 
olhos e até mesmo para batons.
Ainda em se tratando da evolução dos cosméticos, foi em torno de 180 d.C. que o médico grego 
Claudio Galeno (figura 2) realizou pesquisas sobre produção de cosméticos, dando início à era galênica 
de produtos farmacêuticos. Ele desenvolveu um produto chamado Unguentum Refrigerans, contendo 
cera de abelha e bórax (borato de sódio), que até hoje é mundialmente conhecido como cold cream, uma 
formulação oficinal, ou seja, constante no Formulário Nacional da Farmacopeia Brasileira.
Em homenagem ao pesquisador, o termo farmácia galênica se refere às preparações farmacêuticas 
de conteúdo complexo, e não compostas quimicamente de uma única substância. Outra expressão de 
destaque é o termo base galênica, que a RDC n. 67 (ANVISA, 2007) define como sendo uma preparação 
composta de uma ou mais matérias-primas, com fórmula definida, destinada a ser utilizada como 
veículo/excipiente de preparações farmacêuticas. Desse modo, as farmácias magistrais estão autorizadas 
a obter essas bases fabricadas por indústrias e usá-las como veículos da formulação final. São exemplos 
de bases galênicas o creme e a loção Lanette N, o gel de Carbopol, o gel de Natrosol (não iônico).
Figura 2 – Médico Cláudio Galeno, desenvolvedor do cold cream
Disponível em: https://bit.ly/3bwi8jr. Acesso em: 12 jul. 2022.
13
TECNOLOGIA DE COSMÉTICO
Naquela época, Roma deu seguimento a esse legado cosmético e aprimorou os conhecimentos 
adquiridos até então, utilizando-se de óleos de alecrim ou de lavanda francesa, visando melhorar a 
circulação ou obter efeito calmante, respectivamente.
É interessante notar também que, na Idade Média, o cristianismo reprimiu o ato de cultivar a beleza, 
estimulando o uso de vestes que cobrissem praticamente todo o corpo, incluindo o cabelo (figura a 
seguir). Naquele período, houve um retrocesso dos cuidados pessoais e o aumento de doenças por 
falta de higiene.
Figura 3 – Representação da figura feminina na Idade Média
Disponível em: https://bit.ly/3OvqlD3. Acesso em: 30 jun. 2022.
No entanto, durante a era renascentista, os cosméticos começaram a ressurgir na Itália e na França, 
que se destacaram principalmente na produção de perfumes. Como a falta de higiene era comum, esses 
produtos eram indicados para tentar mascarar o mau cheiro corporal. A obra de Leonardo da Vinci, 
A Gioconda (figura a seguir), ou Mona Lisa, como é mais conhecida, representa a volta do desejo de 
mostrar o corpo feminino, de embelezar-se e perfumar-se.
14
Unidade I
Figura 4 – A Gioconda, de Leonardo da Vinci, símbolo da beleza renascentista
Disponível em: https://bit.ly/3Ad9sJ7. Acesso em: 30 jun. 2022.
Já no século XIX, o uso de cosméticos era bem mais comum, mesmo que ainda fossem produzidos 
em casa, em pequena escala.
Certamente, foi a Revolução Industrial que contribuiu muito para a eterna busca da humanidade 
pela beleza e boa aparência, ao iniciar a produção de cosméticos em grande escala, com processos fabris 
muito bem estabelecidos.
Foi naquela época que os produtos de higiene se tornaram acessíveis e iniciou-se a preocupação 
com o desenvolvimento dos primeiros filtros solares. Começou a ser comum, principalmente entre as 
mulheres, o uso de cremes hidratantes, cremes noturnos, produtos para pés e mãos, talcos, esmaltes, 
perfumes e maquiagens. Nossas avós faziam uso de produtos adquiridos muitas vezes em catálogos, 
revistas, e de vendedores que os traziam até os seus lares. Mesmo com os produtos mais ao alcance 
das mulheres, ainda havia algumas delas que preparavam uma mistura com glicerina e gotas de 
limão e aplicando ao dormir. Percebiam que o resultado era benéfico, melhorava a textura da pele, 
15
TECNOLOGIA DE COSMÉTICO
clareava-a. A figura a seguir contém propagandas de um produto usado pelas gerações passadas e 
que até hoje é comercializado.
Figura 5 
Disponível em: https://bit.ly/3y2KHfV. Acesso em: 30 jun. 2022.
1.2 Aspectos legais
A RDC n. 211, de 14 de julho de 2005, define e classifica produtos de higiene pessoal, cosméticos e 
perfumes como
 
[...] preparações constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso 
externo nas diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, 
lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade 
oral, com o objetivo exclusivo ou principal de limpá-los, perfumá-los, alterar 
sua aparência e/ou corrigir odores corporais e ou protegê-los ou mantê-los 
em bom estado (ANVISA, 2005).
Assim, as funções básicas dos cosméticos são:
•	 Limpeza: deve ser feita respeitando-se o equilíbrio fisiológico, sem causar desengorduramento 
excessivo, sem alcalinizar ou desnaturar as proteínas cutâneas. Exemplos: cremes de limpeza, 
xampus, sabonetes.
16
Unidade I
•	 Correção: restabelecer o equilíbrio alterado, devolvendo a beleza natural. Exemplo: condicionador 
capilar.
•	 Proteção: evitar a limpeza irracional ou impedir que os agentes atmosféricos (vento, sol, frio) 
alterem a epiderme. Exemplos: protetores solares e cremes hidratantes.
Um produto cosmético difere de um medicamento porque, por definição legal, os cosméticos 
são produtos aplicados no corpo humano para promover limpeza, beleza ou alterar a aparência. Já 
os medicamentos são utilizados com a intenção de promover diagnóstico, cura, alívio, tratamento 
ou prevenção de doenças; eles são sujeitos a regulamentações mais rigorosas, exigindo estudos que 
demonstrem segurança e eficácia, de forma que os benefícios superem os riscos. Alguns termos podem 
ser encontrados em cosmetologia:
•	 Cosmecêutico: expressão que surgiu nos anos 1970 para descrever preparações que possuem 
ativos que não visam apenas à limpeza e proteção do corpo, mas que incorporam bioativos que 
podem causar alterações fisiológicas no corpo, principalmente em nível tópico. Exemplos: 
produtos contendo minoxidil, ácido retinoico e alfa-hidroxiácidos. Esses produtos são tão 
importantes atualmente que elaboramos um tópico sobre eles neste livro-texto.
•	 Cosmiatria: refere-se à prática da dermatologia e aborda assuntos relativos aos cuidados estéticos 
da pele sã ou enferma, como acne, discromias, celulite, psoríase, entre outros.
•	 Medicamento de uso tópico: produto farmacêutico contendo ativos destinados ao tratamento 
de problemas da pele. Exemplos: corticoide e antibióticos.
Assim como os medicamentos, todos os produtos cosméticos necessitam de registro na Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), devendo ser produzidos por empresas devidamente 
cadastradas e que possuam autorização de funcionamento, conforme a legislação sanitária em vigor.
Os produtos cosméticos são enquadrados em quatro categorias: preparações para higiene, preparações 
para uso infantil, perfumes e cosméticos.
A RDC n. 7/2015, de 10 de fevereiro de 2015, que dispõe sobre os requisitos técnicos para a 
regularização de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes, também classifica esses produtos 
em relação ao potencial de causar danos ao usuário em graus 1 e 2, de acordo com o local de aplicação, 
os componentes da formulação e os cuidados a serem observados. Os produtos com grau de risco 1 
possuem uma pequena probabilidade para causar efeitos adversos (exemplos de produtos com baixo 
risco: dentifrício, xampu, creme de barbear). Já os produtos com grau de risco2 possuem um risco 
potencial de produzir efeitos adversos (exemplos: todos os produtos de uso infantil, xampu anticaspa, 
creme dental anticárie ou antiplaca). O quadro a seguir apresenta a classificação de risco de diversos 
produtos cosméticos.
17
TECNOLOGIA DE COSMÉTICO
Quadro 1 – Grau de risco de diversos produtos cosméticos
Tipos de produtos Grau
Sabonete facial, corporal, abrasivo ou esfoliante 1
Sabonete antisséptico 2
Xampu, xampu-condicionador, condicionador 1
Xampu anticaspa, antiqueda, condicionador anticaspa 2
Dentifrício, aromatizante bucal 1
Dentifrício antiplaca, anticárie, antitártaro, enxaguatório antisséptico 2
Desodorante axilar, corporal, perfumado 1
Desodorante íntimo 2
Desodorante antitranspirante ou antitranspirante/antiperspirante 2
Produtos para barbear e após barbear 1
Produtos para lábios 1
Sombra para pálpebras, máscara para cílios, lápis, delineador 1
Creme, gel e loção para área dos olhos 2
Produtos para bronzear e antissolares 2
Produtos para tingimento do cabelo 2
Produtos para clarear o cabelo 2
Produtos para ondular o cabelo 2
Produtos para alisar o cabelo 2
Neutralizantes capilares 1
Produtos para modelar e assentar o cabelo 1
Creme e loção para o rosto, corpo e mãos 1
Creme e loção para o rosto, corpo e mãos com fotoprotetor ou para clarear a pele 2
Creme e loção para celulite/estrias 2
Creme e loção para rugas, para pele acneica 2
Creme e loção de limpeza facial ou tonificante 1
Creme ou máscara esfoliante peeling mecânico 1
Creme ou máscara esfoliante peeling químico 2
Produtos para maquilagem facial 1
Depilatório mecânico ou epilatório 1
Depilatório químico 2
Produtos de uso infantil 2
1.2.1 Legislação
Observe a seguir algumas legislações na área de cosmetologia.
•	 Portaria n. 534, de 19/09/1988: proíbe a fabricação de produtos cosméticos, de higiene, perfumes 
e saneantes domissanitários aerossóis que contenham propelentes à base de CFC.
18
Unidade I
•	 Portaria n. 348, de 18/08/1997: determina a todos os estabelecimentos produtores de 
produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes o cumprimento das diretrizes fixadas no 
Regulamento Técnico (Manual de Boas Práticas de Fabricação).
•	 Resolução CFF n. 406, de 15/12/2003: define e regulamenta as atividades do farmacêutico na 
indústria cosmética.
•	 RDC n. 332, de 1º/12/2005: trata da implementação de um sistema de cosmetovigilância pelos 
fabricantes e/ou importadoras de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes instalados no 
território nacional.
•	 RDC n. 47/2006, de 16/03/2006: destaca a lista de filtros ultravioletas permitidos para 
produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes.
•	 RDC n. 67/2007, de 8/10/2007: dispõe sobre as boas práticas de manipulação de prescrições 
magistrais e oficinais para uso humano em farmácias.
•	 RDC n. 48/2013, de 25/10/2013: aprova o Regulamento Técnico de Boas Práticas de Fabricação 
para Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes. Essa resolução incorpora ao 
ordenamento jurídico nacional a Resolução GMC Mercosul n. 19/2011, que aprovou o 
Regulamento Técnico de Boas Práticas de Fabricação para produtos de Higiene Pessoal, 
Cosméticos e Perfumes (revogação das Res. GMC n. 92/1994 e 66/1996).
•	 RDC n. 409/2020, de 27/07/2020: dispõe sobre os procedimentos e requisitos para a 
regularização de produtos cosméticos para alisar ou ondular o cabelo.
•	 RDC n. 528/2021, de 4/08/2021: destaca a lista de substâncias de ação conservante permitidas 
para produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes e internaliza a Resolução GMC 
Mercosul n. 35/2020.
•	 RDC n. 529, de 4/08/2021: traz a lista de substâncias que não podem ser utilizadas em produtos 
de higiene pessoal, cosméticos e perfumes e internaliza a Resolução GMC Mercosul n. 62/2014, 
alterada pela Resolução GMC Mercosul n. 37/2020.
•	 RDC n. 530, de 4/08/2021: dispõe sobre a lista de substâncias que os produtos de higiene 
pessoal, cosméticos e perfumes não devem conter, exceto nas condições e com as restrições 
estabelecidas, a lista de componentes de fragrâncias e aromas que devem ser indicados na 
rotulagem desses produtos em condições específicas e internaliza a Resolução GMC Mercosul 
n. 24/2011, alterada pela Resolução GMC Mercosul n. 37/2020.
 Lembrete
Assim como os medicamentos, todos os produtos cosméticos 
necessitam de registro na Anvisa.
19
TECNOLOGIA DE COSMÉTICO
1.2.2 Nomenclatura das matérias-primas utilizadas em cosméticos
Em virtude do grande número de matérias-primas disponíveis para o preparo de cosméticos, foi 
necessário padronizar sua nomenclatura. Assim, no início dos anos 1970, a Associação Norte-Americana 
de Cosméticos, Perfumes e Artigos de Toucador (Cosmetic, Toiletry and Fragrance Association – CTFA) 
implantou uma nomenclatura própria para designar as matérias-primas aplicadas em produtos 
cosméticos, que recebeu a denominação INCI – International Nomenclature Cosmetic Ingredient. Desse 
modo, as matérias-primas foram agrupadas em famílias que apresentam propriedades de aplicação 
em comum, independentemente de seus aspectos físicos e químicos, como umectantes, espessantes, 
tensoativos, conservantes e corantes.
Adotou-se a nomenclatura utilizada na Farmacopeia Norte-Americana (USP) e no Formulário 
Nacional (NF), empregando-se nomes químicos mais simples. O Brasil adotou a nomenclatura INCI, que 
deve ser expressa nos rótulos dos produtos em sua forma original (inglês). Em 2022, o Brasil passará a 
adotar a nomenclatura em português para os rótulos dos cosméticos.
O quadro a seguir apresenta a nomenclatura de alguns ácidos e álcoois graxos muito usados em 
cosmetologia.
Quadro 2 
Número de C
(cadeia principal)
Iupac
Ácido
INCI
Ácido
Iupac
(Álcool)
INCI
Álcool
6 Hexanoico Caproico Hexanol Hexílico
8 Octanoico Caprílico Octanol Caprilílico
10 Decanoico Cáprico Decanol Decílico
12 Dodecanoico Láurico Dodecanol Laurílico
14 Tetradecanoico Mirístico Tetradecanol Miristílico
16 Hexadecanoico Palmítico Hexadecanol Cetílico
18 Octadecanoico Esteárico Octadecanol Estearílico
Assim, matérias-primas muito utilizadas para a produção de cosméticos são mais conhecidas por sua 
nomenclatura INCI do que pela nomenclatura adotada pela Sociedade Internacional de Química Pura 
e Aplicada (Iupac). O ácido 16-metil-hepta-decanoico (Iupac) é mais conhecido como ácido esteárico 
(INCI), já o polietilenoglicol é conhecido como PEG (INCI). Os polímeros de ácido acrílico usados como 
agentes gelificantes são chamados de carbômeros (carbomer).
1.3 Mercado de cosméticos
O mercado de cosmético é uma área em franca expansão e desenvolvimento. Reproduzimos, a 
seguir, alguns dados recentes obtidos do site da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, 
Perfumaria e Cosméticos (Abihpec).
Segundo o provedor de pesquisa de mercado Euromonitor International, o Brasil é o quarto maior 
mercado de beleza e cuidados pessoais do mundo. O país fica atrás de EUA, China e Japão (os dados são 
20
Unidade I
de um relatório de 2019, relativos a 2018). Na categoria de fragrâncias, os brasileiros estão em segundo 
lugar, atrás apenas dos americanos, conforme exposto na figura 6 (ABIHPEC, 2020).
O mercado de beleza e cuidados pessoais no Brasil e no mundo tem sido agitado pelo movimento 
de gigantes, como a aquisição da Avon pela Natura. Cinco empresas concentram 47,8% do mercado 
brasileiro, de acordo com o mesmo relatório: Natura & Co, seguida por O Boticário, Unilever, L’Oréal 
e Colgate-Palmolive Co. Já o número de empresas registradas na Anvisa, em 2018, era de 2.794, 
segundo a Abihpec.
Entre 2013 e 2018, houve crescimento de 24,5% em valor de vendas no varejo, em reais, mesmo tendo 
ocorrido uma queda de 0,3% entre 2014 e 2015; para 2023, a previsão do Euromonitor International é 
de 20,6% de aumento. Já os dados apresentados pela Abihpec, comparando o PIB brasileiro com índices 
do setor, mostram perdas em 2015 e 2016 ainda não compensadas pela retomada de 2017 e 2018, – 
embora a recuperação tenhaocorrido em ritmo mais elevado que no restante da economia.
Brasil
US$ 30 bilhões
 US$ 37,5 bilhões 
 Japão 
US$ 62 bilhões
 China
US$ 89,5 bilhões
EUA
Figura 6 – Mercado de beleza e cuidados especiais: vendas 
de cosméticos do varejo ao consumidor em 2018
Adaptada de: Euromonitor International apud Abihpec (2020).
De acordo com o painel de dados de mercado da Abihpec, o setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e 
Cosméticos (HPPC) teve alta de 5,7% em vendas no primeiro quadrimestre de 2021, em relação ao 
mesmo período do ano anterior.
O segmento de perfumaria foi o que apresentou o melhor desempenho, atingindo alta de 
22%. O destaque fica por conta da perfumaria feminina, que teve crescimento de 26% contra 15% da 
perfumaria masculina.
Produtos de higiene pessoal seguem com alta, e o segmento fechou o primeiro quadrimestre com 
crescimento de 11,4%. Entre as categorias que tiveram melhor desempenho, estão as de produtos 
relacionados ao banho, hábito reforçado no dia a dia dos brasileiros, por conta da prevenção à covid-19. 
No primeiro [...] quadrimestre de 2021, a categoria de sabonetes obteve 23% de alta nas vendas; a de 
xampus, +2%; e condicionador, +1% em comparação ao mesmo período de 2020 (ABIHPEC, 2020).
21
TECNOLOGIA DE COSMÉTICO
1.4 Elementos anatomofisiológicos da pele
A pele é o maior órgão do corpo humano, com uma superfície média de 2 m2, que corresponde 
de 10% a 15% do peso corpóreo total. Nela estão presentes corpúsculos sensitivos para tato, calor, 
dor e frio. Nela também se manifestam sensações emocionais, como medo (palidez, ereção dos pelos), 
ansiedade (sudorese) e angústia (rubor).
As funções desse órgão são protetora, conforme as características da epiderme e dos anexos, como 
pelos, unhas e cabelo; e secretora, por meio das glândulas sebáceas e sudoríparas.
A pele é composta de três camadas, a saber (figura 7):
•	 Epiderme: camada mais externa da pele, constituída de tecido epitelial pavimentoso estratificado, 
formado por células que se renovam a partir do estrato basal e que se diferenciam constantemente 
até atingirem o extrato córneo onde são eliminadas; a espessura varia de 0,004 mm a 0,15 mm, 
sendo mais espessa nas palmas e plantas dos pés; possui diversas funções, mas a principal é a 
proteção do organismo contra agressões tanto externas quanto internas.
•	 Derme: formada por tecido conjuntivo onde se situam as raízes dos pelos, as glândulas, os vasos 
sanguíneos e as terminações nervosas; é cerca de 20 vezes mais espessa do que a epiderme e 
possui as funções de proteção contra lesões mecânicas e nutrição da epiderme.
•	 Hipoderme: camada mais profunda da pele, com as funções de proteção mecânica, isolante 
térmico e reserva de gordura.
Camada córnear (queratinizada)
Terminação nervosa livre
Glândula sudorípara
Músculo eretor do pêlo
Artéria
Hipoderme
Epiderme
Poro sudoríparo
Corpúsculo 
de Meissner
Glândula 
sebácea
Derme
Folículo pilosoVeia
Tecido subcutâneo (adiposo)
Figura 7 – Estrutura da pele e seus anexos
Fonte: Cestari (2012, p. 9).
22
Unidade I
A pele em seu estado normal possui pH ácido devido aos ácidos acético, propiônico, caprílico, 
láctico, cítrico e ascórbico (produtos da evaporação do suor), cujo valor depende de idade, sexo e 
características do indivíduo, tornando-se alcalino nas camadas mais profundas. Esse valor ácido é 
barreira contra a invasão de bactérias e fungos. O valor do pH na pele varia conforme o local analisado, 
assim, os valores aproximados são: no couro cabeludo, 4,0; no rosto, 4,7; nas axilas, 6,5; em pernas e 
tornozelos, 4,5 – de forma que a média geral permaneça próximo a 5,3.
Existe também uma microbiota característica, responsável por alguns problemas dermatológicos, 
como infecções de pele (acne) devido a uma série de fatores. Assim, é possível identificar a presença 
de microrganismos, como Propionibacterium acnes e bactérias do gênero Corynebacterium 
e Staphylococcus.
Um fator fundamental para a higidez da pele é a hidratação, a qual é mantida graças às 
características das células do estrato córneo, constituído por células anucleadas, mantidas unidas pela 
presença de proteínas e lipídeos intercelulares que formam um manto (película) que, além de proteger a 
pele contra as intempéries ambientais, dificulta a perda transepidérmica de água, mantendo os estratos 
inferiores hidratados. Diversas substâncias estão associadas ao que é chamado de “fator de hidratação 
natural” (FHN ou NMF), como aminoácidos, ácido pirrolidona carboxílico (PCA), ureia, lactatos, ácido 
urocânico e eletrólitos (Na+, K+, Ca2+, PO4
3-, Cl-).
1.4.1 Epiderme
A epiderme é formada por camadas ou estratos de células epiteliais que sofrem diferenciação celular 
a partir da lâmina basal. Vejamos, a seguir, as características das quatro camadas da epiderme (figura 8).
•	 Estrato basal ou germinativo: localizado na lâmina basal, na junção dos tecidos epitelial e 
conjuntivo, é responsável pela regeneração das células epidérmicas que se diferenciarão em 
queratinócitos, as principais células da epiderme.
•	 Estrato espinhoso ou malpighiano: composto por células de formato poliédrico, justapostas e 
firmemente aderidas por espículas chamadas desmossomos.
•	 Estrato granuloso: formado por células mais achatadas que vão perdendo o núcleo e, 
consequentemente, a capacidade de se dividir.
•	 Estrato córneo: composto de células superficiais anucleadas e sem organelas, que sofreram o 
processo de queratinização e que estão em contínuo processo de descamação.
23
TECNOLOGIA DE COSMÉTICO
Estrato córneo
Estrato granuloso
Estrato espinhoso
Estrato basal
Figura 8 – Morfologia das células que compõem as camadas da epiderme
As células epidérmicas geradas a partir da camada basal vão se diferenciando até o seu desprendimento 
na camada córnea. Esse processo demora de 15 a 40 dias, de acordo com a idade do indivíduo. A figura 
a seguir mostra o processo de queratinização da pele.
Cornificação Córnea
Derme
Granulado
Espinhoso
Basal
Queratinização
Queratinização
Duas moléculas de cisteína são transformadas em cistina 
dando dureza aos cabelos, unhas e epiderme
Energia 
do ATP
Cisteína Cisteína
CH2-SH
HCNH2 HCNH2
HS-CH2
COOH COOH
Cistina
CH2-S-S-CH2
H2O+HCNH2 HCNH2
COOH COOH
1/2 02
+
Figura 9 – Queratinização da epiderme
Adaptada de: Beny (2000, p. 47).
O estrato córneo tem espessura entre 0,075 mm e 0,15 mm e sua função de barreira contra o meio 
ambiente é conferida pela presença de queratinócitos e lipídeos, localizados principalmente no espaço 
intercelular, como os ácidos graxos livres, as ceramidas e o colesterol.
Os ácidos graxos formam a membrana celular que circunda as células, além de concentrarem-se 
na fase extracelular (espaço intercelular), sendo fundamentais para a retenção de água no estrato 
córneo. Esses ácidos graxos controlam a perda transepidérmica da água, mantendo a maciez e a 
elasticidade da pele. O envelhecimento e as agressões ambientais (luz solar) resultam numa diminuição 
da capacidade do estrato córneo de reter seu conteúdo de umidade ideal, tornando a pele seca e 
rugosa. A quantidade ingerida de água também é fator que interfere no estado de hidratação da pele.
24
Unidade I
As ceramidas são esfingolipídeos formados por cadeias graxas diferentes (existem seis classes de 
acordo com a cadeia) ligadas à base esfingoide.
Além dos queratinócitos, a epiderme possui outras células responsáveis pela secreção de diversas 
substâncias fisiologicamente importantes, como os melanócitos, células responsáveis pela síntese de 
melanina. Estima-se que exista um melanócito para cada 36 queratinócitos na epiderme. A melanina 
é o pigmento natural da pele humana que, além de dar cor à pele e ao cabelo, atua como filtro solar.
Podemos ter dois tipos de melanina: a eumelanina e a feomelanina. O primeiro é caracterizado 
por um pigmento de cor negra e o segundo apresenta uma coloração avermelhada. Esses pigmentos 
são produzidos a partir do aminoácido tirosina, quandoo melanócito é estimulado pela luz solar e na 
presença de uma enzima chamada tirosinase.
Os melanócitos localizam-se na camada basal e na base do folículo piloso (próximos à papila dérmica); 
sintetizam melanina que se acumula nos melanossomas (organela presente nos melanócitos). A melanina 
armazenada nos melanossomas é transferida para os queratinócitos vizinhos e vão caracterizar a cor da 
pele e a cor do cabelo. Há cerca de 1.500 melanócitos por mm2 de superfície de pele, sendo esse número, 
em média, igual para todos os indivíduos. A variedade de cor é devido ao tamanho dos melanossomas 
e atividade dos melanócitos ativos, ou seja, daqueles que ainda não se descamaram juntamente com 
os queratinócitos. A quantidade de melanócitos diminui gradualmente com a idade do indivíduo. 
O melanócito não sofre divisão celular. Caso isso ocorra, o indivíduo pode estar com um tipo de câncer 
chamado melanoma (célula neoplásica).
Também podemos encontrar na epiderme algumas células relacionadas à sensibilidade e à 
imunidade, como as células de Langerhans, relacionadas à imunidade, uma vez que apresentam 
antígenos ao nosso sistema de defesa (presentes nos estratos intermediários). Já as células de Merkel 
possuem função sensorial para a pele e estão presentes no estrato basal.
A proteção da pele conferida pela epiderme se deve à síntese de proteínas (sobretudo a queratina), 
à síntese de lipídeos (durante a renovação dos queratinócitos) e de melanina (a partir dos melanócitos). 
A queratina é uma proteína fibrosa, insolúvel em H2O, formada por três moléculas enroladas entre si, 
interligadas por pontes dissulfeto e de hidrogênio (α-queratina).
 Lembrete
A epiderme é formada por camadas ou estratos de células epiteliais que 
sofrem diferenciação celular a partir da lâmina basal.
1.4.2 Derme
A derme é formada por tecido conjuntivo caracterizado pela presença de células e fibras separadas 
por abundante material intercelular. As células são constituídas em grande parte por fibroblastos e 
células de defesa. Os fibroblastos são responsáveis pela produção de proteínas fibrosas, como colágeno 
e elastina, sendo, o colágeno, mais abundante.
25
TECNOLOGIA DE COSMÉTICO
Na derme, essas fibras (colágeno e elastina) têm vida de dois e seis meses, respectivamente. 
A exposição à luz solar estimula a síntese das enzimas colagenase e elastase e, portanto, contribuem 
para o envelhecimento precoce da pele. Os fibroblastos também são responsáveis pela síntese de fibras, 
chamadas glicosaminoglicanas, fundamentais para as características do tecido conjunto da derme. 
Elas formam a substância fundamental amorfa (SFA) uma vez que são polissacarídeos que contém 
hexosamina, água e eletrólitos. A hexosamina é um açúcar nitrogenado com seis átomos de carbono, 
onde um grupo amina substitui um grupo hidroxila. São exemplos de glicosaminoglicanas o ácido 
hialurônico e o sulfato de condroitina.
Também podemos encontrar na derme folículos pilosos, glândulas secretoras (sebáceas e 
sudoríparas), vasos sanguíneos e linfáticos, e terminações nervosas.
1.4.3 Hipoderme
A hipoderme é constituída, preponderantemente, por células que acumulam gorduras, chamadas 
adipócitos, as quais são separadas por material ceroso constituído por ácidos polissacarídeos. Esse 
estrato é bastante inervado e vascularizado. A hipoderme confere proteção à pele, contra pressões e 
frio, além de ser importante reserva de gordura e, consequentemente, de energia.
 Saiba mais
Para entender melhor sobre a importante função de barreira da pele, 
consulte o artigo indicado a seguir:
MELO, M. O.; MAIA CAMPOS, P. M. B. G. Função de barreira da pele e pH 
cutâneo. Cosmetic & Toiletries, ed. brasileira, v. 28, p. 34-38, maio/jun. 2016.
1.4.4 Anexos da pele
A pele possui diversos anexos espalhados por suas três camadas, os quais desempenham 
importantes funções fisiológicas, como proteção, secreção e termorregulação, entre outras.
1.4.4.1 Glândulas sudoríparas
Glândulas responsáveis pela secreção do suor, que tem um importante papel no controle da 
temperatura corpórea, na excreção de metabólitos e na hidratação da camada córnea. Há dois tipos de 
glândulas sudoríparas: as glândula écrinas e as glândulas apócrinas.
•	 Glândulas écrinas: possuem estrutura semelhante a um novelo de lã, com um ducto que 
desemboca diretamente na superfície da pele; estão distribuídas por toda a superfície do corpo e 
são mais numerosas que as glândulas apócrinas; seu suor é 99% composto de água, eletrólitos 
e alguns compostos orgânicos.
26
Unidade I
•	 Glândulas apócrinas: também possuem estrutura semelhante a um novelo de lã, entretanto, seu 
ducto desemboca no folículo pilo-sebáceo, são maiores que as écrinas e mais concentradas nas 
regiões pubiana e axilar; seu suor é rico em material graxo e substâncias orgânicas – substratos 
para o crescimento de microrganismos da microbiota da pele e podem levar à produção de ácidos 
orgânicos de odor característico.
1.4.4.2 Glândulas sebáceas
Estruturas anexas ao folículo piloso, no qual desembocam e vertem uma secreção graxa que contém 
triglicerídes, ésteres graxos, esqualeno, ácidos graxos livres e ésteres de esteróis. Essas glândulas estão 
distribuídas por todo o corpo, exceto nas regiões palmo-plantares e se concentram em maior quantidade 
no couro cabeludo, na face (nariz) e nas regiões genitais e paragenitais.
1.4.4.3 Folículo piloso
É uma invaginação tubular da epiderme, onde é produzido o pelo, por meio da queratinização das 
células formadas dentro da matriz (na base do folículo piloso). Essa região é muito irrigada por vasos 
sanguíneos que asseguram a regeneração e o crescimento do pelo, mediante proliferação de células 
diferenciadas. O pelo do cabelo cresce cerca de um centímetro por mês e seu ciclo de crescimento é 
dividido em três fases, a saber:
•	 Fase anagênica (ativa): encontram-se de 80% a 95% dos fios do couro cabeludo e possui duração 
de três a sete anos.
•	 Fase catagência (transição): encontram-se de 1% a 2% do total dos fios de cabelo e dura de três 
a quatro semanas.
•	 Fase telogênica (fase final do ciclo de vida): encontram-se de 10% a 14% dos fios do couro 
cabeludo e dura de três a quatro meses.
1.4.5 Tipos de pele
A pele pode ser classificada de acordo com as características observadas ao exame da mesma em 
pele normal, oleosa, hiper-hidratada e seca (alípica e desidratada). O quadro a seguir, apresenta os 
diferentes tipos de pele de acordo com suas características.
Quadro 3 – Tipos de pele de acordo com suas características
Tipos de pele Exame e etiologia
Pele normal Aspecto opaco, flexível, firme, sólida (pele de bebê)
Pele oleosa Aspecto brilhante, pela presença de grande quantidade de ácidos graxos
Pele seca 
- alípica
- desidratada
Aspecto sem brilho por insuficiência de material graxo
Diminuição de componentes que a mantêm hidratada
Pele mista Parecida com a pele normal, mas se apresenta oleosa na testa, no nariz e no queixo
27
TECNOLOGIA DE COSMÉTICO
O tipo de pele também pode ser caracterizado pela emissão de fluorescência após incidência de luz 
ultravioleta com comprimento de onda de 315 nm a uma distância entre 15 cm e 30 cm da pele. Essa 
radiação é emitida por um equipamento chamado lâmpada de Wood. O quadro a seguir apresenta os 
diferentes tipos de pele de acordo com a cor da fluorescência emitida.
Quadro 4 – Tipos de pele de acordo com a fluorescência 
emitida após a utilização de uma lâmpada de Wood
Fluorescência Pele
Leve, azul-violeta, com ligeira tonalidade de alfazema Normal
Violeta intenso Hidratada
Violeta pálido Desidratada
Esbranquiçada Espessa (fortemente queratinizada)
Escura Fina (pouco queratinizada)
Amarelo pálido Oleosa
A imagem a seguir mostra uma pessoa com tínea versicolor, que normalmente se manifesta com 
diferentes manchas escamosas na pele. Após a aplicação da luz UV, o que não ocorreu na figura 
em questão, é possível identificar diversos problemas dermatológicos, como discromias, lesões e 
biótipos de peleFigura 10 – Tínea versicolor
Disponível em: https://bit.ly/3yXbQCI. Acesso em: 27 jul. 2022.
28
Unidade I
 Observação
A pele também pode ser classificada em fototipos, de acordo com 
a capacidade de cada pessoa em se bronzear, assim como sensibilidade 
e vermelhidão da pele quando exposta ao sol. A classificação mais 
conhecida é a Escala Fitzpatrick, criada pelo médico estadunidense 
Thomas B. Fitzpatrick.
2 COSMECÊUTICOS
A dermatologia cosmética vem sendo tema de publicações há algumas décadas, tendo sido 
denominada, mais recentemente, como cosmecêutica, fato este diretamente relacionado ao aumento da 
preocupação da humanidade com a aparência física, decorrente do crescimento da taxa de longevidade 
e expectativa de vida.
2.1 Introdução
É claro e certo que o envelhecimento é consequência da maior sobrevida, o que traz consigo 
diversas situações para as quais o ser humano precisa de adaptação. Pode-se exemplificar a perda ou 
diminuição da cognição, diminuição das capacidades físicas e instabilidade emocional. Tudo isso reflete 
a necessidade e a urgência em melhorar a vivência e proporcionar mais prazer e satisfação enquanto 
pessoa humana. Nesse intuito, atividade física, alimentação saudável, boas condições de higiene e 
cuidados com a aparência são fundamentais.
A Abihpec (2020) apresentou números sobre o desempenho do segmento “cuidados com a pele”, no 
período de janeiro a julho de 2020, e evidenciou um aumento na busca por produtos de higiene devido 
à pandemia de covid-19, e maior cuidado com a pele durante o isolamento social, ao comparar os dados 
com o ano anterior, no mesmo período. Na figura a seguir, é possível verificar os resultados.
143%
19%
104%
12%
166%
Mãos, pés 
e unhas
Pele do 
rosto
Máscara 
facial
Pele 
do corpo Esfoliantes corporais
Figura 11 – Gráfico apresentando os produtos mais buscados pelos consumidores no 
período de pandemia, em 2020, e o aumento percentual em comparação ao ano de 2019
Adaptada de: Abihpec (2020). 
29
TECNOLOGIA DE COSMÉTICO
A preocupação com a beleza permeia toda a história da humanidade e, ao longo do tempo, passou-se 
a dar importância à prevenção e a cuidados em níveis mais profundos, obtendo-se êxito oriundo da 
crescente capacitação de profissionais da área, acompanhada da preocupação com qualidade, segurança 
e eficácia dos produtos. No entanto, mesmo autores muito conceituados consideram bastante tênue a 
linha divisória entre os termos utilizados na definição de tais formulações: cosméticos, medicamentos 
dermatológicos e cosmecêuticos.
Cosmecêutico é um termo híbrido, formado da fusão de cosmético e farmacêutico, primeiramente 
divulgado por Raymond Reed, na década de 1960. Contudo, foi em 1974 que o médico americano Albert 
Kligman suscitou a ideia de que um produto (por ele desenvolvido) proporcionava efeitos muito além de 
um simples embelezamento da pele, ao atenuar rugas, despertando um interesse absolutamente maior 
sobre formulações desse nível, diferenciando-as daqueles cosméticos até então utilizados.
Até os dias atuais, cosmecêutico é ainda um tema contraditório em dermatologia e estética, não 
havendo consenso internacional, visto que nem todas as agências regulatórias do mundo o reconhecem, 
incluindo a europeia e a americana. A fórmula de Kligman (como é conhecida até hoje) é constituída 
de 5% de Hidroquinona, 0,05% a 0,1% de tretinoína e 0,1% de dexametasona ou betametasona e é 
utilizada e comercializada, a exemplo do produto da figura a seguir.
Figura 12 – Cosmecêutico atual: fórmula de Kligman
Disponível em: https://bit.ly/3OS4h5k. Acesso em: 30 jun. 2022.
2.2 Aspectos legais
No Brasil, a Anvisa é quem aprova, regulamenta e classifica os produtos farmacêuticos. A Resolução 
da Diretoria Colegiada n. 7, de 10 de fevereiro de 2015 (ANVISA, 2015) dispõe sobre os requisitos 
técnicos para a regularização de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes. Nessa resolução, 
os cosmecêuticos são classificados como cosméticos de grau de risco 2, e a agência autoriza que 
sejam manipulados ou vendidos prontos sem necessidade de receita médica.
A Anvisa, ao classificar os produtos com grau 1 e 2, considera ainda a via de administração (local de 
aplicação) e a população que utilizará o produto, assim como a probabilidade de produzir efeitos indesejáveis.
30
Unidade I
Segue a lista dos produtos cosméticos de grau 2, conforme a legislação vigente:
Quadro 5 
Produtos cosméticos de grau 2 
Água oxigenada 10 a 40 volumes (incluídas as cremosas, excetuando-se aquelas de uso medicinal)
Antitranspirante axilar
Antitranspirante pédico
Ativador/Acelerador de bronzeado
Batom labial e brilho labial infantil
Bloqueador solar/antissolar
Blush/rouge infantil
Bronzeador
Bronzeador simulatório
Clareador da pele
Clareador químico para as unhas 
Clareador para cabelo e pelos do corpo
Colônia infantil
Condicionador anticaspa/antiqueda
Condicionador infantil
Dentifrício anticárie 
Dentifrício antiplaca 
Dentifrício antitártaro
Dentifrício clareador/clareador dental químico 
Dentrifrício para dentes sensíveis 
Dentifrício infantil
Depilatório químico 
Descolorante capilar 
Desodorante antitranspirante axilar 
Desodorante antitranspirante pédico 
Desodorante de uso íntimo
Enxaguatório bucal antiplaca
Enxaguatório bucal antisséptico 
Enxaguatório bucal infantil
Enxaguatório capilar anticaspa/antiqueda 
Enxaguatório capilar infantil
Enxaguatório capilar colorante/tonalizante 
Esfoliante peeling químico 
Esmalte para unhas infantil
Fixador de cabelo infantil
Lenços umedecidos para higiene infantil 
Maquiagem com fotoprotetor
Produto de limpeza/higienização infantil 
31
TECNOLOGIA DE COSMÉTICO
Produtos cosméticos de grau 2 
Produto para alisar e/ou tingir o cabelo
Produto para área dos olhos (exceto os de maquiagem e/ou ação hidratante e/ou demaquilante) 
Produto para evitar roer unhas 
Produto para ondular o cabelo
Produto para pele acneica 
Produto para rugas
Produto protetor da pele infantil
Protetor labial com fotoprotetor
Protetor solar
Protetor solar infantil
Removedor de cutícula
Removedor de mancha de nicotina químico
Repelente de insetos
Sabonete antisséptico
Sabonete infantil
Sabonete de uso íntimo
Talco/amido infantil
Talco/pó antisséptico
Tintura capilar temporária/progressiva/permanente
Tônico/loção capilar
Xampu anticaspa/antiqueda
Xampu colorante
Xampu condicionador anticaspa/antiqueda
Xampu condicionador infantil
Xampu infantil
Fonte: Anvisa (2020a).
Pode-se verificar que os produtos para uso infantil constam nessa categoria e isso é justificado por 
se tratar de população com mais vulnerabilidade e suscetibilidade a efeitos adversos e reações locais. 
Da mesma forma, pode-se notar que os produtos que apresentam alguma função que não somente 
higienizar ou perfumar também foram ali incluídos, independentemente do tipo de usuário e da via de 
administração tópica.
Por se tratar de uma área em constante evolução, é indicado que a legislação seja sempre consultada 
pelos profissionais da área a fim de evitar surpresas e problemas quanto às boas práticas, quanto 
aos produtos não mais permitidos e, até mesmo, a fim de manter-se atualizado quanto a eventuais 
compostos proscritos. A descrição das principais legislações da área cosmética, atualizadas até 2022, 
está no tópico 1.2.1 deste livro-texto.
32
Unidade I
2.3 Mercado
O Brasil está entre os principais consumidores de cosméticos do mundo. Nos últimos anos, apesar da 
recessão econômica provocada principalmente pela pandemia de coronavírus, o setor de produtos 
de higiene, cosméticos e perfumes teve aumento de vendas, essencialmente em relação aos produtos de 
cuidado com a pele do rosto e do corpo.
São muitas as indústrias produtoras de cosmecêuticos, desde pequenas até grandes empresas 
multinacionais. No entanto, cabe ressaltar o papel das farmácias magistrais nesse cenário, as quais 
ocupam um bom espaço e são capazes de individualizar as formulações e adequá-lasaos usuários, seja 
em termos de tipos de insumos, concentrações, melhores bases e, até mesmo, presença ou ausência de 
determinados adjuvantes farmacotécnicos, os quais o cliente pode requerer ou não. O segmento magistral 
tem muito a oferecer aos pacientes, visto que o prescritor pode fazer associações que promovam efeito 
sinérgico benéfico, excluindo determinado composto com o qual o paciente não possa ter contato. Isso 
se aplica tanto para bioativos quanto para adjuvantes farmacotécnicos e melhoradores de formulação, 
como corantes, por exemplo. Por outro lado, há que se ter muita cautela na seleção das substâncias 
a serem associadas, visto que misturas podem gerar produtos de função fisiológica bastante distinta 
da esperada. É, sem dúvida, desafiador para o prescritor e para o farmacêutico preverem com certeza 
o resultado de cada formulação idealizada e desenvolvida única e exclusivamente para um paciente. 
Mesmo com todo o estudo teórico, há a possibilidade de eventos inesperados que devem ser resolvidos 
sem prejuízos significativos aos pacientes.
Entretanto, no que tange à indústria de cosméticos, é de se esperar que, com investimentos em 
inovação tecnológica e até mesmo em publicidade, aliados à facilidade de obtenção de informações 
por meio de sites, blogs, redes sociais e compras pela internet, o mercado de beleza não cesse de 
crescer e desenvolver novidades na área cosmecêutica. Para o profissional que tem intenção de atuar 
nesse ramo da farmacêutica, é fundamental entender o mercado e as necessidades dos clientes – pois a 
dermocosmética é uma área que exige constante atualização do profissional – do contrário, não obterá 
sucesso em sua carreira.
2.4 Características dos produtos
É fato que esses produtos, também conhecidos nacionalmente como dermocosméticos, há 
tempos já se enquadram na capacidade de modificar estruturas da pele, auxiliando na correção 
de suas irregularidades, tais como envelhecimento, e não eram somente utilizados com o intuito de 
melhorá-la, perfumá-la ou embelezá-la, mas sim produzir efeitos quase tão potentes quanto 
aqueles proporcionados pelos medicamentos tópicos. Pode-se deduzir, então, que, ao classificar 
um cosmecêutico, ele deve ser categorizado entre o cosmético e o medicamento. Lembrando aqui 
que medicamentos, tais como o ácido retinoico, por exemplo, devem ser adquiridos e utilizados 
desde que se tenha a prescrição de um profissional habilitado. Esses produtos têm valor elevado, pois, 
além de todo o estudo envolvido e da produção delicada, são belamente apresentados, contendo 
embalagens sofisticadas e atraentes.
33
TECNOLOGIA DE COSMÉTICO
São exemplos de importantes marcas de dermocosméticos: Adcos, Avène, Bioderma, Dermage, 
Eucerin, La Roche Posay, Physiogel, Profuse, Roc, Shiseido, SkinCeuticals e Vichy.
Para fins de comparação e melhor entendimento desse conceito, a figura a seguir mostra de forma 
ilustrativa a capacidade de permeação cutânea dos cosméticos (tipo 1) e dos cosmecêuticos (tipo 2) 
através das camadas da pele.
Derme
Tecido subcutâneo
Epiderme
Co
sm
ét
ic
o
Co
sm
ec
êu
tic
o
Músculo
Osso
Figura 13 – Camadas da pele e a permeação de cosméticos e cosmecêuticos
Uma forma de perceber a distinção entre um cosmecêutico e um medicamento é considerar que 
o último é atrelado ao uso em concentrações terapêuticas e deve ter seu uso restrito a um período 
determinado. A figura a seguir mostra um cosmecêutico produzido pela ADCOS (sérum concentrado 
anti-idade para peeling), de uso diário, que visa uniformizar a textura e o tom da pele pela renovação 
celular, além de reduzir rugas e linhas de expressão.
Figura 14 – Imagem de um cosmecêutico produzido industrialmente
Disponível em: https://bit.ly/3yup89B. Acesso em: 30 jun. 2022.
34
Unidade I
Por serem produtos utilizados por público visualmente exigente, as embalagens também 
são bastante sofisticadas e dirigidas para o melhor uso possível. Muitas vezes, as embalagens dos 
cosmecêuticos também são funcionais, tais como o mousse de limpeza micelar da marca Maraden 
(figura a seguir), que contêm nutrientes e vitamina C. A embalagem possui uma esponja acoplada, por 
onde o produto sai, que já funciona como aplicador.
Figura 15 – Cosmecêutico contendo aplicador na própria embalagem
Disponível em: https://bit.ly/3bCmR39. Acesso em: 12 jul. 2022.
2.5 Indicações de uso
Tratando-se das indicações de uso dos cosmecêuticos, são relacionados às funções específicas dos 
compostos que costumam fazer parte das formulações, tais como:
•	 Antioxidantes: substâncias que poupam as estruturas da pele das ações dos radicais livres 
produzidos pelo estresse da pele e pela poluição.
•	 Clareadores/Despigmentantes: melhoram a condição da pele manchada, sejam elas causadas 
por produtos químicos, por ação física, solar ou até mesmo hormonal.
•	 Queratolíticos leves: substâncias que promovem a remoção das células mortas mais superficiais 
da pele (queratinócitos).
•	 Anti-idade: do inglês anti-aging, são aqueles produtos para tratamentos dos efeitos advindos do 
envelhecimento.
•	 Antiflacidez: substâncias com atividade de firmar e reverter a perda de elasticidade da pele.
•	 Antirrugas: substâncias que ajudam a prevenir e a suavizar as linhas e depressões que se formam 
na pele com o passar dos anos, devido à perda de elastina, colágeno, ácido hialurônico – importante 
salientar que é melhor prevenir do que tratar as rugas.
35
TECNOLOGIA DE COSMÉTICO
•	 Antiacne: os ativos têm função de regular a oleosidade excessiva, regular o microbioma da pele 
e reduzir a inflamação local.
•	 Antiestrias: reduzem ou evitam que a pele estire nas fases em que ocorre crescimento rápido do 
corpo (adolescência), gestação e aumento de peso repentino.
•	 Estimuladores de crescimento capilar: embora sejam diversos os tipos de alopecia, e mais 
diversos ainda os motivos que levam ao aumento da queda do cabelo, alguns compostos ajudam 
a crescer e a fortalecer os fios.
•	 Produtos de aplicação íntima (sabonete íntimo): visto que a via de aplicação é bastante 
sensível, existe a necessidade de bases específicas, pH adequado à finalidade de uso, entre outras 
especificações.
•	 Produtos para uso infantil (diversos): população mais sensível, portanto, necessita de produção 
mais delicada.
•	 Protetores solares: os filtros físicos e os químicos existem em uma grande variedade, e são 
estudados em um capítulo à parte deste livro-texto.
•	 Repelentes de inseto: em razão da toxicidade de suas moléculas, os repelentes são considerados 
– pela agência regulatória – como cosméticos de grau 2.
Certamente, muitos produtos contêm mais de uma classe dos compostos listados, além de muitas 
outras não citadas, abrangendo mais de uma função para a pele ao interagir com sua fisiologia por 
mecanismos de ação específicos. Exemplos de associação: clareadores e queratolíticos, e protetores 
solares e antioxidantes. São exemplos de produtos de composição complexa:
•	 Sérum 10 em 1 (Wepink) – principais ativos: ácido hialurônico, vitamina E, retinol, colágeno 
hidrolisado, vitamina C, extrato de algas marinhas e D-pantenol – reduz linhas e marcas de 
expressões, em um só frasco.
•	 Anti age (Emanna Wisdom) – principais substâncias ativas: DMAE, ácido hialurônico e acácia 
do Senegal – proporciona ação anti-aging, antioxidante, hidratação, ação anti-inflamatória, reduz 
intensidade das rugas e linhas de expressão, hidrata e combate o envelhecimento da pele, diminui 
olheiras e bolsas embaixo dos olhos, em um produto único.
•	 Vitamin C e ferulic (Skinceuticals): combinação antioxidante sinérgica de vitamina C, vitamina 
E e ácido ferúlico para proteção da pele contra danos atmosféricos causados por agressores 
ambientais e sinais de envelhecimento precoce causados por radicais livres da radiação UVA/UVB, 
radiação infravermelha e poluição.
•	 Sérum corretor calmante phyto corrective (Skinceuticals): contém extratos botânicos, 
ácido hialurônico e glicerina – visa corrigir marcas de acne, aumentarhidratação da pele 
instantaneamente e mantê-la hidratada ao longo do dia; também instantaneamente, reduz os 
desconfortos da pele, como irritação e sensação de queimação.
36
Unidade I
Mesmo que um produto seja utilizado com objetivo único, por exemplo, crescimento capilar, é 
bastante comum que se utilize de associações de ativos que agem por mecanismos diferentes, mas 
complementares, sinérgicos. É o caso do produto da empresa brasileira Ervik, o Hairvik, composto de 
nanoxenol que repõe vitaminas, nutrientes e aminoácidos no bulbo capilar, nano cafeína que acelera a 
microcirculação, entregando nutrientes e vitaminas com mais velocidade para o bulbo capilar. Além disso, 
bloqueia a ação hormonal que danifica o bulbo e fornece tripeptídeo de cobre que promove o crescimento 
de folículos capilares e impede a queda capilar. Ativo muito utilizado em procedimentos estéticos.
Essa mesma empresa desenvolveu recentemente um produto que promete fazer retornar o pigmento 
original dos fios de cabelo, o que seria perfeito para as pessoas que se sentem incomodadas com o 
surgimento de fios brancos. Essa formulação, chamada comercialmente de Hairvik Regenere, contém 
diversos ativos estimuladores de crescimento, fatores de crescimento, os principais são: Greyverse, 
Tyrosilane, cafeína e biotina. É, sem dúvida, uma evolução desta época.
Imprescindível lembrar da forte tendência atual de utilizar compostos naturais ao invés dos 
sintéticos, e lembrar, ainda, da grande preocupação com a sustentabilidade e o impacto ambiental 
que as formulações podem trazer. Hoje em dia, empresas como a Natura fazem o papel de produzir 
cosmecêuticos a partir de compostos da floresta amazônica, como ucuuba, priprioca, açaí, tucumã, 
buriti, entre outros. Havendo, no entanto, cuidado em ser sustentável e em respeitar a época de colheita 
de cada vegetal para que, então, sejam extraídos os insumos necessários.
2.6 Componentes e composição química
Tendo-se em vista o grande número de insumos farmacêuticos ativos com capacidade de agir nas 
camadas mais profundas da pele, é de se esperar que a composição dos produtos cosmecêuticos seja 
bastante diversificada – e muitas vezes complexa. É natural que as pessoas queiram passar menos tempo 
do dia aplicando cremes e que desejem que os produtos tenham o maior número possível de funções.
Atualmente, mesmo com a forte tendência ao desenvolvimento de cosméticos naturais, 
biotecnológicos menos agressivos à pele do usuário, há uma vertente da sociedade contrária à extração 
de compostos naturais que implique em sofrimento ou morte de espécies animais, resultando, assim, nos 
cosméticos veganos, por exemplo, ausente de compostos derivados de animais, e que nem os utilizem 
como cobaias para testes laboratoriais de eficácia e segurança.
Considerando o exposto, alguns bioativos utilizados com frequência nos dermocosméticos:
•	 Vitaminas e seus derivados – retinol (vitamina A): traz muitos benefícios para a pele, como a 
renovação celular, a melhora de rugas e textura, e estimula a produção de colágeno.
•	 Ácido ascórbico (vitamina C): potente antioxidante e essencial para a formação do colágeno.
•	 Tocoferol (vitamina E): hidratante e formador de barreira cutânea, e antioxidante.
•	 Nicotinamida (vitamina B3): fornece diversos benefícios à pele, tais como redução de acne e 
cravos e controle de oleosidade.
37
TECNOLOGIA DE COSMÉTICO
•	 Ácido pantotênico (vitamina B5): bioativo natural que proporciona aumento da hidratação 
superficial, elasticidade e maciez da pele, além de propriedades anti-inflamatórias.
•	 Alfa hidroxiácidos (AHA): grupo de substâncias encontradas comumente em alimentos e frutas, 
sendo chamados muitas vezes de “ácidos de frutas”. O ácido lático, no entanto, é encontrado 
no leite azedo. Já o ácido cítrico é encontrado nas frutas cítricas, o ácido tartárico é obtido 
de uvas e os ácidos málico e mandélico são encontrados na maçã. Entretanto, o mais popular 
do grupo é o ácido glicólico. É o alfa hidroxiácido com menor massa molecular que confere 
elevada penetrabilidade na pele, podendo ser usado em diversas lesões cutâneas, como queratose 
seborreica, acne e verruga vulgar. É também usado para melhorar rugas (superficiais, médias e 
profundas), manchas hipercrômicas, flacidez, estrias, manchas senis, entre outras aplicações.
•	 Ácido ferúlico: um ácido hidroxicinâmico com função antioxidante, bastante utilizado 
atualmente.
•	 Ativos protetores solares: filtros físicos de barreira e filtros químicos de moléculas complexas 
fazem parte desse grande grupo de ativos que, em combinações diversas, são capazes de gerar 
diferentes tipos de proteção solar.
•	 Resveratrol: encontrado nas uvas pretas e no vinho tinto, na pele do amendoim, em amoras, 
mirtilo, cranberry e cacau. Sua molécula polifenoólica (figura a seguir) já demonstra sua atividade 
antioxidante decorrente da ressonância capaz de enfraquecer efeitos de radicais livres. É, sem 
dúvida alguma, um dos melhores ativos nesse quesito. Além de antioxidante para a pele, o 
resveratrol tem ação protetora dos raios ultravioleta.
HO
OH
OH
Figura 16 – Molécula do Resveratrol
•	 Ácido kójico: recomendado para o tratamento de manchas escuras e a prevenção do 
envelhecimento da pele pela ação antioxidante, também age como antimicrobiano; existe uma 
grande vantagem frente a outros despigmentantes, que é a de não ser fotossensibilizante durante 
o uso; ele é um dos bioativos naturais e sustentáveis da atualidade, produzido por fungos através 
da fermentação do arroz, soja, saquê e outros alimentos.
•	 Alantoína: ativo que acelera a regeneração epitelial, forma uma película sobre a pele, impedindo 
a evaporação de água e a desidratação; é o produto final do metabolismo da purina e, como tal, 
encontra-se amplamente disseminada em organismos animais e vegetais, e pode ser obtida da 
planta confrei.
38
Unidade I
•	 Ácido hialurônico: talvez um dos bioativos que mais aparece nas formulações para a pele, e já 
tem surgido também em produtos capilares; trata-se de uma substância produzida naturalmente 
pelo corpo, mas que, com o tempo, sua produção vai diminuindo e pode ser reposto em forma 
injetável, na forma de cremes e loções; tem ação hidratante e estimulante de colágeno; na 
forma injetável, é usado em harmonização facial como preenchedor e modelador.
•	 Alfa bisabolol: constituinte do óleo essencial de camomila, é ótimo calmante da pele por seu 
poder anti-inflamatório, é também cicatrizante e antisséptico .
•	 Hidroquinona: ativo que compete com a tirosina pela enzima tirosinase, impedindo a formação 
da melanina, agindo como clareador de pele manchada; há que se ter cuidado, pois é comum 
haver sensibilidade à hidroquinona.
•	 Lipossomas AHA: ativo que une tecnologia dos lipossomas aos de alfa hidróxiácidos (ácido 
glicólico e ácido lático); tem ação queratolítica, hidratante e de renovação celular.
•	 Lipossomas coenzima Q10: previnem o envelhecimento precoce da pele.
•	 Lipossomas de vitaminas A, C e E: combatem radicais livres (C e) e renovam as células da pele (A).
Os lipossomas são vesículas formadas por fosfolipídeos de soja que englobam os princípios ativos, 
levando-os até o local de ação sem que sofram alterações. Pode-se lipossomar ativos para pele e para 
cabelo. Como são semelhantes às membranas plasmáticas, a sua interação com as células é muito 
facilitada. E ainda considerando que tem uma porção hidrofílica e outra lipofílica, são capazes de carrear 
ativos das duas espécies. Sua estrutura básica pode ser visualizada a seguir.
Figura 17 – Desenho esquemático de lipossoma
Disponível em: https://bit.ly/3yF55nY. Acesso em: 12 jul. 2022.
39
TECNOLOGIA DE COSMÉTICO
Cabe ressaltar que é grande a importância dos farmacêuticos na área dermocosmética, visto que o 
profissional é capaz de desenvolver formulações e adequar a posologia dos produtos para cada indivíduo, 
estando apto a indicá-los de acordo com as necessidades e desejos dos pacientes e clientes.
Quanto aofato de que podem ser desenvolvidas formulações cosmecêuticas, não se pode deixar de 
atentar aos veículos e bases utilizadas nessas composições, bem como aos adjuvantes farmacotécnicos 
escolhidos. É fundamental que se conheça as compatibilidades entre ingredientes ativos, adjuvantes e 
veículos, a fim de que o produto acabado seja estável, efetivo e seguro.
2.7 Formulações
Como exemplos de formulações cosmecêuticas, sugere-se observar as constantes a seguir, bem 
como a função dos bioativos utilizados. Sugere-se ainda prestar atenção às quantidades indicadas.
•	 Creme despigmentante:
— Hidroquinona 3% (despigmentação).
— Ácido lático 2% (hidratação, microesfoliação, renovação celular).
— Alfa bisabolol 0,5% (hidratação, anti-inflamação).
— Creme ou fluido oil free q.s.p. (veículo livre de óleo) q.s.p. 100%.
— Hidroquinona 5% (despigmentação).
— Ácido kójico 2% (despigmentação).
— Ácido azelaico ou azeloglicina 10% (despigmentação).
— Creme-gel (ou loção) q.s.p. 100%.:
•	 Loção antirrugas:
— Microesponjas de retinol 5% (elasticidade, prevenção e atenuação de rugas).
— DMAE (dimetil aminoetanol) 8% (estimulação da produção da acetilcolina).
— Loção não iônica q.s.p. 100%.
•	 Creme antirrugas:
— Argireline 10% (previne e recupera rugas por movimentos repetitivos).
— Elastinol 5% (torna a pele mais firme e mais elástica).
— Creme não iônico q.s.p. 100%.
40
Unidade I
As formulações sugerem tratamentos de rejuvenescimento e recuperação dos sinais do tempo 
sobre a pele, indicando os principais ativos individualmente e uma sugestão de base (veículo).
 Observação
Em formulações para peeling químico que contêm alfa hidroxiácidos 
(ácido glicólico), é comum a neutralização de 10% do teor do AHA com uma 
base (NaOH), visando a formação de um tampão que melhora a hidratação 
da pele e reduz a irritação do produto.
2.8 Considerações finais
A cosmetologia é diretamente ligada à estética, que tem sido a cada ano uma das principais áreas 
de atuação de profissionais da saúde. No entanto, é também ligada a tratamento e prevenção de 
disfunções dermatofisiológicas devido à capacidade dos cosmecêuticos de penetrar até as camadas 
mais profundas da pele, interferindo na sua fisiologia.
É notória a atual preocupação em buscar um ponto de equilíbrio entre o que é natural e o que é 
tecnologicamente obtido. Enquanto muitos profissionais acreditam que os compostos naturais trazem 
mais benefícios à pele, surgem novos ativos tecnológicos que prometem rejuvenescimento e recuperação 
da beleza de forma mais rápida e eficaz. Não se pode deixar de lado o que a tecnologia traz, mas nem 
tudo o que é natural é inofensivo e totalmente liberado.
Por fim, é desejável que haja atenção por parte do produtor quanto às escolhas de fármacos e suas 
concentrações, aditivos e veículos, bem como por parte do dispensador das formulações dermocosméticas, 
pois, de acordo com o exposto, pode-se perceber que são nos detalhes que residem o sucesso ou o 
fracasso de um tratamento.
 Saiba mais
Para se aprofundar e entender melhor os cosmecêuticos, leia o 
artigo a seguir:
MUKTA, S.; ADAM, F. Cosmeceuticals in day-to-day clinical practice. 
Journal of Drugs in Dermatology, v. 9, n. 5, p. 62-66, May 2010.
3 PREPARAÇÕES COSMÉTICAS PARA HIGIENE E LIMPEZA
O conceito de higiene na conservação da saúde remonta há muitos séculos. A palavra higiene deriva 
do termo Higeia ou Higia, a filha do semideus Asclépio, filho de Apolo, o Deus grego da saúde. Não é à 
toa que Asclépio, com seu bastão (caduceu), representa o símbolo da medicina e Higeia, segurando um 
vaso envolto por uma serpente, representa o símbolo da farmácia (figura a seguir).
41
TECNOLOGIA DE COSMÉTICO
Figura 18 – Representação de Asclépio e sua filha Higeia, que 
personificam os símbolos da medicina e da farmácia, respectivamente
Disponível em: https://bit.ly/3OyZF4n. Acesso em: 30 jun. 2022.
A saúde sempre foi uma preocupação dos seres humanos. Os egípcios utilizavam óleos vegetais, 
gorduras animais e sais alcalinos para manter o asseio. Preparavam um produto chamado Khol 
(uma mistura negra de gordura + sulfato de chumbo) para proteção das pálpebras. O Papiro de 
Eber, descoberto pelo arqueólogo alemão Georg Eber no Egito e datado de 1500 a.C., faz referência 
a mais de 7 mil substâncias em mais de 800 formulações descritas de forma quantitativa. Nele há a 
descrição de como combinar óleos animais e vegetais com sais alcalinos para obter um produto que 
se parece com o sabão.
No século V a.C., os banhos já eram hábito, e os gregos abastados tinham salas de banho em suas 
residências. Os cidadãos menos abastados frequentavam banhos públicos ou se lavavam nos rios. 
A banheira mais antiga conhecida é datada de 1700 a.C. e foi encontrada na cidade de Knossos, na 
Grécia. Os romanos consideravam a higiene uma virtude e um sinal de elegância. Construíram aquedutos 
para transportar água para as grandes cidades e assim disponibilizá-la para a população. Alguns banhos 
públicos possuíam água quente e fria.
42
Unidade I
As tabletas de Nippur, documentos de barro em escrita sumério-babilônica datados de 1700 a.C., 
contêm os registros mais antigos sobre o uso de sabões para higienização do corpo. O historiador Plínio 
descreve que o sabão já era preparado pelos fenícios desde 600 a.C., cozendo-se o sebo de animais com 
cinzas de madeira. A rainha do Egito, Cleópatra, utilizava óleos essenciais, leite de égua e areia fina em 
seus banhos hidratantes.
Segundo historiadores, o termo sabão deriva do Monte Sapo (Roma), onde eram realizados sacrifícios 
de animais em pilhas crematórias e quando chovia, a água arrastava o sebo dos animais derretido nas 
cinzas para o rio Tibre, gerando a formação de espuma que era aproveitada para a lavagem de roupas, 
visto que esse processo ficava mais fácil de ser realizado. Na cidade grega de Pompeia, destruída pelas 
lavas do vulcão Vesúvio, foram encontradas ruínas preservadas de uma fábrica de sabão.
No século II, Galeno, o médico dos imperadores, desenvolveu uma preparação emulsiva a partir da 
reação de gordura de baleia com um mineral alcalino chamado bórax (borato de sódio) e água. Esse é um 
dos primeiros registro acerca da arte de misturar dois líquidos imiscíveis entre si por meio de uma reação 
de emulsificação.
Os árabes no século VII desenvolveram o processo de saponificação a partir da reação de gordura 
animal com substâncias alcalinas. Os espanhóis aperfeiçoaram o método utilizando óleo de oliva.
Willian Colgate abre, em 1806, 1ª. fábrica de sabão nos EUA. Em 1878, Harley Procter e James 
Gamble começam a produzir sabonete nos EUA. Um produto menos cáustico que os sabões tradicionais
No Brasil, a Casa Granado começa, a partir de 1870, a desenvolver e a vender produtos de higiene, 
que, nessa época, eram muito valorizados. O italiano José Milani passa a fabricar, no Brasil, o sabonete 
Gessy (1913).
3.1 Preparo de sabão
Os sabões podem ser obtidos a partir da reação de neutralização, nesse caso, chamada de 
saponificação, entre ácidos graxos presentes em gorduras e óleos de origem animal ou vegetal, com 
substâncias alcalinas, formando um sal que apresenta propriedades tensoativas.
A utilização de cinzas como agente alcalino para realizar a reação dificultava a produção em larga 
escala de sabão, o que foi solucionado com a síntese química de hidróxido de sódio, com os estudos 
do químico francês Nicolas Leblanc (1742-1806) sobre a obtenção de soda (hidróxido de sódio) a 
partir do carbonato de sódio (barrilha) com baixo custo de produção. Dessa forma, observou-se o 
desenvolvimento da saboaria na qual o sabão passou de artigo de luxo para se tornar um item acessível 
para a população.
O processo de obtenção de sabões se manteve até 1916, quando se desenvolveu o primeiro tensoativo 
sintético, que facilitou o processo de obtenção de produtos para a higiene pessoal.
43
TECNOLOGIA DE COSMÉTICO
Os sabões são obtidos quimicamente a partir da reação do hidróxido de sódio (soda) com ésteresde ácidos graxos (triglicérides) presentes em gorduras e óleos. O processo é muito simples e pode ser 
realizado em cubas contendo agentes graxos (ácidos graxos), soda e água, seguido de aquecimento 
para que a reação de saponificação possa ocorrer. O aquecimento, além de permitir a reação química, 
evapora o excesso de água e vai dando consistência ao produto (figura a seguir). A partir de 1950, os 
sabões passam a ser produzidos de derivados do petróleo.
Óleo ou gordura + base inorgânica → sabão + glicerina
Triglicerídeo
Sabões
Glicerol
++ 3 NaOH →
soda cáustica
OH
OH
OH
CH2
CH2
CH2
O
O
O
O-Na+
O-Na+
O-Na+
C
C
C
R
R
R
O
O
O
O
O
O
CH2
CH2
CH2
C
C
C
R
R
R
Figura 19 – Reação de saponificação para obtenção de sabão
Os tensoativos possuem propriedades similares aos sabões, entretanto, não são tão sensíveis quanto 
os sabões em relação à presença de sais minerais dissolvidos na água, o que pode causar a insolubilidade 
do sabão. Dessa forma, os tensoativos dão mais flexibilidade ao formulador.
Os tensoativos são compostos formados por uma parte polar, que tem afinidade pela água 
(hidrofílica), e outra parte apolar, que apresenta afinidade por óleo (lipofílica). Por apresentarem essas 
duas características (lipo e hidrofílica) em sua estrutura molecular, são denominados substâncias 
anfifílicas. Os tensoativos reduzem a tensão interfacial entre dois líquidos, permitindo que se misturem 
na forma de pequenas gotículas chamadas micelas.
Os tensoativos podem ser classificados quanto à natureza iônica:
•	 Aniônicos:
— Sabões: laurato de potássio, estearato de trietanolamina.
— Sulfatos: lauril sulfato de sódio, polioxietileno-alquil-sulfatos.
— Sulfonato: dodecil sulfonato de sódio.
•	 Catiônicos:
— Derivados de amônio quaternário: cloreto de cetiltrimetilamônio.
44
Unidade I
•	 Anfóteros:
— A carga depende do pH do meio (betaínas).
•	 Não iônicos:
— Ésteres graxos de polioxietileno-sorbitano (Tween).
— Ésteres graxos de sorbitano (Span).
3.2 Preparo de sabonetes
Os sabonetes são menos cáusticos que os sabões e apresentam um toque mais suave em função 
das matérias-primas utilizadas. Dependendo da composição e do processo de fabricação, podemos ter 
sabonetes tradicionais, sabonetes glicerinados ou sabonetes combar (figura a seguir).
Figura 20 – Sabonetes tradicionais em barra
Disponível em: https://bit.ly/3NZGxeS. Acesso em: 12 jul. 2022.
A escolha da matéria-prima é importante para a elaboração dos produtos de qualidade e alguns 
fatores devem ser considerados: utilização de matérias-primas de boa qualidade, uma vez que a oxidação 
das insaturações dos ácidos graxos gera odor pungente de ranço, que é um processo é irreversível.
Os sabonetes tradicionais são constituídos pela mistura de 80% a 85% de ácidos graxos presentes 
em gorduras animais (sebo) com 15% a 20% de ácidos graxos presentes no óleo de coco, babaçu ou 
palmito, na forma de sais de sódio (80% do produto). Os 20% restantes do produto é de impurezas, 
como glicerol, cloreto de sódio, alcalinidade residual e umidade. Os ácidos graxos presentes na gordura 
animal possuem de 16 a 18 átomos de carbono (C16-18) e são responsáveis pela qualidade da espuma 
do produto. Já os ácidos graxos presentes nos óleos vegetais possuem de 12 a 14 átomos de carbono 
(C12-14) e são responsáveis pela quantidade de espuma.
45
TECNOLOGIA DE COSMÉTICO
Os ácidos graxos animais podem ser substituídos pelo óleo de palma ou de dendê em virtude da 
similaridade nas cadeias graxas. O processo de fabricação de sabonetes tradicionais requer equipamento 
específico para a obtenção de um produto final adequado. Pode-se utilizar massa-base de sabonetes 
tradicionais para o preparo de sabonetes transparentes, como o sabonete de glicerina.
Assim, para o preparo de sabonetes, é necessário dispor de matérias-primas de qualidade compostas por:
•	 ácidos graxos C16-18 (palmítico, esteárico e oleico);
•	 ácidos graxos C12-14 (láurico e mirístico);
•	 álcalis: NaOH (sabão duro); KOH (sabão mole); trietanolamina (sabonetes);
•	 adjuvantes diversos: corantes, fragrâncias, agentes umectantes, agentes opacificantes (TiO2) e 
antissépticos (triclosan).
Os sabonetes glicerinados transparentes são preparados a partir da massa-base de sabonetes 
tradicionais, solubilizada em 15% de etanol e adicionada de umectantes, como glicerina, 
propilenoglicol ou sorbitol e sacarose, que confere elevada transparência, mas baixo poder 
espumante, daí a possibilidade da incorporação de tensoativos e dietanolamina de ácido graxo de 
coco para melhor a espumabilidade do produto. Eles são facilmente obtidos pela moldagem da massa 
de sabonete fundida (figura a seguir).
Figura 21 – Sabonete de glicerina
Disponível em: https://bit.ly/3AEN0c8. Acesso em: 12 jul. 2022.
O sabonete do tipo combar é uma associação de sabão com detergente sintético que reforça a ação 
espumógena e permite a obtenção de produtos menos alcalinos. Esses produtos são mais estáveis na 
presença de sais minerais na água.
46
Unidade I
3.3 Preparo de sabonete líquido
Os sabonetes líquidos possuem uma composição muito parecida com a dos xampus, mas com maior 
concentração de detergente (45% a 60%). Eles podem se apresentar na forma transparente, perolada ou 
misturada com estearatos alcalinos para a obtenção de preparações cremosas.
Os produtos atuais tentam eliminar alguns inconvenientes dos sabões na forma de sais alcalinos 
de ácidos graxos, como o elevado valor de pH do produto, a remoção excessiva de gordura, a interação 
com cálcio e magnésio em águas duras e o ressecamento da pele. A adição de sobreengordurantes, 
como a dietanolamina de ácido graxo de coco, melhora o poder espumógeno, além de repor parte da 
oleosidade retirada (ação sobreengordurante) e de aumentar a viscosidade do produto. Os tensoativos 
mais utilizados no preparo de sabonetes líquidos são o laurilsulfato de sódio (LSS) e o lauril éter sulfato 
de sódio (LESS).
A suavidade do sabonete líquido pode ser aumentada pela adição de tensoativos não iônicos, como 
os alquil poliglicosídeos e os alquilsulfatos, reduzindo uma possível irritação na pele.
Quando a preparação apresenta a possibilidade de turvação, como na incorporação de ativos 
contendo etanol, pode-se adicionar agentes opacificantes que dão um efeito leitoso e uma sensação 
cremosa ao produto. Os principais agentes perolizantes são o monoestearato de etilenoglicol e o diestearato 
etilenoglicol. Também pode-se adicionar agentes bactericidas de amplo espectro aos sabonetes líquidos, 
como o triclosan (Igarsan DP 300).
A incorporação de agentes gelificantes, como as gomas guar, xantana ou derivados de celulose, além 
de aumentar a viscosidade do produto, dá uma sensação agradável após aplicação e enxágue. Esses 
sabonetes líquidos são chamados de shower gel.
3.4 Preparo de sais de banho
Os sais de banho foram desenvolvidos, inicialmente, para eliminar os íons de cálcio e magnésio, 
responsáveis pela dureza da água, para que os sabões pudessem realizar com eficiência a remoção 
de sujidades. A utilização de tensoativos sintéticos minimiza essa ação, pois são menos sensíveis à 
dureza da água.
Os sais de banho são produtos com sal marinho e podem conter outros componentes em sua 
composição para lhes dar alguma característica particular. Existem vários tipos de sais de banho e cada 
um deles tem um uso específico, a saber:
•	 agente harmonizador das energias corporais;
•	 esfoliante suave com o uso de buchas;
•	 espumante para banheiras;
•	 fonte de aromas durante o banho.
47
TECNOLOGIA DE COSMÉTICO
O principal constituinte dos sais de banho é o cloreto de sódio, o qual pode ser obtido a partir da 
evaporação da água do mar nas salinas (nesse caso, é chamado de sal marinho) ou pode vir de jazidas 
subterrâneas ou superficiais que surgiram pela evaporação de lagos ou mares antigos (nesse caso, é 
chamado de sal-gema). No Brasil, o principal sal utilizado é o sal marinho.
Além do cloreto de sódio, podem ser utilizadosos seguintes agentes na composição dos sais de banho:
•	 Carbonato de sódio: redutor da dureza da água.
• Tiossulfato de sódio: utilizado em sais terapêuticos pelas propriedades do enxofre.
• Bicarbonato de sódio ou potássio: utilizado para obter um efeito efervescente e espumógeno 
a partir da reação de efervescência com ácido cítrico, ácido tartárico e lauril sulfato de 
sódio em pó.
• Sulfato de sódio, potássio e magnésio.
• Tetraborato de sódio: redução da dureza da água.
3.5 Preparo de óleo para banho
Óleos para banho são formas cosméticas de natureza líquida, perfumada e colorida, podendo 
apresentar diversas fase de acordo com a densidade dos líquidos utilizados, destinadas a aromatizar 
a água para banho ou para aplicação tópica sobre o corpo ainda molhado, perfumando e conferindo 
emoliência à pele.
Pode-se utilizar tensoativos de natureza não iônica com baixo equilíbrio hidrófilo-lipófilo (EHL), 
em baixa proporção (5%), visando facilitar a interação com os componentes oleosos da preparação 
e conferir suavidade à preparação. É comum a utilização de tensoativos etoxilados, como álcool 
oleílico etoxilado 3OE. A fragrância do produto é um elemento essencial para sua aceitação 
pelo consumidor.
3.6 Formulações
A tabela a seguir ilustra as porcentagens específicas para a formulação de sabonete em barra:
Tabela 1 – Sabonete em barra
Componente Porcentagem
Massa-base para sabonete 70,0%
Lauril éter sulfato de sódio 3,0%
Álcool etílico 5,0%
Sacarose 3,0%
Glicerina 5,0%
Essência q.s.
Corante q.s.
Água purificada q.s.p. 100, 0 mL
48
Unidade I
 Observação
A sigla q.s. significa “quantidade suficiente”, e a sigla q.s.p. significa 
“quantidade suficiente para”.
Técnica de preparo
1. Pesar a sacarose e pulverizar em gral. Transferir para um béquer e dissolvê-la na mistura de água 
e glicerina.
2. Transferir o lauril éter sulfato de sódio para o béquer acima e homogeneizar.
3. Pesar a massa-base para sabonete e transferir para um béquer. Levar ao banho-maria até 
completa liquefação.
4. Retirar do banho-maria e imediatamente adicionar o conteúdo do béquer, álcool etílico, 
corante e essência.
5. Transferir para moldes/formas e aguardar resfriamento.
6. Acondicionar e rotular.
Observação:
•	 Glicerina, sacarose e álcool etílico garantem a transparência do sabonete.
•	 É possível adicionar um extrato vegetal, como o extrato glicólico de erva-doce (≅	5%).
Tabela 2 – Sabonete líquido perolado
Componente Porcentagem
Lauril éter sulfato de sódio 30,0%
Cocoamidopropil betaína 10,0%
Base perolada 5,0%
Dietanolamina de ácido graxo de coco 5,0%
Diestearato de PEG 6000 1,0%
Propilenoglicol 3,0%
Metilparabeno 0,1%
Imidazolidinil ureia (Germall) 0,3%
Corante q.s.
Essência q.s.
Ácido cítrico 10% q.s. pH = 6,0
Água purificada q.s.p. 100,0 mL
49
TECNOLOGIA DE COSMÉTICO
Técnica de preparo
1. Pesar o metilparabeno e EDTA Na2, separadamente, e transferir para um béquer contendo 45 mL 
de água purificada. Aquecer em banho-maria até a completa dissolução dos sólidos.
2. Adicionar e dissolver o diestearato de PEG 6000 a quente no béquer acima.
3. Transferir o conteúdo do béquer para um cálice e adicionar, intercalando com agitação, lauril éter 
sulfato de sódio, cocoamidopropil betaína, base perolada e dietanolamina de ácido graxo de coco.
4. Adicionar corante e essência.
5. Medir e acertar o pH para o valor de 6,0.
6. Completar com água q.s.p. 100 mL.
7. Acondicionar e rotular.
Tabela 3 – Sabonete líquido íntimo
Componente Porcentagem
Lauril éter sulfato de sódio 30,0%
Cocoamidopropil betaína 7,0%
Dietanolamina de ácido graxo de coco 3,0%
Diestearato de PEG 6000 3,0%
Triclosan 0,5%
Glicerina 1,0%
EDTA dissódico 0,05%
Parabenos/fenoxietanol 0,8%
Extrato glicólico de Aloe vera 0,5%
Corante q.s.
Fragrância q.s.
Ácido lático q.s. pH = 4,0
Água purificada q.s.p. 100,0 mL
Técnica de preparo
1. Em um copo graduado de 125 mL, solubilizar EDTA, glicerina e solução de parabenos em q.s. de água.
2. Em um béquer, solubilizar os 5 primeiros componentes em banho-maria a cerca de 50 ºC e 
homogeneizar. Adicionar e dissolver o diestearato de PEG 6000 a quente no béquer acima.
3. Transferir o conteúdo do béquer para o copo graduado e homogeneizar.
50
Unidade I
4. Adicionar corante e essência.
5. Medir e acertar o pH para o valor de 4,0.
6. Completar com água q.s.p. 100 mL.
7. Acondicionar e rotular (CORREA, 2012, p. 473).
Tabela 4 – Sal para banho
Componente Porcentagem
Cloreto de sódio 93,0%
Lauril sulfato de sódio 5,0%
Álcool etílico 1,0%
Essência 1,0%
Corante q.s.
Técnica de preparo
1. Uniformizar o tamanho dos cristais de cloreto de sódio em gral de vidro.
2. Juntar o lauril sulfato de sódio e homogeneizar.
3. Misturar a solução de etano + essência + corante ao gral de vidro.
4. Homogeneizar bem e desprezar o excesso de solução.
5. Espalhar os cristais sobre papel impermeável e deixar secar.
Tabela 5 – Óleo para banho trifásico
Fase 1
Óleo mineral 15,0 mL
Óleo de amêndoas 5,0 mL
Fase 2
Óleo de silicone 20,0 mL
Fase 3
Propilenoglicol 3,0 mL
Essência 5,0 mL
Água purificada 12,0 mL
Corante q.s.
51
TECNOLOGIA DE COSMÉTICO
Técnica de preparo
1. Em cálice, dissolver o corante na água.
2. Adicionar os outros componentes, homogeneizando.
3. Aguardar a separação das fases.
4. Acondicionar e rotular.
Tabela 6 – Óleo para banho
Componente Porcentagem
Triglicerídeo de ácido cáprico caprílico 5,0%
Estearato de octila 2,0%
Álcool oleílico etoxilado 3 OE 7,0%
Butilhidroxitolueno (BHT) 0,05%
Óleo de gérmen de trigo 2,5%
Óleo de semente de uva 2,5%
Óleo de maracujá 2,5%
Alfa tocoferol 0,2%.
Fragrância q.s.
Óleo mineral q.s.p. 100,0 mL
Técnica de preparo
1. Em um béquer 100 mL, dispersar o BHT no óleo mineral. Se necessário, aquecer em banho-maria.
2. Transferir todos os outros componentes para um copo graduado de 125 mL e homogeneizar.
3. Transferir o conteúdo do béquer para o copo graduado e homogeneizar.
4. Acondicionar e rotular.
Destaca-se que todos os recipientes a serem utilizados devem estar anidros para que não haja 
turvação da preparação oleosa (CORREA, 2012, p. 474).
 Saiba mais
Para entender melhor os produtos para higiene e banho, leia a 
referência a seguir.
CORREA, M. A. Cosmetologia: ciência e técnica. São Paulo: Medfarma, 2012.
52
Unidade I
4 PREPARAÇÕES COSMÉTICAS PARA HIGIENE E TRATAMENTO CAPILAR
Não se pode falar em produtos para higiene capilar sem uma revisão sobre as características do fio 
de cabelo e do couro cabeludo. O fio de cabelo se origina em uma invaginação epidérmica localizada na 
papila dérmica, que é uma estrutura fibrovascular especializada e responsável pelo crescimento e pela 
manutenção do folículo piloso. A coloração do cabelo está relacionada ao tipo de melanina produzido 
pelo indivíduo.
Quando visto ao microscópio eletrônico, percebe-se que o cabelo é formado por um conjunto de 
fibrilas e que cada fibrila é constituída por um grupo de fibras menores enroladas, como se formassem 
uma corda. Essas fibras são constituídas por queratina, proteínas que se caracterizam por sua elevada 
resistência e insolubilidade em água (figura a seguir).
Cadeira proteica 
a-helicoidal
Matriz
Proteínas ricas 
em enxofre (S)
Proteínas ricas 
em enxofre (S)
Remanecente 
nuclear
Protofibrilas
Microfibrilas
Microfibrilas
Complexo 
membranoso celular
Endocutícula
Córtex
Cutícula
Célula paracordical
Célula ortocortical
Célula mesocordical
Epicutícula
Exocutícula A
Exocutícula B
Figura 22 – Estrutura do fio de cabelo mostrando as microfibrilas
Fonte: Souza e Machado (2019, p. 52).
Macroscopicamente, o pelo é constituído por três partes principais, Vejamos na sequência:
•	 Haste: parte visível do cabelo, constituída por três camadas vistas ao microscópio óptico e 
conhecidas como (figuras 23 e 24):
―— medula: parte central do pelo composta de inúmeras microfibrilas;
―— córtex: camada mediana formada por células queratinizadas;
―— cutícula: camada externa.
53TECNOLOGIA DE COSMÉTICO
Camada hialina
Córtex do cabelo
Medula do cabelo
Camada de Huxley
Camada de Henle
Fio externo ou dérmico
Figura 23 – Estrutura do fio de cabelo
Adaptada de: https://bit.ly/3yWytXU. Acesso em: 12 jul. 2022.
•	 Raiz: parte interna do cabelo e inserida na derme.
•	 Bulbo: extremidade viva do cabelo que recebe inervação e nutrição específica.
Medula
Músculo eretor 
do pelo
Epiderme
Derme
Camada subcutânea
Células adiposas
Glândulas 
sebáceas
Bulbo
Papila
Córtex
Cutícula
Figura 24 – Estrutura da raiz e do bulbo fio de cabelo mostrando sua inervação
Adaptada de: Cestari (2012, p. 9).
54
Unidade I
Durante a vida, ocorre uma constante renovação dos fios de cabelo, de acordo com as fases 
de crescimento. Os pelos do couro cabeludo duram de 2 a 6 anos e diariamente são perdidos cerca de 
100 fios de cabelo. Diversos problemas podem afligir o cabelo, principalmente quando se realizam 
tratamentos cáusticos, como alisamentos e mudança de cor, que podem danificar essa estrutura 
básica do cabelo.
O tratamento capilar do ponto de vista cosmético tem como objetivo proporcionar a limpeza dos fios 
e do couro cabeludo com a retirada de detritos e oleosidade excessiva. Também podem ser utilizados para 
condicionamento e restauração do cabelo danificado, devolvendo brilho e maciez. Nesse sentido, duas 
formas cosméticas são imprescindíveis para a obtenção desses objetivos: os xampus e os condicionadores.
4.1 Xampus
Produtos cosméticos destinados à limpeza e ao condicionamento do cabelo sem causar-lhes danos ou 
irritações no couro cabeludo. A limpeza do cabelo e do couro cabeludo é efetuada pela ação de tensoativos 
ou surfactantes. Tensoativos são substâncias que reduzem a tensão superficial entre duas interfaces 
(nesse caso a água e o ar), facilitando o contato com as sujidades presentes nos fios. As sujidades presentes 
no meio ambiente (como poeiras, fumaças e névoas) ou aquelas produzidas pelo próprio organismo 
(como os produtos gerados da lipólise do sebo, os eletrólitos do suor, as células epiteliais decorrentes 
da descamação da camada córnea) se aderem ao fio por causa da oleosidade produzida pelas glândulas 
sebáceas e sudoríparas do tipo apócrinas. O cabelo sujo perde o brilho e adquire odor desagradável.
Os xampus podem ser dos seguintes tipos:
•	 Tradicional: promovem a limpeza e o condicionamento do cabelo.
•	 Tratamento: proporcionam brilho, volume, recuperação e hidratação de fios de cabelo.
•	 Medicinal: contêm princípios ativos que atuam fisiologicamente contra caspa, queda do cabelo, 
seborreia etc.
Na preparação de xampus, o formulador deve sempre considerar que as principais características 
desejáveis dos xampus são:
•	 formação abundante de espuma;
•	 eliminação eficaz da sujidade;
•	 facilidade de enxágue e penteado, fornecendo brilho ao cabelo;
•	 não irritação no couro cabeludo e, se possível, nos olhos e na pele;
•	 viscosidade adequada;
•	 cores e perfumes agradáveis;
•	 adequado ao uso e, se possível, ecocompatível.
55
TECNOLOGIA DE COSMÉTICO
A detergência do xampu deve ser adequada tendo em vista que representa a principal finalidade 
do produto: limpeza do couro cabeludo e do cabelo. Em que pese a detergência não estar diretamente 
relacionada à formação de espumas, esse fator é importante, pois o consumidor correlaciona a limpeza 
com a formação de espuma cremosa e abundante.
Vale também considerar o valor do pH do produto, pois o ponto isoelétrico da queratina (proteína 
abundante no fio de cabelo) encontra-se em equilíbrio em valor de pH entre 3,7 e 4 (cargas + e - em 
equilíbrio evitam o excesso de uma delas e a repulsão entre as cargas em excesso). Em um pH em torno 
de 4,0, a estabilidade dos tensoativos pode ser comprometida, assim como a viscosidade do produto, 
adotando-se valor de pH final em torno de 6,0.
Outro fator a ser considerado é a irritabilidade do produto, principalmente em relação à irritação 
ocular, a exemplo de xampus infantis que devem ser elaborados com tensoativos com menor 
possibilidade de causar esse tipo de irritação.
Os xampus podem ser elaborados em diferentes formas cosméticas, vejamos as mais comuns:
•	 Forma líquida transparente: mais utilizada, tendo em vista que transmite a ideia de pureza e 
limpeza (xampu cristal, xampu para cabelo oleoso e xampu para seborreia).
•	 Forma líquida de aspecto perolado: transmite a ideia de tratamento cosmético e riqueza da 
formulação (xampu para cabelo seco); geralmente preparada quando algum componente impede 
sua total transparência pela turvação do produto.
•	 Forma líquida opaca: devido à alta capacidade opacificante dos ativos empregados, geralmente 
de característica insolúvel em água, como piritionato de zinco e sulfeto de selênio .
4.1.1 Componentes dos xampus
Na preparação de um xampu, devemos considerar a possibilidade de utilização das seguintes 
matérias-primas: agentes de limpeza (tensoativos), estabilizadores de espuma, sobreengordurantes, 
regulador do pH, conservantes, fragrâncias, corantes, opacificantes e água, entre outros, dependendo da 
forma cosmética a ser adotada.
4.1.1.1 Tensoativos
Embora a água seja o componente mais utilizado para realizar a limpeza de sujidades tanto no corpo, 
quanto nas roupas que usamos, ela, por si só, não realiza a remoção das sujidades de natureza lipofílica, 
uma vez que sua elevada constante dielétrica impede sua interação com as sujidades lipofílicas.
A elevada tensão superficial entre a fase aquosa e oleosa impede a remoção da fase oleosa da 
superfície onde ela está fixada. Para que isso ocorra, é necessária a adição de substâncias que diminuam 
a tensão entre essas duas interfaces. As substâncias que promovem essa redução da tensão superficial 
são chamadas surfactantes (do inglês surface active) ou tensoativos.
56
Unidade I
Entretanto, somente a redução da tensão superficial não é suficiente para a remoção dos componentes 
lipofílicos ligados à superfície. É necessária a agitação mecânica das interfaces aquosa e oleosa (fricção 
da superfície com as mãos ou com esponja) para que tensoativo possa se interpor entre as duas fases 
e, assim, formar pequenas gotículas de óleo associadas à formação de espuma e que serão removidas 
pela corrente de água.
Os tensoativos são os principais componentes de um xampu, tendo em vista que eles limpam 
efetivamente os fios e o couro cabeludo. São compostos orgânicos naturais ou sintéticos que 
apresentam estruturalmente uma longa cadeia lipofílica (apolar ou hidrofóbica) e uma porção hidrofílica 
(polar ou lipofóbica) na mesma molécula. Possuem, portanto, uma característica anfifílica, capazes de 
interagir com a água e com substâncias lipofílicas, como óleos e solventes orgânicos. Organizam-se, 
dependendo da concentração, na forma de pequenas gotículas de óleo ou de água chamadas micelas, 
de modo a não permitir que as partes solúveis em óleo (porção hidrófoba) entrem em contato com a 
água. A figura a seguir mostra a estrutura molecular de dois tensoativos muito utilizados: o lauril éter 
sulfato de sódio (CH12H25(OCH2CH2)OSO3
-Na+) e o lauril sulfato de sódio.
Lauril éter sulfato de sódio
Lauril sulfato de sódio
n
S
O
O
O
O O-Na+
S
O O
O O-Na+
Figura 25 – Estrutura de dois tensoativos comuns em cosmetologia
Quando em contato com a água, os tensoativos podem ser classificados em:
•	 aniônicos: adquirem carga negativa;
•	 catiônicos: adquirem carga positiva;
•	 anfóteros: pH ácido (+) e pH alcalino (-);
•	 não iônicos: não formam carga.
 Observação
Os tensoativos aniônicos não são compatíveis com tensoativos 
catiônicos, podendo precipitar ou turvar a solução. Já a mistura numa 
mesma formulação de tensoativos – aniônicos, anfóteros e não iônicos – 
apresenta compatibilidade.
57
TECNOLOGIA DE COSMÉTICO
Tensoativos aniônicos
Nesse grupo de tensoativos, temos os principais agentes utilizados para limpeza, como os sabões.
Sabões são tensoativos de natureza aniônica, tradicionalmente obtidos pelo aquecimentode gorduras 
e óleos com um álcali (soda cáustica ou hidróxido de sódio). Por meio dessa reação de saponificação, 
forma-se um sal dos ácidos graxos de natureza aniônica com propriedade tensoativa.
A gordura é geralmente proveniente de sebo ou gorduras animal; e o óleo geralmente é de origem 
vegetal, como babaçu, soja, palma e algodão. Com o avanço da indústria de síntese, desde os anos 1950, 
passou-se a utilizar tensoativos de origem sintética e não mais sabões para o preparo de xampus.
Os tensoativos aniônicos são os mais utilizados por apresentarem bom poder de limpeza e detergência, 
boa formação de espuma e baixo custo.
•	 Alquil sulfatos
Os alquil sulfatos correspondem à classe de tensoativos aniônicos mais utilizada no preparo de 
xampus. São obtidos pela reação de sulfatação de um álcool graxo seguido de neutralização com 
diferentes agentes. Neles, a parte polar da molécula é o íon sulfato, e a parte apolar, a cadeia 
carbônica linear do álcool láurico (C12) e álcool miristílico (C14). Como exemplos dessa classe, 
temos lauril sulfato de sódio (LSS), lauril sulfato de trietanolamina e lauril sulfato de amônio, que 
possuem bom poder de umectação, limpeza e adequado volume de espuma.
•	 Alquil éter sulfatos
Apresentam maior solubilidade em água e menor poder irritante. São obtidos da mesma maneira 
que os alquil sulfatos, porém é feita uma reação de etoxilação prévia à neutralização, onde são 
inseridos 1 ou 2 mols de óxido de etileno, proporcionando maior suavidade ao tensoativo. Quanto 
maior o grau de etoxilação, menor o poder espumante e a viscosidade do agente. O principal 
tensoativo dessa classe é o lauril éter sulfato de sódio (LESS) e sua fórmula geral é R(OCH2CH2)
nOSO3
-M+ (ver estrutura química na figura 26).
•	 Alquil sulfosuccinatos
Obtidos pela reação de condensação entre o anidrido maleico com o grupo hidroxila do álcool 
láurico etoxilado, que vai gerar o monolauril éter sulfosuccinato de sódio. Tem menor poder 
espumógeno, mas apresentam substantividade pelo cabelo, o que confere poder condicionador 
do cabelo e um toque leve e sedoso.
Tensoativos catiônicos
Esses tensoativos derivados de amônio quaternário apresentam propriedades antimicrobianas 
e, apesar de formarem bastante espuma, apresentam apenas razoável poder de limpeza. São mais 
58
Unidade I
utilizados por suas propriedades antiestáticas no preparo de condicionadores, uma vez que, quando 
aplicados após a lavagem do cabelo, facilitam o penteado, dão forma e brilho ao cabelo sem gerar 
forças eletrostáticas. Podem apresentam um comportamento irritante nos olhos. São exemplos dessa 
classe de tensoativos os sais de alquil trimetil amônio, como o cloreto de cetilmetilamônio ou cloreto 
de cetrimônio. Estrutura geral: RN+(CH3)3 X
- (figura a seguir).
HC
3
CH3
CH3N
R
+
X-
Figura 26 – Estrutura geral de um derivado de amônio quaternário
Tensoativos não iônicos
Essa classe de tensoativos, quando solubilizada em meio aquoso, não apresenta cargas. Fazem parte 
os derivados polioxietilênicos e seus ésteres, os produtos de condensação do óxido de etileno, ésteres de 
sorbitol, ésteres sacarides de ácidos graxos e as amidas de ácidos graxos de coco. Possuem baixo poder 
detergente e espumante e baixo poder irritante para a mucosa ocular. Por isso, não são utilizados como 
tensoativos primários em xampus, mas melhoraram as propriedades de tensoativos aniônicos. Também 
podem ser usados como agentes espessantes, sobreengordurantes, estabilizadores de espuma, solventes 
de fragrâncias, além de conferir cremosidade ao produto. São exemplos de tensoativos não iônicos a 
dietanolamida de ácidos graxos de coco e o lauril poliglicosídeo.
•	 Alcanolaminas de ácido graxo de coco
Esses agentes são obtidos pela condensação de ácidos graxos (oleico, mirístico, láurico) com 
uma alcanaloamina primária, como a mono ou dietanolamina. A mistura obtida é um eficiente 
estabilizador de espuma, entretanto o xampu adquire um pH elevado que necessita ser corrigido 
com ácidos fracos, como o ácido cítrico. As alcanolaminas aumentam a solubilidade do tensoativo 
primário reduzindo sua turvação, além de aumentar a viscosidade do produto e favorecer o 
condicionamento do cabelo. Sua concentração em xampus varia de 10% a 15%. Estrutura geral: 
RCONHCH2CH2OH (figura a seguir).
O
OH
OH
N
Figura 27 – Estrutura da dietanolamina de ácido graxo de coco
59
TECNOLOGIA DE COSMÉTICO
•	 Alquilpoliglicosídeos
Esses agentes são obtidos a partir da reação entre a glicose de milho e álcoois graxos do óleo de 
coco. Possuem boa solubilidade em água devido aos diversos grupos hidrofílicos da molécula. 
O laurilpoliglicosídeo (LPG) é utilizado como tensoativo auxiliar ou secundário em produtos de 
limpeza por sua suavidade na pele e no cabelo, por seu elevado poder espessante e estabilizador 
de espuma e baixa irritação ocular. Já o decil poliglicosídeos (DPG) apresenta as mesmas propriedades, 
mas é utilizado como tensoativo primário por seu alto poder detergente (figura a seguir).
1
2
3
n
5
64
H
OH
OH
H
H
HH
H
H
H
H
H
H
H
H
H
H
H
H
H
H
H
H
H
H
H
H
H
H
H
b
a
d
c
HO
HO
O
O
Figura 28 – Estrutura genérica de um surfactante alquil poliglicosídeo
Tensoativos anfóteros
Esses agentes são derivados carboxilados da imidazolina de ácidos graxos de coco. São compostos 
ionizáveis de modo que seu comportamento iônico depende do valor do pH da solução. Em pH 
ácido, tem comportamento de detergente catiônico. Em pH alcalino, tem comportamento de 
detergente aniônico.
O grau de irritação ocular é baixo e, por isso, são indicados para xampus infantis. São mais 
utilizados como tensoativos auxiliares (condicionadores). Os compostos imidazolínicos e as betaínas 
são exemplos de tensoativos dessa classe. Estrutura geral das betaínas RN+(CH3)2CH2COO
- , onde R 
equivale de 12 a 18 carbonos (figura a seguir).
N+
CH3
H3C H2
C
C
O
O-
H3C
Figura 29 – Estrutura genérica da glicilbetaína, cuja carga + ou – depende do valor do 
pH do meio onde ela estiver inserida
4.1.1.2 Propriedades dos tensoativos
Os tensoativos apresentam, por suas características estruturais, uma série de propriedades que 
podem ser utilizadas pelo formulador na elaboração de xampus, veja algumas delas:
60
Unidade I
•	 Antiestático: apresenta carga positiva em sua estrutura química, o que favorece a neutralização 
das cargas negativas que recobrem o fio de cabelo e causam aumento no volume do penteado 
(característica dos tensoativos catiônicos e anfóteros em pH ácido).
•	 Detergente: capacidade de remover as sujidades pela redução da tensão superficial da água, o 
que permite a emulsificação das sujidades lipofílicas com ou sem a formação de espuma.
•	 Emulsionante: assegura a estabilidade da dispersão de um agente apolar (lipofílico) com a água, 
facilitando sua remoção das superfícies.
•	 Espessante: promove aumento da viscosidade, evitando precipitações.
•	 Estabilizador de espuma: aumenta o volume e estabiliza a espuma deixando-a mais cremosa 
(ação característica das alcanolamidas de ácidos graxos e dos tensoativos anfóteros).
•	 Solubilizante: solubiliza compostos lipofílicos, como fragrâncias e óleos essenciais, em água.
•	 Umectante: favorece o contato da água com outras substâncias e o cabelo.
O quadro a seguir apresenta algumas características de tensoativos utilizados na formulação dos 
variados tipos de xampu.
Quadro 6 – Características de alguns tensoativos
Nome químico Características
Coco betaína Tensoativo anfótero, estabilizador de espuma, agente condicionante: associado aos aniônicos, aumenta a viscosidade (melhor efeito em relação ao cocoamidopropil betaína) 
Cocoamidopropil betaína Tensoativo anfótero, estabilizador de espuma, agente condicionante: associado aos aniônicos, aumenta a viscosidade
Cocoanfocarboxiglicinato Tensoativo anfótero suave
Cocoanfoacetato de sódio Tensoativo anfótero com propriedades de condicionamento
Dietanolamida do 
ácido graxo de coco Tensoativo não iônico,espessante, sobreengordurante, estabilizador de espuma
Decil glicosídeo Tensoativo não iônico suave
Lauril sulfato de sódio Tensoativo aniônico, ótimo poder espumante e detergência, alta irritabilidade aos olhos, baixa solubilidade em água, alta agressividade ao cabelo
Lauril sulfato de amônio Tensoativo aniônico, ótimo poder espumante e detergência, regular irritabilidade aos olhos, agressividade ao cabelo
Lauril éter sulfato 
de sódio (LESS)
Tensoativo aniônico, ótimo poder espumante, boa detergência, média irritabilidade aos 
olhos, ótima solubilidade em água, baixa agressividade ao cabelo, boa viscosidade
Lauril éter sulfato de sódio/lauril 
éter sulfossuccinato de sódio
Todas as características do LESS, porém diminui a irritabilidade aos olhos. Indicado para o 
emprego em xampus infantis
Lauril sulfato de trietanolamina Tensoativo aniônico, ótimo poder espumante e detergência, baixa agressividade ao cabelo, baixa viscosidade
Lauril poliglicosídeo Tensoativo não iônico, bom poder espumante, boa viscosidade quando associados a tensoativos aniônicos, baixo poder irritante
61
TECNOLOGIA DE COSMÉTICO
4.1.1.3 Função dos tensoativos em formulações de xampus
De acordo com suas características os tensoativos, podem apresentar diferentes funções numa 
formulação de xampu, a saber:
•	 Tensoativos primários: responsáveis pela capacidade de limpeza (poder de detergência); exemplo: 
tensoativos aniônicos, como o lauril sulfato de trietanolamina e o lauril éter sulfato de sódio.
•	 Tensoativos secundários: modificam certas propriedades do tensoativo primário (responsável 
pela detergência), como a redução da irritabilidade e aumento da viscosidade do produto. 
Geralmente, utilizam-se tensoativos anfóteros, pois proporcionam condicionamento quando em 
pH ácido (apresentam caráter catiônico) ou substantividade ao cabelo (vide condicionadores); 
são empregados em baixas porcentagens, para conferir suavidade ao cabelo, e em associação a 
tensoativos aniônicos; o pH final de um xampu deve oscilar em torno de 6,0.
•	 Adjuvantes: asseguram a estabilidade do produto acabado (são estabilizadores de espuma, 
espessante, solubilizante de essências e sobreengordurante), pois reduzem o ressecamento deixado 
pelos tensoativos aniônicos; exemplo: alcanolamidas de ácidos graxos de coco.
Os tensoativos aniônicos mais usados na preparação de xampus, tanto na farmácia magistral 
quanto na indústria cosmética, são lauril éter sulfato de sódio, lauril sulfato de trietanolamina e lauril 
sulfossuccinato de sódio.
A dietanolamida de ácidos graxos de coco é empregada como estabilizante de espuma, além de 
auxiliar no espessamento do xampu e repor um pouco da oleosidade retirada durante a lavagem. 
O tensoativo aniônico costuma ser empregado em baixa porcentagem, no entanto, os xampus destinados 
à limpeza de cabelo seco recebem maior quantidade desse tipo de tensoativo.
A adição de tensoativos anfóteros reduz a irritabilidade causada pelos tensoativos primários e ajuda 
a reduzir a estática do cabelo (efeito condicionador).
A incorporação de substâncias como proteínas hidrolisadas em xampus proporciona ao produto 
condicionamento, por apresentarem substantividade com o fio de cabelo (depositam-se nas suas 
superfícies e formam uma película reparadora que permanece na superfície do fio mesmo após o enxágue).
Os requisitos para a utilização de um bom tensoativo na formulação de um xampu são:
•	 facilitar a distribuição do xampu sobre a superfície do cabelo;
•	 apresentar boa solubilidade em água para facilitar sua remoção;
•	 ser compatível com os demais componentes da fórmula;
•	 facilitar a operação de secagem do cabelo;
62
Unidade I
•	 possuir adequado poder de umectação;
•	 possuir adequado poder de formar espuma;
•	 possuir adequado comportamento em relação à viscosidade.
4.1.1.4 Espessantes
A viscosidade de um xampu é um elemento importante na experiência do consumidor com esse tipo 
de produto, uma vez que a baixa viscosidade do produto faz com que ele escoe pelas mãos no momento 
da aplicação no couro cabeludo, ocasionando desperdício.
O aumento da viscosidade pode ser obtido pela modificação da realogia do líquido, mediante a 
incorporação de amidas de ácidos graxos, ésteres graxos e eletrólitos (como cloreto de sódio, cloreto 
de amônio e sulfato de sódio) ou pela incorporação de agentes espessantes hidrofílicos convencionais 
(como os derivados de celulose, polímeros carboxivinílicos e derivados da polivinilpirrolidona). 
A utilização desse último grupo não é recomendada por causa da possibilidade de separação do produto 
durante o tempo de prateleira.
Uma estratégia comumente utilizada é a adição de eletrólitos ao final da preparação do xampu 
contendo tensoativos de natureza aniônica, uma vez que ocorre aumento da turgescência do produto 
e a solução se torna mais viscosa. Nesse processo, a viscosidade pode sofrer alteração após pequenas 
adições do eletrólito, processo que pode ser reversível quando a concentração de eletrólito é muito 
aumentada. O aumento do pH da solução também causa aumento na viscosidade do produto quando 
se utiliza eletrólitos como agente espessante, entretanto, a manutenção do pH do produto em torno 
de 6 minimiza esse efeito.
O diestearato de polietilenoglicol (PEG) 6000, resultante da combinação de ácido esteárico e 
PEG 6000, também apresenta propriedade espessante, contudo, diferentemente do uso de eletrólitos, 
sua utilização requer aquecimento do produto, para que se funda e possa ser misturado ao xampu.
4.1.1.5 Agentes acidulantes
A utilização de acidulantes tem como finalidade a correção do pH do xampu para que o produto 
final apresente um valor de pH em torno de 6. Alguns componentes podem causar elevação no valor do 
pH do xampu, como a inclusão de alcanolaminas, daí a necessidade de acidificar o meio. O ácido cítrico 
é o acidulante mais utilizado, pois, além de ser um ácido fraco, possui ação sequestrante de metais 
pesados, como o ferro. O ácido clorídrico diluído também pode ser utilizado, pois, ao interagir com sais 
de dietanolaminas, aumenta a viscosidade da preparação.
4.1.1.6 Agentes antimicrobianos
A presença de água na composição do xampu representa a possibilidade de crescimento de 
microrganismos, adicione a isso a presença de substratos sacarídicos ou proteicos que atuam como 
63
TECNOLOGIA DE COSMÉTICO
substratos para o crescimento de microrganismos, daí a obrigatoriedade da adição de um sistema 
conservante nesse tipo de produto. Os parabenos (metil e propilparabeno) são os agentes conservantes 
mais utilizados. Quando associados à imidazolidinil ureia, observa-se uma potencialização da atividade 
antimicrobiana. No entanto, outros conservantes podem ser utilizados, como DMDM hidantoína, 
quaternarium 15, sais de ácido benzoico e ácido sórbico.
4.1.1.7 Agentes antioxidantes
Quando o xampu apresenta, em sua composição, componentes graxos insaturados, como óleos 
vegetais, é necessário adicionar um sistema antioxidante para evitar a oxidação do ácido graxo, que pode 
gerar um odor desagradável no produto. Os agentes mais usados são tocoferol, butilhidroxitolueno (BHT) 
e butilhidroxianisol (BHA).
Também pode-se utilizar agentes quelantes, como o EDTA e seus sais ou ácido ascórbico, visando 
inibir a ação catalisadora de íons metálicos.
4.1.1.8 Outros agentes
O quadro a seguir apresenta, além dos já comentados, outros componentes que podem ser utilizados 
pelo formulador na composição de um xampu.
Quadro 7 – Componentes que podem ser 
utilizados na formulação de um xampu
Água Principal componente (destilada ou desmineralizada)
Tensoativos
Aniônico (alquil sulfatos: lauril sulfato de amônio; de trietanolamina e alquil éter 
sulfato: lauril éter sulfato de sódio)
Não iônico (ésteres de PEG, ésteres de sorbitano, ésteres do sorbitano polietoxilados, 
alquilamidas)
Anfóteros (betaínas e imidazolínicos)
Espessantes
Eletrólitos (NaCl, Na2SO4)
Amidas de ácidos graxos
Gomas naturais, derivados de celulose, carbômerosEstabilizadores de espuma Amidas de ácidos graxos: mono e dietanolamidas, betaínas (aumentam o poder espumante)
Sequestrantes EDTA (complexante de Ca++ , Mg++ etc.)
Conservantes
Metilparabeno, propilparabeno, formaldeído, imidazolidinil ureia, isotiazolinonas, 
parabenos e fenoxietanol, 2-bromo-2-nitropropano-1,3-diol
Nota: não deve ser adicionada água aos xampus, pois o conservante perde a 
sua efetividade 
Corretores de pH Ácido cítrico, hidróxido de sódio
Opacificantes e perolizantes
Álcool cetílico, álcool estearílico, diestearatos de etilenoglicol, monoésteres de 
propilenoglicol, emulsões viscosas de polímeros vinílicos, estearatos de magnésio 
e zinco
Agentes sobreengordurantes Alcanolamidas de ácidos graxos de coco, álcoois graxos, ésteres de ácidos graxos
64
Unidade I
Água Principal componente (destilada ou desmineralizada)
Suavizantes Lanolina anidra, derivados de proteínas, ésteres graxos de glicol e glicerol, lecitina (diminuem a ação detergente excessiva)
Antioxidantes BHT (butil-hidroxitolueno)
Perfumes e corantes Perfumes hidrossolúveis, essências, corantes
A tabela a seguir apresenta alguns ativos que podem ser adicionados a xampus utilizados no 
tratamento dos fios de cabelo.
Tabela 7 – Ativos empregados na composição de 
xampus de tratamento e suas respectivas funções
Ativo Função % Tipo de xampu empregado
Proteínas da seda hidrolisada Umectante, doador de brilho 1 De uso diário, restaurador
Extrato de sálvia Adstringente, antisséptico 1,5 Para cabelo oleoso
Extrato de alecrim Bactericida 1,5 Para cabelo oleoso
Extrato de algas marinhas Liporredutor 3 Regenerador, redutor de oleosidade
Queratina hidrolisada Umectante e doador de brilho 2 Para cabelo seco, quebradiço
Extrato de jaborandi Estimulante capilar 2 Antiqueda
Extrato de quina Estimulante capilar 1,5 Antiqueda
Óleo de copaíba hidrossolúvel Antifúngico, bactericida 2 Anticaspa
Óleo de jojoba hidrossolúvel Antisseborreico, agente de brilho 2 Anticaspa
Cloreto de guar 
hidróxipropil-trimetil-amônio Antiestático e doador de volume 1 Xampu condicionador (2 em 1)
Dimeticone copoliol Emulsificante, lubrificante 1 Xampu condicionador (2 em 1)
Monoetanolamida de ácido undecilênico Fungicida 2 Anticaspa, antiqueda
Extrato glicólico de hamamélis Adstringente 1 Anticaspa, antiqueda
Poliquatérnio Polímero condicionador 2 Condicionador
p-metoxicinamato de octila Filtro solar UVB 4 Protetor, cabelo tingido
Extrato de Aloe vera Hidratante 0,5 – 2 Para cabelo seco
Acetamida MEA Hidratante 1 Para cabelo seco
Proteínas de trigo hidrolisada e quaternizada Condiciona, dá brilho e volume 0,5 Para cabelo seco
Fator de umectação natural (Hidroviton)* Hidratante 3 Para cabelo seco
Silicone quaternizado Agente condicionador 2 Condicionador
* Hidroviton: contém aminoácidos, lactato de sódio e ureia 
 Observação
Xampus para cabelo oleoso requerem maior concentração de agentes 
de limpeza (tensoativos primários) em relação aos xampus destinados à 
limpeza de cabelo seco.
65
TECNOLOGIA DE COSMÉTICO
A tabela a seguir apresenta alguns ativos que podem ser adicionados a xampus medicinais. Vale 
lembrar algumas características dos ativos utilizados nesse tipo de xampu:
•	 Os ativos não devem apresentar incompatibilidades com os componentes da formulação.
•	 Eles devem ser efetivos em baixas concentrações e, de preferência, solúveis em água.
•	 Eles não devem ser tóxicos ou irritantes, não devem influir na viscosidade e, se possível, apresentar 
custo acessível.
Tabela 8 – Ativos que podem ser incorporados 
em xampus medicinais e suas incompatibilidades
Ativo Função Concentração Incompatibilidade
Piritionato de zinco
Anticaspa
2% Sensível à luz
Sulfeto de selênio 1 – 2,5% Sensível à luz e baixos valores pH
Cetoconazol 1 – 2% –
Piroctone olamina (Octopirox) 1% Instável na presença de luz UV
LCD (liquor carbonis 
detergens) Antisseborreico 15 – 20%
Reduz a espuma e viscosidade 
dos xampus
Tinturas alcoólicas/
hidroalcoólicas
Contém capsicum e quina 
(estimulantes) 2 – 10%
Podem precipitar por redução do 
grau alcoólico da tintura
Extratos
Contém camomila, jaborandi, 
aloé, algas e henna 
(umectância e tonificação) 
 1 – 10% Podem diminuir a viscosidade do xampu
Proteínas hidrolisadas 
(queratina, trigo) Hidrata e condiciona o cabelo 0,2 – 4% Incompatíveis com formaldeído
D-pantenol Vitamina/hidratante/restaurador 0,5 – 1%
Sensível às temperaturas acima 
75 ºC
Vitamina A (palmitato)
Reduz a escamação e hidrata 
o 
couro cabeludo
0,25 – 1% Sensível à luz, metais pesados
Lanolina etoxilada Emoliente 0,5 – 1% –
4.2 Condicionadores
Os primeiros condicionadores capilares de natureza catiônica, denominados de creme rinse, foram 
desenvolvidos em meados de 1945 e utilizavam o cloreto de estearil dimetil benzilamônio (Triton X-400). 
Entretanto, somente no início dos anos 1970, eles passaram a ser mais consumidos. Eles são formulados 
para serem utilizados após a lavagem do cabelo, visando exercer uma ação antiestática e condicionadora, 
que melhore a penteabilidade do cabelo.
A fibra capilar é formada por uma proteína chamada queratina. As cargas + e - geradas pelos 
aminoácidos que constituem a proteína são influenciadas pelo pH do meio de forma que, no ponto 
isoelétrico da proteína (pH entre 3,7 e 4,0), teremos um equilíbrio com 50% das cargas + e 50% das 
cargas -. Caso o pH esteja abaixo de 4,0, teremos maior quantidade de cargas +, e se ele estiver acima 
de 4,0, teremos maior quantidade de cargas -.
66
Unidade I
Como os xampus apresentam pH em torno de 6,0, a lavagem do cabelo com xampus faz com que os 
fios fiquem impregnados de cargas, causando repulsão entre eles e aumentando seu volume, além de 
abrir as cutículas do fio de cabelo, o que leva ao embaraçamento. A remoção excessiva da oleosidade na 
superfície dos fios aumenta o atrito entre eles, influenciando a penteabilidade do cabelo.
Assim, a utilização de agentes catiônicos permite corrigir esse desequilíbrio estático no fio de 
cabelo e produzir um efeito sobreengordurante que repõe a lubrificação perdida, fornecendo suavidade, 
maleabilidade, brilho e proporcionando facilidade para pentear.
Os condicionadores podem desempenhar dois papéis em relação ao desequilíbrio estático, causado 
pela lavagem do cabelo com xampus:
•	 Cremes rinse: utilizados para o enxágue do cabelo após o uso do xampu, eliminam a estática 
do cabelo, melhoram o pentear, proporcionam maciez e brilho ao cabelo porque contêm em 
sua composição tensoativo catiônico e agente sobreengordurante e espessante, água deionizada, 
conservante e essência (geralmente, o pH desse tipo de forma cosmética é próximo ao ponto 
isoelétrico da queratina, em torno de 4,0).
•	 Condicionadores tradicionais: seus ingredientes assemelham-se aos utilizados em cremes 
rinse, porém são acrescidos de substâncias condicionadoras que têm boa afinidade pela 
queratina, proporcionado elasticidade, suavidade, maciez (aumenta a aderência das escamas 
da cutícula capilar) e facilidade ao pentear o cabelo (úmidos ou secos) por conta do equilíbrio 
entre as cargas. Os condicionadores baseiam-se no conceito de substantividade (aderência 
de substâncias adequadas que modificam propriedades na superfície do cabelo, mesmo 
com seu enxágue). São exemplos de agentes condicionadores as amidas graxas, a lanolina 
e seus derivados, a lecitina, os silicones, as proteínas de baixo peso molecular (hidrolisadas), 
os polímeros catiônicos, os tensoativos catiônicos (apresentam certo potencial de irritação à 
pele e aos olhos), os agentes umectantes (glicerina, propilenoglicol) que retêm a umidade e 
promovem flexibilidade e brilho do cabelo.
•	 Condicionadores leave-in: preparações condicionadoras que permanecem no cabelo e podem 
ser aplicados em cabelo seco ou úmidos.
A tabela a seguir apresenta alguns componentes empregados na composição de condicionadores.
Tabela 9 – Componentes presente em condicionadores
Componente Função Concentração aproximada (%)
Cera autoemulsionante nãoiônica Emulsionante, espessante 2 – 3
Conservantes – –
Óleo mineral Emoliente 1
Álcool cetoestearílico/cetílico Agente de consistência, sobreengordurante 4
Cloreto de cetil trimetil amônio 50% Antiestático 1,5 – 2
67
TECNOLOGIA DE COSMÉTICO
Componente Função Concentração aproximada (%)
Silicones quaternizados ou catiônicos Condicionador 5
Aminoácidos de queratina Emoliente, regenerador 1
Silicone Formador de filme 2
Ácido cítrico Acidulante –
Óleo de macadâmia hidrossolúvel Emoliente 1
Dimeticone copoliol Agente condicionador 2
Lanolina etoxilada Emoliente 1 (cabelo seco)
Ureia Hidratante 5 (cabelo normal)
Extrato glicólico de hamamelis Adstringente 2 (cabelo oleoso)
D-pantenol Restaurador/Condicionador 1
4.3 Formulações
Tabela 10 – Xampu transparente antiqueda
Componente Porcentagem
Lauril éter sulfato de sódio 20,0%
Lauril sulfato de trietanolamina 10,0%
Dietanolamina de ácido graxo de coco 3,0%
Imidazolidinil ureia (Germall) 0,3%
EDTANa2 0,1%
Essência q.s.
Corante q.s.
NaCl Até 2,0%
Extrato glicólico de jaborandi 5,0%
Ácido cítrico (sol.10%) q.s. pH = 6,0-6,5
Água purificada q.s.p. 100 mL
Técnica de preparo
1. Em um copo graduado de 125 mL, solubilizar o EDTANa2 em q.s. de água.
2. Adicionar, a esse mesmo copo graduado, imidazolidinilureia, lauril éter sulfato de sódio, lauril 
sulfato de trietanolamina e dietanolamina de ácido graxo de coco. Agitar entre uma adição e 
outra, com cuidado para não formar espuma em excesso.
3. Adicionar o extrato glicólico de jaborandi.
4. Adicionar essência e corante q.s.
5. Ajustar a viscosidade, utilizando cloreto de sódio.
68
Unidade I
6. Se necessário, ajustar o pH com solução de ácido cítrico q.s. pH 6,0-6,5.
7. Acertar o volume com água purificada q.s.p. 100 mL.
8. Acondicionar e rotular.
Tabela 11 – Xampu perolado para cabelo seco
Componente Porcentagem
Lauril éter sulfato de sódio 20,0%
Texapon SBN ou laurilpoliglucosídeo 5,0%
Diestearato de PEG-6000 3,0%
Base perolada 5,0%
EDTANa2 0,1%
Metilparabeno 0,2%
Propilparabeno 0,1%
Ácido cítrico (sol. 10%) q.s. pH = 6,0-6,5
Extrato glicólico de Aloe vera 2,0%
Água purificada q.s.p. 100,0 mL
Técnica de preparo
1. Em copo graduado de 125 mL, solubilizar o EDTANa2 em q.s. de água.
2. Adicionar, a esse mesmo cálice, lauril éter sulfato de sódio e lauril poliglucosídeo. Agitar entre 
uma adição e outra, com cuidado para não formar espuma em excesso.
3. Em um béquer de 100 mL, aquecer o metilparabeno e propilparabeno com 50 mL de água purificada 
até completa dissolução.
4. Nesse mesmo béquer, dissolver o diestearato de PEG 6000 a quente.
5. Verter o conteúdo do béquer no copo graduado e homogeneizar.
6. Adicionar, ao copo graduado, a base perolada e homogeneizar.
7. Adicionar o extrato glicólico de Aloe vera e homogeneizar.
8. Aos poucos, adicionar água purificada até chegar próximo a 100 mL.
9. Adicionar essência e corante q.s.
10. Se necessário, ajustar o pH com solução de ácido cítrico q.s. pH 6,0-6,5.
69
TECNOLOGIA DE COSMÉTICO
11. Acertar o volume com água purificada q.s.p. 100 mL.
12. Acondicionar e rotular.
Tabela 12 – Xampu para cabelo oleoso
Componente Porcentagem
Lauril éter sulfato de sódio 28,0%
Dietanolamina de ácido graxo de coco 3,0%
Laurilpoliglicosídeo 4,0%
Poliquaternário 7 2,0%
EDTANa2 0,1%
Metilparabeno 0,1%
Imidazolidinil ureia 0,1%
Ácido cítrico (sol. 10%) q.s. pH = 6,0-6,5
Fragrância q.s.
Corante q.s.
Cloreto de sódio 1,0%
Água purificada q.s.p. 100,0 mL
Técnica de preparo
1. Em copo graduado de 125 mL, solubilizar o EDTANa2 em q.s. de água.
2. Adicionar, a esse mesmo copo graduado, poliquaternário 7 e a dietanolamina. Agitar entre uma 
adição e outra, com cuidado para não formar espuma em excesso.
3. Adicionar o LESS e homogeneizar. Em seguida, adicionar o lauril poliglicosídeo e homogeneizar.
4. Adicionar q.s. do corante e da fragrância e homogeneizar.
5. Se necessário, ajustar o pH com solução de ácido cítrico q.s. pH 6,0-6,5.
6. Adicionar o cloreto de sódio solubilizado em uma pequena quantidade de água com agitação 
moderada para evitar a formação de espuma.
7. Acertar o volume com água purificada q.s.p. 100 mL.
8. Acondicionar e rotular (CORREA, 2012, p. 457).
70
Unidade I
Tabela 13 – Xampu para cabelo quimicamente tratado
Componente Porcentagem
Lauril éter sulfato de sódio 30,0%
Cocoamidopropil betaína 5,0%
Dietanolamina de ácido graxo de coco 7,5%
Lauril poliglicosídeo 5,0%
Poliquaternário 10 0,2%
Feniltrimeticone 0,2%
Amodimeticone 0,2%
EDTANa2 0,1%
Metilparabeno 0,1%
Imidazolidinil ureia 0,1%
D-pantenol 0,5%
Ceramida 0,3%
Manteiga de murumuru 0,3%
Extrato glicólico de açaí 2,0%
Base perolada 0,3%
Ácido cítrico (sol. 10%) q.s. pH = 6,0-6,5
Fragrância q.s.
Água purificada q.s.p. 100,0 mL
Técnica de preparo
1. Em um béquer de 250 mL, solubilize o poliquaternário 10 em q.s. de água. Em seguida, adicionar 
os 3 primeiros tensoativos e homogeneizar levemente.
2. A esse mesmo béquer, adicionar o lauril poliglicosídeo e a manteiga de murumuru e levar a um 
ligeiro aquecimento (40oC) e homogeneizar.
3. Adicionar, a esse mesmo béquer, o fenitrimeticone, o amodimeticone, o metilparabeno e a 
imidazolidinil ureia e homogeneizar.
4. Adicionar o EDTA, o D-pantenol e a ceramida e homogeneizar.
5. Adicionar o extrato glicólico de açaí e homogeneizar.
6. Transferir o conteúdo para um copo graduado de 125 mL e corrigir o valor do pH com a solução 
de ácido cítrico.
7. Adicionar a base perolada e a fragrância e homogeneizar.
71
TECNOLOGIA DE COSMÉTICO
8. Acertar o volume com água purificada q.s.p. 100 mL.
9. Acondicionar e rotular (CORREA, 2012, p. 458).
Tabela 14 – Condicionador
Componente Porcentagem
Álcool cetílico 1,0%
Álcool cetoestearílico 5,0%
BHT 0,05%
Cloreto de cetil trimetil amônio (Deyquart A) 2,0%
EDTANa2 0,1%
Metilparabeno 0,1%
Propilparabeno 0,05%
Ácido cítrico (sol. 10%) q.s. pH = 3,5-4,0
Óleo de silicone 1,0%
Lanolina 1,0%
Essência q.s.
Corante q.s.
Água purificada q.s.p. 100,0 mL
Técnica de preparo
1. Pesar separadamente álcool cetílico, álcool cetoestearílico e BHT. Transferir para um béquer de 
250 mL e levar ao banho-maria.
2. Pesar separadamente metilparabeno, propilparabeno, EDTANa2 e transferir para um béquer de 
250 mL. A esse mesmo béquer, adicionar o cloreto de cetil trimetil amônio e 85 mL de água 
purificada. Levar ao banho-maria.
3. Os dois béqueres devem atingir a temperatura de 70-80 ºC ao mesmo tempo.
4. Retirar do banho-maria e verter imediatamente o conteúdo da fase aquosa na fase oleosa. Agitar 
até resfriamento (aproximadamente 40 ºC).
5. Adicionar o óleo de silicone, a lanolina, essência e corante q.s. Homogeneizar e verificar o pH. 
Se necessário, corrigir com solução de ácido cítrico a 10% q.s. pH 3,5-4,0.
6. Completar com água purificada q.s.p. 100 mL.
7. Acondicionar e rotular.
72
Unidade I
Tabela 15 – Condicionador para cabelo cacheado
Componente Porcentagem
Álcool cetoestearílico 5,0%
Cloreto de beheniltrimetilamônio 2,5%
Óleo de buriti 0,5%
Manteiga de cupuaçu 0,7%
BHT 0,05%
Dimeticone 0,5%
Propilenoglicol 3,0%
Metilparabeno 0,1%
Propilparabeno 0,05%
D-pantenol 0,5%
Extrato glicólico de bambu 0,5%
Fragrância q.s.
Corante q.s.
Água purificada q.s.p. 100,0 mL
Técnica de preparo
1. Em um béquer de 250 mL, fundir os componentes da fase oleosa (6 primeiros) a cerca de 70-80 ºC.
2. Em um outro béquer, solubilizar o propilenoglicol, o metilparabeno e o propilparabeno em q.s. de 
água a temperatura de 70-80 ºC.
3. Quando os dois béqueres atingirem a temperatura de 70-80 ºC, verter a fase aquosa na fase oleosa 
e adicionar um pouco mais de água para resfriar o sistema a cerca de 40 ºC.
4. Transferir o conteúdo para um copo graduado de 125 mL.
5. Adicionar ao copo graduado o D-pantenol, o extrato glicólico de bambu, a fragrância e o corante 
previamente diluído em água.
6. Completar com água purificada q.s.p. 100 mL.
7. Acondicionar e rotular (CORREA, 2012, p. 463).
73
TECNOLOGIADE COSMÉTICO
 Saiba mais
Para saber mais sobre xampus e condicionadores, consulte:
CORREA, M. A. Cosmetologia: ciência e técnica. São Paulo: Medfarma, 2012.
Especificamente sobre xampus, leia a referência a seguir:
AMIRALIAN, L.; FERNANDES, C. A. Shampoos. Cosmetic & Toiletries, 
ed. brasileira, v. 30, n. 1, p. 30-33, jan./fev. 2018.
Especificamente sobre condicionadores, leia:
AMIRALIAN, L.; FERNANDES, C. A. Shampoos. Cosmetic & Toiletries, 
ed. brasileira, v. 30, n. 1, p. 28-30, jan./fev. 2018.
74
Unidade I
 Resumo
O termo cosmetologia refere-se à ciência que serve de suporte para a 
fabricação dos produtos de beleza. De acordo com a legislação sanitária, 
cosméticos são produtos com o objetivo exclusivo ou principal de limpar, 
perfumar, alterar sua aparência e/ou corrigir odores corporais e/ou 
proteger o corpo ou mantê-lo em bom estado. Podem ser classificados em 
relação ao potencial de causar danos ao usuário em graus 1 e 2, de acordo 
com o local de aplicação, os componentes da formulação e os cuidados a 
serem observados. A preocupação com a beleza permeia toda a história da 
humanidade e, ao longo do tempo, passou-se a dar importância à prevenção 
e aos cuidados em níveis mais profundos, o que envolve a preocupação 
com qualidade, segurança e eficácia dos produtos. As matérias-primas 
utilizadas em cosméticos seguem a denominação internacional INCI, e o 
rótulo dos produtos deve descrever as matérias-primas usadas de acordo 
com essa denominação. O mercado cosmético está em franca ascensão e o 
Brasil é o quarto maior mercado de beleza e cuidados pessoais do mundo. 
O país fica atrás de EUA, China e Japão.
Vimos que a pele possui três camadas: epiderme, derme e hipoderme. 
Destacou-se que os produtos cosméticos podem ter ação superficial 
ou penetrar em camadas mais profundas. A epiderme é constituída por 
quatro camadas que formam um manto protetor da pele: estrato basal ou 
germinativo, estrato espinhoso ou malpighiano, estrato granuloso e estrato 
córneo. Na derme estão inseridos os anexos da pele, como glândulas 
sebáceas, sudoríparas e folículo piloso. A derme é formada por tecido 
conjuntivo, caracterizado pela presença de células e fibras separadas por 
abundante material intercelular. As células são constituídas em grande 
parte por fibroblastos e células de defesa. A hipoderme é constituída, 
preponderantemente, por células que acumulam gorduras, chamadas 
adipócitos, as quais são separadas por material ceroso constituído por 
ácidos polissacarídeos. Esse estrato é bastante inervado e vascularizado.
Por sua vez, o termo cosmecêutico ganhou notoriedade a partir 
de 1974, quando Albert Kligman desenvolveu um produto que 
proporcionava efeitos superiores a um simples embelezamento da pele, 
despertando interesse sobre formulações desse nível, diferenciando-as 
dos cosméticos até então utilizados. No entanto, ainda se trata de um 
tema contraditório, não havendo consenso internacional, visto que 
importantes agências regulatórias, da Europa e dos EUA, por exemplo, 
não reconhecem o termo cosmecêutico. A Anvisa trata esses produtos 
como cosméticos grau 2, considerando a capacidade de atingir camadas 
75
TECNOLOGIA DE COSMÉTICO
profundas, a via de administração, a população que vai utilizá-los, assim 
como a probabilidade de gerarem efeitos indesejáveis. Uma forma de 
se distinguir um cosmecêutico de um medicamento é considerar que 
o último é atrelado ao uso em concentrações terapêuticas e deve ser 
restrito a um período determinado. Quanto à composição, tendo em 
vista o grande número de bioativos com capacidade de agir nas camadas 
mais profundas da pele, podem ser bastante diversificados, muitas 
vezes complexos. Cabe ressaltar a importância dos farmacêuticos na 
dermocosmética, visto que são capazes de desenvolver formulações e 
adequar a posologia para cada indivíduo.
Outro tema relevante desta unidade envolve os tensoativos, que 
podem ser classificados quanto a sua natureza iônica em aniônicos 
(carga -), catiônicos (carga +), não iônicos (sem carga aparente) e 
anfóteros (a carga depende do pH do meio). Eles podem ser obtidos por 
meio de reações ácido-base, na qual se faz reagir um ou mais ácidos graxos 
com uma base forte, obtendo-se um sal que apresenta a capacidade de 
diminuir a tensão superficial entre dois líquidos. Os sabonetes são menos 
cáusticos que os sabões e apresentam um toque mais suave em função 
das matérias-primas utilizadas. Assim, podemos preparar produtos de 
limpeza na forma sólida (sabão em barra) ou na forma líquida (sabonete 
líquido), os quais têm a capacidade de remover sujidades de natureza 
lipofílica ou hidrofílica.
Esses tensoativos também são os principais constituintes de 
cosméticos para a limpeza do cabelo, a exemplo dos xampus, que podem 
ser tradicionais, de tratamento ou medicinais – para o tratamento de 
patologias do couro cabeludo. Os tensoativos de natureza aniônica 
são os mais usados para o preparo de xampus, pois conferem boas 
características para o produto. Vimos que não se deve misturar 
tensoativos aniônicos com tensoativos catiônicos, pois eles podem sofrer 
precipitação. Os condicionadores são aplicados para diminuir a estática do 
cabelo e melhorar a sua penteabilidade. O elemento-chave desse tipo de 
produto são os antiestéticos, que geralmente são tensoativos de natureza 
catiônica. O pH dos produtos é uma das características importantes 
para seu bom funcionamento, uma vez que os xampus possuem um pH 
ligeiramente ácido, próximos de 7,0, e os condicionadores um pH bem 
ácido (entre 3,5 e 4). O xampu geralmente possui um tensoativo primário 
e um secundário, que modifica certas propriedades do tensoativo 
primário (responsável pela detergência), como redução da irritabilidade, 
aumento da viscosidade do produto, além de dar estabilidade na formação 
de espuma. A quantidade de tensoativo primário depende da oleosidade 
do cabelo que vai ser tratado. Xampus para cabelo oleoso geralmente 
possuem um teor de tensoativo maior que aqueles para cabelo seco.
76
Unidade I
 Exercícios
Questão 1. Os produtos de higiene pessoal, os cosméticos e os perfumes são preparações de uso 
externo que visam limpar o corpo, perfumá-lo, protegê-lo, alterar sua aparência, corrigir seus odores 
e/ou a mantê-lo em bom estado.
A Resolução n. 7/2015 dispõe sobre os requisitos técnicos para a regularização desses produtos e dá 
outras providências. Segundo esse documento, temos o que segue.
•	 Produtos com grau de risco 1 requerem informações detalhadas quanto ao seu modo de usar e 
às suas restrições de uso, devido à baixa probabilidade de ocorrência de efeitos não desejados, 
à formulação, à finalidade de uso, às áreas do corpo a que se destinam e aos cuidados a serem 
observados quando da sua utilização. São passíveis de notificação, apenas.
•	 Produtos com grau de risco 2 têm indicações específicas, sendo necessários a comprovação da 
segurança e/ou da eficácia, bem como o fornecimento de informações sobre cuidados e sobre o 
modo e as restrições de uso. São passíveis de notificação e de registro.
Com base no exposto, assinale a alternativa que apresenta apenas produtos com grau de risco 2.
A) Removedor de esmalte e brilho labial infantil.
B) Secante de esmalte e desodorante colônia.
C) Neutralizante para permanente e extrato aromático.
D) Xampu anticaspa e dentifrício com flúor.
E) Restaurador capilar e desodorante antitranspirante.
Resposta correta: alternativa D.
Análise da questão
A Resolução n. 7/2015, ao classificar os produtos em graus de risco 1 e 2, considera a probabilidade 
de reações adversas, a via de administração e a população que vai utilizar o produto, assim como a 
probabilidade de que sejam produzidos efeitos indesejáveis.
A lista completa de produtos cosméticos com graus de risco 1 e 2 pode ser consultada na 
referida resolução.
77
TECNOLOGIA DE COSMÉTICO
A respeito dos produtos citados na questão, temos o que segue.
•	 Removedor e secante de esmalte são constituídos, na maioriadas vezes, por solventes orgânicos. 
A via de administração (tópica) e o tipo de solvente usado (como a acetona) resultam em baixa 
probabilidade de reação adversa após o uso. São, portanto, produtos com grau de risco 1.
•	 Todos os produtos destinados ao público infantil apresentam grau de risco 2, devido à maior 
susceptibilidade desse público-alvo aos efeitos indesejáveis.
•	 Desodorantes que não apresentam efeito antitranspirante e que não são destinados à região 
íntima são considerados produtos com grau de risco 1.
•	 Neutralizantes para permanente são capazes de fixar o novo formato dos fios de cabelo a partir 
da alteração do pH do fio. Apresentam, em sua composição, peróxido de hidrogênio, bromato de 
sódio e perborato de sódio em concentrações relativamente baixas e, portanto, são considerados 
produtos com grau de risco 1.
•	 Restauradores capilares apresentam baixo risco de reação adversa e, por esse motivo, são 
considerados produtos com grau de risco 1. Essa observação também é válida para os extratos 
aromáticos, que são produzidos a partir de vegetais e usados em massagens e em difusores de 
ambiente, entre outros.
•	 Xampus com ação antiqueda, anticaspas e xampus com outros benefícios que justifiquem 
comprovação prévia são produtos com grau de risco 2.
•	 Dentifrícios com flúor, ação antiplaca, ação anticárie, ação antitártaro, com indicação para dentes 
sensíveis e dentifrícios clareadores químicos são produtos com grau de risco 2.
78
Unidade I
Questão 2. Observe a figura a seguir, que ilustra a reação de obtenção de um conhecido 
produto de higiene.
R
R
R
Na
+
+
R
O
O
O
O
O
O
O
O
OH
3 NaOH
H2O OH
OH
Figura 30 
Com base na figura e nos seus conhecimentos, avalie as afirmativas a seguir.
I – Trata-se da reação de obtenção do sabonete líquido glicerinado.
II – Na reação, os reagentes são um triglicerídeo e o hidróxido de sódio.
III – A glicerina é um dos produtos da reação e apresenta fórmula RCOONa.
IV – Outras bases, como o hidróxido de potássio (KOH) e o carbonato de sódio (Na2CO3), podem ser 
usadas na reação.
É correto apenas o que se afirma em:
A) I e II.
B) II e III.
C) III e IV.
D) I e III.
E) II e IV.
Resposta correta: alternativa E.
Análise das afirmativas
I – Afirmativa incorreta.
Justificativa: a reação ilustrada no enunciado da questão é a reação de saponificação, que resulta 
na formação de sabão comum.
79
TECNOLOGIA DE COSMÉTICO
O sabonete líquido glicerinado apresenta composição muito parecida com a dos xampus, mas com 
maior concentração de detergente (45-60%). A adição de sobreengordurantes, como a dietanolamina 
de ácido graxo de coco, melhora o poder espumógeno, além de repor parte da oleosidade retirada e de 
aumentar a viscosidade do produto. Os tensoativos mais utilizados no preparo de sabonetes líquidos são 
o laurilsulfato de sódio (LSS) e o lauril éter sulfato de sódio (LESS).
II – Afirmativa correta.
Justificativa: na reação de saponificação, os reagentes são um triglicerídeo e uma base forte, no 
exemplo, o hidróxido de sódio (NaOH), embora também possam ser usados o hidróxido de potássio (KOH) 
e o carbonato de sódio (Na2CO3).
Os produtos são o glicerol (glicerina) e o sabão propriamente dito.
Essas substâncias são indicadas na figura a seguir.
+
+
R
R
R
O
O
O
O
O
O
3 NaOH
Hidróxido 
de sódio
Glicerina
Sabão
Triglicerídeo
H2O
OH
OH
OH
R
Na
O
O
Figura 31 
III – Afirmativa incorreta.
Justificativa: a glicerina é um dos produtos da reação e apresenta fórmula C3H8O3.
IV – Afirmativa correta.
Justificativa: na reação de saponificação, os reagentes são um triglicerídeo e uma base forte, conforme 
exposto anteriormente.

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