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APOSTILA COSMETOLOGIA

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APOSTILA CURSO TÉCNICO DE ESTÉTICA
COSMETOLOGIA 
COSMETOLOGIA
INTRODUÇÃO
A Ciência Cosmética vem evoluindo muito, devido à contribuição e parceria de várias áreas das ciências básicas e aplicadas, entre elas a Farmacologia, Dermatologia, Histologia, Anatomia, Fisiologia, Microbiologia, Bioquímica, Química e Física. Seus aspectos tecnológicos têm sido extraídos, muitas vezes, de outros segmentos de indústrias, especialmente o farmacêutico. 
A Cosmetologia é a ciência que estuda as matérias-primas e produtos cosméticos destinados ao embelezamento, limpeza, manutenção e melhoria das características dos cabelos, da pele e dos seus anexos.
São preparações constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com o objetivo exclusivo ou principal de limpá-los, perfumá-los, alterar sua aparência, corrigir odores corporais e ou protegê-los ou mantê-los em bom estado.
Trabalha com beleza, correção, preservação, fantasia e sonho. Mistura o real com o imaginário. 
NÃO tem finalidade curativa ou de tratamento, NÃO é medicamento.
HISTÓRIA DA COSMETOLOGIA
A história dos cosméticos é uma narrativa paralela à história da humanidade, evoluindo junto a ela. Desde os tempos pré-históricos (por volta de 30.000 a.C.), as pessoas já praticavam adornos e camuflagem da pele e dos cabelos. Nessa época, a pintura corporal servia tanto para proteção quanto para intimidar inimigos, sejam eles humanos ou animais.
Com a formação das primeiras civilizações (por volta de 3.000 a.C.), os rituais de beleza se difundiram a partir dos egípcios, indianos e orientais. Essas culturas desenvolveram cosméticos e práticas similares. No Egito Antigo, por exemplo, utilizava-se mel, leite, farelos vegetais e gorduras animais para criar pastas e cremes para a pele. Além disso, óleos perfumados e essências como tomilho, olíbano, cânfora e mirra eram amplamente utilizados. A prática de tingir o cabelo também remonta a essa época.
Na Grécia e na Roma Antigas (por volta do ano 200 d.C.), homens frequentavam casas de banho elaboradas, enquanto mulheres cuidavam da beleza em casa. Fragrâncias extraídas de anis, pimenta, alecrim, sálvia e hortelã-pimenta eram populares. O leite de jumenta era usado para manter a tez fresca, e a massa de pão úmida servia como máscara noturna. O material graxo da lã de ovelha também tinha aplicações nos cuidados de beleza. Nessa época, o médico Galeno contribuiu com a cosmetologia ao desenvolver uma pomada refrescante conhecida como “ceratum refrigerans”, precursora do “cold cream”.
Durante o Renascimento, os cosméticos ressurgiram, principalmente na Itália e na França, que se destacaram como produtores de perfumes. Esses produtos eram destinados a mascarar o mau odor corporal, uma vez que a falta de higiene ainda persistia. No século XIX, o uso de cosméticos já era comum, embora muitos ainda fossem feitos em casa.
Em resumo, a cosmetologia acompanhou a evolução da humanidade, refletindo as mudanças culturais, sociais e científicas ao longo dos séculos. Hoje, os cuidados com a beleza continuam a se transformar, mas a busca pela expressão pessoal e pelo bem-estar permanece constante.
ESTRUTURA DA PELE
PELE
A pele, é o maior órgão do corpo humano, ocupando uma área média de 2m² o que corresponde a 15% do peso total do corpo. É um órgão de revestimento complexo e heterogêneo, composto essencialmente de 3 grandes camadas de tecidos: uma superior - a epiderme; uma camada intermediaria - a derme; e uma camada profunda - a hipoderme. Seu principal papel é proteger o organismo, de um lado impedindo a entrada de substâncias nocivas, e de outro, evitando a evaporação excessiva de água, que levaria a desidratação, exercendo desse modo a função de barreira sendo a epiderme a camada mais importante da para essa função.
EPIDERME
A epiderme é a camada mais superficial da pele, em contato direto com o ambiente. Ela é formada por tecido epitelial estratificado pavimentoso e queratinizado. O nome “epiderme” deriva das palavras gregas “epi”, que significa “acima”, e “derme”, que significa “pele”. Em outras palavras, a epiderme está acima da derme e é responsável por várias funções essenciais.
Aqui estão alguns pontos importantes sobre a epiderme:
Funções da Epiderme:
· Barreira de Proteção: A epiderme serve como uma barreira protetora do organismo.
· Absorção de Raios Ultravioletas: Ela absorve raios ultravioletas provenientes da radiação solar.
· Prevenção da Perda de Água: A epiderme ajuda a evitar a perda excessiva de água.
· Sensação de Tato: Também está envolvida na sensação tátil .
DERME
A derme ou cório é uma das camadas da pele, formada por tecido conjuntivo e localizada abaixo da epiderme e acima da hipoderme. Assim, é a camada intermediária e mais espessa da pele.
A derme apresenta uma espessura variável conforme a região do corpo e a idade do indivíduo.
A sua função é garantir a elasticidade e resistência da pele. Por ser uma região ricamente vascularizada, é responsável ainda pela nutrição e oxigenação da epiderme.
Na derme também existem vasos linfáticos, glândulas, folículos capilares e nervos que proporcionam a sensação do toque, dor, pressão e temperatura.
A quantidade de terminações nervosas na derme variam conforme a região do corpo, por isso, algumas áreas são mais sensíveis do que outras.
Estruturalmente, a derme é formada por fibras de colágeno e elastina e por uma matriz extracelular. As fibras de colágeno pode chegar a corresponder até 70% do peso seco da derme.
A derme é formada por duas camadas: camada papilar e reticular.
HIPODERME
A hipoderme ou tecido subcutâneo localiza-se abaixo da derme, portanto, é uma profunda camada de tegumento.
Ela é formada por tecido conjuntivo e representa entre 15% a 30% do peso corporal.
A ligação entre a derme e a hipoderme é garantida por fibras de elastina e colágeno. A espessura da hipoderme varia de acordo com a região do corpo e sexo do indivíduo.
Porém, é importante destacar que a hipoderme não é considerada uma das camadas da pele, mesmo mantendo uma estreita relação funcional com a derme e da difícil distinção entre os limites das duas estruturas.
FUNÇÃO
A hipoderme apresenta importante funções para o organismo, das quais destacam-se:
· Reserva de energia: o tecido adiposo armazena energia que pode ser utilizada pelo corpo em momentos de necessidade. Em casos de jejuns prologados, por exemplo, o organismo utilizará a energia acumulada no tecido adiposo.
· Defesa contra choques físicos: protege os órgãos e ossos, servindo para "acolchoar" essas estruturas e amortecer contra traumas físicos. Ao mesmo tempo, também modela o corpo.
· Isolante térmico: a camada de tecido subcutâneo contribui para regular a temperatura corporal. Por exemplo, uma camada de tecido adiposo protege o corpo contra o frio. Esse processo é conhecido por termorregulação.
· Conexão: a hipoderme conecta a derme aos músculos e ossos. Portanto, é responsável por fixar a pele a estruturas adjacentes.
SUBSTÂNCIAS ATIVAS UTILIZADAS NA COSMETOLOGIA
COSMÉTICOS FACIAIS
ÁCIDO HIALURÔNICO
O ácido hialurônico já é bastante utilizado na dermatologia e tem um alto poder hidrofílico. Ou seja, absorver a água. Por isso, é um excelente hidratante e se adapta a todos os tipos de pele. E ainda estimula a produção de colágeno e suaviza rugas e linhas de expressão. Algumas fórmulas estimulam a produção do próprio ácido hialurônico pela derme. Além disso, a forma em gel da substância também é usada na dermatologia como um preenchedor em procedimentos estéticos no rosto ou no corpo.
ÁCIDO SALICÍLICO 
É muito conhecido por quem possui pele oleosa e acneica, justamente por ser usado em muitos produtos feitos para esse tipo de derme, como sabonetes e géis secantes. O ácido salicílico, além de promover uma esfoliação química suave, melhorando o brilho da pele e a penetração de outros ativos, possui ação seborreguladora e ajuda a controlaro processo inflamatório da acne. É efetivo na redução das rugas finas, além de melhorar a textura da pele. Também é indicado para produtos hidratantes que visam previnir ou reduzir eritemas e inflamações. Indicado por exemplo em loções anti-acne e produtos de barbear, sendo a concentração usual a partir de 1%.
ÁCIDO GLICÓLICO
O ácido glicólico é derivado da cana de açúcar, promove a renovação da camada mais superficial da pele, a epiderme. Em baixas concentrações (até 10%) quando aplicado topicamente o ácido glicólico diminui a coesão dos queratinócitos, ajudando em distúrbios da queratinização, como acne, queratose seborreica, etc. Em altas concentrações ( a partir de 50%) causa epidermólise, levando a separação epidérmico-dérmico, resultando num peeling profundo. E exatamente por isso que este ativo auxilia na remoção de manchas e na uniformização da derme. Também promove uma melhora da textura da pele (deixando-a sedosa), abertura dos poros e controle da oleosidade.
CAFEÍNA
Aqui, a cafeína aparece como o princípio ativo de alguns cremes, especialmente para a região dos olhos. Por estimular a circulação sanguínea e ser rica em antioxidantes, ela é ótima para reduzir a aparência de olheiras e prevenir o envelhecimento precoce.
Todavia, a cafeína também minimiza a aspereza cutânea, ameniza o aspecto da celulite e revitaliza a pele. Além disso, reduz a vermelhidão causada por raios UVB, refletindo em um menor grau de elastose solar (condição em que a superfície da pele fica espessa e com sulcos, como uma casca de laranja).
NIACINAMIDA
Proveniente da vitamina B3, a niacinamida possui muitas funções benéficas para a pele. Ao ser antioxidante e promover a renovação celular, ela previne o envelhecimento, controla a oleosidade excessiva, melhora a aparência dos poros e clareia manchas, tanto as hipercromias pós-inflamatórias quanto os melasmas. Também reduz rugas e melhora a textura da pele.
RETINOL
Derivado da vitamina A, o retinol pode ser usado tanto por peles jovens quanto maduras. Os efeitos estimulantes da Vitamina A e de seus derivados na pele, tendem a combater mudanças que ocorrem com o envelhecimento. Ele promove a renovação celular e estimula a produção de colágeno e elastina na pele. Entre seus benefícios estão o tratamento da acne, a redução de rugas finas, a melhora da textura e da firmeza da pele e a redução da hiperpigmentação. A tretinoína foi o primeiro retinóide a ser sintetizado e tem sido usado em produtos tópicos para o tratamento da acne e do fotoenvelhecimento. Logo, verifica-se que os retinóides possuem diferentes aplicabilidades. A isotretinoína é usada, por via sistêmica, para tratamento da acne enquanto a motritinida e o adapaleno são usados topicamente, também para o mesmo problema. Entretanto, seu uso não é recomendado durante a gravidez.
VITAMINA C
Praticamente toda marca de dermocosmético possui um sérum de vitamina C. Também conhecido como ácido ascórbico, é um potente antioxidante, que ajuda na produção de colágeno e na redução dos radicais livres. Sua aplicação tópica pode melhorar a elasticidade e firmeza da pele, também é responsável por elevar o viço da pele, deixando-a luminosa e com aparência de saudável. O ácido ascóbico atua também como inibidor da biossíntese melânica, e por isso o uso constante pode clarear a pele. A substância também atua na proteção da derme contra a radiação UV.
VITAMINA E
A vitamina E pode ser usada de forma tópica, com dermocosméticos, ou de forma oral, com cápsulas. É um importante antioxidante que protege as membranas biológicas dos efeitos negativos dos radicais livres. Ela ajuda a prevenir o envelhecimento da pele e também fortalece as fibras elásticas. Além de neutralizar os radicais livres, também vem sendo empregada em formulações cosméticas para outras finalidades.
Por isso, é usada no tratamento de algumas doenças, como a esclerodermia (condição em que há o enrijecimento da pele). Mas, por se apresentar de forma oleosa, não é indicada para peles acneicas.
Porém, é preciso tomar algumas cautelas.
Não é recomendado usar cremes com ureia onde a barreira da pele está aberta, como eczemas, lesões de psoríase ou machucados. Nestes casos, a substância vai pinicar a pele e gerar uma sensação desconfortável. Por fim, também não é recomendado usar cosméticos com altas concentrações (acima de 3%) em pessoas grávidas.
PANTENOL
O d-pantenol tem sido utilizado em um grande número de formulações cosméticas e farmacêuticas, como cremes e loções para a face e corpo, pomadas labiais e batons, xampus e condicionadores. O pantenol é uma pró-vitamina que quando aplicada topicamente é convertida a ácido pantotênico, uma vitamina do grupo do complexo B, que é um constituinte natural da pele e do cabelo. Sua aplicação tópica auxilia na cicatrização de lesões superficiais presentes em queimaduras, fissuras e cirurgias plásticas; dermatose ulcerativa e alérgicas, com bons resultados estéticos. Também eleva a resistência a inflamações, eritema, alivia coceira com possível ação anti-histamínica.
UREIA
Muitos hidratantes, especialmente para áreas de pele áspera como os pés, possuem ureia em sua composição. Isso porque a substância tem uma alta capacidade de hidratação, o que melhora a textura da pele e reduz sua aspereza e descamação.
ROSA MOSQUETA 
Rosa mosqueta é um nome comum para várias espécies de arbustos da família Rosaceae. Um processo de pressão a frio extrai o óleo dessas plantas e utilizado na dermatologia. Além de ser um excelente hidratante, a substância é rica em ácidos graxos que promovem a regeneração cutânea.
Sendo assim, seu uso é indicado para diminuir cicatrizes, estrias, queimaduras (na fase tardia), cortes fechados e assaduras. Seu também auxilia a melhorar o resultado de procedimentos estéticos com outras lesões semelhantes. E por conta de seus potentes antioxidantes, também previne o envelhecimento da pele.
ÁCIDO AZELAICO
O ácido azelaico, também conhecido como ácido nonadióico, é um ácido dicarboxílico de cadeia saturada.
Possui ação de inibir a enzima 5-alfa-redutase, fazendo com que a testosterona não seja convertida em diidrotestosterona.
A concentração usual na rosácea é de 15% a 20%.
Tem função anti-inflamatório, despigmentantes e antiacneico.
ÁCIDO TRANEXÂMICO 
É uma substância sintética que inibe a comunicação do queratinócitos com o melanócitos.
Ele também consegue inibir a cascata inflamatória ativada pelas radiações, o que faz com que ele não deixe o melanócito ser ativado pelas RUV.
PROTETOR SOLAR 
A radiação UVA é responsável pelo surgimento de manchas e pelo envelhecimento precoce, enquanto a UVB age principalmente induzindo o bronzeamento da pele e causando-lhe queimaduras e lesões superficiais. Ambas contribuem para o desenvolvimento do câncer de pele. A radiação UVC é filtrada pela camada de ozônio. Contudo, já se observa a incidência dessa radiação na superfície terrestre em decorrência da destruição dessa camada de proteção, aumentando as chances de surgimento de câncer. 
O estresse oxidativo, as reações inflamatórias, os danos ao DNA e a imunossupressão são manifestações que podem ser desencadeadas pela radiação UV e estão relacionadas com o surgimento de lesões graves no tecido cutâneo. A ação da luz UV associada a hábitos de vida inadequados propicia a formação de radicais livres no organismo, que, quando estão em grande quantidade, interferem na síntese, na composição e na degradação de biomoléculas, como o DNA, os lipídios e as proteínas. Por consequência, ocorrem a degradação das fibras de colágeno e elastina da pele e o aumento das chances de haver lesões malignas ou benignas.
Os filtros solares são substâncias químicas orgânicas ou inorgânicas formuladas, fundamentalmente, visando proteger a pele contra os danos causados pela exposição aos raios solares UV. São incorporados em uma série de produtos de uso diário destinados ao cuidado pessoal, como shampoos, condicionadores, hidratantes e batons, e aos mais tradicionais protetores solares nas formas de creme, loção, óleo ou spray.
Um filtro solar adequadodeve ser fotoestável, minimizar o acesso das radiações UVA e UVB às células viáveis e reduzir a penetração de ingredientes ativos através da pele. Além disso, deve ser resistente à água, apresentar estabilidade frente ao calor e possuir características agradáveis, garantindo melhor aceitabilidade pelos consumidores e custos acessíveis.
 
COSMÉTICOS CORPORAIS
LIMPEZA E HIDRATAÇÃO DA PELE
A limpeza permite a remoção de detritos externos, secreções cutâneas naturais e micro-organismos. Os hidratantes, por sua vez, destinam-se a melhorar e manter a barreira cutânea, restaurando os teores hídricos normais na epiderme.
A taxa de água ideal no estrato córneo varia de 20% a 35%, e uma redução para menos de 10% de água resulta em uma pele visivelmente erótica. A retenção de água no subcuta-neo (SC) depende da presença de agentes higroscópicos naturais nos queratinócitos (fator de hidratação natural) e dos lipídios intercelulares, para formar uma barreira à perda de água trans-epidérmica (transepidermal water loss - TEWL).
Os hidratantes são importantes especialmente na presença de alterações clínicas ou subclíni-cas da barreira epidérmica ou diminuição do conteúdo de água epidérmico, geralmente secundários à baixa umidade do ar, xerose por tendência genética ou por doença subjacente (como dermatite atópica, diabetes e hipotireoidismo), ou ainda a utilização de produtos ou medicamentos associados ao rompimento da barreira epidérmica, como os produtos de limpeza, adstringentes e algumas medicações tópicas. Os hidratantes devem ser aplicados diariamente devido às limitações do produto e à sua perda pela descamação contínua e natural da epiderme.
A classificação dos hidratantes baseia-se no mecanismo de hidratação predominante, que é atribuído pela combinação de ingredientes. Serão descritos os principais agentes oclusivos, umectantes, emolientes e algumas substâncias queratolíticas.
AGENTES OCLUSIVOS
Evitam a perda de água por efeito filmogênico. Geralmente são gordurosos e mais eficazes quando aplicados sobre a pele levemente umedecida. Apresentam-se na forma de pomadas e emulsões de água em óleo. São indicados para pele muito seca ou para áreas mais queratiniza-das. Exemplos de agentes oclusivos são:
• Lanolina: foi um dos primeiros hidratantes usados amplamente pela indústria. É um subproduto do processamento da lã, que produz complexa mistura de óleos semissólidos. Apresenta forte efeito oclusivo quando aplicada sobre a pele. Tem sido substituída por outros agentes oclusivos devido ao seu potencial de sensibilização. Está disponível também na forma purificada.
• Vaselina: assemelha-se à lanolina em características físicas e seus efeitos sobre a oclusão da pele. Além de formar uma barreira oclusiva, penetra nos lipídios intercelulares do estrato córneo, sendo eficaz em reduzir o ressecamento da pele e prevenir seu reaparecimento.
• Óleo mineral: é menos oclusivo, mas tem melhor espalhabilidade e dá a sensação de ser menos gorduroso em comparação com a vaselina. É frequentemente usado devido à sua textura favorável, mas tem uma capacidade limitada de reduzir a TEWL.
• Silicones: são polímeros sintéticos amplamente utilizados em loções para o corpo. Têm boa espalhabilidade e emoliência. Exemplos comuns são o dimeticone e o ciclometicone. Não são gordurosos, mas quando usados sozinhos conferem uma hidratação limitada. São utilizados muitas vezes em combinação com a vaselina propiciando uma textura mais cosmética.
UMECTANTES
São muitos e variados, como o fator de hidratação natural polióis, macromoléculas e lipossomos.
• Componentes do FHN: incluem substâncias higroscópicas e hidrossolúveis do estrato córneo, que são mais facilmente envolvidas pelos lipídios da membrana celular. Essas substâncias têm papel importante na retenção de água. Sua extração resulta em uma redução de 25% do conteúdo de água do estrato córneo e 66% da elasticidade.
O Ácido pirrolidona carboxílico (PCA): é um dos principais componentes do FHN, aproximadamente 12%, na forma de sais de sódio ou potássio. É sintetizado a partir do ácido glutâmico da epiderme. Tem um efeito hidratante na concentração de 3% a 5%.
O Ureia: representa 7% do FHN. Hidrata em concentrações de até 10%. Pode não ser bem tolerada mesmo em baixas concentrações na pele delicada de crianças pequenas.
O Ácido láctico: está presente como lactato de sódio no FHN, representando 12% deste. Como umectante é usado em concentrações entre 5% e 10%. Faz parte da família dos alfa-hidroxiácidos.
Polióis: consistem de pequenas moléculas nas quais numerosos grupos hidroxílicos conferem uma forte higroscopicidade.
O Glicerol: presente no SC como umectante endógeno natural. Apresenta excelente capacidade hidratante.
O Sorbitol: com moderada capacidade hidratante.
O Propilenoglicol: tem boa capacidade hidratante em baixas concentrações (< 10%).
Macromoléculas: apresentam alto conteúdo de grupos hidrofílicos. Devido ao seu grande tamanho, essas moléculas não penetram no estrato córneo, mas formam uma película semipermeável.
O Glicosaminoglicanos: inclui o ácido hialurônico e o sulfato de condroitina, que são polissacarídios. O grande número de grupos hidroxila que possuem permite absorção e retenção de água consideráveis.
O Colágeno e elastina: suas propriedades higroscópicas os permitem formar gel com a água. Uma hidrólise maior os transforma em gelatina. Essas proteínas são usadas geralmente na forma desnaturada ou hidrolisada.
Lipossomos: são pequenas vesículas envolvidas por uma ou várias membranas de bicamada fosfolipídica. Possui alta afinidade pelo estrato córneo e elevado poder de hidratação.
EMOLIENTES
O emoliente pode ser definido como ingrediente que amacia o estrato córneo e tem um efeito suavizante quando aplicado sobre a pele. Frequentemente, são substâncias oleosas que incluem uma variedade de compostos de ésteres de alcoóis de cadeia longa. As características dos emolientes correlacionam-se com a satisfação do consumidor, como uma textura suave da pele após a sua aplicação. Atuam pela interação direta com o estrato córneo ou fornecendo uma barreira oclusiva que retém a água na pele. Contém óleo mineral, ácidos graxos ou materiais como escaleno, colesterol, lanolina ou alcoóis de lanolina.
CELULITE
A celulite ou lipodistrofia ginoide é um distúrbio metabólico localizado no tecido subcutâneo. A etiologia é multifatorial e a prevalência em mulheres brancas pós-púberes é de 85% a 98%.
A perda do equilíbrio do metabolismo, da circulação e das fibras de sustentação da derme-hipoderme forma um conjunto de alterações que é o que caracteriza a celulite. Clinicamente, apresenta-se com retração irregular da superfície cutânea, aspecto em casca de laranja, queijo do tipo Cottage e acolchoado, nas áreas de distribuição ginoide de gordura, como glúteos, quadris, flancos, coxas e joelhos.
A terapêutica tópica está indicada para os graus mais leves de celulite (graus l e II) ou ainda como adjuvante em outros regimes de tratamento. Os produtos tópicos para o tratamento da celulite incluem ativos sintéticos ou fitoterápicos que podem agir em diferentes sítios, como na lipólise e na lipogênese, no meio intersticial, nas circulações sanguínea e linfática e antirradicais livres. Um mesmo produto ou formulação também pode associar diversos ativos com intuito de uma ação sinérgica. Nos fitoterápicos, o ativo não é o extrato em si, mas uma ou mais substâncias presentes no interior do extrato em uma determinada concentração. Além disso, é relevante lembrarmos que a qualidade dos fitoterápicos varia muito: o modo de extração, a titulação e a associação de substâncias e vitaminas. Ao utilizarmos um tratamento tópico para reduzir a aparência da celulite devemos considerar a concentração e a farmacocinética do ativo, bem como a natureza do veículo. Os veículos visam a garantir a eficácia do ativo na pele e podem ser em gel, pomadas, espumas, cremes e loções. Podemos associar, na formulação, agentes que potencializam a penetração cutânea, como os solventes comuns (álcool, água e metilsulfóxido alcali),surfactantes e sistemas utilizando lipossomas - vesículas lipídicas que encapsulam o ativo. Atualmente, os melhores tratamentos disponíveis para a celulite são para amenizar a sua aparência, contudo, os resultados não são mantidos a longo prazo. Diversos produtos cosméticos de venda livre estão disponíveis nas prateleiras das farmácias, em spas e em sites da internet, no entanto, não existem estudos científicos adequados mostrando a eficácia de algum desses produtos. A sugestão é que se prescrevam ativos, sempre que possível, e que os produtos comerciais sejam prescritos somente quando sua eficácia terapêutica for comprovada por experiência pessoal ou através de pesquisa científica.
ESTRIAS
As estrias são cicatrizes atróficas resultantes de um processo inflamatório linfocítico perivascular superficial e profundo e da perda de colágeno e de fibras elásticas na derme. Caracterizam-se, clinicamente, por serem lesões atróficas lineares, paralelas, no sentido perpendicular ao eixo de maior tensão da pele, tendendo a simetria e a bilateralidade. Na fase inicial, apresentam-se eritematosas ou violáceas, por vezes pruriginosas, devido ao processo inflamatório. Após meses, adquirem uma tonalidade branco-nacarada. São cerca de duas vezes e meia mais prevalente no sexo feminino e surgem geralmente a partir da puberdade e durante a gravidez. Na mulher, as localizações predominantes são a face lateral dos quadris, glúteos, abdome e mamas, enquanto nos homens são a parte externa das coxas, região lombossacra e dorso. A causa é desconhecida, porém um conjunto de fatores mecânicos e bioquímicos leva os pacientes, com predisposição individual e/ou genética, a manifesta-las. Em casos exuberantes deve-se avaliar a possibilidade de doenças associadas, como a síndrome de Cushing e o uso de tratamentos com corticosteroides. Há pouca literatura disponível e estudos com falta de clareza sobre o benefício e a segurança do uso de hidratantes na prevenção das estrias. No entanto, muitos autores indicam hidratantes principalmente do tipo óleo em água, pois parte da elasticidade da pele provém da quantidade de água no estrato córneo. Os ativos de maior uso são: óleos de amêndoas doces 10%, de sementes de uva 10%, de prímula, de macadâmia, a coenzima Q10 lipossomal, ceramidas, germe de trigo, PCA-Na 2%, ureia 10%, colágeno 5% a 10%, elastina 3% a 5%, ácido hialurônico entre outros. Um estudo, com 80 mulheres grávidas, investigou o efeito da massagem associada à aplicação de um creme contendo extrato de centella asiática, vitamina E, elastina e colágeno hidrolisado na prevenção do desenvolvimento de estrias. Quarenta mulheres usaram o creme avaliado, e 39 usaram o placebo. Os resultados mostraram que 56% do grupo placebo, e 34% do grupo tratado desenvolveram estrias durante a gravidez. Os autores referem que o ativo da centella asiática por um mecanismo de estimulação na atividade fibroblástica e anti-inflamatório preveniu significativamente o desenvolvimento de estrias. 
Na avaliação das estrias deve ser considerado o seu estágio: recente e eritematosa, ou tardia e branca. Os resultados dos tratamentos serão mais satisfatórios quanto mais recentes forem as estrias. No tratamento tópico temos como opção formulações com tretinoina, alfa-hidroxiácidos como o ácido glicólico, e o ácido ascórbico.
Quanto à celulite, ressalta-se que na realidade os derivados da vitamina A não têm fornecido uma solução definitiva na redução de sua aparência irregular. Além disso, sem meios objetivos de mensurar a melhora clínica, incluindo o uso de ressonância magnética e ultrassonografia, fica difícil recomendar os retinóides como um tratamento eficaz para a celulite. Atualmente, não existe uma cura ou um tratamento padrão-ouro para a celulite. Isso se deve à pouca compreensão sobre a fisiopatologia e à pobre eficácia das modalidades terapêuticas. Apesar disso, o uso de alguns cosméticos pode proporcionar resultados satisfatórios em casos de celulite leve, e também pode ser indicado para manutenção e/ou como adjuvante em outros regimes de tratamento, ajudando ainda na percepção corporal e na melhora da autoestima do paciente.
A expectativa quanto ao tratamento das estrias deve ser realista e a modalidade ideal, se lecionada cuidadosamente para evitar complicações. As estratégias terapêuticas são inúmeras e não há uma modalidade superior às demais. No entanto, terapêuticas atuais (tópicos, lasers. luz intensa pulsada, microdermoabrasão e radiofrequência), principalmente combinadas, contribuem para melhores resultados e satisfação dos pacientes.
COSMIATRIA CAPILAR
FIO CAPILAR
A pele humana contém aproximadamente 5 milhões de folículos pilosos, com cerca de 100 mil folículos presentes no couro cabeludo, número que pode variar conforme a cor dos cabelos. O couro cabeludo de caucasianos louros possui em média 130 mil fios, enquanto nos negros e asiáticos o couro cabeludo contém cerca de 90 mil fios.
A haste capilar é uma estrutura essencialmente lipoproteica, sem atividade biológica. O cabelo terminal é composto por cutícula e córtex.
A medula é uma estrutura central que, em geral, não está presente nos pelos terminais humanos, exceto nos cabelos grisalhos e brancos. Sua função não é totalmente conhecida.
A cutícula é a parte mais externa e se constitui de queratinócitos achatados, sobrepostos como telhas de um telhado. Tais células também são chamadas de escamas e formam de 5 a 10 camadas, cada uma com 350 m a 450 m de espessura. Cada célula é revestida por uma membrana externa denominada epicutícula, rica em cistina (aminoácido rico em enxofre) e ácidos graxos. A cutícula protege o córtex de traumas como o ato de pentear e lavar os cabelos e confere ao pelo brilho, resistência e flexibilidade. Uma cutícula danificada faz o cabelo embaraçar com facilidade, perder o brilho e a aparência saudável. A maior parte dos cosméticos capilares visa a restaurar a cutícula lesada através da ligação química de substâncias que aderem estruturas lipoproteicas e não são facilmente removidas pelas lavagens. A resistência do cabelo depende de uma cutícula intacta para proteger o interior da haste capilar. O cabelo na água, por sofrer hidrólise, pode ser esticado em até 30% do seu tamanho sem sofrer nenhum da mas quando o fio está molhado, o cabelo encontra-se muito vulnerável aos traumas físicos n simples, como o ato de pentear-se. Por isso, não se deve pentear os cabelos durante o ba nem realizar "escovas" com secador para modelar os cabelos com frequência. O córtex constitui a área de maior massa da fibra capilar e é composto principalmente proteína queratina. Queratinas são proteínas filamentosas que possuem uma estrutura es lada de a-hélice central. Quatro longas a hélices separadas por três regiões não helicoidais mam um tetrâmero com dímeros idênticos dispostos antiparalelamente. A queratina é incolor.
XAMPUS
Atualmente, o objetivo dos xampus é a remoção de sebo, suor, restos celulares, íons, ácidos graxos dos produtos de cabelo, partículas metálicas oxidadas e impurezas do couro cabeludo, preservando a estética dos cabelos. O xampu pode ter mais de 40 ingredientes na sua fórmula, pois além dos surfactantes, que são os agentes limpadores, existem os agentes condicionantes para minimizar a agressão ao fio e, principalmente, não embaraçá-los. Os elementos básicos dos xampus são: surfactante primário - para limpeza; surfactante secundário - proporciona espuma e/ou melhora a viscosidade; agentes espessantes - gomas, sais e amido; solventes - para clarear o produto ou aumentar a solubilidade; agentes condicionantes; agentes opacificantes; ácidos ou álcalis para ajustes de pH; pigmentos; fragrância; conservantes; substâncias que absorvem raios UV (para embalagens transparentes); ingredientes ativos, p. ex., para tratamento de dermatite seborreica.
O principal elemento de um xampu é o surfactante ou detergente, que se constitui de uma molécula com uma porção apolar ou hidrófoba, que se liga aos lipídios do sebo e outras impurezas, e uma porção polar ou hidrófila, quese liga à água permitindo a remoção e o enxágue do material desejado. Há quatro categorias básicas de surfactantes: aniônico, catiônico, não iônico e anfotérico. Cada um desses grupos possui diferentes qualidades de limpeza do couro cabeludo e condicionamento dos fios.
Os surfactantes aniônicos, como o lauril sulfato de sódio e de amônio, laureto sulfato de amônio e alfaolefin sulfonato são os mais utilizados comercialmente. São excelentes para remover o sebo do couro cabeludo. Entretanto, não são bem aceitos pelos consumidores devido ao seu resultado inestético, deixando os fios opacos, pouco maleáveis e difíceis de pentear. Para que se mantenha o poder limpador do xampu, mas minimizando a retirada do sebo natural dos fios, muitas fórmulas adicionam outros surfactantes ditos secundários (catônicos, não iônicos e anfotéricos).
Os surfactantes catiônicos são utilizados em xampus para cabelos secos ou quimicamente tratados devido ao seu poder limitado de remover o sebo e por manter os cabelos macios e maleáveis. O surfactante catiônico mais comum é o cloreto de cetila-trimetil amônio. Ele forma íons carregados positivamente quando em solução aquosa e apresenta propriedades de limpeza e poder espumante mais fracos do que os tensoativos aniônicos. Por isso, pode-se adicionar uma cadeia tipo coco ao surfactante catiônico para permitir maior quantidade de espuma. Já os detergentes não iônicos são utilizados em combinação com os aniônicos como limpadores secundários, uma vez que apresentam pequena capacidade de limpar o couro cabeludo. Têm como objetivo suavizar o surfactante aniônico. Alguns exemplos são o PEG-80 laurato de sorbitana e cocoanfocarboxiglicerinato. A última categoria de surfactante é constituída por detergentes anfotéricos, que são substâncias que apresentam tanto o polo negativo quanto o positivo. Isso faz com que eles se comportem como detergentes catiônicos em pH baixo e como aniônicos em altos valores de pH. São exemplos cocodietanolamina, betaínas, cocoamidopropilbetaína e cocoanfoacetato. Esse tipo de surfactante é usado em xampus para bebês, uma vez que não irrita os olhos e é indicado para cabelos finos. Atualmente existe uma forte propaganda negativa sobre a presença de sais na fórmula de xampu. Os sais, como o cloreto de sódio ou outro similar, são necessários para o controle da viscosidade. Caso não estejam em quantidade acima do ideal, os sais não oferecem risco à saúde dos fios. Em quantidades muito altas são substâncias que, por terem carga elétrica positiva, competem com o polímero pelo mesmo sítio de ligação, diminuindo o poder condicionante dos produtos. No entanto, mesmo em quantidades altas há também o benefício de removerem os resíduos dos polímeros quando estes se encontram depositados entre as escamas.
RESÍDUOS
Os xampus e os tratamentos químicos aumentam a carga eletrostática dos fios (carga negativa), o que é compensado pela aplicação de creme catiônico (carga positiva). Isso gera o acúmulo de resíduos na cutícula, particularmente na endocutícula, na área da junção entre as camadas celulares, denominada complexo da membrana celular. Tais resíduos aumentam a eletricidade estática do cabelo, elevando as escamas, tornando-os com aspecto esvoaçante, difíceis de pentear e com aparência desagradável. Além disso, os ácidos graxos dos condicionadores e xampus condicionantes se ligam ao cálcio e magnésio da água do chuveiro e se depositam na fibra capilar. Por isso é necessária a aplicação semanal de xampu antirresíduo, cujo surfactante de alto poder adstringente é o lauril sulfato de amônio.
CONDICIONADORES
Os condicionadores são substâncias que visam a desembaraçar, facilitar o penteado, diminuir a agressão dos efeitos físicos e químicos aos quais os cabelos são submetidos diariamente, como o simples ato de pentear, mantendo o aspecto cosmético do fio, sua maciez, diminuindo o aspecto esvoaçado (efeito antifrizz). Os agentes condicionantes principais são: óleos e/ou ceras (óleo mineral, álcool de cadeia longa, triglicerídios, outros ésteres como óleos verdadeiros, vegetais, silicones, ácidos graxos). São compostos por óleos vegetais e minerais, ceras, álcool de cadeia longa, substâncias cati-ônicas (carregadas positivamente), triglicerídios, ésteres, silicones e ácidos graxos. O condicionamento da fibra capilar visa à ligação dessas substâncias nos pontos agredidos na cutícula e no córtex. As interações dos componentes dos cosméticos com a queratina são influenciadas pela carga elétrica do ingrediente, tamanho da molécula, ponto isoelétrico do fio e pelos ingredientes previamente aderidos à cutícula. São ingredientes comuns aos condicionadores: cloreto de esteralcônio, cloreto de cetrimônio, cloreto de dicetilamônio, polímero JR (poliquaternário10), polímeros quaternários, guarcatiônico, acrilamida, metacrilato, polímeros neutros (copolímeros, polivinil) e ácidos graxos (ácidos láurico, mirístico, palmítico). Os ingredientes podem agir tanto na superfície do fio quanto na profundidade do córtex. As substâncias que desembaraçam atuam na cutícula e têm alto potencial de adsorção, que significa uma forma de adesão ou revestimento, também chamada "efeito filme". Uma categoria muito difundida entre os agentes condicionantes são os polímeros, substâncias encontradas nos xampus, condicionadores, cremes com e sem enxágue, mousses e fluidos. Sua função é diminuir a carga eletrostática dos fios e aumentar a substantividade do fio, formando um filme protetor. O tamanho e o peso molecular do polímero influenciam na sua absorção e dispersão pela fibra capilar e sua ligação com a queratina. Os polímeros de baixo peso molecular difundem-se no interior da fibra (PM de 10.000 a 250.000), já os de alto peso molecular difundem-se na superfície da fibra (acima de 250.000). Além disso, a carga elétrica dos fios permite maior ou menor ligação dos polímeros. Atualmente o agente mais utilizado como condicionador é o silicone. Os silicones como o ciclopentasiloxane, dimeticonol, dimeticona e amodimeticona têm efeito filme e protegem o fio das altas temperaturas do secador e da prancha, pois difundem o calor ao longo da fibra. Também refletem a luz, o que aumenta o brilho. Os silicones auxiliam a achatar os queratino-citos anucleados da cutícula, fazendo com que as escamas não desprendam umas das outras, ajudando a manter os cabelos desembaraçados. Apesar das bulas dos xampus e agentes condicionantes não apresentarem as concentrações dos seus componentes, sabe-se que esses são escritos em ordem decrescente de concentração, ou seja, do mais concentrado para o menos concentrado. Assim sendo, os xampus mais adstringentes são aqueles que apresentam os surfactantes aniônicos em primeiro lugar na bula, seguidos dos surfactantes secundários. O oposto ocorre com os xampus menos adstringentes.
Os silicones são adicionados em xampus direcionados para cabelos que necessitam de maior lubrificação e não podem ser aplicados no couro cabeludo de pacientes que fazem tratamento para dermatite seborreica.
INFLUÊNCIA DO PH DOS XAMPUS E AGENTES CONDICIONANTES
As máscaras de baixo pH têm maior concentração de agentes que desembaraçam e agem na superfície do fio, adicionando brilho por reflexão da luz e textura acetinada. As máscaras de pH alto (entre 9 e 10) contêm agentes proteicos hidrolizados com baixo peso molecular que penetram no córtex. O alto pH propicia o intumescimento do fio para facilitar a abertura das escamas (queratinócitos), permitindo que os agentes condicionantes ajam no córtex. Não visam a desembaraçar, mas completar a queratina danificada. Os agentes de pH ácido têm ação rápida (1 a 3 min) e as máscaras de pH alcalino necessitam de pelo menos 15 min de aplicação. O condicionador ideal deve ter o pH entre 4 e 5. Infelizmente não é obrigatória a especificação do pH do produto nas embalagens. O pH também influencia no efeito cosmético final dos xampus. O couro cabeludo possui pH igual ao da pele do restante do corpo: 5,5. Já o cabelo, se natural, possui pH de 3,67. Os tratamentos químicos tendem aaumentar o pH, pois são à base de agentes alcalinos como amônia, etanolamina e hidróxidos. Sabe-se que a eletricidade estática do pelo, responsável pelo efeito "frizzing" ou pelos "arrepiados", depende desse pH. Quando o pH do pelo se eleva, os cabelos carregam-se negativamente e ficam mais difíceis de desembaraçar e disciplinar. Portanto, os xampus devem tentar aproximar-se do pH fisiológico do pelo e não do couro cabeludo. A maioria dos xampus anticaspa têm pH em torno de 6,5 o que é um dos pontos responsáveis pela sensação de cabelo áspero e ressecado que ocorre com seu uso.
FILTROS SOLARES PARA OS CABELOS
Recentemente, o cuidado com o fio incluiu a utilização de filtros solares, pois é sabido que tanto a luz visível como o UVA e o UVB são capazes de degradar a estrutura lipoproteica da cutícula e do córtex, além de alterar a molécula da melanina. Eles foram inicialmente usados para a preservação dos produtos capilares da ação da luz solar, mas hoje sabe-se que esses filtros agem nos fios minimizando a degradação do triptofano e a quebra das ligações das pontes dissulfidi-cas pelos raios UV através de sua absorção. Exemplos são incroquat UV 283, merquat e escalol HP 610. Os filtros solares quaternizados, como o cloreto de cinamidopropil trimetil amônio e dimetilpabamidopropil laurdimonium tosylato, possuem carga elétrica positiva, que se liga ao fio, que tem carga elétrica negativa, formando um filme protetor que o envolve. Todos esses produtos devem ser reaplicados quando os fios são molhados e também carecem da utilização do secador para facilitar a fixação e formação de filme homogêneo.
COLORAÇÃO DOS CABELOS
Os agentes são classificados quanto à durabilidade da cor: gradual, temporária, semipermanente e permanente. Existem pigmentos naturais e sintéticos. Entre os naturais, o mais conhecido é a henna, que confere ao fio uma tonalidade vermelho alaranjada. 
• Coloração temporária: são corantes solúveis em água com alto peso molecular, o que impede a penetração além da cutícula. Em geral saem na primeira lavagem, exceto se o cabelo foi danificado (poroso) por tratamentos químicos anteriores, o que ocasiona um efeito mais prolongado, pois a penetração é mais profunda. São disponibilizados em xampus, géis, mousses e sprays.
• Coloração semipermanente: em geral são as hennas sintéticas. São substâncias de baixo peso molecular derivadas do coaltar (diaminas, aminofenóis, fenóis). Podem causar dermatite de contato. Difundem-se através do córtex, permanecendo no fio por 4 a 6 semanas ou até 8. Disponibilizadas em xampus.
• Coloração permanente (oxidação): são soluções alcalinas (pH 9 a 10) à base de amônia ou etanolamina, que penetram através da cutícula. Podem escurecer ou clarear os fios, sendo mais eficazes para os fios grisalhos ou brancos. O pigmento é permanente, não sendo removido jamais por lavagens. A raiz deve ser tingida a cada 4 ou 6 semanas. A coloração permanente resulta de uma reação de oxidação entre paraminofenóis, metaminofenóis, fe-nilenodiaminas e peróxido de hidrogênio
A diferença entre a coloração com tintura permanente ou semipermanente (tonalizante) está somente na presença de amônia na primeira. A amônia atua elevando o pH do fio, o que provoca seu intumescimento. Com isso, o produto consegue penetrar profundamente através da cutícula, podendo chegar ao córtex. Popularmente credita-se à amônia algum grau de toxicidade ao fio, fato que não é verdadeiro, pois a amônia não é tóxica, apenas aumenta a penetração de substâncias que são comuns aos dois tipos de tingimento, pois alcaliniza o fio. Portanto, também os tonalizantes contêm resorcina, resorcinol, parafenilenodiaminas e paraminofenóis tais quais as tinturas permanentes.
• Descoloração (luzes, mechas): é a remoção parcial ou total da melanina natural do cabelo. O cabelo ruivo é mais difícil de despigmentar do que o castanho. O método mais comum envolve o uso de peróxido de hidrogênio a 12% em base alcalina (amônia). Inicialmente os grânulos de melanina são dissolvidos e o fio tende à cor marrom-avermelhada. Em seguida existe uma etapa de descoloração mais lenta. O mecanismo de ação não é totalmente explicado, porém acredita-se que a primeira fase envolva a destruição de diferentes ligações químicas que mantêm as partículas dos pigmentos, enquanto a segunda etapa parece envolver a ruptura da estrutura polimérica da melanina. É tempo-dependente e de difícil controle. O processo também destrói algumas pontes dissulfeto da queratina, o que leva a um enfraquecimento do fio e ao dano na cutícula, o que faz com que os cabelos fiquem porosos.
ALISAMENTO E PERMANENTE
O alisamento consiste na quebra, temporária ou permanente, das ligações químicas que mantêm a estrutura tridimensional da molécula de queratina em sua forma rígida original. Elas são divididas em ligações fortes (pontes dissulfeto) e ligações fracas (pontes de hidrogênio, forças de Van der Waals e ligações iônicas). As forças fracas são quebradas no simples ato de molhar os cabelos. As ligações químicas mais fracas resultam da atração de cargas positivas e negativas.
Existem os alisamentos temporários, que utilizam técnicas físico-químicas, como o secador e a piastra ("chapinha"). São temporários pois só duram até a próxima lavagem. Necessitam que os cabelos sejam previamente molhados, para que ocorra a quebra das pontes de hidrogênio no processo de hidrólise da queratina, permitindo a abertura temporária da estrutura helicoidal da mesma, com isso o fio ficando liso. A desidratação rápida com o secador mantém a forma lisa da haste. A aplicação da prancha quente molda as células da cutícula (escamas) como que as achatando paralelamente à haste, fazendo com que o fio adquira aspecto liso e brilhante por refletir mais a luz incidente. Os alisamentos definitivos visam a romper as pontes dissulfeto da queratina. Podem ser a base de hidróxido de sódio, lítio e potássio, hidróxido de guanidina (hidróxido de cálcio mais carbonato de guanidina), bissulfitos e tioglicolato de amônia ou etanolamina, os quais utilizam reações químicas de redução.
ALISAMENTOS CLANDESTINOS
O uso de formol para alisamento capilar tornou-se frequente, pois além de mais barato, é um processo rápido e que deixa os fios com brilho intenso. O formol é na verdade o formaldeído em solução a 37%, cuja venda em farmácias é proibida. A solução é empiricamente misturada à queratina líquida, que consiste em aminoácidos carregados positivamente e ao creme condicionador. O produto final é aplicado nos fios e espalhado com o auxílio de um pente, e em seguida utiliza-se o secador e a piastra. O formaldeído se liga às proteínas da cutícula e aos aminoácidos hidrolisados da solução de queratina formando um filme endurecedor ao longo do fio, impermeabilizando-o e mantendo-o rígido e liso. O efeito é o mesmo da calda da maçã do amor: por fora lindo e brilhante, mas por dentro desidratado e quebradiço. O fio fica suscetível à fratura em consequência dos traumas normais do dia a dia, como pentear e prender os cabelos. O problema maior é que o formol é volátil e, depois de aquecido, uma maior quantidade é inalada tanto por quem aplica como por quem se submete ao tratamento. O formol é permitido no mercado de cosméticos em concentração até 0,2% como conservante e 5% como endurecedor de unhas (Agência Nacional de Vigilância Sanitária - AVISA).
Legislação em vigor: Formaldeído como conservante: Resolução RDC n° 162, de 11 de setembro de 2001, e Formaldeído como endurecedor de unhas: Resolução RDC n° 215, de 25 de julho de 2005), mas seu uso como alisante não é permitido devido à volatização. Recentemente foi emitida uma nova resolução proibindo o seu uso para esse fim (Anvisa/ Resolução RDC n° 36, de 17 de junho de 2009). Para atingir o efeito alisante, o formaldeído deverá ser empregado em concentrações de 20% a 30%, o que é totalmente vetado.
O glutaraldeído é um dialdeído saturado, ligeiramente ácido em seu estado natural, que está sendo comumente utilizado como alisante desde a proibição do formol. É um líquido claro,encontrado em solução aquosa a 50%. Após ativação com bicarbonato de sódio para tornar a solução alcalina, o líquido torna-se verde. No Brasil, após diluição, é comercializada como esterilizante e desinfetante de uso hospitalar em concentrações a 2%. O glutaraldeído (glutaral) é um conservante relativamente comum em cosméticos, e pode ser usado em concentrações de até 0,2%. Sua atividade é em razão da alquilação de grupos sulfidrila, hidroxila, carboxila e amino, alterando o DNA, o RNA e a síntese de proteínas. A mutagenicidade do glutaraldeído é extremamente similar àquela do formaldeído.
A exposição por inalação ao glutaraldeído e formaldeído resulta em danos aos tecidos do trato respiratório superior. O glutaraldeído é de 6 a 8 vezes mais forte do que o formaldeído para produzir ligações cruzadas na proteína do DNA e cerca de 10 vezes mais forte do que o formaldeído na produção de danos teciduais no interior do nariz após a inalação. A Agência internacional de Pesquisa em Câncer (Internacional Agency for Research on Câncer - IARC) clas sifica a substância no grupo 2A, ou seja, como provável carcinógeno humano. Já a New Zealand Nurses Organization considera o glutaraldeído como neurotóxico, levando a perda de memória e dificuldade de concentração, além de cansaço e fadiga. Os alisantes são produtos registrados como cosméticos de grau de risco 2 junto à Anvisa, ou seja, necessitam de registro para comercialização. Entretanto, uma prática clandestina, e considerada atualmente proibida, é a adição de formol ou mesmo glutaraldeído nesses produtos, visando a ampliar a capacidade alisante. Atualmente, mais um aldeído está sendo usado com a mesma finalidade, trata-se do ácido glioxílico ou ácido formilfórmico. É um ácido orgânico de fórmula OHC-COOH, sendo o mais simples dos ácidos aldeídos e igualmente proibido pela Anvisa para uso em alisamento.
PRINCIPAIS CATEGORIAS DE COMPONENTES COSMÉTICOS
Compreender a composição dos cosméticos é essencial para escolher produtos adequados para o cuidado da pele e cabelos. Vamos explorar as principais categorias de componentes utilizados em formulações cosméticas:
1. Veículos e Excipientes:
· São substâncias inertes que auxiliam na preparação dos cosméticos.
· Responsáveis por dar estabilidade ao produto e completar sua massa ou volume.
· Carregam os princípios ativos para o local de ação na pele sem alterar sua função.
· Exemplos incluem surfactantes, que diminuem a tensão interfacial em emulsões, e espessantes, que modificam a reologia do fluido.
2. Ativos:
· São os ingredientes protagonistas que realizam a ação desejada do cosmético.
· Exemplos: ácido hialurônico, óleos emolientes (como argan, coco, jojoba), manteigas vegetais (karité, cacau, cupuaçu) e extratos vegetais (aloe vera, aveia, algas).
3. Adjuvantes:
· Podem ter ação modificadora ou corretiva.
· Não são considerados ativos, mas alteram as características da base cosmética.
· Exemplos: umectantes, ceras, silicones, tensoativos e fragrâncias.
ADJUVANTES
TENSOATIVOS
Tensoativos, também chamados de surfactantes, são moléculas naturais ou sintéticas que podem ser anfifílicos, os quais interagem com soluções polares e apolares.
Eles possuem uma parte com propriedades polar hidrofílica, pois é solúvel e tem grande afinidade com água, e outra apolar lipofílica, porque é solúvel e possui grande afinidade com hidrocarbonetos, óleos e gorduras.
Dividem-se em:
· Aniônicos;
· Catiônicos;
· Anfóteros;
· Não iônicos.
ANIÔNICO
É uma substância com propriedades simultâneas polar e apolar que tem conexão com água, gorduras, óleos e superfícies de soluções com sólidos, líquidos e gases como o lauril éter sulfato de sódio.
Eles servem principalmente para alterar a tensão superficial de uma substância formando filmes líquidos (gotículas líquidas), os quais agem como conciliadores na preparação de substâncias que não se misturam, dando origem a emulsões, como espumas detergentes, emulsificantes, dispersantes e agentes solubilizantes.
São utilizados na fabricação de produtos do setor da:
· Química fina;
· Alimento e nutrição;
· Cosmético;
· Farmacêutico;
· Medicamento;
· Química e derivados;
· Agroquímicos;
· Cerâmica industrial;
· Detergentes;
· Peles e couros;
· Têxtil;
· Tintas industriais;
· Tintas automotivas;
· Tintas imobiliárias;
· Óleos lubrificantes.
CATIÔNICOS
São antiestáticos e hidrofílicos, possuem excelente aderência a superfícies sólidas, solúveis em água e com baixo poder detergente.
Funcionam bem como amaciantes dos fios de cabelo e têxtil.
Tem a propriedade de promover espuma regular e leve detergência como os aminoácidos, betaína e imidazolinas.
ANFÓTEROS
Os tensoativos anfóteros podem ter as propriedades ácidas ou básicas, pois apresentam na mesma molécula composições positivas e negativas, atuando conforme o ph das soluções líquidas em que são adicionados.
Além das propriedades de alterar a tensão superficial de uma substância são hidrofílicos e umectantes. Exemplos:
Betaínas;
Imidazolinas;
Aminoácidos.
Servem para manter a pele umedecida e, por isso, são muito usados nas formulações de cremes e loções oleosas.
NÃO IÔNICO
Eles são hidrofílicos, pois são solúveis e têm afinidade com a água.
Possuem a propriedades de ser espessante, emulsionante e de repor uma parte da extração da gordura por lavagem, por exemplo os derivados de:
· Alcanolamidas de ácidos graxos;
· Álcoois graxos etoxilados;
· Amida de ácidos graxos;
· Polioxipropileno;
Servem para fixar e tornar a espuma macia, espessa e estável de soluções, como xampu, condicionadores, xampus transparentes e perolados, sabonete líquido e espuma de banho.
EMOLIENTES
O emoliente é um composto oleoso e lipídico não gorduroso, que hidrata e restaura a oleosidade da pele ressecada. Ele impede a evaporação de água através da formação de filme oclusivo, gerando a ativação da circulação local.
PRINCIPAIS TIPOS DE EMOLIENTES
· Óleo de uva: é muito usado em formulações cosméticas para flacidez e prevenção de estrias em gestantes, nas concentrações de 2 a 10%.
· Manteiga de karité: é um agente emoliente natural que protege a pele, proporcionando sensação aveludada e suavizante. É usado nas concentrações de 1 a 5%.
· Vaselina: tem propriedade emoliente, suaviza e lubrifica a pele com ação protetora.
· Óleo de macadâmia: possui ação emoliente, hidratante e propriedades regenerativas e é usado na faixa de 0,5 a 5% em produtos cosméticos.
· Óleo de rosa mosqueta: é utilizado para amenizar rugas e linhas de expressão, hidratar a pele, prevenir o envelhecimento precoce e o desenvolvimento de estrias na gravidez. É usado nas concentrações de 2 a 10%.
Além de hidratar e restaurar a oleosidade da pele ressecada, os emolientes também podem ser usados como demaquilante ou loção pós-sol. Alguns deles possuem ação antioxidante, que previne e ajuda a diminuir os sinais de envelhecimento. Outros emolientes, de origem natural, são usados no tratamento de acnes, pois ajudam a controlar a oleosidade excessiva da pele.
Normalmente, os cremes, shampoos, condicionadores e máscaras hidratantes possuem propriedades emolientes para hidratar os fios e deixá-los mais macios e com textura mais leve. Os emolientes naturais mais indicados para esse fim são os óleos e manteigas vegetais, como jojoba, rícino e abacate. Eles nutrem e restauram as escamas capilares, penetrando nos fios do cabelo.
UMECTANTES
Os umectantes são ingredientes que amam a água (têm ela em suas formulações) e atraem a umidade para o estrato córneo, (como é chamada a camada superior da pele) seja através do ambiente ou através da camada mais profunda da pele (ou derme, como é conhecida cientificamente).
Dentre os tipos de umectantes, estão:
· glicerina/glicerol
· ácido hialurônico
· ureia
· sorbitol
· propilenoglicol
· ingredientes naturais (Aloe vera e mel)
É importante ressaltar que as substâncias umectantes não permeiam no estrato córneo, e sim formam um filme hidrofílico.
CONSERVANTES
Conservantes são substâncias químicas, podendo ser artificiais ou naturais, responsáveis por inibir a proliferação de microrganismos,como fungos e bactérias, que causam deterioração no produto. Ou seja, eles são utilizados para aumentar a vida útil dos cosméticos — já que o crescimento desses microrganismos pode provocar mudanças de cor, odor e consistência — além de proteger o consumidor de danos à saúde por conta da existência deles. Apesar de substâncias químicas ativas contra bactérias não serem geralmente ativas contra fungos e vice-versa, um bom conservante deve apresentar atividade de amplo espectro, isto é, ele deve eliminar todos os tipos de micróbios.
Um produto livre de microrganismos que possam causar danos à saúde humana constitui uma exigência crescente, principalmente por parte dos consumidores e também dos órgãos responsáveis pela vigilância sanitária do país. Por serem uma forma de segurança, os conservantes não acrescentam valor mercadológico e devem ser utilizados nas mais baixas concentrações possíveis, de modo a reduzir as chances de contaminação e outras reações de toxicidade.
O conservante ideal atende a todos os critérios de conservação, segurança e toxicidade. Isso significa que ele não é inflamável ou tóxico, é inodoro e incolor, estável em quaisquer condições de temperatura e pH, além de ser compatível e não reagir com outros ingredientes; e é efetivo a baixas concentrações. Na realidade, o conservante ideal ainda não foi encontrado, e é por isso que na maioria das vezes são utilizadas combinações ou blends de conservantes. Ele deve funcionar durante a fabricação e ao longo da vida útil dos cosméticos.
Apesar de o conservante ideal necessitar ser seguro e suave para a pele do consumidor, estudos mostram que os conservantes são um dos componentes dos cosméticos que mais causam irritação e hipersensibilidade de contato. Eles estão atrás apenas das fragrâncias.
Na lista dos conservantes em cosméticos com maior potencial irritativo estão os parabenos — propilparabeno, metilparabeno e etilparabeno —, os compostos liberadores de formaldeído — diazolidinil ureia, imidazolidinil ureia e quatérnio-15 —, a metilisotiazolinona e o triclosan. É importante destacar que, em especial quando aplicados sobre a pele lesada ou danificada, as mesmas propriedades desinfetantes dos conservantes podem causar reações alérgicas.
CORANTES 
Os corantes e pigmentos cosméticos são produtos que tem por objetivo conferir cor ao meio em que forem adicionados, porém não são necessariamente a mesma coisa.
A principal diferença entre estes compostos está relacionada a capacidade de solubilidade.
Basicamente, o corante é uma molécula pequena, solúvel quando aplicada em uma tinta somente promove o tingimento, sem proporcionar cobertura, mantendo assim, a transparência do produto mesmo após a tintura.
Já os pigmentos são compostos comparativamente grandes insolúveis e promovem cobertura, opacidade, tingimento e cor. Logo o pigmento dá cor e tira a transparência.
Outro diferencial entre os dois é o poder tintorial, a resistência à luz e às intempéries. O corante possui um poder tintorial muito superior ao do pigmento, sendo necessária uma quantidade muito maior de pigmento para se obter a cor proporcionada por um corante. Já quanto à resistência à luz, os pigmentos superam os corantes. Os corantes e pigmentos podem ser tanto de origem natural quanto sintética.
Em linhas gerais, os corantes e pigmentos naturais são aqueles obtidos a partir de vegetais (folhas, flores e frutos), animais (insetos) e microrganismos (fungos e bactérias).
Os corantes e pigmentos naturais são atóxicos, ou seja, não fazem mal a ser humano, porém são instáveis ao pHI, são mais sensíveis a luz, ao calor, ao oxigênio e a ação de bactérias, mas agentes redutores e oxidantes vêm contribuindo muito para melhorar suas estabilidades.
Já corantes e pigmentos sintéticos são aqueles obtidos por processo de síntese, em laboratório, com composição química definida podendo ser semelhante as dos corantes naturais.
Os corantes e pigmentos sintéticos são mais estáveis, têm durabilidade major, propiciam cores mais intensas, podem ser utilizados em quantidades menores e são mais baratos que os naturais.
Os pigmentos também podem ser divididos em orgânicos, inorgânico e de efeito. Os pigmentos orgânicos são substâncias que apresentam em sua estrutura química grupamentos chamados cromóforos, responsáveis por lhes conferir cor e podem ser obtidos através de derivados do petróleo ou origem animal por um processo de síntese.
Além de não serem poluentes, eles permitem a obtenção de todas as nuances de cores e todos os níveis de resistência, possuindo mais brilho e transparência que os pigmentos inorgânicos. Os pigmentos inorgânicos também chamados de pigmentos minerais, são extraídos das terras da natureza e se dividem em sintéticos e naturais.
Os inorgânicos naturais são geralmente óxidos e possuem menor cobertura, maior dificuldade de dispersão e menor poder tintorial. Já os inorgânicos sintéticos, por serem produzidos em um processo industrial controlado, têm algumas propriedades melhoradas, proporcionando maior cobertura, uniformidade na cor, poder tintorial superior e melhor dispersão, o que resulta em estabilidade na aplicação.
Os pigmentos inorgânicos coloridos são geralmente óxidos e sais metálicos como cobalto, alumínio, óxidos de ferro, bem como sulfetos, carbonatos, o cromatos, sulfatos, fosfatos, micas e silicatos de metais. Dentre eles, os óxidos de ferro são os pigmentos inorgânicos coloridos mais utilizados devido a ampla variedade de tons e a ótima resistência a luz. Já o dióxido de titânio é o pigmento inorgânico branco mais usado em vários setores da indústria.
FRAGRÂNCIA
As quase onipresentes fragrâncias são usadas em cosméticos, não apenas para conferir o odor desejado a um produto ou mascarar eventuais odores desagradáveis de certos ingredientes, mas também para enriquecer a experiência do consumidor ao usar esse produto. Além de agregar valor, as fragrâncias comunicam ideias, sinalizando limpeza, frescor, vigor ou suavidade, sendo um fator preponderante na preferência do consumidor por determinado cosmético. Usadas há milênios, as fragrâncias podem proporcionar bem-estar e evocar lembranças e emoções com impacto positivo sobre o estado de espírito, aliviando o estresse e mesmo despertando a sedução e a atratividade.
A importância da fragrância como determinante na escolha de um produto está diretamente relacionada às conexões que o aparelho olfatório estabelece com o sistema límbico do cérebro, onde armazenamos e processamos nossas memórias e emoções. Isso faz com que determinada fragrância se torne fortemente associada à identidade e à aceitação de um produto. Exemplo disso é o frequente hábito de cheirar um produto antes de tomar a decisão de compra. Assim, é fácil entender por que a fragrância é um ponto tão crucial no desenvolvimento de um novo produto cosmético, pois, além de ser preciso que a fragrância tenha compatibilidade com os outros componentes da formulação, há necessidade de harmonização entre ela e os atributos do produto e com a imagem que se quer transmitir ao consumidor.
Fragrâncias são definidas como óleos ou compostos, naturais ou sintéticos, usados para agregar ou mascarar odores em ampla gama de produtos, desde cosméticos e produtos de higiene pessoal até produtos de limpeza doméstica e aromatização de ambientes.
De forma análoga à produção de bons vinhos, fazer um perfume envolve a coleta de ingredientes, a extração de óleos, a mistura dos ingredientes, o envelhecimento do produto e seu controle de qualidade. É interessante notar que muitos dos métodos antigos são usados ainda hoje. Evidentemente, as técnicas e misturas têm sido ajustadas e aperfeiçoadas, mas alguns procedimentos são muito semelhantes àqueles iniciais, como a expressão.
O grande avanço da ciência de perfumes e fragrâncias, que partiu de métodos rudimentares de obtenção de ingredientes vegetais e animais até chegar à sofisticada tecnologia atual, tem possibilitado a síntese de materiais novos e exclusivos, além da aplicação de métodos sensíveis para controlar a composição e aqualidade das fragrâncias, como o extrato fluido supercrítico.
EMULSIONANTE
Emulsificante é aquela substância que - ao ser adicionada a uma formulação contendo água e óleo, por exemplo - é capaz de misturar ambas as fases de líquidos que não se misturam, formando uma emulsão.
A maior parte dos produtos usados como condicionadores, máscaras e cremes para pentear são emulsões, ou seja, misturas homogêneas de substância oleosas e aquosas.
O uso de emulsificantes também costuma fazer com que as misturas fiquem mais aeradas, trazendo um sensorial mais cremoso e menos oleoso durante a aplicação.
Os emulsificantes nada mais são do que surfactantes, substâncias cujas extremidades têm afinidades opostas.
Quando essas substâncias são adicionadas a formulações com água e óleo - em um produto para a pele, por exemplo, usando um emulsificante para creme hidratante - podemos transformar a mistura bifásica de água e óleo em uma loção cremosa composta de ingredientes que não se misturariam sem a ajuda do emulsificante cosmético.
Quimicamente o que ocorre é que os emulsificantes auxiliam a formação de uma emulsão. Como as "cabeças" dos nossos soldadinhos gostam de água (e não gostam de óleo) e o corpinho deles gosta de óleo (mas não gosta de água), os emulsificantes se organizam em torno de pequenas porções de óleo, tornando-o dispersível na água, acabando com as duas fases e deixando o produto homogêneo.
Muitos ingredientes podem ter mais de uma função nas fórmulas cosméticas, e às vezes até acúmulos de funções.
Um tensoativo aniônico (ingrediente usado como "detergente" em shampoos e sabonetes líquidos) pode ser usado como agente de limpeza na fórmula de shampoos ou emulsificantes para creme hidratante.
Dependendo da concentração e da formulação em si, o mesmo ingrediente pode ser usado para funções diferentes.
Nos condicionadores - por exemplo - alguns surfactantes catiônicos funcionam como emulsificantes (mantendo o creme formado por óleos vegetais e água em uma fase só).
Ao mesmo tempo que mantém a fórmula em uma fase só, estes surfactantes catiônicos são responsáveis também pelo desembaraçamento e condicionamento dos fios - exercendo mais de uma função na mesma fórmula.
FORMAS COSMÉTICAS
GÉIS
A forma cosmética gel é composta de dispersões coloidais constituídas por um sistema semissólido que tem aspecto gelatinoso, formado por uma dispersão de partículas pequenas, coloidais, que estão em um diluente líquido. 
Geralmente, as substâncias formadoras de géis são polímeros que, quando dispersos em um meio aquoso, assumem conformação doadora de viscosidade à preparação.
Existem diversas matérias-primas que podem formar géis, como polioses (alquil celulose, alginatos, pectinas, amidos), polímeros carboxivinílicos e acrilatos, argilas (bentonita, Veegun) e polietilenoglicóis. Os polímeros carboxivinílicos são amplamente utilizados na área cosmética. Nesses polímeros, os grupos acídicos, ao serem neutralizados por bases alcalinas (hidróxido de sódio, trietanolamina), formam a rede polimérica e são estáveis entre pH 6,5 e 7,5.
Existem atualmente no mercado polímeros aniônicos pré-neutralizados que são extensamente versáteis na aplicação de produtos cosméticos. O copolímero do ácido sulfônico acriloil-dimetil-taurato e do ácido vinil-pirrolidona neutralizado é um polímero formador de gel aniônico, estável em pH de 4,0 a 9,0, forma géis transparentes com sensorial agradável, tem ampla aplicação na indústria cosmética e é uma escolha versátil para ser aplicado em formulações cosméticas.
Em relação aos polímeros naturais, a goma sclerotium é um polissacarídeo natural, biodegradável, obtido por biotecnologia com base nas culturas de Sclerotium rolfsii que apresenta propriedades gelificantes, espessantes, emulsionantes, suspensoras e formadoras de filme. Possui vantagens importantes, como a capacidade de formar géis aquosos estáveis em condições extremas: é estável em uma faixa de pH bastante ampla, na presença de sais e eletrólitos, álcool e solventes orgânicos.
O amido de milho modificado (hydroxypropyl starch phosphate) é um polímero natural modificado, pré-gelatinizado que promove a formação de gel a frio, com sensorial leve, reduz o brilho e confere boa espalhabilidade em formulações para pele e cabelos.
A hidroxi-etil-celulose também é amplamente utilizada, e quando está na concentração adequada e mediante aquecimento, formam-se géis de consistência média e característica não iônica. O gel de hidroxi-etil-celulose é compatível com a maior parte dos ativos utilizados em dermocosméticos, como o ácido glicólico, que, devido ao seu pH ácido, é compatível com a hidroxi-etil-celulose e incompatível com polímeros carboxivinílicos.
Os géis têm sido muito utilizados em produtos cosméticos e como base dermatológica, pois possuem boa espalhabilidade, não são gordurosos e podem veicular princípios ativos hidrossolúveis e lipossomas. Destaca-se sua aplicação em formulações direcionadas à pele oleosa. Em produtos para os cabelos, eles são utilizados como géis modeladores. Também são muito comuns como géis de banho e géis para barbear e pós-barba. Além disso, alguns cremes dentais são apresentados na forma de gel.
SABONETES
Os sabonetes são produtos comuns em nosso dia a dia, utilizados para a higiene pessoal e limpeza das mãos e do corpo. No entanto, poucas pessoas conhecem a fascinante química envolvida na produção desses produtos aparentemente simples.
Embora possam parecer elementos básicos e rotineiros, os sabonetes resultam de cuidadosos processos químicos e seleção de componentes para proporcionar uma limpeza eficiente e, ao mesmo tempo, garantir a saúde e bem-estar da nossa pele. Desde sabonetes tradicionais em barra até as modernas formulações líquidas e em gel, a variedade de produtos disponíveis no mercado reflete a diversidade de ingredientes e técnicas empregadas na fabricação.
A base da produção de sabonetes é o processo químico conhecido como saponificação. Esse processo envolve a reação de gorduras e óleos vegetais ou animais com uma solução alcalina, como a soda cáustica. A saponificação transforma as moléculas de triglicerídeos presentes nos óleos em glicerina e em sais de ácidos graxos, que são os componentes do sabão.
Os fabricantes produzem em duas formas principais: sabão em barra e sabonete líquido. A diferença entre eles está principalmente na sua aparência física e textura, mas a base química é a mesma. Ambos passam pelo processo de saponificação, porém as diferentes técnicas de moldagem e formulações resultam na forma final do sabonete
Além dos ingredientes básicos utilizados na saponificação, os sabonetes podem conter diversos ingredientes adicionais para proporcionar diferentes características e benefícios. Fragrâncias, óleos essenciais, extratos naturais, corantes e componentes hidratantes são alguns dos aditivos comuns utilizados para enriquecer os produtos e torná-los mais atraentes para os consumidores.
Os fabricantes formulam os sabonetes antibacterianos com aditivos como o triclosan e o triclocarban, que possuem propriedades antimicrobianas. Por isso, esses ingredientes têm sido objeto de debates e estudos em relação à sua segurança e eficácia, levando algumas agências regulatórias a restringir o uso desses componentes em produtos de higiene pessoal.
A química dos sabonetes proporciona benefícios significativos para a nossa pele. Além de remover impurezas e sujeiras, eles podem ser formulados com ingredientes hidratantes, como a glicerina, que ajudam a manter a pele macia e protegida contra o ressecamento.
A diversidade da química dos sabonetes permite a produção de produtos especiais para diferentes tipos de pele e necessidades. Sendo assim, os produtos para pele sensível, oleosa, seca, acneica e até mesmo para tratamentos específicos podem ser formulados com ingredientes direcionados para atender às características individuais de cada pessoa.
CREMES E LOÇÕES
Os cremes são amplamente utilizados em formulações cosméticas e considerados em apelo atrativo interessante para a área cosmética. Poroutro lado, em algumas aplicações são usadas loções cremosas porque os cremes são considerados "pesados", já as loções geralmente possuem menor quantidade de ceras e óleos, o que torna a formulação mais leve, menos gordurosa. Eles são utilizados em produtos como formulações para uso facial e corporal, e condicionadores de cabelos. Devido as matérias-primas utilizadas nas emulsões e as concentrações de usos, esses produtos podem apresentar várias funções como limpeza, massagem, hidratação, nutrição, entre outros.
Entretanto, apesar das grandes vantagens e aplicações das emulsões, o processo de desenvolvimento destas merece grande atenção e cuidado, principalmente quanto a avaliação de sua estabilidade, por se tratar de sistemas termodinamicamente instáveis.
TÔNICO
Os tônicos faciais podem ser adstringentes ou hidratantes. Ambos são utilizados para limpar a pele, a diferença entre eles é o tipo de ação de tratamento que o produto oferece além da limpeza. Veja abaixo as diferentes características dos tipos de tônicos faciais:
· Hidratante: oferece uma limpeza um pouco mais suave com efeito hidratante. Pode ser utilizado em diversos tipos de pele, mas é mais indicado para peles secas ou normais.
· Adstringente: é um tônico com poder de fechar os poros. Ele limpa profundamente, controla a oleosidade e previne cravos e espinhas. Ideal para peles oleosas ou mistas.
· 
A ação do tônico se deve aos ativos adicionados à sua composição. Assim, os tônicos adstringentes podem conter ácido salicílico ou óleo de melaleuca, por exemplo.
Os tipos de tônico disponíveis no mercado também podem ser divididos conforme o tipo de pele. O que os diferencia são os ativos adicionados em suas fórmulas, que irão oferecer tratamentos diferentes segundo cada necessidade. Entenda melhor abaixo:
· Pele oleosa: os tônicos ideais para esse tipo de pele são os adstringentes, pois possuem substâncias que controlam a oleosidade, como a Niacinamida.
· Pele acneica: tônicos que contenham ácido salicílico, ácido glicólico, ácido lactobiônico, ativos bactericidas e anti-inflamatórios são boas opções para ajudar a tratar esse tipo de pele.
· Pele sensível: os tônicos ideais para esse tipo de pele são os que contenham ativos hidratantes, anti-inflamatórios e calmantes na composição, como calêndula e camomila. Produtos sem álcool são os mais indicados.
· Pele seca ou madura: esse tipo de pele é beneficiado com ativos hidratantes, antioxidantes e firmadores. Tônicos com vitamina C são altamente recomendados.
XAMPUS 
São preparações contendo surfactantes, que em concentrações e veículos apropriados tem como finalidade remover sujidades do cabelo e couro cabeludo, sem afetá-los adversamente. ou a saúde do usuário. De maneira rápida, eficiente e segura. Tem função de limpar as sujidades são: sebo, restos de cosméticos, microorganismos, poeira, poluição, suor, resto de células.
Inicialmente, deve-se entrar com ação umectante, fazendo com que a água e a molécula de tensoativo se coloquem por sob a sujidade. Ao fazer isso, o tensoativo mais a água vão rodear a sujidade, diminuindo, dessa forma, a adesão da sujeira com o cabelo e o couro cabeludo. Depois, deve-se ter ação emulsionante e dispersante. A sujidade é envolvida por uma película de tensoativo e disperso na solução, na qual existe grupo polar, com carga negativa e que faz repulsão com dispersão suficiente. Um xampu deve ter ação solubilizante. Nesta ação, as partículas dispersas são solubilizadas no seio da solução e posteriormente encharcadas com água de enxágüe. Ação espumante. A espuma pode auxiliar na limpeza, pois na parede da bolha há tensoativo e também há a formação de camada de ar. Agitação mecânica aumenta a superfície de contato e diminui a energia necessária no processo. O calor auxilia na limpeza porque melhora a solubilidade do detergente. O xampu remove a maior parte das sujidades, mas não tudo. É recomendado lavar os cabelos com água morna e enxaguar com água fria (isso faz ativar a circulação). A água bem quente remove bem as sujidades.
Parâmetros que devem ser avaliados: 
A irritabilidade aos olhos, mucosas e pele e toxicidade.
Os anfóteros e os não- iônicos são os tensoativos menos irritantes. Depois, os aniônicos; e os mais irritantes são os catiônicos. Somente os catiônicos são potencialmente tóxicos, mas na concentração em que se trabalha, nos cosméticos, não causam irritação e nem toxicidade.
a) Xampu para cabelos normais: Usa-se 30% de detergente e mais ou menos 3% de alcanolamida.
b) Xampu para cabelos secos: Usa-se 25% de detergente e mais ou menos 5% de alcanolamida.
c) Xampu para cabelos oleosos: Usa-se 35% de detergente e mais ou menos 2,5% de alcanolamida.
d) Xampus especiais: Além de limpar possuem algo diferente. Exemplo: xampu anticaspa possui detergente suave. 
Xampu para cabelos tingidos, o tensoativo deve ser mais suave. 
Para xampu infantil, detergente suave como anfóteros, alquil glicosídeos, alquil sulfo succinato, não é usado cloreto de sódio como espessante, o corante deve ser alimentício e o pH deve ser o da lágrima, espuma grossa e compacta, de bolha pequena porque retem mais no couro cabeludo e não cai nos olhos.
Xampu 2x1/condicionadores/condicionantes: limpa e condiciona. A substância usada para limpar é aniônica e a substância condicionante é catiônica.
Catiônicos compatíveis com o aniônicos clássicos: poliquaternios, alquil poliglicol-poliamina, cloreto de alquil amidopropil, PG dimonio (não é tão usado).
Aniônico compatível com catiônico clássico: lauril sarcosinato de sódio (detergente suave, grande produtor de espuma, estabiliza-a, problema de conseguir viscosidade) e anfoteros.
CONDICIONADORES
De maneira genérica, um condicionador capilar é uma emulsão constituída por duas fases, uma fase aquosa e uma fase oleosa, que são aquecidas e emulsionadas para a formação do condicionador.
O tensoativo catiônico é o agente principal desse tipo de formulação, pois é adsorvido pela superfície dos fios, garantindo a repulsão eletrostática entre eles, o que origina a sensação de maciez do cabelo.
Os tensoativos mais utilizados em condicionadores capilares são os sais de quaternário de amônio, como o cloreto de cetrimônio, o cloreto de berrentrimônio, o metossulfato de berrentrimônio, a estearamidopropil dimetilamina e, mais recentemente, o éster quat.
Esses tensoativos conferem estabilidade à emulsão, pois agem como emulsionantes, e proporcionam condicionamento aos fios.
Entre as matérias-primas de condicionamento também estão os poliquatérnios e a goma guar quaternizada.
Os polímeros naturais catiônicos conferem desembaraço e condicionamento aos fios, pois sua estrutura catiônica faz com que sejam rapidamente adsorvidos pela fibra, reduzindo a porosidade ou formando um filme de proteção e impermeabilização, o que aumenta a resistência e a elasticidade, conferindo grande maciez e excelente condicionamento aos fios.
As características físico-químicas desejadas de um produto cosmético para a categoria condicionador devem atender aos seguintes parâmetros:
- pH de 3,5 a 4,5;
- Viscosidade: depende muito do tipo de frasco no qual o condicionador será comercializado, pois o produto deve ser de fácil manuseio;
- Aspecto: emulsão cremosa.
ATIVIDADES 
PLANEJAMENTO DE PROTOCOLOS DE TRATAMENTO PARA PELES SECA E OLEOSA 
Objetivo: elencar protocolos de tratamento para cada tipo de pele. 
Neles devem constar a indicação da pele, a finalidade, os cuidados específicos para cada uma delas, quais os produtos necessários para estabelecer regulação da pele e mantê-la a mais saudável possível, estruturando uma sequência de procedimentos, assim como a frequência de aplicação, finalizando com um checklist para oferecer ao cliente, orientando-o sobre como fazer a manutenção do tratamento.
Método: dividir a turma em duplas, onde cada dupla deve planejar e pesquisar esses protocolos. Em seguida apresentar em sala de aula explicando e demonstrando cada protocolo. Onde os componentes da dupla se revezam, um primeiramente fazendo o papel de cliente para pele seca, e na sequência,

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