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Saúde da Pes��� co� Defic�ên�i� A deficiência é compreendida como resultado da interação entre impedimentos, que são condições presentes nas funções e estruturas do corpo, e barreiras que podem ser urbanísticas, arquitetônicas, barreiras nos transportes, comunicações e na informação, atitudinais e tecnológicas. Assim, a deficiência é compreendida pela experiência de obstrução de gozo pleno e efetivo na sociedade em igualdade de condições. Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimento de médio ou longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o que, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. Autonomia para os deficientes Ele significa que as pessoas com deficiência fazem suas próprias escolhas e tomam decisões (independência), usam suas funcionalidades físicas com mínima ou nenhuma ajuda de outras pessoas e/ou tecnologias (autonomia) e assumem as consequências de suas decisões e ações ao longo de sua vida (responsabilidade). Cidadãos com deficiência As pessoas com deficiência têm o direito à atenção integral à saúde e podem procurar os serviços de saúde do SUS, quando necessitarem de orientações ou cuidados em saúde, incluindo serviços básicos de saúde como imunização, assistência médica ou odontológica, ou ainda serviços de atenção especializada como reabilitação e atenção hospitalar. Política Nacional de saúde da pessoa com deficiência Instituída em 5 de junho de 2002, a política está voltada para a inclusão das pessoas com deficiência em toda a rede de serviços do SUS e caracteriza-se por reconhecer a necessidade de implementar o processo de respostas às complexas questões que envolvem a atenção à saúde das pessoas com deficiência no Brasil. Diretrizes: ● Promoção da qualidade de vida das pessoas com deficiência; ● Assistência integral à saúde da pessoa com deficiência; ● Prevenção de deficiências; ● Ampliação e fortalecimento dos mecanismos de informação; ● Organização e funcionamento dos serviços de atenção à pessoa com deficiência; ● Capacitação de recursos humanos. Responsabilidade do Ministério da Saúde É de coordenar o processo de formulação, implementação, acompanhamento, monitoramento e avaliação da política de saúde da pessoa com deficiência, observados os princípios e diretrizes do SUS, por meio de cooperação/assessoria técnica à Estados, Municípios e ao Distrito Federal para o desenvolvimento de ações e da rede de cuidados à pessoa com deficiência. É de fundamental importância à articulação intra e intersetorial, incluindo os movimentos sociais, organizações não governamentais e instituições afins e a transversalização para o desenvolvimento das ações da política de saúde para à pessoa com deficiência, que inclui o fomento e a promoção de mecanismos para a formação, a capacitação de recursos humanos, assim como pesquisas relacionadas à atenção da pessoa com deficiência. Rede de cuidados à pessoa com deficiência Instituída em 2017, parte da necessidade de ampliar, qualificar e diversificar as estratégias para a atenção à pessoa com deficiência física, auditiva, intelectual, visual, estomia e múltiplas deficiências, por meio de uma rede de serviços integrada, articulada e efetiva nos diferentes pontos de atenção para atender as pessoas com deficiência, assim como iniciar precocemente as ações de reabilitação e de prevenção precoce de incapacidades. O funcionamento da rede de cuidados à pessoa com deficiência se fundamenta na seguintes diretrizes: I. Respeito aos direitos humanos, garantindo a autonomia e a liberdade as pessoas; II. Promoção da equidade, reconhecendo os determinantes sociais da saúde; III. Enfrentamento aos estigmas e preconceitos, promovendo o respeito pela diferença e pela aceitação das pessoas com deficiência; IV. Garantia do acesso e da qualidade dos serviços, ofertando cuidado integral e assistência multiprofissional, sob a lógica interdisciplinar; V. Atenção humanizada e centrada nas necessidades das pessoas; VI. Diversificação das estratégias de cuidado; VII. Desenvolvimento de atividades no território, que favorecem a inclusão social com visitas a promoção de autonomia e ao exercício de cidadania; VIII. Ênfase em serviços de base territorial e comunitária, com participação e controle social dos usuários e de seus familiares; IX. Organização dos serviços em rede de atenção à saúde regionalizada com estabelecimento de ações intersetoriais para garantir a integralidade do cuidado; X. Promoção de estratégias de educação permanente; XI. Desenvolvimento da lógica do cuidado para pessoas com deficiência física, auditiva, intelectual, visual, ostomia e múltiplas deficiências, tendo como eixo central a construção do projeto terapêutico singular; XII. Desenvolvimento de pesquisa clínica e inovação tecnológica em reabilitação, articuladas as ações do Centro Objetivos gerais e específicos: A rede tem como objetivos gerais a ampliação do acesso com o acolhimento e a classificação de risco e a qualificação do atendimento às pessoas com deficiência auditiva, física, intelectual, ostomias e múltiplas deficiências, temporária e permanente, progressiva, regressiva, ou estável; intermitente e contínua com foco na organização de rede e na atenção integral à saúde Objetivos específicos: I. Promover cuidados em saúde essencialmente dos processos de reabilitação auditiva, física, intelectual, visual, ostomia e múltiplas deficiências; II. Desenvolver ações de prevenção e identificação precoce de deficiências na fase pré, peri e pós natal, infância, adolescência e vida adulta; III. Ampliar a oferta e os ítens de órtese, prótese e meios auxiliares de locomoção (OPM); IV. Promover a reabilitação e a reinserção das pessoas com deficiência, por meio do acesso ao trabalho, renda e moradia solidária, através da articulação com os órgãos de assistência social; V. Promover mecanismos de formação permanente aos profissionais de saúde; VI. Desenvolver ações intersetoriais de promoção e prevenção à saúde em parceria com organizações governamentais e da sociedade civil; VII. Produzir e ofertar informações sobre direitos das pessoas, medidas de prevenção e cuidado e aos serviços disponíveis na rede, por meio de cadernos, cartilhas e manuais; VIII. Organizar as demandas e os fluxos assistenciais da rede de cuidados à pessoa com deficiência; IX. Construir indicadores capazes de monitorar e avaliar a qualidade dos serviços; Reabilitação de pessoas com deficiência Compreende um conjunto de medidas, ações e serviços orientados a desenvolver ou ampliar a capacidade funcional e desempenho dos indivíduos, tendo como objetivo desenvolver potencialidades, talentos e habilidades e aptidões para físicas, cognitivas, sensoriais, psicossociais e, atitudinais, profissionais e artísticas que contribuam para a conquista da autonomia e participação social em igualdade de condições e oportunidades com as demais pessoas. A habilitação/reabilitação prevê uma abordagem interdisciplinar e o envolvimento direto de profissionais, cuidadores e familiares nos processos de cuidado. As ações e serviços de reabilitação podem ser ofertadas em qualquer ponto de atenção da rede pública de saúde. No entanto, são nos serviços especializados em reabilitação, como centros especializados em reabilitação (CER), onde se concentra a oferta dessas ações. Estes serviços são em geral, de abrangência regional e qualificados para atender as pessoas com deficiência. Profissionais qualificados: ● Assistentes sociais; ● Enfermeiros ● Fisioterapeutas; ● Fonoaudiólogos; ● Médicos; ● Psicólogos; ● Terapeutas Ocupacionais, entre outros; Centro Especializado em reabilitação O CER é um ponto de atenção ambulatorial especializado em reabilitação que realiza diagnóstico, tratamento, concessão, adaptação e manutenção de tecnologia assistiva, constituindo-se em referência para a rede de atenção à saúde da pessoa com deficiência no território. É organizado a partir da combinaçãode no mínimo duas modalidades de reabilitação (auditiva, física, intelectual, visual). Atualmente, os CERs estão presentes em todos os estados da Federação. O CER pode ser organizado das seguintes formas: CER II - composto por dois serviços de reabilitação habilitados; CER III - composto por três serviços de reabilitação habilitados; CER IV - composto por quatro ou mais serviços de reabilitação habilitados; Veículos adaptados para pessoas com deficiência Com objetivo de garantir o acesso da pessoa com deficiência aos pontos de atenção da Rede de Atenção à Saúde, o CER conta com transporte sanitário, por meio de veículo adaptado acessível, destinado às pessoas com deficiência que não apresentem condições de mobilidade e acessibilidade autônoma aos meios de transporte convencionais ou que manifestem grandes restrições ao acesso e uso de equipamentos urbanos. Serviços habilitados em única modalidade de reabilitação Os serviços de saúde habilitados em única modalidade de reabilitação são unidades ambulatoriais especializadas em apenas reabilitação auditiva, física, intelectual, visual, ostomia e múltiplas deficiências que já existiam na data da publicação da Portaria de Consolidação n°3/GM/MS de 28 de setembro de 2017, Anexo VI Oficinas ortopédicas As Oficinas Ortopédicas são serviços ou estabelecimentos de saúde destinados à promoção do acesso às órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção, por meio da dispensação, confecção, adaptação, manutenção, ajustes e pequenos consertos. A Oficina Ortopédica Fixa está habilitada a trabalhar com termoplásticos de alta e baixa temperatura, laminação, com metais e sapataria. É capaz de confeccionar todos os tipos de órteses e próteses (de membros superiores e inferiores, estáticas/rígidas, articuladas e dinâmicas), coletes, palmilhas e calçados adaptados (ortopédicos e para pés neuropáticos) e adaptações para atividades laborais e/ou de vida diária; além de realizar adequações posturais em cadeiras de rodas, ajustes e manutenção nas OPM e adaptações. Centros de especialidades odontológicas (CEOS) No âmbito da saúde bucal, a Rede de Cuidados à Saúde da Pessoa com Deficiência se propõe a garantir o atendimento odontológico qualificado e resolutivo a todas as pessoas com deficiência. Todo atendimento a esse público deve ser iniciado na atenção básica, que referenciam para o nível secundário (CEO) ou terciário (atendimento hospitalar) apenas os casos que apresentarem necessidades específicas que demandam uma maior complexidade no atendimento. Triagem auditiva neonatal - TAN Entre as ações prioritárias para o MS está a ampliação e qualificação da Triagem Auditiva Neonatal (TAN) no país. Nesse sentido, o MS tem buscado investir em estratégias que promovam a ampliação e qualificação da oferta de ações e serviços para a identificação precoce de deficiências e a habilitação e reabilitação, proporcionando assim maior qualidade de vida e inclusão social às pessoas com deficiência. Pensando nisso, o MS vem realizando ações para financiar a aquisição de equipamentos para maternidades no país para a realização de exames da TAN com o objetivo de aprimorar e implantar as Redes de Atenção à Saúde nas regiões de saúde. Quem são as pessoas ostomizadas? ● Pessoas com ostomia ou estomia, são aquelas que em decorrência de um procedimento cirúrgico, o qual consiste na exteriorização do sistema (digestório, respiratório e urinário), possui uma abertura artificial entre os órgãos internos com o meio externo. ● A Portaria nº 400, de 16 de novembro de 2009, estabelece Diretrizes Nacionais para a Atenção à Saúde das Pessoas Ostomizadas no âmbito do SUS, a serem observadas em todas as unidades federadas, respeitadas as competências das três esferas de gestão. Pessoas com ostomias Os serviços de Atenção à Saúde das Pessoas Ostomizadas dispõem de equipe multiprofissional, equipamentos e instalações físicas adequadas para prestar assistência especializada de natureza interdisciplinar às pessoas com estoma, objetivando sua reabilitação, com ênfase na orientação para o autocuidado, prevenção de complicações nas estomias e fornecimento de equipamentos coletores e adjuvantes de proteção e segurança. ● Os Serviços de Atenção à Saúde das Pessoas Ostomizadas têm como ações: orientação para o autocuidado; ● Prevenção e tratamento de complicações nas estomias; ● Fornecimento de equipamentos coletores e adjuvantes de proteção e segurança; ● Capacitação de profissionais. O que é estimulação precoce? A estimulação precoce pode ser definida como um programa de acompanhamento e intervenção clínico-terapêutica multiprofissional com bebês de alto risco e com crianças pequenas acometidas por patologias orgânicas, buscando o melhor desenvolvimento possível, por meio da mitigação de sequelas do desenvolvimento neuropsicomotor, bem como de efeitos na aquisição da linguagem, na socialização e na estruturação subjetiva, podendo contribuir, inclusive, na estruturação do vínculo mãe/bebê e na compreensão e no acolhimento familiar dessas crianças. Para que a criança chegue a uma determinada fase do desenvolvimento, ela precisa ser estimulada. Cada criança desenvolve habilidades no seu próprio ritmo e apresenta suas necessidades individuais. Estimular é ensinar, motivar, aproveitar objetos e situações e transformá-los em conhecimento e aprendizagem. A avaliação de profissionais como fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e psicólogos são fundamentais nesta etapa, pois eles irão analisar as dificuldades específicas de cada criança para criar um programa de apoio e orientar as famílias. Portanto, estimulação precoce trata de um conjunto de técnicas com objetivo de promover às crianças o máximo de estímulos favorecendo seu melhor potencial de desenvolvimento. ÓRTESES, PRÓTESES E MEIOS AUXILIARES DE LOCOMOÇÃO (OPM) As OPM são Dispositivos de Tecnologia Assistiva adjuvantes de grande importância no processo de reabilitação, cujo acesso pelas pessoas com deficiência está entre as prioridades do MS. As OPM têm como objetivo ampliar a funcionalidade, participação e a independência, proporcionando assim maior autonomia, qualidade de vida e inclusão social da pessoa com deficiência, contribuindo fundamentalmente na superação de barreiras. ÓRTESES: são dispositivos aplicados externamente para modificar as características estruturais e funcionais do corpo ou membro afetado, podendo desempenhar funções de imobilização, mobilização, correção, alívio e estabilização. PRÓTESES: são dispositivos aplicados externamente para substituir total ou parcialmente um membro, órgão ou tecido ausente ou com alteração da estrutura. MEIOS AUXILIARES DE LOCOMOÇÃO: são dispositivos que auxiliam a função motora, o qual não corrige ou substitui função ou segmento do corpo. ● O SUS oferece OPM nas diversas modalidades de reabilitação, como por exemplo: lupas, lentes e óculos especiais, bengalas articuladas, aparelhos auditivos, Sistema de Frequência Modulada (sistema FM), diversos modelos de cadeiras de rodas, muletas, palmilhas, coletes, próteses de membros inferiores e superiores, além de sistemas coletores de fezes e urina para ostomizados. ● Contudo, a prescrição e concessão das OPM devem ser feitas de forma individualizada e qualificada, por equipe multiprofissional, sendo confeccionadas e adaptadas com vistas à atenção das necessidades e características específicas de cada pessoa. Financiamento da rede de cuidados à saúde da pessoa com deficiência (REDE PCD) A Rede de Cuidados à Saúde das Pessoas com Deficiência conta com mecanismos de financiamento para custeio e estruturação de Serviços de Reabilitação. Programa nacional de apoio à atenção da saúde da pessoa com deficiência (PRONAS/PCD) ● Os principais objetivos do PRONAS/PCD é captar e canalizar recursos destinados a estimular e desenvolver ações de promoção à saúde, reabilitação/habilitação da pessoa com deficiência, fortalecer a Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência no âmbito do SUS e ampliar e qualificar o acesso ao atendimentointegral às pessoas com deficiência no campo da reabilitação. ● As ações e serviços de atenção à saúde da pessoa com deficiência devem ser desenvolvidos por pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, credenciadas ao Programa, que se destinam a reabilitação de pessoas com deficiências físicas, auditivas, visuais, intelectuais, múltiplas, pessoas com estomia e com transtorno do espectro do autismo (TEA), desde que o projeto seja aprovado pelo MS. PROJETOS PRONAS/PCD Destacamos que a Coordenação-Geral de Saúde da Pessoa com Deficiência (CGSPD/DAET/SAES) é responsável pela análise, acompanhamento e avaliação dos projetos apresentados no campo de atuação prestação de serviços médico-assistenciais do PRONAS/PCD. ➔ Qualificação de serviços de saúde, por meio da adequação da ambiência de estabelecimentos; Reabilitação/habilitação da pessoa com deficiência; ➔ Diagnóstico diferencial da pessoa com deficiência; ➔ Identificação e estimulação precoce das deficiências; ➔ Adaptação, inserção e reinserção da pessoa com deficiência no trabalho; Apoio a saúde por meio de práticas esportivas; ➔ Apoio a saúde por meio de terapia assistida por animais (TAA); e ➔ Apoio à saúde por meio de produção artística e cultural. A Rede de Cuidados à Saúde da Pessoa com Deficiência no âmbito do SUS poderá ser qualificada e estruturada por meio de recursos financeiros via emenda parlamentar, que podem ser direcionados para os seguintes objetos: ➔ Equipamentos; ➔ Obras: construção, ampliação ou reforma; Veículos Adaptados para Transporte de Pessoa com Deficiência; ➔ Equipamentos para a realização da Triagem Auditiva Neonatal (TAN). ➔ Custeio temporário para manutenção das Ações e Serviços Públicos de Saúde da Atenção Especializada. LEI Nº 13.146 DE 06 DE JULHO DE 2015 INSTITUI A LEI BRASILEIRA DE INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA (ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA). O que é inclusão?P ● Inclusão é o ato de incluir e acrescentar, ou seja, adicionar coisas ou pessoas em grupos e núcleos que antes não faziam parte. ● Socialmente, a inclusão representa um ato de igualdade entre os diferentes indivíduos que habitam determinada sociedade. Assim, esta ação permite que todos tenham o direito de integrar e participar das várias dimensões de seu ambiente, sem sofrer qualquer tipo de discriminação e preconceito. HOSPITAL AACD: A AACD é uma organização sem fins lucrativos focada em garantir assistência médico-terapêutica de excelência em Ortopedia e Reabilitação. A Instituição atende pessoas de todas as idades, recebendo pacientes via Sistema Único de Saúde (SUS), planos de saúde e particular.