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PRESCRIÇÃO MÉDICA HOSPITALAR ............................................... 77 ATESTADO MÉDICO ATESTADO MÉDICO 1. INTRODUÇÃO Atestado ou certificado é um instru- mento que tem a finalidade de fir- mar a veracidade de certo fato ou a existência de determinado estado, ocorrência ou obrigação. O atestado ou certificado médico, por sua vez. é um relato escrito - físi- co ou eletrônico- de uma dedu- ção médica e seus complementos. É uma declaração pura e simples, por escrito, de um fato médico e suas consequências. Tem a finalida - de de sintetizar. de forma objetiva, o que resultou do exame feito em um paciente, sugerindo um estado de sanidade ou um estado de doença, anterior ou atual, para fins de licen- ça, dispensa ou justificativa de fal- tas ao serviço, entre outros. A utilidade e a segurança do atesta- do estão necessariamente vinculadas à certeza de sua veracidade. Sua natureza instituciona l e seu conteú- do de fé pública é pressuposto de verdade e exatidão do documento emitido. Legalmente todo e qualquer médico possui a chamada fé-pública. O ho- mem. por exigência prática e jurídica, diante da multiplicidade das relações sociais. elevou à categoria de impera- tivo de convivência a necessidade da crença na legitimidade e autentici- dade dos documentos. Daí a aceita- ção geral de que os documentos, até 7 prova em contrário, são autênticos. A isso. dá-se o nome de fé pública. Objetivamente, indica a autentici- dade documental; subjetivamente, aponta a confiança a priori que os cidadãos depositam na legitimida- de dos sinais, documentos, objetos. etc.. aos quais o Estado, por intermé- dio da leg islação pública ou privada. at ribui valor probatório". \ -&-.. ~ ~ ~ ~ ~ .CONCEITO! A fé pública representa uma presunção legal de autenticida- de dos atos praticados pelos médicos. Em âmbito médico. possui duas moda- lidades: a primeira - objetiva - repre- senta a própria veracidade dos docu- mentos emitidos por um profissional regularmente habilitado, no exercício regular de sua prática profissional e. como segunda modalidade - subjetiva - existe a confiança que a sociedade e o Estado depositam no conteúdo verí- dico de tais documentos. SE LIGA! Esta fé pública dos médicos vale para todo o território nacional e mais. independem do cargo. atribu ição ou função exercida. mas se limita ape- nas ao seu exercício profissional em Me- dicina. não se estendendo a nenhuma outra área. Caracteristicamente esta fé pública é presumida portanto. admite contestação e até prova em contrário. ATESTADO MÉDICO 2. CONSIDERAÇÕES SOBRE FORMA E CONTEÚDO O Conselho Federal de Medicina (CFM) emitiu a Resolução CFM N° 1.658, de 13/12/2002 que trata es- pecificamente do Atestado Médico nos seguintes termos: • Art. r O atestado méd ico é par- te integrante do ato médico, sendo seu fornecimento direito inaliená- vel do paciente. não podendo im- portar em qualquer majoração de honorários. SE LIGA! Além do valor da consulta , o médico não pode cobrar um valor adicional para emissão do atestado médico. Vale lembrar que a consulta é condição indispensável para expedição deste documento. tendo em vista o ne- cessário exame clínico do paciente. Por isso. o ato de expedir o atestado j á está incluído no valor da consulta. sendo este ato integrante do ato médico, consequ - ência da própria consulta. • Art. 2° Ao fornecer o atestado, de- verá o méd ico registrar em ficha própria e/ou prontuário médico os dados dos exames e tratamentos real izados. de maneira que possa atender às pesquisas de informa- ções dos médicos peritos das em- presas ou dos órgãos públ icos da Previdência Social e da Justiça. SE LIGA! O Atestado Médico é uma espécie de "Documento Bumerangue". uma vez que é direcionado a uma ter- ceira pessoa que se encontra fora da relação médico-paciente. Sendo assim. eventualmente. o médico que expede o atestado poderá ser requisitado a pres- tar esclarecimentos sobre a veracidade do documento emitido. seja pelo Con- selho Regiona l de Medicina. pelo em- pregador do paciente ou até mesmo por órgãos público da Previdência Social - INSS- e da Justiça 8 • Art. 3° Na elaboração do atestado médico. o médico assistente obser- vará os seguintes procedimentos: I - Especificar o tempo concedi - do de dispensa à atividade, ne- cessário para a recuperação do paciente; SE LIGA! Sugere-se escrever o período concedido para dispensa em numeral e por extenso. a fim de evitar qualquer tipo de adulteração. 11 - Estabelecer o d iagnóstico, quando expressamente autori- zado pelo paciente; 111- registrar os dados de maneira legível; IV - Ident ifica r-se como em issor. mediante assinatura e carimbo ou número de registro no Conse- lho Regional de Medicina. ATESTADO MÉDICO Parágrafo único. Quando o atesta- do for solicitado pelo paciente ou seu representante legal para fins de perícia médica deverá observar: I -o diagnóstico; 11 - os resultados dos exames complementares; 111 - a conduta terapêutica; IV - o prognóstico; V- as consequências à saúde do paciente; VI -o provável tempo de repouso estimado necessário para a sua recuperação, que complemen- tará o parecer fundamentado do médico perito. a quem cabe le- galmente a decisão do benefício previdenciário, tais como: apo- sentadoria, invalidez definitiva, readaptação; VIl - registrar os dados de manei- ra legível; V III -identificar-se como emissor, mediante assinatura e carimbo ou número de registro no Conse- lho Regional de Medicina. (Reda - ção dada pela Resolução CFM no 1851, de 18.08.2008). ' • Art. 4° E obrigatória, aos médicos, a exigência de prova de identida- de aos interessados na obtenção de atestados de qualquer natureza envolvendo assuntos de saúde ou doença. 9 § 1 o Em caso de menor ou interdito, a prova de identidade deverá ser exigida de seu responsável lega l. § 2° Os principais dados da pro- va de identidade deverão obriga- toriamente constar dos referidos atestados. a. especificar o tempo concedido de dispensa à atividade, necessário para a completa recu - peração do paciente; • Art. 5° Os méd icos somente po- dem fornecer atestados com o diagnóstico codificado ou não quando por justa causa. exercício de dever legal. solicitação do pró- prio paciente ou de seu represen- tante legal. Parágrafo único: No caso da soli- citação de colocação de diagnós- tico, codificado ou não, ser feita pelo próprio paciente ou seu re- presentante legal, esta concor- dância deverá estar expressa no atestado. • Art. 6° Somente aos médicos e aos odontólogos, estes no estrito âmbito de sua profissão, é facultada a prer- rogativa do fornecimento de ates- tado de afastamento do trabalho. § 1 o Os médicos somente devem aceitar atestados para avaliação de afastamento de atividades quando emitidos por médicos habil itados e inscritos no Conselho Regional de Medicina. ou de odontólogos. nos termos do caput do artigo. ATESTADO MÉDICO § 2° O médico poderá valer-se, se julgarnecessário, de opini- ões de outros profissionais afe- tos à questão para exarar o seu atestado. § 3° O atestado médico goza da presunção de veracidade, de- vendo ser acatado por quem de direito. salvo se houver divergên- cia de entendimento por médico da institu ição ou perito. § 4° Em caso de indício de falsi- dade no atestado. detectado por médico em função pericial, este se obriga a representar ao Con- selho Regional de Medicina de sua j urisdição. SE LIGA! Em muito atestados observa- -se a seguinte expressão ""Atesto para ' os devidos fins [ ... .]". E de bom tom es- pecificar a que fim se dirige o atestado médico: afastamento do trabalho. afas- tamento das atividades escolares. entre outros. 3. CONSEQUÊNCIAS Absenteísmo trabalhista A emissão de um atestado médico envolve uma série de consequências. sendo a mais conhecida o afasta- mento das atividades laborais. Pelo impacto que a ausência de um profis- sional gera em seu ambiente de traba- lho - atraso nas entregas, sobrecarga de outros colegas. etc - o médico que expede tal documento méd ico deve 10 estar ciente da seriedade e relevân - cia do documento que emite, deven- do ser fiel em todas as informações que reg istra a fim de não prejudicar terceiros. Vale lembrar que a emissão de um atestado médico não pode ser feita por "bondade" ou para "angariar a simpatia do paciente". O atesta - do médico é um documento médico. como tal, deve ser emitido somente para o fim a que se propõe, qual seja sintetizar um estado de sanidade ou um estado de doença, anterior ou atual, para fins de licença, dispensa ou justificativa de faltas ao serviço, entre outros. SE LIGA! Atestado/Declaração de Comparecimento é diferente de Ates- tado Médico. Enquanto o primeiro é um documento administrativo que apenas registra a presença/acompanhamento. o segundo é um documento médico. feito por um profissiona l habilitado - médi- co -, que atesta uma cond ição clínica e a eventual necessidade de repouso do paciente. Ex: Pais que acompanham os filhos em consulta com o Pediatra não devem receber atestados médicos. vez que estes sequer foram examinados. O que se pode emitir para os pais é um atestado de comparecimento. Em hi- pótese alguma deve o médico fornecer atestado médico para registar presença/ acompanhamento. vez que assim esta - ria desvirtuando a função do atestado médico. ATESTADO MÉDICO Ganhos Secundários Ao emitir o atestado, deve o médico registrar fided ignamente o estado de saúde do paciente, evitando assim, corroborar com qualquer intenção "desleal" do paciente de obter vanta- gens indevidas, como um afastamen- to desnecessário de suas atividades laborais. Deve o médico ficar aten- to às intenções dos pacientes, sob pena de prejud icar indevidamente o empregador ou a Previdência Social, tendo em v ista que com o atestado o trabalhador é dispensado, tendo suas fa lt as abonadas e seu salário mantido integralmente, sem contudo, exercer as atividades para as quais foi contratado. ' E necessário entender que a função do atestado é garantir o repouso para um paciente que necessita deste para reestabelecer sua saúde. Assim como a prescrição de um remédio, o repou- so é condição necessária para o trata- mento méd ico, não à toa . o atestado médico tem fé-pública - presunção de veracidade- e vincula o emprega- dor - que deve acatar o afastamen- to de seu empregado por motivos de saúde. Responsabilidade Penal A conduta de emitir atestado médico falso é tipificada como crime no artigo 302 do Código Penal, podendo levar 11 o médico a responder penalmente por seu ato. Falsidade de atestado médico Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado fa lso: Pena - detenção, de um mês a um ano. Parágrafo único - Se o crime é co - metido com o fim de lucro. apl ica-se também multa. O atestado falso seria aquele dado quando se sabe do seu uso indevido e criminoso. tendo por isso o caráter doloso. Se é fato que alguns médicos resistem, igualmente certo é também que, em alguns casos. o profissional é induzido por questões de amizade ou de parentesco. e assim, sem uma anál ise ma is acurad a, fornece um atestado gracioso ou falso. mesmo que seu Código de Ética diga que t al atitude é il ícita e o Código Penal veja como inf ração punível. Tais sa nções são justas porquanto o Estado tem o direito de resguardar o bem juríd ico da fé pública, cuja fina li- dade é sempre proteger uma verda- de. A fals idade do atestado médico está na sua f alsidade ideológica. Está fraudado na sua substância, no seu conteúdo. A sua irregularidade, por- tanto, está no seu teor, na sua nature- za intelectua l, praticada por um agen - te especial que é o médico, quando ATESTADO MÉDICO subverte o exercício regular de um direito. SE LIGA! Não confundir o crime de falsidade de atestado médico com o crime de exercício ilegal da medici- na. Quando alguém que não é médico produz um atestado. o crime não é de falso atestado médico. mas de exercí- cio legal de medicina. conforme o Art. 282- Exercer. ainda que a título gra- tuito. a profissão de médico. dentista ou farmacêutico. sem autorização le- gal ou excedendo-lhe os limites: Pena - detenção. de seis meses a dos anos Parágrafo único - Se o crime é pratica- do com o fim de lucro. aplica-se também multa. Responsabilidade Administrativa / O Cód igo de Etica Méd ica (Resolu- ção CFM No 2217 DE 27/ 09/2018) discipl ina a responsabil idade sobre a exped ição de atestados tanto em seu capítulo 111 . que trata da Responsabi- lidade Profissiona l. quando em seu capítulo X. que t rata especificamente dos documentos méd icos. • Art. 11 Receitar. atestar ou emiti r laudos de forma secreta ou ileg ível. sem a devida identificação de seu número de registro no Conselho Reg ional de Medicina da sua juris- dição, bem como assinar em bran- co folhas de receituários, atesta- dos. laudos ou qua isquer out ros documentos médicos. • Art. 80 Exped ir documento médico sem ter praticado ato profissional 12 que o j ustifique, que sej a tenden - CIOSO ou que não corresponda à verdade. O termo "documentos méd icos" é gê- nero que eng loba todo e qualquer t ipo de decla ração emitida por um médico. durante o seu exercício profi ssional na Med icina. Exemplificativamente. são documentos médicos: atestados. certificados. declarações, laudos, pa- receres. homologações. relatório. re- ceitas. evolução. prescrições diversas. com unicações internas, etc. SE LIGA! Se você expediu o atestado médico para um paciente. você deve ter atendido ele. logo, é obrigatório a existência do prontuário deste paciente. Todo atestado médico deve estar an- corado em um prontuário. • Art. 81. Atestar como forma de obter vantagem. Atestar significa declarar ou certifi- car alguma coisa. Com base neste fundamento. o termo "atestar" do presente artigo deve ser enten - dido em sentido amplo, como se fosse "emitir qualquer documento médico". Mais que tipo de vantagem seria essa? A resposta é simples. En- globa toda e qualquer tipo de be- nef íc io possível e imaginável, in- cluindo até a mera captação de cl ientes (ou pacientes). Pode ser ATESTADO MÉDICO uma vantagem financeira, políti- ca, social ou administrativa, para o médico ou terceiros, tais como amigos e familiares. Comete infração a este artigo o médico-político que usa seus atestados como instrumento de campanha eleitoral, enviando. por exemplo, documentos sugerindo benefícios previdenciários. nota- damente aposentadorias por inva- lidez. visando manter sua vis ibili - dade "eleitoreira" na comunidade. No mesmo tipo de infração, se enquadra o médico que derrama atestados médicos sugerindo os mesmos tipos de benefícios, visan- do não fins políticos eleitorais, mas apenas incrementar sua clientela e suas receitas. 13 ATESTADO MÉDICO 14 ---------------•--------------~ ATESTADO MÉDICO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS15 Código de Ética Médica: Resolução CFM no 2.217. de 27 de setembro de 2018. modificada pelas Resoluções CFM no 2.222/2018 e 2.22612019 I Conselho Federal de Medicina- Bra- sília: Conselho Federal de Medicina. 2019. Barros Júnior. Edmi lson de Almeida. Código de ética médica: comentado e interpretado I Ed- milson de Almeida Barros Júnior.- Timburi. SP: Editora Cia do eBook. 2019. FRANÇA. Genival. Direito médico- 15. ed.- Rio de Janei ro: Forense. 2019 DECLARAÇÃO DE ÓBITO DECLARAÇÃO DE ÓBITO A declaração de óbito (DO) é um do- cumento muito importante e o único profissional de saúde que pode pre- enchê-la é o médico. 1. EXTINÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA: O ser humano passa a ser pessoa. sujeito a direitos e obrigações. quan- do nasce com v ida. O preenchimento da declaração de óbito de um deter- minado indivíduo. do ponto de vis- ta jurídico. culmina na extinção da personalidade do mesmo. ou seja. a pessoa passa a não mais existir. Essa extinção gera desdobramentos não apenas ao indivíduo. mas para toda a sociedade. A morte implica na extinção de todas as responsabilidades que o indiví- duo possuía. Portanto. caso a pessoa fosse casada o (a) seu cônjuge passa a ser v iúvo (a). ocorrendo a extinção do matrimônio, não havendo mais vinculações legais entre esses indi- víduos. Caso o indivíduo que veio a 18 óbito tenha filhos. pode ser que esse venha a receber herança. pensão por morte do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) ou de outro sistema de aposentadoria e pensões. Portan- to. a declaração de óbito implica na criação de uma engrenagem secu- ritária, com despesas para a previ- dência social ou para seguradoras privadas. A lém disso. a DO tam bém informa ao Tribunal Superior Elei- toral (TSE) que esse indivíduo não votará mais. informação essa passa- da atra~és do Sistema de Informação sobre Obito (SISOB). entidade que conecta os cartórios de registro civil, o INSS e o TSE. Esse processo difi - culta o acontecimento de fraudes nos processos eleitorais. 2. DISPONIBILIDADE: A DO é um formulário autocarbo- nado em 3 vias. chamado de "Kit" de DO. composto por uma via bran- ca, uma via amarela e uma via rosa. Lembrando que, por serem autocar- bonadas. não há necessidade de uti li - zar um carbono no meio! O preenchi- mento da v ia branca (a primeira) gera o preenchimento das conseguintes. DECLARAÇÃO DE ÓBITO 19 ,,.18 1 - - --... = r -- Figura 1. A declaração de óbito e as suas 3 vias. (Fonte: CREMEB. 20 17) Esse formulário é único no mode- lo decidido pelo Ministério da Saúde (MS) em TODO o território nacional. não havendo quaisquer mudanças em unidades federativas específicas. Cada DO já vem numerada. Essa numeração é única e exclusiva para cada DO. ou seja, não existem DO's gêmeas. com a mesma nume- ração. Portanto. caso haja rasuras importantes ou erros a DO não deve ser descartada. jogada no lixo ou ex- traviada. Nesses casos. deve-se inu- tilizar o documento. deixando claro através de palavras como "Inutilizada. Sem Efeito. Cancelada", grampeando as 3 vias e reencaminhando-as para a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) . Cada DO emitida pela SMS deve retornar para a mesma. para que o sistema de informação seja ali- mentado e repassado para os níveis estaduais e federais. DECLARAÇÃO DE ÓBITO Número de Identificação da DO 20 República Federativa do Brasil Minist6rio de Saude I'VIA· SECRETARIA DE SAUDE Declaração de Óbito 7 Notnt 6a Mie 1=-:fiL.,-COI,_J,I""-::.,-:'d:;i.,t (,--,:UIH..,.MI~I ... :-,:-1 ;~J -· O[]Stm..w.n~~~M 30U•diO(WIIIIQOrorau) •~ 10FvMMntA!til (!"~o~4" .. 11•) 40SuPtt•!c. ,..,,.,,..,.._, D 2(J Funda'nenlal I cs- a a• ~) 50 SupenQt çorn~ 9 Figura 2. Numeração da Declaração de Óbito (DO). (Fonte: Adaptado de CREMES. 2017) Nos serviços de saúde em que é es- perado que ocorram mortes de forma eventual ou constante. como Hospi- tais. UPA's, UTI's, é provável que o di- retor técnico dessas instituições sem- pre garanta a disponibilidade da DO nesses locais. Pa ra que o diretor técnico da institui- ção consiga pegar mais documen- tos de DO na SMS, ele precisa levar as vias brancas já preenchidas. Por- tanto. cabe aqui elucidar que quando um paciente vem a óbito a via branca é reencaminhada para a SMS. a via amarela fica sob a responsabilidade da família (que serve para resolver as questões burocráticas com o cartó- rio. para que possa ocorrer o sepul- tamento do indivíduo) e a via rosa é anexada ao prontuário na instituição de saúde que prestou atendimento ao indivíduo. fluxo que será mais de- talhado a seguir. Caso o profissional médico atue nas áreas em que há atendimento do- miciliar constante, suporte e aten - dimento a pacientes em situação de vulnerabilidade e até em pal iação, como a geriatria. o médico como Pessoa Física pode ter em sua pos- se documentos de DO para quando necessite. resgatando-as da mesma maneira na SMS. DECLARAÇÃO DE ÓBITO ~~------------------------------------------ OU4 I I I I I_J, ~·----------------------------------------~~ 00 dDaMnCr'l1:l dR lct!f1'111!dt tfl '--' I I I l_I_J_._.!, 't'Qlira:ia IJI ~w:rtolõ vais,. Dochj;ill e ~ nlo T~ Mnflrac'la N IY. ~ Cà!LC J71, SD .-. ~ dlt Dllr:b~. ÔbUD {DO). ~lllX~ e O:IUCICliDnlldl ~ I:JIW lQÇiD 6) dar:umuiiD de idwitdlde ~ p: ;;g• IIIUIJI::ada Klma cnsa . 0U111mi!~ l:õ:suta:> tl..,ral t....,...tgN'iA1t peo uoo cbs ~ de 00 ~ à pe::SII)a ~ Cllm) pdo CDTg6cm • cr:mm - lllll5 ra tl::mliX do CÓC\9" de E!b NMlcJ ~ 39, HQ, u•. 1!5) e ~ (tâ 6SIIl,. dia l1.l2.72, q.aa RQT.~cma a fita~ ~e Ar·~ ct.1 !iaí1'dl rv"n. ~ sn. e o cddiQO ·Perli:ll ro.-.102). A&litDrta;Ju scne• penSai ~ Wlrtdt ••* s'd'JçS.> f'll'mll crc:amilrtQ:~ I f'fi#Nai\'5/MV, can • CI!"Miii:D cSiql.dl ~ CD.. == - - D - Jzb.. • .. át mêdiiJII&Cr.::a=. 21 Figura 3. Exemplo de Termo de Autorização para retirada de formulários de Declaração de Óbito, emitidos pela Secre- taria Municipal de Saúde de Porto Alegre. (Fonte: Adaptado de Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre) 3. AUTORIA: A autoria é a última sessão a ser pre- enchida da DO. onde há um campo para o "nome do médico" e outro campo para o "CRM". O carimbo é. assim como em outros documentos médicos. facultativo. O médico que preenche a DO pode ser o médico as- sistente (atendeu o paciente). médico substituto (não acompanhou o caso. mas esteve presente no momento do óbito. exemplo: médico plantonista). DECLARAÇÃO DE ÓBITO médico legista (em casos de morte por causa externa). médico patolo- gista nos Serviços de Verificação de I Obito (SVO) . ~~ -- ~·mRA DA REVISÃO! O Instituto Mé- x dico Legal (IML) está subordinado à Superintendência da Polícia Técnico- -Científica e foi criado com o intuito de fornecer bases técnicas em Medicina Legal para o julgamento de causas cri- minais. A mais conhecida de suas fun- ções é a necropsia em mortes de etio- logia violenta. No entanto. esse tipo de exame const itui apenas 30% de suas funções. A maior parte de seus atendi - mentos é dada a indivíduos em vida, vítimas de acidentes de trânsito, de agressões, acidentes de trabalho, en- tre outras causas externas. O Serviço de Verificação de Óbito (SVO). por sua vez. se constitui no local onde é realizado o exame dos corpos de pessoas que morrem sem terem sido assistidas, ou por causas naturais desconhecidas. excetuando-se aqueles que morreram por causas externas. 22 I E obrigatório a disponibilização de um meio de contato. para que a SMS possa entrar em contato caso ocor- ram eventuais dúvidas. O número ut i- lizado pode ser institucional, como da clín ica. hospital ou consultório em que o méd ico esteja atuando. A lém disso. devem constar a data de preenchi- mento da DO e a sua assinatura. podendo essa ser a assinatura habi - tual reg ist rada em cartório. SE LIGA! Em localidades SEM profis- sionais médicos, é possível que dois cidadãos não médicos possam teste- munhar em Cartório de RegistroCivil a morte de um indivíduo. Não há preen- chimento do diagnóstico. nesse caso. Autcr;~, Identificação Médica Preenchimento em causas externas ~enchimento 1 em localidades ~mmédicos -- --------------- ---------------------------------------- 1 ... 2 ... .........., :s ..... avo& o.-I 50 NOtN dro ~ 1"1 CRM ;52 O "*ko que._..,.. al4oi'IÓO>I AO taltdcto 1 _:_11 !3 M"""'"'"""'(Te ...... '"'·•""'"" l .~-·_-_ .. _ ·_- _- ___:. _____ ~·----"'-"--------------------- M0VAVEt$CIROUNS'TANCIAS OEi MORTe. NAONATI.I\Al C f'll~deca ... r~epidemo!OOCO} VIII IX 5I Tipo 51 ~~d01111c.lho J58 fOtltOdeir'IIOI'MI(:éo I ~ , """óot 1 -- I lrorn 1 Nio I .............. ~- 1 ......... ) ,_ • 0...0. • .......,. • ........ • o.. • ........ st o.cr;c.ao_.,..,. do--.,.IN:*H'IOOotooMtocMCS.~ _SE AOCXlRRí:NCIA FOR EM VIAPUBliC~ ANOTAR 0 ENDEREÇO ...... l.QO~OúiO ifrl.lil, PQt;to . .-...nlóa. .-e.) • I " """"'"" '-- -·-···-·- Figura 4. Autoria da Declaração de óbito em mortes por causas naturais, mortes por causas externas e em localidades sem médicos. (Fonte: Adaptado de CREMEB. 20 17) DECLARAÇÃO DE ÓBITO ' E comum que médicos sejam solicita- dos em localidades onde não há aten- d imento médico emergencial, princi- palmente em interiores e localizações rurais, para assinar a DO de um pa- ciente que já fo i inclusive sepultado, por exemplo aos finais de semana. A declaração de óbito possui natureza de atestado, e o médico não pode atestar um ato sem o ter realiza- do! Esse preenchimento é, portanto, incorret o. E LIGA! O Código de Ética Médica Art. 114 explícita: É vedado ao médi- co: "Atestar óbito quando não o tenha verificado pessoalmente. ou quando não o tenha prestado assistência ao paciente salvo. no último caso. se o fi- zer como plantonista , médico substituto ou. em caso de necrópsia e verificação médico-legal" 23 ~~~-----------------------------------~..z:;. ~ .. SAIBA MAIS! Como a declaração de óbito possui natureza de atestado. o profissional médico que emitir uma declaração de óbito falsa está susceptível a cumprir um mês a um ano de detenção. bem como pagar uma multa. caso tenha emitido a DO para fins lucrat ivos. 4. IDENTIFICAÇÃO: Com relação a identificação do indiví- duo que veio a óbito, deve consta r na DO o seu nome completo, o nome de seus genitores, a data de nasci- mento, a idade no momento do óbi- to, o sexo biológico, a cor da pele, o estado civil, a escolaridade e, por fim, a sua ocupação. Lembre-se que "aposentado" e desempregado" não são ocupações! Preencha sempre a ocupação que o indivíduo exercia enquanto ativo em seu ofício. Esse dado é importante para a elucidação sobre se houve ou não alguma contri- buição negativa do trabalho do indiví- duo em sua morte. O primeiro campo da DO questiona se o óbito foi fetal ou não fetal. Para a morte feta l, basta o preenchimento da declaração de óbito. Por outro lado, a morte não fetal exige a Declaração de Nascido Vivo, necessitando que o ind ivíduo possua nome, pois chegou a t er personalidade j urídica. DECLARAÇÃO DE ÓBITO 24 [ Identificação l Classificação do óbito em Fetal ou Não Fetal Repubhca federativa do Brasil Momst4no da ~ii<M ..... Anllt (.Qf'CIIIo~ I butatlde•• (vllm. ••"- conelvoCU.) .... , <(:J &•I"'M(dlf":h4t JC)"'tcco(iti'GO 2"9'(11.1) t(J FIII"'t.::m.'11'"'111•1••••s.""l •0S..perarii"CCII;W!1)~tto Cl r~ .. • ,,. • r Sfr>e) sC)Sut'N'I'JOf conPtf'lo Declaração de Óbito 1 lt~co,..l ' ...... ·o~::.~.,.._. JO<•~ "CC·!f'Uo_. -.a- C6dlgo CGO 2002 Figura 5. Campo de identificação do indivíduo falecido. além de classificação do tipo do óbito em fetal ou não fetal. (Fonte: Adaptado de CREMEB. 20 17) ~~-----------------------S-A-1-BA __ M_A_I_S_! ________________________ ___ É importante ressaltar que se o produto da concepção expelido possuir menos de 500g ou menos de 22cm ou menos de 20 semanas gestacionais. sendo configurado como aborto. NÃO é necessário o preenchimento da DO. Passada dessa idade gestacional (>20 semanas). quando há morte intrauterina considera-se a morte como fetal e quando há morte extrauteri- na. após algum sinal de vida. é considerada uma morte não fetal. 5. RESIDÊNCIA E OCORRÊNCIA: Em alguns casos. o indivíduo é re- sidente em um lugar, porém vem a óbito em outro. muitas vezes por im- portação e exportação de óbitos. Muitos locais não possuem um siste- ma de saúde preparado para assisti- -lo. acabando por recorrer a capitais e cidades mais capacitadas, com maio- res recursos. Outras vezes o contrário ocorre, com indivíduos em v1agens. por exemplo. DECLARAÇÃO DE ÓBITO Local onde o indivíduo residia Local onde o indivíduo veio a óbito r· 1 ...... 2 0\Mol ...... _.. ' o-.. .. w ...... 5 ow.. • ..,_..., IV l 25 ,, t.· t' ., ~ •••110 lZ UF Figura 6. Campo de Residência do indivíduo e da ocorrência do óbito. (Fonte: Adaptado de CREMEB. 2017) ~ '-"" ~ " ~ ~ . ONCEITO! Cabe aqui elucidar os con- ceitos de Importação e Exportação de óbitos. A importação de óbitos é o con- ceito utilizado do ponto de vista da lo- calidade em que ocorrem os óbitos de indivíduos residentes em outra localida- de. De forma antagônica. a exportação de óbitos é avaliada do ponto de vista da loca lidade de residência do indivíduo que vem a falecer em outro local. Esse dado tem sua importância jus- tificada pela avaliação do perfil de morbimortalidade das localidades específicas, de forma a aval iar quais são os problemas de saúde especí- ficos de uma região, possibilitando a elaboração pelos gestores em saúde de polít icas de saúde direcionadas e mais eficazes. Dessa forma, podemos perceber o quanto esse documen- to extrapola a burocracia. tornando- -se essencial em diversas esferas da saúde pública! 6. CRIANÇAS E MULHERES: O falecimento de indivíduos em seu primeiro ano de vida configu ra como mortalidade infantil. Falecimento de mulheres em idade fértil (na menacme) pode configurar como mortalidade materna. Existem diversos campos que não po- dem deixar de ser preenchidos com relação à mortalidade perinatal, ou seja, a mortalidade do feto no final da gravidez, do recém-nascido e da , gestante ou puerpera. DECLARAÇÃO DE ÓBITO 26 ~rrência de óbitos em I ~;~·os ou crianças com PREENCHIMENTO EXCt.U$1\'0 PAAA 00.TO$ FETAl$ e DE ME.NORE$ DE 1 ANO Nf:ORMAÇOES S08RS: AMAE i)31clad• Gol ~IAnd~ (Eft'l-~--~) 1 ~ 2 0.1<13 Jt:l o. •• 7 menos de 1 ano (Mortalidade Infantil) ,.,._ " o.•• 11 ~ 12•~"~•• • 10,.._.0 ( Ocorrência de óbitos em mulheres (Principalment e 1 em casos de mortalidade L_ materna) o;rOI.nç6o~~ {Em~) I ~cr.22 2 , O.l2•21 3 10.2t•ll • OtU•JI . ~-- . - ) [ - . - ------~--~=~~-------------ÁSSfSTE:HC&A Mt04CA . ·~ •LJ - . - Figura 7. Campo de preenchimento em caso de óbitos fetais e crianças menores que 01 ano, ou óbito de mulheres. São campos de extrema importância para a avaliação da mortalidade perinatal. (Fonte: Adaptado de CREMEB. 2017) ~~ . . \..,:.:. CONCEITO! Mortalidade permatal = Mortalidade do feto no final da gravi- dez, do recém-nascido e da gestante ou ' puerpera. Nesse âmbito, é importante lembrar que existem diversos casos subnoti- ficados de mortalidade materna por abortamento clandestino. Como sabemos, o Abortamento é crime no Brasil. Entretanto, também sabe- mos que diversas gestantes se sub- metem diaria mente a abortamentos clandestinos. muitas vezes evoluin- do com complicações e vindo a óbito. Por conta das subnotificações. não se sabe exatamente qual é o panorama real da mortalidade materna, dificul - ta ndo a criação de políticas públicas em prol dessa população. DECLARAÇÃO DE ÓBITO Totalmente Proibido: As leis dos países nesta categoria não permitem o aborto sob nenhuma circunstância1 inclusive quando a vida ou a saúde da mulher estão em risco. 26 países globalmente se enquadram nessa categoria. -- 27 Sob solicitação (os limites gestacionais variam): 67 paísesglobalmente se enquadram nessa categoria. O limite gestacional mais comum para países nessa categoria é de 12 semanas. Figura 8. Leis que regem a prática de abortamento a nível mundial. (Fonte: Center For Reprodutive Rights- The World's Abortion Laws. 2020) 7. CAUSA MORTIS Para muitos, pode ser considerada a parte mais importante da DO, pois é onde se encontra a causa/motivo da morte. De imediato, podem-se observar na DO as linhas A, 8, C e O, perten- centes à Parte I da Causa Morte. ou seja, re lacionadas a doença ou esta- do mórbido que levou diretamente ao óbito. Não é necessário a util iza- ção de todas, desde que as causas da morte sejam elucidadas da causa base (o mais abaixo possível entre as opções) até a causa imediata (A, o mais acima possível), havendo as causas intermediárias em sequên- cia ent re elas. A causa base do óbito é a etiologia que culmina com a se- quência de eventos que possibil ita a morte do indivíduo. A lém disso, de- ve-se também investigar e elucidar o tempo decorrido, aproximadamen- te, entre o início de cada diagnósti- co e a morte do paciente. SE LIGA! O CID (Classificação Interna- cional de Doenças) relativo a cada diag- nóstico é preenchido pelos codificadores da SMS responsável, não devendo ser preenchido pelo médico! DECLARAÇÃO DE ÓBITO A Parte 11 do campo de Causas da Morte diz respeito a outros aspectos patológicos do indivíduo que podem ter contribuído a longo prazo com a morte. mas não estão relacionados CAUI-AI OA MOI':TE ~._...._,,,.,.~._. "011''-'"- PART'E I •I Causa imed ata ou terminal c..... ........... ~·-- .. 1 C<1usa intermediária c.....- ................... ..,.. .... ,...... ...... .. ~---MJ........ .... .. ...... ...... .............. ._ ...... o..... ................. . ... •I C<1usa intermedián a 28 com o estado patológico que a pro- duziu. Por exemplo. um paciente que veio a óbito por um Choque hipovolê- mico. mas possuía como doenças de base a Hipertensão Arterial Sistêmi- ca (HAS) e o Diabetes Mellitus (DM). r. . . ...... .... ...... . ,..... .. ~,, • ..,. CbD I ----------------- d~lc_ .. _u_sa __ bi_s_ic_a_d_a _m_or_t•------------------------~----~----~ Outros est.ados patológicos s gniticativos que contr tbuÍr.llm PARTE I OW...• .......... ~-- .... I C -.................... -........ --- . . 1 com o est<~Oo patotóg co que a produziu. Figura 9. Causas da Morte. Divisão do campo de preenchimento das causas da morte em Parte I (Refere ao estado mórbido que levou diretamente à morte) e Parte 11 (Patologias outras. não relacionadas à causa aguda de morte). (Fonte: Ministério da Saúde. 3" Ed. 2009) A causa imediata pode auxiliar na preparação técnica e instrumental para lidar melhor com causas agudas habituais de morte. Entretanto. as políticas de saúde podem ser melhor direcionadas para as causas base. le- vando a uma prevenção e promoção de saúde de forma mais acurada. Vamos treinar? Como você preenche- ria essa DO? Caso 01: Paciente diabético. 45 anos. Deu entrada no PA com histó- ria de vômitos sanguinolentos há 04 horas. cursando há 2 horas também com tonturas e desmaio. Ao exa- me físico. descorado +++/4+. PA de 80x50mmHg. A família conta que é portador de esquistossomose man- sônica há 5 anos. tendo sido interna- do há 2 anos por hematêmese. rece- bendo então o diagnóstico de varizes esofágicas. 2 horas após a entrada no PA. cursou com parada cardiorrespi - ratória e teve o óbito verificado pelo médico plantonista. após insucesso das manobras de reanimação. DECLARAÇÃO DE ÓBITO CAUSAS OAIIOitT! UOt'C~-...-.noo,_..--. PAIITf I CAUIAI Allnct:DilWTIU ~~scc~4W:~• CDU-~--- &NU...,. .... IU;:••ca,..u.lóa •I Choque hipovolêmtco on.-~ de. 11 I Rotura de vanzes esofageanas o;:;;;.~ ... c I Htpertensão porta O.... wamo o*-- 29 ---.nft O..NC» .. ClO' ..-p•ai""''1a I 2 horas 16 horas 12 anos -----------------a~IE_s_q_u•_st_o_ss_o_m_os_e_m_a_n_so_·n_ic_a ____________________ ~ls_a_n_o_s __ L_ __ ~ PAliTE a OUI:t:as cordçkl 14'""'*-..... - ~ Clll'l: a "!!Df''r e_. MO.,.,.... ,.,... aa aoõ .ldiJiia.. I Dtabetes mellitus Figura 10. Preenchimento correto da DO no Caso 01. (Fonte: Ministério da Saúde. 3• Ed. 2009) E nessa próxima DO, como você preencheria os campos de causa da morte? Caso 02: Paciente masculino. 65 anos. Há 35 anos fo i diagnosticado com HAS (Hipertensão Arterial Sistêmica) mas nunca fez o tratamento correto. Há 2 anos começou a apresentar dispneia aos médios esforços, como ao subir poucos lan - ces de escada. Foi diagnosticado com Cardiopatia Hipertensiva, tendo seu tra- tamento iniciado. Há cerca de 2 meses foi diagnosticado com uma insuficiência cardíaca congestiva. Hoje, chegou ao PA com dispneia intensa, tendo sido diag- nosticado um Edema Agudo Pulmonar, com o paciente evoluindo a óbito em cerca de 5 horas. A família também informou que o mesmo foi diagnosticado com câncer de próstata há 2 meses atrás. CAUSAS DA IIIO"Tf ,..,,r...unw~noo ii'OA._... PAliTE I •I Edema agudo do pulmão CAUIAIANTIClOINTII ~ ..... _...., tfWI O~IdO- ~t.l~ QD"' I 5 horas E.:s:s»rn t!"tttb""' se cQar't"'. euc 1111 G loiZt"W • u:.c:s xfrõJ rt'Q':!::rotd.a mt'IC!on~u t.!'l'l o t-'1'0 WGw • CMK.l o,a:.o 11 lnsuf1c1ência cardíaca hipertensiva 2 meses OU Coti'!O coruLliiHnt[;J. Gt. c I Cardiopatia hipertens v a 12 anos ortídõ ou como coru;eQut.'ICfa ot~ -----------------...a~I H_i_pe_r_te_n_sã_o_a_r_te_ri_al __________________________ ~l_3_5_a_no_s __ L---~ PAliTE ll ()u!n" cen01~8u t.'QII"I""at'Y» wc cOtllri:M.*Im p.lr'll • ft'lCf'tt:, ~ qYf' nto ~·""' ~ tLa ~·- I Neoplasia maligna de próstata I 2 meses Figura 11. Preenchimento correto da DO no Caso 02. (Fonte: Ministério da Saúde. 3• Ed, 2009) E essa última DO. o que você coloca- ria na causa da morte? Caso 03: Paciente Chagásico. com comprometimento cardíaco. foi in- ternado com história de distensão progressiva do abdome. Há dois dias vem apresentando fraqueza. febre alta, e dor intensa e difusa no ab- dome. o que dificulta o exame físico desse segmento. Relata estar sem DECLARAÇÃO DE ÓBITO evacuações há 3 dias. Refere diag- nóstico colonoscópico de megacólon há 5 anos. Na visita médica da ma - nhã (08:00) foi percebido que o pa- ciente suava muito, apresentando PA sistólica de 20 mmHg. O médico diarista. após avaliação do hemogra- ma, realizou a troca do Antibiótico e CAUIA& OA WOitn ..,...........wa~......._,.._.._._.... PA-RTE I - ~----~· .. "I P-.ritonite agud~ r....e • ..,....,.. •• ·"""*- ................ . ,..._..,. ,llltl~ . .. .... .. _ ....... . ...,. • &:a.-.·-- a-... ....... 00: ........ •I Volvo do s1gmoidl! ~-........ IWiio& • ._ 30 ajustou diversas vezes ao longo do dia o gotejamento da dopamina. O paciente apresentou uma parada car- diorrespiratória às 16:00, tendo o óbi- to confirmado pelo médico substituto após o insucesso das manobras de . -rean1maçao. ,......... . .. ..,.,. ......... ....... ...._ 0.;)0- 1 8 horas 12 d i.u 13di.U ________ dl ~l•g~colon ch~gásico crôn1co 15 ~nos 1 c~rd•op~, ,~ chagásica I'AitTE • 0... .......... ~.- ... ......._ ~·-.u .................... ,. -- Figura 12. Preenchimento correto da DO no Caso 03. (Fonte: Ministério da Saúde. 3• Ed. 2009) SE LIGA! Existem diversos erros mui- to comuns no preenchimento da DO. que você deve se atentar para não aca- bar reproduzindo durante a sua prática médica! Deve-se evitar a utilização de diag- nósticos imprecisos como cau- sa imediata. sem o esclarecimen- to sobre a causa básica da morte. Exemplo: Causa Imediata - Parada cardiorrespiratória. , A Falência Múltipla de Orgãos é um diagnóstico no capítulo das causas mal definidas, sendo. portanto. um diagnóstico impreciso, devendo-se precisar as afecções que desenca- deiam a série de eventos. culminando em uma falência de órgãos e morte. DECLARAÇÃO DE ÓBITO 31 CAUIAIANTlCfDtWTtl ~I'Ul'~ lttc::t'\4'.C~') I ~ 0'1 ~~ :n:t. ,.C'ÓIII'.Itdi>IH'I w :-.1 b 'r,WICIJ:.Jt.l~a "c;;;;D;ic;;iiiifã~;;-"------------L--.l_-_j a-Cll CCI'lll 03'~1 ~ c PARTE 11 0W» cwt~lt$ ~;ril'a':'m qJit COIIITIIIh!l PIIU II'OI'It t ~ ~ etiiTW J)CIII" na cteelalà"a Figura 13. Exemplo de Preenchimento Incorreto da DO. (Fonte: Ministério da Saúde. 3° Ed. 2009)) 8. FLUXO DA DO Cada via da Declaração de óbito pos- sui um fluxo específico nas institui- ções públicas ou privadas. A via Branca é preenchida pela ins- tituição que presta o atendimento. sendo ela o hospital. clínica. IML (Ins- tituto Médico-Legal) ou SVO. as quais encaminham para a SMS. A SMS, por sua vez. digita, analisa e enca- minha a DO para a DIRES (Diretoria Regional de Saúde). A DIRES é res- ponsável pela sua análise e encami- nhamento via web para instância estadual (SES - Secretaria de Estado da Saúde) e federal (MS- Ministério da Saúde). A via Amarela é entregue para a família, que em sua posse a encami- nha para o Cartório de Registro Ci- vil. de forma a poder prosseguir com as questões burocráticas do sepul- tamento, cremação. entre outros. A segunda via permanece arquivada nesse local. A via Rosa fica arqu ivada no local de prestação de atendimento médico, em conjunto com o prontuário do paciente fa lecido. seja essa instituição um hospital. clín ica ou ambulatório. DECLARAÇÃO DE ÓBITO 32 FLUXOGRAMA: FLUXO DE DESTINAÇÃO INSTITUCIONAL PARA CADA UMA DAS 3 VIAS DA DECLARAÇÃO DE ÓBITO. (FONTE: AULA SANARFLIX) Declaração de Óbito SE LIGA! Não custa lembrar que as 3 Vias da DO devem ser utilizadas para o mesmo indivíduo. sempre em con- junto. Caso contrário. há a perda de sua validade' 9. CASOS ESPECIAIS Existem algumas situações especiais no preenchimento da DO. que va lem a pena lembrar. Em caso de cremação, é necessá - rio que a DO seja assinada por dois profissionais médicos, em vez de apenas um. Em caso de morte violenta, a DO só pode ser preenchida no IML, não devendo sob hipótese alguma ser preenchida pelo médico assistente, apenas pelo médico legista! DECLARAÇÃO DE ÓBITO --~ ,i~~ ,....-:::- ' SAIBA MAIS! 33 A lei n° 62 16 de 30/06/75. que corrigiu a lei n° 6015/73. a qual dispõe sobre os Registros Públicos. no artigo 77. parágrafo 2. preconiza: Em se tratando de corpo para ser cremado. a DO deverá ser firmada por 2 (dois) médicos. ou por 1 (um) médico- legista e. no caso de morte violenta. depois de autorizada pela autoridade judiciária. ~~ORA DA REVISÃO )( ::::::=:: Os médicos-leg istas investigam a cronologia dos fatos e a ação dos eventuais agentes que contribuíram para o aparecimento de uma lesão ou da morte. Seu conhecimento plu- ral é utilizado para a produção de provas. no âmbito da investigação policial e judiciária. São peritos oficiais do Estado. aprovados em concurso público, que passam por avaliação e treinamento. O CFM determina que, em caso de morte ou suspeita de causa externa. independentemente da condição social, financeira ou política da vítima. cabe APENAS ao médico leg ista emitir o atestado de óbito DECLARAÇÃO DE ÓBITO 34 MAPA MENTAL GERAL: DECLARAÇÃO DE ÓBITO Dívidas dia nóstico! DECLARAÇÃO DE ÓBITO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 35 Cons. Henrique Oliveira Filho. A declaração de óbito. CREMEB, 2017. Disponível em: http:// www.cremeb.org.br/wp-content/uploads/20 17 /09/A-DECLARACAO-DE-OBITO-HENRI- QUE-OLIVEIRA.pdf Maria Madalena dos Santos. Declaração de Óbito: Direitos e Deveres. Conse- lho Federal de Medicina. 1999. Disponível em: http://portal.cfm.org.br/index. php ?option=com content&id= 20413 :decla racao-de-obito-direitos-e -deveres- Ministério da Saúde. A declaração de óbito: documento necessário e importante. Ministério da Saúde, Conselho Federal de Medicina. Centro Brasileiro de Classificação de Doenças. 3a ed.- Brasília: Ministério da Saúde, 2009. DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 1. DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA As primeiras intervenções estatais no campo da prevenção e controle de doenças. desenvolvidas sob bases científicas modernas. datam entre o final do século XIX e início do século XX e foram orientadas pelo avanço da era bacteriológ ica e pela descoberta dos ciclos epidemiológicos de algu- mas doenças infecciosas e parasitá- rias. Essas intervenções consistiram na organização de grandes campa- nhas sanitárias e visavam controlar doenças que comprometiam a ati- vidade econômica. a exemplo da fe - bre amarela, peste e varío la. A ideia de vigilância como um instrumen- to de saúde pública foi concebida no final do século XIX como uma ferramenta de coleta, compilação, avaliação e divulgação de dados para as autoridades de saúde e o público em geral a fim de permitir a detecção precoce de doentes com objetivando o seu isolamento. No entanto este termo foi utilizado pela primeira vez apenas em 1955. na de- nominação do Programa Nacional de Vigilância da Poliomielite. criado pelo coe americano para coletar. conso- lidar e disseminar informação epide- miológ ica sobre essa doença. Foi apenas a partir da 21 a Assembleia da Organização Mundial de Saúde, em 1968. que a expressão Vigilância 38 Epidemiológica passou a ser internacio- nalmente usado. tendo sido conceitua- do como o "estudo epidemiológico de uma enfermidade considerada como um processo dinâmico que abrange a ecologia dos agentes infecciosos. o hospedeiro. os reservatórios e vetores. assim como os complexos mecanis- mos que intervêm na propagação da infecção e a extensão com que essa disseminação ocorre". No Brasil. o primeiro órgão a uti lizar os conceitos e as práticas modernas da vigilância foi o Centro de Investi- gações Epidemiológicas vinculado à Fundação de Serviços de Saúde Pú- blica. tendo estabelecido assim o pri- meiro sistema nacional de notificação de doenças. Em 1989 a Lei N° 8.080. que é cha- mada Lei Orgânica da Saúde. incluiu como uma das atribuições do Sistema Único de Saúde as ações de vigilância sanitária; vigilância epidemiológica e de saúde do t rabalhador. O conceito de Vigi lância em Saúde que passou a ser ut ilizado. representa uma abordagem mais ampla. tal como foi efetivamente construído o SUS. passou a incluir a vi - gilância das doenças transmissíveis. a vigilância das doenças e agravos não transmissíveis e seus fatores de risco. a v igi lância ambiental em saúde e a v i- gi lância da situação de saúde. Assim foram determinados aspectos fundamentais de um programa de vi- gilância em saúde: DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA • Caráter permanente. contínuo e sistemático (diferente dos es- tudos e levantamentos. feitos ocasionalmente). • Foco dirigido para determinados resultados específicos (estabele- cendo objetivos e metas a serem atingidos). • Uti lização de dados diretamente relacionados com práticas de saú- de pública (principalmente as infor- mações relacionadas a morbidade e mortalidade para que se possa en- tender a situação de determinadas doenças e seus fatores de risco). • Sentido utilitário, pragmático da atividade (no final das contas visa estabelecer o controle de doenças e não apenas ampliar o conheci- mento sobre as mesmas). A vigilância epidemiológica tem, portanto, como propósito forne- cer orientação técnica permanente para os profissionais de saúde, que têm a responsabilidade de decidir so- bre a execução de ações de controle de doenças e agravos, tornando dis- poníveis, para esse fim, informações atualizadas sobre a ocorrência dessas doenças e ag ravos. bem como dos fa- tores que a condicionam. numa área geográfica ou população definida. Notificação compulsória é um regis- tro que obriga e universaliza as no- tificações, visando o rápido controle 39 de eventos que requerem pronta in- tervenção. Para a construir o Sistema de Doenças de Notificação Compulsó- ria (SDNC), criou-se uma Lista de Do- enças de Notificação Compulsória (LDNC) , cujas doenças são seleciona- das através de determinadoscritérios como: magnitude, potencial de disse- minação. transcendência, vulnerabili- dade. d isponibi lidade de medidas de controle, compromisso internacional com programas de erradicação etc. Devido as alterações no perfi l epide- miológico, a implementação de outras técnicas para o monitoramento de doenças, o conhecimento de novas doenças ou a reemergência de ou- t ras, tem a necessidade de constan- tes revisões periódicas na LDNC no sentido de mantê-la atualizada. SE LIGA! Notificação compulsória tem por finalidade levar ao conhecimento das autoridades sanitárias o surgimento de enfermidades que podem prejudicar ou ameaçar a saúde da população. Como e por que são escolhidas as doenças de notificação compulsória? Os parâmetros para inclusão de do- enças e agravos na lista de notifica- ção compulsória devem obedecer a alguns critérios: • Magnitude - aplicável a doenças de elevada frequência, que afe- tam grandes contingentes popu - lacionais e se traduzem por altas DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA taxas de incidência, prevalência. mortalidade e anos potenciais de vida perdidos. • Potencial de disseminação - re- presentado pelo elevado poder de transmissão da doença, atra- vés de vetores ou outras fontes de infecção. colocando sob risco a saúde coletiva. • Transcendência - expressa-se por outras características que con- ferem relevância especial à doença ou agravo. destacando-se: taxas de letalidade, de hospitalização e de sequelas; relevância social (avaliada. subjetivamente. pelo valor imputado pela sociedade à ocorrência da doença, e que se manifesta pela sensação de medo. de repulsa ou de indignação); e re- levância econômica. • Vulnerabilidade - medida pela disponibilidade concreta de inst ru- mentos específicos de prevenção e controle da doença. propiciando a atuação efetiva dos serviços de saú- de sobre indivíduos e coletiv idades. • Compromissos internacionais - Metas continentais ou mundiais de controle. de eliminação ou de erradicação de doenças. previs- tas em acordos firmados pelo go- verno brasileiro com organismos internacionais. • Emergências de saúde pública, epidemias e surtos-são situações 40 que impõe notificação imediata de todos os eventos de saúde que im- pliquem risco de disseminação de doenças, com o objetivo de delimi- tar a área de ocorrência, elucidar o diagnóstico e deflagrar medidas de controle aplicáveis. .. ,:? .~ ~ ~ ~ ' ·C: NCEITO! Notificação compulsória comunicação obrigatória à autoridade de saúde, realizada pelos médicos, profis- sionais de saúde ou responsáveis pelos estabelecimentos de saúde, públicos ou privados. sobre a ocorrência de suspei- ta ou confirmação de doença, agravo ou evento de saúde pública, descritos no anexo, podendo ser imediata ou semanal. Quais são os marcos legais sobre a notificação compulsória de doenças? A Lei no 6.259, de 30 de outubro de 1975, que dispõe sobre a organiza- ção das ações de V igilância Epide- miológica. sobre o Programa Nacional de Imunizações. estabelece normas re lat ivas à notificação compulsória de doenças. Sobre essa lei vale citar al- guns artigos importantes: Art 7°: São de notificação compul- sória às autoridades san itárias os casos suspeitos ou confirmados: 1- de doenças que podem implicar medidas de isolamento ou qua- rentena, de acordo com o Regu- lamento Sanitário Internacional. 11 - de doenças constantes de re lação elaborada pelo Ministé- rio da Saúde. para cada Unidade DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA da Federação. a ser atualizada periodicamente. SE LIGA! O que isso quer dizer? Os agravos de notificação compulsória ou são doenças que podem necessitar de medidas sanitárias de isolamento ou quarentena OU são condições de inte- resse em saúde pública. Art 8°: É dever de todo cidadão comunicar à autoridade sanitária local a ocorrência de fato. compro- vado ou presumível. de caso de doença transmissível. sendo obri- gatória a médicos e outros pro- fissionais de saúde no exercício da profissão. bem como aos res- , . . - ponsave1s por organ1zaçoes e esta- belecimentos públicos e particula- res de saúde e ensino a notificação de casos suspeitos ou confirmados das doenças relacionadas em con- formidade com o artigo 7°. LIGA! O que isso quer dizer? Qual- quer pessoa tem o dever de notificar. não só os profissionais de saúde! A co- municação de doença. agravo ou evento de saúde pública de notificação compul- sória pode ser realizada à autoridade de saúde por qualquer cidadão que deles tenha conhecimento. Art 10°: A notificação compulsória de casos de doenças tem caráter sigiloso. obrigando nesse sentido as autoridades sanitárias que a te- nham recebido. 41 Parágrafo único. A identificação do paciente de doenças referidas neste artigo. fora do âmbito médi- co sanitário. somente poderá efeti- var-se. em caráter excepcional. em caso de grande risco à comunida - de a juízo da autoridade sanitária e com conhecimento prévio do pa- ciente ou do seu responsável. SE LIGA! O que isso quer dizer? O pa- ciente terá sua identidade mantida sob sigilo a não ser que haja grande risco à saúde pública caso isso não seja feito. Como por exemplo para identificar e iso- lar um caso-fonte, afim de evitar a dis- seminação de uma doença contagiosa. Art 11°: Recebida a notificação. a autoridade sanitária é obrigada a proceder à investigação epide- miológica pertinente para elucida - ção do diagnóstico e averiguação da disseminação da doença na po- pulação sob o risco. Parágrafo único. A autoridade po- derá exigir e executar investigações. inquéritos e levantamentos epide- miológicos junto a indivíduos e a grupos populacionais determinados. sempre que julgar oportuno visando à proteção da saúde pública. SE LIGA! O que isso quer dizer? Quan- do a autoridade sanitária recebe a notifi- cação fará uma investigação do caso (se oportuno). DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA LIGA! É importante ressaltar que a não notificação é passível de punição e está prevista no Código Penal (lei 2848/1940): Art. 269 - Deixar o médico de denun- ciar à autoridade pública doença cuja notificação é compulsória: Pena - detenção. de seis meses a dois anos. e multa. 2. LISTA NACIONAL DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE DOENÇAS, AGRAVOS E EVENTOS DE SAÚDE PÚBLICA Definida pela Portaria No - 204, De 17 de Fevereiro de 2016. ela traz quais são as condições de saúde que devem ser notificadas. • Agravo: qualquer dano à integri- dade física ou mental do indivíduo. provocado por circunstâncias no- civas. ta is como acidentes. intoxi- cações por substâncias químicas. abuso de drogas ou lesões decor- rentes de v iolências interpessoais. como agressões e maus tratos. e lesão autoprovocada. • Doença: enfermidade ou estado clínico. independente de origem ou fonte. que represente ou possa representar um dano significativo para os seres humanos. • Epizootia: doença ou morte de ani- mal ou de grupo de animais que pos- sa apresentar riscos à saúde pública; 42 • Evento de saúde pública (ESP): situação que pode constituir poten- cial ameaça à saúde pública. como a ocorrência de surto ou epidemia. doença ou agravo de causa desco- nhecida. alteração no padrão clíni - coepidemiológico das doenças co- nhecidas. considerando o potencial de disseminação. a magnitude. a gravidade, a severidade. a t rans- cendência e a vulnerabilidade. bem como epizootias ou agravos decor- rentes de desastres ou acidentes; Existem tipos de notificação compulsória: • Notificação compulsória ime- diata (NCI): realizada em até 24 horas. a partir do conhecimento da ocorrência de doença, agravo ou evento de saúde pública. pelo meio de comunicação mais rápido disponível. • Notificação compulsória sema- nal (NCS): real izada em até 7 dias. a partir do conhecimento da ocorrência de doença ou agravo. • Notificação compulsória negati- va: comunicação semanal realiza- da pelo responsável pelo estabe-lecimento de saúde à autoridade de saúde. informando que na semana epidemiológica não foi identificado nenhuma doença, agravo ou evento de saúde pública constante da Lista de Notificação Compulsória. DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 43 No que se refere às autoridades de saúde, o Ministério da Saúde e as Se- cretarias de Saúde dos Estados, Dis- trito Federal e Municípios, responsá- veis pela vig ilância em saúde em cada das doenças ou agravos constantes no anexo. Em outras palavras: se for feita uma notificação imediata, to- das as demais esferas de gestão do SUS devem ficar sabendo! , esfera de gestão do Sistema Unico As tabelas a seguir contém todas as doenças e agravos que são de notifi - cação compulsória no território nacio- nal. É importa nte que o médico tenha em mente e se lembre de conferir se o seu paciente se enquadra numa situ - ação de notificação compulsória. de Saúde (SUS) , se receberem algu- ma notificação compulsória imediata, esta autoridade deverá informa- la, em até 24 horas desse recebimento, às demais esferas de gestão do SUS, o conhecimento de qualquer uma LISTA DE DOENÇAS OU AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA SEMANAL (EM ATÉ 07 DIAS) Acidente de trabalho com exposição a material biológico (08S se óbito, torna-se de notificação imediata!) Dengue - Casos suspeitos ou confirmados Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) Doença aguda pelo vírus Zika (08S: se em gestantes ou óbito, torna-se notificação imediata!) Esquistossomose Febre de Chikungunya (08S: se caso fora de área endêmica ou óbito, torna-se notificação imediata!) Hanseníase Hepatites virais HIV/AIDS Infecção pelo HIV em gestante, parturiente ou puérpera e Criança exposta ao risco de transmissão vertical do HIV Intoxicação Exógena (por substâncias químicas, incluindo agrotóxicos, gases tóxicos e metais pesados) Leishmaniose Tegumentar Americana Leishmaniose Visceral Malária na região amazônica (08S: se fora da região amazônica, torna-se notificação imediata!) Óbito: a.lnfantil b. Materno Sífilis: Adquirida b. Congênita c. Em gestante Toxoplasmose gestacional e congênita Tuberculose Violência doméstica e/ou outras violências (08S: se violência sexual ou tentativa de suicídio, torna-se notifi- cação imediata!) DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 44 LISTA DE DOENÇAS OU AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA IMEDIATA (EM ATÊ 24H) MINISTÉRIO SES SMS DA SAÚDE Acidente de trabalho: grave, fatal e em crianças e adolescentes X Acidente por animal peçonhento X Acidente por animal potencialmente transmissor da raiva X Botulismo X X X Cólera X X X Coqueluche X X Dengue (óbitos) X X X Difteria X X Doença de Chagas Aguda X X Doença lnvasiva por Haemophilus influenzae X X Doença Meningocócica e outras meningites X X Doenças com suspeita de disseminação intencional: Antraz pneumônico X X X Tularemia Varíola Doenças febris hemorrágicas emergentes/reemergentes: Arenavírus E bola X X X Marburg L assa Febre purpúrica brasileira Doença aguda pelo vírus Zika em gestante X X Óbito com suspeita de doença pelo vírus Zika X X X Evento de Saúde Pública (ESP) que se constitua ameaça à saúde pública X X X Eventos adversos graves ou óbitos pós-vacinação X X X Febre Amarela X X X Febre de Chikungunya em áreas sem transmissão ou óbito X X X Febre do Nilo Ocidental e outras arboviroses de importância em saúde pública X X X Febre Maculosa e outras Riquetisioses X X X Febre Tifo ide X X Hantavirose X X X lnfluenza humana produzida por novo subtipo viral X X X Malária na região extra Amazônica X X X Poliomielite por poliovirus selvagem X X X Peste X X X Raiva humana X X X Síndrome da Rubéola Congênita X X X Sarampo e Rubéola X X X Sfndrome da Paralisia Flácida Aguda X X X Sfndrome Respiratória Aguda Grave associada a Coronavírus SARS-CoV X X X MERS- CoV Varicela - caso grave internado ou óbito X X DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA LIGA! Como dica para entender essa extensa lista. sempre que se deparar com alguma doença contagiosa rara. nova no território em que se encontra, que seja grave e não t enha tratamen- to. que seja imunoprevenível (vacina), que tenha grande importância pra saú- de pública. ou que já não deveria mais existir. lembre-se de conferir se não é uma doença ou agravo de notificação compulsória. Falemos um pouco da dengue como um exemplo concreto da importância da notificação: A dengue é uma doença febril agu- da. de etiologia viral e que se mani- festa de maneira bastante variável. vai desde uma forma assintomática ou oligossintomática com sintomas semelhantes a um resfriado comum até quadros graves e hemorrágicos, podendo levar ao óbito. Figura 1. Exantema típico de um caso de dengue. Fon- te: retirado de http://www.jornaldanoticia.com.br/2018/ noticia.php?codigo=12039 em 30/05/2020 45 O agente etiológico é constituído por quatro sorotipos: DENV-1, DENV-2, DENV-3, DENV-4. A transmissão ocorre pela picada da fêmea de mos- quitos Aedes aegypti infectados. os quais possuem hábito domiciliar e es- tão adaptados a se reproduzirem nos ambientes domésticos e no entorno. uti lizando-se de recipientes que ar- mazenam água potável e aqueles que acumulam água de chuvas, co- mumente encontrados nos lixos das cidades. Figura 2. Vetor de transmissão do vírus da dengue. Fonte: retirado de https://infonet.com.br/noticias/saude/ um-caso-de-dengue-hemorragica-e-notificado-em-la- garto/ em 30/05/2020 A pri meira epidemia. documentada clínica e laboratorialmente no Brasil, ocorreu em 1981- 1982. em Boa Vis- ta-RR, causada pelos sorotipos 1 e 4. Em 1986. ocorreram epidemias. atin- gindo o Rio de Janeiro e algumas capi - tais da região Nordeste. Desde então, a dengue vem ocorrendo no Brasil de forma continuada, intercalando- -se com a ocorrência de epidemias. DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA geralmente associadas com a intro- dução de novos sorotipos em áreas anteriormente indenes ou alteração do sorotipo predominante. Durante a década de 90. ocorreu um aumen- to sign ificativo da incidência. ref lexo da ampla dispersão do A. aegypti no território nacional. A presença do vetor associada à mobilidade da "' o "O "' u t;: ·~ c "' o "' e 350.000-1 300.000 250.000 200.000 150.0001 100.000 50.000 01 04 46 população levou à disseminação dos sorotipos 1 e 2. para 20 dos 27 esta- dos do país. Entre os anos de 1990 e 2000, vá rias epidemias foram reg is- tradas, sobretudo nos grandes cen- tros urbanos das regiões Sudeste e Nordeste. responsáveis pela maior parte dos casos notificados. 07 18.000 16.000 14.000 12.000 "' Ql •O 10.000 i( .~ ~ 1 8.000 I 6.000 4.000 2.000 - Casos notificados - Hospitalizações Figura 3. Casos notificados e internações por dengue por mês. Brasil. 2000 a 2008. Fonte: Ministério da Saúde: Se- cretaria de Vigilância em Saúde: Guia de vig ilância epidemiológica; 2009. ANO 1 REGIÃO 2 REGIÃO 3 REGIÃO 4 REGIÃO SREGIÃO O IGNORADO/ NOTIFICAÇÃO TOTAL NORTE NORDESTE NORDESTE SUL CENTRO-OESTE EXTERIOR Total 141.031 829.263 2.281.815 149.094 647.075 14 4.048.292 2013 135 158 360 66 391 - 1.110 2014 48.302 90.489 312.181 23.062 117.094 - 591.128 2015 32.347 328.951 1.051.700 52.110 232.693 - 1.697.801 2016 38.621 326.071 864.899 71.325 217.928 14 1.518.858 2017 21.626 8 3.594 52.675 2.531 78.969 - 239.395 Tabela 3. Casos prováveis de dengue notificados ent re os anos de 2013 e 2017 por região do país. Fonte: informações ext raí- das do DAT ASU S-SI NA N (http://tabnet.datasu s.gov. br/cg i/tabcgi .ex e ?si n ann et/cnv/deng uebbr.def) DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 47 Atualmente. a dengue constitui-se como um dos principais problemas de saúde pública, principalmente em países cujas características ambien- tais. sociais e climáticas favorecem a sua disseminação. A notificação in- dividual dos casos. o conhecimento do padrãode transmissão na área e o acompanhamento da curva epidê- mica são atividades essenciais para se evitar um possível agravamento da situação epidemiológica da den- gue nos municípios do país. Como sabemos todo agravo e doenças de notificação compulsória têm uma fi- cha de notificação e/ou investigação que deve ser preenchida no nível lo- cal. e seu conteúdo é posteriormente inserido no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). nas Secretarias de Saúde e consol idado no nível federa l. SINAN República Fect...tlva do er .. u ... ?\De i .. DftiMÇAO De AGRAVO. De NOT•tcAQAG Mlnls* lo da S aúde N• , a. ·• DENGUE E FEBRE DE CHIKUNGWf:ÇJ~'A"'---::---:-:---:------.. Caso suspeito de dengue: pessoa que viva ou tenha viajado nos últimos 14 d1as para área onde esteja ocorrendo transmissao de dengue ou tenha presença de Ae.aegypti que apresente febre, uwalmente entre 2 e 7 dias, e apresente duas ou mais das seguintes manifestações: náuseas, vômitos, exantema, mialg1as, cefaléia, dor retroorbttal, petéqUiaS ou prova do laço positiva e leucopenia. Caso suspeito de Chikungunya: febre de inicio súbito e artralgia ou artrite intensa com início agudo, nao explicado por outras cond1çOes, que resida ou tenha viajado para áreas endêmicas ou epidêm1cas até 14 d1as antes do mioo dos smtomas, ou que tenha vinculo epidemiológico com um caso 1m portado confirmado. I 1 I TIPO de NoiJ1lcaçao f-' 2 • lndlwU!I J j [!) Agralddoença 1- DENGUE 2- CHIKUNGUNYA 0 (CID10 fil Da1a da ~oc:acao i ~~-=~------------------~A~~~A~9~2 c: I I I I I I I J i l::J tJ Munoc:Jplo de NOC.façlo I CódlQO (IBGE) . I I I I I f:l Untc:lade de Saüde (ou outrll fonte nollficadora) 1 CódlgoffiData dos Primeiros Sintomas t:~------------------~._.1 _.1 _.1~1~1~1~~- 1 I I I I I I ~ane do Paclen18 J fil Data de Naad"*lto J c .C I I I I I I I . J J Figura 4. Exemplo de ficha de notificação de Dengue e Chikungunya. Fonte: retirado de https://portalsinan.saude.gov. br/imagesldocumentos!Agravos/Dengue/Ficha_DENGCHIK..FINAL.pdf em 29/05/2020 DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 48 Dados clínicos e laborat oriais ) J r== ~Sinais cllnlcoa 1-51m 2- Nao , O Feóre 0Cefaleoa O VOmito O 0.:. nas costas O Artrite O Petéquoas 0 Prova do laço ~ O Mlalg;a O Exantema O Náuseas 0 ConjuntlVIte O Artratgla Intensa O L.euco9enta OPOSlbva 0.:. retroorbílal .., ~ ~ J34J Doenças Pf'6•xlatent .. 1-51m 2- Nlo .! O Diabetes O Hepatopatias O Hiperter>sao artenal O Doenças a uto-imunes != O Doencas hematolóoicas 0Doenca rena l crOruca O Doença âcldo-pépbca Sorologla {lgM) Chikungunya Exame PRNT ~Resultado @!] Data da Coleta da 1• """*"' ~ Data da Coleta da 2" Amostra ~Data da Coleta S10 S2 o PRNTO (S1) (S2) 1 11 1 111 1 1 1 1 111 I r I I I I I 1 • Rtoegenle 2 - ~Reagenle 3 - tnconciU..,\0 • • Nao R ealizado 1 Sorologia (lgM) Dengue !•oi Resultado Exame NS1 ~ Resultado O @!] Data da Coleta o l•1l Data da Coleta l I I I I 1- f>oeltillo 2- Negadllo I r I J' I I 1· Pa.ltillo 2- NegMM> J .!! I I I 3- lncone!Usl\0 4 • Nao realizado I 3- tnconc!Usl\0 • • Nao reot~lzado ~ J43J isolamento o f45J RT-PCR ~ Resultado O .a 11" 1 Resultado .. c Da ta da ~oleta 1 • Pos~i110 2 • Negativo 3 Dai da Coreta 1 • Poaltivo 2 • N egMIIIO 3J I "j I I I I • 4 - NÃoR _l I I I I • lnconclusl\0 4 - N ao Realizado ~Sototlpo 2- 0ENIIÇJ J ~ Hlstopatologia O ~unohistoqulmia{ • OEN\11 1- Comp•J~.W 2-lnoornpallvet 1 \0 2· Neg•t\10 ~ 3- OEN\13 4 • OEN\14 3- lnoonclusillo 4 • Nao rea~zado :\... lnr.nnt"JJIANn • - NAn , ...... ll'A111\ ~ {7 Oco,.,..u HoapiUIU-çAo? ~~Data da lntornaçAo ~ UF ll!!l MunJclplo do Hoeplt.l COCIIgo (IBGE) I I ,; 1- Sim 2 • N 80 8 · lgnor- 0 J I i I ·1 I I I .J I Ji I I I I I ;== Local Provavel de lnfo<:çao (no pertodo do 15 dias) IC6dl- l I I [!J (DDD) Te,.fon• J I I I I I I I I I I ~ O c aso 6 eutócton. do rnunlc:Jplo de resJd•ncla? o Jl!!l UF l{iã] Pala J , -s.m 2--Nao s..tnc~«erminac:to l I J -! f=:=J Muntc fDio ' Código (IBGE) Jtleoi Diatrito J 1•11Balrro J I I I I .!! ~ Ciaaamc.c::ao ~Crlt6rlo- ~ Apre_..ntaç.Ao c:Uniea i o ConfinnaçAoiO..carte o '-' ... ~ t(). o.ngu. 1 t - o.ngue com &naia de A..ktz • • oe 1 - Lal:loc;;ot'MOI10 2 - Cll~ o 1 - ,11\guda 12-~o.- 1 S. Chikuf"'..ft)le Ei W1 •g ~ 3-Em~tg 2 · CrOnlca ~ Evoluçao do C.ao 0 } JM (Da.ta do Ót>Oto !•TI Dat.e do Encen"aJ"nento 1 ..cura 2 - 00..0 pelo~ ~ Obtto pcw- oulrae causas I I I I I 1 I r I I I I I ~to .-n ~l:ig.eÇrlo •9101Wh I Preencher oa sina la clínicos oara Dengue com Sinais de Alanne e Oe'!Jlue Grave I _~ Dengue con> aln•ls de •••,.,• g llômotos pe<'Sistentes 0 Aumento progr-"'0 I!!] 0 dO hematócnt o • Date de: fnfc:-lo dos .:!! 1-5lrn 2 ... NAo Doi" abdofninal D Hepatomegaha >• 2CtT &Inala ele alarme: ~ O Hopotens&o PQ<Sturel olou hpotlmla R intensa e continua O I Letatg•a ou irrtta bihd ade AcUmulo de Uquldoa ooueda abrupta do plaquetas Sangrarne nto de mucosa/outras hemor~ia· _L _l _L _l _L _L _L < !701 Dengue g,..ve ~ 1 -Sim 2- NAo Sang.ratnento greve: .. O M otrorragJa volumosa = Extravasamento grave de pa..srne: OHematêma.e ... -! 5 O Pulso d6bll ou lndetoctllovcl B Taqulcardia Q Metena O Sang.ramento dO SNC 11 D P A convergente c- 20 mmHg Extramídades. f rias Compromantlmanto grava da órgAo•: ., B Tempo da enchimento capilar O H ipotensao aneri.aJ em fase 0 AST /AL T > 1.000 0 Miocardito Q Aitorac;ao da .3 Acúmulo do llqu~dos com tard•a consciência 11 Doutros Org.Qo•. eapeclficart J ~ lnsuflcléncle res~ratOf"la li!!] Dele de lnlelo doa I 11 "11 alnala do gravldado: .. I I I I I I I Figura 4. Exemplo de ficha de notificação de Dengue e Chikungunya. Fonte: retirado de https://portalsinan.saude.gov. br/images/documentos/Agravos/Dengue/Ficha_DENGCHIK_FINAL.pdf em 29/05/2020 Uma vez notificado um caso sus- peito ou confirmado de dengue, dá-se início a uma cadeia de ações, que para muitos pode passar des- percebida, mas é de fundamental import ância no combate à esta do- ença. A integração das atividades de vigilância epidemiológica e controle vetorial são de fundamental impor- tância para o sucesso do cont role da doença. Ações de esclarecimento à população, por intermédio de meios de comunicação de massa (rádio e televisão). visitas domiciliares pelos agentes de endemias/saúde e pa - lestras nas comunidades. devem ser DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA organizadas. Conhecimento sobre o ciclo de transmissão. gravidade da doença e situação de risco devem ser veiculadas. assim como medidas de proteção individual, como uso de re- pelentes e de telas nas portas e jane- las. A depender da situação entorno- lógica (se a área de notificação está infestada pelo mosquito ou não) e de circulação prévia do vírus da dengue em cada área . fazem-se necessárias condutas de vigilância e controle di- ferenciadas. que exigem roteiros e cond utas de investigação específicas. Todas essas ações só são possíveis e eficazes, se baseadas nos dados epidemiológicos que são prove- nientes das fichas de notificação que infelizmente tantos profissio- nais de saúde negligenciam e veem apenas como uma burocracia. Outro exemplo de importância da notificação que pode salvar vidas. A Lei No 10.778, de 24 de Novembro de 2003 estabeleceu a a notificação compulsória. no território nacional. do caso de violência contra a mulher que for atendida em serviços de saúde públicos ou privados. Enten- dendo violência contra a mulher como violência física. sexual e psicológica e 49 que tenha ocorrido dentro da família ou unidade doméstica ou em qualquer outra relação interpessoal. em que o agressor conviva ou haja convivido no mesmo domicílio que a mulher e compreendendo. entre outros. estu - pro, violação. maus-tratos e abuso se- xual. Ou que ocorrido na comunidade e seja perpetrada por qualquer pes- soa e que compreende. entre outros. v iolação, abuso sexual. tortura. maus- -tratos de pessoas. tráfico de mulhe- res. prostituição forçada. sequestro e assédio sexua l no lugar de trabalho.bem como em instituições educacio- nais. estabelecimentos de saúde ou qualquer outro lugar. A notificação compulsória dos casos de violência contra a mulher tem caráter sigiloso. obrigando nesse sentido as autorida- des sanitárias que a tenham recebido. A identificação da vítima de violência referida nesta Lei, fora do âmbito dos serviços de saúde, somente poderá ser feita, em caráter excepcional, em caso de ri sco à comunidade ou à ví- t ima. a juízo da autoridade sanitária e com conhecimento prévio da vítima ou do seu responsável. DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 50 • DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 51 Ministério da saúde; PORTARIA NO- 204, DE 17 DE FEVEREIRO DE 2016; disponível em https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/20 16/prt0204_17 _02_20 16.html LEI N° 6.43 7, DE 20 DE AGOSTO DE 1977; disponível em https://www.camara.leg.br/ proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=333492 LEI N° 10.778, DE 24 DE NOVEMBRO DE 2003; disponível em http://www.planalto.gov.br/ ccivii_03/LEIS/2003/L10.778.htm A Trajetória Histórica e Conceitual da Vigilância em Saúde; disponível em http://www.rio- comsa ude. rj .gov.br/Pu bl ico/Mostrar A rquivo.aspx?C=cHwr5dw AJ PA o/o 3D Ministério da Saúde; Secretaria de Vigilância em Saúde; Guia de vigilância epidemiológica; 2009. Ministério da Saúde, Secretaria de Vig ilância em Saúde, Coordenação-Geral de Desenvol- vimento da Epidemiologia em Serviços; Guia de Vigilância em Saúde: volume único; 38 . Ed 2019 EVOLUÇÃO HOSPITALAR EVOLUÇÃO HOSPITALAR 1. INTRODUÇÃO Por definição. documentos médicos são informações obrigatoriamente emit idas por profissionais habilita- dos. responsáveis pelos atos médicos 54 específicos de acordo com a legisla - ção vigente. Podem ser divididos em documentos médicos simples. do- cumentos médicos legal e docu- mentos médicos judiciais. FLUXOGRAMA- CLASSIFICAÇÃO DOCUMENTOS MÉDICOS Receita médica Prontuário médico Laudo Atestado Notificação compulsória Relatório médico Laudo Parecer Ofícios EVOLUÇÃO HOSPITALAR Entre os documentos médicos sim- ples. o prontuário médico é um dos mais utilizados e importantes. sendo definido pelo Conselho Federal de Medicina como sendo "o documen- to único constituído de um conjunto de informações. sinais e imagens re- gistradas. geradas a partir de fatos, acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente e a assistência a ele prestada. de caráter legal, sig ilo- so e científico. que possibilita a co- mun icação entre membros da equi- pe multiprofissional e a continuidade da assistência prestada ao indivíduo" (Resolução no 1.638/2002) e con- siderado de elaboração obrigatória pelo Código de Ética Médica. O sigilo das informações do prontuário é um dever do médico. definido pelo Có- digo de Ética Médica. Código Penal, Código Civil e Resoluções do Conse- lho Federal de Medicina. Por ser constituído do registro de to- das as atividades executadas pela equipe de saúde ao paciente, durante 55 o período de internamento do mes- mo, o prontuário torna-se, então, ne- cessário para elucidação de ques- tões jurídicas. éticas e de evolução do paciente. Por todos esses motivos, o prontuário é um elemento valioso e útil para di- versos segmentos, como o paciente, a instituição. o médico, bem como para o ensino, a pesquisa e os servi- ços de saúde pública, servindo tam - bém como instrumento de defesa legal. A partir da publicação da a Resolução CFM 1.821/07, ficou estabelecido que os prontuários médicos devem ser ar- mazenados pelo período mínimo de 20 anos. Tem como objetivos facilitar a assistência ao paciente. promover meios de comunicação entre os pro- fissionais de saúde. assegurar a con- tinuidade do atendimento e oferecer suporte para a área administrativa do hospital. nos aspectos financeiros e legais. EVOLUÇÃO HOSPITALAR 56 FLUXOGRAMA- FUN ÕES DO PRONTUÁRIO MÉDICO Assistência PRONTUÁRIO MÉDICO Epidemiológicos: internos e externos Apoio diagnóstico http://www.medicina.ufba.br/educacao_medica/atualizacao/exLpediatria/prontuario.pdf "~Y.~ ~ ~ 7 oNCEITO! Segundo a Resolução 1331/89, o prontuário do paciente é o conjunto de documentos padronizados e ordenados, destinados ao reg istro dos cuidados profissionais, prestados ao pa- ciente pelos serviços de saúde públicos ou privados. Com relação ao seu papel legal. o prontuário médico é um documen- to de valor probatório e serve tanto como defesa ética profissional quan- to prova administrativa e financeira. como nos casos de auditoria realiza - da pela instituição médica. O prontuário bem organizado é im- portante para facilitar o entendimento da história clín ica e da evolução dos pacientes. auxil iar no fornecimento de atestado ou relatório. além de pos- sibilita r pesquisas científicas Há diversas formas de organiza r o conteúdo do prontuário. de acordo com as características de atendimen- to de cada hospital e com a cultura médica local. Dessa forma. sua com- posição em geral é compreendida por: EVOLUÇÃO HOSPITALAR 57 FLUXOGRAMA- COMPONENTES BÁSICOS DO PRONTUÁRIO https://www.medicinanet.eom.br/conteudos/revisoes/5795/prontuario_de_pacientes_ finalidad es_preenchimento_e_questoes_eticas_e_legais.htm Destes itens abordados. dois são co- muns a todas as atividades assisten- ciais e devem estar no início da pasta: os dados de identificação e lista de problemas. A identificação é formada por informações cadastrais necessá- rias para comunicação da equipe com o paciente. familiares ou responsá- veis bem como para a elaboração de trabalhos científicos e levantamentos epidemiológicos. LIGA! Em geral, esses dados pes- soais são colhidos pelo pessoal admi- nistrativo da Instituição. cabendo aos profissionais da equipe de saúde alertar no caso de verificação de erros ou incor- reções nessas informações. Por conseguinte. a lista de problemas é uma síntese dos problemas atuais e ativos ou passados do paciente e des- tina -se a fornecer uma visão geral da situação clínica do paciente e permitir EVOLUÇÃO HOSPITALAR a integração da equipe multidiscipli- nar. Deve ser elaborada em ordem nu - mérica crescente e com o menor grau de abstração possível. Podem ser in- cluídos na lista: sinais ou sintomas, 58 diagnósticos, perturbações fisio- lógicas, emocionais, síndromes, achados morfológicos e sinais ou anormalidades laboratoriais. De acordo com o Artigo 87. do Código de Ética Médica, é vedado ao médico: deixar de ela- borar prontuário legível para cada paciente. E o prontuário deve conter os dados cl ínicos necessários para a boa condução do caso. sendo preenchido, em cada avaliação, em ordem cronológica com data. hora, assinatura e número de registro. Deve estar sob a guarda do mé- dico ou da instituição que assiste o paciente e cabe ao médico assistente ou a seu substituto elaborar e entregar o sumário de alta ao paciente ou. na sua impossibilidade. ao seu repre- sentante legal. Modelo SOAP O SOAP é um acrônimo utilizado em prontuário orientado por problemas e evidências para registro da evolução dos problemas das pessoas aten- didas na prática médica diária . Esse método foi criado por Dr. Lawrence Weed, na década de 60, é constituído por quatro letras que refere-se ao um tipo de informação: Subjetivo, Obje- tivo, Avaliação e Plano. Tem como função a objetividade. pra- t icidade, organização e maior facilida- de ao acesso das informações para tomada de decisões e dos planos diagnósticos e terapêuticos durante o acompanhamento do paciente. FLUXOGRAMA- MÉTODO SOAP O- ObJetivo A Aval1ação P - Plano Achados do exame físico e dos exames complementares Conclusões sobre a situação do paciente. pensamentos relativos ao diagnóstico e a resposta ao tratamento Cuidados ou condutas que serão tomados em relação ao problema ou necessidade avaliada https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/2/unidades_conteudos/
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