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o 
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cias do setor. 
Bons estudos! 
Equipe SanarBooks. 
f sanar books 
f sanarflix 
-
SUMÁRIO 
, 
01. ATESTADO MEDICO •••..•.••••.•....•...................••••.•••••••••..•••....•............•••••••••. 5 
- , 
02. DECLARAÇAO DE OBITO •.•.•.........•••.......••.••••••••••...•••••••••............•.•••••.. 16 
03. DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA .............................. 36 
-04. EVOLUÇAO HOSPITALAR ......•...•.•.•••••••••...••••......................•••...••••••••••• 52 
05. PRESCRIÇÃO MÉDICA HOSPITALAR ............................................... 77 
ATESTADO MÉDICO 
ATESTADO MÉDICO 
1. INTRODUÇÃO 
Atestado ou certificado é um instru-
mento que tem a finalidade de fir-
mar a veracidade de certo fato ou a 
existência de determinado estado, 
ocorrência ou obrigação. 
O atestado ou certificado médico, por 
sua vez. é um relato escrito - físi-
co ou eletrônico- de uma dedu-
ção médica e seus complementos. 
É uma declaração pura e simples, 
por escrito, de um fato médico e 
suas consequências. Tem a finalida -
de de sintetizar. de forma objetiva, o 
que resultou do exame feito em um 
paciente, sugerindo um estado de 
sanidade ou um estado de doença, 
anterior ou atual, para fins de licen-
ça, dispensa ou justificativa de fal-
tas ao serviço, entre outros. 
A utilidade e a segurança do atesta-
do estão necessariamente vinculadas 
à certeza de sua veracidade. Sua 
natureza instituciona l e seu conteú-
do de fé pública é pressuposto de 
verdade e exatidão do documento 
emitido. 
Legalmente todo e qualquer médico 
possui a chamada fé-pública. O ho-
mem. por exigência prática e jurídica, 
diante da multiplicidade das relações 
sociais. elevou à categoria de impera-
tivo de convivência a necessidade da 
crença na legitimidade e autentici-
dade dos documentos. Daí a aceita-
ção geral de que os documentos, até 
7 
prova em contrário, são autênticos. 
A isso. dá-se o nome de fé pública. 
Objetivamente, indica a autentici-
dade documental; subjetivamente, 
aponta a confiança a priori que os 
cidadãos depositam na legitimida-
de dos sinais, documentos, objetos. 
etc.. aos quais o Estado, por intermé-
dio da leg islação pública ou privada. 
at ribui valor probatório". 
\
-&-.. ~ ~ 
~ ~ 
~ .CONCEITO! A fé pública representa 
uma presunção legal de autenticida-
de dos atos praticados pelos médicos. 
Em âmbito médico. possui duas moda-
lidades: a primeira - objetiva - repre-
senta a própria veracidade dos docu-
mentos emitidos por um profissional 
regularmente habilitado, no exercício 
regular de sua prática profissional e. 
como segunda modalidade - subjetiva -
existe a confiança que a sociedade e o 
Estado depositam no conteúdo verí-
dico de tais documentos. 
SE LIGA! Esta fé pública dos médicos 
vale para todo o território nacional e 
mais. independem do cargo. atribu ição 
ou função exercida. mas se limita ape-
nas ao seu exercício profissional em Me-
dicina. não se estendendo a nenhuma 
outra área. Caracteristicamente esta fé 
pública é presumida portanto. admite 
contestação e até prova em contrário. 
ATESTADO MÉDICO 
2. CONSIDERAÇÕES 
SOBRE FORMA E 
CONTEÚDO 
O Conselho Federal de Medicina 
(CFM) emitiu a Resolução CFM N° 
1.658, de 13/12/2002 que trata es-
pecificamente do Atestado Médico 
nos seguintes termos: 
• Art. r O atestado méd ico é par-
te integrante do ato médico, sendo 
seu fornecimento direito inaliená-
vel do paciente. não podendo im-
portar em qualquer majoração de 
honorários. 
SE LIGA! Além do valor da consulta , 
o médico não pode cobrar um valor 
adicional para emissão do atestado 
médico. Vale lembrar que a consulta é 
condição indispensável para expedição 
deste documento. tendo em vista o ne-
cessário exame clínico do paciente. Por 
isso. o ato de expedir o atestado j á está 
incluído no valor da consulta. sendo este 
ato integrante do ato médico, consequ -
ência da própria consulta. 
• Art. 2° Ao fornecer o atestado, de-
verá o méd ico registrar em ficha 
própria e/ou prontuário médico os 
dados dos exames e tratamentos 
real izados. de maneira que possa 
atender às pesquisas de informa-
ções dos médicos peritos das em-
presas ou dos órgãos públ icos da 
Previdência Social e da Justiça. 
SE LIGA! O Atestado Médico é uma 
espécie de "Documento Bumerangue". 
uma vez que é direcionado a uma ter-
ceira pessoa que se encontra fora da 
relação médico-paciente. Sendo assim. 
eventualmente. o médico que expede o 
atestado poderá ser requisitado a pres-
tar esclarecimentos sobre a veracidade 
do documento emitido. seja pelo Con-
selho Regiona l de Medicina. pelo em-
pregador do paciente ou até mesmo por 
órgãos público da Previdência Social -
INSS- e da Justiça 
8 
• Art. 3° Na elaboração do atestado 
médico. o médico assistente obser-
vará os seguintes procedimentos: 
I - Especificar o tempo concedi -
do de dispensa à atividade, ne-
cessário para a recuperação do 
paciente; 
SE LIGA! Sugere-se escrever o período 
concedido para dispensa em numeral e 
por extenso. a fim de evitar qualquer tipo 
de adulteração. 
11 - Estabelecer o d iagnóstico, 
quando expressamente autori-
zado pelo paciente; 
111- registrar os dados de maneira 
legível; 
IV - Ident ifica r-se como em issor. 
mediante assinatura e carimbo 
ou número de registro no Conse-
lho Regional de Medicina. 
ATESTADO MÉDICO 
Parágrafo único. Quando o atesta-
do for solicitado pelo paciente ou 
seu representante legal para fins 
de perícia médica deverá observar: 
I -o diagnóstico; 
11 - os resultados dos exames 
complementares; 
111 - a conduta terapêutica; 
IV - o prognóstico; 
V- as consequências à saúde do 
paciente; 
VI -o provável tempo de repouso 
estimado necessário para a sua 
recuperação, que complemen-
tará o parecer fundamentado do 
médico perito. a quem cabe le-
galmente a decisão do benefício 
previdenciário, tais como: apo-
sentadoria, invalidez definitiva, 
readaptação; 
VIl - registrar os dados de manei-
ra legível; 
V III -identificar-se como emissor, 
mediante assinatura e carimbo 
ou número de registro no Conse-
lho Regional de Medicina. (Reda -
ção dada pela Resolução CFM no 
1851, de 18.08.2008). 
' • Art. 4° E obrigatória, aos médicos, 
a exigência de prova de identida-
de aos interessados na obtenção 
de atestados de qualquer natureza 
envolvendo assuntos de saúde ou 
doença. 
9 
§ 1 o Em caso de menor ou interdito, 
a prova de identidade deverá ser 
exigida de seu responsável lega l. 
§ 2° Os principais dados da pro-
va de identidade deverão obriga-
toriamente constar dos referidos 
atestados. a. especificar o tempo 
concedido de dispensa à atividade, 
necessário para a completa recu -
peração do paciente; 
• Art. 5° Os méd icos somente po-
dem fornecer atestados com o 
diagnóstico codificado ou não 
quando por justa causa. exercício 
de dever legal. solicitação do pró-
prio paciente ou de seu represen-
tante legal. 
Parágrafo único: No caso da soli-
citação de colocação de diagnós-
tico, codificado ou não, ser feita 
pelo próprio paciente ou seu re-
presentante legal, esta concor-
dância deverá estar expressa no 
atestado. 
• Art. 6° Somente aos médicos e aos 
odontólogos, estes no estrito âmbito 
de sua profissão, é facultada a prer-
rogativa do fornecimento de ates-
tado de afastamento do trabalho. 
§ 1 o Os médicos somente devem 
aceitar atestados para avaliação de 
afastamento de atividades quando 
emitidos por médicos habil itados e 
inscritos no Conselho Regional de 
Medicina. ou de odontólogos. nos 
termos do caput do artigo. 
ATESTADO MÉDICO 
§ 2° O médico poderá valer-se, 
se julgarnecessário, de opini-
ões de outros profissionais afe-
tos à questão para exarar o seu 
atestado. 
§ 3° O atestado médico goza da 
presunção de veracidade, de-
vendo ser acatado por quem de 
direito. salvo se houver divergên-
cia de entendimento por médico 
da institu ição ou perito. 
§ 4° Em caso de indício de falsi-
dade no atestado. detectado por 
médico em função pericial, este 
se obriga a representar ao Con-
selho Regional de Medicina de 
sua j urisdição. 
SE LIGA! Em muito atestados observa-
-se a seguinte expressão ""Atesto para 
' os devidos fins [ ... .]". E de bom tom es-
pecificar a que fim se dirige o atestado 
médico: afastamento do trabalho. afas-
tamento das atividades escolares. entre 
outros. 
3. CONSEQUÊNCIAS 
Absenteísmo trabalhista 
A emissão de um atestado médico 
envolve uma série de consequências. 
sendo a mais conhecida o afasta-
mento das atividades laborais. Pelo 
impacto que a ausência de um profis-
sional gera em seu ambiente de traba-
lho - atraso nas entregas, sobrecarga 
de outros colegas. etc - o médico que 
expede tal documento méd ico deve 
10 
estar ciente da seriedade e relevân -
cia do documento que emite, deven-
do ser fiel em todas as informações 
que reg istra a fim de não prejudicar 
terceiros. Vale lembrar que a emissão 
de um atestado médico não pode ser 
feita por "bondade" ou para "angariar 
a simpatia do paciente". O atesta -
do médico é um documento médico. 
como tal, deve ser emitido somente 
para o fim a que se propõe, qual seja 
sintetizar um estado de sanidade ou 
um estado de doença, anterior ou 
atual, para fins de licença, dispensa 
ou justificativa de faltas ao serviço, 
entre outros. 
SE LIGA! Atestado/Declaração de 
Comparecimento é diferente de Ates-
tado Médico. Enquanto o primeiro é um 
documento administrativo que apenas 
registra a presença/acompanhamento. o 
segundo é um documento médico. feito 
por um profissiona l habilitado - médi-
co -, que atesta uma cond ição clínica e 
a eventual necessidade de repouso do 
paciente. Ex: Pais que acompanham os 
filhos em consulta com o Pediatra não 
devem receber atestados médicos. vez 
que estes sequer foram examinados. O 
que se pode emitir para os pais é um 
atestado de comparecimento. Em hi-
pótese alguma deve o médico fornecer 
atestado médico para registar presença/ 
acompanhamento. vez que assim esta -
ria desvirtuando a função do atestado 
médico. 
ATESTADO MÉDICO 
Ganhos Secundários 
Ao emitir o atestado, deve o médico 
registrar fided ignamente o estado de 
saúde do paciente, evitando assim, 
corroborar com qualquer intenção 
"desleal" do paciente de obter vanta-
gens indevidas, como um afastamen-
to desnecessário de suas atividades 
laborais. Deve o médico ficar aten-
to às intenções dos pacientes, sob 
pena de prejud icar indevidamente o 
empregador ou a Previdência Social, 
tendo em v ista que com o atestado 
o trabalhador é dispensado, tendo 
suas fa lt as abonadas e seu salário 
mantido integralmente, sem contudo, 
exercer as atividades para as quais foi 
contratado. 
' E necessário entender que a função 
do atestado é garantir o repouso para 
um paciente que necessita deste para 
reestabelecer sua saúde. Assim como 
a prescrição de um remédio, o repou-
so é condição necessária para o trata-
mento méd ico, não à toa . o atestado 
médico tem fé-pública - presunção 
de veracidade- e vincula o emprega-
dor - que deve acatar o afastamen-
to de seu empregado por motivos de 
saúde. 
Responsabilidade Penal 
A conduta de emitir atestado médico 
falso é tipificada como crime no artigo 
302 do Código Penal, podendo levar 
11 
o médico a responder penalmente 
por seu ato. 
Falsidade de atestado médico 
Art. 302 - Dar o médico, no exercício 
da sua profissão, atestado fa lso: 
Pena - detenção, de um mês a um 
ano. 
Parágrafo único - Se o crime é co -
metido com o fim de lucro. apl ica-se 
também multa. 
O atestado falso seria aquele dado 
quando se sabe do seu uso indevido 
e criminoso. tendo por isso o caráter 
doloso. Se é fato que alguns médicos 
resistem, igualmente certo é também 
que, em alguns casos. o profissional 
é induzido por questões de amizade 
ou de parentesco. e assim, sem uma 
anál ise ma is acurad a, fornece um 
atestado gracioso ou falso. mesmo 
que seu Código de Ética diga que t al 
atitude é il ícita e o Código Penal veja 
como inf ração punível. 
Tais sa nções são justas porquanto o 
Estado tem o direito de resguardar o 
bem juríd ico da fé pública, cuja fina li-
dade é sempre proteger uma verda-
de. A fals idade do atestado médico 
está na sua f alsidade ideológica. Está 
fraudado na sua substância, no seu 
conteúdo. A sua irregularidade, por-
tanto, está no seu teor, na sua nature-
za intelectua l, praticada por um agen -
te especial que é o médico, quando 
ATESTADO MÉDICO 
subverte o exercício regular de um 
direito. 
SE LIGA! Não confundir o crime de 
falsidade de atestado médico com o 
crime de exercício ilegal da medici-
na. Quando alguém que não é médico 
produz um atestado. o crime não é de 
falso atestado médico. mas de exercí-
cio legal de medicina. conforme o Art. 
282- Exercer. ainda que a título gra-
tuito. a profissão de médico. dentista 
ou farmacêutico. sem autorização le-
gal ou excedendo-lhe os limites: Pena 
- detenção. de seis meses a dos anos 
Parágrafo único - Se o crime é pratica-
do com o fim de lucro. aplica-se também 
multa. 
Responsabilidade Administrativa 
/ 
O Cód igo de Etica Méd ica (Resolu-
ção CFM No 2217 DE 27/ 09/2018) 
discipl ina a responsabil idade sobre a 
exped ição de atestados tanto em seu 
capítulo 111 . que trata da Responsabi-
lidade Profissiona l. quando em seu 
capítulo X. que t rata especificamente 
dos documentos méd icos. 
• Art. 11 Receitar. atestar ou emiti r 
laudos de forma secreta ou ileg ível. 
sem a devida identificação de seu 
número de registro no Conselho 
Reg ional de Medicina da sua juris-
dição, bem como assinar em bran-
co folhas de receituários, atesta-
dos. laudos ou qua isquer out ros 
documentos médicos. 
• Art. 80 Exped ir documento médico 
sem ter praticado ato profissional 
12 
que o j ustifique, que sej a tenden -
CIOSO ou que não corresponda à 
verdade. 
O termo "documentos méd icos" é gê-
nero que eng loba todo e qualquer t ipo 
de decla ração emitida por um médico. 
durante o seu exercício profi ssional 
na Med icina. Exemplificativamente. 
são documentos médicos: atestados. 
certificados. declarações, laudos, pa-
receres. homologações. relatório. re-
ceitas. evolução. prescrições diversas. 
com unicações internas, etc. 
SE LIGA! Se você expediu o atestado 
médico para um paciente. você deve 
ter atendido ele. logo, é obrigatório a 
existência do prontuário deste paciente. 
Todo atestado médico deve estar an-
corado em um prontuário. 
• Art. 81. Atestar como forma de 
obter vantagem. 
Atestar significa declarar ou certifi-
car alguma coisa. Com base neste 
fundamento. o termo "atestar" do 
presente artigo deve ser enten -
dido em sentido amplo, como se 
fosse "emitir qualquer documento 
médico". 
Mais que tipo de vantagem seria 
essa? A resposta é simples. En-
globa toda e qualquer tipo de be-
nef íc io possível e imaginável, in-
cluindo até a mera captação de 
cl ientes (ou pacientes). Pode ser 
ATESTADO MÉDICO 
uma vantagem financeira, políti-
ca, social ou administrativa, para 
o médico ou terceiros, tais como 
amigos e familiares. 
Comete infração a este artigo 
o médico-político que usa seus 
atestados como instrumento de 
campanha eleitoral, enviando. por 
exemplo, documentos sugerindo 
benefícios previdenciários. nota-
damente aposentadorias por inva-
lidez. visando manter sua vis ibili -
dade "eleitoreira" na comunidade. 
No mesmo tipo de infração, se 
enquadra o médico que derrama 
atestados médicos sugerindo os 
mesmos tipos de benefícios, visan-
do não fins políticos eleitorais, mas 
apenas incrementar sua clientela e 
suas receitas. 
13 
ATESTADO MÉDICO 14 
---------------•--------------~ 
ATESTADO MÉDICO 
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS15 
Código de Ética Médica: Resolução CFM no 2.217. de 27 de setembro de 2018. modificada 
pelas Resoluções CFM no 2.222/2018 e 2.22612019 I Conselho Federal de Medicina- Bra-
sília: Conselho Federal de Medicina. 2019. 
Barros Júnior. Edmi lson de Almeida. Código de ética médica: comentado e interpretado I Ed-
milson de Almeida Barros Júnior.- Timburi. SP: Editora Cia do eBook. 2019. 
FRANÇA. Genival. Direito médico- 15. ed.- Rio de Janei ro: Forense. 2019 
DECLARAÇÃO DE ÓBITO 
DECLARAÇÃO DE ÓBITO 
A declaração de óbito (DO) é um do-
cumento muito importante e o único 
profissional de saúde que pode pre-
enchê-la é o médico. 
1. EXTINÇÃO DA 
PERSONALIDADE 
JURÍDICA: 
O ser humano passa a ser pessoa. 
sujeito a direitos e obrigações. quan-
do nasce com v ida. O preenchimento 
da declaração de óbito de um deter-
minado indivíduo. do ponto de vis-
ta jurídico. culmina na extinção da 
personalidade do mesmo. ou seja. a 
pessoa passa a não mais existir. Essa 
extinção gera desdobramentos não 
apenas ao indivíduo. mas para toda a 
sociedade. 
A morte implica na extinção de todas 
as responsabilidades que o indiví-
duo possuía. Portanto. caso a pessoa 
fosse casada o (a) seu cônjuge passa 
a ser v iúvo (a). ocorrendo a extinção 
do matrimônio, não havendo mais 
vinculações legais entre esses indi-
víduos. Caso o indivíduo que veio a 
18 
óbito tenha filhos. pode ser que esse 
venha a receber herança. pensão por 
morte do INSS (Instituto Nacional do 
Seguro Social) ou de outro sistema 
de aposentadoria e pensões. Portan-
to. a declaração de óbito implica na 
criação de uma engrenagem secu-
ritária, com despesas para a previ-
dência social ou para seguradoras 
privadas. A lém disso. a DO tam bém 
informa ao Tribunal Superior Elei-
toral (TSE) que esse indivíduo não 
votará mais. informação essa passa-
da atra~és do Sistema de Informação 
sobre Obito (SISOB). entidade que 
conecta os cartórios de registro civil, 
o INSS e o TSE. Esse processo difi -
culta o acontecimento de fraudes nos 
processos eleitorais. 
2. DISPONIBILIDADE: 
A DO é um formulário autocarbo-
nado em 3 vias. chamado de "Kit" 
de DO. composto por uma via bran-
ca, uma via amarela e uma via rosa. 
Lembrando que, por serem autocar-
bonadas. não há necessidade de uti li -
zar um carbono no meio! O preenchi-
mento da v ia branca (a primeira) gera 
o preenchimento das conseguintes. 
DECLARAÇÃO DE ÓBITO 19 
,,.18 1 -
-
--... = 
r --
Figura 1. A declaração de óbito e as suas 3 vias. (Fonte: CREMEB. 20 17) 
Esse formulário é único no mode-
lo decidido pelo Ministério da Saúde 
(MS) em TODO o território nacional. 
não havendo quaisquer mudanças 
em unidades federativas específicas. 
Cada DO já vem numerada. Essa 
numeração é única e exclusiva 
para cada DO. ou seja, não existem 
DO's gêmeas. com a mesma nume-
ração. Portanto. caso haja rasuras 
importantes ou erros a DO não deve 
ser descartada. jogada no lixo ou ex-
traviada. Nesses casos. deve-se inu-
tilizar o documento. deixando claro 
através de palavras como "Inutilizada. 
Sem Efeito. Cancelada", grampeando 
as 3 vias e reencaminhando-as para 
a Secretaria Municipal de Saúde 
(SMS) . Cada DO emitida pela SMS 
deve retornar para a mesma. para 
que o sistema de informação seja ali-
mentado e repassado para os níveis 
estaduais e federais. 
DECLARAÇÃO DE ÓBITO 
Número de 
Identificação da DO 
20 
República Federativa do Brasil 
Minist6rio de Saude 
I'VIA· SECRETARIA DE SAUDE 
Declaração de Óbito 
7 Notnt 6a Mie 
1=-:fiL.,-COI,_J,I""-::.,-:'d:;i.,t (,--,:UIH..,.MI~I ... :-,:-1 ;~J -· O[]Stm..w.n~~~M 30U•diO(WIIIIQOrorau) •~ 10FvMMntA!til (!"~o~4" .. 11•) 40SuPtt•!c. ,..,,.,,..,.._, D 
2(J Funda'nenlal I cs- a a• ~) 50 SupenQt çorn~ 9 
Figura 2. Numeração da Declaração de Óbito (DO). (Fonte: Adaptado de CREMES. 2017) 
Nos serviços de saúde em que é es-
perado que ocorram mortes de forma 
eventual ou constante. como Hospi-
tais. UPA's, UTI's, é provável que o di-
retor técnico dessas instituições sem-
pre garanta a disponibilidade da DO 
nesses locais. 
Pa ra que o diretor técnico da institui-
ção consiga pegar mais documen-
tos de DO na SMS, ele precisa levar 
as vias brancas já preenchidas. Por-
tanto. cabe aqui elucidar que quando 
um paciente vem a óbito a via branca 
é reencaminhada para a SMS. a via 
amarela fica sob a responsabilidade 
da família (que serve para resolver as 
questões burocráticas com o cartó-
rio. para que possa ocorrer o sepul-
tamento do indivíduo) e a via rosa é 
anexada ao prontuário na instituição 
de saúde que prestou atendimento 
ao indivíduo. fluxo que será mais de-
talhado a seguir. 
Caso o profissional médico atue nas 
áreas em que há atendimento do-
miciliar constante, suporte e aten -
dimento a pacientes em situação de 
vulnerabilidade e até em pal iação, 
como a geriatria. o médico como 
Pessoa Física pode ter em sua pos-
se documentos de DO para quando 
necessite. resgatando-as da mesma 
maneira na SMS. 
DECLARAÇÃO DE ÓBITO 
~~------------------------------------------
OU4 I I I I I_J, 
~·----------------------------------------~~ 00 
dDaMnCr'l1:l dR lct!f1'111!dt tfl '--' I I I l_I_J_._.!, 
't'Qlira:ia IJI ~w:rtolõ vais,. Dochj;ill e ~ nlo T~ Mnflrac'la N IY. ~ 
Cà!LC J71, SD .-. ~ dlt Dllr:b~. ÔbUD {DO). 
~lllX~ e O:IUCICliDnlldl ~ I:JIW lQÇiD 6) dar:umuiiD de idwitdlde ~ p: ;;g• IIIUIJI::ada Klma 
cnsa . 
0U111mi!~ l:õ:suta:> tl..,ral t....,...tgN'iA1t peo uoo cbs ~ de 00 ~ à 
pe::SII)a ~ Cllm) pdo CDTg6cm • cr:mm - lllll5 ra tl::mliX do 
CÓC\9" de E!b NMlcJ ~ 39, HQ, u•. 1!5) e ~ (tâ 6SIIl,. dia l1.l2.72, q.aa 
RQT.~cma a fita~ ~e Ar·~ ct.1 !iaí1'dl rv"n. ~ sn. e o cddiQO ·Perli:ll 
ro.-.102). 
A&litDrta;Ju scne• penSai ~ Wlrtdt ••* s'd'JçS.> f'll'mll 
crc:amilrtQ:~ I f'fi#Nai\'5/MV, can • CI!"Miii:D cSiql.dl ~ 
CD.. == - - D - Jzb.. • .. át mêdiiJII&Cr.::a=. 
21 
Figura 3. Exemplo de Termo de Autorização para retirada de formulários de Declaração de Óbito, emitidos pela Secre-
taria Municipal de Saúde de Porto Alegre. (Fonte: Adaptado de Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre) 
3. AUTORIA: 
A autoria é a última sessão a ser pre-
enchida da DO. onde há um campo 
para o "nome do médico" e outro 
campo para o "CRM". O carimbo é. 
assim como em outros documentos 
médicos. facultativo. O médico que 
preenche a DO pode ser o médico as-
sistente (atendeu o paciente). médico 
substituto (não acompanhou o caso. 
mas esteve presente no momento do 
óbito. exemplo: médico plantonista). 
DECLARAÇÃO DE ÓBITO 
médico legista (em casos de morte 
por causa externa). médico patolo-
gista nos Serviços de Verificação de 
I 
Obito (SVO) . 
~~ -- ~·mRA DA REVISÃO! O Instituto Mé-
x dico Legal (IML) está subordinado à 
Superintendência da Polícia Técnico-
-Científica e foi criado com o intuito de 
fornecer bases técnicas em Medicina 
Legal para o julgamento de causas cri-
minais. A mais conhecida de suas fun-
ções é a necropsia em mortes de etio-
logia violenta. No entanto. esse tipo de 
exame const itui apenas 30% de suas 
funções. A maior parte de seus atendi -
mentos é dada a indivíduos em vida, 
vítimas de acidentes de trânsito, de 
agressões, acidentes de trabalho, en-
tre outras causas externas. 
O Serviço de Verificação de Óbito 
(SVO). por sua vez. se constitui no local 
onde é realizado o exame dos corpos de 
pessoas que morrem sem terem sido 
assistidas, ou por causas naturais 
desconhecidas. excetuando-se aqueles 
que morreram por causas externas. 
22 
I 
E obrigatório a disponibilização de um 
meio de contato. para que a SMS 
possa entrar em contato caso ocor-
ram eventuais dúvidas. O número ut i-
lizado pode ser institucional, como da 
clín ica. hospital ou consultório em que 
o méd ico esteja atuando. A lém disso. 
devem constar a data de preenchi-
mento da DO e a sua assinatura. 
podendo essa ser a assinatura habi -
tual reg ist rada em cartório. 
SE LIGA! Em localidades SEM profis-
sionais médicos, é possível que dois 
cidadãos não médicos possam teste-
munhar em Cartório de RegistroCivil 
a morte de um indivíduo. Não há preen-
chimento do diagnóstico. nesse caso. 
Autcr;~, 
Identificação 
Médica 
Preenchimento 
em causas 
externas 
~enchimento 
1 em localidades 
~mmédicos 
-- --------------- ----------------------------------------
1 ... 2 ... .........., :s ..... avo& o.-I 
50 NOtN dro ~ 1"1 CRM ;52 O "*ko que._..,.. al4oi'IÓO>I AO taltdcto 1 
_:_11 !3 M"""'"'"""'(Te ...... '"'·•""'"" l .~-·_-_ .. _ ·_- _- ___:. _____ ~·----"'-"---------------------
M0VAVEt$CIROUNS'TANCIAS OEi MORTe. NAONATI.I\Al C f'll~deca ... r~epidemo!OOCO} 
VIII 
IX 
5I Tipo 51 ~~d01111c.lho J58 fOtltOdeir'IIOI'MI(:éo 
I ~ , """óot 1 -- I lrorn 1 Nio I .............. ~- 1 ......... ) ,_ 
• 0...0. • .......,. • ........ • o.. • ........ 
st o.cr;c.ao_.,..,. do--.,.IN:*H'IOOotooMtocMCS.~ 
_SE AOCXlRRí:NCIA FOR EM VIAPUBliC~ ANOTAR 0 ENDEREÇO 
...... l.QO~OúiO ifrl.lil, PQt;to . .-...nlóa. .-e.) 
• I " """"'"" 
'-- -·-···-·-
Figura 4. Autoria da Declaração de óbito em mortes por causas naturais, mortes por causas externas e em localidades 
sem médicos. (Fonte: Adaptado de CREMEB. 20 17) 
DECLARAÇÃO DE ÓBITO 
' E comum que médicos sejam solicita-
dos em localidades onde não há aten-
d imento médico emergencial, princi-
palmente em interiores e localizações 
rurais, para assinar a DO de um pa-
ciente que já fo i inclusive sepultado, 
por exemplo aos finais de semana. A 
declaração de óbito possui natureza 
de atestado, e o médico não pode 
atestar um ato sem o ter realiza-
do! Esse preenchimento é, portanto, 
incorret o. 
E LIGA! O Código de Ética Médica 
Art. 114 explícita: É vedado ao médi-
co: "Atestar óbito quando não o tenha 
verificado pessoalmente. ou quando 
não o tenha prestado assistência ao 
paciente salvo. no último caso. se o fi-
zer como plantonista , médico substituto 
ou. em caso de necrópsia e verificação 
médico-legal" 
23 
~~~-----------------------------------~..z:;. 
~ .. SAIBA MAIS! 
Como a declaração de óbito possui natureza de atestado. o profissional médico que emitir 
uma declaração de óbito falsa está susceptível a cumprir um mês a um ano de detenção. bem 
como pagar uma multa. caso tenha emitido a DO para fins lucrat ivos. 
4. IDENTIFICAÇÃO: 
Com relação a identificação do indiví-
duo que veio a óbito, deve consta r na 
DO o seu nome completo, o nome 
de seus genitores, a data de nasci-
mento, a idade no momento do óbi-
to, o sexo biológico, a cor da pele, 
o estado civil, a escolaridade e, por 
fim, a sua ocupação. Lembre-se que 
"aposentado" e desempregado" não 
são ocupações! Preencha sempre a 
ocupação que o indivíduo exercia 
enquanto ativo em seu ofício. Esse 
dado é importante para a elucidação 
sobre se houve ou não alguma contri-
buição negativa do trabalho do indiví-
duo em sua morte. 
O primeiro campo da DO questiona se 
o óbito foi fetal ou não fetal. Para a 
morte feta l, basta o preenchimento da 
declaração de óbito. Por outro lado, a 
morte não fetal exige a Declaração 
de Nascido Vivo, necessitando que o 
ind ivíduo possua nome, pois chegou 
a t er personalidade j urídica. 
DECLARAÇÃO DE ÓBITO 24 
[ Identificação l 
Classificação do óbito 
em Fetal ou Não Fetal Repubhca federativa do Brasil 
Momst4no da ~ii<M 
..... 
Anllt (.Qf'CIIIo~ 
I butatlde•• (vllm. ••"- conelvoCU.) .... , 
<(:J &•I"'M(dlf":h4t JC)"'tcco(iti'GO 2"9'(11.1) 
t(J FIII"'t.::m.'11'"'111•1••••s.""l •0S..perarii"CCII;W!1)~tto 
Cl r~ .. • ,,. • r Sfr>e) sC)Sut'N'I'JOf conPtf'lo 
Declaração de Óbito 
1 lt~co,..l ' ...... ·o~::.~.,.._. 
JO<•~ "CC·!f'Uo_. -.a-
C6dlgo CGO 2002 
Figura 5. Campo de identificação do indivíduo falecido. além de classificação do tipo do óbito em fetal ou não fetal. 
(Fonte: Adaptado de CREMEB. 20 17) 
~~-----------------------S-A-1-BA __ M_A_I_S_! ________________________ ___ 
É importante ressaltar que se o produto da concepção expelido possuir menos de 500g ou 
menos de 22cm ou menos de 20 semanas gestacionais. sendo configurado como aborto. 
NÃO é necessário o preenchimento da DO. Passada dessa idade gestacional (>20 semanas). 
quando há morte intrauterina considera-se a morte como fetal e quando há morte extrauteri-
na. após algum sinal de vida. é considerada uma morte não fetal. 
5. RESIDÊNCIA E 
OCORRÊNCIA: 
Em alguns casos. o indivíduo é re-
sidente em um lugar, porém vem a 
óbito em outro. muitas vezes por im-
portação e exportação de óbitos. 
Muitos locais não possuem um siste-
ma de saúde preparado para assisti-
-lo. acabando por recorrer a capitais e 
cidades mais capacitadas, com maio-
res recursos. Outras vezes o contrário 
ocorre, com indivíduos em v1agens. 
por exemplo. 
DECLARAÇÃO DE ÓBITO 
Local onde o 
indivíduo residia 
Local onde o 
indivíduo veio a 
óbito 
r· 
1 ...... 2 0\Mol ...... _.. ' o-.. 
.. w ...... 5 ow.. • ..,_..., 
IV 
l 
25 
,, t.· t' ., ~ •••110 
lZ UF 
Figura 6. Campo de Residência do indivíduo e da ocorrência do óbito. (Fonte: Adaptado de CREMEB. 2017) 
~ 
'-"" ~ " ~ 
~ . ONCEITO! Cabe aqui elucidar os con-
ceitos de Importação e Exportação de 
óbitos. A importação de óbitos é o con-
ceito utilizado do ponto de vista da lo-
calidade em que ocorrem os óbitos de 
indivíduos residentes em outra localida-
de. De forma antagônica. a exportação 
de óbitos é avaliada do ponto de vista 
da loca lidade de residência do indivíduo 
que vem a falecer em outro local. 
Esse dado tem sua importância jus-
tificada pela avaliação do perfil de 
morbimortalidade das localidades 
específicas, de forma a aval iar quais 
são os problemas de saúde especí-
ficos de uma região, possibilitando a 
elaboração pelos gestores em saúde 
de polít icas de saúde direcionadas e 
mais eficazes. Dessa forma, podemos 
perceber o quanto esse documen-
to extrapola a burocracia. tornando-
-se essencial em diversas esferas da 
saúde pública! 
6. CRIANÇAS E 
MULHERES: 
O falecimento de indivíduos em seu 
primeiro ano de vida configu ra como 
mortalidade infantil. 
Falecimento de mulheres em idade 
fértil (na menacme) pode configurar 
como mortalidade materna. 
Existem diversos campos que não po-
dem deixar de ser preenchidos com 
relação à mortalidade perinatal, ou 
seja, a mortalidade do feto no final 
da gravidez, do recém-nascido e da 
, 
gestante ou puerpera. 
DECLARAÇÃO DE ÓBITO 26 
~rrência de óbitos em 
I ~;~·os ou crianças com 
PREENCHIMENTO EXCt.U$1\'0 PAAA 00.TO$ FETAl$ e DE ME.NORE$ DE 1 ANO 
Nf:ORMAÇOES S08RS: AMAE 
i)31clad• Gol ~IAnd~ (Eft'l-~--~) 
1 ~ 2 0.1<13 Jt:l o. •• 7 
menos de 1 ano 
(Mortalidade Infantil) 
,.,._ " o.•• 11 ~ 12•~"~•• • 10,.._.0 
( Ocorrência de óbitos em 
mulheres (Principalment e 
1 em casos de mortalidade 
L_ materna) 
o;rOI.nç6o~~ {Em~) 
I ~cr.22 2 , O.l2•21 
3 10.2t•ll • OtU•JI . ~-- . -
) [ - . -
------~--~=~~-------------­ÁSSfSTE:HC&A Mt04CA 
. ·~ •LJ - . -
Figura 7. Campo de preenchimento em caso de óbitos fetais e crianças menores que 01 ano, ou óbito de mulheres. São 
campos de extrema importância para a avaliação da mortalidade perinatal. (Fonte: Adaptado de CREMEB. 2017) 
~~ . . 
\..,:.:. CONCEITO! Mortalidade permatal = 
Mortalidade do feto no final da gravi-
dez, do recém-nascido e da gestante ou 
' puerpera. 
Nesse âmbito, é importante lembrar 
que existem diversos casos subnoti-
ficados de mortalidade materna por 
abortamento clandestino. Como 
sabemos, o Abortamento é crime 
no Brasil. Entretanto, também sabe-
mos que diversas gestantes se sub-
metem diaria mente a abortamentos 
clandestinos. muitas vezes evoluin-
do com complicações e vindo a óbito. 
Por conta das subnotificações. não se 
sabe exatamente qual é o panorama 
real da mortalidade materna, dificul -
ta ndo a criação de políticas públicas 
em prol dessa população. 
DECLARAÇÃO DE ÓBITO 
Totalmente Proibido: As leis dos 
países nesta categoria não 
permitem o aborto sob 
nenhuma circunstância1 inclusive 
quando a vida ou a saúde da 
mulher estão em risco. 26 países 
globalmente se enquadram 
nessa categoria. 
--
27 
Sob solicitação (os limites 
gestacionais variam): 
67 paísesglobalmente se 
enquadram nessa 
categoria. 
O limite gestacional mais 
comum para países nessa 
categoria é de 12 semanas. 
Figura 8. Leis que regem a prática de abortamento a nível mundial. (Fonte: Center For Reprodutive Rights- The World's 
Abortion Laws. 2020) 
7. CAUSA MORTIS 
Para muitos, pode ser considerada a 
parte mais importante da DO, pois é 
onde se encontra a causa/motivo da 
morte. 
De imediato, podem-se observar na 
DO as linhas A, 8, C e O, perten-
centes à Parte I da Causa Morte. ou 
seja, re lacionadas a doença ou esta-
do mórbido que levou diretamente 
ao óbito. Não é necessário a util iza-
ção de todas, desde que as causas 
da morte sejam elucidadas da causa 
base (o mais abaixo possível entre 
as opções) até a causa imediata (A, 
o mais acima possível), havendo as 
causas intermediárias em sequên-
cia ent re elas. A causa base do óbito 
é a etiologia que culmina com a se-
quência de eventos que possibil ita a 
morte do indivíduo. A lém disso, de-
ve-se também investigar e elucidar o 
tempo decorrido, aproximadamen-
te, entre o início de cada diagnósti-
co e a morte do paciente. 
SE LIGA! O CID (Classificação Interna-
cional de Doenças) relativo a cada diag-
nóstico é preenchido pelos codificadores 
da SMS responsável, não devendo ser 
preenchido pelo médico! 
DECLARAÇÃO DE ÓBITO 
A Parte 11 do campo de Causas da 
Morte diz respeito a outros aspectos 
patológicos do indivíduo que podem 
ter contribuído a longo prazo com a 
morte. mas não estão relacionados 
CAUI-AI OA MOI':TE ~._...._,,,.,.~._. "011''-'"-
PART'E I •I Causa imed ata ou terminal 
c..... ........... ~·--
.. 1 C<1usa intermediária c.....- ................... ..,.. .... ,...... ...... .. ~---MJ........ .... .. ...... ...... .............. ._ ...... o..... ................. . ... •I C<1usa intermedián a 
28 
com o estado patológico que a pro-
duziu. Por exemplo. um paciente que 
veio a óbito por um Choque hipovolê-
mico. mas possuía como doenças de 
base a Hipertensão Arterial Sistêmi-
ca (HAS) e o Diabetes Mellitus (DM). 
r. . . ...... .... ...... . ,..... .. 
~,, • ..,. CbD 
I 
----------------- d~lc_ .. _u_sa __ bi_s_ic_a_d_a _m_or_t•------------------------~----~----~ 
Outros est.ados patológicos s gniticativos que contr tbuÍr.llm 
PARTE I 
OW...• .......... ~-- .... I C -.................... -........ --- . . 1 com o est<~Oo patotóg co que a produziu. 
Figura 9. Causas da Morte. Divisão do campo de preenchimento das causas da morte em Parte I (Refere ao estado 
mórbido que levou diretamente à morte) e Parte 11 (Patologias outras. não relacionadas à causa aguda de morte). (Fonte: 
Ministério da Saúde. 3" Ed. 2009) 
A causa imediata pode auxiliar na 
preparação técnica e instrumental 
para lidar melhor com causas agudas 
habituais de morte. Entretanto. as 
políticas de saúde podem ser melhor 
direcionadas para as causas base. le-
vando a uma prevenção e promoção 
de saúde de forma mais acurada. 
Vamos treinar? Como você preenche-
ria essa DO? 
Caso 01: Paciente diabético. 45 
anos. Deu entrada no PA com histó-
ria de vômitos sanguinolentos há 04 
horas. cursando há 2 horas também 
com tonturas e desmaio. Ao exa-
me físico. descorado +++/4+. PA de 
80x50mmHg. A família conta que é 
portador de esquistossomose man-
sônica há 5 anos. tendo sido interna-
do há 2 anos por hematêmese. rece-
bendo então o diagnóstico de varizes 
esofágicas. 2 horas após a entrada no 
PA. cursou com parada cardiorrespi -
ratória e teve o óbito verificado pelo 
médico plantonista. após insucesso 
das manobras de reanimação. 
DECLARAÇÃO DE ÓBITO 
CAUSAS OAIIOitT! UOt'C~-...-.noo,_..--. 
PAIITf I 
CAUIAI Allnct:DilWTIU 
~~scc~4W:~• 
CDU-~--- &NU...,. .... 
IU;:••ca,..u.lóa 
•I Choque hipovolêmtco 
on.-~ de. 
11 I Rotura de vanzes esofageanas 
o;:;;;.~ ... 
c I Htpertensão porta 
O.... wamo o*--
29 
---.nft O..NC» .. ClO' ..-p•ai""''1a 
I 2 horas 
16 horas 
12 anos 
-----------------a~IE_s_q_u•_st_o_ss_o_m_os_e_m_a_n_so_·n_ic_a ____________________ ~ls_a_n_o_s __ L_ __ ~ 
PAliTE a 
OUI:t:as cordçkl 14'""'*-..... - ~ 
Clll'l: a "!!Df''r e_. MO.,.,.... ,.,... aa 
aoõ .ldiJiia.. 
I Dtabetes mellitus 
Figura 10. Preenchimento correto da DO no Caso 01. (Fonte: Ministério da Saúde. 3• Ed. 2009) 
E nessa próxima DO, como você preencheria os campos de causa da morte? 
Caso 02: Paciente masculino. 65 anos. Há 35 anos fo i diagnosticado com HAS 
(Hipertensão Arterial Sistêmica) mas nunca fez o tratamento correto. Há 2 anos 
começou a apresentar dispneia aos médios esforços, como ao subir poucos lan -
ces de escada. Foi diagnosticado com Cardiopatia Hipertensiva, tendo seu tra-
tamento iniciado. Há cerca de 2 meses foi diagnosticado com uma insuficiência 
cardíaca congestiva. Hoje, chegou ao PA com dispneia intensa, tendo sido diag-
nosticado um Edema Agudo Pulmonar, com o paciente evoluindo a óbito em 
cerca de 5 horas. A família também informou que o mesmo foi diagnosticado 
com câncer de próstata há 2 meses atrás. 
CAUSAS DA IIIO"Tf ,..,,r...unw~noo ii'OA._... 
PAliTE I 
•I Edema agudo do pulmão 
CAUIAIANTIClOINTII 
~ ..... _...., 
tfWI O~IdO-
~t.l~ QD"' 
I 5 horas 
E.:s:s»rn t!"tttb""' se cQar't"'. euc 1111 G loiZt"W • 
u:.c:s xfrõJ rt'Q':!::rotd.a mt'IC!on~u t.!'l'l o t-'1'0 
WGw • CMK.l o,a:.o 
11 lnsuf1c1ência cardíaca hipertensiva 2 meses 
OU Coti'!O coruLliiHnt[;J. Gt. 
c I Cardiopatia hipertens v a 12 anos 
ortídõ ou como coru;eQut.'ICfa ot~ 
-----------------...a~I H_i_pe_r_te_n_sã_o_a_r_te_ri_al __________________________ ~l_3_5_a_no_s __ L---~ 
PAliTE ll 
()u!n" cen01~8u t.'QII"I""at'Y» wc cOtllri:M.*Im 
p.lr'll • ft'lCf'tt:, ~ qYf' nto ~·""' ~ tLa 
~·-
I Neoplasia maligna de próstata I 2 meses 
Figura 11. Preenchimento correto da DO no Caso 02. (Fonte: Ministério da Saúde. 3• Ed, 2009) 
E essa última DO. o que você coloca-
ria na causa da morte? 
Caso 03: Paciente Chagásico. com 
comprometimento cardíaco. foi in-
ternado com história de distensão 
progressiva do abdome. Há dois dias 
vem apresentando fraqueza. febre 
alta, e dor intensa e difusa no ab-
dome. o que dificulta o exame físico 
desse segmento. Relata estar sem 
DECLARAÇÃO DE ÓBITO 
evacuações há 3 dias. Refere diag-
nóstico colonoscópico de megacólon 
há 5 anos. Na visita médica da ma -
nhã (08:00) foi percebido que o pa-
ciente suava muito, apresentando 
PA sistólica de 20 mmHg. O médico 
diarista. após avaliação do hemogra-
ma, realizou a troca do Antibiótico e 
CAUIA& OA WOitn ..,...........wa~......._,.._.._._.... 
PA-RTE I -
~----~· .. "I P-.ritonite agud~ r....e • ..,....,.. •• ·"""*- ................ . ,..._..,. ,llltl~ . .. .... .. _ ....... . ...,. • &:a.-.·-- a-... ....... 00: ........ •I Volvo do s1gmoidl! 
~-........ IWiio& • ._ 
30 
ajustou diversas vezes ao longo do 
dia o gotejamento da dopamina. O 
paciente apresentou uma parada car-
diorrespiratória às 16:00, tendo o óbi-
to confirmado pelo médico substituto 
após o insucesso das manobras de 
. -rean1maçao. 
,......... . .. ..,.,. ......... 
....... ...._ 0.;)0-
1 8 horas 
12 d i.u 
13di.U 
________ dl ~l•g~colon ch~gásico crôn1co 15 ~nos 
1 c~rd•op~, ,~ chagásica 
I'AitTE • 
0... .......... ~.- ... ......._ 
~·-.u .................... ,. --
Figura 12. Preenchimento correto da DO no Caso 03. (Fonte: Ministério da Saúde. 3• Ed. 2009) 
SE LIGA! Existem diversos erros mui-
to comuns no preenchimento da DO. 
que você deve se atentar para não aca-
bar reproduzindo durante a sua prática 
médica! 
Deve-se evitar a utilização de diag-
nósticos imprecisos como cau-
sa imediata. sem o esclarecimen-
to sobre a causa básica da morte. 
Exemplo: Causa Imediata - Parada 
cardiorrespiratória. 
, 
A Falência Múltipla de Orgãos é um 
diagnóstico no capítulo das causas 
mal definidas, sendo. portanto. um 
diagnóstico impreciso, devendo-se 
precisar as afecções que desenca-
deiam a série de eventos. culminando 
em uma falência de órgãos e morte. 
DECLARAÇÃO DE ÓBITO 31 
CAUIAIANTlCfDtWTtl 
~I'Ul'~ lttc::t'\4'.C~') I 
~ 0'1 ~~ :n:t. ,.C'ÓIII'.Itdi>IH'I w :-.1 b 
'r,WICIJ:.Jt.l~a "c;;;;D;ic;;iiiifã~;;-"------------L--.l_-_j a-Cll CCI'lll 03'~1 ~ 
c 
PARTE 11 
0W» cwt~lt$ ~;ril'a':'m qJit COIIITIIIh!l 
PIIU II'OI'It t ~ ~ etiiTW J)CIII" na 
cteelalà"a 
Figura 13. Exemplo de Preenchimento Incorreto da DO. (Fonte: Ministério da Saúde. 3° Ed. 2009)) 
8. FLUXO DA DO 
Cada via da Declaração de óbito pos-
sui um fluxo específico nas institui-
ções públicas ou privadas. 
A via Branca é preenchida pela ins-
tituição que presta o atendimento. 
sendo ela o hospital. clínica. IML (Ins-
tituto Médico-Legal) ou SVO. as quais 
encaminham para a SMS. A SMS, 
por sua vez. digita, analisa e enca-
minha a DO para a DIRES (Diretoria 
Regional de Saúde). A DIRES é res-
ponsável pela sua análise e encami-
nhamento via web para instância 
estadual (SES - Secretaria de Estado 
da Saúde) e federal (MS- Ministério 
da Saúde). 
A via Amarela é entregue para a 
família, que em sua posse a encami-
nha para o Cartório de Registro Ci-
vil. de forma a poder prosseguir com 
as questões burocráticas do sepul-
tamento, cremação. entre outros. A 
segunda via permanece arquivada 
nesse local. 
A via Rosa fica arqu ivada no local de 
prestação de atendimento médico, 
em conjunto com o prontuário do 
paciente fa lecido. seja essa instituição 
um hospital. clín ica ou ambulatório. 
DECLARAÇÃO DE ÓBITO 32 
FLUXOGRAMA: FLUXO DE DESTINAÇÃO INSTITUCIONAL PARA CADA UMA DAS 3 
VIAS DA DECLARAÇÃO DE ÓBITO. (FONTE: AULA SANARFLIX) 
Declaração de Óbito 
SE LIGA! Não custa lembrar que as 3 
Vias da DO devem ser utilizadas para 
o mesmo indivíduo. sempre em con-
junto. Caso contrário. há a perda de sua 
validade' 
9. CASOS ESPECIAIS 
Existem algumas situações especiais 
no preenchimento da DO. que va lem 
a pena lembrar. 
Em caso de cremação, é necessá -
rio que a DO seja assinada por dois 
profissionais médicos, em vez de 
apenas um. 
Em caso de morte violenta, a DO só 
pode ser preenchida no IML, não 
devendo sob hipótese alguma ser 
preenchida pelo médico assistente, 
apenas pelo médico legista! 
DECLARAÇÃO DE ÓBITO 
--~ ,i~~ 
,....-:::- ' SAIBA MAIS! 
33 
A lei n° 62 16 de 30/06/75. que corrigiu a lei n° 6015/73. a qual dispõe sobre os Registros 
Públicos. no artigo 77. parágrafo 2. preconiza: Em se tratando de corpo para ser cremado. a 
DO deverá ser firmada por 2 (dois) médicos. ou por 1 (um) médico- legista e. no caso de morte 
violenta. depois de autorizada pela autoridade judiciária. 
~~ORA DA REVISÃO )( ::::::=:: 
Os médicos-leg istas investigam a cronologia dos fatos e a ação dos eventuais agentes 
que contribuíram para o aparecimento de uma lesão ou da morte. Seu conhecimento plu-
ral é utilizado para a produção de provas. no âmbito da investigação policial e judiciária. 
São peritos oficiais do Estado. aprovados em concurso público, que passam por avaliação 
e treinamento. O CFM determina que, em caso de morte ou suspeita de causa externa. 
independentemente da condição social, financeira ou política da vítima. cabe APENAS ao 
médico leg ista emitir o atestado de óbito 
DECLARAÇÃO DE ÓBITO 34 
MAPA MENTAL GERAL: DECLARAÇÃO DE ÓBITO 
Dívidas 
dia nóstico! 
DECLARAÇÃO DE ÓBITO 
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS 
35 
Cons. Henrique Oliveira Filho. A declaração de óbito. CREMEB, 2017. Disponível em: http:// 
www.cremeb.org.br/wp-content/uploads/20 17 /09/A-DECLARACAO-DE-OBITO-HENRI-
QUE-OLIVEIRA.pdf 
Maria Madalena dos Santos. Declaração de Óbito: Direitos e Deveres. Conse-
lho Federal de Medicina. 1999. Disponível em: http://portal.cfm.org.br/index. 
php ?option=com content&id= 20413 :decla racao-de-obito-direitos-e -deveres-
Ministério da Saúde. A declaração de óbito: documento necessário e importante. Ministério 
da Saúde, Conselho Federal de Medicina. Centro Brasileiro de Classificação de Doenças. 3a 
ed.- Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 
DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO 
COMPULSÓRIA 
DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 
1. DOENÇAS DE 
NOTIFICAÇÃO 
COMPULSÓRIA 
As primeiras intervenções estatais no 
campo da prevenção e controle de 
doenças. desenvolvidas sob bases 
científicas modernas. datam entre o 
final do século XIX e início do século 
XX e foram orientadas pelo avanço da 
era bacteriológ ica e pela descoberta 
dos ciclos epidemiológicos de algu-
mas doenças infecciosas e parasitá-
rias. Essas intervenções consistiram 
na organização de grandes campa-
nhas sanitárias e visavam controlar 
doenças que comprometiam a ati-
vidade econômica. a exemplo da fe -
bre amarela, peste e varío la. A ideia 
de vigilância como um instrumen-
to de saúde pública foi concebida 
no final do século XIX como uma 
ferramenta de coleta, compilação, 
avaliação e divulgação de dados 
para as autoridades de saúde e o 
público em geral a fim de permitir a 
detecção precoce de doentes com 
objetivando o seu isolamento. No 
entanto este termo foi utilizado pela 
primeira vez apenas em 1955. na de-
nominação do Programa Nacional de 
Vigilância da Poliomielite. criado pelo 
coe americano para coletar. conso-
lidar e disseminar informação epide-
miológ ica sobre essa doença. 
Foi apenas a partir da 21 a Assembleia 
da Organização Mundial de Saúde, 
em 1968. que a expressão Vigilância 
38 
Epidemiológica passou a ser internacio-
nalmente usado. tendo sido conceitua-
do como o "estudo epidemiológico de 
uma enfermidade considerada como 
um processo dinâmico que abrange 
a ecologia dos agentes infecciosos. o 
hospedeiro. os reservatórios e vetores. 
assim como os complexos mecanis-
mos que intervêm na propagação da 
infecção e a extensão com que essa 
disseminação ocorre". 
No Brasil. o primeiro órgão a uti lizar 
os conceitos e as práticas modernas 
da vigilância foi o Centro de Investi-
gações Epidemiológicas vinculado à 
Fundação de Serviços de Saúde Pú-
blica. tendo estabelecido assim o pri-
meiro sistema nacional de notificação 
de doenças. 
Em 1989 a Lei N° 8.080. que é cha-
mada Lei Orgânica da Saúde. incluiu 
como uma das atribuições do Sistema 
Único de Saúde as ações de vigilância 
sanitária; vigilância epidemiológica e 
de saúde do t rabalhador. O conceito de 
Vigi lância em Saúde que passou a ser 
ut ilizado. representa uma abordagem 
mais ampla. tal como foi efetivamente 
construído o SUS. passou a incluir a vi -
gilância das doenças transmissíveis. a 
vigilância das doenças e agravos não 
transmissíveis e seus fatores de risco. 
a v igi lância ambiental em saúde e a v i-
gi lância da situação de saúde. 
Assim foram determinados aspectos 
fundamentais de um programa de vi-
gilância em saúde: 
DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 
• Caráter permanente. contínuo 
e sistemático (diferente dos es-
tudos e levantamentos. feitos 
ocasionalmente). 
• Foco dirigido para determinados 
resultados específicos (estabele-
cendo objetivos e metas a serem 
atingidos). 
• Uti lização de dados diretamente 
relacionados com práticas de saú-
de pública (principalmente as infor-
mações relacionadas a morbidade e 
mortalidade para que se possa en-
tender a situação de determinadas 
doenças e seus fatores de risco). 
• Sentido utilitário, pragmático da 
atividade (no final das contas visa 
estabelecer o controle de doenças 
e não apenas ampliar o conheci-
mento sobre as mesmas). 
A vigilância epidemiológica tem, 
portanto, como propósito forne-
cer orientação técnica permanente 
para os profissionais de saúde, que 
têm a responsabilidade de decidir so-
bre a execução de ações de controle 
de doenças e agravos, tornando dis-
poníveis, para esse fim, informações 
atualizadas sobre a ocorrência dessas 
doenças e ag ravos. bem como dos fa-
tores que a condicionam. numa área 
geográfica ou população definida. 
Notificação compulsória é um regis-
tro que obriga e universaliza as no-
tificações, visando o rápido controle 
39 
de eventos que requerem pronta in-
tervenção. Para a construir o Sistema 
de Doenças de Notificação Compulsó-
ria (SDNC), criou-se uma Lista de Do-
enças de Notificação Compulsória 
(LDNC) , cujas doenças são seleciona-
das através de determinadoscritérios 
como: magnitude, potencial de disse-
minação. transcendência, vulnerabili-
dade. d isponibi lidade de medidas de 
controle, compromisso internacional 
com programas de erradicação etc. 
Devido as alterações no perfi l epide-
miológico, a implementação de outras 
técnicas para o monitoramento de 
doenças, o conhecimento de novas 
doenças ou a reemergência de ou-
t ras, tem a necessidade de constan-
tes revisões periódicas na LDNC no 
sentido de mantê-la atualizada. 
SE LIGA! Notificação compulsória tem 
por finalidade levar ao conhecimento 
das autoridades sanitárias o surgimento 
de enfermidades que podem prejudicar 
ou ameaçar a saúde da população. 
Como e por que são escolhidas as 
doenças de notificação compulsória? 
Os parâmetros para inclusão de do-
enças e agravos na lista de notifica-
ção compulsória devem obedecer a 
alguns critérios: 
• Magnitude - aplicável a doenças 
de elevada frequência, que afe-
tam grandes contingentes popu -
lacionais e se traduzem por altas 
DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 
taxas de incidência, prevalência. 
mortalidade e anos potenciais de 
vida perdidos. 
• Potencial de disseminação - re-
presentado pelo elevado poder 
de transmissão da doença, atra-
vés de vetores ou outras fontes 
de infecção. colocando sob risco a 
saúde coletiva. 
• Transcendência - expressa-se 
por outras características que con-
ferem relevância especial à doença 
ou agravo. destacando-se: taxas 
de letalidade, de hospitalização 
e de sequelas; relevância social 
(avaliada. subjetivamente. pelo 
valor imputado pela sociedade à 
ocorrência da doença, e que se 
manifesta pela sensação de medo. 
de repulsa ou de indignação); e re-
levância econômica. 
• Vulnerabilidade - medida pela 
disponibilidade concreta de inst ru-
mentos específicos de prevenção e 
controle da doença. propiciando a 
atuação efetiva dos serviços de saú-
de sobre indivíduos e coletiv idades. 
• Compromissos internacionais -
Metas continentais ou mundiais 
de controle. de eliminação ou de 
erradicação de doenças. previs-
tas em acordos firmados pelo go-
verno brasileiro com organismos 
internacionais. 
• Emergências de saúde pública, 
epidemias e surtos-são situações 
40 
que impõe notificação imediata de 
todos os eventos de saúde que im-
pliquem risco de disseminação de 
doenças, com o objetivo de delimi-
tar a área de ocorrência, elucidar 
o diagnóstico e deflagrar medidas 
de controle aplicáveis. 
.. ,:? .~ 
~ ~ ~ ' ·C: NCEITO! Notificação compulsória 
comunicação obrigatória à autoridade de 
saúde, realizada pelos médicos, profis-
sionais de saúde ou responsáveis pelos 
estabelecimentos de saúde, públicos ou 
privados. sobre a ocorrência de suspei-
ta ou confirmação de doença, agravo ou 
evento de saúde pública, descritos no 
anexo, podendo ser imediata ou semanal. 
Quais são os marcos legais sobre a 
notificação compulsória de doenças? 
A Lei no 6.259, de 30 de outubro de 
1975, que dispõe sobre a organiza-
ção das ações de V igilância Epide-
miológica. sobre o Programa Nacional 
de Imunizações. estabelece normas 
re lat ivas à notificação compulsória de 
doenças. Sobre essa lei vale citar al-
guns artigos importantes: 
Art 7°: São de notificação compul-
sória às autoridades san itárias os 
casos suspeitos ou confirmados: 
1- de doenças que podem implicar 
medidas de isolamento ou qua-
rentena, de acordo com o Regu-
lamento Sanitário Internacional. 
11 - de doenças constantes de 
re lação elaborada pelo Ministé-
rio da Saúde. para cada Unidade 
DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 
da Federação. a ser atualizada 
periodicamente. 
SE LIGA! O que isso quer dizer? Os 
agravos de notificação compulsória ou 
são doenças que podem necessitar de 
medidas sanitárias de isolamento ou 
quarentena OU são condições de inte-
resse em saúde pública. 
Art 8°: É dever de todo cidadão 
comunicar à autoridade sanitária 
local a ocorrência de fato. compro-
vado ou presumível. de caso de 
doença transmissível. sendo obri-
gatória a médicos e outros pro-
fissionais de saúde no exercício 
da profissão. bem como aos res-
, . . -
ponsave1s por organ1zaçoes e esta-
belecimentos públicos e particula-
res de saúde e ensino a notificação 
de casos suspeitos ou confirmados 
das doenças relacionadas em con-
formidade com o artigo 7°. 
LIGA! O que isso quer dizer? Qual-
quer pessoa tem o dever de notificar. 
não só os profissionais de saúde! A co-
municação de doença. agravo ou evento 
de saúde pública de notificação compul-
sória pode ser realizada à autoridade de 
saúde por qualquer cidadão que deles 
tenha conhecimento. 
Art 10°: A notificação compulsória 
de casos de doenças tem caráter 
sigiloso. obrigando nesse sentido 
as autoridades sanitárias que a te-
nham recebido. 
41 
Parágrafo único. A identificação 
do paciente de doenças referidas 
neste artigo. fora do âmbito médi-
co sanitário. somente poderá efeti-
var-se. em caráter excepcional. em 
caso de grande risco à comunida -
de a juízo da autoridade sanitária 
e com conhecimento prévio do pa-
ciente ou do seu responsável. 
SE LIGA! O que isso quer dizer? O pa-
ciente terá sua identidade mantida sob 
sigilo a não ser que haja grande risco à 
saúde pública caso isso não seja feito. 
Como por exemplo para identificar e iso-
lar um caso-fonte, afim de evitar a dis-
seminação de uma doença contagiosa. 
Art 11°: Recebida a notificação. a 
autoridade sanitária é obrigada 
a proceder à investigação epide-
miológica pertinente para elucida -
ção do diagnóstico e averiguação 
da disseminação da doença na po-
pulação sob o risco. 
Parágrafo único. A autoridade po-
derá exigir e executar investigações. 
inquéritos e levantamentos epide-
miológicos junto a indivíduos e a 
grupos populacionais determinados. 
sempre que julgar oportuno visando 
à proteção da saúde pública. 
SE LIGA! O que isso quer dizer? Quan-
do a autoridade sanitária recebe a notifi-
cação fará uma investigação do caso (se 
oportuno). 
DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 
LIGA! É importante ressaltar que a 
não notificação é passível de punição 
e está prevista no Código Penal (lei 
2848/1940): 
Art. 269 - Deixar o médico de denun-
ciar à autoridade pública doença cuja 
notificação é compulsória: 
Pena - detenção. de seis meses a dois 
anos. e multa. 
2. LISTA NACIONAL DE 
NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 
DE DOENÇAS, AGRAVOS 
E EVENTOS DE SAÚDE 
PÚBLICA 
Definida pela Portaria No - 204, De 
17 de Fevereiro de 2016. ela traz 
quais são as condições de saúde que 
devem ser notificadas. 
• Agravo: qualquer dano à integri-
dade física ou mental do indivíduo. 
provocado por circunstâncias no-
civas. ta is como acidentes. intoxi-
cações por substâncias químicas. 
abuso de drogas ou lesões decor-
rentes de v iolências interpessoais. 
como agressões e maus tratos. e 
lesão autoprovocada. 
• Doença: enfermidade ou estado 
clínico. independente de origem 
ou fonte. que represente ou possa 
representar um dano significativo 
para os seres humanos. 
• Epizootia: doença ou morte de ani-
mal ou de grupo de animais que pos-
sa apresentar riscos à saúde pública; 
42 
• Evento de saúde pública (ESP): 
situação que pode constituir poten-
cial ameaça à saúde pública. como 
a ocorrência de surto ou epidemia. 
doença ou agravo de causa desco-
nhecida. alteração no padrão clíni -
coepidemiológico das doenças co-
nhecidas. considerando o potencial 
de disseminação. a magnitude. a 
gravidade, a severidade. a t rans-
cendência e a vulnerabilidade. bem 
como epizootias ou agravos decor-
rentes de desastres ou acidentes; 
Existem tipos de notificação 
compulsória: 
• Notificação compulsória ime-
diata (NCI): realizada em até 24 
horas. a partir do conhecimento 
da ocorrência de doença, agravo 
ou evento de saúde pública. pelo 
meio de comunicação mais rápido 
disponível. 
• Notificação compulsória sema-
nal (NCS): real izada em até 7 
dias. a partir do conhecimento da 
ocorrência de doença ou agravo. 
• Notificação compulsória negati-
va: comunicação semanal realiza-
da pelo responsável pelo estabe-lecimento de saúde à autoridade 
de saúde. informando que na 
semana epidemiológica não foi 
identificado nenhuma doença, 
agravo ou evento de saúde pública 
constante da Lista de Notificação 
Compulsória. 
DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 43 
No que se refere às autoridades de 
saúde, o Ministério da Saúde e as Se-
cretarias de Saúde dos Estados, Dis-
trito Federal e Municípios, responsá-
veis pela vig ilância em saúde em cada 
das doenças ou agravos constantes 
no anexo. Em outras palavras: se for 
feita uma notificação imediata, to-
das as demais esferas de gestão do 
SUS devem ficar sabendo! , 
esfera de gestão do Sistema Unico As tabelas a seguir contém todas as 
doenças e agravos que são de notifi -
cação compulsória no território nacio-
nal. É importa nte que o médico tenha 
em mente e se lembre de conferir se o 
seu paciente se enquadra numa situ -
ação de notificação compulsória. 
de Saúde (SUS) , se receberem algu-
ma notificação compulsória imediata, 
esta autoridade deverá informa- la, 
em até 24 horas desse recebimento, 
às demais esferas de gestão do SUS, 
o conhecimento de qualquer uma 
LISTA DE DOENÇAS OU AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA SEMANAL (EM ATÉ 07 DIAS) 
Acidente de trabalho com exposição a material biológico (08S se óbito, torna-se de notificação imediata!) 
Dengue - Casos suspeitos ou confirmados 
Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) 
Doença aguda pelo vírus Zika (08S: se em gestantes ou óbito, torna-se notificação imediata!) 
Esquistossomose 
Febre de Chikungunya (08S: se caso fora de área endêmica ou óbito, torna-se notificação imediata!) 
Hanseníase 
Hepatites virais 
HIV/AIDS 
Infecção pelo HIV em gestante, parturiente ou puérpera e Criança exposta ao risco de transmissão vertical do 
HIV 
Intoxicação Exógena (por substâncias químicas, incluindo agrotóxicos, gases tóxicos e metais pesados) 
Leishmaniose Tegumentar Americana 
Leishmaniose Visceral 
Malária na região amazônica (08S: se fora da região amazônica, torna-se notificação imediata!) 
Óbito: 
a.lnfantil 
b. Materno 
Sífilis: 
Adquirida 
b. Congênita 
c. Em gestante 
Toxoplasmose gestacional e congênita 
Tuberculose 
Violência doméstica e/ou outras violências (08S: se violência sexual ou tentativa de suicídio, torna-se notifi-
cação imediata!) 
DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 44 
LISTA DE DOENÇAS OU AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA IMEDIATA (EM ATÊ 24H) 
MINISTÉRIO 
SES SMS 
DA SAÚDE 
Acidente de trabalho: grave, fatal e em crianças e adolescentes X 
Acidente por animal peçonhento X 
Acidente por animal potencialmente transmissor da raiva X 
Botulismo X X X 
Cólera X X X 
Coqueluche X X 
Dengue (óbitos) X X X 
Difteria X X 
Doença de Chagas Aguda X X 
Doença lnvasiva por Haemophilus influenzae X X 
Doença Meningocócica e outras meningites X X 
Doenças com suspeita de disseminação intencional: 
Antraz pneumônico 
X X X 
Tularemia 
Varíola 
Doenças febris hemorrágicas emergentes/reemergentes: 
Arenavírus 
E bola 
X X X 
Marburg 
L assa 
Febre purpúrica brasileira 
Doença aguda pelo vírus Zika em gestante X X 
Óbito com suspeita de doença pelo vírus Zika X X X 
Evento de Saúde Pública (ESP) que se constitua ameaça à saúde pública X X X 
Eventos adversos graves ou óbitos pós-vacinação X X X 
Febre Amarela X X X 
Febre de Chikungunya em áreas sem transmissão ou óbito X X X 
Febre do Nilo Ocidental e outras arboviroses de importância em saúde pública X X X 
Febre Maculosa e outras Riquetisioses X X X 
Febre Tifo ide X X 
Hantavirose X X X 
lnfluenza humana produzida por novo subtipo viral X X X 
Malária na região extra Amazônica X X X 
Poliomielite por poliovirus selvagem X X X 
Peste X X X 
Raiva humana X X X 
Síndrome da Rubéola Congênita X X X 
Sarampo e Rubéola X X X 
Sfndrome da Paralisia Flácida Aguda X X X 
Sfndrome Respiratória Aguda Grave associada a Coronavírus 
SARS-CoV X X X 
MERS- CoV 
Varicela - caso grave internado ou óbito X X 
DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 
LIGA! Como dica para entender essa 
extensa lista. sempre que se deparar 
com alguma doença contagiosa rara. 
nova no território em que se encontra, 
que seja grave e não t enha tratamen-
to. que seja imunoprevenível (vacina), 
que tenha grande importância pra saú-
de pública. ou que já não deveria mais 
existir. lembre-se de conferir se não é 
uma doença ou agravo de notificação 
compulsória. 
Falemos um pouco da dengue como 
um exemplo concreto da importância 
da notificação: 
A dengue é uma doença febril agu-
da. de etiologia viral e que se mani-
festa de maneira bastante variável. 
vai desde uma forma assintomática 
ou oligossintomática com sintomas 
semelhantes a um resfriado comum 
até quadros graves e hemorrágicos, 
podendo levar ao óbito. 
Figura 1. Exantema típico de um caso de dengue. Fon-
te: retirado de http://www.jornaldanoticia.com.br/2018/ 
noticia.php?codigo=12039 em 30/05/2020 
45 
O agente etiológico é constituído por 
quatro sorotipos: DENV-1, DENV-2, 
DENV-3, DENV-4. A transmissão 
ocorre pela picada da fêmea de mos-
quitos Aedes aegypti infectados. os 
quais possuem hábito domiciliar e es-
tão adaptados a se reproduzirem nos 
ambientes domésticos e no entorno. 
uti lizando-se de recipientes que ar-
mazenam água potável e aqueles 
que acumulam água de chuvas, co-
mumente encontrados nos lixos das 
cidades. 
Figura 2. Vetor de transmissão do vírus da dengue. 
Fonte: retirado de https://infonet.com.br/noticias/saude/ 
um-caso-de-dengue-hemorragica-e-notificado-em-la-
garto/ em 30/05/2020 
A pri meira epidemia. documentada 
clínica e laboratorialmente no Brasil, 
ocorreu em 1981- 1982. em Boa Vis-
ta-RR, causada pelos sorotipos 1 e 4. 
Em 1986. ocorreram epidemias. atin-
gindo o Rio de Janeiro e algumas capi -
tais da região Nordeste. Desde então, 
a dengue vem ocorrendo no Brasil 
de forma continuada, intercalando-
-se com a ocorrência de epidemias. 
DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 
geralmente associadas com a intro-
dução de novos sorotipos em áreas 
anteriormente indenes ou alteração 
do sorotipo predominante. Durante 
a década de 90. ocorreu um aumen-
to sign ificativo da incidência. ref lexo 
da ampla dispersão do A. aegypti 
no território nacional. A presença 
do vetor associada à mobilidade da 
"' o 
"O 
"' u 
t;: 
·~ 
c 
"' o 
"' e 
350.000-1 
300.000 
250.000 
200.000 
150.0001 
100.000 
50.000 
01 04 
46 
população levou à disseminação dos 
sorotipos 1 e 2. para 20 dos 27 esta-
dos do país. Entre os anos de 1990 e 
2000, vá rias epidemias foram reg is-
tradas, sobretudo nos grandes cen-
tros urbanos das regiões Sudeste 
e Nordeste. responsáveis pela maior 
parte dos casos notificados. 
07 
18.000 
16.000 
14.000 
12.000 
"' Ql 
•O 
10.000 i( 
.~ 
~ 
1
8.000 I 
6.000 
4.000 
2.000 
- Casos notificados - Hospitalizações 
Figura 3. Casos notificados e internações por dengue por mês. Brasil. 2000 a 2008. Fonte: Ministério da Saúde: Se-
cretaria de Vigilância em Saúde: Guia de vig ilância epidemiológica; 2009. 
ANO 1 REGIÃO 2 REGIÃO 3 REGIÃO 4 REGIÃO SREGIÃO O IGNORADO/ 
NOTIFICAÇÃO 
TOTAL 
NORTE NORDESTE NORDESTE SUL CENTRO-OESTE EXTERIOR 
Total 141.031 829.263 2.281.815 149.094 647.075 14 4.048.292 
2013 135 158 360 66 391 - 1.110 
2014 48.302 90.489 312.181 23.062 117.094 - 591.128 
2015 32.347 328.951 1.051.700 52.110 232.693 - 1.697.801 
2016 38.621 326.071 864.899 71.325 217.928 14 1.518.858 
2017 21.626 8 3.594 52.675 2.531 78.969 - 239.395 
Tabela 3. Casos prováveis de dengue notificados ent re os anos de 2013 e 2017 por região do país. Fonte: informações ext raí-
das do DAT ASU S-SI NA N (http://tabnet.datasu s.gov. br/cg i/tabcgi .ex e ?si n ann et/cnv/deng uebbr.def) 
DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 47 
Atualmente. a dengue constitui-se 
como um dos principais problemas 
de saúde pública, principalmente em 
países cujas características ambien-
tais. sociais e climáticas favorecem a 
sua disseminação. A notificação in-
dividual dos casos. o conhecimento 
do padrãode transmissão na área e 
o acompanhamento da curva epidê-
mica são atividades essenciais para 
se evitar um possível agravamento 
da situação epidemiológica da den-
gue nos municípios do país. Como 
sabemos todo agravo e doenças de 
notificação compulsória têm uma fi-
cha de notificação e/ou investigação 
que deve ser preenchida no nível lo-
cal. e seu conteúdo é posteriormente 
inserido no Sistema de Informação de 
Agravos de Notificação (SINAN). nas 
Secretarias de Saúde e consol idado 
no nível federa l. 
SINAN 
República Fect...tlva do er .. u ... ?\De i .. DftiMÇAO De AGRAVO. De NOT•tcAQAG 
Mlnls* lo da S aúde N• 
, a. ·• DENGUE E FEBRE DE CHIKUNGWf:ÇJ~'A"'---::---:-:---:------.. 
Caso suspeito de dengue: pessoa que viva ou tenha viajado nos últimos 14 d1as para área onde esteja ocorrendo 
transmissao de dengue ou tenha presença de Ae.aegypti que apresente febre, uwalmente entre 2 e 7 dias, e 
apresente duas ou mais das seguintes manifestações: náuseas, vômitos, exantema, mialg1as, cefaléia, dor 
retroorbttal, petéqUiaS ou prova do laço positiva e leucopenia. 
Caso suspeito de Chikungunya: febre de inicio súbito e artralgia ou artrite intensa com início agudo, nao explicado 
por outras cond1çOes, que resida ou tenha viajado para áreas endêmicas ou epidêm1cas até 14 d1as antes do 
mioo dos smtomas, ou que tenha vinculo epidemiológico com um caso 1m portado confirmado. 
I 1 I TIPO de NoiJ1lcaçao 
f-' 2 • lndlwU!I J 
j [!) Agralddoença 1- DENGUE 2- CHIKUNGUNYA 0 (CID10 fil Da1a da ~oc:acao 
i ~~-=~------------------~A~~~A~9~2 c: I I I I I I I J i l::J tJ Munoc:Jplo de NOC.façlo I CódlQO (IBGE) . I I I I I 
f:l Untc:lade de Saüde (ou outrll fonte nollficadora) 
1 
CódlgoffiData dos Primeiros Sintomas 
t:~------------------~._.1 _.1 _.1~1~1~1~~- 1 I I I I I I 
~ane do Paclen18 J fil Data de Naad"*lto J c .C I I I I I I I . 
J 
J 
Figura 4. Exemplo de ficha de notificação de Dengue e Chikungunya. Fonte: retirado de https://portalsinan.saude.gov. 
br/imagesldocumentos!Agravos/Dengue/Ficha_DENGCHIK..FINAL.pdf em 29/05/2020 
DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 48 
Dados clínicos e laborat oriais ) 
J 
r== ~Sinais cllnlcoa 1-51m 2- Nao 
, O Feóre 0Cefaleoa O VOmito O 0.:. nas costas O Artrite O Petéquoas 0 Prova do laço 
~ O Mlalg;a O Exantema O Náuseas 0 ConjuntlVIte O Artratgla Intensa O L.euco9enta OPOSlbva 0.:. retroorbílal .., 
~ 
~ J34J Doenças Pf'6•xlatent .. 1-51m 2- Nlo 
.! O Diabetes O Hepatopatias O Hiperter>sao artenal O Doenças a uto-imunes 
!= 
O Doencas hematolóoicas 0Doenca rena l crOruca O Doença âcldo-pépbca 
Sorologla {lgM) Chikungunya Exame PRNT ~Resultado @!] Data da Coleta da 1• """*"' ~ Data da Coleta da 2" Amostra ~Data da Coleta S10 S2 o PRNTO (S1) (S2) 
1 11 1 111 1 1 1 1 111 I r I I I I I 1 • Rtoegenle 
2 - ~Reagenle 3 -
tnconciU..,\0 • • Nao R ealizado 
1 Sorologia (lgM) Dengue !•oi Resultado Exame NS1 ~ Resultado O @!] Data da Coleta o l•1l Data da Coleta l I I I I 1- f>oeltillo 2- Negadllo I r I J' I I 1· Pa.ltillo 2- NegMM> J .!! I I I 3- lncone!Usl\0 4 • Nao realizado I 3- tnconc!Usl\0 • • Nao reot~lzado 
~ 
J43J isolamento o f45J RT-PCR ~ Resultado O .a 11" 1 Resultado .. c Da ta da ~oleta 1 • Pos~i110 2 • Negativo 3 Dai da Coreta 1 • Poaltivo 2 • N egMIIIO 3J 
I "j I I I I • 4 - NÃoR _l I I I I • lnconclusl\0 4 - N ao Realizado 
~Sototlpo 
2- 0ENIIÇJ J ~ Hlstopatologia O ~unohistoqulmia{ • OEN\11 1- Comp•J~.W 2-lnoornpallvet 1 \0 2· Neg•t\10 ~ 
3- OEN\13 4 • OEN\14 3- lnoonclusillo 4 • Nao rea~zado :\... lnr.nnt"JJIANn • - NAn , ...... ll'A111\ 
~ {7 Oco,.,..u HoapiUIU-çAo? ~~Data da lntornaçAo ~ UF ll!!l MunJclplo do Hoeplt.l COCIIgo (IBGE) I I ,; 1- Sim 2 • N 80 8 · lgnor- 0 J I i I ·1 I I I .J I Ji I I I I I 
;== Local Provavel de lnfo<:çao (no pertodo do 15 dias) 
IC6dl-
l I I 
[!J (DDD) Te,.fon• J 
I I I I I I I I I I 
~ O c aso 6 eutócton. do rnunlc:Jplo de resJd•ncla? o Jl!!l UF l{iã] Pala J , -s.m 2--Nao s..tnc~«erminac:to l I J 
-! 
f=:=J Muntc fDio ' Código (IBGE) Jtleoi Diatrito J 1•11Balrro 
J I I I I .!! 
~ Ciaaamc.c::ao ~Crlt6rlo- ~ Apre_..ntaç.Ao c:Uniea i o ConfinnaçAoiO..carte o '-' ... ~ t(). o.ngu. 1 t - o.ngue com &naia de A..ktz • • oe 1 - Lal:loc;;ot'MOI10 2 - Cll~ o 1 - ,11\guda 
12-~o.- 1 S. Chikuf"'..ft)le Ei W1 •g ~ 3-Em~tg 2 · CrOnlca 
~ Evoluçao do C.ao 0 } JM (Da.ta do Ót>Oto !•TI Dat.e do Encen"aJ"nento 
1 ..cura 2 - 00..0 pelo~ ~ Obtto pcw- oulrae causas 
I I I I I 1 I r I I I I I ~to .-n ~l:ig.eÇrlo •9101Wh I 
Preencher oa sina la clínicos oara Dengue com Sinais de Alanne e Oe'!Jlue Grave 
I 
_~ Dengue con> aln•ls de •••,.,• g llômotos pe<'Sistentes 0 Aumento progr-"'0 I!!] 0 dO hematócnt o • Date de: fnfc:-lo dos 
.:!! 1-5lrn 2 ... NAo Doi" abdofninal D Hepatomegaha >• 2CtT &Inala ele alarme: 
~ O Hopotens&o PQ<Sturel olou hpotlmla R intensa e continua O 
I 
Letatg•a ou irrtta bihd ade AcUmulo de Uquldoa 
ooueda abrupta do plaquetas Sangrarne nto de mucosa/outras hemor~ia· _L _l _L _l _L _L _L 
< !701 Dengue g,..ve ~ 1 -Sim 2- NAo Sang.ratnento greve: .. O M otrorragJa volumosa = Extravasamento grave de pa..srne: OHematêma.e ... -! 5 O Pulso d6bll ou lndetoctllovcl B Taqulcardia Q Metena O Sang.ramento dO SNC 
11 D P A convergente c- 20 mmHg Extramídades. f rias Compromantlmanto grava da órgAo•: ., B Tempo da enchimento capilar O H ipotensao aneri.aJ em fase 0 AST /AL T > 1.000 0 Miocardito Q Aitorac;ao da .3 
Acúmulo do llqu~dos com tard•a 
consciência 
11 Doutros Org.Qo•. eapeclficart J ~ 
lnsuflcléncle res~ratOf"la li!!] Dele de lnlelo doa I 11 "11 alnala do gravldado: .. I I I I I I I 
Figura 4. Exemplo de ficha de notificação de Dengue e Chikungunya. Fonte: retirado de https://portalsinan.saude.gov. 
br/images/documentos/Agravos/Dengue/Ficha_DENGCHIK_FINAL.pdf em 29/05/2020 
Uma vez notificado um caso sus-
peito ou confirmado de dengue, 
dá-se início a uma cadeia de ações, 
que para muitos pode passar des-
percebida, mas é de fundamental 
import ância no combate à esta do-
ença. A integração das atividades de 
vigilância epidemiológica e controle 
vetorial são de fundamental impor-
tância para o sucesso do cont role da 
doença. Ações de esclarecimento à 
população, por intermédio de meios 
de comunicação de massa (rádio e 
televisão). visitas domiciliares pelos 
agentes de endemias/saúde e pa -
lestras nas comunidades. devem ser 
DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 
organizadas. Conhecimento sobre o 
ciclo de transmissão. gravidade da 
doença e situação de risco devem ser 
veiculadas. assim como medidas de 
proteção individual, como uso de re-
pelentes e de telas nas portas e jane-
las. A depender da situação entorno-
lógica (se a área de notificação está 
infestada pelo mosquito ou não) e de 
circulação prévia do vírus da dengue 
em cada área . fazem-se necessárias 
condutas de vigilância e controle di-
ferenciadas. que exigem roteiros e 
cond utas de investigação específicas. 
Todas essas ações só são possíveis 
e eficazes, se baseadas nos dados 
epidemiológicos que são prove-
nientes das fichas de notificação 
que infelizmente tantos profissio-
nais de saúde negligenciam e veem 
apenas como uma burocracia. 
Outro exemplo de importância da 
notificação que pode salvar vidas. A 
Lei No 10.778, de 24 de Novembro 
de 2003 estabeleceu a a notificação 
compulsória. no território nacional. do 
caso de violência contra a mulher 
que for atendida em serviços de 
saúde públicos ou privados. Enten-
dendo violência contra a mulher como 
violência física. sexual e psicológica e 
49 
que tenha ocorrido dentro da família 
ou unidade doméstica ou em qualquer 
outra relação interpessoal. em que o 
agressor conviva ou haja convivido 
no mesmo domicílio que a mulher e 
compreendendo. entre outros. estu -
pro, violação. maus-tratos e abuso se-
xual. Ou que ocorrido na comunidade 
e seja perpetrada por qualquer pes-
soa e que compreende. entre outros. 
v iolação, abuso sexual. tortura. maus-
-tratos de pessoas. tráfico de mulhe-
res. prostituição forçada. sequestro e 
assédio sexua l no lugar de trabalho.bem como em instituições educacio-
nais. estabelecimentos de saúde ou 
qualquer outro lugar. A notificação 
compulsória dos casos de violência 
contra a mulher tem caráter sigiloso. 
obrigando nesse sentido as autorida-
des sanitárias que a tenham recebido. 
A identificação da vítima de violência 
referida nesta Lei, fora do âmbito dos 
serviços de saúde, somente poderá 
ser feita, em caráter excepcional, em 
caso de ri sco à comunidade ou à ví-
t ima. a juízo da autoridade sanitária e 
com conhecimento prévio da vítima 
ou do seu responsável. 
DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 50 
• 
DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS 
51 
Ministério da saúde; PORTARIA NO- 204, DE 17 DE FEVEREIRO DE 2016; disponível em 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/20 16/prt0204_17 _02_20 16.html 
LEI N° 6.43 7, DE 20 DE AGOSTO DE 1977; disponível em https://www.camara.leg.br/ 
proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=333492 
LEI N° 10.778, DE 24 DE NOVEMBRO DE 2003; disponível em http://www.planalto.gov.br/ 
ccivii_03/LEIS/2003/L10.778.htm 
A Trajetória Histórica e Conceitual da Vigilância em Saúde; disponível em http://www.rio-
comsa ude. rj .gov.br/Pu bl ico/Mostrar A rquivo.aspx?C=cHwr5dw AJ PA o/o 3D 
Ministério da Saúde; Secretaria de Vigilância em Saúde; Guia de vigilância epidemiológica; 
2009. 
Ministério da Saúde, Secretaria de Vig ilância em Saúde, Coordenação-Geral de Desenvol-
vimento da Epidemiologia em Serviços; Guia de Vigilância em Saúde: volume único; 38 . Ed 
2019 
EVOLUÇÃO HOSPITALAR 
EVOLUÇÃO HOSPITALAR 
1. INTRODUÇÃO 
Por definição. documentos médicos 
são informações obrigatoriamente 
emit idas por profissionais habilita-
dos. responsáveis pelos atos médicos 
54 
específicos de acordo com a legisla -
ção vigente. Podem ser divididos em 
documentos médicos simples. do-
cumentos médicos legal e docu-
mentos médicos judiciais. 
FLUXOGRAMA- CLASSIFICAÇÃO DOCUMENTOS MÉDICOS 
Receita médica 
Prontuário médico 
Laudo 
Atestado 
Notificação compulsória 
Relatório médico 
Laudo 
Parecer 
Ofícios 
EVOLUÇÃO HOSPITALAR 
Entre os documentos médicos sim-
ples. o prontuário médico é um dos 
mais utilizados e importantes. sendo 
definido pelo Conselho Federal de 
Medicina como sendo "o documen-
to único constituído de um conjunto 
de informações. sinais e imagens re-
gistradas. geradas a partir de fatos, 
acontecimentos e situações sobre a 
saúde do paciente e a assistência a 
ele prestada. de caráter legal, sig ilo-
so e científico. que possibilita a co-
mun icação entre membros da equi-
pe multiprofissional e a continuidade 
da assistência prestada ao indivíduo" 
(Resolução no 1.638/2002) e con-
siderado de elaboração obrigatória 
pelo Código de Ética Médica. O sigilo 
das informações do prontuário é um 
dever do médico. definido pelo Có-
digo de Ética Médica. Código Penal, 
Código Civil e Resoluções do Conse-
lho Federal de Medicina. 
Por ser constituído do registro de to-
das as atividades executadas pela 
equipe de saúde ao paciente, durante 
55 
o período de internamento do mes-
mo, o prontuário torna-se, então, ne-
cessário para elucidação de ques-
tões jurídicas. éticas e de evolução do 
paciente. 
Por todos esses motivos, o prontuário 
é um elemento valioso e útil para di-
versos segmentos, como o paciente, 
a instituição. o médico, bem como 
para o ensino, a pesquisa e os servi-
ços de saúde pública, servindo tam -
bém como instrumento de defesa 
legal. 
A partir da publicação da a Resolução 
CFM 1.821/07, ficou estabelecido que 
os prontuários médicos devem ser ar-
mazenados pelo período mínimo de 
20 anos. Tem como objetivos facilitar 
a assistência ao paciente. promover 
meios de comunicação entre os pro-
fissionais de saúde. assegurar a con-
tinuidade do atendimento e oferecer 
suporte para a área administrativa do 
hospital. nos aspectos financeiros e 
legais. 
EVOLUÇÃO HOSPITALAR 56 
FLUXOGRAMA- FUN ÕES DO PRONTUÁRIO MÉDICO 
Assistência 
PRONTUÁRIO MÉDICO 
Epidemiológicos: 
internos e externos 
Apoio diagnóstico 
http://www.medicina.ufba.br/educacao_medica/atualizacao/exLpediatria/prontuario.pdf 
"~Y.~ ~ ~ 7 oNCEITO! Segundo a Resolução 
1331/89, o prontuário do paciente é o 
conjunto de documentos padronizados 
e ordenados, destinados ao reg istro dos 
cuidados profissionais, prestados ao pa-
ciente pelos serviços de saúde públicos 
ou privados. 
Com relação ao seu papel legal. o 
prontuário médico é um documen-
to de valor probatório e serve tanto 
como defesa ética profissional quan-
to prova administrativa e financeira. 
como nos casos de auditoria realiza -
da pela instituição médica. 
O prontuário bem organizado é im-
portante para facilitar o entendimento 
da história clín ica e da evolução dos 
pacientes. auxil iar no fornecimento 
de atestado ou relatório. além de pos-
sibilita r pesquisas científicas 
Há diversas formas de organiza r o 
conteúdo do prontuário. de acordo 
com as características de atendimen-
to de cada hospital e com a cultura 
médica local. Dessa forma. sua com-
posição em geral é compreendida por: 
EVOLUÇÃO HOSPITALAR 57 
FLUXOGRAMA- COMPONENTES BÁSICOS DO PRONTUÁRIO 
https://www.medicinanet.eom.br/conteudos/revisoes/5795/prontuario_de_pacientes_ 
finalidad es_preenchimento_e_questoes_eticas_e_legais.htm 
Destes itens abordados. dois são co-
muns a todas as atividades assisten-
ciais e devem estar no início da pasta: 
os dados de identificação e lista de 
problemas. A identificação é formada 
por informações cadastrais necessá-
rias para comunicação da equipe com 
o paciente. familiares ou responsá-
veis bem como para a elaboração de 
trabalhos científicos e levantamentos 
epidemiológicos. 
LIGA! Em geral, esses dados pes-
soais são colhidos pelo pessoal admi-
nistrativo da Instituição. cabendo aos 
profissionais da equipe de saúde alertar 
no caso de verificação de erros ou incor-
reções nessas informações. 
Por conseguinte. a lista de problemas 
é uma síntese dos problemas atuais e 
ativos ou passados do paciente e des-
tina -se a fornecer uma visão geral da 
situação clínica do paciente e permitir 
EVOLUÇÃO HOSPITALAR 
a integração da equipe multidiscipli-
nar. Deve ser elaborada em ordem nu -
mérica crescente e com o menor grau 
de abstração possível. Podem ser in-
cluídos na lista: sinais ou sintomas, 
58 
diagnósticos, perturbações fisio-
lógicas, emocionais, síndromes, 
achados morfológicos e sinais ou 
anormalidades laboratoriais. 
De acordo com o Artigo 87. do Código de Ética Médica, é vedado ao médico: deixar de ela-
borar prontuário legível para cada paciente. E o prontuário deve conter os dados cl ínicos 
necessários para a boa condução do caso. sendo preenchido, em cada avaliação, em ordem 
cronológica com data. hora, assinatura e número de registro. Deve estar sob a guarda do mé-
dico ou da instituição que assiste o paciente e cabe ao médico assistente ou a seu substituto 
elaborar e entregar o sumário de alta ao paciente ou. na sua impossibilidade. ao seu repre-
sentante legal. 
Modelo SOAP 
O SOAP é um acrônimo utilizado em 
prontuário orientado por problemas e 
evidências para registro da evolução 
dos problemas das pessoas aten-
didas na prática médica diária . Esse 
método foi criado por Dr. Lawrence 
Weed, na década de 60, é constituído 
por quatro letras que refere-se ao um 
tipo de informação: Subjetivo, Obje-
tivo, Avaliação e Plano. 
Tem como função a objetividade. pra-
t icidade, organização e maior facilida-
de ao acesso das informações para 
tomada de decisões e dos planos 
diagnósticos e terapêuticos durante o 
acompanhamento do paciente. 
FLUXOGRAMA- MÉTODO SOAP 
O- ObJetivo 
A Aval1ação 
P - Plano 
Achados do exame físico e dos exames complementares 
Conclusões sobre a situação do paciente. pensamentos relativos ao 
diagnóstico e a resposta ao tratamento 
Cuidados ou condutas que serão tomados em relação ao 
problema ou necessidade avaliada 
https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/2/unidades_conteudos/

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