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PRIMEIRA REPÚBLICA CRISE DO IMPÉRIO A Proclamação da República foi um golpe militar que marcou o fim do Império do Brasil. Ocorreu no dia 15 de novembro de 1889 e foi liderada por Deodoro da Fonseca. A partir de 1870, a monarquia começou a ser vista como ultrapassada, tendo apoio principalmente dos fazendeiros fluminenses. A sociedade se reinventou: comerciantes se enriqueceram com o café, militares ganharam importância e as imigrações traziam novas questões sociais. Em 1870 foi lançado o Manifesto Republicano, a partir de qual surgiu o Partido Republicano e as propagandas republicanas. Questão militar: com a Guerra do Paraguai, os militares ganharam importância e queriam participar da política, movidos por ideais republicanos e positivistas. Em 1887, Deodoro da Fonseca presidiu o Clube Militar, que enfraqueceu a monarquia. Questão religiosa: a interferência do imperador em assuntos da Igreja Católica fê-la apoiar a República. Questão abolicionista: com a abolição da escravatura sem indenização, muitos fazendeiros se opuseram à monarquia. A influência dos EUA garantiu uma república liberal e federalista, com maior autonomia dos estados. A REPÚBLICA DA ESPADA 1889 – 1894 – “consolidação” Apesar da mudança de regime político, o poder permaneceu concentrado na mão do exército e da elite agrária (que fizeram o golpe), constituindo uma oligarquia. Com a chegada da república, instaura-se um governo provisório liderado por Deodoro da Fonseca, que articulou o golpe. Em seu governo, houve a naturalização dos imigrantes e a separação do Estado e da igreja (Estado laico). Após a abolição da escravidão e o aumento de trabalhadores assalariados, surgiu uma crise econômica motivada pela falta de papel moeda. Devido a isso, Rui Barbosa, Ministro da Fazenda, criou a política do encilhamento, que mandava imprimir mais dinheiro para estimular a economia. Isso gerou uma grave crise inflacionária. Constituição de 1891: ⁕ presidencialismo, com eleições a cada 4 anos ⁕ estado laico = liberdade de culto ⁕ voto censitário aberto para homens alfabetizados acima de 21 anos (apesar de excluir mulheres, a lei não excluía negros – a história sim) A constituição foi elaborada pela assembleia, que também e elegeu Deodoro da Fonseca como presidente e Floriano Peixoto como vice. Entretanto, logo após ser eleito, Deodoro se torna autoritário e tenta concentrar o poder para si. Ele acaba sendo muito criticado e renuncia. De acordo com a constituição, caso Deodoro renunciasse em até dois anos, deveriam ser feitas novas eleições. No entanto, Floriano Peixoto assume o poder. A ilegitimidade de seu governo gerou protestos, como o manifesto dos 13 generais (militares exigem novas eleições) e a revolta da armada, liderada pela marinha. A REPÚBLICA OLIGÁRQUICA 1894 – 1930 – “institucionalização” POLÍTICA Política dos governadores: as eleições presidenciais eram combinadas previamente entre o Governo Federal (que apoiaria a oligarquia estadual mais poderosa) e as oligarquias estaduais (que apoiaria o presidente e o legislativo). Clientelismo político: o apoio a certo presidente era comprado através de favores. Voto de cabresto: grandes fazendeiros e coronéis manipulavam os votos dos funcionários. Coronelismo: aristocracia rural controlava os votos. Política do café com leite: SP e MG negociavam com outros estados para alternar no controle das eleições. ECONOMIA A elite agrária controlava a economia rural exportadora, cujo principal produto era o café. Sobre a mão de obra, havia a transição do trabalho escravo para o assalariado. Os ex-escravos migraram para as cidades e políticas de imigração trouxeram europeus em contexto de primeira guerra mundial para trabalhar no campo. Muitas parcerias e colonatos resultaram em escravização por dívidas. Além disso, principalmente em São Paulo, começava o crescimento industrial e, junto, do proletariado. Surgiram então movimentos sociais de clara influência anarquista (trazida pelos imigrantes europeus) em busca direitos trabalhistas e melhores condições de trabalho. Vigorava o liberalismo econômico, que preza a mínima intervenção do estado na economia. No entanto, a superprodução do café trouxe o risco de ele cair de preço e prejudicar a economia brasileira. Por isso, os fazendeiros se reuniram no Convênio de Taubaté, no qual foi implantada uma taxa máxima de produção. Se ultrapassada, o governo comprava o café, estocava e vendia na intersafra, socializando as perdas e favorecendo os fazendeiros. Para isso, criou- se um imposto e pegou-se empréstimos do exterior. Nesse período, também teve o auge da produção da borracha e exportação para indústria automobilística. Eram comuns os casos de peonagem, escravidão por dívidas no amazonas. MOVIMENTOS SOCIAIS GUERRA DE CANUDOS - Sul (1896 - 1897) → Padre Antônio Conselheiro, contra o estado laico e à república, propagava que o fim do mundo estava próximo e Jesus estava se aproximando, e quem se juntasse a ele seria “salvo” (movimento messiânico) → juntou antirrepublicanos, pobres sem terras e devotos do catolicismo popular → massacrados GUERRA DO CONTESTADO - Sul (1912 - 1916) → Padre José Maria juntou pobres sem terra → movimento messiânico → catolicismo popular (simpatias, imagens, benzer...) → reprimidos violentamente CANGAÇO - Nordeste (1880-1940) → contexto de miséria, seca, coronelismo, violência policial → bandos armados no interior do nordeste → banditismo social REVOLTA DA VACINA - RJ (1904) → Rio de Janeiro, capital, era suja e desorganizada → reforma urbana = desabriga pessoas e gera favelização → reforma sanitarista = reduz a peste bubônica, febre amarela e varíola → criação do Instituito Soroterápico Federal (FIOCRUZ) → vacinação compulsória, com invasão às residências e auxílio policial → participação de estudantes, classes mais baixas, imprensa e militares REVOLTA DA CHIBATA (1910) → marinheiros, insatisfeitos com os castiços físicos (chibatas), fazem uma revolta → castigos físicos eram herança da escravidão e eram aplicados aos postos mais baixos, ocupados majoritariamente por negros e mestiços CRISE DA PRIMEIRA REPÚBLICA Com a crise econômica devido à queda do preço do café e a política do café com leite, tanto a elite agrária quanto alguns governadores estavam insatisfeitos. Por isso, governadores de estados que não se beneficiavam com a alternância de presidentes paulistas e mineiros se juntaram para apresentar a candidatura de Getúlio Vargas. Os estados de Minas Gerais e São Paulo também não estavam mais concordando, e cada um lançou seus candidatos para a eleição de 1930. Júlio Prestes, paulista, acaba vencendo, mas Getúlio aplica um golpe e assume o poder pelos próximos 15 anos.