Prévia do material em texto
Aula 08 PM-MS (Soldado) Bizu Estratégico - 2022 (Pós-Edital) Autor: Aline Calado Fernandes, Elizabeth Menezes de Pinho Alves, Fernanda Harumi Amaral Jo, Leonardo Mathias, Arthur Fontes da Silva Jr 27 de Outubro de 2022 00481205101 - rodrigo J d Silva BIZU ESTRATÉGICO DE DIREITO PENAL MILITAR - PM- MS (SOLDADO) Olá, prezado aluno. Tudo certo? Neste material, traremos uma seleção de bizus da disciplina de Direito Penal Militar para o concurso da PM-MS para o cargo de Soldado. O objetivo é proporcionar uma revisão rápida e de alta qualidade aos alunos por meio de tópicos que possuem as maiores chances de incidência em prova. Todos os bizus destinam-se a alunos que já estejam na fase bem final de revisão (que já estudaram bastante o conteúdo teórico da disciplina e, nos últimos dias, precisam revisar por algum material bem curto e objetivo). Esse bizu foi elaborado com base nos cursos de Direito Penal Militar da Equipe de Legislação Específica do Estratégia Concursos. Fernanda Harumi @fernandaharu_ Leonardo Mathias @profleomathias Aline Calado Fernandes, Elizabeth Menezes de Pinho Alves, Fernanda Harumi Amaral Jo, Leonardo Mathias, Arthur Fontes da Silva Jr Aula 08 PM-MS (Soldado) Bizu Estratégico - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 213696400481205101 - rodrigo J d Silva ANÁLISE ESTATÍSTICA Pessoal, segue abaixo uma análise estatística dos assuntos mais exigidos pela no âmbito da disciplina de Direito Penal Militar pela Idecan e bancas similares em concursos. Direito Penal Militar (Foram encontradas 43 questões) Assunto % de cobrança Dos Crimes Contra a Autoridade ou a Disciplina Militar 20,93% Dos Crimes Contra a Administração Militar 20,93% Dos Crimes Contra o Serviço Militar e o Dever Militar 18,60% * Análise realizada nas provas aplicadas até 2022. Os demais itens não foram abordados pela banca em provas anteriores ou possuem baixíssimo percentual de cobrança em concursos. A disciplina de Direito Penal Militar no edital do concurso da PM-MS abordou o seguinte conteúdo programático: 4. NOÇÕES DE DIREITO PENAL E DIREITO PENAL MILITAR: Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de setembro de 1940 (Código Penal Brasileiro): Parte Geral: Título I: Aplicação da Lei Penal. Título II: do Crime. Título III: da Imputabilidade Penal. Título IV: do Concurso de Pessoas. Título V: das Penas: Capítulo I: das Espécies de Pena; Capítulo II: da Cominação das Penas; Capítulo III: da Aplicação da Pena. Título VI: das Medidas de Segurança. Título VIII: da Extinção da Punibilidade. Parte Especial: Título I: dos Crimes Contra a Pessoa. Título II: dos Crimes Contra o patrimônio. Título VI: dos Crimes Contra a Dignidade Sexual: Capítulo I: dos Crimes Contra a Liberdade Sexual; Capítulo IA: da Exposição da Intimidade Sexual; Capítulo II: dos Crimes Sexuais Contra Vulnerável. Título X: dos Crimes Contra a Fé Pública: Capítulo V: das Fraudes em Certames de Interesse Público. Título XI: dos Crimes Contra a Administração Pública: Capítulo II: dos Crimes Praticados por Particular Contra a Administração em Geral; Capítulo II-B: dos Crimes em Licitações e Contratos Administrativos. Decreto-Lei n. 1.001, de 21 de outubro de 1969 (Código Penal Militar): Parte Geral: Título I: da Aplicação da Lei Penal Militar. Título II: do Crime. Título IV: do Concurso de Agentes. Título V: das Penas: Capítulo I: das Penas Principais; Capítulo V: das Penas Acessórias. Título VII: da Ação Penal. Título VIII: da Extinção da Punibilidade. Parte Aline Calado Fernandes, Elizabeth Menezes de Pinho Alves, Fernanda Harumi Amaral Jo, Leonardo Mathias, Arthur Fontes da Silva Jr Aula 08 PM-MS (Soldado) Bizu Estratégico - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 213696400481205101 - rodrigo J d Silva Especial: Livro I: dos Crimes Militares em Tempo de Paz: Título II: dos Crimes Contra a Autoridade ou Disciplina Militar: Capítulo I: do Motim e da Revolta; Capítulo II: da Aliciação e do Incitamento; Capítulo III: da Violência Contra Superior ou Militar de Serviço; Capítulo IV: do Desrespeito a Superior e a Símbolo Nacional ou à Farda; Capítulo V: da Insubordinação; Capítulo VII: da Resistência. Título III: dos Crimes Contra o Serviço Militar e o Dever Militar: Capítulo II: Deserção; Capítulo III: do Abandono de Posto e de Outros Crimes em Serviço. Título IV: dos Crimes Contra a Pessoa: Capítulo I: do Homicídio; Capítulo VI: dos crimes Contra a Liberdade: Seção I: dos Crimes Contra a Liberdade Individual; Seção II; dos Crimes Contra a Inviolabilidade do Domicílio; Título VII: dos Crimes Contra a Administração Militar: Capítulo I: do Desacato e da Desobediência; Capítulo II: do Peculato; Capítulo III: da Concussão, Excesso de Exação e Desvio; Capítulo IV: da Corrupção; Capítulo V: da Falsidade; Capítulo VI: dos Crimes Contra o Dever Funcional. Com essa análise, podemos verificar quais são os temas mais exigidos pela banca Idecan e, através disso, focaremos nos principais pontos em nossa revisão! Segue uma tabela contendo a numeração dos bizus referentes a cada tópico abordado e os respectivos cadernos de questões selecionados no nosso SQ. Direito Penal Militar – PM-MS Assunto Bizus Caderno de Questões Dos Crimes Contra a Autoridade ou a Disciplina Militar 1 a 12 http://questo.es/vjxhc1 Dos Crimes Contra o Serviço Militar e o Dever Militar 13 a 15 http://questo.es/xuqmyt Dos Crimes Contra a Administração Militar 16 a 19 http://questo.es/lsv7jf * Para fins de treino dos assuntos mais cobrados, utilizaremos questões de outras bancas. Aline Calado Fernandes, Elizabeth Menezes de Pinho Alves, Fernanda Harumi Amaral Jo, Leonardo Mathias, Arthur Fontes da Silva Jr Aula 08 PM-MS (Soldado) Bizu Estratégico - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 213696400481205101 - rodrigo J d Silva Apresentação Olá, futuro (a) aprovado(a)! Antes de darmos início aos nossos trabalhos, farei uma breve apresentação. Meu nome é Fernanda Harumi Amaral Jo, sou natural de São Paulo, me formei em Contabilidade pela USP e hoje ocupo o cargo de Auditor de Controle Externo no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP), tendo sido aprovada no último certame, realizado em 2017. Hoje também Integro a Equipe de Coaching do Estratégia Concursos junto com renomados profissionais e ex-concurseiros de todo o Brasil. Como pode perceber, há pouco tempo eu estava justamente aí, onde você concurseiro está. Logo utilizarei as experiências e conhecimentos adquirodos ao longo da minha trajetória para auxiliá-lo na disciplina de Direito Penal Militar . Fiz uma análise bem cautelosa dos pontos mais exigidos pela banca, e todos eles estão aqui! Cada questão vale ouro, então não podemos dar bobeira! Mãos à obra! Fernanda Harumi Aline Calado Fernandes, Elizabeth Menezes de Pinho Alves, Fernanda Harumi Amaral Jo, Leonardo Mathias, Arthur Fontes da Silva Jr Aula 08 PM-MS (Soldado) Bizu Estratégico - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 213696400481205101 - rodrigo J d Silva Dos Crimes Contra a Autoridade ou a Disciplina Militar 1) Do motim e da revolta o Estes crimes são os que mais apareceram em provas até hoje! Perceba que todos os incisos do art. 149 mencionam de alguma forma a desobediência ou resistência ao cumprimento de ordem superior. o Os delitos não podem se cometidos por apenas uma pessoa. Podemos dizer, portanto, que são crimes de concurso de pessoas necessário. Basta, porém, a ação de duas pessoas para que a conduta seja criminosa. Vai ser fácil você lembrar essa característica a partir da associação ao nome do tipo penal: quando pensamos num motim, inevitavelmente surge a ideia de ação de um grupo. o Os sujeitos ativos precisam ser militares em atividade,não sendo possível o cometimento do crime por civis ou mesmo por militares da reserva ou reformados. A esta altura você também já sabe que a figura do assemelhado não mais existe em nosso ordenamento. Aline Calado Fernandes, Elizabeth Menezes de Pinho Alves, Fernanda Harumi Amaral Jo, Leonardo Mathias, Arthur Fontes da Silva Jr Aula 08 PM-MS (Soldado) Bizu Estratégico - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 213696400481205101 - rodrigo J d Silva o Alguns doutrinadores entendem que o civil e o militar inativo podem cometer o delito na condição de coautores ou partícipes, mas somente se houver pelos menos dois militares da ativa envolvidos. Como a circunstância pessoal de ser militar da ativa é elementar do crime, ela se comunica aos partícipes e coautores, nos termos do art. 53, §1º do CPM. o É importante, contudo, que você saiba que as considerações acima acerca do civil somente se aplicam na esfera federal, pois a Justiça Militar Estadual não julga civis sob nenhuma circunstância (art. 125, §4º da Constituição Federal). o Esse raciocínio será aplicável para todos os crimes que estudaremos na aula de hoje. Sempre que eu disser que é possível que civil cometa algum crime, isso vale apenas para o âmbito federal. o Parte importante dos doutrinadores, entre eles Célio Lobão, entende, todavia, que o crime de motim somente pode ser cometido por militares da ativa (crime propriamente militar). ATENÇÃO! O Cespe já elaborou questões com este entendimento. Cuidado com a confusão, ok? o Quanto ao inciso I, não faz diferença se a negativa de obediência da ordem superior for expressa ou tácita. Também é importante que você saiba que o superior hierárquico não é necessariamente o militar de posto ou graduação superior à do agente. Pode ser também um militar de mesmo posto ou graduação, que esteja exercendo função de comando. o O inciso II trata da situação em que o superior hierárquico tenta resgatar a normalidade da ação irregular adotada pelos agentes, ou da violência praticada de forma ilícita. Esta situação é mais grave, pois além de os autores do crime estarem agindo sem ordem ou com violência, recusam o cumprimento da ordem superior de cessar a conduta. o No inciso III há a situação em que um grupo se recusa a obedecer, ou agride o seu superior. A maior parte da Doutrina acredita que a greve praticada por militares, além de ser ilegal, encaixa-se também neste tipo penal militar. o Perceba que aqui a conduta é a mera concordância, e não a organização da resistência. Os criminosos não são os cabeças. É importante compreender bem esse aspecto para não confundir o motim com a conspiração, prevista no art. 152. o Na conspiração a conduta é anterior, preparatória, para, posteriormente, haver anuência coletiva à prática do motim. Aline Calado Fernandes, Elizabeth Menezes de Pinho Alves, Fernanda Harumi Amaral Jo, Leonardo Mathias, Arthur Fontes da Silva Jr Aula 08 PM-MS (Soldado) Bizu Estratégico - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 213696400481205101 - rodrigo J d Silva o Há ainda alguma discussão da relação do motim com a violência contra superior (art. 157). A posição doutrinária mais aceita é a de que a violência contra superior, por ser mais grave, absorve o motim. o No inciso IV está prevista a conduta daqueles militares que ocupam locais ou veículos militares. Célio Lobão diz que é necessário que os locais ou meios de transporte sejam utilizados para consecução militar: movimentação própria de organização bélica, com armamento. o Ainda sobre o inciso IV, perceba que o texto dá abertura para que o crime seja cometido mesmo sem desobediência direta a ordem de superior. Esta é a hipótese de ocupação destes bens ou locais em detrimento da ordem ou da disciplina militar. o No crime de motim, a pena dos cabeças é aumentada de um terço. A definição de cabeças está no art. 53, §§4º e 5º do CPM, que você já estudou. o Para que ocorram os crimes de motim e revolta, é necessária a atuação de pelo menos dois militares da ativa (concurso de pessoas necessário). o Agora vamos estudar a revolta. Célio Lobão entende que o fato de estarmos diante de militares armados não é o que distingue a revolta do motim, mas sim a violência com que os atos são perpetrados. Esta visão é adotada unicamente por este doutrinador. o A revolta, na realidade, é um motim qualificado pela presença de armas. Nas polícias militares, as condutas que estudamos quase sempre incorrerão em crime de revolta, pois os policiais, salvo raras exceções, exercem suas atribuições armados. o Se houver pelo menos dois militares armados, a qualificadora já se torna aplicável e comunica-se aos demais, mesmo que não estejam utilizando armas, mas apenas se tiverem conhecimento da circunstância. o Assim como no motim, a pena dos cabeças do crime de revolta também é majorada de um terço. Aline Calado Fernandes, Elizabeth Menezes de Pinho Alves, Fernanda Harumi Amaral Jo, Leonardo Mathias, Arthur Fontes da Silva Jr Aula 08 PM-MS (Soldado) Bizu Estratégico - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 213696400481205101 - rodrigo J d Silva 2) Organização de grupo para a prática de violência o O crime apenas se consuma com a prática da violência (crime material). Cuidado com a confusão que o nome do tipo penal militar pode gerar na sua mente, pois a formação do grupo por si só não configura o crime, pois o grupo precisa praticar a violência. 3) Omissão de lealdade militar o O sujeito ativo apenas pode ser o militar da ativa (ou equiparado) e agora estamos diante de um crime que pode perfeitamente ser perpetrado por apenas uma pessoa. o Este crime é constituído de duas condutas omissivas: na primeira o militar fica sabendo que está sendo planejado o motim ou revolta e omite-se de denunciar essa intenção. Os doutrinadores dizem ainda que mesmo que ele comunique, se o fizer tarde demais, não dando ao seu superior oportunidade de tomar as medidas necessárias, o crime estará configurado. o Na segunda, o militar não tem conhecimento prévio, mas está presente quando o Aline Calado Fernandes, Elizabeth Menezes de Pinho Alves, Fernanda Harumi Amaral Jo, Leonardo Mathias, Arthur Fontes da Silva Jr Aula 08 PM-MS (Soldado) Bizu Estratégico - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 213696400481205101 - rodrigo J d Silva motim ou a revolta são deflagrados. Nesta situação, se ele não cumprir seus deveres militares, tentando impedir os atos, incorrerá no crime em estudo. 4) Conspiração o Mais uma vez estamos diante de um crime de coautoria necessária (também chamado de plurissubjetivo), em que é necessária a ação de pelo menos duas pessoas. Os agentes também precisam ser militares da ativa, não fazendo sentido a participação de civil. o A palavra “concertar” significa entrar em acordo, pactuar. Assim, o núcleo do tipo está nos atos preparatórios para o motim ou revolta. Não se trata da mera conversa sobre o assunto nem a manifestação de insatisfação, mas sim o planejamento, reuniões, etc. o O parágrafo único determina a isenção de pena daquele que denuncia o esquema, mesmo tendo participado dele, desde que o faça enquanto ainda era possível evitar suas consequências. Este é um exemplo de escusa absolutória: condição estabelecida pela lei para que o ato, mesmo sendo típico, antijurídico e culpável, não seja punível. 5) Aliciação e do incitamento o Aqui o sujeito ativo não precisa ser militar. Estamos diante de um crime impropriamente militar, pois nada impede que o civil alicie um militar para o cometimento de crimes contra a disciplina ou a autoridade militar. Aline Calado Fernandes, Elizabeth Menezes de Pinho Alves, Fernanda Harumi Amaral Jo, Leonardo Mathias, Arthur Fontes da Silva Jr Aula 08 PM-MS (Soldado) Bizu Estratégico -2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 213696400481205101 - rodrigo J d Silva ==209b84== o O crime apenas se consuma quando o militar efetivamente se deixa seduzir pelo aliciador e com ele concorda. Se a vítima não concordar, poderá haver a aliciação para motim ou revolta em sua forma tentada. o Perceba que o crime será consumado mesmo que o militar aliciado não venha a participar do crime. Sua mera concordância já é suficiente. 6) Incitamento o Mais uma vez o sujeito ativo pode ser tanto civil quanto militar, vez que se trata de crime impropriamente militar. o O incitamento apenas pode ser perpetrado por meio de conduta dolosa. Assim como a aliciação para motim ou revolta, o incitamento também só se consuma com a concordância do militar que é vítima do crime, mas não é necessário que ele pratique nenhuma das ações sugeridas. o Se o militar não concordar com o incitador, estaremos diante da tentativa de incitamento. 7) Apologia de fato criminoso ou do seu ator Aline Calado Fernandes, Elizabeth Menezes de Pinho Alves, Fernanda Harumi Amaral Jo, Leonardo Mathias, Arthur Fontes da Silva Jr Aula 08 PM-MS (Soldado) Bizu Estratégico - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 213696400481205101 - rodrigo J d Silva o O sujeito ativo deste crime pode ser qualquer pessoa, civil ou militar. Trata-se de crime impropriamente militar. o Fazer apologia significa elogiar, exaltar, engrandecer o fato tipificado como crime militar. Este tipo de atitude pode levar alguém a decidir cometer o crime. o A apologia pode ser feita também ao autor de crime militar, desde que o sujeito seja enaltecido em razão do crime, e não por outro motivo qualquer. o O enaltecimento do crime militar ou seu autor também só será crime militar quando feito em local sob administração militar. Se em outro local, será considerado crime comum. 8) Da violência contra superior ou militar em serviço Aline Calado Fernandes, Elizabeth Menezes de Pinho Alves, Fernanda Harumi Amaral Jo, Leonardo Mathias, Arthur Fontes da Silva Jr Aula 08 PM-MS (Soldado) Bizu Estratégico - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 213696400481205101 - rodrigo J d Silva 9) Do desrespeito a superior e a símbolo nacional ou a farda o O cometimento deste crime é restrito aos militares. o O desrespeito a superior somente configurará crime quando o ato de desrespeito ocorrer diante de outro militar. 10) Insubordinação Aline Calado Fernandes, Elizabeth Menezes de Pinho Alves, Fernanda Harumi Amaral Jo, Leonardo Mathias, Arthur Fontes da Silva Jr Aula 08 PM-MS (Soldado) Bizu Estratégico - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 213696400481205101 - rodrigo J d Silva o O sujeito ativo é o inferior hierárquico ou funcional, e isto restringe o cometimento do crime ao militar da ativa. Este é posicionamento de Célio Lobão, mas mais uma vez temos alguns doutrinadores que entendem como possível a prática da conduta por militar inativo. o Trata-se de crime de mão própria, não sendo admitida a coautoria. Na realidade, se imaginarmos uma situação de coautoria, esta se traduziria na recusa coletiva de cumprir ordens superiores, e este é outro tipo penal: motim ou revolta. o Se o superior emite ordem ilegal, o subordinado não tem a obrigação de cumpri-la e, portanto, não incorre em crime de recusa de obediência. 11) Da usurpação e do excesso ou abuso de autoridade o Geralmente este delito é perpetrado por oficiais, pois eles têm formação voltada para o comando. Eu, porém, não vejo nenhum empecilho à ação de praça assumindo indevidamente comando, já que a assunção é ilegal de qualquer forma. o Comando é a designação dada às unidades operacionais, enquanto direção refere- se às unidades administrativas. Assumir comando ou direção diz respeito à prática de ato próprio e exclusivo de comandante. Não basta que o militar ocupe a cadeira do comandante, pois é necessário efetivamente praticar atos decisórios importantes. Aline Calado Fernandes, Elizabeth Menezes de Pinho Alves, Fernanda Harumi Amaral Jo, Leonardo Mathias, Arthur Fontes da Silva Jr Aula 08 PM-MS (Soldado) Bizu Estratégico - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 213696400481205101 - rodrigo J d Silva 12) Outros artigos Aline Calado Fernandes, Elizabeth Menezes de Pinho Alves, Fernanda Harumi Amaral Jo, Leonardo Mathias, Arthur Fontes da Silva Jr Aula 08 PM-MS (Soldado) Bizu Estratégico - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 213696400481205101 - rodrigo J d Silva o O sujeito ativo deste crime pode ser qualquer pessoa, civil ou militar. Se o crime for cometido no âmbito estadual, o civil deverá ser enquadrado no tipo previsto no art. 351 do CP. o A conduta é promover ou facilitar a fuga de preso ou internado. Promover significa originar, iniciar a fuga, enquanto facilitar significa tomar parte no esquema de fuga, facilitando-a, mas sem desencadear o plano. o Em caso de fuga de estabelecimentos prisionais, já se firmou posição de que somente haverá o crime em estudo quando o fato for praticado em estabelecimento militar, ou seja, em presídios militares ou outras unidades com instalações prisionais Dos Crimes Contra o Serviço Militar e o Dever Militar 13) Insubmissão Aline Calado Fernandes, Elizabeth Menezes de Pinho Alves, Fernanda Harumi Amaral Jo, Leonardo Mathias, Arthur Fontes da Silva Jr Aula 08 PM-MS (Soldado) Bizu Estratégico - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 213696400481205101 - rodrigo J d Silva o Os sujeito ativo deste crime é o civil convocado para prestar o serviço militar obrigatório. Na maior parte das vezes esse convocado é o brasileiro do sexo masculino de 17 ou 18 anos de idade que se alistou obrigatoriamente. 14) Da deserção o Neste crime o agente apenas pode ser o militar em atividade. Somente é possível desertar depois que o militar for incorporado às forças armadas, Polícia Militar ou Corpo de Bombeiros Militar. Aline Calado Fernandes, Elizabeth Menezes de Pinho Alves, Fernanda Harumi Amaral Jo, Leonardo Mathias, Arthur Fontes da Silva Jr Aula 08 PM-MS (Soldado) Bizu Estratégico - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 213696400481205101 - rodrigo J d Silva o A conduta consiste em ausentar-se, que significa afastar-se, furtar-se de estar no local determinado em razão do serviço militar. O tipo não engloba apenas aquele que está presente na Organização Militar e dela se ausenta, mas também aquele que, estando em férias, folga ou outro afastamento, furta-se de retornar ao serviço no momento determinado. o O afastamento tem que ser injustificado o A deserção é crime permanente, o que significa que a sua consumação se protrai no tempo, estando o desertor, desde o início da consumação, sujeito à prisão, conforme o art. 452 do CPPM. 15) Do abandono de posto e de outros crimes em serviço o Neste crime o sujeito ativo precisa ser militar da ativa que esteja de serviço em posto (fixo ou móvel), em lugar delimitado ou em execução de tarefa específica. o A conduta consiste em abandonar, deixar o posto no qual esteja prestando serviço, o local em que o presta ou o próprio serviço. Obviamente para que a conduta seja típica é necessário que o abandono se dê sem autorização ou ordem superior. o Posto é o local (fixo ou não) onde se cumpre a missão. Pode haver postos de vigilância, controle, segurança, guarda, ou qualquer outra tarefa própria das forças militares. o Para abandonar o serviço, é necessário que o militar primeiramente o assuma. Aquele que não cumpre ordem direta de assumir o serviço e deixa a unidade não comete o crime de abandono de posto, mas poderia ser enquadrado,por exemplo, no delito de recusa de obediência (art. 163 do CPM). o Para que a conduta esteja completada, não é necessário que haja nenhuma Aline Calado Fernandes, Elizabeth Menezes de Pinho Alves, Fernanda Harumi Amaral Jo, Leonardo Mathias, Arthur Fontes da Silva Jr Aula 08 PM-MS (Soldado) Bizu Estratégico - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 213696400481205101 - rodrigo J d Silva contagem temporal desde o abandono do posto. Não importa se o sujeito ativo o abandonou por uma hora ou um dia, o crime estará consumado do mesmo jeito. o Aqui o sujeito ativo mais uma vez é o comandante, mas o preceito secundário nos indica que deve ele ser oficial, pois apenas oficiais ocupam posto. o A conduta está relacionada à embriaguez do militar. Incorre neste crime o militar que se embriaga em serviço ou que já se apresenta nesta condição. o Aqui estamos tratando da embriaguez voluntária. Obviamente não há conduta típica se o militar foi embriagado contra sua vontade, por caso fortuito ou força maior. Aline Calado Fernandes, Elizabeth Menezes de Pinho Alves, Fernanda Harumi Amaral Jo, Leonardo Mathias, Arthur Fontes da Silva Jr Aula 08 PM-MS (Soldado) Bizu Estratégico - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 213696400481205101 - rodrigo J d Silva Dos Crimes Contra a Administração Militar 16) Do desacato e da obediência o O sujeito ativo deste crime é o inferior hierárquico. O núcleo da conduta é desacatar, que significa faltar com respeito, desmerecer, afrontar. o A diferenciação entre este crime e o de desrespeito a superior, previsto no art. 160, está apenas na gravidade da conduta. O desrespeito é uma falta de consideração mais branda, enquanto o desacato é mais severo, e por essa razão o desrespeito é subsidiário, sendo absorvido quando ocorrer desacato. o No parágrafo único há causa especial de aumento de pena, quando o superior desacatado for oficial general ou comandante da unidade. É interessante lembrar que nas polícias militares, por força do Decreto-Lei n° 667/1969, o posto máximo do oficialato é o de coronel, não sendo possível haver oficiais generais. Aline Calado Fernandes, Elizabeth Menezes de Pinho Alves, Fernanda Harumi Amaral Jo, Leonardo Mathias, Arthur Fontes da Silva Jr Aula 08 PM-MS (Soldado) Bizu Estratégico - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 213696400481205101 - rodrigo J d Silva o Este crime pode ser praticado por qualquer pessoa, militar ou civil. O sujeito passivo, por outro lado, é o militar em exercício de função de natureza militar, ou que seja ofendido em razão dela. o Este crime pode ser praticado por qualquer pessoa, civil ou militar. o Pratica o crime em estudo aquele que não atende à ordem de autoridade militar, pouco importando se o fez por ação contrária à ordem ou simplesmente por omissão. o Essa desobediência não inclui o uso de violência ou ameaça direcionada à autoridade militar. Se fosse este o caso, o tipo penal seria o do art. 177 (Resistência). o Também é necessário que a ordem seja legal e atenda aos requisitos de validade do ato administrativo. 17) Do peculato Aline Calado Fernandes, Elizabeth Menezes de Pinho Alves, Fernanda Harumi Amaral Jo, Leonardo Mathias, Arthur Fontes da Silva Jr Aula 08 PM-MS (Soldado) Bizu Estratégico - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 213696400481205101 - rodrigo J d Silva o O funcionário público, no entanto, não precisa ser militar, sendo possível a prática do crime por funcionário público civil atuando na Administração Militar. Ficamos então diante de uma situação um pouco estranha: o crime é próprio, mas também é impropriamente militar. o peculato próprio, previsto no caput do art. 303. A conduta ilícita é “apropriar-se”, significando que o autor do delito já tem em seu poder, em razão do cargo, a posse do objeto material, assumindo em seguida a posição de dono. o Este crime ocorre quando um policial militar, por exemplo, decidir se apropriar de arma apreendida no exercício da função. o Na segunda forma do peculato próprio, temos o desvio. Neste caso o agente não toma o bem para si, mas dá a ele destinação diferente da devida, pouco importando se o faz em benefício próprio ou de terceiro. o Este é o caso do militar que trabalha na seção de pagamentos e faz lançamento de valores na conta corrente de outra pessoa que não o real favorecido. o O §1° do art. 3° traz uma causa especial de aumento de pena: se o bem apropriado Aline Calado Fernandes, Elizabeth Menezes de Pinho Alves, Fernanda Harumi Amaral Jo, Leonardo Mathias, Arthur Fontes da Silva Jr Aula 08 PM-MS (Soldado) Bizu Estratégico - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 213696400481205101 - rodrigo J d Silva ou desviado for de valor superior a vinte salários mínimos, a pena é aumentada em um terço. Perceba que, pela forma como foi escrito o §1°, podemos concluir que essa majorante apenas se aplica ao peculato próprio. o Com relação ao peculato impróprio, previsto no §2°, trata-se de hipótese de peculato-furto, ou seja, o agente não tem a posse do bem, mas o subtrai ou facilita sua subtração por outrem. o Este ato, obviamente, precisa estar acompanhado da vontade do agente de tirar proveito do bem. Não há crime, portanto, quando um funcionário público toma a posse de bem apenas para utilizá-lo momentaneamente e devolvê-lo em seguida. o O §3° tipifica o peculato culposo, que ocorre quando o funcionário público contribui, de forma culposa, para que outra pessoa desvie ou subtraia bem móvel, ou dele se aproprie. Geralmente essa culpa se dá na modalidade negligência, em que o agente não observa seu dever objetivo de cuidado. o Para que o funcionário público seja responsabilizado pelo peculato culposo não é necessário que se descubra a autoria do furto ou desvio do bem, pois uma conduta independe da outra. o O §4° prevê uma causa de extinção da punibilidade e outra causa especial de diminuição de pena, aplicáveis apenas ao peculato culposo. o Se o autor do peculato culposo reparar o dano antes do trânsito em julgado da sentença condenatória, sua punibilidade estará extinta. Caso o faça após o trânsito em julgado, terá sua pena diminuída pela metade. o Este crime também é chamado de peculato-estelionato. Mais uma vez estamos diante de um crime próprio, mas impropriamente militar, sendo necessário apenas que o autor seja funcionário público. o Neste crime o autor deve receber o dinheiro ou bem em razão do cargo exercido, e em função de erro cometido por outra pessoa. Esse erro pode decorrer de falha Aline Calado Fernandes, Elizabeth Menezes de Pinho Alves, Fernanda Harumi Amaral Jo, Leonardo Mathias, Arthur Fontes da Silva Jr Aula 08 PM-MS (Soldado) Bizu Estratégico - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 213696400481205101 - rodrigo J d Silva na identificação do destinatário do bem, ou da própria coisa móvel a ser entregue. o Este erro não precisa ser espontâneo, podendo ser provocado pelo próprio agente. Daí a identificação desta modalidade de peculato com o crime de estelionato. 18) Da concussão, excesso de exação e desvio 19) Da corrupção o Este crime tem uma semelhança muito grande com a concussão, diferenciando-se basicamente apenas pelos verbos nucleares. Na concussão, o autor “exige” a vantagem, enquanto na corrupção passiva as condutas nucleares são “receber” vantagem indevida e “aceitar” sua promessa. o Diferentemente da corrupção passiva prevista no Código Penal Comum, o CPM Aline Calado Fernandes, Elizabeth Menezes de Pinho Alves, Fernanda Harumi Amaral Jo, Leonardo Mathias, Arthur Fontes da Silva Jr Aula 08 PM-MS (Soldado) Bizu Estratégico - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 213696400481205101- rodrigo J d Silva não tipifica a conduta “solicitar”, o que não torna exatamente o crime diferente, não é mesmo? Apenas há dúvida quanto a qual crime é cometido pelo militar que “solicita” vantagem indevida em razão da função. o A solução dada pela Doutrina é a de que um militar, fardado e armado, que solicita vantagem, na verdade a está exigindo, e portanto cometeria o crime de concussão. o Caso o militar não esteja aparamentado e não ofereça ameaça direta, apenas solicitando a vantagem, incorrerá no crime de corrupção passiva comum, previsto pelo Código Penal. Este caso seria o do bombeiro militar que solicita vantagem para aprovar uma construção e expedir o AVCB. o Segundo a Doutrina, o crime em estudo tem caráter bilateral. Somente haverá corrupção passiva se houver um corruptor, que, por sua vez, praticará o crime de corrupção ativa. o Este crime pode ser praticado por qualquer pessoa, seja militar ou civil. Diferentemente do crime de corrupção passiva, a corrupção ativa não será necessariamente um crime bilateral, pois é possível que o agente ofereça vantagem indevida e o funcionário público não a aceite. o Aqui também há uma diferença de redação entre o CPM e o CP. O crime militar traz como núcleos da conduta os verbos “dar”, “oferecer” e “prometer”. O crime previsto no CP apenas traz os verbos “oferecer” e “prometer”. Aline Calado Fernandes, Elizabeth Menezes de Pinho Alves, Fernanda Harumi Amaral Jo, Leonardo Mathias, Arthur Fontes da Silva Jr Aula 08 PM-MS (Soldado) Bizu Estratégico - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 213696400481205101 - rodrigo J d Silva --- Vamos ficando por aqui. Esperamos que tenha gostado do nosso Bizu! Bons estudos! “Não é a força ou a sorte, mas o empenho e a persistência que determinam seu sucesso.” (Autor Desconhecido) Fernanda Harumi Leonardo Mathias @fernandaharu_ @profleomathias Aline Calado Fernandes, Elizabeth Menezes de Pinho Alves, Fernanda Harumi Amaral Jo, Leonardo Mathias, Arthur Fontes da Silva Jr Aula 08 PM-MS (Soldado) Bizu Estratégico - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 213696400481205101 - rodrigo J d Silva