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DIREITO PROCESSUAL PENAL - INDICIAMENTO Inquérito Policial e Ministério Público

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INQUÉRITO POLICIAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
No que se refere às questões controversas relacionadas a esse assunto, é importante destacar a discussão em torno da possibilidade de o Ministério Público presidir inquéritos policiais. Atualmente, a visão predominante é que o Ministério Público, como titular da ação penal, possui competência para investigar e apurar a prática de delitos por meios próprios, por meio dos Procedimentos Investigatórios Criminais (PICs). É fundamental ressaltar que esses procedimentos não devem ser confundidos com o inquérito policial, cuja presidência é exclusiva da autoridade policial, conforme disposição legal.
O PIC é um procedimento administrativo de investigação conduzido pelo Ministério Público e não pode ser sigiloso, como ocorria no passado, garantindo, assim, o acesso do advogado do investigado. O Supremo Tribunal Federal (STF) consolidou uma tese de repercussão geral sobre o tema, afirmando que o Ministério Público possui competência para realizar investigações de natureza penal, desde que respeite os direitos e garantias de qualquer indiciado ou pessoa sob investigação do Estado, observando as hipóteses de reserva constitucional de jurisdição e as prerrogativas profissionais dos advogados.
É importante notar também a existência de outros procedimentos investigatórios que não se confundem com o inquérito policial, como as Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), de competência do Poder Legislativo, e os procedimentos administrativos da Receita Federal. Ambos têm a finalidade de coletar provas da materialidade do delito e obter indícios de autoria, para que o Ministério Público possa, eventualmente, propor a ação penal.
O termo circunstanciado, realizado pela polícia civil nos casos de infrações de menor potencial ofensivo, não deve ser confundido com o inquérito policial. Nos casos de infrações de menor potencial ofensivo, definidas como contravenções penais e crimes com pena máxima em abstrato não superior a dois anos, o termo circunstanciado é lavrado pela autoridade policial. Esse procedimento é dispensado por lei (Lei nº 9.099/95) com o objetivo de acelerar os processos sob a competência do Juizado Especial Criminal. Entretanto, em situações específicas, ainda é possível a instauração do inquérito policial para uma investigação mais aprofundada dos fatos.
Além disso, o papel do Ministério Público na condução dos Procedimentos de Investigações Criminais (PICs) tem gerado debates sobre sua capacidade de atuar de forma autônoma nesse campo, uma vez que a Constituição Federal não prevê explicitamente essa atuação em investigações criminais. No entanto, o Ministério Público se baseia nos poderes implícitos e na Resolução 13 do Conselho Nacional do Ministério Público para conduzir investigações criminais. A discussão sobre os limites dos poderes e prerrogativas do Ministério Público nesse contexto é relevante e requer uma análise cuidadosa da legislação e jurisprudência.
Para entender a evolução do papel do Ministério Público na sociedade brasileira, é fundamental considerar as mudanças sociais, políticas, culturais e econômicas do país. O Ministério Público é uma instituição essencial e permanente de um Estado Democrático de Direito, e não pode se manter alheio a essas características da sociedade. Portanto, é necessário que o Ministério Público acompanhe e compreenda a realidade da sociedade brasileira para desempenhar seu papel de maneira eficaz.
Por fim, as jurisprudências mencionadas em relação ao tema destacam a legalidade das ações do Ministério Público na condução de investigações criminais, a imposição de limitações temporais às investigações para garantir a duração razoável do processo e a necessidade de respeitar os direitos individuais dos investigados, como o contraditório e a ampla defesa.
Dessa forma, o cenário atual envolvendo o Ministério Público, as investigações criminais e os procedimentos investigatórios é complexo e suscita debates importantes sobre os poderes e limites dessa instituição no contexto legal brasileiro.

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