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Parasito casos clínicos
1. Após visita de uma semana de duração a uma cidade no interior de Minas
Gerais, um vendedor de 31 anos de idade procura o pronto-socorro queixando-se de
paroxismos de esteatorréia e dor abdominal em cólica, acompanhadas de náuseas e
eructação. Vem utilizando antidiarréicos e anti-eméticos desde que os sintomas
surgiram, há um mês, porém os sintomas vêm piorando nos últimos dias. O paciente
também apresentou perda de peso. Não há presença de catarro, pus ou sangue nas
fezes. (temp. corporal: 36,5ºC).
A. Qual(is) sua(s) suspeita(s) diagnóstica(s)?
Giardíase. Esta doença ocorre é devido a ingestão de água ou comida contaminada
pelos ovos do protozoário (Giardia lamblia)
B. Tendo em vista que no EPF (3 amostras diferentes), o resultado foi negativo,
cite um motivo pelo qual isso pode ter ocorrido.
Pois as amostras devem ter sido retiradas durante a divisão mitótica do protozoário, não
tendo a ovopostura dos ovos.
C. Qual a relação entre a viagem feita pelo paciente e a ocorrência da
parasitose?
Devido ao fato da viagem ter sido feita para um local sem saneamento básico gerando
mais risco de contaminação
D. Qual o tratamento indicado para este paciente?
Secnidazol, triconazol, e metronidazol.
2. Uma mulher de 36 anos relata que há 2 meses começou a apresentar
diarréia de início insidioso, com 3 a 6 evacuações nas 24 horas e fezes pastosas e /ou
líquidas. Após a realização de uma colonoscopia fez uso do tratamento indicado,
apresentando agora 10 a 15 evacuações nas 24 horas, com fezes líquidas
acompanhadas frequentemente de muco e sangue, além de fraqueza e
emagrecimento.
A. Qual sua suspeita diagnóstica?
Amebíase
B. Por que o paciente está apresentando estes sintomas?
Porque para a sobrevivência do protozoário no organismo, ele precisa se fixar na
parede do intestino através das ventosas para se alimentar dos nutrientes que passam por
ali. Essa fixação causa um ferimento, fazendo assim a presença de sangue nas fezes.
3. Um farmacêutico recém-formado atende em sua farmácia um homem relatando ter
feito exame de fezes e neste apresentou: “ cistos de Endolimax nana “ . A receita
médica prescreveu medicação para amebíase. Está correta esta prescrição?
Justifique
A prescrição está correta, visto que Endolimax nana é um ameba comensal da ordem das
Amoebida que pode ser visualizadas em fezes humanas. Visto que ela é um tipo de
amebíase intestinal, possuindo uma forma móvel, que se produz e se alimenta vivendo mais
frequentemente no trato gastrointestinal baixo.
4.Uma executiva de 29 anos apresenta corrimento vaginal amarelo-esverdeado,
fétido, além de dispareunia e disúria. Ao exame ginecológico, a mucosa va-ginal
encontra-se inflamada e um corrimento foi observado.
a. Qual(is) o(s) possível(is) diagnóstico(s)? Por quê?
O diagnóstico possível é tricomoníase, que é uma infecção causada por um protozoário
Trichomonas vaginalis. Essa infecção vai causar corrimento vaginal amarelo- esverdeado fétido,
dispareunia e disúria, mesmos sintomas apresentados.
b. Como confirmar sua suspeita? Como deverá ser o tratamento mais completo
desta paciente?
A suspeita pode ser confirmada através de exames de rotina, no qual o médico avalia o
corrimento e odor que vem da vagina. Tem que fazer teste de pH vaginal, papanicolau,
exame de cultura e exame de citologia.
O tratamento tem como objetivo eliminar a infecção. Primeiramente, tem que se abster
sexualmente e, juntamente fazer uso de antibióticos e quimioterápicos. Os medicamentos
pode de ação local (pomadas) ou de ação sistêmica (orais). Os mais usados são
metronidazol (oral) e colpatrin (pomada).
c. Faça uma lista de sintomas que o paciente apresenta e explique porque está
ocorrendo cada um.(associe patologia com a sintomatologia)
● Corrimento vaginal amarelo- esverdeado fétido: é uma intensa síntese de nutrientes
para o organismo. Esse corrimento é uma ótima forma de transmissão.
● Dispareunia: fase que o protozoário se reproduz.
● Disúria: dor, causado pela presença de protozoário.
● Mucosa vaginal inflamada: fase de encistamento do protozoário.
5. Paciente I.M.A., mestiça, 20 anos, casada, queixa-se de prurido vaginal intenso,
corrimento constante e dor durante o ato sexual. Relata que já foi medicada outras 3 vezes
para o mesmo problema sob suspeita de infecção por bactérias( Gardnerella sp); nestes
casos o marido só aderiu ao primeiro tratamento. Revelou que após os tratamentos
apresentou discreta melhora. Ao exame clínico foram verificadas algumas escoriações na
região pubiana, eritema de vulva e vagina, presença de secreção vaginal de cor creme com
aspecto espumoso e cervicite. Foi colhido material para exame laboratorial.
A. Algum parasito pode ser incluído na suspeita?
Candida albicans que é um fungo que causa a doença candidíase.
C. Indique 3 medidas higiênicas preventivas para auxiliar na recuperação do paciente.
Banhos diários e lavar a região anal após evacuar com água e sabão neutro, usar
preservativo em todas as relações sexuais, evitar sentar em assentos sanitários
desconhecidos, manter roupas íntimas secas.
D. Comente o motivo pelo qual o tratamento anterior não foi eficiente.
O tratamento anterior não foi eficaz pois não estavam tratando o parasita correto, pois o que
está afetando a paciente é o fungo Candidas albicans.
6. Uma garotinha de 6 anos, filha de uma prostituta, apresenta prurido anal noturno, vaginite
e um leve corrimento vaginal. Sua mãe também apresenta corrimento
(amarelo-esverdeado, fétido), e dor ao urinar. Além disso, dias atrás começou a sentir o
mesmo prurido anal que a filha. Seu exame ginecológico revelou inflamação da mucosa
vaginal.
A. Qual a suspeita de diagnóstico em cada caso? Como possivelmente ocorreu a infecção
em cada caso?
A suspeita de diagnóstico é de enterobíase, mais conhecida como oxiuríase, é uma
infecção intestinal por Enterobius vermiculares, sendo o principal sintoma a coceira perianal.
A infecção no caso da criança provavelmente está relacionada com a má higiene do local
perineal, ao coçar o ânus contamina suas mãos entrando em contato com os ovos e
transmitindo para outras pessoas via oral-fecal, ao mexer em objetos ou alimentos ou
cumprimentar outras pessoas. As pessoas próximas têm mais chances de serem
contaminadas. Os pertences como toalhas e roupas de cama são frequentemente
infectados pelos ovos, facilitando seu contágio.
A suspeita de caso da mãe possivelmente está relacionada com a tricomoníase, que é uma
infecção sexualmente transmissível que é provocada por um parasita Tricomonas varginalis,
sua transmissão é via direta sexual ou através do contato íntimo com secreções de uma
pessoa contaminada.
B. Relacione o(s) parasita(s) e os sintomas.
Enterobius vermiculares: os sintomas mais comuns são: prurido anal, o prurido pode ser
intenso e o paciente pode apresentar inquietude e dificuldade para dormir. O Verme adulto
pode migrar para outros locais além do ânus e ir para região perineal atingindo a vagina,
podendo ocorrer vulvo-vaginite, prurido e corrimento.
Tricomonas varginallis: ocorre corrimento de secreção amarelada ou amarelo-esverdeada,
prurido, forte odor, podendo ser fétido, irritação vulvar e dificuldade ao urinar.
C. Qual é o melhor método de diagnóstico laboratorial para cada um dos casos?
Enterobius: deve-se pesquisar diretamente na região perianal, o que deve ser feito pelos
métodos de Hall (swab anal) ou de Graham (fita gomada), cuja colheita é feita na região
anal, seguida de leitura em microscópio. Também podem ser pesquisados em material
retirado de unhas de crianças infectadas, que oferecem alto índice de positividade.
Tricomonas: é a visualização direta dos trofozoítos da secreção vaginal.
D. Cite e explique algumas medidas profiláticas para evitar novas infecções desse tipo.
As medidas profiláticas para evitar novas infecções estão relacionadas com o uso de
preservativos, evitar múltiplos parceiros, no caso de tricomoníase. Já para evitar a
oxiuríase, é necessária uma lavagem adequada das mãos, com o uso de sabão, lavagemcorreta de roupas de cama, roupa e brinquedos com frequência.
7. Campina Grande –PB, paciente MFQ, 10 anos feodérmico, natural e procedente de
Pernambuco, apareceu com história de lesão no lábio inferior há mais ou menos 2
meses. Ao exame dermatológico, evidenciamos lesão exulcerada e crostosa
associada à edema na região lobo inferior. Foi realizado teste de Montenegro, cujo
resultado foi positivo. O exame anatomopatológico demonstrou um infiltrado misto,
com histiócitos contendo parasitas em associação com linfócitos e células
plasmáticas.
A. Qual a sua suspeita diagnóstica? leishmaniose
B. Qual a relação entre essa parasitose e o sistema imune do paciente? Assim que a
Leishmania penetra no hospedeiro, o sistema imune é ativado e passa a lutar contra a
infecção através das respostas imunes inata (fagócitos, células NK e sistema
complemento) e adaptativa (produção de citocinas e anticorpos).
C. Qual o tratamento mais adequado? Pentamidina e Anfotericina B.
D. Explique os sintomas desenvolvidos pelo paciente. Trata-se de uma leishmania cutânea
e mucocutânea, onde a mesma causa lesões geralmente ulceradas e crostosas em regiões
da face como os lábios ( lábio inferior, no paciente), e região do lobo inferior, no paciente. e
também podendo ser evidenciadas em outros pacientes em diversas regiões da face.
8. Um homem residente na região rural de Caratinga, MG, relata :” apareceu com
uma verruguinha no meio do nariz e usei leite de mamão. Essa nunca o
“incomodava”, mas depois disto, ele percebeu que estava aparecendo uma ferida no
local que coçava muito.
ÒA. Qual sua suspeita diagnóstica?
Leishmaniose cutânea
B. Como você confirmaria?
Exames parasitológicos, como por exemplo, o isolamento in vitro. Exames
imunológicos como intradermoreação de Montenegro (IDRM) ou exames
moleculares como PCR (reação em cadeia de polimerase). Pode-se fazer também o
método de Giemsa com exame por aspiração, também podendo ser realizadas
culturas para uma complementação diagnóstica, identificando amastigotas na lesão.
9. Um senhor, aparentemente com idade acima de 60 anos, relata que foi para
a cidade de Eldorado(MS), região endêmica de malária, esquistossomose,
leishmaniose, febre amarela e Doença de Chagas numa pesquisa de campo
para captura dos vetores. Pouco depois ele apresentou sintomas de faringite,
procurou um otorrinolaringologista, que confirmou o diagnóstico de laringite e
indicou tratamento com antibiótico, que foi feito durante 2 anos. Após este
período, o senhor relata que melhorava e piorava da faringite. Posteriormente
foi verificado que o mesmo tinha comprometimento do septo nasal e, após
sucessivos tratamentos com Glucantine, isolado ou seguido de altas doses de
corticóide, a lesão progrediu finalizando com perfuração do septo nasal e
comprometimento bucofaringeano. Após quase 17 anos de tratamento sem
sucesso, o senhor relata que atualmente, utilizando Pentamidina, está sendo
controlada a doença.
A. Qual a sua suspeita diagnóstica e por quê?
A suspeita diagnóstica é de L. braziliensis pois as manifestações que podem ao
mesmo tempo, ou meses depois, surgirem metástases nas mucosas da nasofaringe
que destroem a cartilagem do nariz e do palato provocando deformações graves,
justificando os achados clínicos (laringite, comprometimento do septo nasal
progredindo com perfuração do septo nasal e comprometimento bucofaringeano).
Além disso, o paciente relatou ter ido para cidade de Eldorado (MS), o qual a região
é endêmica de leishmaniose.
B. Como o senhor pode ter adquirido a doença?
Paciente pode ter adquirido a doença quando foi para uma cidade endêmica de
leishmaniose (Eldorado- MS), em realização de uma pesquisa de campo para
captura dos vetores.
C. Numa análise geral do caso, por que o tratamento não teve sucesso desde
o início?
Inicialmente foi utilizado a antibioticoterapia, que seria eficaz para bactérias. Porém,
o caso se trata de L. braziliensis, assim o deve ser tratado com antimônio e
anfotericina B.
10. Um menino de 9 anos, procedente de Sobradinho(DF),
apresentou-se com lesão úlcero-crostosa seca com bordo em moldura,
localizada na região do deltóide esquerdo, com início há
aproximadamente 7 meses. Há um ano reside em São Paulo.
A. Qual sua suspeita diagnóstica? Por quê?
R:Leishmaniose, pois as lesões formadas nessa doença geralmente são de
forma localizada (única ou múltipla), disseminada (lesões numerosas em
várias áreas do tegumento) e de forma difusa, mas na maioria é uma lesão
ulcerada única. Além disso, nas formas cutâneas, elas normalmente são
lesões ulceradas francas e com bordas elevadas em moldura, assim, são
lesões características dessa doença. Podem ser úlcero-crostosa, impetigóide,
ectimatóide, úlcero-vegetante, verrucosa-crostosa, tuberosa, liquenóide e etc.
B. Correlacione o ciclo do parasita com a lesão dermatológica
apresentada por este paciente.
R: Quando o vetor pica o homem e regurgita promastigotas (local anterior de
transmissão), estes invadem o tecido no local da ferida. Sucessivamente os
macrófagos fagocitam os promastigotas, que se transformam em formas
amastigotas e estas se multiplicam por divisão longitudinal em macrófagos de
lesão cutânea (L. tropica, L. mexicana e L. braziliensis) e aqui se tem o
estágio diagnóstico, onde a lesão fica evidente. Ao picar, os flebotomíneos
ingerem macrófagos infectados contendo amastigotas e a forma promastigota
multiplica-se no intestino do flebotomíneo vetor.
C. Qual a relação entre essa parasitose e o sistema imune do paciente?
Esses parasitas conseguem se ligar a componentes do sistema imunológico do
infectado e silenciar a resposta inflamatória. Além disso existem genes que
possibilitam a formação de “vacuolos parasitóforo” no interior de macrofagos do
hospedeiro, os quais permitem a multiplicação do parasita e resistência a ataques
contra ele a partir do sistema imunológico. Assim, eles estão adaptados para viver
silenciosamente no hospedeiro, até que alguma deficiência do sistema imune
permita que ele saia de sua forma latente e desenvolva lesões.
D. Qual o medicamento de escolha para tratá-lo?
R: Antimônio.

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