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IV_PLDHumano-11

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Em relação à escrita, o método se restringe à caligrafia e à ortografia; e seu ensino, 
à cópia, ditados e formação de frases, enfatizando o desenho correto das letras. A 
partir de 1890, implementou-se a reforma da instrução pública no Estado de São 
Paulo. A base da reforma estava nos novos métodos de ensino, em especial no então 
novo e revolucionário método analítico para o ensino da leitura.
Método Analítico
De acordo com o método analítico, o ensino da leitura deve ser iniciado pelo “todo”, 
para depois se proceder à análise de suas partes constitutivas. Diferentemente dos 
métodos de marcha sintética até então utilizados, o método analítico, sob forte in-
fluência da pedagogia norte-americana, baseia-se em princípios didáticos derivados 
de uma nova concepção – de caráter biopsicofisiológico – de criança. Por entender 
a criança de uma maneira mais global, os níveis gerais e satisfatórios para o desen-
volvimento corporal, orgânico, postural e motor têm atenção especial. 
Aprender significa criar novas estruturas psicomotoras que são incorpora-
das ao cognitivo da criança e essas novas experiências motoras adquiridas 
são ajustadas às já estabelecidas.
Em meados da década de 1920, aumentaram as resistências dos professores quanto 
à utilização do método analítico e começou-se a buscar novas propostas de solução 
para os problemas do ensino e aprendizagem iniciais da leitura e da escrita. Nesse 
sentido, a importância do método de alfabetização passa a ser relativizada, secun-
dária e considerada tradicional.
As cartilhas utilizadas como recurso para alfabetização passam a se basear, predo-
minantemente, em métodos mistos ou ecléticos (analítico-sintético e vice-versa), 
com manuais para os docentes. Um exemplo, é a cartilha Caminho Suave, que pre-
dominou na educação brasileira a partir de 1948, ano de seu lançamento. Também 
conhecida como uma metodologia de alfabetização pela imagem, pois associava a 
letra a uma imagem “a de abelha”.
Na década de 1980, essa tradição passou a ser questionada em decorrência de no-
vas urgências políticas e sociais, que se fizeram acompanhar de propostas de mu-
dança na educação, a fim de se enfrentar, particularmente, o fracasso da escola na 
alfabetização de crianças.

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