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Nome: Clarissa G.L. Rodrigues Matrícula: 15116080291 Polo: Cederj Cantagalo Disciplina: Alfabetização 1 Coordenação: Carla Sass Sampaio Mediadoras pedagógicas: Maria Cristina Corais e Tânia Mara Barreto Alves AD1 – 2021.1 Avaliação Escrita à Distância - Valor: 6,0 Caro estudante, Para responder às questões propostas, - utilize a linguagem formal e desenvolva respostas claras, coerentes, objetivas e completas; - respeite os comandos; - lance mão do material da disciplina e de outros textos acadêmicos complementares, fazendo a referenciação, se for o caso, de acordo com as normas da ABNT; - não faça plágio, porque essa atitude implicará nota zero à sua resposta. A equipe de Alfabetização 1 lhe deseja um excelente trabalho! Após a leitura do texto "História dos métodos de alfabetização no Brasil”, de Maria Rosário Longo Mortatti, elabore um fichamento do texto, em formato de linha do tempo, destacando os quatro momentos cruciais da questão dos métodos de ensino inicial da leitura e escrita, discutindo as respectivas disputas pela hegemonia de determinados métodos de alfabetização abordadas no texto. Apresente as contribuições, características e principais acontecimentos de cada um dos quatro momentos, seus métodos e conteúdos de ensino. MATERIAL DE LEITURA: MORTATTI, Maria Rosário Longo. "História dos métodos de alfabetização no Brasil”. Conferência proferida durante o Seminário "Alfabetização e letramento em debate", promovido pelo Departamento de Políticas de Educação Infantil e Ensino Fundamental da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação, realizado em Brasília, em 27/04/2006. UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO LINK: Histórias dos Métodos de Alfabetização no Brasil.pdf (fbnovas.edu.br) História dos métodos de alfabetização no Brasil – de Marias Rosário Longo Mortatti A escola passou a ser entendida como um lugar institucionalizado, onde são preparadas as futuras gerações, dentro de um Estado Republicano. De acordo com esses ideais republicanos, a importância da leitura e da escrita tornou-se fundamental, saindo de um ambiente privado e informal, e passando para um espaço de ensino e aprendizagem sistemáticos. Nesse caso, fazendo-se necessários a presença de profissionais especializados. Esse momento de mudança, quando se instauram bases para um ensino escolar da leitura e da escrita, abre caminho, de acordo com Mortatti, para um novo mundo, em que novas relações são colocadas em questão (com o mundo, com a cultura, com a natureza, entre os sujeitos etc.). Nos últimos vinte anos têm sido apontadas dificuldades na concretização das propostas fundamentais da escola; o que implica dizer que essa não está cumprindo a sua função de alfabetizar. Com os cem anos da implementação da escola republicana, fica patente o problema urgente da alfabetização, e por isso surgem os questionamentos que visam a superar as dificuldades do ensino a ler e a escrever, localizando o fator considerado responsável pela modalidade de ensino. A seguir, os quatro períodos cruciais do ensino da leitura e escrita, como implementados em São Paulo (o que Mortatti chama de “a situação paulista”). • 1º momento – a metodização do ensino da leitura; fins do século XIX, 1876: Em função da falta de organização (pela condição dos materiais de leitura; pela disposição dos alunos, de várias séries diferentes, dispersos numa mesma sala), para uma efetiva alfabetização era necessário um maior empenho tanto do professor quanto dos alunos. Estava em vigor “o método sintético”, que fazia uso da soletração, fônico e silabação. Para o ensino da leitura, utilizava-se a soletração alfabética, que dava nome às letras; fônica, fazendo a verificação do som com a letra correspondente; e a silabação, fazendo a correspondência entre sons e sílabas. Ensinados os sons das https://fbnovas.edu.br/site/wp-content/uploads/2019/02/Acervo%20em%20PDF/Hist%C3%B3rias%20dos%20M%C3%A9todos%20de%20Alfabetiza%C3%A7%C3%A3o%20no%20Brasil.pdf letras e das sílabas, partia-se para o ensino da leitura de fato. O ensino da escrita era calcado na ortografia e na caligrafia. A elaboração de um método (Cartilha maternal ou arte da leitura) em Portugal pelo poeta “João de Deus”, ficou conhecido como “método João de Deus” e foi aplicado em São Paulo e Espírito Santo. Esse método, ao contrário do que era empregado até então, propunha que a leitura, de acordo com saberes da Linguística então iniciada na Europa, partisse da palavra em direção aos elementos menores (como fones, fonemas, grafemas). Estabelece-se, então, um embate entre os defensores do “Método João de Deus” e do “Método sintético”, iniciando a tradição que busca descobrir como ensinar a ler e a escrever. • 2º momento – Institucionalização do método analítico, em 1890: A partir da última década do século XIX, foi implementada uma mudança na instrução pública do estado de São Paulo, que deu início a reorganização da Escola Normal. Propunha-se, nessa nova escola reestruturada, o novo método analítico para o ensino de leitura. Nesse início de república, esse novo método foi amplamente disseminado para outras localidades do país. O método analítico foi institucionalizado por meio da ocupação de cargos públicos e divulgação de instruções normativas em periódicos pedagógicos, tornando obrigatória a sua utilização nas salas de aula. Diferentemente dos métodos anteriores, esse novo método, conjugado aos saberes da pedagogia norte-americana, dizia que o ensino da leitura deveria ser adaptado a essa nova concepção de criança. A discordância, entre os que eram adeptos ao método analítico, consistia no entendimento do “todo” – de onde a criança deveria partir para chegar aos menores elementos formadores das palavras. Por exemplo, em São Paulo criou-se uma cartilha com historietas; e o ensino da leitura seria feito a partir delas. Por volta de 1910, o termo “alfabetização” começa a ser empregado para se referir a esse momento inicial da leitura e da escrita. • 3º momento – Alfabetização sob medida; em 1920: Em decorrência do aumento de resistência à aplicação do método analítico, buscou-se novas propostas de solução para os problemas do ensino e aprendizagem da leitura e da escrita. Na década de 1920, com a coexistência dos métodos analítico e sintético, a nova proposta sugerida foi a de conciliar ambos os métodos em um método eclético ou misto. O confronto entre métodos é deixado de lado a partir da disseminação dos novos Testes ABC, que buscam soluções para os problemas apresentados pelas crianças na aprendizagem da leitura e da escrita. O objetivo desse teste era dividir os alunos em classes homogêneas, de acordo com os resultados dos testes. A partir de então, com o aparecimento de cartilhas do aluno e manuais do professor, a importância do método passou a ser relativizada, e, o seu ensino, passou a ser considerado “tradicional”. O ecletismo começou a fazer parte do processo de alfabetização dos alunos, que passou a subordinar o método a ser utilizado em função do desempenho do aluno. A escrita, no entanto, continuava sendo vista como uma questão de habilidades no campo da caligrafia. Esse período se estende até meados dos anos 1970. • 4º momento – alfabetização: construtivismo e desmetodização; em 1980: Surgimento do Construtivismo em meio ao fracasso do emprego de métodos de alfabetização; a tradição passou a ser sistematicamente questionada. Pela visão construtivista, elaborada pela pesquisadora argentina Emilia Ferreiro e colaboradores, o olhar do professor deveria se voltar para o processo de aprendizagem da criança. Nesse sentido, as autoridades educacionais ampliaram a divulgação da pedagogia construtivista num esforço de convencimento dos alfabetizadores, visando à institucionalização da proposta construtivista na educaçãopública. A disputa que se estabelece nesse momento é entre os construtivistas e os adeptos dos métodos ecléticos de alfabetização. As antigas cartilhas foram adaptadas a “cartilhas construtivistas”, e o construtivismo vigora institucionalmente a nível de alfabetização. Ainda se iniciou, no decorrer dessa mesma década de 1980, a disputa entre construtivistas e interacionistas, adotando-se propostas das duas correntes. Um problema crescente tem surgido em razão da ausência de uma “didática construtivista”, que acaba por colocar os antigos métodos (sintéticos, ecléticos etc.) de novo no páreo.
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