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@ana_dinizmed Todas as ilustrações utilizadas são para fins educativos, sem intenção de infringir direitos autorais O exame do abdome faz parte do Exame Clínico Geral e só deve ser realizado após uma coleta de dados O ambiente deve estar confortável (privacidade, temperatura, limpeza, silencioso...) e bem iluminado A mesa precisa estar posicionada no ambiente deforma que o examinador possa acessar o paciente pelo lado direito (norma) Essa mesa deve ser firme, para garantir segurança ao paciente, e deve ser ajustável à altura do examinador As mãos necessitam estar limpas e higienizadas, e as unhas limpas e curtas para não machucar o paciente Além disso, a mão não pode estar fria para evitar desconforto e possível contração do abdome É importante que durante o exame, o médico mantenha o diálogo com o paciente, explicando (de forma acessível) sempre os procedimentos a serem realizados para que o paciente possa estar tranquilo Ele é composto por 4 etapas: Inspeção Ausculta Percussão Palpação O paciente deve estar de decúbito dorsal (barriga para cima) A cabeça dele deve estar apoiada sobre um travesseiro baixo Os membros superiores devem estar posicionados paralelamente ao corpo, e os inferiores devem permanecer estendidos A região entre o púbis e os mamilos deve estar exposta, sem nada que atrapalhe o exame O examinador deve estar à direita do paciente (exceto no momento da avaliação da simetria do paciente) É necessário identificar as referências anatômicas Apêndice Xifoide Margem Costal Linha Média (do Apêndice Xifoide até a Cicatriz Umbilical) Cicatriz Umbilical/Umbigo Sínfise Púbica (articulação cartilagínea que faz a união dos ossos Púbis) Crista Ilíaca anterossuperior Espinha Ilíaca Anterossuperior Ligamento Inguinal Linha Hemiclavicular (do ponto médio da Clavícula até o Lig Inguinal) Mm retos dabdominais A linha superior horizontal, tangencia a borda mais inferior da margem costal Já a linha horizontal inferior tangencia os Tubérculos da Crista Ilíaca Também é necessário identificar os quadrantes e as regiões do abdome: 1. Epigástrio: fígado, estômago e pâncreas 2. Mesogástrio ou região umbilical: intestino delgado (jejuno e ílio) 3. Hipogástrio: bexiga, útero, alguns órgãos genitais femininos e reto 4. Hipocôndrio direito: fígado e vesícula biliar 5. Hipocôndrio esquerdo: fundo do estômago e baço 6. Flanco direito: parte do intestino grosso (colo ascendente) e alguma projeção do rim direito Exame Físico do Abdome Contextualização Exame @ana_dinizmed Todas as ilustrações utilizadas são para fins educativos, sem intenção de infringir direitos autorais 7. Flanco esquerdo: parte do intestino grosso (colo descendente) e parte do rim esquerdo 8. Fossa ilíaca direita: ceco, apêndice vermiforme e ílio terminal 9. Fossa ilíaca esquerda: colo sigmoide (intestino grosso) Serve para descrever forma e simetria do abdome A descrição deve sempre conter: Localização Aspecto Tamanho Particularizações Lesões Deformações Cicatrizes Circulação venosa superficial Alguns tipos são: a) Abdome Escavado: Quando há a diminuição do diâmetro anteroposterior Nota-se em pacientes idosos e/ou desnutridos b) Abdome Globoso/Batráquio Quando há um aumento no diâmetro latero- lateral e anteroposterior Nota-se esse tipo de abdome em pacientes com ascite, em gestantes ou obesos c) Abdome Assimétrico Nota-se uma alteração entre os lados do abdome Essas alterações devem ser descritas detalhadamente (local, tamanho, formato...) d) Abdome Plano É o padrão para uma pessoa saudável Ele se apresenta nivelado e) Abdome m Avental A parte inferior do abdome pende, encobrindo a pelve/membros inferiores Pode aparecer em pacientes obesos ou em processo de emagrecimento Ela tem como objetivo aumentar a pressão abdominal para evidenciar possíveis hérnias abdominais A manobra consiste em solicitar ao paciente que, com as costas da mão tampando a boca, soprá-la sem deixar o ar sair Inspeção Manobra de Valsalva @ana_dinizmed Todas as ilustrações utilizadas são para fins educativos, sem intenção de infringir direitos autorais Hérnias são deslocamentos de vísceras por aberturas não convencionais na parede abdominal a) Ausculta de ruídos hidroaéreos Nela, os ruídos intestinais hidroaéreos são avaliados Esses ruídos são provocados pela interação do peristaltismo com os líquidos e gases no interior das alças intestinais Deve ser realizada nos 4 quadrantes do abdome Existe um padrão de frequência: sons a cada 2 minutos, no máximo (ampla variação normal) Caso os ruídos não apareçam a ada 2min, é preciso aguardar mais um minuto, ou seja, 3min no total Se mesmo assim não houver nenhum barulho, ou seja, a total ausência de barulhos, pode ser um caso de aperistaltismo ou uma fase aguda do pós-operatório Quando a frequência desses ruídos é exacerbada, isso significa diarreias e a fase inicial da obstrução intestinal Quando ela é reduzida, pode indicar a fase tardia dos processos obstrutivos ou um período pós operatório Deve-se descrever a intensidade dos ruídos numa escala de +/4 b) Ausculta de Artérias Normalmente as aa abdominais não são audíveis Se houver sopros abdominais, pode ser um indicativo de estenose de uma artéria Em idosos, ou muito magros podem ser auscultados esses sons Funções Identificar a presença de ar livre, líquidos e massas intra-abdominais Dimensionar os órgãos maciços Identificar e localizar graus diferentes de irritação peritoneal Orientar a palpação A técnica é semelhante à percussão do tórax: digito-digital, indicador percute sobre o outro indicador posicionado horizontalmente Passos: Percutir, na linha média e nas linhas Hemiclavicular, no sentido craniocaudal, iniciando-se no tórax, no 2º espaço intercostal No flanco esquerdo, deve-se percutir na linha axilar média (Baço). O Baço ocupa a Ausculta Atenção!!! Equimose: manchas avermelhadas originadas por acúmulo de sangue 1 1 - Equimose na Região dos Flancos (Sinal de Grey Turner): indica de pancreatite aguda 2 2 - Equimose na região Periumbilical (Sinal de Cullen): indica hemorragia retroperitoneal Disfunção da rede venosa superficial: as veias ficam mais visíveis e ressaltadas sob a pele 1. 1 - Dilatação na direção vertical, em todo o abdome e parte do tórax: indica disfunção da V Cava Inferior 2. 2 - Dilatação próxima da região inguinal (Sinal de Medusa): indica hipertensão da V Porta Percussão Ausculta @ana_dinizmed Todas as ilustrações utilizadas são para fins educativos, sem intenção de infringir direitos autorais posição posterior ao Espaço de Traube, em forma de meia lua Na linha Hemiclavicular direita, deve se percutir também no sentido contrário, indicando o tamanho do fígado (hepatimetria: possível pela maciçez hepática) Os sons esperados são timpânicos (vísceras ocas) e maciço (vísceras) Sinal de Jobert Som timpânico na linha Hemiclavicular direita, sobre a área hepática Indica ar na cavidade abdominal ou interposição de alça entre o fígado e a parede abdominal Sinal de Giordano É uma técnica que deve ser realizada com o paciente sentado Com a mão espalmada, ou em forma de punho, deve se aplicar um golpe na região do ângulo costovertebral de ambos os lados com a face cubital da mão Se o paciente relatar dor, o sinal é positivo (+) O positivo indica caso de pielonefrite, abcesso perinefrético e as vezes litíase renal Para realizar a palpação, o paciente deve estar relaxado O médico deve conversar com o paciente durante o exame e observar suas reações Em caso de queixa de dor, examinar a área por último Deve-se usar técnicas de relaxamento da musculatura abdominal Deve ser realizada o tipo: a) Superficial Ajuda a acalmar o paciente para a próxima etapa Avalia a sensibilidade Avalia a integridade da parede abdominal Avalia a tensão da parede (contração voluntária ou involuntária) Ela deve ser feita em todas as regiões do abdome Técnica: manter a mão e o antebraço no plano horizontal e utilizar as polpas digitais. Deve-se fletir os dedos nas articulações MCF em movimentos circulares leves e delicados Nem todos os órgãos são palpáveis São palpáveis apenas: Rim direito (flanco), Ceco (fossa), Útero gravídico e bexiga cheia (região hipogástrica) e a A Aorta acima do umbigo b) Profunda Auxilia na identificação e caracteriza massas intra-abdominais Deve ser descrita a Localização, Tamanho, Formato, Consistência, Sensibilidade, Pulsações e Mobilidade Ex: Foi observada uma massa na Fossa Ilíaca Esquerda, de formato cilíndrico, com cerca de 6x2 cm, de consistência endurecida, levemente dolorosa, sem pulsações e com pequeno grau de mobilidade. Deve ser feita em todas as regiões abdominais Técnica: forçar a parede abdominal para baixo e puxar os dedos (cavando) procurando palpar massas intra- abdominais Ela pode ser manomanual ou bimanual a) Palpação Específica do Fígado Pode ser feita pela técnica Bimanual Solicitar que o paciente inspire profundamente e prenda a respiração Colocar a mão esquerda no dorso do paciente (11-12ª Costela) empurrando o abdome do paciente para cima Realizar, com a outra mão, movimentos caudo-cefálico, iniciando na Fossa Ilíaca direita, pressionar a mão direita em direção cranial até encontrar a borda do fígado Sincronizar a palpação com a inspiração do paciente (desloca o fígado para baixo) Pode ser feita pela técnica em garra Solicitar que o paciente inspire profundamente e prenda a respiração Posicionar-se no nível do tórax do paciente, virado para os pés Tracionar as duas mãos em garra sobre o rebordo costal direito Palpação Abdominal Manobras Especiais da Palpação @ana_dinizmed Todas as ilustrações utilizadas são para fins educativos, sem intenção de infringir direitos autorais b) Palpação Específica do Baço É semelhante à palpação do fígado: mão no dorso (11-12ª Costela), empurrando-o para cima e com a outra mão realizar os movimentos caudo-cefálico delimitando a borda do Baço Pode também ser realizada com o paciente em decúbito lateral direito Em condições normais o Baço não é palpável c) Sinal de Blumberg O médico deve comprimir a parede abdominal até o máximo tolerado Descomprimir subitamente (deve distrair o paciente para que ele não perceba a descompressão) O sinal é positivo se há aumento súbito da dor após a descompressão É um sinal sugestivo de Peritonite DOR APENAS NA COMPRESSÃO NÃO É SINAL Se houver dor em ambas as situações, deve- se repetir a manobra e perguntar ao paciente em qual delas a situação é pior Se for na região Ilíaca direita, pode ser sinal de Apendicite d) Sinal de Piparote Pesquisa a presença de ascite É a percepção do impulso contralateral através da transmissão pelo líquido acumulado, por meio de percussão (peteleco) e) Sinal do Psoas Solicitar ao paciente que levante a perna estendida Fazer força contrária, na altura da coxa, para baixo, em quanto o paciente tenta vencer a força Provocar o estiramento do Psoas O sinal é positivo quando ocorre/aumenta dor na região hipogástrica Pode ser realizada com o paciente em decúbito lateral Indica irritação do peritônio posterior ou espaço retroperitoneal O Sinal do Psoas direito positivo sugere apendicite retrocecal Abdome plano, simétrico, sem retrações ou abaulamentos. Cicatriz umbilical com aspecto normal. Ruídos hidroaéreos presentes (RHA +). Sem alterações a percussão. Espaço de Traube timpânico. Macicez hepática de X cm. Parede abdominal íntegra, indolor a palpação superficial e profunda. Ausência de visceromegalias ou massas palpáveis. Ausência de irritação peritoneal Descrição de um Exame Normal
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