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Pesquisa em Direito - Diagnóstico e Perspectivas

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A PESQUISA EM DIREITO: DIAGNÓSTICO E PERSPECTIVAS 
POR: ROBERTO FRAGALE FILHO E ALEXANDRE VERONESE
RESUMO
A pesquisa brasileira tem crescido gradativamente e vem tentando se igualar ás internacionais em diversas áreas de conhecimento, entretanto, no que se refere a pesquisa em Direito o Brasil não tem tido avanços tão quantitativos. Contudo, com base em pensamentos do Marcos Nobre, faz-se necessário a implantação de um sistema de pós-graduação eficaz e de qualidade no país, pois desta forma amplia-se os "horizontes" e forma-se cada vez mais profissionais qualificados nas áreas de ciências humanas. 
Ainda assim, houve uma evolução na quantidade de mestrado e doutorado nas áreas de Direito nos últimos anos, uma expansão positiva, que representa a abertura de um amplo mercado docente. Esse crescimento intenso, a priori, concentrou-se nas instituições privadas, mas com o tempo tem alcançado as instituições públicas. Ainda é pouco, é preciso de ainda mais cursos de pós-graduação e vagas em todo o território nacional. 
Nos Estados Unidos, no passado, as faculdades de Direito não eram tão qualificadas como hoje, eram marcadas por um excesso de práticas acadêmicas ruins, a pesquisa era completamente ausente. Até que reformas, lentas, mudaram o cenário e instituições, passaram a ser unidades acadêmicas produtivas no cenário mundial. Tal transição foi luta de entidades conceituadas no país, a American Bar Association e a American Law Schools Association, que pressionaram para que elevassem os níveis de títulos expedidos por faculdades de Direito. 
Anda no que se refere aos Estados Unidos, a pesquisa é inserida como uma parte importante da formação jurídica. E, é exigido do pós-graduando possuir um grau de bacharel em alguma área de formação, usualmente de humanidades (Ciências Sociais, Filosofia, Economia, etc.), além de uma defesa de uma tese doutoral. Tais mudanças serviram para elitizar a área de Direito nos Estados Unidos, é o que acontece com a Medicina aqui no Brasil. Hoje, uma das grandes discussões, nas faculdades de Direito americanas, é como democratizar socialmente o ingresso sem que haja perda de qualidade no corpo discente. 
O excesso de enfoque na formação de mestres e doutores acarreta o risco de privilegiar-se a pós-graduação como uma etapa somente de titulação para atender a uma necessidade que é nova no sistema educacional de Direito: a demanda por estes profissionais. "Vivemos hoje uma verdadeira corrida em direção à titulação”, o que muda a ideia da pesquisa em Direito inicial, pois antes a pós-graduação era vista apenas como um meio de aumento de salário, hoje já faz-se excepcional e indispensável para construir uma verdadeira legitimidade científica. 
Deve-se haver uma ligação entre a prática e pesquisa, pois precisa-se dispensar a ideia de mundos isolados e conflitantes, ideias essas não só na áreas de Direito, mas em geral. Entretanto, se parar pra pensar são atividades complementares. 
O Brasil precisa tomar os EUA como exemplo, para assim qualificar a pesquisa em Direito aqui também, uma vez que outros campos científicos vêm tendo avanços desde as décadas de 60 e 70, e Direito ainda começa a trilhar esse caminho. É notório que, mesmo com passos lentos, o Brasil ainda vai alcançar patamares internacionais na pesquisa.

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