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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE... JOSÉ ALVES, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência por intermédio de seu procurador, com fundamento no artigo 310, inciso I, § 4º do Código de Processo Penal, requerer RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: DO FATO E DO DIREITO O réu após ingerir vinho na sede de sua propriedade rural, pegou seu automóvel e passou a conduzi-lo ao longo da estrada que tangencia sua propriedade. Após percorrer cerca de dois quilômetros na estrada absolutamente deserta, o réu foi surpreendido por uma equipe da Polícia Militar. Os agentes que lá estavam, objetivavam encontrar um indivíduo foragido do presídio da localidade. Entretanto, por estar no caminho, o réu foi abordado pelos policiais. Ao sair do veículo automotor, de maneira incisiva, os policiais compeliram o réu realizar um teste de alcoolemia em aparelho de ar alveolar. O ato de compelir de forma incisiva a realizar teste de alcoolemia, caracteriza violação ao princípio da não autoincriminação compulsória - Nemo Tenetur se Detegere, eis que nenhum ser humano é obrigado a produzir prova contra si mesmo. E ainda, o meio de prova utilizado é ilícito, devendo ser afastado o teste de alcoolemia, eis que uma afronta aos direitos fundamentais do réu. Após realizado o teste, foi constatado que o réu possuía concentração de álcool de um miligrama por litro de ar expelido pelos pulmões, razão pela qual os policiais o conduziram à Unidade de Polícia Judiciária, onde foi lavrado Auto de Prisão em Flagrante pela prática do crime previsto no artigo 306 da Lei 9.503/1997, c/c artigo 2º, inciso II, do Decreto 6.488/2008, sendo- lhe negado no referido Auto de Prisão em Flagrante o direito de comunicação com um defensor e familiares. Por conseguinte, restou-se novamente violado um direito fundamental do réu, eis que o procedimento legal com base constitucional é a comunicação imediata da prisão a família do réu, assim como a assistência da família e atendimento por um operador do direito. (Artigo 5º, incisos LXII e LXIII, da Constituição Federal) Ademais, após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, o juiz deveria ter promovido audiência de custódia com a presença do acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deveria ter relaxado a prisão ilegal, eis que a pena do tipo penal é detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Logo a não realização de audiência de custódia sem motivação idônea enseja a ilegalidade da prisão que deve ser relaxada. (Artigo 310, inciso I, § 4º do Código de Processo Penal) DO PEDIDO Tendo em vista as razões de fato e direito aduzidas na exordial, requer-se o imediato relaxamento da prisão em flagrante, com a efetiva expedição de alvará de soltura. Nestes termos, Pede deferimento. Local..., data... Advogado... OAB...
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