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QUEST II ANTROPOLOGIA DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS

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· Pergunta 1
0,3 em 0,3 pontos
	
	
	
	Qual foi o projeto inicial para o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) que enfatizava os aspectos mais intangíveis da cultura, como manifestações diversas da cultura popular?
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	d. 
Projeto de Mário de Andrade.
	Respostas:
	a. 
Projeto de Rodrigo de Melo Franco de Andrade.
	
	b. 
Projeto culturalista e antropológico.
	
	c. 
Projeto pautado em critérios históricos e artísticos.
	
	d. 
Projeto de Mário de Andrade.
	
	e. 
Projeto de Pedro Funari.
	Comentário da resposta:
	Resposta: D
Comentário: Houve dois projetos para o Iphan: um de Mário de Andrade, que era "mais culturalista e antropológico, privilegiando uma noção de patrimônio que enfatizava os aspectos mais intangíveis da cultura, como manifestações diversas da cultura popular," e outro projeto, o vencedor, de Rodrigo de Melo Franco de Andrade, que privilegiava os aspectos materiais do patrimônio. Portanto, o projeto inicial que enfatizava os aspectos mais intangíveis da cultura era o de Mário de Andrade. Conforme o livro-texto da disciplina “Antropologia: Desafios Contemporâneos”, José Reginaldo Gonçalves (2007), doutor em Antropologia da Universidade de Virgínia (EUA), nos faz refletir sobre a relação da identidade com a posse de objetos. As identidades pessoais e coletivas da modernidade são construídas por meio de símbolos materiais e imateriais expostos em museus. A antropologia tem uma relação íntima com os museus, seus objetos e história, a função do museu é de permitir a compreensão da identidade de sociedades tanto modernas como antigas, e nos museus estão presentes objetos produzidos e utilizados por cada grupo social a fim de conferir um sentido e contexto de uso de tais objetos. Ou seja, o que se entende por patrimônio cultural é, em parte, a posse de uma coleção de objetos que definem a identidade de pessoas e grupos. O conjunto de indivíduos deve possuir o patrimônio, ou seja, a cultura é vista como uma coisa a ser possuída, preservada e restaurada. As obras de arte na modernidade representam os bens culturais que fazem parte do patrimônio nacional. Quando se fala em etnicidade ou nacionalidade, muitas vezes, os patrimônios culturais são utilizados para a construção de tais ideias e para a construção da identidade étnica ou nacional. A nação e a etnicidade são entendidas como “uma unidade objetiva, autônoma e dotada de nítidas fronteiras territoriais e culturais e de continuidade no tempo” (Gonçalves, 2007, p. 121). Esse grupo social é formado por um conjunto de indivíduos autônomos dissociados de sua ordem cósmica. O que significa que cada indivíduo - de modo livre - possui sua autenticidade, sua identidade, e que a nação ou etnia é formada por um conjunto de indivíduos que juntos formam uma unidade objetiva.
	
	
	
· Pergunta 2
0,3 em 0,3 pontos
	
	
	
	De acordo com José Reginaldo Gonçalves (2007), como as identidades pessoais e coletivas da modernidade são construídas em relação à posse de objetos culturais?
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	c. 
A posse de uma coleção de objetos culturais define as identidades pessoais e coletivas.
	Respostas:
	a. 
As identidades são construídas independentemente da posse de objetos culturais.
	
	b. 
A posse de objetos culturais é irrelevante para a construção das identidades.
	
	c. 
A posse de uma coleção de objetos culturais define as identidades pessoais e coletivas.
	
	d. 
Os objetos culturais são usados exclusivamente para a construção da identidade nacional.
	
	e. 
As identidades são construídas por meio da preservação e restauração de objetos culturais.
	Comentário da resposta:
	Resposta: C
Comentário: José Reginaldo Gonçalves argumenta que as identidades pessoais e coletivas da modernidade são construídas por meio da posse de objetos culturais, que estão expostos em museus. Ele enfatiza que os objetos culturais presentes em museus são produzidos e utilizados por diferentes grupos sociais, conferindo um sentido e contexto de uso a esses objetos. Assim, a posse de uma coleção de objetos culturais é o que define as identidades pessoais e coletivas. Conforme o livro-texto da disciplina “Antropologia: Desafios Contemporâneos”, José Reginaldo Gonçalves (2007), doutor em Antropologia da Universidade de Virgínia (EUA), nos faz refletir sobre a relação da identidade com a posse de objetos. As identidades pessoais e coletivas da modernidade são construídas por meio de símbolos materiais e imateriais expostos em museus. A antropologia tem uma relação íntima com os museus, seus objetos e história, a função do museu é de permitir a compreensão da identidade de sociedades tanto modernas como antigas, e nos museus estão presentes objetos produzidos e utilizados por cada grupo social a fim de conferir um sentido e contexto de uso de tais objetos. Ou seja, o que se entende por patrimônio cultural é, em parte, a posse de uma coleção de objetos que definem a identidade de pessoas e grupos. O conjunto de indivíduos deve possuir o patrimônio, ou seja, a cultura é vista como uma coisa a ser possuída, preservada e restaurada. As obras de arte na modernidade representam os bens culturais que fazem parte do patrimônio nacional. Quando se fala em etnicidade ou nacionalidade, muitas vezes, os patrimônios culturais são utilizados para a construção de tais ideias e para a construção da identidade étnica ou nacional. A nação e a etnicidade são entendidas como “uma unidade objetiva, autônoma e dotada de nítidas fronteiras territoriais e culturais e de continuidade no tempo” (Gonçalves, 2007, p. 121). Esse grupo social é formado por um conjunto de indivíduos autônomos dissociados de sua ordem cósmica. O que significa que cada indivíduo - de modo livre - possui sua autenticidade, sua identidade, e que a nação ou etnia é formada por um conjunto de indivíduos que juntos formam uma unidade objetiva.
	
	
	
· Pergunta 3
0,3 em 0,3 pontos
	
	
	
	Segundo Funari (2001), qual é um dos principais problemas relacionados ao distanciamento do povo em relação ao patrimônio?
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	e. 
Pouca comunicação e diálogo entre arqueólogos e o povo.
	Respostas:
	a. 
Falta de interesse por parte do povo.
	
	b. 
Falta de recursos financeiros para preservar o patrimônio.
	
	c. 
Política autoritária do Iphan.
	
	d. 
Ausência de políticas de preservação de monumentos arquitetônicos.
	
	e. 
Pouca comunicação e diálogo entre arqueólogos e o povo.
	Comentário da resposta:
	Resposta: E
Comentário: Para Pedro Funari (2001), um dos principais problemas relacionados ao distanciamento do povo em relação ao patrimônio é a "pouca comunicação e o pouco diálogo entre arqueólogos e o povo." Funari argumenta que os arqueólogos deveriam buscar uma maior integração do processo de resgate do patrimônio cultural com o público em diferentes mídias. Conforme o livro-texto da disciplina “Antropologia: Desafios Contemporâneos”, para Funari (2001), um dos principais problemas do distanciamento do povo com o patrimônio é a pouca comunicação e o pouco diálogo entre arqueólogos e o povo. Para ele, os arqueólogos deveriam trazer uma compreensão do passado buscando a integração do processo de resgate e do produto em diferentes mídias. Houve um período no qual os ideólogos do patrimônio cultural eram “autoritários”, na definição de Gonçalves (2007), e o Iphan tinha uma política de preservação e tombamento de monumentos arquitetônicos e obras de arte erudita. Apenas no final dos anos 1970, com a criação da Pró-Memória, a ideia de patrimônio passou a incluir outros bens culturais, como documentos, artesanatos, festa, arte e religiões populares.
	
	
	
· Pergunta 4
0,3 em 0,3 pontos
	
	
	
	Qual organização desempenhou um papel fundamental na mudança da noção de patrimônio, tornando-a mais antropológica e aberta para as particularidades culturais e democrática na seleção do patrimônio nacional?
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	a. 
Unesco.
	Respostas:
	a. 
Unesco.
	
	b. 
Museu do Índio.
	
	c. 
Museu Nacional.d. 
Iphan.
	
	e. 
Museu de Artes e Tradições Populares de Paris.
	Comentário da resposta:
	Resposta: A
Comentário: A organização que desempenhou um papel fundamental na mudança da noção de patrimônio, tornando-a mais antropológica, aberta para as particularidades culturais e democrática na seleção do patrimônio nacional, foi a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). Criada em 1945, a Unesco chegou ao Brasil nos anos 1960 e começou a atuar nos anos 1970, contribuindo para a transformação da concepção de patrimônio no país e valorizando conhecimentos, artes e culturas tradicionais e populares. Conforme o livro-texto da disciplina “Antropologia: Desafios Contemporâneos”, a relação dos antropólogos com museus já é antiga, desde Franz Boas no Museu de Artes e Tradições Populares de Paris, passando por Lévi-Strauss no Museu do Homem e do projeto de fundação da Unesco, e mais recentemente no Brasil temos Darcy Ribeiro fundando o Museu do Índio e Édison Carneiro e Luiz de Castro Faria no Museu Nacional. A presença de antropólogos no Iphan também é recente com a atuação de Gilberto Velho e Roque de Barros Laraia (Lima Filho; Abreu apud Lima Filho et al., 2007). Foi justamente a intervenção da Unesco que começou a mudar a noção de patrimônio. Criada em 1945, chega ao Brasil nos anos 1960 e começa a atuar nos anos 1970. Nesse período, a noção de bens e patrimônio foi se adaptando às realidades da contemporaneidade e se tornando cada vez mais antropológica. No final dos anos 1980, começa a se abrir para as particularidades e diversidades culturais. A valorização de conhecimentos, artes e culturas tradicionais e populares passa então a servir de referência para uma visão mais democrática na seleção do patrimônio nacional. A intenção da Unesco era proteger as culturas tradicionais, pois a globalização e o capitalismo poderiam e estariam dissolvendo tais expressões da cultura. No novo milênio, a organização abre espaço para o Patrimônio Cultural Imaterial (PCI) que se refere às manifestações das culturas tradicionais e populares (Lima Filho; Abreu, 2007).
	
	
	
· Pergunta 5
0,3 em 0,3 pontos
	
	
	
	Qual é o objetivo do Programa Nacional do Patrimônio Imaterial, instituído por decreto presidencial em 2000?
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	b. 
Reconhecer a diversidade de instituições religiosas como bens de valor nacional.
	Respostas:
	a. 
Excluir manifestações religiosas do patrimônio cultural brasileiro.
	
	b. 
Reconhecer a diversidade de instituições religiosas como bens de valor nacional.
	
	c. 
Promover a atualização constante das manifestações religiosas em seus suportes físicos.
	
	d. 
Restringir o tombamento a apenas terreiros de candomblé.
	
	e. 
Limitar a transformação contra-hegemônica no contexto religioso brasileiro.
	Comentário da resposta:
	Resposta: B
Comentário: O Programa Nacional do Patrimônio Imaterial, instituído pelo decreto presidencial em 2000, possibilita considerar como patrimônio imaterial manifestações religiosas, incluindo rituais, alimentos, festas, vestimentas, entre outros. Além disso, reconhece a diversidade de instituições religiosas, incluindo terreiros de candomblé, como bens de valor nacional. Isso indica que o programa tem como objetivo principal reconhecer e valorizar a diversidade cultural e religiosa do Brasil, o que vai de encontro à transformação contra-hegemônica no contexto religioso brasileiro. Conforme o livro-texto da disciplina “Antropologia: Desafios Contemporâneos”, a relação entre patrimônio e sagrado é ampliada, quando a própria noção de patrimônio passa a abranger manifestações imateriais. Essa ampliação no Brasil é retificada pelo decreto presidencial em 2000, no âmbito do Iphan, ao instituir o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial. Nesse sentido, enquanto o patrimônio material depende de manifestações em constante atualização em seus suportes físicos (instrumentos, indumentária, corpo, entre outros), o patrimônio imaterial possui relativo grau de autonomia. O programa possibilita, desse modo, considerar patrimônio imaterial manifestações religiosas, tais como os rituais, alimentos, festas, vestimentas, alimentos. Além disso, considera como bem de valor nacional a diversidade de instituições religiosas; por consequência, Iphan tombou, por exemplo, os terreiros de candomblé. A inclusão de outras instituições religiosas é uma maneira de reconhecer religiões afro-brasileiras e, portanto, se constitui uma transformação contra-hegemônica. No Brasil, a partir da década de 1980, o contexto do próprio campo religioso mudou, assim como o contexto de preservação das religiões afro-brasileiras.
	
	
	
· Pergunta 6
0,3 em 0,3 pontos
	
	
	
	Qual é uma das principais diferenças entre os modelos ontológico, cultural e fenomenológico de compreensão do espaço sagrado no mundo religioso?
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	b. 
O modelo cultural vê o espaço sagrado como separado radicalmente do profano, enquanto o modelo fenomenológico enfatiza a interação de comunidades religiosas com os espaços.
	Respostas:
	a. 
O modelo ontológico não considera o espaço sagrado como socialmente construído, ao contrário dos modelos cultural e fenomenológico.
	
	b. 
O modelo cultural vê o espaço sagrado como separado radicalmente do profano, enquanto o modelo fenomenológico enfatiza a interação de comunidades religiosas com os espaços.
	
	c. 
O modelo fenomenológico reifica a divisão entre sagrado e profano, ao contrário dos modelos ontológico e cultural.
	
	d. 
O modelo cultural e o modelo fenomenológico não consideram o espaço sagrado como socialmente construído, ao contrário do modelo ontológico.
	
	e. 
Os três modelos têm a mesma compreensão do espaço sagrado e não apresentam diferenças significativas.
	Comentário da resposta:
	Resposta: B
Comentário: No modelo ontológico, o espaço sagrado é separado radicalmente do profano, reificando a divisão entre sagrado e profano. No modelo cultural, os estudiosos não consideram um espaço inerentemente sagrado, mas veem o espaço como socialmente construído devido ao envolvimento humano, o qual é formado historica e ideologicamente. No modelo fenomenológico, o espaço é visto como socialmente construído e estruturado para possibilitar a experiência humana, havendo uma interação de comunidades religiosas com os próprios espaços. Portanto, a diferença principal está na compreensão da relação entre espaço sagrado e profano. Conforme o livro-texto da disciplina “Antropologia: Desafios Contemporâneos”, no esclarecimento de Bielo (2022), no mundo religioso, o espaço sagrado é visto como crucial e os estudiosos estabelecem três modelos para compreender esse espaço. Para o modelo ontológico, o espaço sagrado é separado radicalmente de tudo que é profano, reificando a divisão entre sagrado e profano. Quanto ao modelo cultural, os estudiosos não consideram um espaço inerentemente sagrado, mas veem o espaço como socialmente construído devido ao envolvimento do homem, o qual é formado histórica e ideologicamente. Para o modelo fenomenológico, o espaço é visto também como socialmente construído, mas é estruturado para possibilitar experiência humana e, assim, ocorre uma interação de comunidades religiosas com os próprios espaços.
	
	
	
· Pergunta 7
0,3 em 0,3 pontos
	
	
	
	Segundo os preceitos da presente disciplina, qual foi um dos principais desafios enfrentados para conseguir o tombamento de cultos afro-brasileiros como patrimônio cultural?
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	c. 
O conflito entre a valorização de cultos afro-brasileiros e a ideia de religiosidade brasileira até então estabelecida.
	Respostas:
	a. 
A falta de interesse por parte dos artistas e intelectuais.
	
	b. 
A ausência de resistência por parte do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN).
	
	c. 
O conflito entre a valorização de cultos afro-brasileiros e a ideia de religiosidade brasileira até então estabelecida.
	
	d. 
A ausência de discussão sobre a necessidade de reparação às perseguiçõese intolerâncias religiosas no Brasil.
	
	e. 
A falta de divergências de opinião durante o processo de tombamento.
	Comentário da resposta:
	Resposta: C
Comentário: O trecho menciona que conseguir o tombamento de cultos afro-brasileiros como patrimônio cultural foi um desafio devido ao fato de que a valorização desses cultos entrava em choque com a ideia de religiosidade brasileira que havia sido construída até então. A ideia de hegemonia religiosa estava em contraste com a ideia de uma sociedade brasileira multiétnica e plural. Portanto, um dos principais desafios foi superar essa resistência e conflito em relação à valorização dos cultos afro-brasileiros como parte do patrimônio cultural brasileiro. Conforme o livro-texto da disciplina “Antropologia: Desafios Contemporâneos”, para conseguir o tombamento, foi necessário um grande movimento social com artistas, intelectuais, políticos e lideranças religiosas, sociedade civil e conselheiros do secretário da cultura do MEC, pois havia resistência dentro do próprio Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) e de parte da sociedade e da imprensa. As divergências de opinião e o drama social estiveram presentes durante o processo de tombamento no reconhecimento da simbologia para a identidade nacional, como se a discussão fosse sobre a própria identidade brasileira, segundo Velho (apud Lima Filho; Abreu, 2007). A valorização de cultos afro-brasileiros entrava em choque com a ideia de religiosidade brasileira construída até então, pois se abriria para uma sociedade brasileira multiétnica e plural, em contraste com a ideia de hegemonia que se vinha construindo há décadas. Os resultados dessa conquista foram a abertura de discussão sobre a necessidade da reparação às perseguições e intolerâncias religiosas existentes desde os primórdios da sociedade brasileira. A partir desse episódio, outros terreiros e patrimônios da cultura não luso-brasileira começaram a ser tombados.
	
	
	
· Pergunta 8
0,3 em 0,3 pontos
	
	
	
	A partir dos preceitos apresentados e desenvolvidos na disciplina “Antropologia: Desafios Contemporâneos”, qual é um dos principais desafios enfrentados na preservação do patrimônio cultural?
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	a. 
O conflito entre setores preservacionistas e interesses imobiliários.
	Respostas:
	a. 
O conflito entre setores preservacionistas e interesses imobiliários.
	
	b. 
A falta de legislação para proteger edificações tombadas.
	
	c. 
A dificuldade de encontrar mediadores treinados para explicar exposições em museus.
	
	d. 
A falta de interesse da sociedade em relação ao patrimônio cultural.
	
	e. 
A ausência de investimentos na preservação do patrimônio.
	Comentário da resposta:
	Resposta: A
Comentário: O tombamento de edificações pode esbarrar em interesses imobiliários, pois edifícios tombados e protegidos impedem a implantação de novas edificações e a transformação de bairros e cidades, o que dificulta a exploração imobiliária e comercial. Isso pode levar ao abandono e depreciação do local devido à falta de investimentos, ou então a mudanças clandestinas ou corruptas que desfiguram o projeto original. Portanto, um dos principais desafios na preservação do patrimônio cultural é o conflito entre setores preservacionistas, que buscam proteger o patrimônio, e interesses comerciais e imobiliários que buscam o desenvolvimento econômico. Conforme o livro-texto da disciplina “Antropologia: Desafios Contemporâneos”, o tombamento de edificações esbarra também em interesses imobiliários para crescimento do progresso, do capitalismo, da sociedade de massa e do consumo. Edifícios tombados e protegidos impedem a implantação de novas edificações e a transformação de bairros e cidades, dificultando a exploração imobiliária e comercial, o que pode levar a um abandono, depreciação do local devido à falta de investimentos com o tempo, ou então a mudanças clandestinas ou corruptas que acabam desfigurando o projeto original. A destruição de monumentos, edificações e bairros que são mapas emocionais e cognitivos na construção da identidade se torna um desafio intelectual e político. Nesse momento, a briga passa a ser entre setores preservacionistas e o mercado. Isso aconteceu com a primeira sede do Museu do Índio no Rio de Janeiro. O interesse de passar o metrô perto do museu, a falta de interesse e investimento em defesa dele enquanto patrimônio e um incêndio forçaram o museu a ser transferido na década de 1970 de uma rua no Maracanã para um sobrado em Botafogo. A história do museu muito se assemelha com a história de resistência e luta pela sobrevivência dos povos indígenas. O museu foi inaugurado em 1953, tendo Darcy Ribeiro como fundador; em seu início, despertou grande interesse e entusiasmo, conseguindo construir um acervo significativo tanto de objetos como de produção audiovisual, pesquisas e intercâmbio com outros museus. Toda essa produção com foco na defesa humanitária dos índios, contra o preconceito (Chagas apud Lima Filho et al., 2007). O Museu do Índio apresenta os indígenas como: [...] seres humanos movidos pelos mesmos impulsos fundamentais, suscetíveis aos mesmos defeitos e qualidades inerentes à natureza humana e capazes dos mesmos anseios de liberdade, de progresso e de felicidade (Ribeiro apud Lima Filho et al., 2007, p. 185). A intenção de Darcy Ribeiro era romper com o estereótipo negativo que a população foi construindo devido às narrativas de museus tradicionais e da imagem dos “peles vermelhas” construída por filmes estadunidenses. No mais, o Museu colocou a figura de um mediador treinado para explicar a exposição e ao mesmo tempo combater o preconceito.
	
	
	
· Pergunta 9
0,3 em 0,3 pontos
	
	
	
	As religiões envolvem crenças em seres e poderes sobrenaturais que levam a práticas como orações e rituais. O sobrenatural é o cerne das religiões e pode incluir entidades como anjos, santos, demônios e espíritos. Os aspectos fundamentais nas expressões religiosas incluem o culto, que envolve objetos sagrados, e o ritual, que pode ser composto por orações, oferendas e manifestações. Os rituais são realizados por oficiantes consagrados, em locais chamados de santuários. Os rituais são concretos e performáticos, muitas vezes relacionados a mitos que atualizam narrativas míticas do passado. Nesse sentido, qual é a relação entre o sobrenatural e as manifestações religiosas?
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	d. 
O sobrenatural é o cerne dos sistemas religiosos e move as manifestações religiosas.
	Respostas:
	a. 
O sobrenatural é exclusivamente representado na forma de anjos e santos.
	
	b. 
O sobrenatural não tem influência nas manifestações religiosas.
	
	c. 
O sobrenatural é compreendido plenamente pela dimensão humana.
	
	d. 
O sobrenatural é o cerne dos sistemas religiosos e move as manifestações religiosas.
	
	e. 
O sobrenatural é apenas uma parte secundária das manifestações religiosas.
	Comentário da resposta:
	Resposta: D
Comentário: O sobrenatural é considerado o cerne dos sistemas religiosos e que ele é o que move as manifestações religiosas, pois escapa à compreensão humana e está além da dimensão humana. Ele, o sobrenatural, pode ser imaginado de várias formas, como entidades, seres, forças e alma dos mortos, representados por anjos, santos, demônios, fadas, espíritos, almas, mana ou espectros. Portanto, o sobrenatural desempenha um papel fundamental nas manifestações religiosas. Conforme o livro-texto da disciplina “Antropologia: Desafios Contemporâneos”, as religiões são constituídas por uma crença, formada por narrativas próprias, bem como por existência de seres e de poderes sobrenaturais, que levam os crentes a orações, sacrifícios e outros rituais (Mobbs, 2020). Na verdade, é o sobrenatural que move as manifestações religiosas, por escapar à compreensão humana. Está além da dimensão humana, sendo considerado o cerne dos sistemas religiosos. O sobrenatural pode ser imaginado como entidades, seres, forças e alma dos mortos na forma de anjos, santos, demônios, fadas,espíritos, almas, mana ou espectros. Outros aspectos fundamentais nas expressões religiosas consistem no culto e no ritual. O culto segue com estrutura, organização e realização variadas no tempo-espaço. Os cultos são compostos por objetos sagrados, que compreendem imagens, objetos rituais, máscaras etc. O ritual, por sua vez, possui três formas principais: as orações, as oferendas e as manifestações. O ritual e o culto sempre são realizados por um oficiante, ou seja, uma pessoa preparada e consagrada, podendo ser sacerdotes, reis divinos, chefes ou ministros religiosos, especialistas, oráculos. Os locais de realização das celebrações cúlticas e ritualísticas são chamados de santuário e são consideradas sagrados. Uma sequência de ações, palavras, objetos, pessoas e gestos em local e finalidades específicos constitui um ritual, que é profundamente concreto e performático. O rito pode estar relacionado a um mito e o rito serve, então, de atualização da narrativa mítica do passado.
	
	
	
· Pergunta 10
0,3 em 0,3 pontos
	
	
	
	Qual é a principal diferença entre as definições de religião propostas por Tylor e Frazer?
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	e. 
Tylor enfoca a crença e a vida psicológica dos religiosos, enquanto Frazer enfoca a propiciação de poderes superiores aos humanos.
	Respostas:
	a. 
Tylor enfoca o monoteísmo, enquanto Frazer enfoca o politeísmo.
	
	b. 
Tylor enfoca a vida psicológica dos religiosos, enquanto Frazer enfoca a explicação para por que as coisas são como são.
	
	c. 
Tylor enfoca o animismo, enquanto Frazer enfoca o monoteísmo.
	
	d. 
Tylor enfoca a agência de entes humanos comuns vivos, enquanto Frazer enfoca a crença no sobrenatural.
	
	e. 
Tylor enfoca a crença e a vida psicológica dos religiosos, enquanto Frazer enfoca a propiciação de poderes superiores aos humanos.
	Comentário da resposta:
	Resposta: E
Comentário: Tylor definiu religião como a crença em entes espirituais e enfocou a vida psicológica dos religiosos, ideias sobre a natureza da vida e explicações para por que as coisas são como são. Por outro lado, Frazer definiu religião como a propiciação de poderes superiores aos humanos que controlam o curso da natureza e da vida humana. Portanto, a principal diferença entre as definições de Tylor e Frazer é o foco de Tylor na crença e na vida psicológica dos religiosos, enquanto Frazer enfoca a propiciação de poderes superiores. Conforme o livro-texto da disciplina “Antropologia: Desafios Contemporâneos”, o inglês Tylor (1832-1917) e o escocês Frazer (1854-1941) são chamados antropólogos de gabinete porque se basearam em relatos de outros, de exploradores e missionários, por exemplo. Tylor (Bielo, 2022) criou uma definição de religião que aliava o monoteísmo do cristianismo e o animismo de sociedades tribais registrados em descrições arqueológicas. O termo “animismo” se tornou popular por causa de Tylor. Significa a atribuição de vontade (ou essência) espiritual a entidades não humanas. A “crença em entes espirituais” era o que vinculava a forma mais primitiva de religião aos seus descendentes evolucionários do politeísmo e monoteísmo. A despeito dessa teoria, foi Tylor que articulou dois fatores que perduraram na antropologia da religião: um foco na crença e no sobrenatural. Ao focar a crença, Tylor focou a vida psicológica dos religiosos, ideias sobre a natureza da vida, e explicações para por que as coisas são como são. Ao focar o sobrenatural, Tylor focou agências diferentes de entes humanos comuns vivos. Frazer, por sua vez, define religião como uma propiciação de poderes superiores aos humanos que são considerados por controlarem o curso da natureza e da vida humana. Frazer retém o foco na crença e no sobrenatural e acrescenta que a religião está centralmente preocupada em estabelecer e controlar o curso da natureza e da vida humana.

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