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Prévia do material em texto

Anatomia 
Humana
Dra. Carmem Patrícia Barbosa
_book_Anatomia Humana.indb 1 11/11/2019 11:33:57
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; BARBOSA, Carmen Patrícia.
Anatomia Humana. Carmem Patrícia Barbosa.
Maringá-PR.: Unicesumar, 2019. Reimpresso 2021. 
248 p.
“Graduação - EAD”.
1. Anatomia. 2. Humana. 3. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-0475-5
CDD - 22 ed. 611
CIP - NBR 12899 - AACR/2
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação
CEP 87050-900 - Maringá - Paraná
unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
Impresso por:
Coordenador de Conteúdo Lilian Rosana dos
Santos Moraes.
Designer Educacional Ana Claudia Salvadego e
Janaína de Souza Pontes.
Revisão Textual Érica Fernanda Ortega
Editoração Bruna Stefane Martins Marconato e
Isabela Mezzaroba Belido.
Ilustração Marcelo Goto e Mateus Calmon.
Realidade Aumentada Kleber Ribeiro, Leandro 
Naldeie Thiago Surmani.
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor e 
Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos 
Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William 
Victor Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de
Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin, Presidente
da Mantenedora Cláudio Ferdinandi. 
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James 
Prestes e Tiago Stachon; Diretoria de Graduação
e Pós-graduação Kátia Coelho; Diretoria de 
Permanência Leonardo Spaine; Diretoria de 
Design Educacional Débora Leite; Head de 
Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza 
Filho; Head de Metodologias Ativas Thuinie Daros; 
Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie 
Fukushima; Gerência de Projetos Especiais Daniel 
F. Hey; Gerência de Produção de Conteúdos
Diogo Ribeiro Garcia; Gerência de Curadoria
Carolina Abdalla Normann de Freitas; Supervisão
do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de
Almeida Toledo; Supervisão de Projetos Especiais
Yasminn Talyta Tavares Zagonel; Projeto
Gráfico José Jhonny Coelho e Thayla Guimarães
Cripaldi; Fotos Shutterstock
_book_Anatomia Humana.indb 2 11/11/2019 11:33:58
PALAVRA DO REITOR
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalha-
mos com princípios éticos e profissionalismo, não 
somente para oferecer uma educação de qualida-
de, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão 
integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-
-nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emo-
cional e espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois 
cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos 
mais de 100 mil estudantes espalhados em todo 
o Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá, 
Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 
300 polos EAD no país, com dezenas de cursos de 
graduação e pós-graduação. Produzimos e revi-
samos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil 
exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo 
MEC como uma instituição de excelência, com 
IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 
10 maiores grupos educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos 
educadores soluções inteligentes para as ne-
cessidades de todos. Para continuar relevante, a 
instituição de educação precisa ter pelo menos 
três virtudes: inovação, coragem e compromisso 
com a qualidade. Por isso, desenvolvemos, para 
os cursos de Engenharia, metodologias ativas, as 
quais visam reunir o melhor do ensino presencial 
e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes 
áreas do conhecimento, formando profissionais 
cidadãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
_book_Anatomia Humana.indb 3 11/11/2019 11:33:58
BOAS-VINDAS
Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à Co-
munidade do Conhecimento. 
Essa é a característica principal pela qual a 
Unicesumar tem sido conhecida pelos nossos alu-
nos, professores e pela nossa sociedade. Porém, é 
importante destacar aqui que não estamos falando 
mais daquele conhecimento estático, repetitivo, 
local e elitizado, mas de um conhecimento dinâ-
mico, renovável em minutos, atemporal, global, 
democratizado, transformado pelas tecnologias 
digitais e virtuais.
De fato, as tecnologias de informação e comu-
nicação têm nos aproximado cada vez mais de 
pessoas, lugares, informações, da educação por 
meio da conectividade via internet, do acesso 
wireless em diferentes lugares e da mobilidade 
dos celulares. 
As redes sociais, os sites, blogs e os tablets ace-
leraram a informação e a produção do conheci-
mento, que não reconhece mais fuso horário e 
atravessa oceanos em segundos.
A apropriação dessa nova forma de conhecer 
transformou-se hoje em um dos principais fatores de 
agregação de valor, de superação das desigualdades, 
propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. 
Logo, como agente social, convido você a saber 
cada vez mais, a conhecer, entender, selecionar e 
usar a tecnologia que temos e que está disponível. 
Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg 
modificou toda uma cultura e forma de conhecer, 
as tecnologias atuais e suas novas ferramentas, 
equipamentos e aplicações estão mudando a nossa 
cultura e transformando a todos nós. Então, prio-
rizar o conhecimento hoje, por meio da Educação 
a Distância (EAD), significa possibilitar o contato 
com ambientes cativantes, ricos em informações 
e interatividade. É um processo desafiador, que 
ao mesmo tempo abrirá as portas para melhores 
oportunidades. Como já disse Sócrates, “a vida 
sem desafios não vale a pena ser vivida”. É isso que 
a EAD da Unicesumar se propõe a fazer.
_book_Anatomia Humana.indb 4 11/11/2019 11:34:00
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você 
está iniciando um processo de transformação, 
pois quando investimos em nossa formação, seja 
ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, 
consequentemente, transformamos também a so-
ciedade na qual estamos inseridos. De que forma 
o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabe-
lecendo mudanças capazes de alcançar um nível 
de desenvolvimento compatível com os desafios 
que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o 
Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompa-
nhará durante todo este processo, pois conforme 
Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na 
transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem 
dialógica e encontram-se integrados à proposta 
pedagógica, contribuindo no processo educa-
cional, complementando sua formação profis-
sional, desenvolvendo competências e habilida-
des, e aplicando conceitos teóricos em situação 
de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado 
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como 
principal objetivo “provocar uma aproximação 
entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita 
o desenvolvimento da autonomia em busca dos 
conhecimentos necessários para a sua formação 
pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de 
crescimento e construção do conhecimento deve 
ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos 
pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar 
lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o Stu-
deo, que é o seu Ambiente Virtual de Aprendiza-
gem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas 
ao vivo e participe das discussões. Além disso, 
lembre-se que existe uma equipe de professores e 
tutores que se encontra disponível para sanar suas 
dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de apren-
dizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranquili-
dade e segurança sua trajetória acadêmica.
_book_Anatomia Humana.indb 5 11/11/2019 11:34:02
APRESENTAÇÃO
Prezado(a) aluno(a), a palavra Anatomia é originária do grego e decorre da 
fusão de “ana” e “tomein”, que significam, respectivamente, “partes” e “cortar”. 
Assim, é possível traduzir literalmente a palavra “Anatomia” como cortar 
em partes. Essa palavra foi escolhida porque na Grécia antiga a atenção era 
dada exclusivamente ao ato de cortar, o que estava implícito no conceito 
geral da anatomia. Tal fatoexplica, ao menos em parte, porque até mesmo 
nos dias de hoje muitas pessoas se sentem incomodadas ou têm medo de 
estudar anatomia.
Enquanto ciência, a anatomia tem um significado muito mais amplo, pois 
estuda macro e microscopicamente a constituição e o desenvolvimento 
do ser humano. Sua existência sempre esteve relacionada à imensa curio-
sidade do homem em melhor compreender as estruturas que o formam 
e as diferenças que existem em relação a seus semelhantes, em termos de 
constituição e função.
O início dos estudos anatômicos foi difícil, pois princípios éticos e religiosos 
da época impunham restrições ao ato de expor o corpo humano, já que 
para desvendar os mistérios desta fabulosa “máquina”, a simples observa-
ção superficial não era suficiente. Por isso, a necessidade de aprofundar tal 
estudo foi posteriormente saciada pela dissecação (ou dissecção).
A palavra dissecar tem origem latina e é produto da fusão de “dis” (separar) 
mais “secare” (cortar). Assim, por meio da dissecação, os órgãos do corpo 
podem ser expostos cirurgicamente, de maneira metódica, por meio de 
incisões adequadas que mantêm a organização natural do corpo. Dessa 
forma, é possível manter os órgãos separados, mas ao mesmo tempo em 
uma relação de dependência entre forma e função.
_book_Anatomia Humana.indb 6 11/11/2019 11:34:02
Vale ressaltar que os estudos da anatomia humana são realizados no cadáver 
- nome dado ao corpo, após a morte, enquanto este ainda conserva parte 
de seus tecidos. Esse termo, segundo a etimologia popular, teve origem na 
expressão latina “caro data vermibus” que significa “a carne dada aos ver-
mes”. Os etimologistas defendem que a palavra deriva da raiz “cado”, que 
significa “caído”. Estranho, não é? Esse termo foi escolhido devido ao fato 
de que, como o estudo anatômico era inicialmente proibido, aqueles que 
se interessavam pela dissecação muitas vezes o faziam às escuras, violando 
sepulturas e dissecando corpos que já estavam em estado de putrefação.
Complementarmente, estudos realizados em animais originaram a ana-
tomia comparativa por meio da qual a compreensão da constituição do 
corpo era realizada primeiramente em animais para posterior comparação 
com seres humanos. Inclusive, a dissecação de animais prenhes permitiu 
a observação de fetos e representou o início da embriologia como ciência.
A embriologia (estudo da formação dos órgãos e sistemas), a citologia (estu-
do das células) e a histologia (estudo dos tecidos) tiveram seus desenvolvi-
mentos fortemente marcados pelo surgimento do microscópio. Isto porque 
este instrumento possibilitou o estudo específico dos elementos constituintes 
dos seres organizados. Vale ressaltar que embora todas estas ciências sejam 
consideradas especializações, são vistas como ramos da anatomia.
Em relação aos principais aspectos históricos da anatomia humana, sabe-se 
que os primeiros esboços anatômicos datam do período paleolítico e que 
os gregos foram grandes responsáveis por seu desenvolvimento. No Brasil, 
a Bahia se destacou como “berço do ensino médico” e, na mesma época, 
iniciou-se o ensino médico oficial no Rio de Janeiro.
_book_Anatomia Humana.indb 7 11/11/2019 11:34:02
8 
Atualmente, o estudo da anatomia ainda é realizado por meio da disseca-
ção de cadáveres humanos considerados normais, embora possam existir 
variações anatômicas individuais e diferenças morfológicas em decorrência 
da passagem do estado vivo ao cadavérico. No entanto, é possível aprender 
anatomia mesmo sem a dissecação por meio da observação do corpo huma-
no, por sua palpação e pelo estudo da anatomia de superfície (a qual avalia 
os relevos e depressões que as estruturas anatômicas são capazes de formar).
Por todo o exposto, pode-se concluir que esta tão bela e polêmica ciência se 
encarrega de estudar o corpo humano em detalhes. Seu estudo pode ser feito 
de maneira regional, clínica ou sistêmica. Enquanto no estudo regional (ou 
topográfico) são apresentados os pormenores de uma determinada região 
do corpo, no estudo clínico as estruturas e as funções são apresentadas aos 
profissionais da área da saúde a fim de habilitá-los a compreender o corpo 
em um contexto clínico geral. 
No entanto, neste livro, estudaremos a anatomia sistêmica, ou seja, os de-
talhes de cada sistema que compõe a fabulosa “máquina” chamada corpo 
humano. Para tanto, estudaremos o aparelho locomotor (composto pelos 
sistemas esquelético, articular e muscular), o sistema cardiorrespiratório 
(composto pelos sistemas circulatório sanguíneo, circulatório linfático e 
respiratório), o sistema digestório (responsável pelo processo da digestão), o 
sistema urogenital (composto pelos sistemas urinários do genital masculino 
e genital feminino) e sistema neuroendócrino (composto pelos sistemas 
nervoso e endócrino).
_book_Anatomia Humana.indb 8 11/11/2019 11:34:02
Em cada unidade, apresento uma INTRODUÇÃO sobre as generalidades 
de cada tema, um DESENVOLVIMENTO para apresentar o conteúdo 
programático de cada sistema, CONSIDERAÇÕES FINAIS que resumi-
rão o estudo teórico e prático do assunto abordado e ATIVIDADES DE 
ESTUDO para reforçar o conteúdo estudado.
Desejo a você um excelente aproveitamento desta tão apaixonante ciência. 
Na verdade, ela sempre foi não só apaixonante, mas também intrigante. 
Prova disso pode ser dada ao ler o texto do salmista (nos versos 13 a 16 do 
capítulo 139) que, mesmo sem grandes recursos tecnológicos ou científicos, 
não se conteve de tanta admiração ao analisar o milagre da criação e do 
funcionamento do corpo humano.
Que você se encante conhecendo seu próprio corpo e que a todo momento 
descubra as melhores formas de favorecer seu desenvolvimento, tanto no 
adulto quanto na criança, por meio do pleno conhecimento. 
Bom estudo!
Profa. Carmem Patrícia.
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CURRÍCULO DO PROFESSOR
Dra. Carmem Patrícia Barbosa
Tem Doutorado e Mestrado em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Maringá 
(UEM) na área de Concentração Biologia Celular, respectivamente nos anos de 2002 e 2013. 
Especialização em Morfofisiologia Aplicada à Educação Corporal e à Reabilitação pela UEM 
(2000). Possui graduação em Fisioterapia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL/1997). 
Desde 2002 é professora das disciplinas de Anatomia Humana, Fisiologia Humana, Cinesio-
logia e Biomecânica, Bases Neurofuncionais do Movimento no Centro de Ensino Superior 
de Maringá (UniCesumar) e desde 2012 é professora na área de Anatomia Humana na UEM, 
no Departamento de Ciências Morfológicas (DCM) e também no curso de especialização. Foi 
membro do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UniCesumar e faz parte do corpo editorial 
da revista “Saúde e Pesquisa” da mesma instituição. Iniciação Científica da UniCesumar e 
ArquiMudi da UEM. Tem experiência nos cursos de Educação Física, Odontologia, Ciências 
Biológicas, Enfermagem, Nutrição, Biomedicina, Fisioterapia e Estética.
_book_Anatomia Humana.indb 10 11/11/2019 11:34:02
_book_Anatomia Humana.indb 11 11/11/2019 11:34:02
Introdução à 
Anatomia Humana 
e Aparelho 
Locomotor
 15
Sistemas 
Cardiovascular 
e Respiratório
 81
_book_Anatomia Humana.indb 12 11/11/2019 11:34:02
Sistema Digestório
137
Sistema Urogenital
167
Sistema 
Neuroendócrino
201
_book_Anatomia Humana.indb 13 11/11/2019 11:34:02
24 Processo de Envelhecimento da Pele
Utilize o aplicativo 
Unicesumar Experience
para visualizar a 
Realidade Aumentada.
_book_Anatomia Humana.indb 14 11/11/2019 11:34:02
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Dra. Carmem Patrícia Barbosa
• Apresentar o conceito, a importância, os principais aspec-
tos históricos da anatomia humana e a nômina anatômica 
atualizada. 
• Elucidar as principais subdivisões do corpo humano e os 
planos de tangenciamento e de secção do corpo humano, 
bem como os eixos de movimento.
• Evidenciar as características do tegumento comum em 
todos os seus detalhes e especificações
• Estudaras generalidades sobre os ossos, definir articula-
ções e compreender suas funções e classificações, além 
de destacar as funções musculares.
Anatomia Humana: 
Conceito e introdução 
ao estudo
Divisões, planos e eixos 
do corpo humano
Sistemas esquelético, 
articular e muscular
Tegumento Comum
Introdução à Anatomia 
Humana e Aparelho
Locomotor
_book_Anatomia Humana.indb 15 11/11/2019 11:34:02
Prezado(a) aluno(a), o aparelho locomotor é 
constituído pelos sistemas esquelético, articular 
e muscular. Eles agem de maneira integrada e sob 
o comando do sistema nervoso para permitir cor-
reção postural, equilíbrio e movimento voluntário.
Enquanto o sistema esquelético é formado 
por ossos e cartilagens, o articular é formado por 
articulações e o muscular por músculos e órgãos 
anexos. O sistema esquelético é estudado pela os-
teologia, o articular pela artrologia, o muscular 
pela miologia e os movimentos pela cinesiologia 
(MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014).
Embora cartilagem e osso sejam formas es-
pecializadas do tecido conjuntivo, a cartilagem é 
flexível e o osso é rígido. As articulações ou jun-
turas são representadas por estruturas que co-
nectam duas ou mais partes rígidas do esqueleto 
(ossos, cartilagens e dentes) e embora possam ser 
chamadas de junturas, não devem ser chamadas 
de juntas. Os órgãos anexos do sistema muscular 
incluem fáscias de revestimento, bolsas sinoviais 
e bainhas fibrosas e sinoviais.
Já ossos, articulações e músculos têm funções 
diferentes, mas complementares. Ossos suportam 
e dão forma ao corpo, protegem órgãos internos, 
Anatomia Humana: 
Conceito e Introdução 
ao Estudo
_book_Anatomia Humana.indb 16 11/11/2019 11:34:03
17UNIDADE 1
atuam nos movimentos, armazenam íons, fabricam 
células do sangue e absorvem toxinas. A maioria 
das articulações e músculos relaciona-se ao movi-
mento, coordenação e tônus muscular, peristalse e 
produção de calor (TORTORA; DERRICKSON; 
WERNECK, 2010).
O texto abordará estes importantes sistemas e 
suas especificidades em relação aos profissionais 
da saúde. Será fundamentado em autores como 
Dangelo e Fattini (2011), Moore et al. (2014), Mi-
randa Neto e Chopard (2014) e outros. A nomen-
clatura está de acordo com a nômica anatômica 
atualizada. Todavia, é necessário utilizar um atlas 
de anatomia como Narciso (2012) ou Rohen, Yo-
kochi e Lütjen-Drecoll (2002).
Veremos aspectos relevantes do aparelho lo-
comotor e a prática do exercício físico, a visão 
geral da nomenclatura anatômica, segmentação 
do corpo e planos e eixos. 
Fatores Gerais de Variação 
Anatômica 
O termo “anatomia humana” é mal visto por 
muitas pessoas. Talvez até para você, caro(a) alu-
no(a), isto porque muitos pensam que falar em 
anatomia é sinônimo de falar de pessoas mortas 
ou mutiladas. Na verdade, a anatomia não tem 
nada de assustador, muito pelo contrário. É uma 
ciência que muito nos tem esclarecido ao longo 
dos anos. 
A anatomia estuda a estrutura do ser humano e 
as relações entre as partes que o formam. O termo 
“anatomia” deriva de duas palavras gregas, “ana” e 
“temnein”, que significam, respectivamente, “em 
partes” e “cortar ou incisar”. Assim, esta ciência está 
amplamente embasada no ato de cortar o corpo 
humano pelo método da dissecção (ou disseca-
ção) a fim de melhor compreender sua estrutura 
externa e interna (FREITAS, 2004).
Na anatomia, estudamos o corpo humano 
considerado “normal”, já que a patologia e outras 
ciências se dedicam ao estudo das doenças que 
o acometem. No entanto, para definir “normal” 
em anatomia, é necessário considerar o conceito 
estatístico e o conceito idealístico. O idealístico 
considera normal aquilo que é melhor para o de-
sempenho da função da estrutura anatômica. Por 
exemplo, para que a mão consiga desempenhar 
adequadamente sua função de pinça fina, é ideal 
que o indivíduo tenha cinco dedos em cada uma 
delas. Já o conceito estatístico considera normal 
aquilo que a maioria dos indivíduos apresenta. Por 
exemplo, a maioria das pessoas tem cinco dedos 
em cada mão, por isso, é normal ter cinco e não 
três ou quatro dedos (WATANABE, 2000).
Todavia, quando comparamos diferentes indi-
víduos em um pequeno grupo sempre podemos 
identificar a existência de pequenas diferenças 
morfológicas entre eles (faça isso onde você esti-
ver agora e perceba como as pessoas são mesmo 
diferentes). De acordo com Watanabe (2000), 
quando tais diferenças não prejudicam a função 
desempenhada pela estrutura anatômica, diz-se 
que são apenas “variações anatômicas”. No entan-
to, quando tais diferenças atrapalham a função da 
estrutura, elas são ditas “anomalias” e, inclusive, 
podem ser denominadas de “monstruosidades” 
se impedirem que o indivíduo permaneça vivo. 
Uma variação anatômica pode ser, por exem-
plo, as diferentes tonalidades na cor dos olhos de 
dois irmãos. Uma anomalia pode ser a miopia que 
um deles apresenta. Uma monstruosidade pode 
ser exemplificada quando dois irmãos nascem 
grudados e um deles tem que ser sacrificado para 
que o outro viva (é o que ocorre com gêmeos sia-
meses ou xifópagos).
Para que estes conceitos de “normal”, “variação 
anatômica”, “anomalia” e “monstruosidade” possam 
ser empregados, é necessário saber que alguns 
fatores podem causar variação. Isto ocorre, por 
_book_Anatomia Humana.indb 17 11/11/2019 11:34:03
18 Introdução à Anatomia Humana e Aparelho Locomotor
exemplo, com a idade do indivíduo, com seu sexo, 
grupo étnico, biótipo entre outros. Por exemplo, é 
normal que um bebê apresente os ossos do crânio 
separados, mas não é normal que isso ocorra em 
um adulto. É normal que uma mulher tenha os os-
sos da pelve mais abertos a fim de facilitar o parto 
pélvico, mas não é normal que isso ocorra em um 
homem. É normal que um indivíduo negro tenha a 
pele escura e os cabelos enrolados, mas não é nor-
mal em um japonês. É normal que um indivíduo 
longilíneo tenha os membros longos em relação 
ao corpo, mas não é em um indivíduo brevilíneo.
Por fim, é importante destacar que o estudo 
da anatomia humana pode ser feito de diferen-
tes formas conforme o objetivo do estudo. Por 
exemplo, a anatomia pode ser estudada a partir 
dos sistemas que compõem o corpo humano (esta 
é a anatomia sistêmica que aprenderemos aqui). 
Por outro lado, seu estudo pode abranger regiões 
específicas e então passa a ser chamada de ana-
tomia topográfica (a odontologia, por exemplo, 
estuda anatomia topográfica da cabeça). Além 
disso, seu estudo pode ser feito por meio de ima-
gens (anatomia radiológica ou de imagem), em 
comparação a seres de outras espécies (anatomia 
comparativa), com fins artísticos (anatomia artís-
tica), em comparação aos diferentes tipos raciais 
e morfológicos (anatomia antropológica e bioti-
pológica) etc. (WATANABE, 2000). 
Nomenclatura Anatômica 
Cientistas e profissionais da área da saúde usam 
uma linguagem própria ao se referirem às estru-
turas do corpo humano e à forma como a dissec-
ção é feita. Por isso, estar atualizado em relação à 
nomenclatura utilizada é essencial ao estudante 
de anatomia humana, bem como aos profissionais 
da saúde. Na anatomia, esta nomenclatura engloba 
termos gerais e especiais originados da língua gre-
ga, latina e outras. Em conjunto, a Nômina Ana-
tômica, publicada com o nome de Terminologia 
Anatômica, tem o objetivo de evitar que estruturas 
do corpo humano recebam diferentes denomina-
ções em diversos centros de estudos e pesquisas 
em anatomia no mundo (DI DIO, 2002).
Considerada um documento oficial que deve 
ser obedecida por professores e alunos da discipli-
na de anatomia humana, a terminologia anatômica 
é constituída por cerca de 6.000 termos esporadica-
mente revistos e atualizados, os quais são traduzi-
dos pelas sociedades de anatomia de cada país. No 
Brasil, a terminologia é traduzida pela Comissão de 
Terminologia Anatômica da Sociedade Brasileira 
de Anatomia (SBA) (CFTA, 2001; FREITAS, 2004; 
TORTORA; DERRICKSON; WERNECK, 2010).
Este conjunto de termos empregados funda-
menta-sena forma da estrutura ou em parte dela 
(como o músculo deltoide, por exemplo), sua si-
tuação (artéria vertebral), sua função (glândula la-
crimal) e outras peculiaridades. Vale destacar que 
a utilização de abreviações é permitida a fim de 
facilitar seu uso prático. Assim, utiliza-se a. (para 
artéria), v. (para veia), n. (para nervo), m. (para 
músculo), lig. (para ligamento), gl. (para glândula) 
e g. (para gânglio). O plural destes termos normal-
mente emprega a duplicação da letra utilizada na 
abreviação, por exemplo, aa. (para artérias), vv. 
(para veias) etc. (WATANABE, 2000). 
_book_Anatomia Humana.indb 18 11/11/2019 11:34:03
19UNIDADE 1
Divisões, Planos
e Eixos do
Corpo Humano
A posição anatômica de descrição ou posição 
de referência foi instituída e se tornou de gran-
de valia para evitar erros na nomenclatura e no 
posicionamento do corpo a ser estudado. Em tal 
posição, supõe-se que o cadáver está ereto, com 
a cabeça em nível horizontal, olhos voltados para 
frente, pés plantados no chão e direcionados para 
frente, membros superiores ao lado do corpo com 
as palmas das mãos voltadas para frente (MOO-
RE et al., 2014).
A partir da posição anatômica, as várias regiões 
do corpo são denominadas como cabeça, pescoço, 
tronco, membros superiores e membros inferiores. 
A cabeça é subdividida em crânio facial ou viscero-
crânio e crânio neural ou neurocrânio. Enquanto o 
crânio facial é anterior, menor, constituído por 14 
ossos, cujas funções se relacionam a abrigar e pro-
teger os órgãos dos sentidos e possibilitar a fonação 
e a mastigação, o crânio neural é posterior, maior, 
constituído por oito ossos, os quais estão direta-
mente relacionados à proteção do sistema nervoso 
localizado em seu interior (TORTORA; DERRICK-
SON; WERNECK, 2010).
_book_Anatomia Humana.indb 19 11/11/2019 11:34:04
20 Introdução à Anatomia Humana e Aparelho Locomotor
O pescoço é dividido em pesco-
ço anterior (visceral) e posterior 
(muscular), também denomina-
do nuca. Segundo Freitas (2004), 
o tronco também é subdividido 
em tórax (limitado superiormen-
te pela clavícula e inferiormente 
pelo músculo diafragma), ab-
dome (limitado superiormente 
pelo músculo diafragma e infe-
riormente pela abertura superior 
da pelve) e pelve (localizada entre 
os ossos do quadril).
Os membros superiores e in-
feriores também são subdividi-
dos em uma região conectada ao 
tronco, denominada cíngulo (ou 
cintura) e uma parte livre. A raiz 
ou cíngulo do membro superior 
é a cintura escapular e sua parte 
Figura 1 - Posição anatômica de descrição 
Figura 2 - Partes do corpo humano
livre inclui braço, antebraço e mão (sendo sua parte anterior denomi-
nada palma e a posterior, dorso). A raiz ou cíngulo do membro inferior 
é a cintura pélvica e sua parte livre inclui coxa, perna e pé (sendo sua 
parte superior denominada dorso e a inferior, planta). Articulações 
conectam as várias partes dos membros, por exemplo, as articulações 
do ombro, cotovelo, quadril e joelhos (FREITAS, 2004).
De igual modo, a partir da posição anatômica de descrição, supõe-se 
a existência de planos imaginários que tangenciam a superfície externa 
do corpo a fim de facilitar a localização das estruturas corpóreas. Tais 
planos são denominados superior ou cranial, inferior ou podálico, la-
teral direito, lateral esquerdo, anterior ou ventral, e posterior ou dorsal 
(MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014).
Assim, pode-se afirmar que os olhos são estruturas superiores à 
cicatriz umbilical já que se localizam mais pró-
ximos ao plano superior ou cranial do que à 
cicatriz umbilical. De igual modo, pode-se 
afirmar que as escápulas são estrutu-
ras posteriores em relação ao osso 
esterno uma vez que estão mais 
próximas do plano posterior.
Embora os planos de tangen-
ciamento facilitem a localização 
das estruturas corpóreas, o es-
tudo da anatomia também se 
faz por meio do corpo seccio-
nado, lembra? Assim, pla-
nos de secção de referência 
também tiveram que ser 
padronizados. Assim, os 
termos “plano sagital”, “plano trans-
versal” (ou horizontal) e “plano coronal” 
(ou frontal) foram adotados.
O plano sagital é uma secção longi-
tudinal que divide o corpo ou qualquer 
uma de suas partes em porções direita 
e esquerda. Se este plano passar exata-
mente sobre a linha mediana do corpo, 
ele é chamado de plano sagital media-
no, o qual divide o corpo em duas me-
tades iguais denominadas antímero 
direito e antímero esquerdo.
_book_Anatomia Humana.indb 20 11/11/2019 11:34:06
21UNIDADE 1
O plano coronal é uma secção 
longitudinal que divide o corpo 
em porção anterior e posterior 
denominadas paquímero an-
terior ou ventral, e paquímero 
posterior ou dorsal. Por fim, o 
plano transversal divide o corpo 
em porção superior e inferior de-
nominadas metâmero superior 
ou cranial e metâmero inferior 
ou podálico (FREITAS, 2004).
Um dos objetivos do estudo 
da anatomia humana é empre-
gar os conhecimentos adqui-
ridos também no corpo vivo. 
Dessa forma, existem termos 
usados para descrever os dife-
rentes movimentos dos mem-
bros e outras partes corpóreas 
que podem ser realizados nas 
articulações móveis do corpo. 
Tais movimentos são descri-
tos como pares de opostos, ou 
seja, flexão e extensão, abdu-
ção e adução, rotação medial 
e lateral, supinação e prona-
ção etc. (MOORE et al., 2014; 
TORTORA; DERRICKSON; 
WERNECK, 2010). Todos esses 
movimentos serão abordados, 
posteriormente, nesta unidade, 
pois são de extrema relevância 
aos profissionais da saúde.
Plano Coronal
Plano Transversal
Plano Sagital
Figura 3 - Plano Sagital, Coronal e Transverso
Os movimentos sempre ocorrem em um dos planos (sagital, 
coronal ou transversal) e por meio de linhas imaginárias deno-
minadas eixos, os quais são perpendiculares aos planos. Assim, os 
movimentos de flexão e extensão ocorrem no plano sagital a partir 
do eixo coronal; a abdução e a adução ocorrem no plano coronal a 
partir do eixo sagital; a rotação medial e lateral ocorrem no plano 
transversal a partir do eixo longitudinal (GRABINER; GREGOR; 
VASCONCELOS, 1991).
_book_Anatomia Humana.indb 21 11/11/2019 11:34:09
Tegumento
Comum
Conhecer o tegumento comum é de extrema im-
portância aos profissionais da saúde, uma vez que 
este importante sistema se relaciona diretamente 
às suas atividades profissionais. Por isso, esta uni-
dade abordará exclusivamente o tegumento co-
mum em todos os seus detalhes e especificações.
Todo o texto a seguir será baseado em importan-
tes autores da área, como Miranda Neto e Chopard 
(2014), Moore et al. (2014), Watanabe (2000) e outros. 
O aprofundamento de seu estudo deve ser realizado 
considerando o uso concomitante de um atlas de 
Anatomia Humana como Narciso (2012) e um livro 
e/ou atlas de Histologia Humana como Junqueira 
et al. (2018). Desejo a você um ótimo aprendizado!
Tegumento Comum
O termo tegumento comum engloba a pele e seus 
anexos e a tela subcutânea que também é conheci-
da como hipoderme. Enquanto a tela subcutânea 
tem localização profunda, a pele é superficial e 
constituída por duas camadas sobrepostas: epi-
derme e derme. 
_book_Anatomia Humana.indb 22 11/11/2019 11:34:10
23UNIDADE 1
As três principais camadas da pele humana
Epiderme
Derme
Hipoderme
Figura 4 - As três principais camadas da pele humana 
Pele
A pele é considerada o maior órgão do corpo hu-
mano equivalendo a 16% do peso corporal de um 
indivíduo adulto e com uma área total de cerca 
de 2m2. Ela reveste externamente a superfície do 
corpo, margeia seus orifícios e prolonga-se com as 
mucosas do corpo dando proteção contra desidra-
tação e agentes nocivos (que podem ser agentes 
químicos, físicos e biológicos). 
Além disso, a pele apresenta inúmeros recep-
tores sensitivos (de dor, tato, temperatura, pressão 
etc.) os quais ligam-se ao sistema nervoso central 
informando-o constantemente das condições do 
meio externo. Adicionalmente, por seu intermé-
dio, pode ocorrer eliminação e absorção de várias 
substâncias do corpo como, porexemplo, medi-
camentos. Ela é fantástica!
Algumas características da pele podem variar 
de acordo com as regiões do corpo. Sua espessura, 
por exemplo, pode variar de 0,5 a 4 mm. Normal-
mente é mais espessa nas superfícies dorsais e ex-
tensoras do corpo, e em regiões sujeitas à pressão 
onde é chamada de pele grossa. Em contrapartida, 
em áreas como pálpebras e lábios, ela é extrema-
mente delicada sendo chamada de pele fina. 
A pele se prende apenas frouxamente às es-
truturas próximas (como a tela subcutânea e as 
fáscias) e por isso pode ser facilmente deslocada 
ou mesmo se adaptar às irregularidades do cor-
po. Todavia, existem faixas de tecido conjuntivo 
chamadas de retináculos da pele os quais podem 
limitar parcialmente esta mobilidade. Tais retiná-
culos prendem-se à tela subcutânea e às fáscias, 
formando pontos de fixação profunda da pele. 
Nos pontos onde estas estruturas estão bem pre-
sentes, formam-se sucos superficiais, chamados 
de linhas de clivagem, que indicam a direção dos 
feixes de fibras colágenas. Por isso, a pele (mais 
especificamente a epiderme) é rica em sulcos e 
cristas que caracterizam as pessoas (como as im-
pressões digitais) e as regiões do corpo.
Em algumas regiões do corpo, a pele apresenta 
capacidade de contração devido à presença de fi-
bras musculares lisas. Isso acontece, por exemplo, 
na pele dos mamilos e do escroto. Ademais, a pele 
pode ser extremamente elástica (como ocorre no 
dorso da mão) ou pouco elástica (como ocorre na 
palma da mão). No entanto, o envelhecimento faz 
que ocorra expressiva perda da elasticidade da pele 
uma vez que suas fibras elásticas diminuem em 
termos quantitativos e tornam-se desorganizadas. 
Tal fato associa-se ao aumento do número de rugas 
e de flacidez. Vale ressaltar que quando ocorre a 
distensão excessiva da pele (em caso de gestação, 
obesidade, edema etc.), pode haver alteração da 
sua estrutura, com adelgaçamento e ruptura dos 
feixes de fibras elásticas.
_book_Anatomia Humana.indb 23 11/11/2019 11:34:10
24 Introdução à Anatomia Humana e Aparelho Locomotor
Figura 5 - Diferentes tipos de pele humana - A: Pele fina; B: Pele grossa.
Vale destacar que a pele pode apresentar-se flá-
cida quando a ingestão de proteínas é muito baixa. 
Isto porque os fibroblastos da pele necessitam de 
aminoácidos para efetivarem a síntese de colágeno, 
cuja ausência implica em flacidez cutânea. A vita-
mina C estimula a síntese de colágeno e, de igual 
modo, sua ausência a reduz.
A proliferação das células da pele dependem do 
ritmo circadiano, sendo mais acentuada durante 
o repouso. O conhecimento da cronobiologia da 
pele tem permitido aos dermatologistas, cosme-
tologistas e profissionais que trabalham em seu 
benefício, otimizarem a absorção de compostos 
pela pele, estimulando a utilização de protetores 
solares durante o dia e cremes hidratantes e nutri-
tivos durante a noite.
A cor da pele depende de alguns fatores como 
a quantidade de pigmentos (principalmente me-
lanina e caroteno), da cor do sangue circulante, da 
espessura da epiderme e da quantidade de vasos 
capilares sanguíneos. Este último fator explica, por 
exemplo, o fato da pele ficar avermelhada quando 
aquecida em decorrência da vasodilatação perifé-
rica e, em contrapartida, o fato da pele ficar pálida 
(esbranquiçada) em função da vasoconstrição.
Processo de Envelhecimento da Pele
_book_Anatomia Humana.indb 24 11/11/2019 11:34:14
25UNIDADE 1
A melanina é produzida pelos melanócitos de 
maneira geneticamente determinada. Embora 
o número de melanócitos seja quase o mesmo 
em todas as raças, a quantidade de melanina que 
eles produzem determina a cor que a pele apre-
sentará (negros têm muita melanina e albinos 
não a apresentam). É importante destacar que 
a melanina protege dos raios solares (e conse-
quentemente da incidência de câncer de pele). 
Todavia, um tipo específico de câncer, o mela-
noma maligno, pode acometer os melanócitos. 
Sua prevenção se relaciona à menor exposição 
aos raios ultravioletas. A exposição da pele ao 
sol causa escurecimento porque a melanina já 
existente na pele sofre um processo de escureci-
mento e, concomitantemente, ocorre ativação da 
síntese de nova melanina a partir da liberação do 
hormônio estimulante de melanócitos (MSH), 
produzido pela glândula hipófise.
O caroteno também influencia na coloração da 
pele, podendo fazer que ela apresente uma colo-
ração amarelada. Este pigmento está presente em 
alimentos como cenoura, abóbora e mamão. No 
entanto, é importante enfatizar que a pele amare-
lada pode surgir em decorrência de doenças que 
podem alterar a coloração normal da pele (como 
icterícia, hepatites etc.).
Como visto anteriormente, a pele é constituída 
por duas camadas sobrepostas: a epiderme e a 
derme. A epiderme é formada por várias cama-
das de células. As mais profundas sofrem divisões 
celulares, se proliferam e empurram as demais 
células para regiões mais superficiais as quais pas-
sam por um processo de queratinização. Assim, 
quando queratinizadas e mortas, tais células são 
eliminadas pelo próprio atrito. 
Como a queratina é uma proteína de fácil hi-
dratação, a tumefação característica da pele de 
indivíduos que ficam muito tempo submersos 
na água se deve à hidratação excessiva dela. Além 
disso, na epiderme, a queratina é responsável pela 
relativa impermeabilidade que a pele apresenta, 
dificultando a evaporação de água (o que é es-
sencial à manutenção da homeostasia corpórea), 
impede a penetração de substâncias químicas 
lesivas e minimiza a invasão de microrganismos.
A epiderme não tem vasos linfáticos nem san-
guíneos e por isso recebe sua nutrição do tecido 
conjuntivo da derme. Apresenta três tipos princi-
pais de células: as células epiteliais (que são as mais 
abundantes e formam o epitélio pavimentoso que-
ratinizado), os melanócitos e as células do sistema 
imune. Histologicamente (ou seja, quando vista 
ao microscópio), a epiderme é constituída por 5 
estratos de células: estrato córneo, estrato lúcido, 
estrato granuloso, estrato espinhoso e estrato basal 
(ou germinativo).
A derme fica abaixo da epiderme, tem muito 
tecido conjuntivo e é a camada mais espessa da 
pele. É rica em fibras colágenas e elásticas, o que 
lhe dá a capacidade de distensão quando tracio-
nada. Apresenta muitos vasos sanguíneos e linfá-
ticos, nervos e terminações nervosas. Devido aos 
vasos sanguíneos e glândulas que apresenta, ela 
participa da regulação da temperatura corporal, 
na chamada termorregulação.
A derme apresenta duas camadas: papilar e 
reticular. A camada papilar é fina e formada por 
tecido conjuntivo frouxo que penetra nas papilas 
dérmicas formando as cristas dérmicas (impres-
sões digitais) visíveis na superfície da pele. Nas 
papilas dérmicas, estão presentes vasos sanguí-
neos e receptores do tato. Complementarmente, 
a camada reticular apresenta muitas fibras colá-
genas, elásticas e reticulares entrelaçadas.
Na derme, estão os folículos pilosos, as glându-
las sudoríparas, as glândulas sebáceas e os mús-
culos eretores do pelo. Sua superfície profunda se 
fixa aos ossos, músculos ou ao tecido conjuntivo 
da tela subcutânea.
_book_Anatomia Humana.indb 25 11/11/2019 11:34:14
26 Introdução à Anatomia Humana e Aparelho Locomotor
Anexos da Pele
Os anexos da pele localizam-se na epiderme, na 
derme e até mesmo na tela subcutânea. Incluem 
as glândulas sudoríparas, as glândulas sebáceas, 
as mamas, os pelos e as unhas.
As glândulas sudoríparas possibilitam a su-
dorese ou também chamada transpiração, que 
nada mais é do que a eliminação do suor a fim 
de manter a homeostasia corpórea (tais glândulas 
atuam na termoregulação). O suor é semelhante 
ao plasma sanguíneo, contém sódio, potássio, clo-
reto, ureia, amônia, ácido úrico e uma pequena 
quantidades de proteínas. O odor do suor se deve 
à ação das bactérias sobre ele e das substâncias 
orgânicas eliminadas.
As glândulas sudoríparas também atuam na 
excreção de metabólitos, medicações e alimentos.Elas são inervadas pelo sistema nervoso autôno-
mo simpático e por isso podem ser influenciadas 
pelas emoções (o que explica o fato de em situa-
ções de estresse físico ou psicológico haver au-
mento da sudorese). Seu número varia de acordo 
com as regiões do corpo, sendo abundantes nas 
palmas das mãos e plantas dos pés, escassas no 
dorso corpo e ausentes nas pálpebras e glande. 
Em algumas regiões do corpo (como axila, 
região inguinal, órgãos genitais externos e ânus) 
existem algumas glândulas muito semelhantes 
às glândulas sudoríparas. Todavia, a secreção de 
tais glândulas é um pouco diferenciada, pois é 
ligeiramente viscosa, apresenta alguns produtos 
da desintegração de células glandulares e pode 
desenvolver um odor característico em função 
das bactérias locais.
As glândulas sebáceas secretam sebo (consti-
tuído de gorduras), cuja função é lubrificar a pele 
e os pelos. Assim, o sebo diminui o ressecamen-
to dos pelos e previne a evaporação excessiva da 
pele, mantendo-a macia e inibindo o crescimento 
bacteriano. Normalmente elas ficam próximas 
aos folículos pilosos e não existem nas regiões 
palmares e plantares. Na adolescência, é comum, 
por influência hormonal, que as glândulas se-
báceas sejam estimuladas e passem a produzir 
maior quantidade deste sebo. Tal fato, associado 
à queratinização anormal, à impactação do fluxo 
do sebo e ao crescimento bacteriano exacerbado, 
pode causar uma infecção dérmica ou hipodér-
mica conhecida como acne.
As mamas situam-se à frente dos músculos 
peitorais e são popular e erroneamente chamadas 
de seios. Este termo foi atribuído às mamas em 
decorrência do fato de entre elas existir um sulco 
intermamário o qual no passado era chamado de 
seio. Elas têm por função secretar inicialmente o 
colostro e posteriormente o leite para a nutrição 
do recém-nascido uma vez que é rico em proteí-
nas, lactose, lipídeos e sais minerais. 
Poros
Glândula
sebácea
Glândula
sudorípara
Folículo
piloso
Adipócitos
Músculo
Hipoderme
Derme
Epiderme
Pele Humana
Figura 6 - Pele humana 
_book_Anatomia Humana.indb 26 11/11/2019 11:34:15
27UNIDADE 1
As mamas são constituídas por 15 a 20 glân-
dulas especializadas na produção de leite, as quais 
passam por um amplo desenvolvimento durante a 
puberdade em decorrência da influência hormo-
nal. Por isso, as mamas são vistas como caracteres 
sexuais secundários e sofrem uma involução (cha-
mada de involução climatérica da mama) gerando 
redução de tamanho, atrofia de ductos, de glându-
las e tecido conjuntivo caracterizando a involução 
senil. Nos homens, elas são pouco desenvolvidas. 
A influência hormonal sobre as mamas tam-
bém pode ser vista durante o período gestacional 
e de lactação, e durante o período pré-menstrual. 
No primeiro caso, as mamas podem até triplicar 
de tamanho. No segundo, pode haver enrijeci-
mento e um quadro doloroso nas mamas.
As mamas apresentam uma região central 
projetada chamada papila mamária onde desem-
bocam de 15 a 20 ductos lactíferos. A papila é 
bastante inervada e sua pele apresenta fibras mus-
culares lisas cuja contração (desencadeada por 
estímulos mecânicos, táteis, térmicos ou sexuais) 
faz que ela enrijeça. Ao redor da papila está a aréo-
la da mama, uma área bastante pigmentada onde 
existem glândulas sudoríparas e sebáceas que são 
visíveis como pequenas saliências. Na gravidez, a 
aréola da mama escurece e tende a manter esta 
cor após o período gestacional. 
Internamente, as mamas são compostas por 
glândulas mamárias cujos ductos lactíferos se 
abrem na papila mamária. O conjunto destas 
glândulas é chamado de corpo da mama. Além 
disso, uma grande quantidade de tecido conjunti-
vo forma o estroma da mama. O tecido conjuntivo 
denso forma trabéculas (ligamentos cutâneos ou 
ligamentos suspensores da mama) que sustentam 
o tecido adiposo da mama. A forma e o tamanho 
das mamas dependem da quantidade de tecido 
adiposo que elas apresentam.
Infelizmente, o câncer de mama atinge grande 
parte da população feminina mundial. A prevenção 
é a melhor forma de conter esta doença. Para tanto, 
a palpação periódica dos linfonodos de drenagem 
das mamas e o autoexame de mama são essenciais.
Músculo Peitoral
Maior
Tecido Adiposo
Glândulas
Mamárias
Mamilo
Papila
Mamária
Ductos
Lactíferos
Costelas
Figura 7 - Anatomia das mamas 
Os pelos recobrem uma parte considerável da 
pele dos mamíferos, embora em algumas regiões 
específicas possam ser ausentes (como no dorso 
das falanges distais e nas regiões palmar e plan-
tar). Os pelos dão proteção ao corpo, participam 
da termorregulação, da evaporação do suor e da 
sensibilidade tátil. Eles variam de acordo com as 
diferentes regiões corpóreas, com o sexo e grupo 
étnico. Sua coloração depende da quantidade de 
melanina que apresentam de forma que a ausência 
deste pigmento faz que sejam brancos.
Os pelos apresentam duas partes: haste (acima da 
pele) e raiz (dentro do folículo piloso que fica dentre 
da derme e da tela subcutânea). A base do folículo 
piloso é dilatada, formando o bulbo piloso e, a cada 
pelo, há um músculo eretor do pelo cuja contração 
faz que ele fique ereto e a pele próxima arrepiada. 
_book_Anatomia Humana.indb 27 11/11/2019 11:34:15
28 Introdução à Anatomia Humana e Aparelho Locomotor
Além disso, ocorre a contração da glândula sebácea cuja secreção é eliminada ao meio externo 
para diminuir a perda de calor corpóreo. O músculo eretor do pelo pode se contrair involuntaria-
mente a partir de emoções (como susto e medo) e também pela influência do frio. Ao redor das 
Figura 8 - Anatomia do pelo
Músculo
eretor do pelo
Folículo
piloso
Raiz do pelo
Vasos 
sanguíneos
Papila do 
pelo
Glândula
sebácea
Escalpo
Pelo propiamente
dito
Figura 9 - Anatomia da unha 
Ma
triz
 da
 un
ha
Rai
z d
a u
nha
Pre
ga p
rox
imi
dal
 da
 un
ha
Epo
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tícu
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Co
rpo
 da
 un
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Lei
to d
a u
nha
marg
em l
ivre 
da
unha
Falange distal
Estrato 
germinativo
raízes dos pelos, existem várias 
terminações nervosas e vasos 
sanguíneos.
Os pelos são constituídos 
de células queratinizadas e in-
cluem cabelos, supercílios, cí-
lios, vibrissas (pelos do nariz), 
bigode, barba, hircos (pelos da 
axila) e púbios (pelos da região 
púbica). Pelos escuros apresen-
tam medular, cortical (pigmen-
tada) e cutícula; pelos brancos 
têm as mesmas camadas, mas 
a cortical é despigmentada; 
pelos loiros não têm medular.
As unhas são lâminas constituídas de células queratinizadas que recobrem a maior parte das falanges 
distais das mãos e pés a fim de protegê-las. Sua parte proximal é chamada de matriz da unha (oculta pela 
pele que a recobre) e sua parte distal e principal é o corpo da unha. A matriz da unha garante a formação 
e o crescimento da unha. Próximo à raiz, há uma região esbranquiçada em forma de meia lua chamada 
de lúnula e uma prega que a fixa chamada de eponíquio (ou popularmente, cutícula). As margens la-
terais e a margem proximal da unha são fixas aos dedos e sua margem distal é livre. Sua transparência 
permite ver a tonalidade rosada 
do leito da unha (local bastante 
vascularizado e inervado onde 
a unha repousa).
As unhas crescem durante 
toda a vida (cerca de 1mm / se-
mana), pois as células epiteliais 
da raiz se proliferam e sofrem 
queratinização formando a pla-
ca córnea constituída de célu-
las mortas. O crescimento das 
unhas tende a ser maior no ve-
rão e não ocorre em cadáveres.
_book_Anatomia Humana.indb 28 11/11/2019 11:34:16
29UNIDADE 1
Tela Subcutânea
A tela subcutânea é formada por tecido conjunti-
vo frouxo, tecido adiposo e fibras elásticas. Ela une 
frouxamente a derme aos órgãos adjacentes, pro-
tege contra choques e atua como isolante térmico. 
Adicionalmente, a tela subcutânea representa uma 
reserva de nutrientes e armazena temporariamen-
te alguns hormônios e medicamentos liposso-
lúveis. Tal fato pode ser útil quando se utilizam 
injeções subcutâneas de liberação lenta aplicada 
diretamente na tela subcutânea. Todavia, isso 
podeser indesejável quando a via de adminis-
tração é outra, mas o medicamento é parcialmente 
armazenado na tela subcutânea comprometendo 
sua biodisponibilidade e consequentemente sua 
ação (é o caso, por exemplo, de medicamentos à 
base de hormônios lipossolúveis).
A tela subcutânea forma uma camada variável 
de tecido adiposo chamada de panículo adiposo. 
Embora ela seja mais espessa nas mulheres e sua 
distribuição no corpo feminino seja uma carac-
terística sexual secundária (haja vista ela predo-
minar na região de baixo ventre e quadris), em 
alguns lugares do corpo ela quase inexiste (como 
no pavilhão auditivo, pálpebras, lábios menores 
do pudendo, escroto e prepúcio). 
O tecido conjuntivo subcutâneo tem muitos 
vasos sanguíneos e vasos linfáticos. Além dis-
so apresenta raízes dos folículos pilosos, parte 
das glândulas sudoríparas, nervos cutâneos e 
terminações nervosas (principalmente relacio-
nadas à pressão). 
A espessura da tela subcutânea varia de acordo 
com o estado nutricional do indivíduo e tende a 
ser maior nas mulheres e a aumentar com a idade 
em ambos os sexos. Histologicamente, apresenta 
as camadas areolar, lamelar e a fáscia superficial. A 
gordura da tela subcutânea normalmente é usada 
em situações de privação alimentar e desnutrição.
Você sabia que a pele tem importante participação da síntese da vitamina D? Tal fato é extremamente 
importante, pois a vitamina D atua aumentando a absorção de fosfato e cálcio no intestino. A síntese 
desta vitamina depende da incidência dos raios ultravioletas, os quais, ao atingirem a pele, transfor-
mam a pré-vitamina D obtida nos alimentos em sua forma ativa. No verão, a síntese de vitamina D 
é grande, permitindo que o excedente do consumo seja armazenado no fígado, possibilitando que 
a reserva seja consumida durante o inverno (pela menor disponibilidade de luz solar). Vale destacar 
que deficiências na vitamina D podem causar raquitismo (nas crianças) e osteomalácea (nos adultos). 
Outro dado interessante é o fato da vitamina A (ácido retinóico) ser fundamental para a manutenção 
da estrutura epitelial normal, pois é necessária para que as células basais se diferenciem em epitélio 
garantindo assim a integridade da pele e das mucosas. Sua deficiência causa lesões cutâneas como 
hiperceratose folicular (pele de sapo, escamas de jacaré), cegueira noturna (nictalopia), amolecimento 
e ulceração da córnea.
_book_Anatomia Humana.indb 29 11/11/2019 11:34:16
30 Introdução à Anatomia Humana e Aparelho Locomotor30 Introdução à Anatomia Humana e Aparelho Locomotor
ALTERAÇÕES CORRELATAS
É a inflamação da pele que pode ocorrer, por 
exemplo, quando a pele é exposta a substâncias 
irritantes químicas ou físicas, ao contato com agen-
tes tóxicos ou pode ser em decorrência à exposi-
ção excessiva aos raios ultravioletas do sol. Quando 
streptococos pyogenicos infectam a pele, podem 
aparecer impetigo (lesão ulcerosa e até purulenta) 
e erisipela (grave infecção da pele).
Também chamadas de dermatite seborreica, as 
caspas são caracterizadas por placas amareladas 
e oleosas em toda a extensão do couro cabeludo. 
Seu agente causador são fungos, e normalmente 
culminam em queda dos cabelos.
É a pele azulada comum em casos de hipóxia/anó-
xia (diminuição / falta de oxigênio). Isso ocorre por-
que a hemoglobina (responsável pelo transporte 
de gases no sangue) apresenta coloração vermelho 
vivo ao transportar o oxigênio e coloração arroxea-
da quando o oxigênio não está em quantidade 
suficiente. É mais evidente onde a pele é fina como 
nos lábios, pálpebras e unhas transparentes.
É a coloração amarelada da pele e das escleras dos 
olhos. É comum em alguns distúrbios do fígado, 
porque um pigmento amarelado (chamado bilir-
rubina) acumula-se no sangue. É mais evidente 
em pessoas de pele clara.
É uma doença na qual os melanócitos são perdi-
dos parcial ou completamente. Assim, a atuação 
deles na produção de pigmento na epiderme é 
prejudicada, fazendo que apareçam manchas de 
tonalidade mais clara pelo corpo. Suas causas in-
cluem autoimunidade, fatores neuro-humorais e 
autodestruição dos melanócitos por intermediá-
rios tóxicos da síntese de melanina.
É a coloração anormalmente avermelhada da pele 
que ocorre em casos de lesão cutânea, exposição 
ao calor excessivo, infecção, inflamação ou reações 
alérgicas. Ocorre por ingurgitamento dos leitos 
capilares superficiais.
Incisões paralelas às linhas de clivagem da pele 
tendem a cicatrizar facilmente e com pouca marca 
de cicatrização. No entanto, quando a incisão é 
transversal às linhas de clivagem, mais fibras colá-
genas são rompidas e a cicatrização é mais difícil, 
podendo desencadear uma cicatrização excessiva 
chamada queloide.
Estrias são linhas finas e enrugadas que aparecem 
na pele, inicialmente com a coloração avermelha-
da e posteriormente esbranquiçada. Elas surgem 
porque os ajustes da pele em relação à distensão 
e crescimento não são suficientes para evitar que 
as fibras colágenas da derme se rompam. 
Ocorrem comumente em gravidez, com o aumento 
de peso acentuado (obesidade), em algumas doen-
ças (hipercortisolismo ou síndrome de Cushing), e 
são comuns nas nádegas, abdome, coxas e mamas.
Dermatite
Caspas
Cianose
Icterícia
Vitiligo
Eritema
Cicatrização 
Estrias cutâneas
_book_Anatomia Humana.indb 30 11/11/2019 11:34:20
31UNIDADE 1 31UNIDADE 1
São causadas por trauma térmico, radiação ultravioleta ou ionizante, 
agentes químicos dentre outros. São classificadas de acordo com a 
profundidade da lesão em queimaduras de primeiro, segundo e ter-
ceiro graus. 
A queimadura de primeiro grau é mais superficial, pois limita-se à epider-
me. Ocorre, por exemplo, por exposição ao sol. Seus principais sintomas 
incluem dor, eritema e edema. Geralmente causa descamação da cama-
da mais superficial, sendo facilmente substituída sem que haja cicatriz. 
A queimadura de segundo grau tem uma profundidade interme-
diária, havendo danos à epiderme e à derme superficial. É comum o 
aparecimento de bolhas e dor em função da agressão às terminações 
nervosas. A cicatrização é lenta (em média 3 meses) e pode haver 
cicatriz e algum grau de retração ou contratura. 
A queimadura de terceiro grau é profunda, pois acomete toda a es-
pessura da pele, tela subcutânea e até mesmo músculos subjacentes. 
É comum o aparecimento de edema e anestesia da região acometida 
em função da lesão das terminações nervosas locais. Pode exigir, 
inclusive, enxerto de pele.
É importante enfatizar que a extensão da queimadura geralmente 
é mais importante do que o grau da lesão. De acordo com a Ameri-
can Burn Association, uma queimadura extensa é representada por 
uma queimadura de 3° grau em mais de 10% da área de superfície 
corporal, ou uma queimadura de 2° grau em mais de 25% desta área 
ou ainda qualquer queimadura de 3° grau em mãos, pés, face ou pe-
ríneo. Quando a área queimada do corpo ultrapassa 70% da área de 
superfície corporal, a taxa de mortalidade passa a ser superior a 50%
A acne é uma infecção dérmica ou hipodérmica comum, mas não 
exclusiva da adolescência (devido à forte influência hormonal que 
ocorre nesta fase da vida). Ela é causada pela estimulação excessiva 
das glândulas sebáceas que passam a produzir maior quantidade 
de sebo, aliada à queratinização anormal, à impactação do fluxo do 
sebo e ao crescimento bacteriano exacerbado.
Queimaduras
Acne
_book_Anatomia Humana.indb 31 11/11/2019 11:34:23
Ao chegarmos ao término do 
estudo específico do tegumento 
comum, você deve ser capaz de 
diferenciar as estruturas anatô-
micas que formam este sistema, 
de entender seus principais as-
pectos morfológicos e funcio-
nais. Ademais, é importante que 
você se sinta familiarizado com 
as principais alterações comuns 
ao tegumento comum e que 
busque sempre o conhecimento 
específico das principais técni-
cas profiláticas e terapêuticas de 
tais males.
Além disso, você, enquan-
to profissional da saúde, não 
pode esquecer o fato de que a 
pele é um dosmelhores indica-
dores da saúde do ser humano. 
Por isso, seu exame detalhado, 
além de ser facilmente reali-
zado, é imprescindível e pode 
evitar maiores complicações à 
saúde. Assim, é importante que 
você se aplique à sua prática e se 
aperfeiçoe em suas habilidades 
profissionais sempre se capaci-
tando e buscando a excelência. 
Muito sucesso a você!
_book_Anatomia Humana.indb 32 11/11/2019 11:34:28
33UNIDADE 1
Generalidades
sobre os Ossos 
Ossos são peças rígidas, com formatos variados. 
Eles são muito plásticos, ou seja, adaptam-se às 
estruturas vizinhas, inclusive permitindo que tais 
estruturas lhes imprimam marcas em decorrência 
do contato. Isto pode ser visto, por exemplo, ao 
examinar a face interna da calota craniana. Nes-
sa região aparece claramente os sulcos venosos e 
arteriais, além das impressões dos giros.
A criança apresenta um total de 350 ossos, mas 
o indivíduo adulto tem este número reduzido para 
206. Você pode se perguntar: “O que ocorre para 
este número reduzir tanto”? Na verdade, há uma 
fusão em vários ossos do corpo, por exemplo, no 
osso frontal, no sacro e nos ossos do quadril. Além 
disso, você precisa saber que este número pode 
sofrer variações de acordo com características in-
dividuais. Por exemplo, se a pessoa tiver um dedo 
ou uma costela a mais ou a menos. Além disso, 
esse número total de ossos no indivíduo adulto 
também pode ser influenciado pelo critério de 
contagem que foi adotado.
Sistema 
Esquelético
_book_Anatomia Humana.indb 33 11/11/2019 11:34:33
34 Introdução à Anatomia Humana e Aparelho Locomotor
Muitas vezes escuto pessoas dizendo que seus 
pesos na balança não estão altos porque estão “aci-
ma do peso”, mas que seu peso está alto porque 
elas têm os ossos largos e pesados. Sorrio quan-
do ouço isso porque tenho a impressão de que as 
pessoas se veem como o Wolverine e seus ossos de 
adamântio. Acho que as pessoas imaginam que os 
ossos pesam muito mais do que verdadeiramente 
pesam. Você sabe qual é o peso real dos seus os-
sos? Na verdade, o peso médio dos ossos de um 
homem adulto de cerca de 80 Kg é cerca de 12 Kg. 
Assim, não é tanto quanto a maioria das pessoas 
julgam ser.
Por fim, gostaria de esclarecer que, além dos os-
sos convencionais conhecidos por nós desde a vida 
inteira, existem também alguns ossos especiais, 
por exemplo, os ossos suturais (que ficam entre 
as suturas do crânio) e os ossos heterotópicos que 
se formam nos tecidos moles (como nas coxas de 
jóqueis em áreas onde a hemorragia se calcifica).
Funções do Esqueleto
Se você acha que a função dos ossos se restringe 
a possibilitar movimentos, você está muito enga-
nado. Na verdade, o esqueleto desempenha vá-
rias funções, inclusive algumas consideradas vitais 
(MOORE et al., 2014).
De fato, os ossos se relacionam ao movimento 
embora não os produzam. Isto porque quem faz 
o movimento acontecer são os músculos e, por 
isso, estes são considerados os elementos ativos do 
movimento (por outro lado, ossos são elementos 
passivos do movimento). Dessa forma, os ossos 
são tracionados pelos músculos em um efeito de 
alavanca. É o que ocorre, por exemplo, quando o 
músculo quadríceps femoral traciona a tíbia e gera 
movimento de extensão do joelho.
Outras duas funções dos ossos podem ser 
identificadas quando observamos atentamente 
o corpo humano na posição bípede (em pé). A 
habilidade dos ossos em suportar o peso corporal 
e dar forma aos diferentes segmentos do corpo 
é extraordinária. Tais funções são prontamente 
percebidas quando imaginamos um osso fratura-
do (o fêmur, por exemplo) e temos a clara certeza 
de que é impossível descarregar peso naquele 
membro inferior. Além disso, se você comparar 
a forma arredondada do seu crânio à forma alon-
gada de seus dedos terá clareza de que os ossos 
são os responsáveis diretos por tais diferenças.
Quando os ossos protegem os órgãos inter-
nos, armazenam íons essenciais, sintetizam células 
sanguíneas e absorvem toxinas, certamente, con-
cluímos que suas funções também são vitais. Ao 
observarmos, por exemplo, a importante ação das 
costelas e do osso esterno envolvendo o coração 
e os pulmões, e do crânio envolvendo o encéfalo, 
fica claro o quanto os ossos nos são relevantes. 
Além disso, eles atuam como reservatórios de 
cálcio, fosfato e magnésio os quais são essenciais 
à transmissão sináptica e à contração muscular.
A síntese de células sanguíneas ocorre por 
meio da medula óssea vermelha que se localiza 
no interior dos ossos (este assunto será esclarecido 
adiante). E, por fim, eles são hábeis em absorver 
toxinas e metais pesados da corrente sanguínea 
diminuindo os efeitos deletérios destes compos-
tos em outros tecidos (principalmente no fígado 
e nos rins). 
Divisões do Esqueleto 
O esquelético pode ser dividido em duas partes 
funcionais, porém interligadas: o esqueleto axial 
e o esqueleto apendicular. O esqueleto axial é for-
mado pelos ossos localizados na região central do 
corpo, como aqueles da cabeça (ossos do crânio), 
pescoço (osso hioide e vértebras cervicais) e no 
tronco (osso esterno, costelas, vértebras e sacro).
_book_Anatomia Humana.indb 34 11/11/2019 11:34:33
35UNIDADE 1
Já o esqueleto apendicular é formado pelos ossos 
localizados nas extremidades do corpo, ou seja, nos 
membros superiores e inferiores incluindo aqueles 
que formam os cíngulos (escápula, clavícula e ossos 
do quadril) (DANGELO; FATTINI, 2011).
Tipos de Ossos Quanto à Forma
Ao avaliar o comprimento, a largura e a espessu-
ra dos ossos, podemos agrupá-los em seis tipos 
principais: longos ou tubulares, curtos, laminares 
ou planos, irregulares, sesamoides e pneumáticos 
(WATANABE, 2000).
Os ossos longos ou tubulares têm predomínio 
do comprimento em relação à largura e à espessura. 
Apresentam uma cavidade central (chamada ca-
vidade medular) que abriga a medula óssea. Além 
disso, sua parte central é chamada de diáfise e suas 
extremidades são as epífises. Enquanto, a epífise 
proximal fica mais próxima do cíngulo do mem-
bro, a epífise distal fica mais distante dele. A região 
de transição entre epífise e diáfise recebe o nome 
de metáfise. O fêmur é um exemplo deste tipo de 
osso. Alguns ossos têm características semelhantes, 
mas não apresentam cavidade medular e, por isso, 
são chamados de alongados ao invés de longos.
Ossos curtos têm os três diâmetros (compri-
mento, largura e espessura) equivalentes apresen-
tando forma cuboide. É o que ocorre, por exemplo, 
com os ossos carpais e tarsais. Por outro lado, os 
ossos laminares ou planos são largos e pouco 
espessos. Geralmente, esses ossos têm função pro-
tetora, como os ossos planos do crânio (o parietal 
é um bom exemplo).
Já os ossos irregulares (como o próprio nome 
já revela) têm formatos variados sem predomínio 
específico do comprimento, da largura ou da espes-
sura. São exemplos os ossos da face e as vértebras.
Os ossos sesamoides são também chamados 
de ossos intratendíneos ou periarticulares, pois se 
desenvolvem em alguns tendões e são encontrados 
onde os tendões cruzam as extremidades dos ossos 
longos. Assim, eles protegem os tendões contra 
desgastes e podem mudar seu ângulo de inserção. A 
patela é um deles. Todavia, algumas pessoas podem 
apresentar ossos sesamoides nas mãos e pés como 
variação anatômica.Figura 10 - Esqueleto axial x Esqueleto apendicular
_book_Anatomia Humana.indb 35 11/11/2019 11:34:40
36 Introdução à Anatomia Humana e Aparelho Locomotor
Os ossos pneumáticos apresentam cavidades 
contendo ar em seu interior. Localizam-se no crânio, 
por exemplo, o osso frontal, a maxila, o esfenoide e o 
etmoide. Suas cavidades são revestidas por mucosa e 
são chamadas de seios. Devido ao fato de drenarem 
seu conteúdo mucoso para a cavidade nasal podem 
ser chamados, em conjunto, de seios paranasais.
Constituição e 
Arquitetura dos Ossos 
Quando você observa atentamente um osso, é co-
mum achar que se trata de um tecido inerte, seco e 
até sem vida. Todavia, muito pelo contrário, o tecido 
ósseoé vivo, dinâmico e se desenvolve e cresce por 
meio de um metabolismo muito ativo. Pra você ter 
uma ideia, os ossos são renováveis, em média, a cada 
dois anos. Isto significa que o fêmur ou o crânio que 
você tem hoje, não são os mesmos que você tinha 
há dois anos e nem serão os mesmos que você terá 
daqui a dois anos. Fantástico, não?
Figura 11 – Comparação entre os tipos de ossos: a) exemplo 
de osso irregular, b) exemplo de osso sesamoide e c) exemplo 
de osso longo
A constituição do tecido ósseo também é fa-
bulosa, pois os ossos são constituídos a partir de 
três componentes principais: água, matriz óssea 
orgânica e matriz óssea inorgânica (DANGELO; 
FATTINI, 2011).
A água representa cerca de 25% da estrutura 
óssea. Todavia, é importante ressaltar que esta pro-
porção é maior em recém-nascidos e crianças, e 
vai diminuindo à medida que o envelhecimento 
ocorre. Por isso, o envelhecimento faz com que 
os ossos fiquem mais sujeitos a sofrerem fatu-
ras as quais, em idosos, são chamadas de “fratura 
em galho seco”. Crianças têm “fratura em galho 
verde”. Além disso, ossos de idosos normalmente 
apresentam maior dificuldade para consolidação 
de fraturas uma vez que a quantidade de matriz 
orgânica diminui.
A matriz orgânica também representa cerca de 
25% da estrutura óssea e é constituída por proteo-
glicanas e colágeno. Assim, esta matriz é rica em 
proteínas que dão resistência à tensão e à tração 
às quais os ossos estão sujeitos diariamente. Por 
isso, a matriz orgânica está diretamente relacio-
nada à maleabilidade óssea, ou seja, sua ausência 
pode causar doenças, por exemplo, a doença dos 
ossos de vidro. Nesse caso, os ossos não resistem 
à tensão e à tração que os músculos lhes impõem 
e se tornam fragilizados e quebradiços, mesmo 
aos menores esforços. Sobre a matriz orgânica se 
deposita a matriz inorgânica.
A matriz inorgânica representa cerca de 50% 
da estrutura óssea. É constituída por sais minerais 
(principalmente, fosfato de cálcio e carbonato de 
cálcio) os quais formam a hidroxiapatita que dá 
ao osso resistência à compressão. Deficiência nos 
componentes dessa matriz também pode tornar 
os ossos fragilizados e quebradiços.
O tecido ósseo pode se organizar em dois tipos 
principais de ossos: os compactos ou corticais e os 
esponjosos ou trabeculares. No osso compacto, as 
trabéculas ósseas estão justapostas e formam uma 
_book_Anatomia Humana.indb 36 11/11/2019 11:34:42
37UNIDADE 1
estrutura pouco porosa e com alta capacidade de resistência para sustentação de peso. Assim, atuam 
como colunas que suportam a descarga de peso.
Em contrapartida, no osso esponjoso as trabéculas ósseas não estão justapostas, mas deixam 
espaços entre si os quais são preenchidos por ar. Essa disposição origina uma estrutura altamente 
porosa e adaptada à absorção de impacto uma vez que o ar presente em meio às trabéculas ósseas 
funciona como um coxim aerífero que amortece a descarga de peso.
Ep
í�
se
 p
ro
xi
m
al
D
iá
�s
e
Ep
í�
se
 d
ist
al
Osso esponjoso
Linha epi�sial
Periósteo
Osso compacto
Cavidade medular
Osso esponjoso
Osso compacto
Cartilagem articular
Artérias nutrícias
Endósteo
Medula óssea
amarela
Osso compacto
Periósteo
Artérias nutrícias
É importante que você saiba que a distribuição de 
tecido ósseo compacto e esponjoso nos ossos não 
é uniforme, mas depende das solicitações biome-
cânicas impostas aos ossos, ou seja, varia de acor-
do com a função exercida pelo osso, com a tração 
e com a pressão a que os ossos são submetidos. 
Assim, embora todos os ossos tenham uma fina 
camada superficial de osso compacto ao redor de 
uma massa central de osso esponjoso, ossos longos 
adaptados à descarga de peso (como o fêmur, por 
exemplo) apresentam maior quantidade de osso 
compacto próximo da parte média da diáfise onde 
tendem a se curvar. O mesmo não acontece, por 
exemplo, nos ossos longos que não recebem gran-
des descargas de peso (por exemplo, úmero) ou nos 
ossos carpais e tarsais.
Figura 12 - Osso compacto e esponjoso
_book_Anatomia Humana.indb 37 11/11/2019 11:34:42
38 Introdução à Anatomia Humana e Aparelho Locomotor
O efeito piezoelétrico explica 
parcialmente as diferenças na ar-
quitetura dos ossos submetidos 
ou não à descarga de peso e à tra-
ção óssea. Embora a descarga e a 
tração ocorram constantemente 
em nosso dia a dia, normalmente 
elas são maiores ao realizarmos 
exercícios físicos (MIRANDA 
NETO; CHOPARD, 2014).
Segundo o efeito piezoelétrico, 
regiões ósseas onde ocorre com-
pressão ficam sujeitas a potenciais 
elétricos negativos, enquanto nas 
demais regiões do osso aparecem 
potenciais elétricos positivos. 
Onde há potencial elétrico nega-
tivo, células ósseas sintetizadoras 
de ossos são ativadas fazendo 
deposição óssea proporcional 
ao estímulo dado. Dessa forma, 
a tensão óssea estimula a síntese 
de matriz orgânica e a deposição 
de sais minerais (MIRANDA 
NETO; CHOPARD, 2014).
Esse princípio é facilmente 
identificado em atletas, os quais 
têm estrutura óssea diferenciada 
em relação aos indivíduos seden-
tários e é aplicado à reabilitação 
física de pacientes tetraplégicos 
que perdem a capacidade de 
manter o ortostatismo. Para estes 
pacientes, a pedestação por meio 
de mesas ortostáticas possibilita 
a manutenção da saúde óssea 
minimizando o aparecimento de 
fraturas espontâneas.
A arquitetura dos ossos planos 
do crânio merece destaque, pois é 
adaptada à proteção do encéfalo 
alojado em seu interior. Em tais ossos, uma camada de osso esponjoso, 
chamada díploe, fica interposta entre duas lâminas de osso compacto 
(uma lâmina externa e outra interna). Assim, quando uma força é im-
posta à lâmina externa de osso compacto, a díploe absorve parte desta 
força (uma vez que em seu interior existe ar interposto às trabéculas 
ósseas) minimizando as chances da lâmina interna de osso compacto se 
fragmentar e lesionar o tecido nervoso adjacente. Na díploe, há medula 
óssea vermelha e por ela passam as veias.
Figura 13 - Díploe
O tecido ósseo compacto está disposto em unidades chamadas 
ósteons ou sistema de Havers. Em volta destes canais existem lame-
las concêntricas (anéis de matriz extracelular rígida e calcificada), 
entre as quais há pequenos canais (lacunas) contendo osteócitos 
que se comunicam entre si. Canalículos minúsculos com líquido 
extracelular irradiam-se pelos ossos fazendo difusão de oxigênio e 
nutrientes por todo o osso e drenando resíduos. Vasos sanguíneos, 
linfáticos e nervos provenientes do periósteo penetram no osso 
compacto por meio de canais perfurantes transversos ou canais 
de Volkmann. O tecido ósseo esponjoso, ao contrário, não contém 
ósteons. Ele é leve (o que reduz o peso total dos ossos) e tende a se 
localizar onde não há grandes forças ou onde as forças são aplicadas 
a partir de muitas direções (MOORE et. al, 2014).
A manutenção da saúde dos ossos depende da atuação das células 
que os compõem: os osteoblastos, osteócitos e osteoclastos (MIRAN-
DA NETO; CHOPARD, 2014). Os osteoblastos são células jovens, 
originadas de células osteoprogenitoras, com grande capacidade de 
divisão celular e, portanto, formadoras de osso. Elas sintetizam e se-
cretam fibras colágenas e outros componentes orgânicos necessários 
à formação da matriz extracelular e iniciam a calcificação. À medida 
que são recobertos por matriz, tornam-se presos em suas secreções 
e se transformam em osteócitos.
_book_Anatomia Humana.indb 38 11/11/2019 11:34:43
39UNIDADE 1
Os osteócitos são considerados células ósseas maduras relacionadas 
à manutenção do tecido ósseo e, por isso, são as principais células 
desse tecido. Assim como os osteoblastos, não sofrem divisão celular 
(apenas células osteoprogenitoras se dividem).
Já os osteoclastos são células grandes que resultam da fusão de até 
50 monócitos. Por meio de sua margem pregueada (lacunas de Ho-
wship), elas liberam enzimas proteolíticas que englobam e solubilizam 
cristais que contêm cálcio dissolvendo as matrizes ósseas. Assim,estão 
diretamente relacionadas à renovação óssea, uma vez que o tecido 
ósseo sofre reabsorção e reelaboração durante toda a vida fazendo 
com que o esqueleto seja constantemente renovado (lembra que, em 
média, o esqueleto se renova a cada dois anos?). No entanto, sua ação 
excessiva pode causar osteopenia que pode evoluir para osteoporose.
A ação das células ósseas de-
pende de diversos fatores como 
idade, hereditariedade, nutri-
ção, doença, trauma, gravidez, 
esforço funcional e influência 
hormonal. Em relação aos hor-
mônios, os ossos sofrem forte 
influência do hormônio do cres-
cimento (GH), dos hormônios 
sexuais (testosterona, estrógeno 
e progesterona), da calcitonina 
(hormônio tireoidiano) e do 
paratormônio (ou hormônio 
paratireoidiano). 
Enquanto o GH, os hor-
mônios sexuais e a calcitonina 
atuam como hormônios os-
teogênicos ativando osteoblas-
tos, o paratormônio estimula a 
degradação da estrutura óssea 
por estimular os osteoclastos. 
Isto explica o fato da osteopo-
rose (doença que torna os ossos 
progressivamente mais porosos) 
ser mais comum na velhice e nas 
mulheres após a menopausa. Ne-
las, há redução do estrógeno e da 
renovação da matriz orgânica. 
Além disso, no indivíduo 
com osteoporose, devido à atua-
ção excessiva dos osteoclastos 
causando osteólise, o nível de 
cálcio no sangue pode subir 
causando complicações como 
depósito do cálcio nas articu-
lações e rins, e hipercoagulação 
sanguínea (causando embolia 
pulmonar, acidente vascular 
encefálico isquêmico etc.).
Nervo
Osteócito Osteoblasto
Osteoclasto
Canal
central
Lamela VeiaVaso linfáticoArtéria
ESTRUTURA DO OSSO LONGO
Ósteon
Cartilagem Osso Ósteon
Medula óssea amarela
Osso compacto
Periósteo
Osteoclasto
Osteócito
Célula
osteoprogenitora
Osteoblasto
Canal Osteonico
Células do tecido ósseo
Osteócito Osteoblasto Célula osteoprogenitora Osteoclasto
Figura 14 - Ósteon
Figura 15 - Células ósseas
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40 Introdução à Anatomia Humana e Aparelho Locomotor
Vale lembrar que deficiência na ingestão de determinados nutrien-
tes pode enfraquecer os ossos. É o caso, por exemplo, das proteínas 
(uma vez que aminoácidos são necessários para formar colágeno), 
vitamina C (que estimula a síntese do colágeno), vitamina D (que é 
responsável pela absorção do cálcio e do fosfato do intestino; é ativada 
pela exposição ao sol) e vitamina A (que ajuda a fazer com que os ossos 
respondam adequadamente à tensão).
Ainda em relação à constituição e arquitetura dos ossos, é importan-
te estudarmos a medula óssea (alojada no interior de alguns ossos), 
e as camadas de revestimento dos ossos (o pericôndrio, o periósteo 
e o endósteo). A medula óssea está presente em praticamente todos 
os ossos do feto e em alguns ossos dos adultos (como costelas, osso 
esterno, ossos do quadril, crânio e ossos dos membros superiores 
e inferiores). Nos ossos longos, o osso esponjoso da diáfise é subs-
tituído pela cavidade medular a qual abriga a medula óssea. Essa 
medula pode ser vermelha ou amarela. A vermelha é um órgão 
hematopoiético, ou seja, produz células sanguíneas. A amarela perde 
esta função em decorrência do próprio envelhecimento e se torna 
altamente gordurosa. 
Uma medula óssea anormal ou cancerosa pode ser substituída 
por uma medula óssea vermelha saudável a fim de reestabelecer as 
contagens normais de células sanguíneas por meio de um trans-
plante de medula óssea. A medula óssea vermelha saudável pode 
ser fornecida por um doador do qual é retirada, sob anestesia, da 
crista ilíaca e injetada na veia do receptor em um processo muito 
semelhante a uma transfusão de sangue. Um procedimento mais 
moderno envolve o transplante de células do cordão umbilical 
(MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014).
Pericôndrio, endósteo e periós-
teo são camadas de tecido con-
juntivo fibroso que revestem os 
elementos do esqueleto. O peri-
côndrio faz o revestimento das 
cartilagens nutrindo suas faces 
externas; o endósteo reveste in-
ternamente a cavidade medular 
e contém uma única camada de 
células formadora de osso; o pe-
riósteo faz o revestimento exter-
no dos ossos, é capaz de deposi-
tar mais osso (sobretudo durante 
a consolidação de fraturas ou o 
Embora as vitaminas A e D sejam importantes para os ossos, o 
excesso de vitamina A acelera a ossificação causando cessação 
precoce do crescimento corporal. Além disso, deficiência de vi-
tamina D pode causar raquitismo na criança e osteomalácia no 
adulto. Ambas são doenças caracterizadas pela baixa absorção de 
cálcio pelo intestino e má calcificação da matriz óssea causando 
amolecimento e deformação dos ossos.
Fonte: Guyton e Hall (2011).
Figura 16 - Tipos de medula óssea
Estrutura óssea
Linha 
epifisial
Periósteo
Osso 
esponjoso
Vasos 
sanguíneos
Medula 
óssea 
amarela
Cartilagem 
articular
_book_Anatomia Humana.indb 40 11/11/2019 11:34:45
41UNIDADE 1
crescimento ósseo), formar uma interface para fixação dos tendões e 
dos ligamentos, proteger o osso e ajudar na nutrição do tecido ósseo. 
O periósteo se fixa ao osso subjacente pelas fibras perfurantes (de 
Sharpey) – feixes espessos de colágeno que se estende do periósteo 
até o interior da matriz óssea (MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014).
Crescimento Ósseo
As estruturas responsáveis pelo crescimento ósseo em compri-
mento e em espessura são diferentes. Enquanto o crescimento em 
espessura dos ossos é possibilitado pelo periósteo, o crescimento 
em comprimento é feito pela lâmina epifisial (WATANABE, 2000).
O periósteo já foi mencionado anteriormente como sendo uma 
bainha de tecido conjuntivo que circunda a superfície externa dos 
ossos em partes não cobertas pela cartilagem articular. Já a lâmina 
epifisial é uma fina camada de cartilagem hialina localizada na 
metáfise. Por volta dos 18 anos de idade para mulheres e 21 anos 
para homens, ela se fecha, ou seja, suas células param de se dividir e 
o osso substitui a cartilagem permanecendo apenas a linha epifisial. 
A clavícula é o último osso a parar de crescer.
Pericôndrio
Endósteo
Periósteo
Figura 17 - Pericôndrio, periósteo e endósteo
Figura 18 - Periósteo e lâmina epifisial
Cartilagem 
articular
Osso 
esponjoso
Periósteo
Osso 
compacto
Cartilagem 
epifisial
Epífise EpífiseDiáfise
_book_Anatomia Humana.indb 41 11/11/2019 11:34:46
42 Introdução à Anatomia Humana e Aparelho Locomotor
Nutrição e Inervação Óssea
Você já sofreu alguma fratura? Se já, sabe que dói 
muito e que pode ocorrer sangramento e hema-
toma na região. Contudo, você sabe por que tais 
coisas acontecem? A dor se deve ao fato dos ossos 
serem abundantemente inervados, e o sangramen-
to ocorre porque eles são muito vascularizados.
Vasos sanguíneos e nervos penetram a estrutu-
ra óssea a partir do periósteo. Assim, as artérias pe-
riosteais penetram a diáfise dos ossos longos pas-
sando por canais perfurantes e irrigam o periósteo 
e a parte externa do osso compacto. Além disso, 
próximo ao centro da diáfise uma grande artéria 
nutrícia penetra o osso pelo forame nutrício, chega 
à cavidade medular, divide-se em ramos distal e 
proximal para irrigar o tecido ósseo compacto, 
esponjoso, medula óssea até as linhas epifisiais. É 
importante ressaltar que enquanto alguns ossos 
têm apenas uma artéria nutrícia (como a tíbia, por 
exemplo), outros têm várias (como o fêmur). As 
extremidades dos ossos são irrigadas por artérias 
metafisárias e epifisiárias (MORRE et al., 2014).
A drenagem venosa dos ossos é feita por veias que 
seguem trajetos muito semelhantes aos das arté-
rias. Assim, as veias que drenam os ossos podem 
ser uma ou duas veias nutrícias (que acompanham 
as artérias na diáfise), veias metafisárias e epifisiá-
rias (que acompanham as artérias metafisárias e 
epifisiárias) e veias periostais (que acompanham 
as artérias periostais).
De igual modo, os nervos dos ossos acompa-
nham os vasos sanguíneos que os suprem. Assim, 
o periósteo é rico em nervos periostais sensitivos 
(alguns responsáveis pela dor)e nervos vasomo-
tores responsáveis pela vasoconstrição e vasodila-
tação dos vasos regulando o fluxo de sangue para 
a medula óssea. Vale lembrar que no periósteo 
também tem vasos linfáticos. 
Ossificação e Fratura
Você já se perguntou se os fetos têm ossos pron-
tos? Ou se todos os ossos dos fetos são de cartila-
gem? Que tipo de substância pode originar osso?
Bom, para responder estas e outras perguntas, 
primeiro é importante você saber que os ossos 
não nascem prontos. Eles são gradativamente 
formados por um processo contínuo chamado 
ossificação ou osteogênese que se inicia na sexta 
semana de desenvolvimento. A ossificação ocorre 
a partir de células mesenquimais presentes no 
esqueleto do embrião, no local onde os futuros 
ossos serão formados (MIRANDA NETO; CHO-
PARD, 2014).
Embora alguns ossos (como o esfenoide e o 
temporal) tenham uma ossificação mista, normal-
mente, ela ocorre de duas formas: a intramembra-
nosa e a endocondral. Na ossificação intramem-
branosa, o osso se forma diretamente dentro do 
mesênquima, em uma região chamada centro de 
Figura 19 – Artérias ósseas
Vasos sanguíneos e nervos 
responsáveis pela irrigação, 
drenagem e inervação óssea
_book_Anatomia Humana.indb 42 11/11/2019 11:34:48
43UNIDADE 1
ossificação. Ela ocorre nos ossos do crânio e na 
mandíbula, os quais são ditos ossos conjuntivos. 
Já na ossificação endocondral, primeiro células 
mesenquimais se aglomeram na forma do futuro 
osso e se diferenciam formando um modelo de 
cartilagem hialina envolto por pericôndrio. Esse 
tipo de ossificação ocorre principalmente nos ossos 
longos, os quais ditos ossos condrais.
Depois do osso formado pode haver, em casos 
de traumas ou doenças, a ruptura do osso carac-
terizando algum tipo de fratura. Elas são denomi-
nadas conforme a gravidade, a forma ou a posição 
da linha de fratura. Assim, os tipos mais comuns 
são fratura exposta, fechada, cominutiva, em galho 
verde, impactada ou por estresse (fissuras micros-
cópicas, sem ruptura visível). O reparo de uma 
fratura é um processo relativamente lento e sua 
recuperação deve ser sempre acompanhada por 
um profissional habilitado que acompanhe todas 
as etapas descritas porque se elas não forem respei-
tadas, pode haver formação de um osso defeituoso. 
Acidentes Anatômicos
Os acidentes anatômicos constituem os elementos 
descritivos para o estudo dos ossos. Eles surgem 
onde há inserção de tendões, fixação de fáscias, 
ligamentos, onde artérias penetram os ossos etc. 
Podem ser de vários tipos, por exemplo, saliências, 
depressões e aberturas.
As saliências (como os processos, tubérculos, 
eminências, cristas, espinhas etc.) geralmente es-
tão relacionadas a pontos de inserção de músculos 
e fáscias. As depressões (como as fossas, sulcos, 
incisuras etc.) geralmente servem para adapta-
ção a estruturas vizinhas. Já as aberturas (como 
os forames, canais etc.) geralmente servem para 
a passagem de estruturas como vasos e nervos 
(WATANABE, 2000).
Principais Ossos do Corpo 
Humano
Ossos da Cabeça
Os ossos da cabeça são chamados em conjunto de 
crânio. Esta estrutura, que se parece com um ca-
pacete ou com um estojo ósseo, tem por principal 
função proteger o encéfalo (parte do sistema ner-
voso central popularmente conhecida como “cére-
bro”) que fica alojado em seu interior. No entanto, 
o crânio apresenta outras importantes funções, por 
exemplo, abrigar e proteger os órgãos dos senti-
dos (olhos, mucosa olfatória, órgão auditivo, órgão 
gustativo e do equilíbrio) por meio de cavidades 
especiais (como a orbital, nasal, meato acústico 
interno e cavidade oral). Por fim, o crânio também 
possibilita a mastigação e a fonação por meio dos 
movimentos da Articulação Temporo-Mandibular 
(ATM) (DANGELO; FATTINI, 2011). 
O crânio tem um teto em forma de cúpula 
(chamado de calvária) e um assoalho (chamado 
de base) e é formado por 22 ossos que se articu-
lam sendo apenas um deles amplamente móvel, a 
mandíbula. Vale lembrar que no interior de dois 
destes ossos (os ossos temporais) estão presentes 
os ossículos da audição chamados de martelo, 
bigorna e estribo, os quais não entram nesta con-
tagem (DI DIO, 2002).
Dos 22 ossos, 8 formam o crânio neural (osso 
frontal, occipital, esfenoide, etmoide, parietais 
e temporais) e 14 formam o crânio facial ou 
visceral (mandíbula, vômer, nasais, palatinos, 
maxilas, zigomáticos, lacrimais e conchas nasais 
inferiores). Lembre-se de que a maxila e a man-
díbula têm estruturas destinadas à sustentação 
dos dentes (processos alveolares) e por todo o 
crânio há muitos forames para a passagem de 
vasos e nervos.
_book_Anatomia Humana.indb 43 11/11/2019 11:34:48
44 Introdução à Anatomia Humana e Aparelho Locomotor
Exceto a articulação da mandíbula com o osso temporal (que é 
chamada de Articulação Temporo-Mandibular ou ATM), as ou-
tras articulações do crânio ocorrem por meio de suturas (como 
a sagital, a coronal, a lambdoidea, a escamosa, a internasal e a 
intermaxilar).
Estas suturas não estão presentes desde o nascimento, pois, 
inicialmente, entre os ossos do crânio existem espaços preen-
chidos com mesênquima não ossificado chamados de fontí-
culos (popularmente chamados de “moleiras”). Os fontículos 
permitem relativa flexibilidade e possibilidade de crescimento 
ao crânio fetal. Os principais são o fontículo anterior (entre o 
osso frontal e os parietais), o posterior (entre os parietais e o 
occipital), os ântero-laterais (entre frontal, parietal, esfenoi-
de e temporal) e os póstero-laterais (entre parietal, occipital e 
temporal). Esses sofrem ossificação e desaparecem durante o 
crescimento do crânio.
Alguns ossos do crânio (fron-
tal, esfenoide, etmoide e maxilas) 
apresentam cavidades ocas con-
tendo ar, as quais são revestidas 
por mucosa e chamadas de seios 
paranasais (em decorrência de 
drenarem seu conteúdo mucoso 
para a cavidade nasal). Tais ossos 
são classificados como pneumá-
ticos e ajudam a diminuir o peso 
da cabeça sobre as vértebras cer-
vicais e a amplificar o som da voz 
como uma caixa acústica. A infla-
mação de tal mucosa é chamada 
de sinusite (TORTORA; DER-
RICKSON; WERNECK, 2010).
Nasal
Parietal
Occipital
Mandíbula
Temporal
Frontal
Esfenoide
Zigomático
Maxila
Figura 20 - Crânio Figura 21 – Fontículos
_book_Anatomia Humana.indb 44 11/11/2019 11:34:49
45UNIDADE 1
Ossos do Tronco
Os ossos do tronco incluem o osso esterno, as 
costelas, as vértebras torácicas, as vértebras lom-
bares, as vértebras sacrais e as vértebras coccígeas 
(DI DIO, 2002).
Figura 22 - Ossos do pescoço
Osso hioide
Ossos do Pescoço 
Fazem parte dos ossos do pescoço o hioide, as 
vértebras cervicais, o manúbrio do esterno (que 
será descrito junto com o esqueleto do tórax) e as 
clavículas (que serão descritas junto ao esqueleto 
do membro superior) (MOORE et al., 2014).
O osso hioide é móvel e fica situado na parte an-
terior do pescoço. Ele é suspenso por músculos e 
ligamentos e não se articula com nenhum outro 
osso do corpo. Assim, além de fixar os músculos 
da região anterior do pescoço, ele ajuda a manter 
as vias aéreas abertas. As vértebras cervicais são 
sete pequenos ossos irregulares chamados, respec-
tivamente, de C1 (ou atlas), C2 (ou áxis), C3, C4, C5 
e C6 e C7 (ou vértebra proeminente).
Esqueleto apendicular
Clavícula
Escápula
Ossos dos 
membros 
superiores
Ossos do 
quadrilOssos dos 
membros 
inferiores
Esqueleto axial
Osso 
esterno
Cartilagens 
costais
Costelas
Vértebras 
torácicas
Figura 23 – Ossos do tronco
_book_Anatomia Humana.indb 45 11/11/2019 11:34:52
46 Introdução à Anatomia Humana e Aparelho Locomotor
O osso esterno é um osso ímpar, plano, localizado 
na região central e anterior do tórax. Ele é dividido 
em três partes até a meia idade quando ocorre 
sua ossificação. A parte mais larga e superior é 
chamada de manúbrio e nela se identificam as 
incisuras claviculares e a incisura jugular. Ele se 
une ao corpo que é mais longo e estreito, e onde se 
identificam as incisurascostais. O processo xifoide 
é a menor e mais variável parte do esterno. Ele se 
ossifica por volta dos 40 anos e nos idosos pode-se 
fundir ao corpo (antes é cartilagíneo).
As costelas são 12 pares de ossos planos, curvos, 
com alta resiliência e que contém medula óssea. 
Podem ser verdadeiras, falsas ou flutuantes. As ver-
dadeiras (do 1° ao 7° par) fixam-se diretamente ao 
osso esterno por meio de suas próprias cartilagens 
costais. As falsas (do 8° ao 10° par) têm conexão 
indireta com o osso esterno, pois suas cartilagens 
costais são unidas (formando a margem costal). As 
flutuantes ou anesternais (11° e 12° par de costelas) 
não se conectam ao osso esterno.
As 12 vértebras torácicas são chamadas de T1, 
T2, T3, T4, T5, T6, T7, T8, T9,T10, T11 e T12, as 5 lombares 
são chamadas de L1, L2, L3, L4 e L5, as 5 sacrais são 
chamadas de S1, S2, S3, S4 e S5 e as 3 ou 4 coccígeas são 
chamadas de Co1, Co2, Co3 e Co4 (variação anatô-
mica). No entanto, as vértebras sacrais e as coccí-
geas, por ossificação de seus discos intervertebrais, 
originando o sacro e o cóccix, respectivamente.
As lombares são as maiores e mais resistentes 
vértebras da coluna. Seus processos espinhosos são 
quadriláteros, largos, espessos e servem para fixação 
dos grandes músculos do dorso. O sacro é um osso 
triangular que se posiciona na parte posterior da 
cavidade pélvica, medialmente aos ossos do quadril, 
servindo como forte fundação para o cíngulo do 
membro inferior. Na mulher ele é mais curto, largo 
e curvo a fim de favorecer a expulsão do bebê du-
rante o trabalho de parto normal. O sacro apresenta 
forames sacrais anteriores e posteriores pelos quais 
passam nervos e vasos sanguíneos.
Para finalizarmos a apresentação do esqueleto do 
tronco, é importante apresentarmos as curvaturas 
da coluna vertebral (CV). Em vista anterior e pos-
terior a CV deve ser retilínea, mas em vista lateral 
ela apresenta curvaturas fisiológicas que permi-
tem a adequada distribuição do peso corpóreo e, 
consequentemente, o equilíbrio.
Tais curvaturas começam a se formar ainda na 
vida embrionária quando a CV do feto apresenta-
-se convexa (em vista posterior) devido à curva-
tura do próprio útero e é chamada de curvatura 
primária. Quando o bebê começa a sustentar a 
cabeça, uma curvatura cervical côncava surge e 
é chamada de lordose cervical. Ao ficar em pé e 
sustentar o peso corpóreo (em torno de um ano 
de idade), aparece uma curvatura côncava nas 
vértebras lombares (lordose lombar). As regiões 
torácica e sacral são convexas, posteriormente, e, 
por isso, são chamadas de cifoses. 
Assim, no adulto normal existem quatro cur-
vaturas fisiológicas na CV: Lordose cervical, cifose 
torácica, lordose lombar e cifose sacral. No entan-
to, o aumento destas curvaturas pode se tornar 
patológico passando a caracterizar um quadro de 
hipercifose ou hiperlordose. Além disso, o desvio 
látero-lateral da CV também é patológico e é cha-
mado de escoliose (que pode ser “C” à direita ou à 
esquerda, e em “S”).
Entre os corpos das vértebras ficam interpos-
tos os discos intervertebrais. Esses discos são 
constituídos pelo anel fibroso de fibrocartilagem 
(externamente) e núcleo pulposo (internamente). 
Ele é altamente hidratado e por isso é capaz de 
absorver impactos impostos à coluna vertebral 
e permitir movimentos.
Fonte: Kahle; Leonhardt; Platzer, (2006).
_book_Anatomia Humana.indb 46 11/11/2019 11:34:52
47UNIDADE 1
Ossos do Membro Superior
O membro superior é composto por vários ossos 
(32 no total) que se articulam entre si para permi-
tir ampla mobilidade e realização dos movimen-
tos das mãos, inclusive os de pinça fina. O cíngulo 
do membro superior é composto pela clavícula e 
pela escápula e tem a função de unir a parte livre 
do membro ao esqueleto axial. A parte livre do 
membro apresenta um osso no braço (o úmero), 
dois ossos no antebraço (o rádio e a ulna), treze 
ossos nas mãos (oito ossos carpais e cinco ossos 
metacarpais) e quatorze ossos nos dedos (cinco 
falanges proximais, cinco falanges distais e qua-
tro falanges médias). Apenas os ossos carpais são 
classificados (quanto à forma) como curtos sendo 
os demais classificados como longos (MIRANDA 
NETO; CHOPARD, 2014).
A clavícula é um osso fino, em forma de “S”, 
que fica sobre a primeira costela. Sua posição lhe 
permite se articular com o esterno e com a escá-
pula, além de servir como ponto de fixação para 
alguns ligamentos. Em contrapartida, a escápula é 
um osso grande, plano, triangular e posterior que 
se articula com a clavícula e com o úmero. 
Além disso, ela permite a fixação de muitos mús-
culos. Já o úmero é o osso mais longo do membro 
superior. Sua extremidade proximal se articula com 
a escápula e sua extremidade distal se articula com 
o rádio e com a ulna. Ele também permite a fixa-
ção de vários músculos que agem sobre o braço, 
antebraço e mão.
Enquanto a ulna (o maior osso do antebraço) 
tem localização medial, o rádio é o osso lateral 
do antebraço cuja extremidade distal se articula 
com três ossos do carpo (semilunar, escafoide e 
piramidal) para formar a articulação radiocarpal. 
Rádio e a ulna se articulam entre si pela mem-
brana interóssea do antebraço que serve como 
ponto de fixação de alguns músculos profundos 
do antebraço.
Os ossos da mão compreendem os ossos car-
pais e metacarpais. Os carpais são oito ossos curtos 
interligados por ligamentos nas articulações inter-
carpais. São dispostos em duas fileiras com quatro 
ossos cada. Na fileira proximal estão os ossos es-
cafoide, semilunar, piramidal e pisiforme; na fileira 
distal estão os ossos trapézio, trapezoide, capitato 
(maior) e hamato.
Os ossos metacarpais são cinco ossos longos 
numerados de I a V, a partir da posição lateral. 
Consistem de uma base (proximal), um corpo 
(intermédio) e uma cabeça (distal). Articulam-se 
proximalmente com os ossos do carpo e distal-
mente com as falanges. Os ossos dos dedos são 
as falanges. São 14 ossos longos que apresentam 
base, corpo e cabeça e são chamadas de proximal, 
média e distal. O polegar tem apenas as falanges 
proximal e distal.
Figura 24 – Curvaturas normais da CV
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48 Introdução à Anatomia Humana e Aparelho Locomotor
Ossos do Membro Inferior
O membro inferior é composto por vários ossos que se articulam 
entre si para permitir ampla mobilidade e o suporte de peso corporal 
durante a marcha, assim como o equilíbrio do corpo na postura 
estática. O cíngulo do membro inferior é composto pelos ossos 
do quadril e pelo osso sacro e tem por função unir a parte livre do 
membro ao esqueleto axial. Já a parte livre do membro apresenta 
um osso longo na coxa (o fêmur), dois ossos longos na perna (a tíbia 
e a fíbula), um osso sesamoide na região do joelho (patela), doze 
ossos no pé (sendo sete ossos tarsais e cinco ossos metatarsais) e 
quatorze ossos nos dedos (cinco falanges proximais, cinco falanges 
distais e quatro falanges médias). Os ossos do quadril e o sacro são 
irregulares, os tarsais são curtos, os metatarsais e as falanges são 
longos (DANGELO; FATTINI, 2011).
O osso do quadril do recém-
-nascido é formado por três os-
sos separados por cartilagem: 
ílio, ísquio e púbis. Eles se unem 
completamente por volta dos 23 
anos de idade e se articulam an-
teriormente na sínfise púbica e, 
posteriormente, unem-se ao sa-
cro. Assim, o anel ósseo completo 
formado pelos dois ossos do qua-
dril e sacro fazem uma estrutura 
em forma de bacia, chamada pel-
ve óssea, que dá suporte à coluna 
vertebral e aos órgãos pélvicos.
Como visto, existem impor-
tantes diferenças entre o cíngulo 
do membro superior e inferior. 
Enquanto, o cíngulo do membro 
superior não se articula direta-
mente à coluna vertebral, o do 
membro inferior o faz pela arti-
culação sacroilíaca. Além disso, o 
encaixe na escápula para o úmero 
é raso e o fêmur no osso do qua-
dril é profundo. Assim, enquanto 
o membro superior é adaptado a 
amplos movimentos, o membro 
inferior é adaptadoao suporte 
de peso e à estabilidade articular 
(GRABINER; GREGOR; VAS-
CONCELOS, 1991).
O fêmur é o maior, mais pe-
sado e mais resistente osso do 
corpo. Sua extremidade proximal 
articula-se com o acetábulo do 
osso do quadril e a distal articula-
-se com a tíbia e patela. Já a patela 
é um osso triangular e sesamoi-
de que se desenvolve no tendão 
do músculo quadríceps femoral 
aumentando a força de alavanca 
Clavícula
Úmero
Escápula
Rádio
Ulna
Ossos 
carpais
Ossos metacarpais
Falanges
Figura 25 - Ossos do membro superior
_book_Anatomia Humana.indb 48 11/11/2019 11:34:55
49UNIDADE 1
deste músculo, mantendo a po-
sição de seu tendão na flexão do 
joelho e protegendo a articulação.
Enquanto, a tíbia é o osso 
medial e sustentador de peso 
do membro inferior, a fíbula 
é paralela e lateral à tíbia. Su-
periormente, a tíbia se articula 
com o fêmur e com a fíbula e 
inferiormente se articula com 
o osso tálus e com a fíbula (pela 
membrana interóssea da perna; 
sindesmose tibiofibular).
Os ossos do pé incluem os 
ossos tarsais e metatarsais. Os 
tarsais (tálus, calcâneo, navicu-
lar, cuboide, cuneiforme lateral, 
cuneiforme medial e cuneiforme 
intermédio) unem-se pelas arti-
culações intertarsais. Os metatar-
sais apresentam uma base (pro-
ximal), um corpo (intermédio) e 
uma cabeça (distal), e são nume-
rados de I a V a partir da posição 
medial. Articulam-se proximal-
mente com os ossos tarsais e dis-
talmente com as falanges.
As falanges (proximal, média 
e distal) apresentam base, corpo e 
cabeça, e as articulações que for-
mam entre si são chamadas de 
interfalângicas. Vale lembrar que 
o hálux (popularmente chamado 
de “dedão”) apresenta apenas fa-
langes proximal e distal.
Ossos do 
quadril
Fêmur
Patela
Tíbia
Fíbula
Ossos 
tarsais
Ossos 
metatarsais Falanges
Figura 26 - Ossos do membro inferior
_book_Anatomia Humana.indb 49 11/11/2019 11:34:57
Sistema
Articular
Defi nição de Articulação
Quem nunca ouviu a vó ou o vô reclamando que 
está com dor nas “juntas”? Quem nunca ouviu 
dizer que se estalar o dedo engrossa as “juntas” 
ou se ficar muito tempo sem movimentar uma 
articulação a “junta” seca? Será que essas suposi-
ções são fato ou boato? A fim de respondermos 
estas e tantas outras questões sobre este tema 
tão complexo, vamos fazer um estudo completo 
sobre as articulações.
Em primeiro lugar, você só pode chamar de 
articulações ou junturas. Junta não! Em segun-
do lugar, elas são definidas como o conjunto de 
estruturas anatômicas que promovem a conexão 
entre duas ou mais peças do esqueleto. Se a ar-
ticulação ocorrer entre apenas dois ossos ela é 
classificada como simples, mas se acontecer entre 
mais de dois ossos, ela é chamada de composta 
(WATANABE, 2000). O restante, abordaremos 
nos tópicos que seguem.
_book_Anatomia Humana.indb 50 11/11/2019 11:34:58
51UNIDADE 1
Funções das Articulações
A maioria das articulações relaciona-se à produ-
ção de movimentos uma vez que as peças ósseas 
são tracionadas pelos músculos (durante a contra-
ção) e se movem ao redor dos pontos de junturas 
entre os ossos. Todavia, algumas articulações não 
são muito móveis, mas dão estabilidade às zonas 
de união entre os vários segmentos do esqueleto, 
ou seja, estão mais relacionadas à postura e ao 
equilíbrio (MOORE et al., 2014).
Quando as articulações perdem suas funções 
em decorrência de doenças articulares graves 
(por exemplo, artrite), um procedimento cirúr-
gico chamado de artroplastia pode ser feito. Nele 
a articulação lesada é substituída por uma arti-
culação artificial.
Classifi cação
das Articulações
As articulações podem ser classificadas segundo 
vários critérios, sendo os dois mais utilizados o 
critério funcional (com base nos tipos de mo-
vimentos que permitem) e o critério estrutural 
(baseado em características anatômicas) (GRA-
BINER; GREGOR; VASCONCELOS, 1991).
A classificação funcional está relacionada ao 
grau de movimento que a articulação permite. 
Assim, pode ser chamada de sinartrose (quando 
a articulação é fixa, sem movimento), anfiartrose 
(quando a articulação permite pouco movimen-
to) ou diartrose (quando a articulação é muito 
móvel). Já a classificação estrutural é baseada na 
presença ou ausência de um espaço (a cavidade 
articular) entre os ossos da articulação, e no tipo 
de tecido que une os ossos. Assim, a articulação 
pode ser fibrosa, cartilagínea ou sinovial.
A articulação fibrosa tem ossos unidos por teci-
do conjuntivo fibroso rico em fibras colágenas não 
tem cavidade articular entre os ossos e permitem 
apenas pequenos deslocamentos e movimentos 
vibratórios. A articulação cartilagínea tem ossos 
unidos por cartilagem hialina ou fibrocartilagem, 
não tem cavidade articular entre os ossos e também 
permite apenas pequenos deslocamentos e movi-
mentos vibratórios. Em contrapartida, a articulação 
sinovial tem ossos unidos por tecido conjuntivo 
denso não modelado em forma de cápsula articular, 
tem cavidade articular e apresenta alguns elementos 
articulares característicos e outros especiais.
As articulações fibrosas podem ser do tipo su-
tura, sindesmose ou gonfose. As suturas são fun-
cionalmente classificadas como sinartroses, são 
encontradas nos ossos do crânio e podem ser pla-
nas (quando os ossos se encaixam de forma retilí-
nea, como no caso da sutura internasal), serrilhada 
(quando os ossos se interdigitalizam um no outro, 
como na sutura sagital) ou escamosa (quando os 
ossos se sobrepõem um ao outro como ocorre entre 
o parietal e temporal). A ossificação das suturas 
geralmente inicia na segunda década de vida e ter-
mina após 80 anos, recebendo o nome de sinostose.
Na sindesmose há uma distância maior entre 
os ossos e, por isso, existe mais tecido conjuntivo 
fibroso entre eles, o qual pode estar disposto como 
um feixe (ligamento) ou como lâmina (membrana 
interóssea). Exemplo: membrana interóssea da 
perna (sindesmose tibiofibular) e do antebraço 
(sindesmose radioulnar). É funcionalmente clas-
sificada como anfiartrose.
A gonfose ocorre quando uma estrutura cunei-
forme se ajusta a uma concavidade. É o que ocorre, 
por exemplo, na união das raízes dos dentes com 
os processos alveolares da maxila e mandíbula. 
Vale ressaltar que, embora discretos, os movimen-
tos dos dentes existem e podem ser percebidos du-
rante pequenos rebaixamentos ao serem submeti-
dos a fortes compreensões (servem para suavizar 
impactos e evitar que os dentes se partam). São 
funcionalmente classificadas como sinartroses.
_book_Anatomia Humana.indb 51 11/11/2019 11:34:58
52 Introdução à Anatomia Humana e Aparelho Locomotor
As articulações cartilagíneas podem ser do tipo 
sincondrose ou sínfise. A sincondrose apresenta 
cartilagem hialina entre os ossos e é funcionalmente 
classificada como sinartrose. Algumas podem ser 
temporárias sofrendo ossificação no decorrer da 
vida (como a sincondrose esfenocciptal e a lâmina 
epifisial) e outras podem ser permanentes (como as 
articulações entre o osso esterno e as dez primeiras 
cartilagens costais).
A sínfise é uma articulação onde os ossos são uni-
dos por um disco de fibrocartilagem (por exemplo, 
sínfise púbica, manubrioesternal e intervertebral). 
São classificadas como anfiartroses. As articulações 
sinoviais têm elementos característicos e especiais 
que podemos citar: a superfície articular, cartilagem 
articular, cápsula articular e líquido sinovial.
A superfície articular é a porção de cada osso da 
articulação. Não tem periósteo, mas é coberta por 
cartilagem articular que é avascular (é nutrida pelo 
líquido sinovial), é fina, lisa e escorregadia (a fim de 
reduzir o atrito entre os ossos e absorver impactos).
A cápsula articular é uma membrana de tecido 
conjuntivo que envolve a articulação vedando-a 
e unindo os ossos (fazendo coaptação articular). 
É amplamente vascularizada e inervada (tanto 
com inervação dolorosa quanto proprioceptiva). 
É composta pela camada fibrosa (externa) e sinovial 
(interna). Enquanto a fibrosa é resistente,permite 
coaptação, mobilidade e resistência à tração, a si-
novial sintetiza o líquido.
O líquido sinovial é viscoso, amarelo-claro, 
constituído principalmente por ácido hialurônico, 
proteoglinas e glicosaminoglicanas. Ele reduz atri-
to (pois lubrifica a articulação), absorve impactos 
(pois mantém os ossos levemente afastados) e eli-
mina calor produzido nas articulações durante os 
movimentos.
Além disso, remove microrganismos e fragmen-
tos resultantes do desgaste articular (pois contém 
células fagocíticas), nutre e oxigena a cartilagem ar-
ticular, assim como dela remove o CO2 e os resíduos 
metabólicos. Como é produzido proporcionalmen-
te ao movimento articular, quando uma articulação 
fica imobilizada por muito tempo (para consolidar 
uma fratura, por exemplo), o líquido torna-se me-
nos abundante e viscoso. Por isso, as pessoas dizem 
que a “junta secou”. Todavia, produzido em excesso 
(por um processo inflamatório, por exemplo, sino-
vite), deve ser aspirado a fim de diminuir a pressão 
intra-articular e a dor (FREITAS, 2004). 
Os elementos especiais das articulações si-
noviais incluem os lábios, os discos articulares, 
os meniscos, os ligamentos acessórios, as bolsas 
e as bainhas tendíneas. Os lábios são estruturas 
de fibrocartilagem localizadas em extremidades 
articulares, geralmente côncavas, a fim de am-
pliar a cavidade e conferir maior estabilidade à 
articulação.
Os discos articulares e os meniscos são estru-
turas de fibrocartilagem presentes em articula-
ções muito usadas, como a temporomandibular 
e o joelho. Eles melhoram a coaptação articular, 
aumentam a estabilidade, reduzem o atrito e os da-
nos causados por impactos, além de distribuírem 
melhor o líquido sinovial.
Os ligamentos acessórios aumentam a coapta-
ção articular e podem estar localizados por fora 
da cavidade articular (extracapsulares - como os 
ligamentos colaterais do joelho) ou por dentro da 
cápsula, mas fora da cavidade articular (intracap-
sulares - como o ligamento cruzado anterior do 
joelho).
As bolsas são sacos de tecido conjuntivo reves-
tidos por membrana sinovial e preenchidos por 
uma pequena quantidade de líquido semelhante 
ao líquido sinovial. Localizam-se entre pele/osso, 
tendões/osso, músculo/osso ou ligamento/osso. 
Reduzem o atrito de articulações muito exigidas 
e sua inflamação é chamada de bursite. Por fim, 
bainhas tendíneas são bolsas que envolvem tendões 
que sofrem atrito. 
_book_Anatomia Humana.indb 52 11/11/2019 11:34:58
53UNIDADE 1
Tipos de Articulações Sinoviais
As articulações sinoviais são nomeadas de acordo com os movimen-
tos que permitem, os quais são influenciados pela forma dos ossos. 
Assim, conforme a configuração das faces articulares, as articulações 
sinoviais podem ser do tipo plana, gínglimo, trocoide, elipsoide, selar 
ou esferoide (TORTORA; DERRICKSON; WERNECK, 2010).
As articulações planas apresentam faces planas e permitem mo-
vimentos de deslizamento de uma superfície sobre a outra. Isso 
ocorre entre os ossos carpais e tarsais, na articulação sacroilíaca, 
acromioclavicular, esternoclavicular, esternocostais e vertebrocostais.
As articulações do tipo gínglimo têm superfícies ósseas cilíndricas 
apresentando depressão em carretel em um osso e saliência corres-
pondente no outro. As articulações interfalângicas, do cotovelo e do 
joelho são alguns exemplos.
As articulações trocoides têm faces ósseas semicilíndricas com-
pletadas por ligamentos que possibilitam movimento de rotação. As 
articulações rádio-ulnar proximal e distal e a articulação atlantoaxial 
são exemplos. Já nas elipsoides, uma das superfícies ósseas é oval e 
convexa, e a outra é oval e côncava. As articulações radiocarpal e 
metatarsofalângica são assim.
As selares têm superfície côncava em uma direção e convexa em 
outra, com encaixe recíproco em outra superfície óssea. Ocorre, por 
exemplo, na articulação carpometacarpal do polegar. Por fim, as ar-
ticulações esferoides têm superfície esférica articulando-se em uma 
cavidade correspondente (como no quadril e ombro).
Figura 27 - Tipos de articulações Sinoviais
Movimentos das Articulações Sinoviais 
As articulações sinoviais podem apresentar movimento do tipo deslizamento, angular, de rotação ou 
ainda movimentos especiais. No deslizamento, as faces planas dos ossos se movimentam sem alterar 
significativamente o ângulo entre eles. Assim, a amplitude de movimento é limitada. Diferentemente, 
nos movimentos angulares o ângulo entre os ossos da articulação é alterado. Incluem flexão, extensão, 
flexão lateral, abdução, adução e circundução (GRABINER; GREGOR; VASCONCELOS, 1991).
Flexão e extensão são movimentos opostos. Na flexão ocorre redução do ângulo entre os ossos e na 
extensão ocorre aumento desse ângulo (normalmente para voltar à posição anatômica). Ocorrem no 
plano sagital, por meio do eixo coronal (exceto a do polegar). Alguns autores consideram a continuação 
da extensão para além da posição anatômica como hiperextensão. Na flexão lateral, o segmento corpóreo 
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54 Introdução à Anatomia Humana e Aparelho Locomotor
é deslocado em direção ao plano lateral. Ocorre no 
plano coronal por meio do eixo sagital. Este movi-
mento ocorre, por exemplo, no tronco.
Abdução e adução são movimentos opostos. 
Na abdução ocorre movimento do segmento 
corpóreo para longe da linha mediana do corpo. 
Na adução, o segmento corpóreo é deslocado em 
direção à linha mediana do corpo (normalmente 
para voltar à posição anatômica). Ocorrem no 
plano coronal por meio do eixo sagital (exceto 
a do polegar). Para os dedos, considera-se como 
ponto de referência uma linha mediana que passa 
sobre o dedo médio da mão e sobre o 2° dedo do 
pé. Na articulação radiocarpal, a abdução pode 
ser chamada de desvio radial e a adução pode ser 
chamada de desvio ulnar.
Na circundução a extremidade distal do seg-
mento corpóreo descreve um círculo. Ocorre 
como resultado de uma sequência de movimento 
que envolve flexão, extensão, abdução e adução. Na 
rotação o osso gira em torno do seu próprio eixo 
longitudinal. Nos membros, se a face anterior é 
girada em direção à linha mediana do corpo, a ro-
tação é chamada de medial e se é girada para longe 
da linha mediana do corpo, é chamada de lateral.
Em algumas articulações podem ocorrer mo-
vimentos especiais. É o caso, por exemplo, da ele-
vação e abaixamento. Enquanto na elevação há 
movimento de uma parte do corpo para cima, no 
abaixamento esta mesma parte corpórea move-se 
para baixo. São possíveis na mandíbula, costelas, 
ombros, osso hioide etc.
Outros movimentos especiais incluem a pro-
tração (ou protrusão), retração (ou retrusão), in-
versão, eversão, flexão dorsal (ou dorsiflexão), fle-
xão plantar (ou plantiflexão), supinação, pronação, 
oposição e reposição. Na protração há movimento 
anterior de uma parte do corpo no plano trans-
versal e na retração ocorre o movimento da parte 
protraída de volta à posição anatômica (possível 
na mandíbula, clavícula etc.).
A inversão e a eversão ocorrem nas articula-
ções intertarsais. Enquanto na inversão as plantas 
movimentam-se medialmente, na eversão elas se 
movimentam lateralmente. Na flexão dorsal, o dorso 
é movido em direção à face anterior da perna e na 
flexão plantar, a planta é movida em direção à face 
posterior da perna.
A supinação e a pronação ocorrem nas articu-
lações radioulnar proximal e distal. Enquanto na 
supinação a palma é girada anteriormente, na pro-
nação a palma é girada posteriormente. Por fim, 
oposição é o movimento do polegar para tocar 
as falanges distais dos demais dedos dando-lhe a 
capacidade de fazer movimentos de pinça (possí-
vel na articulação carpometacarpal). Reposição é 
o movimento oposto.
Vascularização e Inervação 
Articular
As articulações são extremamente inervadas e vas-
cularizadas (MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014). 
Elas recebem sangue de ramos articulares das arté-
rias que passam ao redor da cápsula articular e são 
drenadas porveias que acompanham as artérias.
A maioria dos nervos articulares é derivada de 
nervos que suprem músculos ao redor das articula-
ções. Vale destacar que a inervação articular é muito 
importante, pois está relacionada à sua proteção. 
Assim, principalmente, a cápsula e os ligamentos 
articulares apresentam vários tipos de sensibilidade, 
como a dolorosa e a proprioceptiva.
Fatores que Afetam o Contato 
e a Amplitude de Movimento 
das Articulações Sinoviais 
Alguns fatores afetam o contato entre as superfícies 
ósseas de uma articulação e, consequentemente, 
_book_Anatomia Humana.indb 54 11/11/2019 11:34:59
55UNIDADE 1
limitam a amplitude de movimento articular. Os 
principais são a forma dos ossos que se articulam, a 
resistência das estruturas articulares, a tensão mus-
cular, o contato de partes moles próximas, ação de 
alguns hormônios e o desuso (GRABINER; GRE-
GOR; VASCONCELOS, 1991).
A forma dos ossos afeta, por exemplo, a extensão 
completa do cotovelo, pois tal movimento depen-
de do encaixe da ulna no úmero. Extrapolar esta 
limitação óssea pode causar lesão. A resistência das 
estruturas articulares também afeta a amplitude de 
movimento articular. Isto pode ser visto, por exem-
plo, quando se faz a flexão e a extensão do punho em 
amplitude máxima. Tais movimentos são limitados 
pela tensão dos ligamentos e da cápsula articular os 
quais são bastante resistentes.
De igual modo, a tensão muscular pode in-
fluenciar na realização do movimento. A flexão 
do quadril associada à extensão do joelho, por 
exemplo, pode ser limitada por encurtamento dos 
músculos posteriores da coxa.
Quando a flexão do cotovelo é realizada por um 
indivíduo com hipertrofia do músculo bíceps bra-
quial, pode haver limitação da amplitude de movi-
mento devido o contato das partes moles próximas 
(músculos do braço e do antebraço).
Além disso, alguns hormônios podem interferir 
na mobilidade articular. É o caso da relaxina (produ-
zida pelos ovários e placenta) que aumenta a mobili-
dade da sínfise púbica em gestantes a fim de facilitar 
o trabalho de parto. Em contrapartida, o desuso ou a 
imobilização articular podem reduzir a flexibilidade 
dos ligamentos e tendões.
Envelhecimento Articular 
Os efeitos do envelhecimento sobre as articula-
ções variam individualmente segundo fatores 
hereditários e de uso. Incluem a diminuição na 
produção do líquido sinovial, a fragilidade da 
cartilagem articular, a perda da flexibilidade dos 
ligamentos, o aumento do peso corporal e a ten-
dência a deformidades corpóreas (principalmente 
na coluna vertebral e nos joelhos) (GRABINER; 
GREGOR; VASCONCELOS, 2001).
Todavia, todos esses efeitos do envelhecimento 
podem ser minimizados pela prática de exercícios 
físicos frequentes e por cuidados alimentares (in-
gestão proteica e hídrica adequada, por exemplo).
Particularidades das Princi-
pais Articulações do Corpo 
As diferentes articulações do corpo têm carac-
terísticas anatômicas próprias, as quais variam, 
principalmente, com as demandas funcionais. 
Assim, a presença de discos e meniscos na ar-
ticulação do joelho e na articulação temporo-
mandibular, por exemplo, deve-se ao fato destas 
articulações receberem descarga de peso e serem 
utilizadas abundantemente em toda a vida. Por 
outro lado, as articulações dos tórax estão adap-
tadas não à descarga de peso, mas aos movimen-
tos respiratórios.
Outro aspecto importante é que as articula-
ções se movem ao redor de eixos de movimento. 
Assim, quanto mais móvel é a articulação, mais 
eixos passam por ela. Por exemplo, as articulações 
do quadril e do ombro são muito móveis, pois são 
triaxiais, ou seja, por elas passam três eixos de mo-
vimento. Já a articulação do joelho e do cotovelo 
são monoaxiais e, por isso, desenvolvem menos 
tipos de movimentos. O punho e o tornozelo são 
biaxiais e podem realizar mais movimentos do 
que as monoaxiais e menos do que as triaxiais.
Normalmente, os movimentos de flexão e ex-
tensão ocorrem por meio do eixo coronal e são 
realizados no plano sagital. Já os movimentos de 
abdução e adução ocorrem por meio do eixo sagital 
e são realizados no plano coronal. As rotações ocor-
rem pelo eixo longitudinal e no plano transversal 
(GRABINER; GREGOR; VASCONCELOS, 2001).
_book_Anatomia Humana.indb 55 11/11/2019 11:34:59
Funções Musculares
A função do músculo é realizar contração e, a 
partir desta, vários outros eventos podem ser 
desencadeados, como manutenção da postura 
(sustentação estática), respiração, movimento 
cardíaco, movimento peristáltico e manutenção 
do tônus muscular. Além disso, os músculos dão 
forma ao corpo, são fonte de calor e possibilitam 
movimentos voluntários sendo considerados os 
órgãos ativos da locomoção (MOORE et al., 2014).
Sistema
Muscular
Quando se fala em sistema muscular é impor-
tante nos questionarmos sobre alguns pontos:
Todas as pessoas têm o mesmo número de 
músculos?
Será que indivíduos hipertrofiados têm o mesmo 
número de músculos do que aqueles que sofre-
ram atrofia muscular, após terem apresentado 
uma lesão medular? Até que ponto o sistema ner-
voso influencia no poder de contração muscular?
_book_Anatomia Humana.indb 56 11/11/2019 11:35:01
57UNIDADE 1
Tipos de Músculos 
Os músculos podem ser classificados consideran-
do diferenças relacionadas ao controle voluntário, 
à presença de estrias em suas fibras ao microscó-
pio e à localização (FREITAS, 2004).
Quanto ao controle voluntário, o músculo 
pode ser voluntário (se sua contração ocorrer de 
acordo com a vontade do indivíduo) ou involun-
tário (se sua contração não depender do controle 
do indivíduo). Quanto à aparência estriada ou não 
de suas fibras ao microscópio, o músculo pode 
ser do tipo estriado (aquele que apresenta estrias 
transversais) ou liso (sem estrias transversais). 
Por fim, quanto à localização, o músculo pode ser 
somático (aquele localizado na parede do corpo 
ou nos membros) ou visceral (aquele localizado 
nos órgãos ocos ou nos vasos sanguíneos).
Assim, considerando estes três critérios, os 
músculos podem ser de três tipos: músculo 
estriado esquelético (movem ou estabilizam 
ossos e outras estruturas como os olhos; é so-
mático e voluntário), músculo estriado cardía-
co (forma a maior parte das paredes do coração 
e dos grandes vasos; é visceral e involuntário) 
ou músculo liso (forma a parede da maioria 
dos vasos sanguíneos e órgãos ocos; é visceral 
e involuntário).
Um caso especial ocorre com o músculo dia-
fragma, pois embora seja involuntário, ele pode 
sofrer breve influência voluntária permitindo pe-
ríodos de apneia (interrupção da respiração) ou 
hiperpneia (aumento da frequência da respiração) 
de acordo com a vontade do indivíduo.
Figura 28 - Tipos de músculos
Músculo estriado cardíaco Músculo estriado esquelético Músculo liso
Músculo Estriado Esquelético 
Uma membrana de tecido conjuntivo denso, 
chamada epimísio, envolve todo o músculo. Dela 
partem septos (o perimísio) para o interior do 
músculo os quais envolvem pequenos grupos de 
células ou fibras musculares (fascículos). Cada 
fibra muscular, por sua vez, é envolvida por uma 
membrana delicada de tecido conjuntivo, o endo-
mísio. Externamente, os músculos são revestidos 
por mais uma camada de tecido conjuntivo - a 
fáscia muscular. Epimísio, perimísio e endomísio 
se prolongam além das fibras musculares para 
formar os tendões musculares.
A maioria dos músculos estriados esqueléticos está 
fixada aos ossos, cartilagens, ligamentos ou fáscias. 
Todavia, alguns deles podem se fixar a órgãos (como 
os olhos), pele (como os músculos da face) ou à 
mucosa (como os músculos intrínsecos da língua). 
Tais músculos têm porções carnosas, avermelhadas 
e contráteis (chamadas de cabeça ou ventre), e ex-
tremidades brancas não contráteis (chamadas de 
tendões). Os tendões são compostos principalmente 
por feixes de colágenos e servem para fixação dos 
músculos. Em alguns músculos aparecem como 
lâminas planas e passam a ser chamados de apo-
neurose (MIRANDANETO; CHOPARD, 2014).
_book_Anatomia Humana.indb 57 11/11/2019 11:35:08
58 Introdução à Anatomia Humana e Aparelho Locomotor
A fáscia muscular garante a sustentação do mús-
culo bem como a preservação de sua anatomia 
funcional sustentando vasos e nervos, e permi-
tindo o deslizamento entre músculos próximos. 
Além disso, forma septos intermusculares que 
compartimentalizam os músculos do corpo. 
Quando ocorre aderência entra as fáscias (de-
vido a processos inflamatórios ou traumas), os 
músculos diminuem seu poder de contração.
As fixações dos músculos (seja por tendão 
ou aponeurose) costumam ser descritas como 
origem e inserção. De uma forma geral, origem 
é a extremidade proximal que permanece fixa 
durante a contração muscular e a inserção é a 
extremidade distal que se move durante a contra-
ção muscular. No entanto, em alguns movimentos 
específicos, os conceitos de origem e inserção po-
dem ser modificados.
Figura 29 - Ventre muscular, tendão e aponeurose
M. Peitoral maior
M. Serrátil anterior
M. Bíceps braquial
M. Reto do abdome
M. Oblíquo externo 
do abdome
M. Reto femoral
M. Trapézio
M. Latíssimo 
do dorso
M. Glúteo 
máximo
M. Gastrocnêmio
M. Deltoide
M. Bíceps 
femoral
Cartilagem 
articular
Tendão
Fáscia 
muscular
Músculo 
estriado 
esquelético
Perimísio
Epimísio
Fibras 
musculares
Endomísio
Fascículo
Osso
Vasos
sanguíneos
Figura 30 - Peri, epi e endomísio + fáscia muscular
_book_Anatomia Humana.indb 58 11/11/2019 11:35:12
59UNIDADE 1
Tipos de Contração do 
Músculo Estriado Esquelético 
Existem dois principais tipos de contração mus-
cular fásica ou ativa: a isométrica e a isotônica 
(GRABINER; GREGOR; VASCONCELOS, 1991). 
Na contração isométrica, o comprimento do mús-
culo permanece igual (ou seja, não há movimen-
to), mas a força aumenta para resistir à gravidade 
ou à outra força antagônica. Este tipo de contração 
é importante para a manutenção da postura quan-
do os músculos atuam como fixadores.
Em contrapartida, na contração isotônica o 
músculo altera seu comprimento enquanto o 
movimento ocorre. Ela pode ser do tipo concên-
trica (o movimento se dá junto ao encurtamento 
do músculo) ou excêntrica (quando o músculo é 
alongado ao se contrair, ou seja, sofre um relaxa-
mento gradual e controlado enquanto exerce uma 
força contínua).
É importante destacar que a gravidade influen-
cia no tipo de contração que o músculo exercerá. 
Assim, a flexão resistida do cotovelo com o indiví-
duo em pé é realizada por contração concêntrica 
dos músculos flexores do cotovelo, mas o lento 
retorno à extensão do cotovelo é feita pela con-
tração excêntrica dos mesmos músculos. Muitas 
pessoas imaginam que o retorno seja feito pela 
contração concêntrica do tríceps braquial que é 
o agonista da extensão do cotovelo.
Todavia, não é. Isto porque o fato do movi-
mento ocorrer contra a ação da gravidade muda 
a participação do músculo no movimento. Assim, 
quando o profissional da saúde precisar analisar 
biomecanicamente os músculos envolvidos na 
realização de um determinado movimento, é ne-
cessário que ele faça antes uma avaliação da ação 
da gravidade sobre as fibras musculares.
Vascularização e Inervação 
Muscular 
A vascularização sanguínea é abundante nos mús-
culos, pois dela depende a adequada oxigenação 
e nutrição muscular, bem como a drenagem de 
gás carbônico e produtos residuais produzidos no 
próprio músculo. Sem vascularização eficiente, a 
contração muscular é inviável e, por isso, ela ge-
ralmente é múltipla, ou seja, o músculo é irrigado 
por várias artérias adjacentes.
De igual modo, a inervação do músculo é res-
ponsável pela contração e pelos estímulos sensi-
tivos deles (dolorosos e proprioceptivos). Assim, a 
coordenação motora depende da interação entre 
sistema muscular e sistema nervoso (MOORE et 
al., 2014).
Classificação Funcional do 
Músculo Estriado Esquelético 
De acordo com o papel que o músculo desem-
penha durante o movimento, ele pode ser clas-
sificado como agonista, antagonista, sinergista 
e fixador ou postural (GRABINER; GREGOR; 
VASCONCELOS, 1991).
O agonista (ou motor primário) é o principal 
músculo que produz o movimento (como o múscu-
lo braquial na flexão do cotovelo). Já o antagonista, 
é o músculo que se opõe à ação de outro músculo 
(como o músculo tríceps braquial na flexão do co-
tovelo). O músculo sinergista complementa a ação 
do agonista (como o músculo braquiorradial na 
flexão do cotovelo) ou fixa uma articulação inter-
mediária quando o agonista passa por mais de uma 
articulação (como o músculo extensor dos dedos 
que é sinergista do flexor profundo dos dedos ao 
_book_Anatomia Humana.indb 59 11/11/2019 11:35:12
60 Introdução à Anatomia Humana e Aparelho Locomotor
fixar em extensão todas as outras articulações pelas 
quais ele passa). Por fim, o músculo fixador ou 
postural estabiliza partes proximais de um membro 
mediante contrações isométricas, enquanto ocor-
rem movimentos nas partes distais. O músculo del-
toide, por exemplo, mantém o ombro em abdução 
enquanto um movimento de pinça fina é executado 
nas articulações interfalângicas. 
Órgãos Anexos do Sistema 
Muscular 
São estruturas que facilitam a ação dos músculos 
ou os mantêm íntegros. Os principais órgãos ane-
xos são as bolsas sinoviais, as bainhas fibrosas e 
sinoviais e os retináculos (FREITAS, 2004).
As bolsas sinoviais são sacos fibrosos revestidos 
de membrana sinovial, contendo líquido sinovial 
em seu interior. Normalmente, ficam em regiões 
de maior atrito entre um músculo e um osso, entre 
dois músculos, entre o músculo e a pele supra-
jacente etc. Quando inflamadas ou lesadas por 
esforço repetitivo, ocorre edema e dor (bursite).
As bainhas fibrosas revestem tendões e fás-
cias de revestimento. São constituídas por teci-
do conjuntivo e se inserem nos ossos formando 
canais para manterem em posição os tendões de 
músculos longos que passam em seu interior. Já 
as bainhas sinoviais são encontradas no interior 
das bainhas fibrosas. São constituídas por uma 
camada interna (intimamente aderida ao tendão) 
e uma camada externa (voltada à bainha fibrosa). 
Sua função é produzir um líquido semelhante 
ao líquido sinovial para facilitar o deslizamento 
dos tendões durante a realização dos movimentos. 
São comuns na região dos ossos carpais e tarsais. 
Por fim, os retináculos são espessamentos das 
fáscias. São constituídos por tecido conjuntivo e 
servem para manter em posição os tendões que 
cruzam as articulações.
Generalidades do Sistema 
Muscular 
Segundo Moore et al. (2014), existem 656 mús-
culos estriados esqueléticos nominados no corpo 
humano. A nomenclatura é baseada em vários 
critérios, como forma (músculo deltóide e mús-
culo trapézio), localização (músculos intercos-
tais e músculo subescapular), forma e localização 
(músculo quadrado da coxa e músculo orbicular 
da boca), ação (músculo eretor da espinha e mús-
culo extensor dos dedos), ação e forma (músculo 
pronador quadrado e músculo adutor longo), ação 
e localização (músculo flexor superior dos dedos e 
músculo flexor radial do carpo), origem e inserção 
(músculo esternocleidomastoideo) dentre outros.
Além disso, os músculos também podem ser 
classificados de acordo com outros critérios, por 
exemplo, direção das fibras musculares, sua apa-
rência, localização, número de pontos de origem, 
número de pontos inserção, número de ventres 
musculares e função.
Quanto à direção das fibras musculares, eles po-
dem ser de fibras paralelas (como o sartório) ou de 
Retináculo
Retináculo
Tendões 
musculares
Figura 31 - Órgãos anexos do sistema muscular
_book_Anatomia Humana.indb 60 11/11/2019 11:35:13
61UNIDADE 1
fibras oblíquas (como o glúteo máximo). Normal-
mente, músculos de fibras paralelas desenvolvem 
bastante amplitude de movimento articular, mas 
normalmente têm pouca força. Em contrapartida, 
músculos de fibras oblíquas têm bastante força 
muscular, mas pouca amplitude de movimento. 
Complementarmente, os músculos de fibrasoblí-
quas podem ser do tipo unipenados (como o ex-
tensor longo dos dedos), bipenados (como o reto 
da coxa) ou multipenados (como o deltoide).
Vale ressaltar que em alguns músculos, as fi-
bras convergem de uma larga origem para um 
estreito e único tendão dando ao músculo uma 
arranjo em forma de leque ou um aspecto triangu-
lar (é o que ocorre, por exemplo, com o músculo 
peitoral maior). Quanto à aparência, os músculos 
podem ser curtos (como os da mão), longos (em 
forma de fita; como o sartório), plano ou chato 
(presentes no abdome e no dorso; como o trapé-
zio), fusiforme (com uma região central de maior 
diâmetro em relação às extremidades; como o 
bíceps braquial) ou circulares ou esfincterianos 
(que circudam aberturas ou orifícios do corpo; 
como o orbicular do olho).
Quanto à localização, eles podem ser superfi-
ciais (aqueles que ficam logo abaixo da pele têm 
pelo menos uma de suas inserções na derme, sen-
do chamados de dérmicos; como os músculos da 
expressão facial) ou profundos (sem inserções na 
derme; como músculos profundos do antebraço). 
A nomenclatura também pode considerar o núme-
ro de pontos de origem (bíceps, tríceps e quadrí-
ceps), o número de pontos de inserção (bicaudado 
e policaudado), de ventres musculares (digástrico 
e poligástrico) ou a função exercida pelo músculo 
(flexor, extensor, abdutor etc.)
Figura 32 - Músculos de fibras paralelas e oblíquas, músculos longos, curtos, planos e fusiformes
Músculo fusiforme
Músculo de 
fibras paralelas
Músculo longo
Músculo de 
fibras paralelas
Músculo de 
fibras oblíquas
Músculo de 
fibras oblíquas
Músculo 
plano
Músculo 
curto
_book_Anatomia Humana.indb 61 11/11/2019 11:35:15
62 Introdução à Anatomia Humana e Aparelho Locomotor
Figura 33 - Da esquerda para a direita: Músculos bíceps, tríceps, quadríceps, digástrico, poligástrico, bi e policaudado
Músculo 
bíceps
Músculo 
tríceps
Músculo 
quadríceps
Músculo digástrico 
ou biventre
Músculo 
poligástrico 
ou poliventre
Músculo 
policaudado
_book_Anatomia Humana.indb 62 11/11/2019 11:35:22
63UNIDADE 1
Principais Músculos do Corpo Humano 
Principais Músculos da Cabeça e do Pescoço
• Levantador do lábio superior e da asa do nariz: levanta 
o lábio superior e a asa do nariz.
• Levantador do lábio superior: levanta o lábio superior 
fazendo eversão ou “bico” do lábio superior.
• Levantador do ângulo da boca: traciona o ângulo da boca 
obliquamente para cima na risada.
• Zigomático maior e zigomático menor: tracionam o ân-
gulo da boca obliquamente para cima na risada.
• Risório: traciona o ângulo da boca horizontalmente no 
sorriso.
• Orbicular da boca: fecha a rima bucal. 
• Abaixador do ângulo da boca: abaixa o ângulo da boca 
fazendo a expressão de tristeza.
• Abaixador do lábio inferior: abaixa o lábio inferior fazendo 
a eversão ou “bico” do lábio inferior.
• Mentual: protrai o lábio inferior e enruga a pele do mento. 
• Bucinador: contrai a bochecha no assopro, assovio, bocejo, 
e puxa o ângulo da boca lateralmente.
• Platisma: o mais superficial; abaixa a mandíbula, traciona o 
ângulo da boca para baixo e enruga a pele do pescoço.
Os músculos da cabeça e do 
pescoço incluem os da expres-
são facial, os mastigatórios, os 
relacionados ao osso hioide, os 
superficiais do pescoço (como o 
esternocleidomastoideo), aque-
les relacionados à coluna verte-
bral (pré, para e pós-vertebrais), 
além daqueles que constituem a 
língua, o palato mole e a faringe 
(FREITAS, 2004).
Os músculos da expressão 
facial nos permitem expressar 
emoções por meio de suas con-
trações. Seus nomes estão dire-
tamente relacionados às suas 
funções, são eles: 
• Occipitofrontal: com os 
ventres frontal e occipital 
unidos pela aponeurose 
epicrânica; ele eleva os 
supercílios enrugando 
a pele da fronte dando a 
expressão de atenção.
• Prócero: enruga a pele 
entre os supercílios. 
• Corrugador do super-
cílio: junta os supercílios 
fazendo a expressão de 
bravo.
• Orbicular do olho: fe-
cha a rima palpebral.
• Nasal: abre a asa do nariz 
para ampliar a captação 
do ar em esforço respi-
ratório. 
Figura 34 - Músculos da expressão facial
M. Occipitofrontal
M. Orbicular do olhoM Prócero
M. Nasal
M. Zigomático menor
M. Zigomático maior
M. Risório
M. Abaixador do 
lábio inferior
M. Mentual
M. Abaixador do 
ângulo da boca
_book_Anatomia Humana.indb 63 11/11/2019 11:35:23
64 Introdução à Anatomia Humana e Aparelho Locomotor
Os músculos da mastigação incluem o temporal, o 
masseter, o pterigoide lateral e o pterigoide medial. 
Todos eles movimentam a mandíbula durante a 
mastigação e a fala.
Figura 35 - Músculos da mastigação
M. Temporal
M. Masseter
Os músculos relacionados ao osso hioide dividem-
-se em supra e infra-hioideos. Os supra-hioideos 
elevam o osso hioide durante a primeira fase da de-
glutição e abaixam a mandíbula contra resistência. 
São eles o digástrico, o estilo-hioideo, o milo-hioi-
deo e o gênio-hioideo. Os músculos infra-hioideos 
abaixam o osso hioide durante a segunda fase da 
deglutição. São eles: o omo-hioideo, esterno-hioi-
deo, esternotireoideo e o tíreo-hioideo.
Figura 36 - Músculos supra e infra-hioideos
Músculos
infra-hioideos
Músculos
supra-hioideos
O esternocleidomastoideo é um músculo superfi-
cial do pescoço. Ele flexiona a cabeça (em contra-
ção bilateral) e, em contração unilateral, faz a flexão 
lateral da cabeça para o mesmo lado do músculo 
que se contraiu associada à rotação da face para o 
lado contrário do músculo que se contraiu.
Figura 37 – Músculo Esternocleidomastoideo
M. Esternocleidomastoideo
Os músculos pré-vertebrais estão relacionados à 
flexão da cabeça e do pescoço. Inclui o músculo 
longo da cabeça, o longo do pescoço, reto anterior 
da cabeça e reto lateral da cabeça. Os músculos 
para-vertebrais realizam a flexão lateral da cabeça 
e do pescoço (este movimento também pode ser 
chamado de inclinação lateral). Inclui os músculos 
escalenos anterior, médio e posterior.
Os músculos pós-vertebrais estão relaciona-
dos à extensão da cabeça e do pescoço. São eles o 
esplênio da cabeça, esplênio do pescoço, semies-
pinal da cabeça, semiespinal do pescoço, multí-
fidos e suboccipitais (incluindo o reto posterior 
maior da cabeça, reto posterior menor da cabeça, 
oblíquo superior da cabeça e oblíquo inferior da 
cabeça). Os multífidos são também rotadores da 
coluna vertebral.
_book_Anatomia Humana.indb 64 11/11/2019 11:35:26
65UNIDADE 1
Principais Músculos do Dorso
Os músculos do dorso são for-
tes, fixam-se às vértebras e são 
essenciais para sustentar e mover 
a coluna vertebral. De uma for-
ma geral, podem produzir movi-
mentos nos membros superiores 
(como o trapézio, o latíssimo do 
dorso, o levantador da escápula 
e os romboides), relacionam-se 
aos movimentos respiratórios 
(como o serrátil posterior su-
perior e o serrátil posterior in-
ferior) ou agem sobre a coluna 
vertebral permitindo movimen-
to e sustentando a postura (como 
o esplênio da cabeça, esplênio do 
pescoço, eretor da espinha, semi-
nespinal, multífidos e rotadores) 
(DI DIO, 2002).
Músculos paravertebrais Músculos pós-vertebrais
Figura 38 - Músculos para (esquerda) e pós-vertebrais (direita) 
Figura 39 - Músculos do dorso
_book_Anatomia Humana.indb 65 11/11/2019 11:35:28
66 Introdução à Anatomia Humana e Aparelho Locomotor
Principais 
Músculos do Tórax
Os músculos do tórax in-
cluem músculos que unem o 
esqueleto axial ao apendicular, 
músculos da parede anterola-
teral do abdome, do pescoço, 
do dorso e alguns que agem 
como acessórios da respiração. 
No entanto, os verdadeiros 
músculos da parede torácica 
são os levantadores das cos-
telas (agem na inspiração), o 
transverso do tórax (função 
expiratória), os intercostais 
externos (atuam na inspira-
ção), os intercostais internos 
(na expiração), os intercostais 
íntimos (têm a mesma ação 
dos intercostais internos) e 
subcostais (com ação igual a 
dos intercostais internos).
O diafragma é um comum 
ao tórax e ao abdomee atua 
como o principal músculo da 
inspiração. Apresenta uma par-
te central aponeurótica chama-
da de centro tendíneo, e uma 
parte muscular dividida em 
parte esternal, costal e lombar 
(de acordo com suas fixações). 
Ele é perfurado pelo forame da 
veia cava, pelo hiato esofágico e 
pelo hiato aórtico os quais ser-
vem para permitir a passagem, 
respectivamente, da veia cava 
inferior, esôfago e da artéria 
aorta (WATANABE, 2000).
Principais Músculos do Abdome
Os músculos do abdome podem estar localizados na parede ante-
rolateral ou posterior do abdome. Na parede anterolateral existem 
cinco pares de músculos: reto do abdome, piramidal, oblíquo exter-
no do abdome, oblíquo interno do abdome e transverso do abdome. 
Estes músculos têm diferentes direções de fibras e formam uma 
sustentação forte para esta região. Juntos, eles sustentam e prote-
gem as vísceras abdominais, comprimem o conteúdo abdominal 
para manter ou aumentar a pressão intra-abdominal, opõem-se ao 
diafragma, movem o tronco, ajudam a manter a postura, formam 
um cinturão muscular e atuam ao tossir, espirrar, vomitar, no parto 
normal, ao assoar o nariz, na defecação e outras atividades (MI-
RANDA NETO; CHOPARD, 2014).
Os músculos da parede abdominal posterior incluem o psoas 
maior, o psoas menor, o ilíaco e o quadrado do lombo. O psoas maior 
fica posicionado lateralmente à coluna vertebral e parte de suas 
fibras unem-se ao tendão do músculo ilíaco formando o músculo 
iliopsoas, que é o principal flexor do quadril. Além disso, ele faz a 
flexão lateral do tronco e ajuda a manter a lordose lombar. O psoas 
menor é considerado uma variação anatômica podendo não existir. 
Enquanto o ilíaco estabiliza a articulação do quadril, o quadrado 
do lombo é flexor lateral e extensor do tronco.
Figura 40 – Músculos do tórax
M. intercostais 
externos
M. Peitoral 
maior
M. Peitoral 
menor
M. Serrátil 
anterior
_book_Anatomia Humana.indb 66 11/11/2019 11:35:30
67UNIDADE 1
Principais Músculos 
do Membro Superior
Os músculos do membro superior são muito 
numerosos, principalmente porque possibilitam 
os precisos movimentos da mão. O trapézio e o 
latíssimo do dorso atuam sobre o membro supe-
rior, mas não serão abordados novamente, pois 
já foram descritos no dorso. Além deles, também 
estão inclusos o peitoral maior, peitoral menor, 
subclávio, serrátil anterior, levantador da escá-
pula, romboide maior, romboide menor, deltoi-
de, redondo maior, redondo menor, supraespinal, 
infraespinal, subescapular, os vários músculos do 
braço, do antebraço e da mão (DI DIO, 2002).
O peitoral maior tem forma de leque. Age para 
aduzir, rodar medialmente, flexionar ou esten-
der o braço a partir da flexão. O peitoral menor é 
quase totalmente coberto pelo peitoral maior. Ele 
estabiliza a escápula e ajuda a elevar as costelas na 
inspiração profunda. Já o subclávio fica abaixo da 
clavícula e tem a função de estabilizar a clavícula 
durante os movimentos do membro superior.
O serrátil anterior faz a protrusão da escápula. 
O levantador da escápula eleva a escápula. Os rom-
boides (maior e menor), nem sempre separados um 
do outro, situam-se profundamente ao trapézio e 
fazem a retração e rotação inferior da escápula.
O deltoide é um músculo espesso e forte que 
recobre o ombro dando-lhe um contorno arre-
dondado. Ele estabiliza a articulação do ombro 
e faz sua abdução, flexão e extensão quando suas 
partes clavicular, acromial e espinal agem, res-
pectivamente.
O redondo maior também é um importante 
estabilizador do ombro e faz sua adução e rotação 
medial. Já o redondo menor é completamente co-
berto pelo deltoide e faz rotação lateral do ombro.
Acima e abaixo da espinha da escápula ficam 
os músculos supraespinal e infraespinal, e abaixo 
dela o subescapular. O supraespinal inicia os pri-
meiros 15° de abdução do ombro (é considerado 
o abdutor “starter”, sendo auxiliado pelo deltoide). 
O infraespinal, além de ser um poderoso rotador 
lateral do ombro, ajuda a estabilizar a articulação 
do ombro. O subescapular é o principal rotador 
medial do braço e também ajuda a estabilizar a 
articulação do ombro.
Vale ressaltar que os músculos supraespinal, 
infraespinal, redondo menor e subescapular for-
mam o chamado “manguito rotador”. Seus ten-
dões fundem-se e reforçam a capsula articular do 
ombro protegendo e estabilizando a articulação. 
O nome é dado porque todos eles (menos o su-
praespinal) são rotadores do úmero.
Figura 41 - Músculos do abdome
M. Reto do 
abdome
M. Oblíquo externo 
do abdome
_book_Anatomia Humana.indb 67 11/11/2019 11:35:32
68 Introdução à Anatomia Humana e Aparelho Locomotor
Os músculos do braço são divididos em grupo ante-
rior e posterior, os quais são separados pelo úmero. 
O grupo anterior é flexor do cotovelo (bíceps bra-
quial, braquial e coracobraquial) e o grupo posterior 
é extensores (tríceps braquial e ancôneo). Os flexores 
são quase duas vezes mais fortes do que os extenso-
res, o que justifica o fato de sermos melhores para 
puxar do que para empurrar (MOORE et al., 2014).
O bíceps braquial geralmente tem duas cabeças 
(longa e curta), mas 10% das pessoas podem ter 
uma terceira cabeça. É triarticular, pois passa pela 
articulação do ombro, do cotovelo e pela articula-
ção radioulnar proximal. Assim, o bíceps braquial 
permite flexão do ombro, supinação da articulação 
radioulnar e flexão do antebraço em supinação. O 
braquial é profundo ao bíceps braquial e é o princi-
pal flexor do antebraço. Já o coracobraquial ajuda a 
flexionar, aduzir e estabilizar a articulação do ombro.
O tríceps braquial tem três cabeças (longa, cur-
ta e medial). A cabeça longa cruza a articulação do 
ombro e a medial é o carro chefe da extensão do 
cotovelo. A cabeça medial é a mais forte, porém é 
recrutada principalmente em atividades contra re-
sistidas. Assim, este músculo é o principal extensor 
do antebraço, mas ajuda a estabilizar a articulação 
do ombro. O ancôneo, por sua vez, situa-se na face 
posterolateral do cotovelo e ajuda o tríceps braquial 
a estender o antebraço.
Os músculos do antebraço compreendem 17 
músculos que cruzam a articulação do cotovelo. 
Alguns atuam exclusivamente nessa articulação, 
enquanto outros atuam na articulação do punho 
e/ou dedos. Geralmente, os flexores ficam no 
compartimento anterior e têm cerca do dobro 
do volume e da força dos extensores que ficam 
no compartimento posterior. 
Todavia, o músculo braquiorradial embora 
seja flexor do antebraço está no compartimento 
posterolateral; o músculo pronador redondo faz 
a pronação do antebraço; o flexor radial do carpo 
faz a flexão e abdução do punho; o palmar longo 
faz a flexão do punho; o flexor ulnar do carpo 
faz flexão e adução do punho; o flexor superficial 
dos dedos flexiona as articulações interfalângi-
cas proximais dos quatro dedos mediais; o flexor 
profundo dos dedos é o único que pode flexionar 
as articulações interfalângica distais dos dedos 
mediais; o flexor longo do polegar faz a flexão das 
articulações do polegar; o pronador quadrado é 
o agonista da pronação do antebraço (é auxilia-
do pelo pronador redondo) e ajuda a membrana 
interóssea a unir o rádio e a ulna.
Os músculos extensores do antebraço podem 
estender e abduzir ou aduzir a articulação do 
punho (como o extensor radial longo do carpo, 
o extensor radial curto do carpo e o extensor 
Figura 42 - Músculos relacionados à escápula
M. Levantador 
da escápula
M. Romboide 
menor
M. Romboide 
maior
M. Deltoide
M. Trapézio
M. Bíceps braquial
M. Latíssimo
do dorso
M. Tríceps
braquial
Figura 43 - Músculos do braço
_book_Anatomia Humana.indb 68 11/11/2019 11:35:34
69UNIDADE 1
ulnar do carpo) podem estender os quatro dedos 
mediais (como o extensor dos dedos, o extensor 
do indicador e o extensor do dedo mínimo) e 
podem estender ou abduzir o polegar (como o 
extensor longo do polegar, o extensor curto do 
polegar e o abdutor longo do polegar).
Os músculos da mão têm nomes que identi-
ficam suas funções. Incluemo músculo abdutor 
curto do polegar, flexor curto do polegar, opo-
nente do polegar, abdutor do dedo mínimo, flexor 
curto do dedo mínimo, oponente do dedo míni-
mo, lumbricais, interósseos e o adutor do polegar.
joelho fazendo a flexão de ambas. O iliopsoas 
é um músculo fixo à coluna vertebral, à pelve 
e ao fêmur. É o principal flexor da coxa e, em 
contração bilateral, faz flexão do tronco sobre 
o quadril e aumenta a lordose lombar sendo 
ativo também na caminhada em declive.
O quadríceps femoral dá o maior volume para 
a região anterior da coxa e é um dos músculos 
mais fortes do corpo. É constituído pelos músculos 
reto femoral, vasto lateral, vasto intermédio e vasto 
lateral. Tais músculos se unem na parte distal da 
coxa para formar um tendão único, o tendão do 
músculo quadríceps femoral, cuja continuação é 
o ligamento da patela que se fixa à tuberosidade 
da tíbia. O músculo vasto medial e vasto lateral 
também ajudam a manter o alinhamento da patela.
O reto femoral é biarticular e é mais eficiente 
em movimentos que associam a flexão do quadril 
e a extensão do joelho a partir de uma posição 
de hiperextensão do quadril e flexão do joelho 
(como na posição preparatória para chutar uma 
bola de futebol). Todos eles agem em conjunto 
fazendo a extensão do joelho. Por fim, o músculo
articular do joelho é derivado do músculo vasto 
intermédio. Ele é pequeno, plano e age tracionan-
do a membrana sinovial na extensão da perna.
Na região medial da coxa estão os músculos 
adutores (adutor longo, adutor curto, adutor mag-
no, grácil e obturador externo). O adutor magno 
tem uma parte adutora (que também faz flexão 
da coxa) e uma parte do jarrete (que também faz 
extensão da coxa). O grácil cruza as articulações 
do quadril e do joelho e se une a outros dois mús-
culos biarticulares (o sartório e o semitendíneo) 
para formar uma inserção tendínea chamada 
“pata de ganso”. Ele é sinergista na flexão do joe-
lho e na rotação medial da perna quando o joelho 
está flexionado, e aumenta a estabilidade do joe-
lho estendido. O obturador externo é pequeno e 
profundo e atua também como rotador lateral da 
coxa (DI DIO, 2002).
Principais Músculos
do Membro Inferior 
Os músculos do membro inferior, além de movi-
mentar as diversas articulações deste segmento 
corpóreo, permitem a sustentação do peso do cor-
po e a manutenção da postura bípede em equi-
líbrio, possibilitando a marcha. Seu estudo pode 
ser realizado agrupando-os em grupo anterior da 
coxa, posterior da coxa, medial da coxa, múscu-
los da região glútea, da região anterior da perna, 
da região posterior da perna, da região lateral da 
perna e músculos do pé (FREITAS, 2004).
Na região anterior da coxa estão os flexores 
do quadril e/ou extensores do joelho e incluem o 
músculo pectíneo, sartório, iliopsoas, quadríceps 
femoral e articular do joelho.
O pectíneo faz adução, flexão e ajuda na ro-
tação medial do quadril. O sartório é o músculo 
mais longo do corpo, é superficial e parece uma 
fita. Age sobre a articulação do quadril e do 
 Figura 44 - Músculos do antebraço
Músculos extensores 
do carpo e dos dedos
_book_Anatomia Humana.indb 69 11/11/2019 11:35:37
70 Introdução à Anatomia Humana e Aparelho Locomotor
Os músculos da região glútea incluem o múscu-
lo glúteo máximo, glúteo médio, glúteo mínimo, 
tensor da fáscia lata, piriforme, obturador inter-
no, gêmeo superior, gêmeo inferior e quadrado 
femoral. O glúteo máximo faz extensão e rotação 
lateral do quadril e sua paralisia, embora não afete 
a marcha em superfície plana, afeta a marcha em 
aclive (principalmente ao subir escadas). Já o glú-
teo médio e o glúteo mínimo têm forma de leque 
e atuam estabilizando a pelve, aduzindo e fazendo 
rotação medial da coxa.
O tensor da fáscia lata tensiona a fáscia lata e 
é flexor do quadril. O piriforme, obturador inter-
no, gêmeo superior, gêmeo inferior e quadrado 
femoral estabilizam a articulação do quadril e 
são rotadores laterais da coxa.
Os músculos da região posterior da coxa são o 
semitendíneo, semimembranáceo e o bíceps fe-
moral. Todos, menos a cabeça curta do bíceps 
femoral, são extensores do quadril e flexores do 
joelho. A cabeça curta do bíceps femoral age ape-
nas na flexão do joelho, pois é monoarticular (ou 
seja, só atravessa a articulação do joelho).Figura 45 - Músculos anteriores e mediais da coxa
M. Tensor da 
fáscia lata
M. Sartório
M. adutores 
do quadril
M. Reto 
femoral
M. Vasto 
medial
Figura 46 - Músculos da região glútea
M. Glúteo máximo
Figura 47 - Músculos da região posterior da coxa
M. Semitendíneo
M. Bíceps 
femoral
M. Semimembranáceo
_book_Anatomia Humana.indb 70 11/11/2019 11:35:41
71UNIDADE 1
Os músculos da região anterior da perna incluem o 
músculo tibial anterior, o extensor longo dos dedos, 
extensor longo do hálux e fibular terceiro. O tibial 
anterior é dorsiflexor da articulação talocrural e 
inversor do pé. O extensor longo dos dedos estende 
os quatro dedos laterais e faz dorsiflexão do torno-
zelo. O extensor longo do hálux estende o hálux e 
faz dorsiflexão do tornozelo. O fibular terceiro faz 
dorsiflexão do tornozelo e auxilia na eversão do pé.
Já os músculos da região lateral da perna são 
eversores do pé e podem contribuir para a flexão 
plantar do tornozelo. São eles o fibular longo e o 
fibular curto. Os músculos da região posterior da 
perna são o gastrocnêmio, sóleo, plantar, poplíteo, 
flexor longo dos dedos, flexor longo do hálux e 
tibial posterior. O gastrocnêmio forma a parte mais 
proeminente da panturrilha. Tem duas cabeças (la-
teral e medial) as quais se unem por um tendão co-
mum, o tendão do calcâneo, que se fixa ao calcâneo 
(é o mais forte e espesso tendão do corpo humano). 
É biarticular (faz flexão do joelho e plantiflexão do 
tornozelo). Todavia, o músculo não pode exercer 
toda a sua força nas duas articulações ao mesmo 
tempo. Assim, é mais eficaz com o joelho estendido 
e é ativado ao máximo quando a extensão do joelho 
é associada à dorsiflexão.
O sóleo é profundo ao gastrocnêmio e é con-
siderado o “burro de carga da flexão plantar”. Isso 
porque é monoarticular (não age sobre o joelho e 
por isso atua sozinho na flexão plantar quando o 
joelho está flexionado). Além disso, é antigravita-
cional atuando na posição ortostática, na marcha e 
para manter o equilíbrio. É forte, capaz de manter 
contração por bastante tempo, mas é lento. Une-se 
às cabeças do gastrocnêmio para formar o tríceps 
sural. Devido às diferenças entre o gastrocnêmio 
e o sóleo, pode-se afirmar que: “Se passeia com 
o sóleo, mas se ganha o salto à distância com o 
gastrocnêmio” (MOORE et al., 2014, p. 592).
O plantar é pequeno, de ventre curto, tendão 
longo e está ausente em torno de 10% das pessoas. 
Atua com o gastrocnêmio. Todavia, é considera-
do um órgão de propriocepção, pois tem muitos 
fusos neuromusculares. Além disso, seu tendão 
pode ser usado em enxertos (por exemplo, na re-
construção dos tendões da mão), sendo que sua 
retirada não causa incapacidade.
O poplíteo é insignificante como flexor do joe-
lho, mas durante a flexão, ele ajuda a tracionar o 
menisco lateral posteriormente; quando em pé 
com o joelho parcialmente flexionado, ele se con-
trai para ajudar o ligamento cruzado posterior na 
prevenção do deslocamento anterior do fêmur; 
em pé com os joelhos estendidos, faz rotação late-
ral do fêmur liberando o joelho para fazer flexão.
O flexor longo do hálux e o flexor longo dos 
dedos são potentes flexores das articulações do 
hálux e dos dedos. Já o tibial posterior é inversor 
do pé e plantiflexor do tornozelo.
Os músculos do pé localizam-se na face plan-
tar (14 deles), no dorso (2 deles) ou são inter-
mediários (4 deles). Os músculos da planta es-
tão organizados em camadas e atuam na fase de 
suporte da marcha mantendo os arcos do pé e 
produzindo supinação e pronação para permitir 
que o pé se ajuste ao solo irregular. São eles o ab-
dutor do hálux, adutor do hálux, flexor curto do 
hálux, abdutor do dedo mínimo, flexordo dedo 
mínimo, flexor curto dos dedos, quadrado plan-
tar, lumbricais, interósseos dorsais e plantares. No 
dorso estão os músculos extensor curto dos dedos 
e extensor curto do hálux.
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72 Introdução à Anatomia Humana e Aparelho Locomotor
O corpo humano é capaz de realizar movimentos 
graças ao sistema locomotor formado por ossos, 
articulações e músculos. A atuação conjunta des-
tes sistemas, e em concordância com o comando 
do sistema nervoso, garante o movimento volun-
tário harmônico e coordenado.
O sistema muscular é importante, pois repre-
senta o elemento ativo do movimento tracionando 
ossos que, como alavancas, movem passivamente 
articulações às quais se conectam. Se qualquer um 
destes sistemas ou o controle nervoso falhar, distúr-
bios motores podem surgir como hiper ou hipoto-
nia muscular, paralisia, paresia, discinesia e outros.
Além disso, as funções destes sistemas também 
podem ser prejudicadas por fraturas, osteoporose, 
inflamação, alteração imunológica, trauma e ou-
tros. Como estas anormalidades podem compro-
meter uma atividade primordial do ser humano 
que é a deambulação, a saúde e integridade das 
estruturas anatômicas que o formam é essencial.
Para garantir que as funções destes sistemas 
permaneçam adequadas, cuidados simples podem 
ser assumidos. Uma dieta adequada, por exemplo, 
com ingestão de alimentos ricos em colágeno e 
cálcio (leite e derivados, brócolis, repolho, cama-
rão, salmão e ostras). Além disso, exercício físico 
regular e supervisionado, alternado com repouso 
articular e muscular, faz toda a diferença. De igual 
modo, reposição hormonal em mulheres pós-cli-
matério, também é indicada.
Por fim, é essencial o pleno conhecimento 
anatômico e fisiológico das estruturas que com-
põem tais sistemas, pois por meio do conheci-
mento adequado, procedimentos preventivos e 
curativos (como o fortalecimento e o alongamento 
muscular, e até mesmo as intervenções cirúrgicas) 
poderão aperfeiçoar a atuação destes sistemas tão 
importantes.
Vale ressaltar que como profissional da área da 
saúde é fundamental conhecer profundamente 
estes sistemas, pois age diretamente modifican-
do-os, seja ao predispor hipertrofia óssea ou mus-
cular, ou ao manter a integridade articular. Assim, 
boa capacitação a você.
Figura 48 - Músculos da perna (região anterior A, posterior B, lateral C) Figura 49 - Músculos do pé (planta e dorso)
M. Gastrocnêmio (cabeça medial)
M. Tibial anterior
M. Extensor longo 
dos dedos
M. Gastrocnêmio (cabeça lateral)
Músculos dorsais do pé
A
C
B
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73
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
1. Leia, atentamente, o texto que segue sobre o sistema esquelético, avalie as 
proposições a seguir e responda. 
“Além de dar sustentação ao corpo, o sistema esquelético protege os órgãos 
internos e fornece pontos de apoio para a fixação dos músculos. Ele é consti-
tuído de peças ósseas e cartilagíneas articuladas, que formam um sistema de 
alavancas movimentadas pelos músculos” ( VILELA, 2015, on-line)2. 
I) O esqueleto do tórax é composto pelas cartilagens costais, osso esterno, 
costelas e vértebras cervicais e torácicas. Sua mobilidade, apesar de não tão 
expressiva, é essencial à respiração.
II) Pode-se afirmar que, exceto os ossos carpais e tarsais que são alongados, os 
outros ossos que formam o esqueleto dos membros superiores e inferiores 
são classificados como longos.
III) A escápula e a clavícula, embora estejam posicionados no tronco, pertencem 
ao esqueleto apendicular.
IV) A coluna vertebral, em vista lateral, apresenta curvaturas características tais 
como a lordose cervical, a cifose torácica, a lordose lombar e a cifose sacral. 
Entretanto, embora tais curvaturas sejam consideradas fisiológicas (normais), 
o seu aumento é considerado patológico, pois pode ocasionar hiperlordoses 
e hipercifoses as quais são responsáveis por fortes dores na coluna vertebral.
V) O crânio é constituído por 24 ossos os quais apresentam pouca mobilidade. 
A maior parte deles constitui o crânio neural.
Estão corretas as alternativas:
a) I e II.
b) II e III.
c) III e IV.
d) VI e V.
e) III e V.
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2. O estudo dos planos de secção e tangenciamento do corpo humano é essencial 
à Anatomia Humana uma vez que auxilia no corte anatômico e na nomenclatura 
das estruturas estudadas. Analise as proposições a seguir e responda.
a) Uma estrutura é dita mediana quando ela está próxima do plano sagital me-
diano, mas não sobre ele.
b) Ao contrário do proposto, uma estrutura é dita mediana quando ela está pró-
xima ao plano anterior.
c) Uma estrutura é classificada como média quando se posiciona entre uma es-
trutura lateral e outra estrutura medial.
d) Uma estrutura é classificada como intermédia quando ela se posiciona entre 
uma estrutura lateral e outra estrutura medial.
e) Ao contrário do proposto na afirmativa, uma estrutura é intermédia quando 
ela se posiciona embaixo do plano sagital mediano.
3. A Anatomia Humana estuda a constituição do corpo considerando que cada 
indivíduo pode apresentar diferenças devido a fatores que causam variações. 
Analise as proposições a seguir e responda.
I) A idade é um fator causador de variação anatômica. Bom exemplo disso é o 
fato de ocorrer sinostose nos ossos do crânio de indivíduos idosos.
II) O biótipo é outro fator causador de variação anatômica. Indivíduos do biótipo 
longilíneo apresentam tórax arredondado, membros curtos em relação ao 
tronco e baixa estatura corpórea. Em contrapartida, indivíduos brevilíneos 
têm tórax alongado, membros longos em relação ao tronco e maior estatura 
corpórea. 
III) Outro diferente fator causador de variação anatômica é a etnia. No entanto, 
diferentes grupos raciais apresentam diferenças anatômicas apenas exter-
namente (cor de pele, cor de olhos, aspecto do cabelo, do nariz etc.). Não há 
diferenças anatômicas internas entre grupos raciais.
IV) O sexo também causa variação anatômica e, inclusive, pode ser usado na ana-
tomia legal para identificação de cadáveres. O crânio masculino, por exemplo, 
apresenta a fronte mais inclinada (na mulher ela é verticalizada; apresenta 
ortometopismo). Além disso, o crânio masculino tem acidentes anatômicos 
mais salientes devido à maior força muscular que os homens apresentam 
tracionando os ossos ao ponto de marcá-los.
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V) De fato, o sexo é um fator causador de variação anatômica que pode ser usado 
na anatomia legal para identificação de cadáveres. Todavia, ao contrário do 
que foi proposto anteriormente, o crânio feminino apresenta a fronte mais 
inclinada (no homem ela é verticalizada, apresentando ortometopismo). Além 
disso, no crânio feminino os acidentes anatômicos são mais salientes devido 
à ação dos hormônios femininos (como o estrógeno e a progesterona).
Está correta a alternativa:
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) I e IV.
e) III e V.
4. Relembre seus conhecimentos sobre miologia, analise as afirmações, a seguir, 
e identifique-as como verdadeiras ou falsas.
 ) ( Os músculos classificados como digástricos apresentam dois ventres muscu-
lares separados por um tendão intermediário. Um exemplo de tal músculo é 
o estilo-hioideo (um dos músculos supra-hioídeos que atuam na primeira fase 
da deglutição elevando o osso hioide).
 ) ( Os músculos classificados como bíceps, tríceps ou quadríceps apresentam, 
respectivamente, dois, três ou quatro ventres musculares. Exemplos de tais 
músculos são, respectivamente, o bíceps braquial, o tríceps braquial e o qua-
dríceps femoral.
 ) ( Os músculos mímicos são classificados como estriados esqueléticos, voluntários 
e dérmicos. A proximidade deles à pele faz com que suas contrações repetitivas 
e contínuas sulquem a pele, fazendo com que as rugas de expressão apareçam.
a) F - F - V.
b) V - F - V.
c) F -V - F.
d) V - F - F.
e) F - V - V.
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5. A miologia estuda os músculos e seus órgãos anexos. Analise as proposições a 
seguir e responda:
I) O músculo estriado cardíaco apresenta estrias transversais e contração in-
voluntária. Assim, ele é classificado como somático.
II) Ao contrário do músculo estriado cardíaco, o músculo estriado esquelético 
tem contração voluntária e não apresenta estrias transversais. Assim, ele é 
classificado como liso.
III) Um músculo classificado como tríceps (por exemplo, o tríceps braquial e 
o tríceps sural) apresenta três ventres musculares e apenas um tendão 
de inserção.
IV) Um músculo classificado como policaudado (como alguns das mãos e dos 
pés) apresenta um ventre muscular e vários tendões de inserção.
V) É considerado o tendão de origem de um músculo seu ponto que permanece 
mais fixo durante um determinado movimento. Em contrapartida, é consi-
derado o tendão de inserção de um músculo seu ponto que mais se move 
durante um determinado movimento.
Está correta a alternativa: 
a) I e III.
b) II e III.
c) III e IV.
d) IV e V.
e) II e V.
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A Teoria de Tudo
Ano: 2014
Sinopse: a história de Stephen Hawking é contada pela luz da genialidade e do 
amor que não vê obstáculos. Quando Jane conhece Stephen, percebe que está 
entrando para uma família diferente. Com grande sede de conhecimento, os 
Hawking possuíam o hábito de levar material de leitura para o jantar, ir à ópe-
ras e concertos e estimular o brilhantismo em seus filhos – entre eles aquele 
que seria conhecido como um dos maiores gênios da humanidade, Stephen. 
Diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) aos 21 anos, Hawking 
superou todas as expectativas dos médicos sobre suas chances de sobrevivência 
a partir da perseverança de sua mulher. Mesmo ao descobrir que a condição de 
Stephen apenas pioraria, Jane seguiu firme na decisão de compartilhar a vida 
com aquele que havia lhe encantado.
FILME
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CFTA - COMISSÃO FEDERATIVA DA TERMINOLOGIA ANATÔMICA. Terminologia Anatômica: ter-
minologia anatômica internacional. São Paulo: Manole, 2001.
DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia Humana sistêmica e segmentar. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2011.
DI DIO, L. J. A. Tratado de Anatomia Sistêmica Aplicada: princípios básicos e sistêmicos, esquelético, articular 
e muscular. 2. ed. Atheneu: São Paulo, 2002.
FREITAS, V. Anatomia conceitos e fundamentos. Porto Alegre: Artmed, 2004.
GRABINER, M. D.; GREGOR, R. J.; VASCONCELOS, M. M. Cinesiologia e anatomia aplicada. 7. ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 1991.
GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 12. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J.; ABRAHAMSOHN, P.; ZORN, T. M. T.; SANTOS, M. F.; GAMA, P. His-
tologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. 
KAHLE, W.; LEONHARDT. H.; PLATZER, W. Atlas de Anatomia Humana: com texto comentado e aplicações 
em Medicina, Reabilitação e Educaçã Física: Aparelho de Movimento. São Paulo: Editora Athene, 2006.
MIRANDA NETO, M. H.; CHOPARD, R. P. Anatomia humana: aprendizagem dinâmica. Maringá: Gráfica 
Editora Clichetec, 2014.
MOORE, K .L.; DALLEY, A. F.; AGUR, A. M. R.; ARAÚJO, C. L. C. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed. Rio 
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
NARCISO, M. S. Sobotta: atlas de anatomia humana: anatomia geral e sistema muscular. Rio de Janeiro: Gua-
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ROHEN, J. W.; YOKOCHI, C.; LÜTJEN-DRECOLL, E. Anatomia humana: atlas fotográfico de anatomia sistêmica 
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TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B.; WERNECK, A. L. Princípios de anatomia e fisiologia. 12. ed. Rio de 
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REFERÊNCIAS ON-LINE
1Em: <http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ArqMudi/article/view/24739/pdf_49>. Acesso em: 07 nov. 2018.
2Em: <http://www.afh.bio.br/sustenta/sustenta1.asp>. Acesso em: 07 nov. 2018.
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79
1. C.
2. C.
3. D.
4. A.
Falso. Embora a definição de músculo digástrico esteja correta, o músculo estilo-hioideo não é um exemplo. 
Exemplo correto seria o próprio músculo digástrico ou mesmo o músculo omo-hioideo.
Falso. Embora os exemplos dados estejam corretos, a classificação dos músculos como bíceps, tríceps 
ou quadríceps não considera o número de ventres musculares, mas sim o número de pontos de origem.
Verdadeira.
5. D.
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80
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