Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Apoio psicológico a mulheres em processo de luto por perda gestacional Silvana Teresinha Arend 1 Introdução: O luto gestacional é decorrente da perda do filho antes do nascimento, sendo considerado um luto não reconhecido pela sociedade. Ocorre que a percepção da gravidez só foi vivida pela mulher, sendo concreta apenas para si e não para as demais pessoas ao seu redor. Há uma desproporção entre a intensidade da vivência da mulher, que passou por sentimentos intensos após o resultado positivo do teste, vivenciou sintomas da gravidez e passou pela perda, e a percepção e envolvimento das outras pessoas. Esses fatores levam a um sentimento muito específico, resultado da pouca empatia das pessoas para com sua perda e da vivência silenciosa e recolhida dessa dor. Objetivo: Entender como se dá o luto em mulheres que sofreram perda gestacional para identificar a importância do apoio psicológico nesse processo. Método: Revisão bibliográfica. Resultados: Gerar um filho traz um sentimento de continuidade e quando morre um bebê ainda no útero, “morre” também a mãe e o projeto de família que se constituiria a partir do nascimento. De acordo com Iaconelli (2007), o senso comum não compartilha de uma perda gestacional e decorre que a mãe fica duplamente desamparada: pelo bebê e pelos adultos. Assim, pode ser gerado um sentimento de inadequação ou incompetência, inibindo a necessidade psicológica da mulher enlutada de expressar o luto para manter um comportamento socialmente aceito. É importante que a mulher encontre espaços onde possa manifestar sua dor, bem como sentir-se validada no seu sofrimento. Uma escuta psicológica sensível pode facilitar o contato com a realidade da perda e proporcionar esse espaço de expressão das emoções e dos sentimentos, favorecendo a elaboração do luto pelo filho perdido. É papel do psicólogo proporcionar acolhimento, permitindo à mulher que chore e reconheça o significado e importância da sua perda, numa atitude terapêutica essencial para o estabelecimento da confiança e vínculo paciente-terapeuta. Segundo Casellato (2018), é importante a atenção, a qualidade da escuta e o preparo do psicólogo, pois do contrário há possibilidade de causar mais sofrimento. Conclusão: Validar e reconhecer a perda, dar atenção e suporte à mulher constitui no auxílio fundamental a ser prestado pelos psicólogos, que desta forma ajudam na elaboração do luto pelo filho perdido. Palavras-chave: luto, perda gestacional, apoio psicológico REFERÊNCIAS: CASELLATO, G. Dor silenciosa ou dor silenciada? Perdas e lutos não reconhecidos por enlutados e sociedade. 3. ed. Niterói: PoloBooks, 2018. 160p. (Trabalho original publicado em 2005) FRANCO, M.H.P & POLIDO, K.K. Atendimento psicoterapêutico no luto. 1. ed. São Paulo: Zagodoni, 2014. 96p.; IACONELLI, V. Luto insólito, desmentido e trauma: clínica psicanalítica com mães de bebês. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, v.10, n.4, p.614- 1 Graduanda em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense 623, dez 2007; MUZA, J.C., SOUZA, E.N., ARRAIS, A.R., IACONELLI, V. Quando a morte visita a maternidade: atenção psicológica durante a perda perinatal. Revista Psicologia: Teoria e Prática. 15 (3), p.34-48, set-dez 2013; SALGADO, H. O. & POLIDO, C. B. A. Como lidar luto perinatal: acolhimento em situações de perda gestacional e neonatal. São Paulo: Lexema: Ema Livros, 2018. 127p. ¹ Graduação Psicologia pela Universidade Católica de Santos (UNISANTOS), SP. A ELABORAÇÃO DO LUTO EM CUIDADOS PALIATIVOS NA ONCOLOGIA: DA TEORIA À PRÁXIS Manuela Lopes Fernandes¹ Introdução: Os pacientes oncológicos e seus familiares vivenciam diversas reações diante o diagnóstico e adoecimento, tratamento do câncer, principalmente, quando se encontram fora das perspectivas curativas da doença. No contexto da Oncologia, os pacientes com câncer se beneficiam da oferta dos Cuidados Paliativos, em que um dos aspectos mais impactantes diante este cenário corresponde a elaboração do luto e suas implicações psicológicas diante o viver e a finitude, sendo o psicólogo um profissional de referência para lidar com estas questões. Objetivo: O presente estudo busca compreender quais fatores influenciam na elaboração do luto em pacientes oncológicos que recebem os Cuidados Paliativos e qual o papel do psicólogo neste contexto, realizando uma relação entre aspectos teóricos e a prática dos profissionais. Método: O método consiste em uma pesquisa exploratória qualitativa, que utiliza como instrumento a entrevista semiestruturada, realizada de forma online pela plataforma do Google Meets, com psicólogos que atuam em hospitais ou ambulatórios oncológicos com pacientes em Cuidados Paliativos. Resultados: Através da pesquisa foi possível compreender como os Cuidados Paliativos representam uma plataforma que visa o cuidado integral do paciente e sua família, especialmente, diante as demandas do luto neste contexto. A pesquisa também aponta a existência de fatores que influenciam este processo, tanto positivamente, no acolhimento e reconhecimento das demandas associadas às perdas, luto antecipatório e morte, como negativamente, na falta de preparação dos profissionais e sociedade em abarcar tais demandas, no discurso bélico presente no adoecimento pelo câncer e possível não reconhecimento dos lutos do paciente oncológico, influenciando na elaboração do luto. Conclusão: Por fim, assimila-se a importância da comunicação e educação acerca dos processos do luto, em que há um papel determinante do psicólogo neste contexto. Palavras-chave: Oncologia; Luto; Cuidados Paliativos; Psicologia Hospitalar REFERÊNCIAS BRAZ, M. S.; FRANCO, M. H. P. Profissionais paliativistas e suas contribuições na prevenção de luto complicado. Psicologia: Ciência e Profissão, São Paulo, Jan/Mar. 2017 v. 37 n°1, 90-105. Disponível em: <SciELO - Brasil - Profissionais Paliativistas e suas Contribuições na Prevenção de Luto Complicado Profissionais Paliativistas e suas Contribuições na Prevenção de Luto Complicado>. Acessado em: 18 set. 2021. CASELLATO, G. Luto não reconhecido: o fracasso da empatia nos tempos modernos. In. ___(Org.). O Resgate da Empatia: Suporte Psicológico ao luto não reconhecido. São Paulo: Summus Editorial, 2015. CARDOSO, É. A. O. et. al. Luto antecipatório/ preparatório em pacientes com câncer: análise de uma produção. Rev. SPAGESP, Ribeirão Preto, v. 19, n. 2, p. 110-122, 2018. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677- 29702018000200009&lng=pt&nrm=iso>. Acessado em: 18 set. 2021. CARVALHO, M. M. Psico-oncologia: história, características e desafios. Psicologia USP, São Paulo, 2002, Vol. 13, N°.l, 151-166. Disponível em: <SciELO - Brasil - Psico-oncologia: história, características e desafios Psico-oncologia: história, características e desafios>. Acessado em: 18 set. 2021. D’ALESSANDRO, M. P. S. et al. Manual de Cuidados Paliativos. São Paulo: Hospital Sírio-Libanês; Ministério da Saúde; 2020. 175p. Disponível em: <Manual- CuidadosPaliativos-vers--o-final.pdf (saude.gov.br)> Acessado em: 18 nov. 2021. DAMASCENO, L. M. S.; SILVA, P. G.; RAMOS, A. S. M. Potencialidades e limitações da coleta de dados através da pesquisa online. XVII SemeAd. Rio Grande do Norte, 2014. Disponível em:<http://sistema.semead.com.br/17semead/resultado/trabalhosPDF/1099.pdf> Acessado em: 22 maio 2021. FRANCO, M. H. P. Luto em cuidados paliativos. 4estações, 2008. Disponível em: <Visão histórica do estudo científico do luto (4estacoes.com)>. Acessado em: 18 set. 2021. FRANCO, M. H. P. O luto no século 21: uma compreensão abrangente do fenômeno – 1. ed. São Paulo: Summus, 2021. FONSECA, R.; CASTRO, M. M. A importância da atuação do psicólogo junto a pacientes de câncer: uma abordagem psico-oncológica.Psicologia e Saúde em Debate, 2016:2(Edição Especial): 54-72. Disponível em: <A IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO JUNTO A PACIENTES COM CÂNCER: uma abordagem psico- oncológica | Psicologia e Saúde em debate (dpgpsifpm.com.br)> Acessado em: 18 set. 2021. GEOVANINI, F.; BRAZ, M. Conflitos éticos na comunicação de más notícias em oncologia. Revista Bioética. São Paulo, v.21. n.3. 2013. GENEZINI. D. Assistência ao luto. In. CARVALHO, R. T.; PARSONS, H. A. (Org.) Manual de Cuidados Paliativos ANCP. 2.ed. São Paulo: s. n., 2012. Disponível em: < Manual de cuidados paliativos_ANCP.indd (cofen.gov.br)> Acessado em: 18 set. 2021. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 2010. HOLLAND, J. C. Psycho-Oncology: overview, obstacles and opportunities. Psycho- Oncology, 2018, VOL. 27: 1364–1376. Disponível em: <Psycho-oncology: Overview, obstacles and opportunities (researchgate.net)> Acessado em: 18 set. 2021. (Original de 1992). JÚNIOR, Á. L. C. O desenvolvimento da Psico-oncologia: implicações para a pesquisa e intervenção profissional em saúde. Psicologia: Ciência e Profissão [online]. 2001, v. 21, n. 2, pp. 36-43. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1414- 98932001000200005>. Acessado em: 18 set. 2021. KOVÁCS, M. J. A morte no contexto dos Cuidados Paliativos. In. Cuidado Paliativo. São Paulo: Cremesp, 2008. p.547-557. Disponível em: <CREMESP - Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo> Acessado em: 19 nov. 2021. KOVÁCS, M. J. Desenvolvimento da Tanatologia: estudos sobre a morte e o morrer. Paidéia, 2008, Universidade de São Paulo, São Paulo-SP, 18(41), 457-468. Disponível em: <SciELO - Brasil - Desenvolvimento da Tanatologia: estudos sobre a morte e o morrer Desenvolvimento da Tanatologia: estudos sobre a morte e o morrer> Acessado em: 18 nov. 2021. KOVÁCS, M. J. Sofrimento da equipe de saúde no contexto hospitalar: cuidando do cuidador profissional. O Mundo da Saúde, São Paulo, 2010; 34 (4): 420-429. Disponível em: < Sofrimento da Equipe de Saúde no Contexto Hospitalar: Cuidando do Cuidador Profissional (fiocruz.br)> Acessado em: 19 nov. 2021. KÜBLER-ROSS, E. Sobre a morte e o morrer. São Paulo: WMF Martins Fontes; 2005 MACIEL, S. C., ALVES, R. S. F. A arte. de cuidar: contribuições do psicólogo na equipe multiprofissional de cuidados paliativos. In. ANGERAMI, V. A. (Org.) E a Psicologia entrou no Hospital. Artesã Editora, Belo Horizonte, 2017. MATSUMOTO, D. Y. Cuidados paliativos: conceitos, fundamentos e princípios. In. CARVALHO, R. T.; PARSONS, H. A. (Org.) Manual de Cuidados Paliativos ANCP. 2.ed. São Paulo: s. n., 2012. Disponível em: < Manual de cuidados paliativos_ANCP.indd (cofen.gov.br)> Acessado em: 18 set. 2021. MENDLOWICZ, E. O luto e seus destinos. Àgora: Estudos em Teoria Psicanalítica, v. III n. 2 jul/dez 2000 87-96. Disponível em:< SciELO - Brasil - O luto e seus destinos O luto e seus destinos>. Acessado em: 18 set. 2021. MINISTÉRIO DA SAÚDE, INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (INCA). Estimativa 2020. Rio de Janeiro. 2020. Disponível em: < https://www.inca.gov.br/estimativa/introducao> Acessado em: 28 maio 2021. MINISTÉRIO DA SAÚDE, INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (INCA). O que é câncer? Rio de Janeiro. 2020. Disponível em: < https://www.inca.gov.br/o-que-e- cancer> Acessado em: 28 maio 2020. MINISTÉRIO DA SAÚDE, SECRETARIA DE ATENÇÃO ESPECIALIZADA À SAÚDE. Sistema de Informações Ambulatoriais. Brasília, 2019. Disponível em: <SISTEMA DE INFORMAÇÕES AMBULATORIAIS (inca.gov.br)> Acessado em: 18 set. 2021. MINISTÉRIO DA SAÚDE, SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE. Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenças crônicas nas redes de atenção à saúde e nas linhas de cuidado prioritárias. Brasília, 2013. Disponível em: <Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenças crônicas nas redes de atenção à saúde e nas linhas de cuidado prioritárias (saude.gov.br)> Acessado em: 18 set. 2021. MORAES, E. L.; BETOSCHI, J. R.; RODRIGUES, L. A. O médico Oncologista diante da dor e sofrimento de seus pacientes: o impacto do câncer e da proximidade da morte em sua subjetividade e relacionamentos pessoais. In. ANGERAMI, V. A. (Org.) E a Psicologia entrou no Hospital. Artesã Editora, Belo Horizonte, 2017. NETO, J. O.; LISBOA, C. S. M. Doenças associadas ao luto antecipatório: uma revisão de literatura. Psicologia, Saúde & Doenças, Lisboa, vol. 18, núm. 2, 2017, pp. 308- 321. Disponível em: <Redalyc.DOENÇAS ASSOCIADAS AO LUTO ANTECIPATÓRIO: UMA REVISÃO DA LITERATURA> Acessado em: 18 set. 2021. NUNES, L. V. O papel do psicólogo na equipe. In. CARVALHO, R. T.; PARSONS, H. A. (Org.) Manual de Cuidados Paliativos ANCP. 2.ed. São Paulo: s. n., 2012. Disponível em: < Manual de cuidados paliativos_ANCP.indd (cofen.gov.br)> Acessado em: 18 set. 2021. OLIVEIRA, L. C. Cuidados paliativos: Por que precisamos falar sobre isso? Revista Brasileira de Cancerologia, 2019; 65(4): e-04558. Disponível em: < Cuidados Paliativos: Por que Precisamos Falar sobre isso? | Revista Brasileira de Cancerologia (inca.gov.br)> Acessado em: 19 nov. 2021 ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE. As redes de atenção à saúde. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2011. 2ed. p. 549. Organização Eugênio Vilaça Mendes. Disponível em: < Redes_Atencao_Saude_Eugenio_2ed.PDF (paho.org)> Acessado em: 18 nov. 2021. SANTOS, G. C. B. F. Intervenção do profissional de saúde mental em situações de perda e luto no Brasil. Revista M., São Paulo, v. 2, n. 3, p. 116-137, jan./jun. 2017. Disponível em: <Intervenção do profissional de saúde mental em situações de perda e luto no Brasil | Revista M. Estudos sobre a morte, os mortos e o morrer (unirio.br)>. Acessado em: 18 set. 2021. SANTOS, P. A.; SERRALTA, F. B. Narrativas sobre o câncer: um estudo clínico- qualitativo em cuidados paliativos. Rev. SBPH, São Paulo, v. 22, n. 2, p. 301- 324, dez. 2019. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516- 08582019000300016&lng=pt&nrm=iso>. Acessado em: 28 maio 2021. SEBASTIANI, R. W.; OLIVEIRA, A. P. Atenção Psicológica interdisciplinar ao portador de doença crônica e sua família: impactos das transições epidemiológicas e demográficas. In. ANGERAMI, V. A. (Org.) E a Psicologia entrou no Hospital. Artesã Editora, Belo Horizonte, 2017. SILVA, L. S. G. Câncer de mama e visibilidade: narrativas autobiográficas no facebook. Rio de Janeiro. Dissertação (Mestrado) – Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde, Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde, 2019. SILVA, R. C. F.; HORTALE, V. F. Cuidados paliativos oncológicos: elementos para o debate de diretrizes na área. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 22(10):2055-2066, out, 2006. Disponível em: <SciELO - Brasil - Cuidados paliativos oncológicos: elementos para o debate de diretrizes nesta área Cuidados paliativos oncológicos: elementos para o debate de diretrizes nesta área>. Acessado em: 18 set. 2021. SILVA, M. J. P.; ARAÚJO, M. M. T. Comunicação em Cuidados Paliativos. In. CARVALHO, R. T.; PARSONS, H. A. (Org.) Manual de Cuidados Paliativos ANCP. 2.ed. São Paulo: s. n., 2012. Disponível em: < Manual de cuidados paliativos_ANCP.indd (cofen.gov.br)> Acessado em: 18 set. 2021. SILVA, B. C. A.; SANTOS, M. A.; CARDOSO, É. A. O. Vivências de familiares de pacientes com câncer: revisitando a literatura. Rev. SPAGESP, Ribeirão Preto, v. 20, n. 1, p. 140-153, jan. 2019. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677- 29702019000100011&lng=pt&nrm=iso>. Acessado em: 28 maio 2021. SCHMIDT, B.; PALAZZI, A.; PICCININI, C. A. Entrevistas online: potencialidades e desafios para coleta de dados no contexto da pandemia de COVID-19. REFACS, Uberaba, MG,v. 8, n. 4, p. 960-966, 2020. Disponível em: < http://seer.uftm.edu.br/revistaeletronica/index.php/refacs/article/view/4877>. Acesso em: 22 maio 2021. SONTAG, S. A doença como metáfora. Rio de Janeiro: Graal; 1984. SOUSA, J. R.; SANTOS, S. C. M. Análise de conteúdo em pesquisa qualitativa: modo de pensar e de fazer. Pesquisa e Debate em Educação, Juiz de Fora: UFJF, v. 10, n. 2, p. 1396-1416, jul.-dez.2020.ISSN 2237-9444. Disponível em:<https://periodicos.ufjf.br/index.php/RPDE/article/view/31559/22049> Acessado em: 22 maio 2021. Diálogos sobre perdas e lutos na escola: orientações para professores sobre o luto infantil Raissa Pinto Rodrigues1 Izadora Batista Custódio2 Laura Pagnan Condini3 Mariele Rodrigues Correa4 Introdução: Foram inúmeras as perdas, concretas e simbólicas, acarretadas pela pandemia de Covid-19. A ruptura com a rotina e com o convívio comunitário, a quebra do mundo presumido e o isolamento social levaram a diversos sofrimentos psíquicos. No âmbito escolar, o sistema remoto substituiu as aulas presenciais durante o isolamento e o retorno gradual ao convívio em grupo destacou dificuldades dos professores e da rede de educação em lidar com as perdas e lutos das crianças e também com seus próprios processos de enlutamento, considerando que além de perdas de entes queridos, também aconteceram mortes em comum nos espaços escolares. Objetivo: Pensando sobre a importância da reflexão e acolhimento da comunidade escolar, foram ofertados espaços de apoio e suporte aos professores da rede pública de ensino de uma cidade no interior de São Paulo, com o objetivo de trocar experiências e acolher as demandas relacionadas ao retorno presencial, além de sensibilizá-los em relação à educação para a morte e aos processos de luto. Metodologia: Através de contato realizado pela Secretaria Municipal de Educação, ocorreu divulgação para os docentes e funcionários da rede escolar interessados em participar dos encontros. Após inscrição de 40 participantes, foram realizados três encontros quinzenais com 2 horas de duração cada, por meio da plataforma Google Meet. Resultados: Contando com a mediação de duas alunas de psicologia e uma psicóloga, as atividades consistiram em orientações teóricas sobre o contexto cultural da morte, o processo de luto, as especificidades do luto infantil e um espaço de acolhimento para os professores falarem sobre suas próprias experiências e dificuldades com as perdas, tanto no âmbito pessoal quanto profissionalmente nas instituições escolares. Notou-se como a morte e o morrer se constituem como temáticas interditas através da dificuldade aparente em discutir sobre lutos e o papel da escola na conscientização, acolhimento e expressão de sentimentos. Os debates sobre luto na infância e adolescência sensibilizaram os participantes sobre o tema, auxiliando-os com situações que ocorriam no dia-a-dia. Conclusão: Entende-se a importância de espaços de acolhimento e reflexão com a comunidade escolar, da educação para a morte e o luto, em especial após tantas perdas 1 Psicóloga formada pela Universidade Estadual Paulista ‘Júlio de Mesquita Filho’ – UNESP. Atua nas áreas: clínica psicanalítica, envelhecimento e luto. Possui Formação em Psicologia Hospitalar, Psico- oncologia e Tanatologia. 2Psicóloga formada pela Universidade Estadual Paulista ‘Júlio de Mesquita Filho’ – UNESP. 3 Psicóloga formada pela Universidade Estadual Paulista ‘Júlio de Mesquita Filho’ - UNESP (2022). Atua na área de clínica psicanalítica, envelhecimento e luto. Desenvolve atividades junto à Universidade Aberta à Terceira Idade (UNATI) e realizou pesquisas na área de psicanálise, educação infantil, relações étnico-raciais, luto e luto infantil. 4 Psicóloga, Mestra e Doutora em Psicologia pela Universidade Estadual "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP). Professora dos cursos de Graduação e Pós-Graduação em Psicologia da UNESP, campus de Assis. Atua nas áreas de envelhecimento humano; processos de luto; finitude; clínica grupal. concretas e simbólicas durante a pandemia. Além disso, destaca-se a necessidade de trabalhar o conhecimento sobre os processos de luto, reconhecendo-as como ferramentas no auxílio da prática profissional nas instituições escolares e como forma de promover saúde mental para docentes, funcionários e alunos. Palavras-chave: Luto; Psicologia; Escola; Covid-19. REFEREÊNCIAS: FRANCO, M.H.P. O trabalho com pessoas enlutadas. In: CARVALHO, V.A; FRANCO, M.H.P.; KOVÁCS, M.J.; LIBERATO, R. P.; MACIEIRA, R.C.; VEIT, M.T.; GOMES, M.J.B.; BARROS, L.H.C. (org.) Temas em Psico-Oncologia. Summus. São Paulo, 2008. PEREIRA, M. D. et al. A pandemia de COVID-19, o isolamento social, consequências na saúde mental e estratégias de enfrentamento: uma revisão integrativa. Research, Society and Development, v.9, n.7, p. 1-35, 2020. QUADROS, L. C. T.; CUNHA, C. C.; UZIEL, A. P.. Acolhimento psicológico e afeto em tempos de pandemia: práticas políticas de afirmação da vida. Psicologia & Sociedade, v. 32, 2020. Análise sobre a morte e o luto na pandemia de COVID-19 Marita Pereira Penariol 1 Objetivo: Este trabalho tem por objetivo discorrer sobre as especificidades da morte e do luto na pandemia de COVID-19. Método: Trata-se de um estudo teórico, fundamentado nas interlocuções entre autores das Ciências Humanas e da Psicanálise. Apresentamos as transformações da morte, do morrer e do luto ao longo da história. Introdução: Na Idade Média, a morte era uma cerimônia pública, organizada pelo moribundo e seus familiares, vivenciada no âmbito doméstico, cujas manifestações de pesar eram coletivas e compartilhadas. A Idade Moderna caracterizou-se pela interdição da morte, esta que se torna feia, suja e inconveniente. Nesse sentido, analisamos o distanciamento social da morte, sua transferência para os hospitais, a terceirização dos cuidados com os doentes pelos profissionais de saúde e a delegação do trato do corpo-morto para as empresas funerárias. Reconhecemos que o surgimento do novo coronavírus e a doença dele decorrente implicaram em mudanças nos modos de viver e, inclusive, de morrer. Resultados: Diante disso, constatamos milhões de mortes súbitas, inesperadas, sua interdição total uma vez que elas ocorrem de modo isolado e solitário, geralmente nas Unidades de Terapia Intensiva, o impeditivo de realização de rituais funerários presenciais, a impossibilidade de visualização do corpo e materialização da morte, acontecimentos que representam fatores de risco para o desenvolvimento de um luto complicado. Além disso, sustentamos que o conceito de desmentido, na perspectiva de Ferenczi, potencializa o efeito traumatogênico do não reconhecimento do sofrimento relacionado às perdas pela doença em questão. Conclusão: Alertamos que esse fenômeno é fruto do negacionismo da doença, da minimização da dor e sofrimento dos enlutados por parte das autoridades e da população de modo geral, tornando a vivência do luto um processo ainda mais complexo. Apoio: CAPES. Palavras-chave: Pandemia de COVID-19; morte; luto; desmentido. REFERÊNCIAS: ARIÈS, P. O homem diante da morte. São Paulo: Editora Unesp, 2014. _____. História da morte no Ocidente: da Idade Média aos nossos tempos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2017. BUTLER, J. Judith Butler: O luto é um ato político em meio à pandemia e suas disparidades. [Entrevista concedida a] George Yancy. Carta Maior, 4 maio 2020. Disponível em: <https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Pelo-Mundo/Judith-Butler- 1 Psicóloga, mestre, doutoranda em Psicologia pelo Programa de Pós-graduação em Psicologia e Sociedade da Faculdade de Ciências e Letras de Assis (UNESP – Campus Assis/SP) e professora na Universidade Estadual do Centro-Oeste, UNICENTRO (Campus Santa Cruz – Guarapuava/PR), lotada no Departamento de Pedagogia. https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Pelo-Mundo/Judith-Butler-O-luto-e-um-ato-politico-em-meio-a-pandemia-e-suas-disparidades/6/47390O-luto-e-um-ato-politico-em-meio-a-pandemia-e-suas-disparidades/6/47390>. Acesso em: 7 set. 2021. FERENCZI, S. Confusão de língua entre os adultos e a criança. In: FERENCZI, S. Psicanálise IV. São Paulo: Martins Fontes, 1992. p. 97-106. (Trabalho original publicado em 1933). FRANCO, M. H. P. O luto no século 21: uma compreensão abrangente do fenômeno. São Paulo: Summus, 2021. FREUD, S. Psicologia de grupo e a análise do ego. In: FREUD, S. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Tradução de J. Salomão, Vol. 18, p. 77-154, 1996. Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1921). GONDAR, J. Ferenczi como pensador político. Cad. Psicanál. – CPRJ, Rio de Janeiro, v. 34, n. 27, p. 193-210, jul./dez. 2012. KOVÁCS, M. J. Morte e desenvolvimento humano. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1992. SILVA, J. F.; BLEICHER, T. Trauma na epidemia brasileira de covid-19: contribuições a partir de Lacan, Ferenczi e Kai Erikson. Revista Brasileira de Psicanálise, v. 54, n. 3, p. 95-106, 2020. VERDERY et al. Tracking the reach of COVID-19 kin loss with a bereavement multiplier applied to the United States. PNAS, v. 117, p. 30, p. 17695-17701, 2020. https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Pelo-Mundo/Judith-Butler-O-luto-e-um-ato-politico-em-meio-a-pandemia-e-suas-disparidades/6/47390 O papel do psicólogo no manejo do luto complicado na atenção básica Maria Samara Silva Santos1 Andreyna Nataly Nunes de Castro2 Everson Mateus dos Santos França3 Taciana Galindo Freitas4 Introdução: Diante das múltiplas possibilidades de atuação do Psicólogo na área da Saúde, o trabalho na Atenção Básica põe o profissional defronte a diversas demandas psicológicas e emocionais, entre as quais o processo de luto está incluído, sendo necessário que o olhar para os pacientes e seus familiares seja ampliado a fim de que o cuidado seja ofertado de maneira integral. Objetivo: Dessa maneira, é importante discutir sobre o papel do psicólogo nesse cenário, em especial nos casos em que existem demandas de luto complicado. Método: Para isso, foi realizada uma pesquisa bibliográfica da literatura nacional recente, disponível na biblioteca virtual Scielo. Resultados: Em primeiro lugar, é preciso considerar que, diferentemente do luto considerado normal, em que o indivíduo compreende e aceita a perda, sendo capaz de reorganizar a vida mesmo com as implicações da ausência, o luto complicado se configura em um prolongamento desse processo, marcado por prejuízos nas esferas psíquicas, cognitivas, emocionais e sociais do enlutado. Assim, é importante que o Psicólogo considere os significados atribuídos à perda do vínculo significativo, as implicações dessa perda na vida do enlutado e os novos papéis adquiridos, ou seja, é necessário que o Psicólogo considere o luto como ele é: um processo subjetivo. Mediante a análise da literatura encontrada, destaca-se que as intervenções do Psicólogo na Atenção Básica no suporte ao luto complicado pautam-se, principalmente, na identificação precoce de desordens prolongadas decorrentes do luto (possibilitada pela longitudinalidade do cuidado), reconhecimento dos fatores de risco para o desenvolvimento do luto complicado, avaliação psicológica, suporte emocional, acolhimento, escuta qualificada e psicoeducação sobre a morte como parte do ciclo vital. Conclusão: Ademais, é fundamental que os Psicólogos da Atenção Básica invistam em capacitações e atualizações sobre cuidados a pacientes enlutados e estimulem a participação e responsabilização dos demais membros da equipe multiprofissional no cuidado e acolhimento das demandas relacionadas ao luto. Palavras-chave: Atenção Básica, Atenção Primária à Saúde, Luto Complicado, Psicologia. 1 Graduanda em Psicologia - Centro Universitário Tiradentes (UNIT/AL), estagiária em Psicologia Clínica e acolhedora voluntária no Centro de Promoção de Saúde, Educação e Amor à Vida (CAVIDA). 2 Graduanda em Psicologia - Centro Universitário Tiradentes (UNIT/AL), estagiária em Psicologia Hospitalar, aluna extensionista e ligante. 3 Graduando em Psicologia - Centro Universitário Tiradentes (UNIT/AL) e estagiário em Psicologia da Saúde. 4 Graduanda em Psicologia - Centro Universitário Tiradentes (UNIT/AL) e estagiária em Psicologia Clínica. REFERÊNCIAS: SANCHES, I. P.; CARNEIRO, R. B.; VALENTIM, A. M.; LIMA, M. K. D. G.; OLIVEIRA, M. G. O papel da APS frente ao processo de luto pós COVID-19. Rev. APS, 2020. n. 23, p. 238. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/aps/article/view/33915/22637. Acesso em: 10 Fev. 2022. BRAZ, M. S. F.; PEREIRA, M. H. Profissionais Paliativistas e suas contribuições na prevenção de Luto Complicado. Psicologia: Ciência e Profissão [online]. 2017, v. 37, n. 1, p. 90-105. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1982-3703001702016. Acesso em: 10 Fev. 2022. SOUZA, G. M.; SANTOS, M. S.; ROMÃO, M. N. Possibilidades de atuação do profissional de psicologia nas Unidades Básicas de Saúde. Integración Académica en Psicología, 2020. v. 8, n. 22, p. 71-84. Disponível em: attachments/article/265/07%20Unidades%20de%20Salud%20GSouza%20MSales%20 MNascimento.pdf. Acesso em: 10 Fev. 2022. Psicologia e comunicação de más notícias em UTI: vivências em uma residência multiprofissional Bruna Suyane Fernandes Vilela1 Kieltriany Dgelhilainy Silva de Lima2 Introdução: Más notícias no contexto da terapia intensiva, geralmente estão relacionadas com um agravamento do quadro de saúde de um paciente, um prognóstico desfavorável, a iminência da morte e a própria comunicação de um óbito. São notícias que podem alterar drasticamente as perspectivas de futuro de um paciente e/ou seus familiares, além de impactá-los negativamente. A partir desta realidade, surge a necessidade de compreender como o adoecimento e a internação afetam a vida dos pacientes e de todo seu núcleo familiar. Nesse sentido, a comunicação empática e honesta fortalece a relação entre paciente, família e equipe multidisciplinar, possibilitando também o esclarecimento de dúvidas e o acolhimento das emoções desencadeadas pela má notícia. A atuação da psicologia neste cenário proporciona um espaço de escuta e validação do sofrimento vivenciado, assim como possibilita a realização de rituais de despedida e estímulos afetivos ao paciente. Objetivo: Diante disso, o objetivo deste estudo é relatar as experiências proporcionadas pela inserção em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) através da Residência Multiprofissional em Saúde (RMS), na perspectiva da psicologia. Método: Trata-se de um relato de experiência, no qual apresenta-se as vivências de psicólogas residentes em Intensivismo. Resultados: O acompanhamento realizado aos familiares e pacientes que adentram a UTI, demonstra que ao receber a notícia da transferência para este setor, sentimentos relacionados a tristeza e ao medo de perder a própria saúde/vida, assim como a possibilidades de perder um ente querido vem à tona. Quando acontece, de fato a morte de um paciente, a equipe entra em contato com o sofrimento desencadeado pela responsabilidade de transmitir a notícia aos familiares. Nessas circunstâncias, um vínculo adequado entre a equipe e a família, direciona os familiares para uma despedida do paciente ainda durante a sua hospitalização, auxiliando no início da elaboração do luto, em uma perspectiva antecipatória. Conclusão: Diante disso, é possível pensar nas possibilidades do fazer psicológico neste cenário, de modo a minimizar os impactos da má notícia, por meio do fomento às discussões sobre a qualidade da comunicação entre a tríade paciente-equipe-família. Palavras-chave: Psicologia. Terapia Intensiva. Comunicação de Más Notícias. REFERÊNCIAS: 1 Formada em Psicologia pela Universidade Federal de Rondônia (UNIR), pós-graduandaem Intensivismo na modalidade Residência Multiprofissional em Saúde pela Faculdade de Educação e Cultura de Vilhena (FAEV/UNESC). 2 Formada em Psicologia pela Associação Educacional de Cacoal/UNESC, pós-graduanda em Intensivismo na modalidade Residência Multiprofissional em Saúde pela Faculdade de Educação e Cultura de Vilhena (FAEV/UNESC). ARAÚJO, J. A.; LEITÃO, E. M. P.. A comunicação de Más Notícias: Mentira piedosa ou sinceridade cuidadosa. Revista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, Revista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, UERJ. 2012. FERREIRA, P. D.; MENDES, T. N. Família em UTI: Importância do suporte psicológico diante da iminência de morte. Revista da SBPH, v. 16, n. 1, p. 88-112, 2013. GIBELLO, J.; AMARINS, M. B. Comunicação de más notícias no contexto hospitalar. In: KERNKRAUT, Ana Merzel; SILVA, Ana Lúcia Martins da; GIBELLO, Juliana. O Psicólogo no hospital: da prática assistencial à gestão de serviço. São Paulo: Blucher, p. 145-160, 2017. GOBBI, M. B. Comunicação de más notícias: um olhar da Psicologia. Diaphora: Revista Da Sociedade De Psicologia Do Rio Grande Do Sul. Porto Alegre, v. 9 (1), jan/jun. 2020. SEBASTIANI, R. W. Atendimento Psicológico no Centro de Terapia Intensiva. In: ANGERAMI-CAMON, Valdemar Augusto. (Org.). Psicologia Hospitalar. Teoria e Prática. São Paulo: Pioneiras. p. 29-72. 1994. O cenário político que reverbera no processo de luto: relatos de um grupo de acolhimento online Bruna Rafaele Rodrigues Campos1 Júlia Batista de Mori2 Laura Pagnan Condini3 Raissa Pinto Rodrigues4 Mariele Rodrigues Correa5 Introdução: A pandemia de Covid-19 acarretou em impactos na saúde mental e na qualidade de vida da população a partir das diversas perdas simbólicas e concretas que ocorreram. Especificamente no Brasil, a disseminação de fake news, o descaso por parte do governo, o atraso na vacinação e no planejamento de estratégias efetivas para a diminuição do contágio são fatores que aumentaram o sentimento de desamparo e revolta das pessoas que perderam um ente querido pela doença. Objetivo: Tendo em vista o alto número de mortes e os processos de luto decorrentes da Covid-19, foram criados, como prática de estágio curricular de Psicologia da UNESP - Assis, grupos online de acolhimento psicológico a enlutados pela Covid-19, com objetivo de oferecer um espaço de acolhimento, compartilhamento, identificação e validação de sentimentos, angústias, histórias e experiências dos mesmos. Método: Integram os grupos cerca de 10 participantes previamente inscritos via formulário online e 4 estagiários mediadores que se encontram semanalmente, por 1h30, na plataforma Google Meet. Resultados: Através dos encontros, pode-se refletir e discutir os impactos da pandemia no luto, que é atravessado pelo descaso político, desamparo social, ausência de rituais de despedida, ambivalência em relação à imunização devido ao atraso nas vacinas e a sensação de não pertencimento diante de diversas experiências desrespeitosas e deslegitimadoras de seus lutos, seja no âmbito pessoal, político ou pela mídia. A criação dos grupos possibilitou um espaço seguro de elaboração, partilha e validação das vivências frente à perda dos participantes. Dentre várias questões abordadas e trazidas pelo grupo, se sobressaem os discursos de profunda revolta e tristeza em relação à deslegitimação das mortes por parte da presidência e ao desrespeito às normas de segurança, como uso de máscaras, acarretando ainda mais dor e indignação nos enlutados. Foi possível perceber que a experiência de enlutamento esteve fortemente atravessada pelo contexto social e político no Brasil. Conclusão: Desta forma, destacamos a relevância dessa prática não só em benefício dos participantes, que puderam elaborar seus sentimentos e dores em um ambiente acolhedor que contribui para a elaboração do luto, mas também na colaboração da temática, tão urgente na atualidade, na formação profissional dos estagiários. Além 1 Graduada em psicologia pela Universidade Estadual Paulista ‘Júlio de Mesquita Filho’ – UNESP/Assis (2022). Atua nas áreas: clínica psicanalítica, psicologia hospitalar, luto. 2 Graduanda em psicologia pela Universidade Estadual Paulista ‘Júlio de Mesquita Filho’ – UNESP/Assis. 3 Graduada em psicologia pela Universidade Estadual Paulista ‘Júlio de Mesquita Filho’ – UNESP/Assis (2022). Atua na área de clínica psicanalítica, envelhecimento e luto. 4 Graduada em psicologia pela Universidade Estadual Paulista ‘Júlio de Mesquita Filho’ – UNESP/Assis (2021). Atua n as áreas: clínica psicanalítica, envelhecimento e luto. 5 Graduada e Doutora em psicologia pela Universidade Estadual Paulista ‘Júlio de Mesquita Filho’ – UNESP/Assis. Professora dos cursos de Graduação e Pós-Graduação em Psicologia da UNESP/Assis. Atua nas áreas de envelhecimento humano, processos de luto, finitude, clínica grupal. disso, ressalta-se a necessidade de espaços que promovam a legitimação de experiências e o direito ao luto frente a um cenário negligente e negacionista que dificulta a elaboração da perda. Palavras-chave: Luto; Covid-19; Psicologia REFERÊNCIAS: FRANCO, M. H. P. Crises e desastres: a resposta psicológica diante do luto. O Mundo da Saúde, v. 36, n. 1, p. 54-58, 2012 FRANCO, M. H. P. O luto no século 21: Uma compreensão abrangente do fenômeno. Summus Editorial, 2021. MÉTRAUX, J. C. Lutos Coletivos e criação social. Editora UFPR, 2011. MAIA, B. et al. E os que ficam? Cartilha de orientações sobre o luto decorrente da morte de um ente querido no contexto da Covid-19. Padu Aragon. Araraquara, 2021. PARKES, C.M. Luto: Estudos sobre a perda na vida adulta (M.H.P. Franco, Trad). Editora Summus. São Paulo, 1998. PASCOAL, M. Trabalho em grupo com enlutados. Psicologia em Estudo, v. 17, n. 4, p. 725-729, 2012. IACONELLI, V. Luto insólito, desmentido e trauma: clínica psicanalítica com mães de bebês. Rev. latinoam. psicopatol. fundam., São Paulo , v. 10, n. 4, p. 614-623, dez. 2007 . QUADROS, L. C. T.; CUNHA, C. C.; UZIEL, A. P. Acolhimento psicológico e afeto em tempos de pandemia: práticas políticas de afirmação da vida. Psicologia & Sociedade, v. 32, 2020. SCHMIDT, B. et al. Saúde mental e intervenções psicológicas diante da pandemia do novo coronavírus (COVID-19). Estudos de Psicologia (Campinas), v. 37, 2020. VERZTMAN, J.; ROMÃO-DIAS, D. Catástrofe, luto e esperança: o trabalho psicanalítico na pandemia de COVID-19. Revista latinoamericana de psicopatologia fundamental, v. 23, p. 269-290, 2020. WORDEN, J. Aconselhamento do Luto e Terapia do luto: um manual para profissionais de saúde mental. 4 ed. Roca. São Paulo, 2013. Grupo de Acolhimento e Apoio no Processo de Luto por COVID-19 Ana Beatriz Santana Ferreira1 Laura Vitor dos Santos2 Marina Xavier Brandão3 Mariele Rodrigues Correa4 Introdução: A pandemia de Covid-19 causou a morte de mais de cinco milhões de pessoas em todo o mundo, sendo mais de 630 mil somente no Brasil; produzindo impactos sociais, econômicos, culturais e políticos, incluindo agravadores ao processo de luto, uma vez que a perda pelo vírus no contexto pandêmico se mostrou atravessada por vivências potencializadoras de sofrimento para os enlutados, dentre elas, limitações nos rituais de homenagem e despedidas, gerando a sensação de irrealidade perante a perda e dificuldades na sua elaboração. Objetivo: O projeto “Grupo de acolhimento psicológico a enlutados por Covid-19”, vinculado ao estágio “Envelhecimento e processos de subjetivação”, do curso de Psicologia da UNESP (Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”), campus de Assis, surgiu com o objetivo de acolher e prevenir o luto complicado e traumático. Com base em autores como Worden (2013), Parkes (2009) e Métraux (2011), o grupo teve como intuito fomentar um espaçoseguro, respeitoso e acolhedor, promovendo aos enlutados a possibilidade de compartilhar as experiências e validar seus sentimentos sem tabus e preconceitos, auxiliando no processo de simbolização e elaboração do luto. Método: Os encontros são realizados de forma online, semanalmente, com duração de 1h30, mediados pelos estagiários de psicologia. Participam pessoas de todo país com idade acima dos 18 anos e que perderam pessoas próximas pela Covid-19. A partir do uso de poemas, músicas, fotografias, perguntas direcionadas, dentre outros disparadores, foi possível que os participantes compartilhassem estratégias de enfrentamento para os diversos fatores que permeiam o luto. Resultados: Observamos que a impossibilidade de despedida, a falta de empatia e distanciamento por medo de infecção trouxeram uma estigmatização do luto pela covid. O impedimento de vivenciar e expressar a dor durante rituais como o velório, proporcionam a sensação de apagamento, não uma morte propriamente dita, quase um desaparecimento, como se o ente pudesse retornar com o fim da pandemia, dificultando a elaboração do luto e o processo de aceitação. Uma das necessidades atendidas durante o grupo foi a possibilidade de compartilhamento de histórias de quem se foi, como uma forma de humanizar quem se tornou número e provocar transformações de possíveis lutos complicados em ressignificação do vínculo com o ente falecido. Conclusão: O grupo possibilita a conexão entre enlutados que passam pela mesma situação, uma rede de apoio 1 Graduanda do quinto ano em Psicologia pela UNESP (Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”), campus de Assis; estagiária na ênfase "Envelhecimento e Processos de Subjetivação”. 2 Graduanda do quinto ano em Psicologia pela UNESP (Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”), campus de Assis; estagiária na ênfase "Envelhecimento e Processos de Subjetivação”. 3 Graduanda do quinto ano em Psicologia pela UNESP (Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”), campus de Assis; estagiária na ênfase "Envelhecimento e Processos de Subjetivação”. 4 Psicóloga, Mestra e Doutora em Psicologia pela UNESP (Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”). Docente dos cursos de graduação e pós-graduação em Psicologia da UNESP, campus de Assis. e de empatia com compartilhamento de memórias, sentimentos e formas de enfrentamento dos diversos atravessamentos do luto por Covid-19. Palavras-chave: grupo, acolhimento, luto, covid-19, rituais. REFEREÊNCIAS: METRAUX, Jean Claude. Lutos coletivos e criação social. 1° Ed. Editora Ufpr. 2011. Parkes, Colin.M- Amor e Perda: as raízes do luto e duas complicações. - 1° Ed. Summus Editorial. 2009. Worden,J. William. Aconselhamento do Luto e Terapia do Luto: Um manual para Profissionais da Saúde Mental. - 4°Ed. Brasil. editora Rocca. 2013. ¹Graduada em Psicologia pela UNIFACIMED (2021). E-mail: pomaroli.facimed@gmail.com. ²Graduação em Psicologia pela UNESC (2015). Pós-graduado em Psicoterapia Comportamental e Análise do Comportamento Aplicada – ABA (2021). E-mail: tiagojoseantoniosantos@gmail.com. INTERVENÇÕES PSICOTERAPÊUTICAS COM CLIENTE ENLUTADA FUNDAMENTADAS A PARTIR DA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO Jéssica de Oliveira Pomaroli Moreira¹ Tiago José Antonio Santos² Introdução: Diante da perda de um familiar, as contingências reforçadoras vigentes na vida do indivíduo alteram-se. Compreende-se que é natural que a morte provoque grandes mudanças comportamentais em sua vida. O luto é um conjunto de respostas da interação com meio, pode-se analisar a contingência considerando o vínculo e a perda como estímulos antecedentes, já as respostas frente ao luto são considerados comportamentos e o sofrer e a adaptação como consequências. Objetivo: O presente estudo de caso tem por objetivo relatar experiência clínica com uma cliente enlutada, de 50 anos, do sexo feminino, residente no município de Cacoal/RO. A cliente perdeu a mãe no ano de 2020, e relata angústia recorrente pela manhã, acompanhada de episódios de choro, além de dificuldades em confrontar elementos que recordem sua progenitora. Método: Utilizou- se da Análise do Comportamento Aplicada (ABA) como abordagem clínica. E a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) como modalidade terapêutica. Resultados: Estás abordagens possibilitaram uma visão contextual de eventos privados, não focando o controle ou a modificação deles, por meio da audiência não punitiva, de exercícios de mindfulness, análises funcionais, a dessensibilização sistemática, atividades de autoconhecimento, o uso de reforçamento diferencial de outras respostas, práticas de auto aceitação, também utilizou-se do relaxamento autógeno. Conclusão: As queixas sinalizadas no início do processo terapêutico, como, crises de choro frequente; quadro de luto problemático; relacionamento deficitário com as irmãs e com o esposo, foram trabalhados em setting e houve a remissão desses comportamentos-alvos, através de generalizações, dessensibilização sistemática, contra condicionamentos e reforçamento diferencial de outras respostas, culminando assim na alta terapêutica da cliente. Palavras-chave: Luto. Análise do Comportamento. Caso Clínico. REFERÊNCIAS: DE-FARIAS, A. K. C. R.; FONSECA, F. N.; NERY, L. B. Teoria e formulação de casos em análise comportamental clínica. Artmed. Porto Alegre, 2018. NASCIMENTO, D. C. do; NASSER, G. M.; AMORIM, C. A. de A.; PORTO, T. H.. Luto: uma perspectiva da terapia analíticocomportamental. Psicologia Argumento, [S.l.], v. 33, n. 83, nov. 2017. ISSN 1980-5942. NETTO, J. V. G.. AS FASES DO LUTO DE ACORDO COM ELISABETH KÜBLER- ROSS. IX EPCC – Encontro Internacional de Produção Científica UniCesumar Nov. 2015, n. 9, p. 4-8. ISBN 978-85-8084-996-7. mailto:pomaroli.facimed@gmail.com mailto:tiagojoseantoniosantos@gmail.com Suporte psicológico a familiares em Luto Antecipatório Bruna Gabriela Macedo Moura1 Jéssica Adryanne Costa Silva2 Yasmin de Melo Silva3 Lêda Maria de Carvalho Ribeiro Holanda4 Introdução: O processo de luto é compreendido como um conjunto de reações e emoções motivadas por uma perda significativa, seja a morte, o afastamento ou abandono de algo ou alguém com quem o sujeito possui vínculo. É abordado principalmente no contexto posterior à morte, abrangendo sentimentos e comportamentos frequentemente encontrados em pessoas que tentam suportar e aceitar a perda. Em contrapartida, o termo luto antecipatório descreve o fenômeno do enlutamento vivenciado pela previsibilidade da morte, seja por doenças ou situações perigosas e ameaçadoras da vida. Diante disso, para lidar com a possível perda e enfrentar os aspectos que contribuem para o sofrimento, antes e depois do óbito, a atuação do psicólogo se faz necessária para atender as demandas e fornecer suporte aos enlutados, minimizando a probabilidade de um luto patológico. Essa assistência é fornecida por uma equipe interdisciplinar, na qual o profissional da psicologia deve proporcionar um ambiente de acolhimento e empatia, através da escuta qualificada e da comunicação efetiva entre paciente, família e equipe. Objetivo: O trabalho teve como objetivo compreender a relação entre os impactos do luto antecipatório e a necessidade de suporte psicológico em familiares de pacientes em risco iminente, estado grave ou terminal. Métodos: Foi realizada uma revisão da literatura nas bases de dados Scielo, BVS e Lilacs, utilizando-se como critérios de inclusão artigos publicados entre 2012 e 2022, no idioma português, e que atendam aos descritores “luto antecipatório", “familiares” e "suporte psicológico". Resultados: Verificou-se que o luto antecipatório ocorre especialmente em casos com longas internações, como um mecanismo de enfrentamento que se assemelha ao luto pós-morte; e que o sofrimento psíquico dianteda morte iminente é inevitável, o que contribui para níveis preocupantes de morbilidade psicológica nesse grupo, que vivencia a ambivalência de sentimentos, oscilando também entre momentos de esperança, como parte das dimensões emocionais presentes nesse tipo de luto. Por outro lado, o luto antecipatório pode facilitar ou encurtar o processo de luto após a morte, pois quando há validação e acompanhamento com profissionais capacitados, este pode representar um fenômeno favorável de enfrentamento. Conclusão: É necessário um suporte psicológico aos familiares, minimizando a probabilidade de um luto patológico. E o paradigma do cuidado centrado no doente deve ser substituído pelo cuidado centrado no sistema familiar, rompendo 1 Acadêmica de Psicologia da Universidade Estadual do Piauí – UESPI/ Campus Torquato Neto – CCS. Teresina, Piauí. Brasil. 6° período de psicologia, monitora do Catavento Instituto. brunamoura@aluno.uespi.br 2 Acadêmica de Psicologia da Universidade Estadual do Piauí – UESPI/ Campus Torquato Neto – CCS. Teresina, Piauí. Brasil. 5° Período de psicologia, Experiência em acompanhamento terapêutico. jacsilva@aluno.uespi.br 3 Acadêmica de Psicologia da Universidade Estadual do Piauí – UESPI/ Campus Torquato Neto – CCS. Teresina, Piauí. Brasil. 5° Período de psicologia, estagiária do Caps em Piripiri-PI. ymelo907@gmail.com 4 Psicóloga. Profª Drª da Universidade Estadual do Piauí – UESPI/ Campus Torquato Neto – CCS. Teresina, Piauí. Brasil. ledamaria@ccs.uespi.br com a abordagem biomédica e se aproximando de uma abordagem biopsicossocial, considerando o conceito de dor total, seja ela psíquica, emocional, espiritual, social ou física. Palavras-chave: Luto antecipatório; familiares; suporte psicológico. REFERÊNCIAS: AREIA, N.; MAJORE, S.; FONSECA, G.; OLIVEIRA, V.; RELVAS, A. P. Prevalência e preditores de morbilidade psicológica nos familiares de doentes oncológicos terminais. Psic., Saúde & Doenças, Lisboa , v. 21, n. 1, p. 169-175, abr. 2020 . Disponível em <http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645- 00862020000100025&lng=pt&nrm=iso>. [Acessado 10 Fevereiro 2022] https://doi.org/10.15309/20psd210125. FLACH, K.; LOBO, B. O. M.; POTTER, J. R.; LIMA, N. S. O luto antecipatório na unidade de terapia intensiva pediátrica: relato de experiência. Rev. SBPH, Rio de Janeiro, v.15, n.1, p. 83-100, jun. 2012. ISSN 1516-0858. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516- 08582012000100006&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 10 fev. 2022. KREUZ, G.; & TINOCO, V. (2016, janeiro). O luto antecipatório do idoso acerca de si mesmo – Revisão Sistemática. Revista Kairós Gerontologia, 19 (N.o Especial 22, “Envelhecimento e Velhice”), pp. 109-133. ISSNe 2176 - 901X. São Paulo (SP), Brasil: FACHS/NEPE/PEPGG/PUC -SP. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/brasil/resource/pt/psi-71046 [Acessado 10 Fevereiro 2022] MADEIRA, T. S.; OLIVEIRA-CARDOSO, E. A.; SANTOS, M. A. Luto Antecipatório do cuidador familiar. ESTUDOS INTERDISCIPLINARES EM PSICOLOGIA. Londrina, v. 11, n. 2, p. 167-197, ago. 2020. Disponível em: DOI: 10.5433/2236-6407.2020v11n2p167 [Acessado 10 Fevereiro 2022] MONTEIRO, M. C.; MAGALHÃES, A. S.; MACHADO, R. N. A Morte em Cena na UTI: A Família Diante da Terminalidade. Trends in Psychology [online]. 2017, v. 25, n. 3 [Acessado 10 Fevereiro 2022], pp. 1285-1299. Disponível em: <https://doi.org/10.9788/TP2017.3-17Pt>. ISSN 2358-1883. [acessado 10 fev. 2022] NETO, J. O.; LISBOA, C. S. M. Doenças associadas ao luto antecipatório: uma revisão da literatura. Psic., Saúde & Doenças, Lisboa , v. 18, n. 2, p. 308-321, ago. 2017 . Disponível em < https://doi.org/10.15309/17psd180203.>. [acessado 10 fev. 2022] VICENSI, M. C. Reflexão sobre a morte e morrer na UTI: a perspectiva do profissional. Revista Bioética [online]. 2016, v.24, n.1, pp. 64-72. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1983-80422016241107>. ISSN 1983-8034. https://doi.org/10.1590/1983-80422016241107. [Acessado 9 Fevereiro 2022] https://doi.org/10.15309/17psd180203 Um olhar sobre os fatores de risco e de proteção no luto do idoso e na viuvez na velhice. Daniel Moraes de Oliveira1 Patrícia Mafra de Amorin2 Introdução: A perda de pessoas queridas é, usualmente, uma experiência dolorosa, mesmo que o ente querido esteja doente há algum tempo. No luto observa-se uma desorganização emocional e no idoso podem ocorrer distúrbios da alimentação, do sono, manifestações somáticas, sintomas depressivos e de ansiedade. A viuvez na velhice torna- se um desafio emocional, remetendo não apenas a perda do companheiro, mas uma ruptura nos significantes da vida do sobrevivente. Emerge assim, a necessidade de reflexão constante sobre o enlutamento de uma população que cresce exponencialmente. Objetivo: Refletir os fatores de risco e de proteção da população idosa frente ao luto, e assim compreender as estratégias de enfrentamento da perda na velhice. Método: Concatenar em revisão bibliográfica de literatura os estudos publicados na última década, sob consulta de livros, dissertações e artigos científicos disponíveis nas bases de dados Scielo, BVS Psi, PePsic através das palavras-chave luto na terceira idade, luto, viuvez na velhice. Resultados: Em casamentos de longa data, a morte do cônjuge pode deixar um enorme vazio, mesmo quando o casamento não foi satisfatório – é a perda de um companheiro de muitos anos de partilha, experiência conjunta e interdependência. Também, um novo sentido à identidade é gerado pelo estado civil vigente, que não poucas vezes desprotege e estigmatiza como o idoso que está só. Além disso, os idosos comumente vivenciam situações que podem sobrecarregar o luto, tais como os problemas financeiros e as doenças graves. Como fatores protetivos, destacam – se a existência de um sólido suporte social: família, amigos ou vizinhos, também, acompanhamento de voluntários e outros cuidadores formais, desde que desejados e percebidos como relevantes pelos idosos. A espiritualidade/religiosidade é amplamente considerada como um recurso emocional para lidar com o luto na população idosa. A história de vida, sabedoria e experiência acumulada será maior que a dos mais jovens e isso influenciará a vivência da morte e o ajustamento que fazem na perda do cônjuge. Conclusão: As estratégias de enfrentamento podem suavizar o impacto de eventos negativos advindos do luto, bem como facilitar a aceitação de perdas e orientar para a busca de um sentido para a vida. O suporte social e as práticas religiosas sobressaem como recursos relevantes no apoio ao idoso enlutado. Palavras-chave: Luto na terceira idade, luto, viuvez na velhice. REFERÊNCIAS: 1 Graduando em Psicologia pela Faculdade Anhanguera. Pós graduando em psicopatologia e saúde mental pelo CEPPS – Centro de Estudos e Pesquisa em Psicologia e Saúde. 2 Graduação em Psicologia pela UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais. Mestre em estudos psicanalíticos pela UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais. Doutoranda em Psicologia clínica pela USP – Universidade do Estado de São Paulo. ALMEIDA FILHO, N.; ROUQUAYROL, M. Z. Introdução à Epidemiologia. 4 ed. Guanabara Koogan, 2006. KOVÁCS, M.J.. Desenvolvimento da Tanatologia: estudos sobre a morte e o morrer. Paidéia (Ribeirão Preto), v. 18 , n. 41, p. 457-468. Ribeirão Preto, 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/paideia/v18n41/v18n41a04.pdf> DOI: 10.1590/s0103-863x2008000300004. OLIVEIRA, J.B.A.; LOPES, R.G.C. O Processo de Luto no Idoso pela morte de cônjuge e filho. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 13, n. 2, p. 217-221, abr./jun, 2008. PARKES, C.M. Luto: Estudos Sobre a Perda na Vida Adulta. São Paulo: Summus, 1998. 291 p. A atuação dos profissionaisde saúde frente à possibilidade do suicídio: relato de experiência Letícia Maria Castelo Branco Moraes1 Welly Tailon Batista da Silva2 Paula Gomes Sena3 Anna Clara Brito Justa4 Talia Ramos de Oliveira5 Introdução: O suicídio consiste na ação realizada pelo próprio sujeito, cuja intenção consciente é a morte, mesmo que ambivalente, podendo se expressar através de ideações, tentativas ou no ato consumado. Sendo um fenômeno multifatorial e uma questão de saúde pública, que demanda e atravessa os profissionais e suas atuações. Objetivo: O objetivo do presente trabalho é discutir a temática acerca da atuação dos profissionais de saúde frente à possibilidade do suicídio. Método: O relato refere-se a experiência de um estágio acadêmico em uma clínica escola, com pacientes com histórico de tentativa de suicídio e ideação suicida elevada, sendo realizadas reflexões a partir do aporte teórico, correlacionando-as com a experiência exitosa vivenciada no âmbito da graduação em Psicologia. Resultados: Dessa forma, a acadêmica observou durante os atendimentos sentimentos de preocupação, apreensão, receio na perda da vinculação pelos protocolos clínicos de quebra de sigilo. Esta, deparou-se com sua impotência, com questionamentos em torno da responsabilidade pelo paciente, lidando com a imprevisibilidade, com as mudanças e a urgência. Com isto, procurou-se construir uma postura de acolhimento, compreensão empática, criatividade e reinvenção, abertura à experiência dos pacientes com confiança neles e em si própria, evitando cobranças para ter respostas em tudo ou tomar decisões pensando saber o que seria melhor para eles. Assim, na construção desse lugar enquanto profissional, a acadêmica foi aprendendo a não interferir nas respostas dos pacientes, permitindo que eles mesmos pudessem encontrá-las, caminhando com eles na busca de recursos de enfrentamento que fizessem sentido à sua experiência pessoal, vivenciando em conjunto um processo de mudanças, resultando em uma experiência potente de encontro com o humano e seu sagrado. Conclusão: Tudo isto, corrobora com os achados na literatura que explanam sobre o lugar do profissional de saúde, a permissão social e de si mesmo para vivenciar as questões que emergem no encontro com o outro. Dessa forma, a atuação nesse âmbito demonstra a importância do autocuidado e dos espaços de formação pessoal em sua trajetória formativa, para que um cuidado de qualidade seja ofertado, sem a desvinculação do que é humano em si e no outro. Palavras-chave: Profissionais de saúde; Suicídio; Experiência Acadêmica. 1 Graduanda em Psicologia pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) 2 Graduando em Psicologia pelo Centro Universitário Ateneu 3 Graduanda em Psicologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) 4 Graduanda em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC) 5 Graduação em Psicologia pela União Metropolitana de Educação e Cultura (UNIME) REFERÊNCIAS: ABP – Associação Brasileira de Psiquiatria. Suicídio: informando para prevenir. Brasília: CFM/ABP, 2014. BOTEGA, N. J. Crise suicida: avaliação e manejo. Porto Alegre : Artmed, 2015. 291 p. CASELLATO, G. O resgate da empatia [recurso eletrônico] : suporte psicológico ao luto não reconhecido. São Paulo: Summus Editorial, 2015. MIRANDA, C. F. de; MIRANDA, M. L. de. Construindo a relação de ajuda. 2ª ed. Belo Horizonte: Editora Crescer, 1983. 204 p. FUKUMITSU, K. O.. O psicoterapeuta diante do comportamento suicida. Psicologia USP [online]. 2014, v. 25, n. 3 [Acessado 18 Fevereiro 2022] , pp. 270-275. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0103-6564D20140001>. ISSN 1678-5177. https://doi.org/10.1590/0103-6564D20140001. ZANA, A. R. de O.; KOVACS, M. J. O Psicólogo e o atendimento a pacientes com ideação ou tentativa de suicídio. Estud. pesqui. psicol., Rio de Janeiro , v. 13, n. 3, p. 897-921, dez. 2013 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808- 42812013000300006&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 18 fev. 2022. CUIDADOS PALIATIVOS E A COMPREENSÃO DO LUTO EM PACIENTES ONCOLÓGICOS DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19 Brendha Costa de Sá 1 Gleiton Nunes de Azevedo 2 Introdução: Cuidados paliativos são uma assistência realizada por uma equipe multidisciplinar, que consiste na proposta de melhorar a qualidade de vida do paciente e de seus familiares diante de uma doença que oferece risco à vida. O luto é um processo subjetivo, dinâmico e singular, que não possui uma ordem definida ou um processo linear. Objetivo: Analisar a atenção em cuidados paliativos compreendendo a presença do luto antecipatório em pacientes com câncer, no decorrer da pandemia de Covid-19. Método: Trata-se de uma revisão de literatura, realizada através de artigos em bibliotecas eletrônicas (Scielo, Pepsic, Google Acadêmico), notícias, livros e sites como o Instituto Nacional de Câncer (INCA) e a Organização Mundial da Saúde (OMS). Resultados: Em pacientes com câncer avançado, a presença da dor gera sentimento de impotência e angústia, e 80% dessas pessoas acabam vivenciando esse sofrimento no decorrer da progressão da doença. O processo de luto tem início já na etapa diagnóstica e se organiza em torno das perdas relacionadas aos aspectos concretos que são mobilizados (perda da saúde, hospitalização, afastamento do cotidiano habitual, alterações da imagem corporal), juntamente com os aspectos subjetivos (perda do senso de controle, segurança e autonomia, déficit de autoestima, angústia). Conclusão: As preocupações de quem continua o tratamento oncológico são somadas às envolvidas com a pandemia. Além das perdas de colegas que acompanham junto às terapias oncológicas, há também altas taxas de mortalidade de pessoas não imunossuprimidas próximas em razão das altas taxas de infecção no ambiente hospitalar. O luto não pode ser generalizado, pois esse processo consiste em um ciclo de adaptações, podendo o paciente com câncer vivenciar ou não, uma série de comportamentos como respostas à tomada de consciência do diagnóstico. Palavras-chave: Cuidados Paliativos. Oncologia. Pandemia. Luto. Covid 19. REFERÊNCIAS: 1 Graduada em psicologia pelo Centro Universitário Alfredo Nasser (Unifan-GO). 2 Docente; psicólogo (PUC-GO); Mestre e Doutor em Ciências do Comportamento pela UnB; atua como professor e pesquisador efetivo na UniFan. Experiência em aprendizagem por controle de estímulos; macrocontingências, comportamento de escolha, comportamento do consumidor, economia comportamental, música e práticas culturais. BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Cuidados paliativos oncológicos: controle da dor. - Rio de Janeiro: INCA, 2002. CARDOSO, E. A. O.; SANTOS M. A. Luto antecipatório em pacientes com indicação para o Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas. Ciência & Saúde Coletiva, v. 18, n. 1, p. 2567-2575, 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/3kysPKtP97QCLSp7vGgzzMQ/abstract/?lang=pt. Acesso em: 19 nov, 2021. OLIVEIRA, D. R. Terapia do Luto: contribuições e reflexões sob a perspectiva da Análise do Comportamento. 44f. Monografia (Especialização em Terapia comportamental: teoria e prática) – Hospital Universitário da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014. Disponível em: https://www.academia.edu/7455245/Terapia_do_Luto_contribui%C3%A7%C3%B5es_ e_reflex%C3%B5es_sob_a_perspectiva_da_An%C3%A1lise_do_Comportamento. Acesso em: 19 nov, 2021. PIRES, L; et al.. O mapa do coronavírus: como aumentam os casos dia a dia no Brasil e no mundo. El País, Brasil, 16 mar. 2021. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2020/03/12/ciencia/1584026924_318538.html. Acesso em: 03 mar, 2021. WORDEN, J. William. Aconselhamento do Luto e Terapia do luto: um manual para profissionais da saúde mental. 4.ed. São Paulo: Roca, 2013. p. 5-14. WORLD HEALTH ORGANIZATION. National cancer control programmes: policies and managerial guidelines. 2. ed. Geneva, 2002. CLUBE DO LUTO: PROJETO DE DISCUSSÃO ACERCA DA TEMÁTICA DO LUTO ENTRE ACADÊMICOS DA ÁREA DA SAÚDE DA UNICESUMAR CURITIBA Lara Fernanda de Lima1 Adriana Chiquetto da Gama2 Aline Sipião Pereira3 Matheus Silveira de Amorim4 Introdução: O luto deve ser compreendido como um processo natural na vida de qualquer pessoa. Apesar disso, ele ainda é um tabu e há uma tendência de evitá-lo a todo custo. O ”Projeto Clube do Luto” foi criado a partir da proposta acadêmica de intervenção em grupos, como resposta a uma lacuna no tocante à apresentação do tema na grade curricular dos cursos da área de saúde. Os autores do presente trabalho realizaram pesquisas em fontes bibliográficas, entrevistas com profissionais que atuam direta e indiretamente na área e também com enlutados. Nesse contexto foi possível identificar um ponto de convergência - carência de se abordar o luto no ambiente acadêmico, fazendo com que profissionais cheguem ao mercado de trabalho despreparados para atender esse tipo de demanda. Objetivo: Mobilizar discussões, reflexões e gerar conhecimento acerca da temática do luto, e de assuntos relacionados, a partir da apresentação de pressupostos teóricos e da realização de atividades vivenciais, Método: Serão realizados 9 encontros de grupo, com periodicidade semanal e com duração aproximada de 1 hora e 30 minutos. Serão ofertadas 12 vagas a cada rodada do projeto. Essa formatação foi escolhida pensando na interação entre os indivíduos, de maneira que as participações sejam efetivas, mesmo que num curto espaço de tempo. O grupo será do tipo fechado com o intuito de oferecer um ambiente seguro aos participantes, e também devido à característica de continuidade das ações programadas. Cada encontro possui um tema específico, a saber: 1) Tanatologia, Luto e Comunicação de Notícias Difíceis; 2) Você Está Preparado para Enfrentar seus Próprios Lutos e o de Seus Pacientes/Clientes?; 3) Lutos Não Reconhecidos; 4) Luto Antecipado; 5) Luto e Espiritualidade; 6) Luto por Covid19; 7) Luto por Suicídio; 8) Luto Traumático e 9) Luto Parental. Resultados: Destaca-se que o projeto ainda não foi executado – previsão de início em março de 2022. Até o momento foi realizado apenas um encontro piloto com alunos de graduação em Psicologia, em que foi possível constatar interesse genuíno dos acadêmicos, no que diz respeito ao tema, e taxas importantes de participação nas vivências propostas – 100% de adesão. Conclusão: O “luto” é extremamente amplo e complexo. Desta forma, a discussão do tema não se 1 Terapeuta Ocupacional (UFPR), pós-graduada em Análise Aplicada do Comportamento (CBI of Miami), Pós-graduanda em Terapia Cognitivo Comportamental (Artmed/PUC-PR), cursando Formação em Terapia Baseada em Processos (DíadeLab) e Psicoterapia do Luto (Guardachuva – Psicologia, Tanatologia e Psicoterapia do Luto) e acadêmica do 4º ano do curso de Psicologia (Unicesumar Curitiba). 2 Nutricionista (UniBrasil), Psicanalista (Clínica Vidya), docente de culinária vegetariana e acadêmica do 4º ano do curso de Psicologia (Unicesumar Curitiba). 3 Acadêmica do 4º ano do curso de Psicologia (Unicesumar Curitiba). 4 Acadêmico do 4º ano do curso de Psicologia (Unicesumar Curitiba). esgota somente pelos tópicos propostos nesse projeto, sendo necessário um esforço das instituições de ensino e das categorias profissionais para incluí-lo no rol de disciplinas dos cursos de graduação em saúde. Palavras-chave: luto, grupos, graduação, saúde. REFEREÊNCIAS: BASSO, L. A.; WAINER, R. Luto e perdas repentinas: contribuições da Terapia Cognitivo-Comportamental. Revista Brasileira de Terapia Cognitiva. v. 7, n. 1, p. 35- 43, Rio de Janeiro, 2011. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808- 56872011000100007&lng=pt&nrm=iso. BENEDETTI, G. M. dos S. et al. Significado do processo morte/morrer para os acadêmicos ingressantes no curso de enfermagem. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 34, p. 173-179, 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rgenf/a/sdjSq5LrSXMjVNrVxHVGvhx/?lang=pt DE SOUZA, J. C. P. O luto na velhice: estudo sobre como os idosos superam este evento. A Saúde Mental do Amazônida em Discussão. 1 ed. Poisson. Belo Horizonte, 2020. Disponível em https://www.poisson.com.br/livros/individuais/Saude_Amazonida/. GREFF, A. P. et al. Saúde mental e atenção psicossocial na pandemia COVID-19: suicídio na pandemia COVID-19. Fiocruz. Rio de Janeiro, 2020. Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/41420. JUNQUEIRA, M. H. R.; KOVÁCS, M. J. Alunos de Psicologia e a educação para a morte. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 28, n. 3, p. 506–519, 2008. Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-8932008000300006. KOVÁCS, M. J. Educação para a morte. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 25, n. 3, p. 484–497, 2005. Disponível em https://www.scielo.br/j/pcp/a/SkwBgq7Xm8GLKJpQxmMMpDh/?lang=pt. OLIVEIRA, E. A cada morte por coronavírus, seis a dez pessoas são impactadas pela dor do luto, dizem especialistas. G1, 2021. Disponível em: https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/20 20/05/01/a-cada-morte-por- coronavirus-seis-a-dez-pessoas-sao-impactadas-pela-dor-do-luto-dizem- especialistas.ghtml. Acesso em: 30 de agosto de 2021. PARKES, C M. Estudos sobre a perda na vida adulta. Sumus. São Paulo, 1998. TRAPP, E. H. H.; SANTOS, L. S. A elaboração do luto na primeira infância: estudo de caso clínico. Revista Ciência Contemporânea, v. 4, n. 1, p. 50-60, 2018. Disponível em: http://uniesp.edu.br/sites/guaratingueta/revista.php?id_revista=31. https://www.poisson.com.br/livros/individuais/Saude_Amazonida/ https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/41420 http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-8932008000300006 https://www.scielo.br/j/pcp/a/SkwBgq7Xm8GLKJpQxmMMpDh/?lang=pt https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/20%2020/05/01/a-cada-morte-por-coronavirus-seis-a-dez-pessoas-sao-impactadas-pela-dor-do-luto-dizem-especialistas.ghtml https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/20%2020/05/01/a-cada-morte-por-coronavirus-seis-a-dez-pessoas-sao-impactadas-pela-dor-do-luto-dizem-especialistas.ghtml https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/20%2020/05/01/a-cada-morte-por-coronavirus-seis-a-dez-pessoas-sao-impactadas-pela-dor-do-luto-dizem-especialistas.ghtml SANTOS, J. L.; CORRAL-MULATO, S.; BUENO, S. M. V. Morte e luto: a importância da educação para o profissional de saúde. Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR, v. 18, n. 3, 2014. Disponível em: https://revistas.unipar.br/index.php/saude/article/view/5196 O Luto perinatal e o psicólogo hospitalar Bruna Gabriela Macedo Moura1 Talia Ramos de Oliveira2 Introdução: O período Perinatal começa em 22 semanas completas de gestação e se estende até o sétimo dia completo após o nascimento. A perda fetal nesse período é definida como a morte do feto que ocorre antes da expulsão ou extração. Tal perda pode causar reações diversas e muito sofrimento e envolve um processo de luto com sentimentos de angústia e culpa. Objetivo: Este trabalho objetivou compreender a implicação do luto perinatal e o papel do psicólogo hospitalar na sua assistência Métodos: Foi realizada uma revisão da literatura nas bases de dados Scielo, BVS e Lilacs, os critérios utilizados foram artigos publicados entre 2017 e 2022, em português, utilizando os descritores “Luto perinatal", "Perda Gestacional”, com a população alvo familiares que sofreram perda fetal. Resultados: O luto perinatal tende a ser uma perda não plenamente reconhecida por profissionais de saúde especialmente quando ocorre noinício da gravidez, os grupos sociais tendem a medir a dor dos pais, comparando tal perda com a de crianças mais velhas, instituições hospitalares dificilmente oferecem práticas que possibilitem que pais e familiares possam se expressar e vivenciar livremente os sentimentos de luto. Dessa forma, a falta de suporte profissional é um fator importante no desenvolvimento de complicações psicológicas, e resultados psicológicos negativos e prolongados. Além disso, as expectativas sobre a criança são rompidas juntamente com a identidade dos pais, causando sentimento de ambiguidade sobre a identidade parental, isso implicará em um processo de reajustamento psicológico individual e familiar. Conclusão: Entende-se que rituais de despedida são importantes para o reconhecimento e aceitação da existência do bebê e do acontecimento. Fica evidente a necessidade do acompanhamento das famílias por uma equipe multiprofissional, que inclua o psicólogo hospitalar. Ressalta-se que o suporte oferecido por um profissional de saúde em parceria com a família diminui fatores estressantes e depressivos. Além disso, o fortalecimento da rede de apoio deve ser estimulada. Ademais, concluiu-se que existe uma necessidade da realização de mais pesquisas na área da Psicologia Hospitalar focada na atuação e técnicas de assistência desta especialidade no atendimento dessa população. Palavras-chave: Luto Perinatal. Suporte psicológico. Perda gestacional. Psicologia Hospitalar. 1 Acadêmica de Psicologia da Universidade Estadual do Piauí – UESPI/ Campus Torquato Neto – CCS. Teresina, Piauí. Brasil. 6° período de psicologia, monitora do Catavento Instituto. brunamoura@aluno.uespi.br 2 Psicóloga graduada pela União Metropolitana de Educação e Cultura (UNIME) taliaroliveira@outlook.com REFERÊNCIAS: BRASIL. Manual de vigilância do óbito infantil e fetal e do Comitê de Prevenção do Óbito Infantil e Fetal. Ministério da Saúde – 2. ed. – Brasília, 2009. [Acessado 10 Fevereiro 2022] ICHIKAWA, C. R. F.; SAMPAIO, P. S. S.; SÁ, N. N. SZYLIT, R. SANTOS, S. S. C.; VARGAS, D. O CUIDADO À FAMÍLIA DIANTE DA PERDA NEONATAL: Uma reflexão sob a ótica da teoria da complexidade. Rev. enferm. UFPE online ; 11(12): 5085- 5091, dez.2017. ISSN: 1981-8963 [Acessado 10 Fevereiro 2022] Disponível em: <https://doi.org/10.5205/1981-8963-v11i12a22610p5085-5091-2017>. LOPES B. G.; CARLETTO, M.R.; IVASTCHESCHEN, T.; BORGES, P. K. O. Sentimentos maternos frente ao óbito perinatal. R. pesq.: cuid. fundam. online 2021 jan/dez 13: 1493- 1498.[Acessado 10 Fevereiro 2022] Disponível em: <DOI: http://dx.doi.org/0.9789/2175-5361.rpcfo.v13.10213.> SANCHES, B. R. T.; FREITAS, P. M. L. O PAPEL DO PSICÓLOGO HOSPITALAR DIANTE DA PERDA FETAL. REVISTA UNINGÁ REVIEW, [S.l.], v. 29, n. 1, jan. 2017. ISSN 2178-2571. [Acessado 10 Fevereiro 2022] Disponível em: <http://revista.uninga.br/index.php/uningareviews/article/view/1910>. TRINTINALHA, M. O.; PUCCI, C. M.; MENDES, G. B.; MAIA, N. T.; REDA, S.; OKAMOTO, C.; NISIHARA, R. M. Avaliação do luto familiar na perda gestacional e neonatal Medicina. (Ribeirão Preto) 2021;54(1):e-174765 [Acessado 10 Fevereiro 2022] Disponiveil em: <https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.rmrp.2021.174765> MONTIGNY, F.; VERDON, C.; MEUNIER, S.; GERVAIS, C. COTÉ, I. Fatores de proteção e de risco na saúde mental das mulheres após aborto espontâneo. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2020;28:e3350. [Acessado 10 Fevereiro 2022]; Disponível em: <DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1518-8345.3382.3350.> LUTO POR COVID-19: UMA POSSÍVEL EXPLICAÇÃO A PARTIR DO PROCESSO DUAL DO LUTO Victor Angelo Monteiro Lemos1 Fabiana de Sousa Assis2 Vitória Aparecida Nunes Lemos3 Lucas Barbosa dos Santos4 Introdução: A pandemia da COVID-19 transformou a forma como o fenômeno da morte é noticiado e concebido na sociedade brasileira e no mundo, tal como a maneira que este luto é vivenciado e cuidado, a partir da declaração da OMS que classificou a pandemia de COVID-19 como Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). Dentro das teorias e técnicas utilizadas para trabalhar a vivência do luto, o modelo do Processo Dual do Luto, desenvolvido por Stroebe e Schut no final da década de 90, se apresenta como uma opção viável no trabalho com enlutados, sendo bem aceito entre os psicólogos que trabalham com demandas de luto e finitude, auxiliando seus pacientes a lidarem com a oscilação entre a perda e o restabelecimento Objetivo: Examinar as evidências existentes sobre os lutos ocasionados pela pandemia da covid-19, desde o princípio até os dias atuais, embasado no Processo Dual do Luto. Método: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica com o foco em estudos que apresentassem uma compreensão das nuances e subjetividades do luto na atualidade. Os dados estão sendo coletados através da base de dados PubMed, seguindo como critérios publicações a partir de 2020, em inglês com temas relacionados ao processo dual do luto e a covid-19. Foram incluídos os estudos que citaram o processo dual e forneceram possibilidades sobre viver o luto em contexto pandêmico com base nas seguintes categorias: Processo dual do luto, vivência do luto em contexto pandêmico, luto por COVID-19 Resultados:Dentre os resultados emergiram: O exponencial número de afetados por mortes repentinas e a onipresença do luto. As buscas de literatura na base de dados citada retornaram inicialmente 33 artigos, e até o presente momento 3 artigos foram selecionados para a leitura na íntegra. Conclusão: Conclui-se que até o momento existe uma quantidade pequena de trabalhos investigando o processo dual do luto pelas perdas decorrentes da COVID-19. Ademais, os conteúdos fornecem uma gama de resultados sobre a aplicabilidade do processo dual do luto em diferentes cenários. Palavras-chave:covid-19, processo dual do luto, pandemia 1 Graduando em psicologia pela Universidade Federal de Mato Grosso. Possui formação em Plantão Psicológico e em Psicologia dos Extremos (Instituto Fratelli) e formação em andamento em Psicoterapia do Luto (GuardaChuva). 2 Psicologia (Multivix). Aluna da Formação em Psicoterapia do Luto (Guardachuva), monitora voluntária (Guardachuva). 3 Graduanda em Psicologia pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Aluna da Formação em Psicoterapia do Luto (Guardachuva), monitora voluntária (Guardachuva). 4 Graduação em Psicologia (Unopar). Especialista em Psicologia da Saúde (Famart) e possui Formação em Tanatologia (Escutha). REFERÊNCIAS: EISMA, Maarten C.; DE LANG, Thomas A.; STROEBE, Margaret S. Restoration- oriented stressors of bereavement. Anxiety, Stress, & Coping, p. 1-15, 2021. GIL, Antonio Carlos et al. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002. PEARCE, Caroline; WONG, Geoff; BARCLAY, Stephen. Bereavement care during and after the COVID-19 pandemic. British Journal of General Practice, v. 71, n. 706, p. 198-199, 2021. STROEBE, Margaret; SCHUT, Henk. Bereavement in times of COVID-19: a review and theoretical framework. OMEGA-Journal of Death and Dying, v. 82, n. 3, p. 500-522, 2021. TAY, Djin L. et al. “I Feel All Alone Out Here”: Analysis of Audio Diaries of Bereaved Hospice Family Caregivers During the COVID-19 Pandemic. Journal of Hospice and Palliative Nursing, v. 23, n. 4, p. 346, 2021. Perdas e luto na velhice, um olhar a partir da perspectiva lifespan. Paula Gomes Sena1 Vitória Oliveira Cunha2 Letícia Maria Castelo Branco Moraes3 Amanda Sacramento Maia4 Talia Ramos de Oliveira 5 Introdução: O envelhecimento populacional vem crescendo desde 1960, no Brasil, a população idosa chegou a 30 milhões em 2017. Evidenciando a importância de discutir o tema da velhice. Nessa fase da vida, ocorrem perdas reais e simbólicas: no estilo de vida, autonomia, corporais, distanciamento de
Compartilhar