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Fundamentos da psicoterapia breve(1)

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Fundamentos da psicoterapia breve
Prof. José Carlos Tavares da Silva
Descrição
Reconhecimento da origem, fundamentos e aplicação da psicoterapia breve e focal. 
Propósito
O estudo sobre as bases e as aplicações da psicoterapia breve é importante para identificar os casos em
que é válida esta aplicação, bem como para desenvolver a habilidade do terapeuta em estabelecer um
vínculo entre o problema e a solução (metodologia aplicável).  
Objetivos
Módulo 1
Fundamentos teóricos e tipos de psicoterapia breve
Reconhecer as origens históricas e os motivos do surgimento das terapias breves.
Módulo 2
Indicações e contraindicações para a psicoterapia breve
Reconhecer as técnicas das diversas abordagens da psicoterapia breve.
Módulo 3
Contextos de atuação
Analisar as intervenções breves no contexto fenomenológico-existencial.
Introdução
A psicoterapia breve surge, originalmente, com o objetivo de encurtar a duração dos processos terapêuticos
psicanalíticos. Um dos seus focos é na emoção e na avaliação da emoção ajustada à experiência real ou
evento traumático. Para tal, pode-se fazer uso da técnica conhecida como experiência emocional corretiva.
Imagine uma pessoa jogando com bolas de gude: claramente, o objetivo de cada ação é provocar a mudança
de uma bola de gude ou várias, a partir do contato de uma bola lançada em direção ao ponto de encontro
com as outras. Quando uma bola de gude bate em outra e numa terceira, estamos diante do efeito
carambola. Assim era pensada a técnica da experiência emocional corretiva, na qual a experiência com as
repetidas exposições do paciente ao trauma por que passou permite observar alterações da experiência
original pelos sucessivos reaprendizados e ressignificações.
A terapia focal (e breve) pode se beneficiar nos conceitos da experiência emocional corretiva e no “efeito
carambola” para reorganizar a representação da situação traumática de modo que se alcance bem-estar e
bom entendimento da situação passada, não no passado, mas no presente, fortalecendo, doravante, a
capacidade de enfrentamento das situações análogas ao trauma que eventualmente vier a experimentar. No
material a seguir, pretendemos detalhar como o surgimento dessa forma de terapia se fundamenta,
destacando as suas principais aplicações e intervenções.

1 - Fundamentos teóricos e tipos de psicoterapia breve
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer as origens históricas e os motivos do
surgimento das terapias breves.
Psicoterapia breve de base psicanalítica
Os primórdios da psicoterapia breve coincidem com o surgimento da psicanálise de Sigmund Freud. Os
psicanalistas Sandor Ferenczi, Otto Rank e Alexander foram os primeiros a desenvolver técnicas breves para
atendimento terapêutico psicanalítico. Também de caráter breve, Skinner, Thorndike e Aaron Temkim Beck
deram origem às psicoterapias comportamentais e cognitivo-comportamentais. Comecemos com a
psicoterapia breve de base psicanalítica.
A duração do processo psicoterapêutico varia de pessoa para pessoa, segundo suas capacidades cognitivas
e suas habilidades de vida. A construção do caráter, via história de vida, ou seja, o resultado do processo de
acumulação de experiências, tanto as boas quanto as neutras ou até mesmo as ruins, cria um conjunto de
valores, conceitos e regras que constituem uma base para a tomada de decisão e resolução dos conflitos. A
psicoterapia breve de base psicanalítica, ancorada na associação livre e na habilidade do terapeuta em
promover questionamentos para que o paciente encontre outros significados para suas interpretações de
mundo, principalmente os traumas, ou seja, aquelas experiências que resultam em sofrimento psíquico e
que, quando recalcadas, retornam a cada oportunidade induzida por experiências atuais.
No período que antecedeu a Segunda Guerra Mundial, houve uma grave crise econômica que atingiu a
Alemanha na década de 1920, assim como o surgimento de movimentos de segregação e perseguição, com
o crescimento do nazismo. Antes desses eventos, houve crises sociais e econômicas, além das
consequências políticas e geográficas do conflito bélico em nível mundial. Neste contexto, os traumas
levaram ao ápice a exigência humana quanto a ser resiliente e suportar perdas. Além disso, as dificuldades
da época implicaram em mudanças significativas na prática da psicanálise, que, naquele momento, contava
com grande adesão no meio social (FREUD; FERENCZI, 1995)
A brevidade das terapias se torna, então, o fator principal de escolha para os
pacientes. Surge daí uma importante característica: para ser breve, é necessário ser
focal. Esse fato não entra em conflito com o princípio da associação livre, ao
contrário, restringe-se a abrangência da temática. Entretanto, a escuta continua
sendo a base terapêutica, e o setting terapêutico mantém-se como lugar de fala.
Estima-se que um processo terapêutico, para ser considerado breve, deve ter um número de sessões entre
12 e 24. A frequência comum é de uma sessão semanal, e esse intervalo de tempo entre duas sessões
consecutivas serve para o paciente aproveitar e sedimentar os achados das sessões e encontrar meios de
ressignificar sua experiência traumática.
Para Lustosa (2010, p. 263) “Ao falar-se de psicoterapia breve, fala-se de uma psicoterapia do ego, dado que
este se estabelece como seu local de trabalho, e de investimento terapêutico. [Assim] certamente, o id acaba
sendo alcançado”. Contudo, alerta que, ainda que seja uma psicoterapia do ego, nem por isso ela é
superficial, pois induz transformações profundas, uma vez que impacta sobre os mecanismos de defesa
disfuncionais. O ego, fortalecido, torna-se um regulador e promotor da ressignificação. Isso ocorre por meio
da fala, da transformação e da nomeação do sintoma. Agora, vamos falar sobre a corrente cognitivo-
comportamental.
Psicanálise versus psicoterapia breve de base
psicanalítica

Neste vídeo, propomos uma reflexão sobre a psicoterapia breve de base psicanalítica em contraponto ao
processo psicanalítico, que é conhecido por respeitar o tempo do paciente com duração relativamente
dilatada.
Psicoterapia breve de base cognitiva
A terapia cognitivo comportamental, criada na década de 1960 por Aaron Beck e seus pares, já nasceu com
um caráter breve e focal, com evoluções mensuráveis por processos de avaliação longitudinal dos avanços
terapêuticos. Para Beck (2013), o inconsciente cognitivo tem lócus na memória implícita, a memória de
longo prazo que armazena as representações das experiências acumuladas pela pessoa nas vivências em
sua cultura, representando uma diferença sistêmica em relação ao conceito de inconsciente freudiano.
Aaron Beck estudou psicanálise e seu principal ponto de divergência com outros psicanalistas deu-se ao
observar a ausência da psicometrização dos construtos básicos. Beck (2013) afirma que a evolução do
tratamento deve seguir um caminho de progresso projetado a partir das primeiras sessões. Ele acreditava
que a pessoa deve ser alvo de psicoeducação, para que possa caminhar a partir desse ponto por si só ao
final do processo terapêutico, já que passa a conhecer métodos e processos capazes de auxiliá-la na
resolução de problemas, na tomada de decisões e na aquisição de novas habilidades sociais.
Por não ser aceito na Sociedade Americana de Psicanálise, Aaron Beck funda seu próprio instituto na
Pensilvânia e passa a construir sua própria linha teórica, hoje muito difundida e tida como a opção
preferencial de muitos psiquiatras quando se trata de cuidar de pacientes com transtornos de personalidade
ou transtornos de humor. Beck (2013) apresenta um modelo cognitivo-comportamental que responde
adequadamente à dinâmica de ajustamento da pessoa com sua realidade.
Psicometrização
Busca de instrumentos de mensuração dos fenômenos estudados.
Tipicamente, um processo terapêutico cognitivo-comportamental prevê uma estrutura que começa com a
elaboração de uma lista de problemas e metas (LPM). A construçãodessa lista é realizada em conjunto com
o paciente. Uma vez acordado o conteúdo da lista, faz-se um plano de intervenção no qual se organizam as
metas em uma sequência no tempo, segundo urgência e prioridades. Para maior clareza, pode-se
estabelecer que a meta é o contrário do problema. Por exemplo, se o problema é não ser organizado
financeiramente, a meta é se tornar financeiramente organizado.
Na terapia cognitivo-comportamental, há a hipótese de que um paciente aderente ao modelo breve tem um
horizonte de até seis meses de atendimento psicoterapêutico com frequência semanal, com reavaliações
obrigatórias a cada 12 sessões. Se tudo correr bem, o semestre seguinte já prevê uma redução na frequência
para duas sessões por mês, ou seja, frequência quinzenal. No terceiro semestre, essa frequência, dados os
ganhos terapêuticos validados nas avaliações periódicas, passa a ser mensal. A partir daí, reduz-se para uma
sessão a cada trimestre no quarto semestre e, após esse prazo, realiza-se uma sessão de revisão para
manutenção dos ganhos e prevenção de recaídas a cada seis meses. Essa é uma base que pode evoluir de
modo distinto, de acordo com os avanços e recaídas e também em função da quantidade de problemas
listados na LPM.
A relevância da lista de problemas e metas está na possibilidade de prever em quais
áreas a pessoa tem problemas pontuais, tratando cada um de forma breve e focal e,
ainda, podendo observar a interação entre os problemas das diversas áreas.
Na terapia cognitivo comportamental, observa-se o princípio da primazia do pensamento (cognição) sobre a
emoção e sobre o comportamento. No nível do inconsciente cognitivo, encontram-se:
As crenças
Os pressupostos
As atitudes
Os conceitos
Os valores adquiridos
Entende-se, segundo Fiske e Taylor (1991), que uma atitude tem componentes cognitivos, afetivos e
comportamentais. Atitudes causam intencionalidades. Portanto, desafiar os pensamentos significa operar
sobre o esquema de crenças que, uma vez flexibilizado, permite mudança comportamental, viabilizando a
chegada de pensamentos funcionais à consciência. Uma questão importante é observar que a atitude
preconiza o comportamento e o comportamento corrobora a atitude. Assim, não se pode esperar esquiva de
quem está num processo direcionado por uma atitude agressiva, por exemplo.
Caráter breve e focal
Neste vídeo, falaremos sobre o caráter breve e focal presente na origem da TCC.
Bases psicodinâmicas
No que tange à psicanálise, Garcia-Rosa (2001) afirma que a terapia opera sobre um modelo de energia
psíquica onde a libido desempenha o papel psicodinâmico das atividades pulsionais da estrutura da
segunda tópica onde o ego regula as forças do id e do superego e, na primeira tópica, a libido ampliada em
intensidade em algum momento atravessa a barreira entre o inconsciente e o pré-consciente e, ainda em
intensidade, embora menor, tem força para ultrapassar a barreira do pré-consciente e alcançar a consciência.
Nesse sentido, a psicoterapia psicanalítica breve não difere da psicanálise clássica. A diferença é promovida
pela delimitação da abrangência da temática, do domínio onde a associação livre opera. Essa delimitação
pode ser entendida como o foco do terapeuta.

Imagine que por um momento você esteja passando por uma situação traumática do tipo que tenha lhe
causado uma frustração. Esta situação invoca experiências anteriores similares e te prepara para lidar com
essa nova frustração.
Se a experiência anterior ficou mal resolvida e houve recalque, ela é somativa à vivência atual e lhe parece
agora que o sofrimento é maior. Falar sobre essa frustração, nomear o sintoma e identificar causas fortalece
sua resiliência e te dá suporte e alívio.
Saber distinguir o que é ou não responsabilidade pessoal ajuda na ressignificação daquela experiência
antiga e na compreensão do que levou a uma nova frustração semelhante àquela.
A fala transforma o sintoma, e a essência do si mesmo é tocada. Sintomas não desaparecem, eles ficam
adormecidos. Caso outras experiências levem a pessoa a outra situação análoga, os sintomas voltam como
um recado inconsciente sobre o que vai mal e precisa de solução.
Na psicanálise clássica, o processo de sonhar é considerado uma importante fonte de acesso ao
inconsciente. Freud chamou o processo de sonhar de via régia para o inconsciente (GARCIA-ROSA, 2001). A
condensação e o deslocamento são características típicas dos elementos do sonho. Mas o que acontece
enquanto sonhamos? O sonho é um modo inconsciente de ajudar a resolver conflitos, representando-os por
meio de imagens oníricas relacionadas à situação real representada.
Não se trata do real em si, posto que, segundo Lacan (1985), o real é inalcançável e o inconsciente é
estruturado como uma linguagem. Por esses aspectos, pode-se compreender a importância da fala no
setting terapêutico. Assim, só conseguimos dar conta do real no campo do simbólico. O real, o simbólico e o
imaginário são atados por um anel borromeano, uma estrutura que consiste em três anéis interligados de
modo que, se abrirmos um anel, os dois outros se soltam, não importando qual anel seja aberto. Logo, numa
terapia breve de base psicanalítica, é importante considerar a oportunidade de remover um sintoma.
É o próprio Freud (apud Carmo e Chaves, 2019, p.101) quem afirma que "a noção de que o sintoma possui
um sentido inconsciente que deve ser escutado demonstra o caráter singular do tratamento analítico".
Assim, se removemos o sintoma do paciente, sabendo que ele é um apoio, o que o paciente colocaria no
lugar dele? Se não houver algo para substituir o sintoma, estaríamos piorando o quadro do paciente.
Em outras abordagens, na terapia cognitivo-comportamental, há o entendimento de que os pensamentos
fluem com uma energia que lhe é peculiar e automática, sem controle consciente, e são filtrados pelo
esquema de crenças, de modo que um pensamento por vez chega à consciência. Segundo Rokeach, citado
por Kruger (2017, p.59), "crença é toda afirmativa feita por uma pessoa, originada de sua experiência, que
pode ser da percepção ou da cognição". Um esquema de crenças é um modo de interação e integração das
crenças.
Vamos atentar para o seguinte exemplo:
Exemplo
Uma pessoa se encontra numa situação em que sua atitude é de cautela, mas, ao observar os fatos e
eventos do mundo real, numa situação-problema, o pensamento que vem à consciência é: “Acredito que
estou em perigo”. Logo em seguida, a pessoa experimenta as emoções de medo e ansiedade. Entende que
se encontra vulnerável e que deve decidir entre evitar, fugindo, ou enfrentar, lutando. Observando que está
ativa a atitude de cautela, o comportamento que corrobora a cautela é o de fuga. O sistema límbico já foi
ativado, a adrenalina enviada à musculatura estriada e a fisiologia da pessoa está pronta para executar a
fuga.
Psiquismo em seus processos dinâmicos
Neste vídeo, tratamos sobre as forças psicológicas que atuam sobre o comportamento humano, enfatizando
a interação entre as motivações consciente e inconsciente.

Funções dos componentes básicos
Vamos refletir sobre a aplicação de componentes centrais da psicoterapia breve, como a escuta ativa,
experiência emocional corretiva e efeito.
Imagine uma situação em que um amigo seu experimenta grande sofrimento quando se encontra diante de
um cão perdido na rua. Suponha que esse encontro tenha produzido o afloramento de lembranças
desagradáveis. Ele não sabe ao certo o porquê de seu sofrimento, apenas repete a agonia recalcada no
inconsciente. Na interação com o terapeuta, esta lembrança foi capaz de ser interpretada à luz das
condições atuais do paciente. Ao compreender a situação como um gatilho de sofrimento do passado, em
que ele percebe que perdeu seu cão e não mais o achou, aquela situação de ver um cão sozinho e sem dono
lhe fez pensar no sofrimento de, por um tempo, lidar com a ideia de que seu animal de estimação estava só e
em sofrimento por causade sua imperícia em cuidar dele.
Com algum talento, o terapeuta lhe pede que compare como seria o fato se ele ocorresse agora. Isto é, o cão
perdido não retornará, mas, se perder outra vez um cão, como fará para tê-lo de volta? Veja, o foco é na perda
e na incapacidade não agora, mas na infância, de compreender a perda. Mesmo que o pensamento atual não
traga de volta o cão, alivia perceber que não poderia ter feito melhor do que fez à época da perda. O arrasto
da perda é aliviado pelo descarte da culpa, que já não faz mais o mesmo sentido para o paciente.
Para a psicoterapia breve de base psicanalítica, a técnica ativa, a experiência
emocional corretiva e o efeito carambola, juntos, promovem uma base para a
mudança do paciente.
Vamos aprofundar um pouco mais nossa compreensão sobre o efeito carambola. Imagine que se conseguiu
uma pequena mudança numa sessão terapêutica. Na sessão seguinte, essa conquista já tocou outros
pontos dolorosos, alguns já compreendidos, outros ainda não. Nesta sessão atual, procura-se tocar nos
pensamentos e pormenores ou detalhes da interrelação com os pensamentos traumáticos do passado.
Esse processo é crescente em energia, tal qual o modelo de propagação da energia radioativa. Compare um
elétron de um átomo radioativo com uma bola de pingue-pongue. Imagine que há uma quantidade grande de
ratoeiras no chão de uma sala. Cada ratoeira tem sobre seu gatilho uma bola de pingue-pongue. Se uma
pessoa joga apenas uma bola de pingue-pongue sobre o conjunto de ratoeiras, ela desloca mais uma. Agora,
são duas que saltam, e tocam em mais duas, fazendo quatro bolinhas saltarem. A cada etapa, a energia
dobra, até atingir a massa crítica e extinguir as fontes, dispersando a energia liberada pelos impactos
anteriores.
Comentário
Considere agora vários pensamentos sendo reorganizados promovendo mudanças nos estados mentais.
Esse “ataque ou desafio” aos pensamentos disfuncionais tem como objetivo causar homeostase das
dissonâncias pela exaustão da energia. É preciso confiar que o processo terapêutico encontra um fim. Agora,
o paciente está empoderado diante daquela adversidade tratada. É hora de buscar outro alvo ou aguardar
que o paciente venha com novas demandas não tratadas. Se há poucas demandas, a pessoa por si concorda
com a alta. Se ainda há demandas, deve-se considerar uma nova forma de terapia. Mas aquela demanda
breve foi resolvida. Esse é o objetivo da terapia breve. Não resolve tudo, resolve o que mais dói.
O que Lemgruber (apud CORDIOLLI, 2008) denomina efeito carambola se refere ao efeito cumulativo das
sessões terapêuticas que tocam um sintoma aqui e ali, outro um pouco acolá, e então cercamos o sintoma
para descobrir suas causas e ajudar no processo de mudança.
Sessões terapêuticas e processo de mudança
Neste vídeo, apresentamos um estudo de caso com função dos componentes importantes: escuta ativa,
experiência emocional corretiva e efeito carambola.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O processo de intervenção proposto por Alexander (experiência emocional corretiva) é uma das formas
de terapia breve de base psicanalítica. Sobre ele, é correto afirmar:

Parabéns! A alternativa C está correta.
A experiência emocional corretiva proporciona a possibilidade de o paciente experimentar traumas
penosamente recalcados no passado, revivendo-os por meio da fala no setting terapêutico guiado e
suportado pelo terapeuta.
Questão 2
Como a terapia cognitivo comportamental requer estrutura e dinâmica focalizada em situações
definidas, é preciso um modelo sobre o qual se pode apoiar a práxis buscando eficácia no menor tempo
possível. Tendo em mente essa característica, avalie as afirmativas abaixo e marque a única correta.
A
A experiência emocional corretiva refere-se apenas ao conteúdo da experiência passada,
não importando o momento atual.
B
A experiência emocional corretiva é como um treinamento para o paciente assumir uma
postura otimista, procurando sempre os aspectos positivos em situações
desconfortáveis.
C
A experiência emocional corretiva proporciona a possibilidade de o paciente
experimentar traumas penosamente recalcados no passado, revivendo-os, por meio da
fala no setting terapêutico guiado e suportado pelo terapeuta.
D
O efeito carambola é observado quando a experiência emocional corretiva não alcança o
resultado esperado.
E
A ideia de que uma nova experiência emocional possa surgir numa relação terapêutica é
descartada pela experiência emocional corretiva que visa a mudança cognitiva, isto é,
apenas a ressignificação do trauma.
Parabéns! A alternativa A está correta.
Um modelo cognitivo-comportamental deve considerar o princípio da primazia do cognitivo sobre o
emocional e deste sobre o comportamental. Contudo, deve envolver os elementos descritivos da
personalidade do sujeito. Assim, o temperamento, porque inato, se ancora nas bases biológicas e o
caráter é construído na relação do sujeito com o mundo em que vive, o que dá o matiz social a ser
agregado ao modelo. A promoção de saúde mental e, portanto, de bem-estar é o objetivo de todo
processo terapêutico, inclusive daqueles de natureza breve.
A
Um bom modelo deve agregar aspectos cognitivos, emocionais, comportamentais,
biológicos, psicológicos e sociais do funcionamento humano em prol da mudança
comportamental causadora de bem-estar.
B
Um bom modelo considera a vida sob uma perspectiva unicultural, social e econômica,
prevalecendo, entretanto, a fisiologia cerebral.
C
Um bom modelo deve contemplar os sintomas, sem a finalidade de explicar, predizer ou
aliviar transtornos, deficiências e angústias.
D
Um bom modelo deve promover adaptação, ajustamento e desenvolvimento pessoal
estritamente relacionado aos aspectos individuais, desconsiderando as relações inter-
indivíduos.
E
Embora um bom modelo preconize uma abordagem multifatorial, não precisa levar em
consideração as peculiaridades do comportamento do sujeito.
2 - Indicações e contraindicações para a psicoterapia
breve
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer as técnicas das diversas abordagens da
psicoterapia breve.
Psicoterapia breve de Ferenczi, Otto Rank e Alexander
Ferenczi (1993) afirma que os pacientes que alcançam alívio de seus sintomas mais dolorosos tendem,
também por motivos financeiros, a interromper o processo terapêutico. Os sintomas ainda não resolvidos
tornam-se, segundo o que percebem tais indivíduos, menos penosos.
Saiba mais
No período de 1924 a 1939, houve ciclos de violência e grandes catástrofes econômicas, cujo ápice foi a
quebra da bolsa de Nova York em 1929, que trouxeram alto grau de angústia. Foram tempos difíceis, de
grandes perdas, e contínuo sofrimento psíquico. A Segunda Grande Guerra arrastou para mais fundo o
“fosso“ depressivo das sociedades da época. Os países da Europa sofreram grande revés, e isto acarretou
um movimento em direção à psicoterapia como recurso terapêutico para aliviar a pressão da angústia
existencial, dos traumas das perdas e da falta de expectativas positivas quanto ao porvir. Nesse contexto,
Ferenczi (1993) propõe, com apoio de Freud, a técnica ativa, que visava a redução do tempo de análise,
considerado custoso naquele período, tanto do ponto de vista do sofrimento psíquico quanto do ponto de
vista financeiro.
A técnica implicava em considerar, segundo Lemgruber citada por Cordioli (2008):

A importância dos fatos da vida atual, contrastando com os fatos da
infância do sujeito.

A importância de marcar data para o término do processo
terapêutico.

A importância do nível de motivação do paciente para alcançar
mudança.
Portanto, podemos definir que:
Para se considerar uma terapia como breve, fazia-se necessário definir um
horizonte de tempo (prazo) para o fim do processo terapêutico. Nesse período,
priorizavam-se os eventos e fatos mais relevantes em relação ao objeto da terapia
(foco) e se trabalhavam as correlações entre fatos passadose presentes de modo a
produzir a remissão dos sintomas. Para tal, considerava-se de grande importância a
autodeterminação do paciente e o grau de adesão que possuía em relação ao
processo terapêutico e sua eficácia. Pessoas com baixa motivação tendem a
desistir, interromper ou mudar de terapeuta.
Em tese, a técnica ativa envolve a escuta ativa no lugar da escuta livre, ou melhor, em lugar da promoção e
valorização da associação livre. A diferença em relação ao trabalho psicanalítico convencional está no fato
de que, enquanto na psicanálise, tem-se que prestigiar a associação livre, na forma breve, o terapeuta tem a
prerrogativa de orientar a fala a um foco limitado, mas garantindo a livre associação considerado o foco,
para que o tempo de terapia possa ser abreviado.
Alexander, ao propor a experiência emocional corretiva, abriu um caminho mais curto para a remissão dos
sintomas. Lemgruber (apud Cordioli, 2008) afirma que, para Alexander, a experiência emocional corretiva
pode ocorrer sem consciência plena das causas determinantes da situação atual do paciente. Isto nos leva a
pensar sobre o que é essa experiência. Pensemos juntos: se ela tem como objetivo promover correção, deve
existir um modo de perceber as não conformidades do comportamento da pessoa em relação ao mundo em
que vive. Contudo, não é de todo consciente que isso ocorre. Daí importa considerar a mediação emocional
como promotora dessa ponte de mudança que permite a remissão do sintoma.
Psicoterapia: recurso para aliviar a angústia existencial

Neste vídeo, refletiremos sobre psicoterapia breve e seus recursos terapêuticos.
Psicoterapia cognitivo comportamental de Aaron Beck
Esta sessão é dedicada aos conceitos básicos da terapia cognitivo comportamental (TCC). Admitamos,
primeiramente, o conceito de crença como pedra fundamental do processo da TCC. Como afirmado por
Rokeach (apud KRUGER, 2017), crença é tudo aquilo em que acreditamos, seja vindo da experiência ou do
pensamento. Isto se torna mais compreensível observando que, durante nossa vivência, desde a infância,
vamos acumulando experiências e aprendendo a lidar com o mundo real conforme nossas figuras de
referência: pais, professores, amigos etc. Algumas de nossas respostas automáticas são baseadas em
componentes herdados. Por exemplo, nascemos com a capacidade de experimentar emoções, mas
aprendemos as emoções com as pessoas com as quais vivemos.
Essas crenças permitem estabelecer uma interpretação de mundo que se modifica a cada vez que
experiências semelhantes causam sua recuperação do inconsciente cognitivo por um processo automático.
Ainda segundo Kruger (2017), as crenças se conformam em esquemas, às vezes mal adaptativos, para
operar sobre os pensamentos inconscientes e automáticos que foram registrados na memória implícita. A
dinâmica dos pensamentos é peculiar. Para Beck, os esquemas de crenças formam um modelo de filtragem,
ou ainda, de construção de pistas do inconsciente para o consciente, que se tornam caminhos preferenciais
para os pensamentos. Em situações de mesma atitude ou em evento similar, o processamento cognitivo
favorece os pensamentos automáticos.
Nosso inconsciente cognitivo é um repositório de crenças funcionais e disfuncionais, entre outros
conteúdos. Os pensamentos inconscientes possuem energia e encontram-se em um ambiente de
pressão. Nesse patamar, considera-se que existem múltiplas trilhas pelas quais os pensamentos podem
evoluir. Enquanto conteúdo da memória implícita, aquilo que registramos ao longo de nossas vivências
causa automatismos em resposta a eventos. No nível pré-consciente, as crenças se conformam em
esquemas que funcionam como filtros ou lentes pelas quais passa um único pensamento automático,
fruto de um processo cognitivo que elabora e seleciona a pista mais adequada. Então, um pensamento
por vez alcança o nível da consciência, também chamado de cognição, tornando-se um processo em
monotrilha. Seguindo o princípio da primazia de Beck, a partir da cognição, surge uma emoção que ativa
o sistema límbico, promovendo efeitos biológicos com a descarga de neurotransmissores.
Simultaneamente, uma ou mais ações corroboram a atitude, conformando o comportamento
preconizado por ela. Esse processo é a práxis diante das evidências, que por meio da sensopercepção,
invoca uma representação mental que descreve o problema a ser resolvido.
Há um caminho para ser trilhado pelos pensamentos até que um chegue à consciência. Tal como no modelo
de psicanálise, há uma energia que dá autonomia aos pensamentos inconscientes, os quais se movem em
muitas trilhas com o objetivo de competirem por um caminho de chegada à consciência. O esquema de
crenças contém pistas pelas quais os pensamentos podem acessar a consciência. Há, ainda, no
inconsciente cognitivo, regras e pressupostos que apoiam o processamento cognitivo e selecionam aquele
resultante dessa operação que se torna uma cognição. Cumpre observar que a palavra cognição se refere
tanto ao processo de selecionar e comparar pensamentos quanto se refere ao pensamento em si.
Inconsciente cognitivo

Neste vídeo, abordaremos o inconsciente cognitivo, destacando a trilha percorrida das crenças funcionais e
disfuncionais até chegarem à consciência.
Psicodinâmica no modelo da TCC
Considerando o princípio da primazia da cognição (pensamento) sobre a emoção, e desta sobre o
comportamento, e considerando as atitudes como crenças mais arraigadas, rígidas no inconsciente
cognitivo, a imagem a seguir mostra um esquema explicativo da psicodinâmica no modelo TCC. A região
azul é uma representação dos conteúdos da memória implícita.
Dinâmica do processamento cognitivo.
Explicando melhor: um evento ocorre, e a pessoa precisa compreender o que se passa. Uma interpretação
das sensações é construída pela sensopercepção. Daí, uma avaliação cognitiva das circunstâncias,
ameaças, implicam uma resposta comportamental. Desse processamento a que se optou por denominar de
avaliação cognitiva, uma atitude (ou mais) são ativadas. As atitudes não são as ações em si, mas causam
intencionalidades. Uma vez ativada a atitude, decorre uma cognição (pensamento consciente), daí segue a
ativação da emoção, que pode afetar a cognição (dissonância), que pode reativar a avaliação cognitiva. Siga
os circuitos das setas de orientação demonstrados na imagem.
Como se pode observar, partem setas da atitude para a cognição, para a emoção e para o comportamento.
Uma vez ativado o comportamento, o evento inicial não é mais o mesmo, e todo o processo começa e se
mantêm até que se alcance a resolução. Os processos automáticos não estão sob nosso controle
consciente; antes, esses processos controlam o comportamento. Observe que há uma conexão entre atitude
e comportamento. Como a atitude é preditora do comportamento, o comportamento corrobora a atitude em
reciprocidade. Vamos a um exemplo. Uma pessoa está diante de um evento no qual avalia estar em perigo.
Se ela ativa a atitude de cautela, seu comportamento será evitar o perigo. Se ela ativa a atitude de
enfrentamento, seu comportamento será agressivo e enfrentará a ameaça.
Os comportamentos também seguem determinadas estratégias compensatórias. Estas tipicamente são a
evitação, o controle, o perfeccionismo e a hipervigilância. Podemos utilizar uma ou mais para elaborar a
resposta comportamental. Contudo, nada acontece fora da inspeção do intelecto quanto às evidências e
quanto aos pensamentos automáticos. Notemos que Beck tinha uma formação psicanalítica, mas também
tinha interesses em reestruturar os construtos da psicanálise, de modo que:
1. O inconsciente precisava de um lócus.
2. A raiva retroflexa foi usada como objeto de estudo para compreender que, em estado de vigília e em
estado alterado de consciência (sonhando, por exemplo), as respostas comportamentais, diante da
experiência emocional, não seguiam o padrão preconizado pela psicanálise.
3. Os limites da psicanálise esbarravam nas propostasde tratamento das psicoses, porque os
esquizofrênicos, por exemplo, eram um grande desafio ao processo de associação livre e coerência com a
realidade objetiva. Esquizofrênicos fazem fuga da realidade; neuróticos sofrem com a realidade; e os
perversos manipulam a realidade à sua conveniência (Garcia-Rosa, 2001).
Note que nesse modelo de psicodinâmica, o caráter breve e focal é mandatório. O objetivo é obter
flexibilidade cognitiva, desafiando primeiro os pensamentos automáticos negativos, depois as crenças
subjacentes. Em cada área da LPM (lista de problemas e metas), definem-se submetas que sigam os
seguintes padrões:
Devem ser tais que as soluções de cada uma componham a solução da meta.
Devem ser traçadas mediante expectativas alcançáveis.
Cada submeta deve ser metrificável, isto é, há uma quantidade finita de esforço para realizá-la
e há um tempo limite para alcançá-la.
Na etapa de planejamento em psicoterapia breve, explicaremos como se dá a práxis. Por exemplo, uma
pessoa quer parar de fumar e está cogitando que deve parar. Então procura um terapeuta cognitivo
comportamental que, junto com ela, estabelece um tempo e um método. Podem ser usadas várias
estratégias, mas é imperativo que sejam divididas em fases. Na primeira submeta, por exemplo, pode ser
definido que o primeiro cigarro do dia será somente após as dez da manhã.
É solicitado à pessoa que ela preste atenção nos intervalos em que a fissura é mais presente. Junto com a
pessoa é definido um tempo mínimo entre um cigarro em outro. Essa técnica é de retardamento do impulso
e de exposição controlada ao risco. É possível combinar outras técnicas. Mas a pessoa deve estimar um
tempo máximo em que chegará a seu objetivo que é não fumar e não se importar com outros que fumam.
Dinâmica do processamento cognitivo
Neste vídeo, apresentaremos e refletiremos sobre a dinâmica do processo cognitivo e o uso de técnicas na
busca da flexibilidade cognitiva.
Recomendações para psicoterapia breve

As indicações da psicoterapia breve são várias. Vejamos, a pessoa tem uma fobia de avião. Podemos
trabalhar esta fobia no modelo TCC breve. A pessoa é conscientizada de que o que ela perde ao entrar no
avião é o controle temporário sobre suas alternativas de movimentação. Outras fobias seguem o mesmo
padrão. Fobia de elevador, de lugar alto, de lugar movimentado, de locais frequentados por muitas pessoas,
de adoecer etc.
Pode-se também considerar os momentos que antecedem a uma intervenção cirúrgica e no qual a
ansiedade saia do controle. Ou tratar os aspectos cognitivos de tomar uma decisão que afeta a vida da
pessoa em definitivo ou que seja de difícil reversão como, por exemplo, decidir por fazer uma laqueadura ou
uma vasectomia.
Algumas pessoas buscam terapia para lidar com o burnout e precisam de ajuda para encontrar mudanças
que promovam o bem-estar. Outras têm questões não resolvidas que, em algum momento, surgem e causam
sofrimento psicológico, como problemas com os pais, no relacionamento conjugal ou no ambiente de
trabalho. Programas de demissão voluntária devem considerar o suporte psicológico para ajudar a resolver o
processo de desligamento de forma saudável.
Uma diferença fundamental para o sucesso ou fracasso da terapia está na capacidade de simbolizar as
experiências traumáticas. As pessoas que procuram terapia geralmente buscam alívio dos sintomas e
melhoria na qualidade de vida.
As psicoterapias breves têm aplicação no campo da psicologia hospitalar, na psicologia do adolescente, na
psicologia do idoso, na resolução de conflitos entre pessoas etc.
Para Lustosa (2010, p. 263), é preciso bem avaliar a propriedade e a eficácia da técnica da psicoterapia breve
ao caso de estudo. Para a autora, as PBs são muito bem empregadas em:

Quadros agudos
(situações de emergência, crises)

Distúrbios reativos,
(incluindo depressões reativas)

Reações ansiosas ou fóbicas

Perturbações psicossomáticas de início recente
Quando se trata da população mais carente de recursos financeiros, resta que a abordagem breve,
normalmente utilizada nos Centros de Atenção Psicossocial, é a única possibilidade. Mesmo em se tratando
de sistemas de baixo custo, como a gratuidade nos Serviços de Psicologia Aplicada, ligados a universidades
e faculdades, a pessoa carece do dinheiro para se deslocar até o local da terapia.
Resta considerar os momentos de traumas coletivos, como em emergências e desastres. O transtorno de
estresse pós-traumático e a ansiedade de separação são possíveis áreas em que a psicoterapia breve é
recomendável.
Psicoterapia breve aplicada
Neste vídeo, trataremos sobre a aplicação da psicoterapia breve em diferentes contextos.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Avalie as afirmativas sobre a terapia breve e, na sequência, assinale a alternativa correta:
I – As psicoterapias breves têm aplicação no campo da psicologia hospitalar, dado que, tipicamente, a
razão de uma pessoa estar internada torna relevante a preparação psicológica para os procedimentos
hospitalares compatíveis com sua demanda médico-cirúrgica.
II – As psicoterapias breves de base fenomenológica-existencial é sempre a primeira alternativa, quando
se trata de plano terapêutico de longo prazo.
III – Quando se trata da população mais carente de recursos financeiros, resta que a abordagem breve,
normalmente utilizada nos centros de atenção psicossocial, e os atendimentos sociais voluntários são
as melhores possibilidades.

Parabéns! A alternativa C está correta.
A afirmativa II é falsa, pois a psicoterapia breve, de base fenomenológica-existencial, é sempre a
primeira alternativa quando se trata de plano terapêutico de curto prazo.
A afirmativa I é verdadeira, já que, no campo da Psicologia hospitalar, há aplicações antes e após atos
cirúrgicos ou tratamentos que requeiram cuidados especiais. O ambiente hospitalar, já traz certo
aspecto de temeridade. Assim, a atuação breve acarreta equilíbrio dos níveis de ansiedade e medo, pela
tomada de consciência do que passará a pessoa e o que ela ganhará após o ato cirúrgico. Sua
resistência, seus temores, são elementos a serem trabalhados na terapia breve.
A afirmativa III é verdadeira, pois quando se trata da população mais carente de recursos financeiros,
resta que a abordagem breve, normalmente utilizada nos centros de atenção psicossocial e os
atendimentos sociais voluntários são as melhores possibilidades para eles, por implicarem um baixo
custo financeiro e pouca interrupção das atividades laborais.
Questão 2
Assinale, entre as alternativas a seguir, aquela que descreve corretamente como a TCC atua na dinâmica
do processamento cognitivo.
A Apenas a afirmativa I é verdadeira.
B Apenas a afirmativa III é verdadeira.
C Apenas as afirmativas I e III são verdadeiras.
D Apenas a afirmativa II é verdadeira.
E Apenas as afirmativas I e II são verdadeiras.
Parabéns! A alternativa B está correta.
A
A psicodinâmica da terapia cognitivo-comportamental opera sobre a compreensão do
pensamento automático e ativa uma avaliação cognitiva na qual uma ou mais crenças
são escolhidas. Daí, uma ação chega à consciência, e uma ou mais emoções são
ativadas. Segue que uma estratégia é selecionada em conformidade com a atitude
ativada.
B
A psicodinâmica da terapia cognitivo-comportamental opera sobre a compreensão do
evento e ativa uma avaliação cognitiva na qual uma ou mais atitudes são escolhidas. Daí,
uma cognição chega à consciência e uma ou mais emoções são ativadas. Segue que um
comportamento é selecionado em conformidade com a atitude ativada.
C
A psicodinâmica da terapia cognitivo-comportamental opera sobre a compreensão do
pensamento automático e ativa uma representação consciente na qual uma ou mais
atitudes são escolhidas. Daí, uma regra condicional chega à consciência, e uma ou mais
emoções são ativadas. Segue que um comportamento é selecionado em conformidade
com a estratégia compensatóriaativada.
D
A psicodinâmica da terapia cognitivo-comportamental opera sobre a compreensão do
evento e ativa uma atitude na qual uma ou mais estratégias compensatórias são
escolhidas. Daí, uma pressuposição chega à consciência, e uma ou mais emoções são
ativadas. Segue que um comportamento é selecionado em conformidade com a crença
condicional ativada.
E
A psicodinâmica da terapia cognitivo-comportamental opera sobre a compreensão do
fato e ativa uma crença condicional na qual um ou mais pensamentos automáticos são
escolhidos. Daí, uma pressuposição chega à consciência e uma ou mais regras de
resolução são ativadas. Segue que um comportamento é selecionado em conformidade
com a atitude ativada.
A dinâmica do processamento cognitivo se inicia com a necessidade de a pessoa compreender o
evento. Segundo Beck, a TCC atua sobre essa compreensão, ativando uma avaliação cognitiva das
circunstâncias, que escolhe uma atitude (ou mais). Uma vez ativada a atitude, decorre um pensamento
consciente e, então, a ativação da emoção. Daí, tem-se um comportamento correspondente à atitude
ativada.
3 - Contextos de atuação
Ao final deste módulo, você será capaz de analisar as intervenções breves no contexto
fenomenológico-existencial.
Abordagem fenomenológico-existencial da psicoterapia
breve
Caminhemos um pouco no domínio da terceira força da psicologia: o contexto das terapias humanística e
fenomenológica-existencial. A Gestalt terapia é uma das abordagens dentro desse contexto. Cardinalli
(2020) afirma que a psicoterapia fenomenológico-existencial baseia-se no método preconizado por
Heidegger em sua obra Ser e Tempo: “deixar e fazer ver por si mesmo aquilo que se mostra tal como se
mostra a partir de si mesmo” (HEIDEGGER, 1927/2007, apud CARDINALI, 2020, p. 74).
O conceito fundamental desta abordagem terapêutica é o Dasein,cujo significado é “ser no mundo”. Decorre
dessa definição que o ser humano é uma maneira de dizer que somos mutáveis com o tempo e com as
experiências. Nossa existência é uma manifestação da nossa essência, invocada pelos desafios do mundo,
isto é, pelos fenômenos aqui entendidos como eventos que ocorrem ao longo de um intervalo de tempo.
Fica então em relevo a questão sobre o que é ser breve, em uma abordagem que,
em vez de ser, como essência, “vamos sendo”; isto é, a cada experiência, nossa
existência é um conteúdo manifesto das nossas potências, ou melhor, nossas
capacidades de compreender, modificar e retificar nossa relação com o mundo
externo a nós, mas que nos afeta. Heidegger nos exorta a considerar um modelo
onde a experiência vivida é uma forma de manifestação de nossas virtudes e dos
nossos defeitos ou imprecisões, de modo que é necessário revisar nossa relação
com o social, o biológico e o eu interior, a nossa essência.
Conforme se encontra no site druidnetwork.org, da cultura do povo celta, nos tempos pré-cristianismo, a
tríade de número 5, que nos diz muito sobre o que Heidegger afirma acerca do Dasein. Essa tríade, traduzida,
nos fala de que “Três coisas um homem é:
Aquilo que pensa ser
Sua autoconsciência
Aquilo que os outros pensam que ele seja
Sua reputação
O que ele verdadeiramente é
Sua essência
Segundo essa tríade, se nossa autoconsciência não corrobora nossa reputação e vice-versa, nossa essência
não pode se manifestar.
O caráter breve da psicologia fenomenológico-existencial (FE) está na promoção do encontro entre o que é a
essência com a existência, dado que o ex-ist tem o sentido de externar aquilo que você é, tanto para os
outros quanto para si mesmo, uma vez que vamos nos conhecendo e nos transformando durante nossa
experiência no mundo e com o mundo. Para melhor compreender, imagine-se criança e como você via o
mundo nesta fase e compare com quem você é e como você vê o mundo agora. Assim, o dasein é o
momento “sendo o que é” esculpido pelas adversidades que a pessoa atravessa.
O processo terapêutico FE breve implica em dar-se um tempo curto, no qual se possa experimentar e
aprender com o contato com aquilo ainda desconhecido e com a aceitação de que só se pode ser melhor,
“sendo no mundo”. Neste sentido, a dinâmica poderá ser uma sucessão de terapias breves. Note que,
segundo esse modelo, há uma psicodinâmica exigindo um caminho de progresso de autoconhecimento, de
aceitação e de compromisso com o porvir.
O que deu errado ontem é base para refletir para não se repetir o comportamento, única parte em que nós
nos damos a conhecer aos outros. Nosso comportamento reflete nossa essência ou a protege. O tempo
requerido seguirá orientado pelo objetivo de revelar e desvelar-se modificando conceitos e valores que
levaram a uma manifestação não compatível com a experiencia do fenômeno que deu origem ao trauma.
Terapias humanística e fenomenológica-existencial
Neste vídeo, abordaremos as terapias humanística e fenomenológica-existencial, o caráter breve e a
promoção do encontro.
Intervenções breves no contexto fenomenológico-
existencial
Consiste basicamente no trabalho de autoinvestigação auxiliado pelo terapeuta, que é responsável por guiar
com segurança a pessoa na revisão dos conceitos que a fizeram sofrer e entender pontos ainda não
conhecidos dos meandros de nossa memória implícita.
Nesse processo, é necessário compreender que o homem é separado do objeto, referindo-se ao
autoconceito como algo relativo à subjetividade, ao mundo interior, que se distingue da experiência com os
objetos, eventos, fenômenos e interações sociais que se referem ao mundo externo a nós, ou seja, ao mundo
da realidade objetiva. Cabe ao terapeuta encontrar meios de separar a experiência, o fenômeno, da
representação mental do fenômeno, a fim de promover o Dasein.

Se a vivência atual do paciente lhe traz sofrimento, algo há a corrigir na representação do mundo e na
resposta comportamental que se manifestou. Quando há incongruência entre a essência e sua
manifestação, há sofrimento psíquico. Uma pessoa precisa ser capaz de compreender que parte do
sofrimento é imposto, parte é aceita. No existencialismo, é necessário considerar, refletir e modificar as
representações, as memórias registradas durante a ocorrência do fenômeno mediante uma nova ótica,
um novo ponto de vista. Como a existência é ser no tempo. O passado está eternizado e representa o que
a pessoa foi. Não muda mais. Então, o que muda é o entendimento sobre o ocorrido, e uma correção das
falhas que levaram ao sofrimento. A principal delas é corrigir a frustração sobre o que é sabido não poder
ser controlado.
Há elementos que podemos controlar e há elementos que não controlamos. Temos que cumprir prazos. Se
não deu, de pouco adianta lamentar. O correto é cumprir a tarefa e aceitar eventuais penalizações. Não foi
possível alcançar o sonho, retifique a compreensão e não o sonho, posto que o porvir é a mola que
movimenta o caminho existencial. Lembrando que a existência saudável corrobora a essência. Ser breve, em
termos existenciais, é manter-se no presente, levando o passado como referência, base de mudança para
ajustamento ao porvir.
As intervenções breves no contexto existencialista
Neste vídeo, refletiremos sobre as intervenções breves no contexto fenomenológico-existencial.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Sobre a abordagem fenomenológico-existencial, avalie as afirmações abaixo e, na sequência, assinale a
alternativa correta:
I – O dasein é um termo que Heidegger usa para indicar existência atemporal.
II – A fenomenologia preconiza uma dinâmica na qual a pessoa, em suas vivências no mundo, pode
alterar a consciência que tem de sua essência
III – Podemos considerar essência todas as potencialidades da pessoa, tanto as realizadas quanto as
que estão por se manifestar.
Parabéns! A alternativa B está correta.
A afirmativa I é falsa, pois Heidegger denomina o dasein ao “modo de Ser no Tempo” que, enquanto
fenômeno, é necessariamente temporal.
A afirmativa II é verdadeira,pois a fenomenologia preconiza uma dinâmica na qual a pessoa, em suas
A Apenas a afirmativa I é verdadeira.
B Apenas as afirmativas II e III são verdadeiras.
C Apenas as afirmativas I e III são verdadeiras
D Apenas a afirmativa II é verdadeira.
E Apenas as afirmativas I e II são verdadeiras.
vivências no mundo, pode alterar a consciência que tem de sua essência, isto é, o modo de ver a si e
reinterpretar segundo suas potencialidades manifestadas e suas competências adquiridas segue
retificável a cada nova vivência.
A afirmativa II é verdadeira, pois as potencialidades ainda não manifestadas e as que se manifestaram e
foram percebidas no comportamento da pessoa fazem parte da essência.
Questão 2
Sobre a psicodinâmica da psicoterapia breve focal de base fenomenológica existencial, é correto
afirmar:
Parabéns! A alternativa E está correta.
A psicodinâmica da psicoterapia breve focal de base fenomenológica existencial se caracteriza como
A
Utiliza técnicas que facilitam encontrar pontos de divergência entre aquilo que é o real e
aquilo que é fruto da imaginação para modificar a emoção.
B
Utiliza técnicas que facilitam encontrar pontos de divergência entre aquilo que é o
essencial e aquilo que é fruto da existência para modificar o temperamento.
C
Utiliza técnicas que facilitam encontrar pontos de convergência entre aquilo que é a
essência e aquilo que é desejado para modificar a existência.
D
Utiliza técnicas que facilitam encontrar pontos de convergência entre o comportamento
e a emoção para modificar a existência.
E
Utiliza técnicas que facilitam encontrar pontos de divergência entre aquilo que é o
essencial e aquilo que é fruto da existência para modificar o comportamento.
tendo por base a contínua modificação do comportamento por meio de técnicas que facilitam encontrar
pontos de divergência entre aquilo que é o essencial e aquilo que é fruto da existência. Ser no tempo
implica compreender que o real nos afeta e uma mudança se faz necessária no nosso modo de ser.
Considerações finais
As duas linhas escolhidas de psicoterapia breve e focal apresentam convergências e divergências quanto à
metodologia e à conceituação estrutural. Pode-se afirmar que Beck, psicanalista de formação, associa desde
conteúdo da psicanálise a conteúdos mensuráveis da psicologia comportamental. Daí, seu método ser
denominado terapia cognitivo-comportamental.
Vimos também que, embora a técnica psicanalítica tenha sido preservada coerente com a corrente
freudiana, os autores inovaram restringindo a técnica da livre associação na escuta terapêutica à escuta
guiada pelo contexto do problema e promovendo condições favoráveis a que uma maior parcela da
população se beneficiasse da psicoterapia.
Aspectos distintos da psicodinâmica são apresentados caracterizando as práticas da psicoterapia breve de
base psicanalítica e a práxis da TCC. Notando que não há sequer um único par de sapatos que se ajusta a
todos os pés, também algumas técnicas psicoterapêuticas podem ser bem-sucedidas para uns e outras para
outros.
Por que é importante conhecer e aplicar as técnicas das psicoterapias breves? São várias as respostas
possíveis. Destaca-se a promoção de saúde mental, a custo e disponibilidade de tempo compatível com os
recursos da população. Ainda, ser breve é sinônimo de eficiência. Saber decidir pela forma correta de terapia
requer especialização em uma corrente sem deixar de lado o conhecimento das outras vertentes. O código
de ética norteia que o psicólogo faça aquilo em que é bom. É uma solução no caso de o paciente precisar de
outro tipo de psicoterapia, encaminhar para outro ou outra colega que esteja em melhor condição de
ajustamento às necessidades da pessoa.
Podcast
Ouça agora uma série de reflexões sobre os fundamentos da psicoterapia breve, com destaque para os
precursores e os conceitos fundamentais da psicoterapia breve.

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Leituras sugeridas:
CLARK, A. D.; BECK, A. T. Terapia Cognitiva para os Transtornos de Ansiedade: Tratamentos que Funcionam ‒
Guia do Terapeuta. Porto Alegre: ArtMed, VitalBook file, 2015. E-book.
RANGÈ, B. Psicoterapias Cognitivo-Comportamentais. 2. ed. Porto Alegre: Grupo A-ArtMed, 2011. E-book.
SANTAELLA, l. Percepção – Fenomenologia, Ecologia e Semiótica. 1. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2012.
Busque no canal Christian Dunker, no YouTube, conteúdo relativo ao Ferenczi.
Referências
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CARDINALLI, I. E. Psicoterapia focal: psicoterapia breve de base fenomenológico-existencial. Psic. Rev. São
Paulo, volume 29, n. 1, 157-175, 2020. Consultado na internet em: 14 mar. 2023.
CARMO, L. D. S.; CHAVES, W. C. Freud e o sintoma nas conferências introdutórias: algumas considerações.
Revista Natureza Humana , São Paulo, v. 21. p. 100-119, janeiro-junho, 2019.
CORDIOLI, A. V. Psicoterapias Abordagens Atuais. 3. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2008.
CORIN, D. A Treasury of Druidic Triads. UK, Blackburn with Drawen: The Druid Network, 2010. Consultado na
internet em: 14 mar. 2023.
FISKE, S. T.; TAYLOR, S. E. Social Cognition – From Brains to Culture. 3rd ed. Los Angeles, USA: SAGE, 1991.
FREUD, S.; FERENCZI, S. Correspondência. Vol. I/Tomo 2. Rio de Janeiro: Imago, 1995.
FERENCZI, S. Psicanálise II. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
GARCIA-ROSA, L. A. Introdução à Metapsicologia Freudiana. Vol. I, II e III. 5. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
2001.
KRUGER, H. R. (Org.). Crenças e Sentido de Vida. Série Universitária. Mestrado em Psicologia. 1. ed. Curitiba:
CRV, 2017.
LACAN, J.  Seminário 11: os quatro conceitos fundamentais da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
1985.
LUSTOSA, M. A. A psicoterapia breve no hospital geral. Rev. SBPH,  Rio de Janeiro, v. 13,  n. 2,  p. 259-269, 
dez. 2010. Consultado na internet em: 14 mar. 2023.
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