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Faculdades Metropolitanas Unidas | FIAM-FAAM Bia Pereira de Miranda Variação Diatópica: Uma análise do preconceito linguístico sofrido por povos nordestinos São Paulo 2021 Variação Diatópica: Uma análise do preconceito linguístico sofrido por povos nordestinos Sabemos que a língua portuguesa é a primeira língua oficial do Brasil, mas que também é uma língua nova que está em constante mudança. Dentro desta língua há várias linguagens; um conjunto de pessoas da mesma região, geração, grupos sociais ou culturais tende a falar de uma determinada forma, porém cada indivíduo tem sua própria fala, visto que cada um possui sua vivência que pode até misturar diferentes linguagens e criar sua própria, por exemplo um jovem da geração z, filho de boomers nordestinos, que convive com pessoas do sul do país, morador da periferia de São Paulo, que se identifica como não-binário fazendo o uso da linguagem neutra e formado em comunicação visual. Cada fator citado neste exemplo monta a fala deste personagem que a torna única. Na comunicação temos o termo variação diatópica para classificar a variante linguística caracterizada através da mudança geográfica. Esta é uma variação que fica bem evidente ao olharmos o Brasil como um todo. Infelizmente esta variação vem precedida de preconceito linguístico e xenofobia. O grupo que percebemos ser o maior alvo destes preconceitos é o nordestino. Uma das falas preconceituosas que este grupo mais recebe é um “pedido” para mudarem seu sotaque, para “falarem certo”. Como se a linguagem de uma região fosse errada e a de outra fosse a certa. Quando na verdade não há certo ou errado. Apenas diferentes formas de falar a mesma língua. Uma música que representa bastante este tema é a Zaluzejo da trupe O Teatro Mágico. Fernando Anitelli escreveu esta homenagem após conversas com Josilene “Jô” Raimunda, empregada de seus pais. A letra é composta por palavras criadas pela Jô e seus ditados, como o refrão “Pigilógico, tauba, cera lítica, sucritcho Graxite, vrido, zaluzejo”. A única estrofe que não possui falas da Jô é a seguinte: Mas quando alguém te disser tá errado ou errada Que não vai s na cebola e não vai s em feliz Que o x pode ter som de z e o ch pode ter som de x Acredito que errado é aquele que fala correto e não vive o que diz Esta estrofe traz a reflexão de que não importa como você fala, se fala formal ou informal, se acentua o R ou o S o que importa é seguir seus valores. Acrescento ainda que o importante na comunicação não é falar rebuscado ou de um jeito padrão, mas sim tua mensagem ser entendida pelo receptor. Durante a música inteira ouvimos palavras criadas pela Jô, mas logo é possível associar com o que ela queria dizer. Referências bibliográficas GODINHO, Juliane Lopes Da Silva et al: Variação linguística diatópica: um olhar, à luz da música asa branca de luiz gonzaga, para a formação inicial do professor de língua portuguesa. Realize Editora, Campina Grande, Anais IV CONEDU, 2017. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/38879>. Acesso em: 9 jun. 2021 Cortes em Vênus [OFICIAL]. PRECONCEITO COM O SOTAQUE NORDESTINO | Cortes do Venus. 2021. 1 vídeo (4:38). Disponível em < https://www.youtube.com/watch?v=xhqkSAwrDsU> Acesso em 9 jun. 2021 BULLON, K. Histórias de Jô’s. Flowing Out of Space ...vazios, conexões e divagações de amor. 23 abr. 2009. Disponível em < http://kakabullon.blogspot.com/2009/04/historias-de-jos.html> Acesso em 14 jun. 2021
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