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PSICOLOGIA JURÍDICA
THAISI LEAL MESQUITA DE LIMA
1
UNIDADE 7
PSICOLOGIA E PERSONALIDADE 
HUMANA
1. COMPORTAMENTO HUMANO: DEFINIÇÕES
A análise do comportamento humano é um dos principais campos de estudo da psico-
logia. Isto porque, como se sabe, a psicologia possui como objeto o estudo da men-
te humana, e a interação entre este ser, a sociedade e seu íntimo (comportamento) 
é indispensável para entender o psiquismo humano. O comportamento humano nada 
mais é do que o modo de se comportar (agir) das pessoas no ambiente em que estão 
situados, correspondendo as relações entre pessoas, animais e até com as instituições 
(Estado) (PSICANÁLISE CLÍNICA, 2022).
Dessa forma, o comportamento humano dita o padrão de conduta de acordo com a 
sociedade (localidade) aonde o ser está inserido. É, assim, a união das influências co-
letivas com as experiências individuais do ser analisado. A concepção do que é certo 
e errado, isto é, do que é aceitável ou não no comportamento humano, dependerá dos 
padrões morais e normativos das sociedades. 
EXEMPLO
Joseph reside no seio da comunidade X, de um país fictício, este que permite a vingança 
privada, com o assassinato de outros indivíduos em caso de ofensa pessoal. 
Como parte do comportamento de Joseph, a vingança privada e a violência social estão 
arraigadas, razão pela qual para ele, matar é algo corriqueiro, e totalmente aceitável. É 
certo que Joseph pode “desviar” da conduta dominante em razão da sua subjetividade. 
Mario, por sua vez, reside na comunidade Y, de outro país fictício que coíbe completamente a 
vingança privada. Matar outra pessoa é algo abominável para as pessoas da comunidade Y. 
O comportamento de Mario tenderá a incorporar a regra moral máxima de que matar é 
errado, razão pela qual não é esperado a prática de assassinato por Mario. Contudo, em 
razão da sua subjetividade, Mario poderá se tornar assassino em algum momento. 
Percebe-se claramente que as regras morais e jurídicas de uma sociedade refletem no 
comportamento humano, sendo este o resultado da individualidade humana e das experi-
ências sociais. 
É indispensável relembrar que a psicologia aborda o estudo do seu objeto (mente hu-
mana) a partir de diferentes enfoques: comportamento (psicologia comportamental ou 
behaviorismo); do funcionamento do inconsciente (psicanálise); e da forma como os 
seres humanos aprendem o mundo (por exemplo, a psicologia cognitiva) (PINHEIRO, 
2019, p. 36). Todas essas abordagens levam em conta a subjetividade humana. 
Como se vê, o behaviorismo (também denominada de psicologia comportamental) in-
vestiga especificamente o comportamento humano, isto é, a interação entre eles e a 
sociedade. O comportamento humano, dessa forma, sofre com influências sociais e cul-
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Psicologia e Personalidade Humana
turais, que dependerão da construção da sociedade e dos padrões impostos como cer-
tos. Os aspectos transculturais dos seres humanos devem ser considerados e utilizados 
para compreender o fenômeno comportamento humano (PINHEIRO, 2019, p. 26). 
A personalidade individual e, consequentemente, o comportamento humano, se desen-
volvem por meio da socialização desenvolvida por um ser. A socialização é uma ferra-
menta indispensável para a integração do indivíduo na sociedade e para a continuidade 
dos sistemas sociais (PINHEIRO, 2019, p. 65). Não é forçoso afirmar que a socialização 
cumulada com as experiências individuais forma o comportamento humano. Evidente-
mente, alguns indivíduos possuem mentes patológicas, razão pela qual terão desvios 
no comportamento humano que destoam do homem médio. 
A socialização pode ser classificada em dois tipos básicos: a socialização primária e a 
socialização secundária. A socialização primária confere aos indivíduos os padrões 
comportamentais básicos, estes que são necessários para a vida normal em uma so-
ciedade. A socialização secundária, por sua vez, trata da incorporação de padrões de 
comportamento especiais, para determinadas posições e situações sociais (PINHEIRO, 
2019, p. 65). Nesse diapasão, importa destacar um trecho doutrinário sobre a compre-
ensão de cultura: 
Toda cultura compreende, além dos meios de satisfação de necessidades, 
ideias a respeito do modo convencionalmente correto de satisfazê-las, ou 
seja, por meio das normas. É um fato tipicamente humano que a satisfação 
das necessidades seja culturalmente regulamentada. É próprio da condição 
social do homem que ele não apenas se preocupe com a satisfação das 
suas necessidades, mas também com as formas estabelecidas como corre-
latas na cultura da sua sociedade, a fim de satisfazê-las, pois toda cultura é 
inevitavelmente normativa (PINHEIRO, 2019, p. 65).
O comportamento humano é, diante do exposto, um resultado das experiências indivi-
duais com as influências coletivas, estas que, por sua vez, são um produto da cultura 
social dominante.
Figura 01. Quarto em Aires (Bedroom in Arles, 1888) de Vincent van Gogh.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Vincent_van_Gogh#/media/Ficheiro:Vincent_van_Gogh_-_De_slaapkamer_-_Google_
Art_Project.jpg. Acesso em novembro de 2022.
3 Psicologia Jurídica
U7 Psicologia e Personalidade Humana
2. COMPORTAMENTO HUMANO E CONTEXTO PSICOLÓGICO 
DO SUJEITO
Conforme já abordado, o comportamento humano é objeto de estudo da denominada 
psicologia comportamental, que surgiu no início da década de 1920, se contrapondo à 
visão dominante da psicologia. Essa nova visão surgiu com o psicólogo norte-america-
no John B. Watson, que encarava a ciência da psicologia como a investigação dos com-
portamentos observáveis, mensuráveis, nada além disso (PINHEIRO, 2019, p. 22 e 23).
De acordo com Watson, uma criança poderia ser comparada a uma tábua rasa, sobre 
a qual as experiências levariam a se escrever praticamente qualquer coisa (PINHEIRO, 
2019, p. 22 e 23), razão pela qual as vivências individuais definiam o comportamento 
humano. Nesse sentido, é relevante ressaltar uma afirmação de John B. Watson: 
Dê-me uma dúzia de crianças saudáveis, bem formadas e meu próprio 
mundo especializado para que eu as eduque, e eu garanto que escolherei 
qualquer uma delas aleatoriamente, treinando-a para que se torne qualquer 
tipo de especialista que eu escolha – médico, advogado, artista, e, claro, até 
mesmo mendigo e ladrão, independentemente de seus talentos, preferên-
cias, tendências, capacidades, vocações e raça (WATSON, 1924, p. 104).
Burrhus Frederic Skinner, outro precursor da psicologia comportamental, acreditava 
que os psicólogos deveriam analisar apenas os comportamentos observáveis e mensu-
ráveis. Para ele, as reações humanas são comportamentos aprendidos, sendo, dessa 
forma, o comportamento humano modificável por meio do condicionamento. Skinner 
se debruçava em identificar as leis do comportamento, contribuindo muito ao behavio-
rismo, por adicionar um novo elemento ao repertório da análise do comportamento: o 
reforço, que pode ser positivo ou negativo. Os reforços irão contribuir ou interferir no 
comportamento humano ordinário, ao passo que geram uma mudança neste, em con-
sequência da oferta ou remoção de um estímulo (PINHEIRO, 2019, p. 22 e 23). 
IMPORTANTE!
Os reforços podem afetar o comportamento humano comum, na medida em que os estímu-
los ou penalidades induzem os indivíduos a se comportarem de determinada forma. 
O reforço positivo irá ocorrer quando o ser recebe uma recompensa por realizar um com-
portamento desejado e legítimo (PINHEIRO, 2019, p. 22 e 23). 
Um bom exemplo desse reforço é a premiação de crianças ou adolescentes que recebem 
boas notas na escola. O estímulo positivo poderá despertar o interesse do indivíduo pelos 
estudos, ao passo que ele associará o estudo a algo positivo (premiação). 
O reforço negativo, por sua vez, acontece quando se remove algo insuportável ao agente 
por se comportar de forma social e juridicamente aceitável (PINHEIRO, 2019, p. 22 e 23). 
Podemos usar como exemplo a associação de pessoas em grupos de desintoxicaçãoou 
para alcoólatras. O comportamento positivo (não beber ou não usar drogas) irá remover o 
vício (algo insuportável) do ser. 
Skinner pretendia, dessa forma, modificar o comportamento inadequado para o próprio 
indivíduo ou social e juridicamente inaceitável, transformando-o, por meio dos estímu-
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Psicologia e Personalidade Humana
los e reforços, em comportamentos aceitáveis como normais para o indivíduo e para a 
sociedade (PINHEIRO, 2019, p. 22 e 23). O esforço serve como vetor para que o indi-
víduo passe a atuar como agente de construção da conduta social e do comportamento 
humano de outros indivíduos, seja pelo exemplo ou pela oferta de outros reforços. 
3. COMPORTAMENTO HUMANO E DESVIO DE CONDUTAS 
SOCIAIS
Como visto, o comportamento humano pode ser sintetizado como o conjunto das ações 
individuais dos seres incluídos em uma sociedade, agindo com a interação com outras 
pessoas, animais e instituições. As sociedades, além da influência cultural e moral sobre 
o comportamento humano, ainda instituem a lei, qual seja, o sistema jurídico. Este con-
siste no fenômeno de controle do comportamento social (PINHEIRO, 2019, p. 64 e 65).
O controle imposto pelo fenômeno jurídico atua como um tipo de instrumento de inte-
gração social, que se dá pela consciência de cada membro ou pela imposição social 
(PINHEIRO, 2019, p. 64 e 65). O agrupamento de indivíduos se dá pelo comportamento 
considerado aceitável pelos grupos sociais, este que, via de regra, é sintetizado pelas 
normas legais. 
Além do fenômeno jurídico como um sistema claro de controle do comportamento hu-
mano, a cultura também torna possível a difusão intragrupal de condutas aceitáveis que 
resultam em (PINHEIRO, 2019, p. 64 e 65). Dessa forma, o padrão comportamental 
considerado correto é o que, de acordo com o sistema cultural e jurídico dominante, se 
coaduna com o que é comumente praticado pela maioria das pessoas. 
A cultura é um sistema de consenso, que visa sintetizar os regramentos e costumes 
de uma sociedade, independentemente do modo da sua concepção, se por imposição 
ou por condensação de ideias. O controle social pode ser formal ou informal, sendo o 
controle social formal, expressado e concretizado pela instituição de norma jurídica, 
aquele que estabelece o comportamento considerado correto. Já o controle social in-
formal se expressa nas práticas usuais, costumes e opinião pública (PINHEIRO, 2019, 
p. 64 e 65) (a mídia e as redes sociais desempenham papel definitivo). 
A cultura, além disso, estabelece outros comportamentos considerados como corretos 
(usuais). O comportamento individual que se dissocie desta forma de controle coletiva é 
considerado desviante. Todos os indivíduos que atuem sem observar a lei estarão apre-
sentando conduta desviante, isto é, estarão praticando desvio nas condutas sociais. 
De acordo com o antropólogo belga Claude Lévi-Strauss, fundador da denominada an-
tropologia estruturalista, o que distingue as coletividades humanas das não humanas é 
a lei (ou o sistema jurídico). O mesmo doutrinador defendia que as coletividades huma-
nas, por mais rudimentares que fossem, estabeleciam ao menos a uma “lei do incesto” 
(PINHEIRO, 2019, p. 65 a 69), qual seja, uma norma basilar que diferenciava os seres 
humanos dos animais. 
Para compreender a relação do comportamento humano com o desvio das condutas 
sociais, é indispensável que o estudioso do direito entenda como a norma e a cultura 
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são instrumentos de controle social. Não são os símbolos (ou palavras) que devem 
possuir função normativa, mas sim as normas que devem possuir função simbólica e, 
dessa forma, devem carregar significados (PINHEIRO, 2019, p. 65 a 69). Sem estes 
significados, torna-se impossível exercer pressão sobre indivíduos. 
É relevante frisar que as condutas são desviantes porque são culturalmente inacei-
táveis, seja pelos modos de controle formais ou informais. Os indivíduos acabam por 
incorporar as normas culturais e jurídicas como parte do comportamento humano. Isso 
não quer dizer que inexista a transgressão (até porque o comportamento desviante 
também faz parte das sociedades), sejam elas morais, religiosas, sociais ou jurídicas. 
A transgressão, também como forma de controle social, é geralmente coibida com a 
imposição de sanções ou de penas (PINHEIRO, 2019, p. 65 a 69), as quais em todas 
as sociedades modernas possuem um sistema penal bem estabelecido. 
IMPORTANTE!
De acordo com Pinheiro (2019, p. 65 a 69), as sanções podem ser: 
 ` De ordem interna: o indivíduo passa por um processo de culpabilidade interna, tristeza 
e autoflagelo, pelo descumprimento da norma (seja ela moral, religiosa ou jurídica). 
 � Exemplo: José, aluno do curso de Direito, sabe que não pode copiar as respostas dos 
seus colegas de classe para tirar boas notas. Contudo, em uma das provas, como ato 
de desespero, José copiou a prova de Patrício na íntegra. O ato passou despercebido 
pelo professor. Contudo, José, pelo descumprimento de uma norma acadêmica bási-
ca, passou por um período de tristeza e autoflagelo, por não ter se reconhecido no ato.
 ` De ordem externa: as instituições passam a impor sanções para coibir o comportamen-
to desviante, seja ele de caráter jurídico ou não. 
 � Exemplo: Jario, assassino em série, tirou a vida de mais de dez pessoas na comunida-
de de Pedra Preta, no interior de Pernambuco. O corpo policial da região, após seguir 
os rastros de Jario, conseguiu prendê-lo. O sistema judiciário da região, após a análise 
do caso, impôs pena máxima à Jairo. 
A sanção de ordem externa mais coercitiva em um grupo social é a sanção de ordem ju-
rídica, que pode ser imposta sempre que houver a violação da norma jurídica. Este tipo 
de sanção é a principal forma de controle social das sociedades modernas, podendo ser 
de ordem civil, administrativo ou penal. O comportamento humano acaba por incorpo-
rar as normas estabelecidas como se fossem as corretas, seja pela simples imposição 
social e cultural, ou para evitar sofrer com as sanções que fazem face ao desvio de 
condutas sociais (PINHEIRO, 2019, p. 65 a 69). 
O controle social pode ser definido como qualquer meio que leve as pessoas a se com-
portarem de forma socialmente aprovada, ou seja, que guie o comportamento humano 
para evitar o desvio de condutas sociais. A socialização, dessa forma, é o meio básico 
de controle social, ao passo que, por meio dela, é possível que o indivíduo assimile 
valores, crenças e normas que determinem como deve ser o seu comportamento (PI-
NHEIRO, 2019, p. 65 a 69).
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6Psicologia Jurídica
Psicologia e Personalidade Humana
A socialização serve como um instrumento de controle social bastante eficiente, na 
medida em que o sujeito não age de determinada forma com medo das consequências, 
mas sim porque passam a acreditar naquelas normas como as corretas. Sendo assim, 
a norma jurídica deve ser um reflexo da socialização e das experiências culturais, mas 
também interferem nas relações entre pessoas, ao passo que condensam e positivam 
os comportamentos considerados corretos. Em outras palavras, não basta o desejo 
individual de recompensas ou o medo de punições para que o indivíduo apresente o 
comportamento aceitável, mas sim que ele acredite que aquelas normas contribuem 
para a vida coletiva e para o desenvolvimento individual. 
IMPORTANTE!
O Código Penal brasileiro estabelece que é crime quando um agente mata alguém, deven-
do ser penalizado, na modalidade simples, a reclusão, de seis a vinte anos.
A força coercitiva do princípio normativo que proíbe matar alguém não vem (ou não deve 
vir) do fato de que está estampado no Código Penal a referida proibição. 
O comportamento humano ordinário, que coíbe a possibilidade de matar outro indivíduo, 
deve incorporar a referida proibição como parte da cultura dominante que considera matar 
outra pessoa abominável. 
Só assim a norma jurídica passa a ter força coercitiva, istoé, quando é produto cultural. 
Quando o comportamento social aceitável é incorporado ao comportamento humano 
por meio da socialização, o desvio desta conduta social é facilmente identificável. Exis-
tem algumas situações nas quais as pessoas são completamente privadas de orienta-
ções normativas consistentes (pela falta de normas, também denominada de anomia) 
para saber como guiar o seu comportamento. Com a ausência completa de normas, 
o senso de identidade de um grupo decresce, por não conseguir identificar o que é 
aceitável ou não, a coesão social é enfraquecida e o controle social, em consequência, 
torna-se deficiente (PINHEIRO, 2019, p. 65 a 69). 
Contudo, quando existem outros meios de controle social que suprem a inexistência 
de normas jurídicas específicas, é possível manter a conduta social dentro do padrão 
aceitável, de forma que a sociedade consegue guiar o comportamento humano. Diante 
do exposto, é facilmente possível identificar um vínculo indissociável entre o comporta-
mento humano: o fenômeno social e o fenômeno jurídico (PINHEIRO, 2019, p. 65 a 69). 
É relevante frisar que além das culturas locais e nacionais, isto é, das instituídas dentro 
de um Estado, as normas internacionais estão exercendo forte influência no padrão 
comportamental de grande parte das sociedades do globo. Esse fenômeno de incorpo-
ração de normas internacionais pelas sociedades é um reflexo direto da globalização, 
que possibilita a interação entre comunidades e, acima de tudo, a padronização no 
plano internacional do que deve ser considerado correto e incorreto. 
As normas de direitos humanos, por exemplo, um dos principais eixos normativos 
do direito internacional, foram incorporadas pela maior parte dos Estados do globo, 
em razão de uma imposição da cultura internacional. Dessa forma, o comportamen-
to humano, submetido às diversas influências (sociais, culturais, jurídicas, internas, 
7 Psicologia Jurídica
U7 Psicologia e Personalidade Humana
externas etc.), incorpora as condutas aceitáveis pelas sociedades, razão pela qual é 
possível determinar que o controle social é definitivo para o estabelecimento do com-
portamento individual.
4. ATIVIDADES PRÁTICAS
“Este trabalho buscou relacionar a perspectiva foucaultiana acerca do controle social 
ao campo midiático, elegendo três instâncias de manifestação deste poder disciplinar: 
o discurso publicitário e sua definição de condutas e posses adequadas, o discurso 
jornalístico e sua peculiar forma de definição da realidade e o disciplinamento de cor-
pos femininos pela manutenção de uma definição midiática de corpo feminino ideal, 
trabalhando alguns efeitos da introjeção deste olhar vigilante sobre
o campo social na forma de psicopatologias” (BRITTOS; GASTALDO, 2006, p. 130 e 
131)
BRITTOS, Valério C.; GASTALDO, Édison. Mídia, poder e controle social. Revista Alceu, Rio 
de Janeiro, v. 7, n. 13, p. 121-133, dez. 2006. Disponível em: http://revistaalceu-acervo.com.
puc-rio.br/media/alceu_n13_Brittos%20e%20Gastaldo.pdf. Acesso em: 29 ago. 2022.
O trecho acima foi extraído do trabalho “Mídia, poder e controle social”, que discute a influên-
cia da mídia no controle social.
A partir da leitura do texto acima indicado, reflita: qual é a influência exercida pela mídia no 
comportamento individual e no estabelecimento da conduta social aceitável? A mídia é pro-
duto cultural? A mídia possui poder coercitivo? 
Exercício 1.
EDUCANDO PARA A PAZ
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