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Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 135 TÍTULO XI DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CAPÍTULO I DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL Peculato- apropriação (peculato próprio) Peculato- desvio (peculato próprio) Art. 312 - APROPRIAR-SE o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou DESVIÁ-LO, em proveito próprio ou alheio: Peculato é crime próprio, só pode ser praticado por funcionário público. Se comunica se o agente (coautor ou partícipe) sabe dessa condição (ser funcionário público). Se não souber, o terceiro poderá responder por furto e o funcionário público por peculato. O proveito auferido pode ser material ou moral. Peculato de uso de bem infungível e inconsumível não é crime (atípico), mas pode configurar improbidade e/ou ilícito administrativo. Peculato de uso de bem fungível e consumível é crime, além de improbidade e/ou ilícito administrativo. Empréstimo consignado e o órgão não repassa STF entendeu que ficou configurado o crime de peculato-desvio, uma vez que o Município era mero depositário dos recursos, que não eram receita pública, e deu destinação diversa a essa quantia. Diretor de sindicato pode praticar peculato art. 552 da CLT. Súmula 599 - STJ: O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a administração pública. Reclusão 2a – 12a + Multa Peculato- Furto (peculato impróprio) § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o SUBTRAI, ou CONCORRE para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. Reclusão 2a – 12a + Multa Peculato culposo § 2º - Se o funcionário concorre CULPOSAMENTE para o crime de outrem: Detenção 3m – 1a § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se PRECEDEà sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é POSTERIOR, reduz de metade a pena imposta. Sentença irrecorrível Extingue a punibilidade Reduz de metade a pena ATENÇÃO: Essas condições só se aplicam no peculato culposo. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 136 Peculato mediante erro de outrem Art. 313 - APROPRIAR-SE de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem: Reclusão 1a – 4a + Multa Inserção de dados falsos em sistema de informações (peculato eletrônico) Art. 313-A. INSERIR ou FACILITAR, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o FIM de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou PARA causar dano: Reclusão 2a – 12a + Multa Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações Art. 313-B. MODIFICAR ou ALTERAR, o funcionário, sistema de informações ou programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente: Detenção 3m – 2a Multa Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado. +1/3 a +1/2 Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento Art. 314 - EXTRAVIAR livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do cargo; SONEGÁ-LO ou INUTILIZÁ-LO, total ou parcialmente: Reclusão 1a – 4a Emprego irregular de verbas ou rendas públicas Art. 315 - DAR às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei: É crime contra a administração pública. É crime praticado por funcionário público contra a administração pública (capítulo I). Não é crime contra as finanças públicas (capítulo IV). Detenção 1m – 3m ou Multa ATENÇÃO: No 313-A é funcionário Autorizado. E há alteração dos DADOS ATENÇÃO: No 313-B é funcionário somente. E há alteração do próprio programa em que há os dados. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 137 Concussão Art. 316 - EXIGIR, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: O cerne da diferença entre concussão e corrupção é o verbo. EXIGIR concussão SOLICITAR, RECEBER, ACEITAR promessa corrupção passiva OFERECER ou PROMETER corrupção ativa A “ameaça” é relacionada aos poderes do cargo (policial que exige propina se não vai multar). Se a “ameaça” for estranha aos poderes do cargo, poderá ser extorsão. CRIME FORMAL: O momento consumativo do delito é o da exigência, sendo este o marco para fins de caracterização do flagrante (não é flagrante o momento do recebimento da vantagem). Reclusão 2a – 12a + Multa (alterado pela Lei Anticrime) Excesso de exação § 1º - Se o funcionário EXIGE tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, EMPREGA na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: EXIGIR que sabe ser indevido = excesso de exação EXIGIR para deixar de lançar ou cobrar parcialmente = crime funcional contra a ordem tributária (Art. 3º, II da Lei 8.137/90) ATENÇÃO: Se o tributo for ilegal, não há excesso de exação, mas sim concussão (vantagem indevida / ilegal). Reclusão 3a – 8a + Multa § 2º - Se o funcionário DESVIA, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos: Reclusão 2a – 12a + Multa ALTERAÇÃO DA PENA DO CRIME DE CONCUSSÃO Antes da Lei Anticrime Depois da Lei Anticrime Reclusão 2a – 8a + Multa Reclusão 2a – 12a + Multa Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 138 Corrupção passiva Art. 317 – SOLICITAR ou RECEBER, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou ACEITAR promessa de tal vantagem: Corrupção passiva também é conhecido como peita ou suborno. É crime formal, o recebimento da vantagem indevida é irrelevante para fins de caracterização da corrupção passiva. Corrupção passiva imprópria: o ato a ser praticado pelo funcionário público em troca da vantagem indevida for legítimo (agilizar o andamento de uma certidão). Corrupção passiva própria: o ato a ser praticado pelo funcionário público em troca da vantagem indevida for ilegítimo / ilícito (deixar de aplicar uma multa). Art. 317 Corrupção Passiva Art. 333 Corrupção Ativa Corrupto Corruptor SOLICITAR (formal) x RECEBER (material) OFERECER ACEITAR PROMESSA (formal) PROMETER São exceções à teoria monista. Cada um responde por um crime, não por crime único. ATENÇÃO: se o funcionário público SOLICITA e o particular DAR, o particular não responde por nenhum crime. ATENÇÃO: O art. 317 e 333 são corrupções gerais, mas existem várias corrupções especiais, existentes em outras leis penais extravagantes (eleitorais, estatuto do torcedor). Reclusão 2a – 12a + Multa § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício OU o pratica infringindo dever funcional. + 1/3 § 2º - Se o funcionário pratica,deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: CORRUPÇÃO PASSIVA PRIVILEGIADA Aqui o agente não solicita, não recebe, nem aceita promessa. O agente cede a um pedido ou é influenciado por outra pessoa, e em razão disso, fere dever funcional. Detenção 3m – 1a Ou Multa O que seria exaurimento do crime de corrupção passiva, se torna causa de aumento. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 139 Facilitação de contrabando ou descaminho Art. 318 - FACILITAR, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho (art. 334): É exceção à teoria monista. O funcionário público responde pelo 318 e o particular pelo 334 ou 334-A. Reclusão 3a – 8a + Multa Prevaricação Art. 319 - RETARDARou DEIXARde praticar, indevidamente, ato de ofício, ou PRATICÁ-LO contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: O funcionário público não cumpre as obrigações que lhe são inerentes em decorrência de interesse ou sentimento pessoal. Coloca o interesse particular acima do interesse público. Exemplos: ódio, inveja, amor, amizade... Se o fato dele não cumprir seu dever funcional for em decorrência de ceder a pedido ou influência de outrem = corrupção passiva privilegiada Se o fato dele não cumprir seu dever funcional for em decorrência de sentir pena, indulgência = condescendência criminosa Detenção 3m – 1a + Multa Prevaricação imprópria Art. 319-A. DEIXAR o diretor de penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo: Detenção 3m – 1a Condescendê ncia criminosa Art. 320 - DEIXAR o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente: O funcionário público não cumpre as obrigações que lhe são inerentes em decorrência de indulgência, pena, comiseração, misericórdia. Se o fato dele não cumprir seu dever funcional for em decorrência de ceder a pedido ou influência de outrem = corrupção passiva privilegiada Se o fato dele não cumprir seu dever funcional for em decorrência de satisfazer interesse ou sentimento pessoal = prevaricação Detenção 15d – 1m ou Multa Advocacia administrativ a Art. 321 - PATROCINAR, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário: Detenção 1m – 3m ou Multa Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: Detenção 3m – 1a + Multa Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 140 Violência arbitrária Art. 322 - PRATICAR violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la: Para a doutrina o 322 foi revogado pela lei 4.898/65 (abuso de autoridade). Para a jurisprudência o 322 não foi revogado. A violência citada é contra a pessoa, não contra coisa. Detenção 6m – 3a + além da pena corresponde nte à violência. Abandono de função Art. 323 - ABANDONAR cargo público, fora dos casos permitidos em lei: Detenção 15d – 1m ou Multa § 1º - Se do fato resulta prejuízo público: Detenção 3m – 1a + Multa § 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira: Detenção 1a – 3a + Multa Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado Art. 324 - ENTRAR no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências legais, ou CONTINUAR a exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso: Detenção 15d – 1m ou Multa Violação de sigilo funcional Art. 325 - REVELAR fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou FACILITAR-LHE a revelação: Detenção 6m – 2a ou Multa, se o fato não constitui crime mais grave. § 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública; II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. § 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem: Reclusão 2a – 6a + Multa Violação do sigilo de proposta de concorrência Art. 326 - DEVASSAR o sigilo de proposta de concorrência pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: O art. 326 do Código Penal foi tacitamente revogado pelo art. 94 da Lei 8.666/1993 – Lei de Licitações. Detenção 3m – 1a + Multa Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 141 Funcionário público Art. 327 - Considera-se FUNCIONÁRIO PÚBLICO, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. § 1º - EQUIPARA-SE a FUNCIONÁRIO PÚBLICO quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. Entidades paraestatais: Sistema S (Sesc, Senai, Sesi...), entidades de apoio, organizações não governamentais, organizações sociais, OSCIP’s. Empresa prestadora de serviços públicos: concessionárias, permissionárias... (coleta de lixo, transporte coletivo...). § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público. Para a corrente majoritária essa causa de aumento se aplica ao Presidente da República, Governadores e Prefeitos. +1/3 Não é funcionário público é EQUIPARADO a funcionário público. ATENÇÃO: Não fala administração indireta como um todo e não cita autarquia expressamente. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 142 Concussão Excesso de exação Corrupção passiva Art. 316 - EXIGIR, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: § 1º - Se o funcionário EXIGE tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: Art. 317 - SOLICITAR ou RECEBER, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou ACEITAR promessa de tal vantagem: Paulo intimidou e exigiu abusivamente dinheiro para si, prometendo conceder vantagem a que determinado administrado não fazia jus. Determinado auditor fiscal da SEFAZ exigiu do contribuinte o pagamento de tributo que sabia ser indevido, afirmando que iria recolher o valor aos cofres públicos. O funcionário público que recebe para si diretamente, ainda que fora da sua função, mas em razão dela, vantagem indevida no valor de R$ 10.000 (dez mil reais), pratica crime de corrupção passiva. Gonçalo, funcionário público de determinada secretaria estadual, em razão da funçãopor ele exercida, exige para si, de Marcelo, determinada vantagem indevida, não chegando, entretanto, a recebê- la.Concussão consumada Tício, funcionário público federal, em fiscalização de rotina, constatou que Paulus, proprietário de uma mercearia, estava devendo tributos ao Fisco. Em vista disso, concedeu-lhe o prazo de quarenta e oito horas para efetivar o pagamento e mandou colocar uma faixa na porta do estabelecimento, dizendo: “Este comerciante deve ao Fisco e deverá pagar o tributo devido em quarenta e oito horas”. Pedro, por sua vez, sem receber qualquer valor monetário ou vantagem diversa, deixou de praticar ato a que estava obrigado, em atendimento a pedido de seu amigo João. Corrupção passiva privilegiada Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 143 Corrupção passiva privilegiada Prevaricação Condescendência criminosa Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente: Deixa de cumprir suas obrigações funcionais por causa de outra pessoa Deixa de cumprir suas obrigações funcionais por interesse próprio Deixa de cumprir suas obrigações funcionais por pena Favorzinho gratuito Vingança, amor, amizade Cosimeração, misericórdia Há intervenção de um terceiro Não há intervenção de um terceiro Não há intervenção de um terceiro Pedro, por sua vez, sem receber qualquer valor monetário ou vantagem diversa, deixou de praticar ato a que estava obrigado, em atendimento a pedido de seu amigo João. Corrupção passiva privilegiada Caio, funcionário público, por vingança, ao retardar, indevidamente, a expedição de certidão de interesse de Tício, seu desafeto, a fim de o prejudicar, pratica crime de prevaricação, previsto no art. 319, do CP. O servidor público que, por indulgência, deixar de responsabilizar o subordinado que cometeu infração no exercício do cargo, cometerá o crime de Policiais Militares Ambientais comparecem a um assentamento e constatam a extração ilegal de madeira (crime ambiental). Trabalhadores assentados pedem aos policiais que não adotem providências, no que são prontamente atendidos e os policiais se retiram, sem que qualquer providência fosse implementada. Diante da afirmação anterior, e com relação aos crimes contra a Administração Pública, os Policiais Militares cometeram o crime de corrupção passiva privilegiada. Mévio, no exercício de sua função no cartório extrajudicial, não cumpriu o mandado judicial de averbação do divórcio no registro de casamento. Mévio assim agiu porque o divórcio era de sua vizinha Cleofa e não queria vê-la divorciada. O servidor público X é chefe de uma seção de um órgão público e está ciente de que o seu subordinado Y não cumpriu várias das tarefas que lhe foram atribuídas e apresenta diariamente comportamento desidioso, o que constitui uma infração disciplinar passível de punição com demissão. Entretanto, o servidor X deixa de comunicar esses fatos à autoridade competente, pois sente pena do seu subordinado, porque sabe que Y está enfrentando problemas pessoais. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 144 TÍTULO XI DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CAPÍTULO II DOS CRIMES PRATICADOS PORPARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL Usurpação de função pública Art. 328 - USURPAR o exercício de função pública: Diferente do exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado. Aqui o agente não possui qualquer vínculo com a administração pública ou, mesmo possuindo vínculo, pratica atos que são absolutamente estranhos ao cargo, função ou emprego usurpados. Detenção 3m – 2a + Multa Usurpação de função pública qualificada Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem: Reclusão 2a – 5a + Multa Resistência Art. 329 - OPOR-SE à execução de ato legal, mediante VIOLÊNCIA OU AMEAÇA a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: Violência ou ameaça é contra o funcionário público (ou quem estiver auxiliando) e não contra a coisa. O que seria exaurimento do crime (a não execução do ato) qualifica o crime de resistência. A resistência é como se fosse uma desobediência qualificada, ou seja, o agente desobedece a ordem do funcionário público mediante o uso de violência ou ameaça. Detenção 2m – 2a § 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa: Exemplo: No momento em que um policial, em cumprimento a mandado judicial, deu voz de prisão a Brutus, seu irmão Paulus interveio e impediu a execução do ato, agredindo o policial a socos e pontapés, causando-lhe ferimentos leves. Paulus responderá pelos crimes de resistência qualificada e lesões corporais leves. Reclusão 1a – 3a § 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência. Desobediência Art. 330 - DESOBEDECER a ordem legal de funcionário público: Comete crime de desobediência o motorista que se recusa a apresentar os documentos do veículo que dirige quando solicitados por policial de trânsito. Detenção 15d – 6m + Multa Desacato Art. 331 - DESACATAR funcionário público no exercício da função ou em razão dela: Desacatar: falta de respeito, humilhação, com gestos ou palavras, vias de fato. Aquele que por meio de palavras ou atos que redundem em vexame, humilhação, desprestígio ou irreverência, a servidor público, civil ou militar, no exercício da função ou em razão dela, comete o crime de desacato. Detenção 6m – 2a ou Multa Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 145 Tráfico de Influência Art. 332 - SOLICITAR, EXIGIR, COBRAR ou OBTER, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de INFLUIR em ato praticado por funcionário público no exercício da função: É parecido com a exploração de prestígio (art. 357). Se for contra delegado é tráfico de influência, não o 357. Reclusão 2a – 5a + Multa Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário. + 1/2 Corrupção ativa Art. 333 - OFERECER ou PROMETER vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício: É crime formal, a entrega da vantagem indevida é irrelevante para fins de caracterização da corrupção ativa. Se o funcionário público SOLICITA e o particular DAR, o particular não responde por nenhum crime. Exemplo de questão: Um médico trazia consigo, enquanto realizava sua corrida noturna em um parque da cidade, uma arma de fogo calibre 9 mm. Um policial militar, após tomar ciência do fato, abordou o médico e lhe deu voz de prisão. Ato contínuo, já no interior da viatura, o policial disse que poderia fazer vista grossa, caso lhe desse um agrado. Então, o médico entregou a quantia de R$ 100,00 (cem reais) ao policial, que permitiu que ele fosse embora, levando consigo a mencionadaarma. (policial cometeu crime de corrupção passiva e médico não cometeu crime. Art. 317 Corrupção Passiva Art. 333 Corrupção Ativa Corrupto Corruptor SOLICITAR (formal) x RECEBER (material) OFERECER ACEITAR PROMESSA (formal) PROMETER São exceções à teoria monista. Cada um responde por um crime, não por crime único. ATENÇÃO: O art. 317 e 333 são corrupções gerais, mas existem várias corrupções especiais, existentes em outras leis penais extravagantes (eleitorais, estatuto do torcedor). Reclusão 2a -12a + Multa Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. +1/3 Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 146 Descaminho (ou contrabando impróprio) Art. 334. ILUDIR, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria No descaminho, o agente age fraudulentamente, com o intuito de não pagar direito ou impostos inerentes à circulação da mercadoria. A mercadoria é permitida, no contrabando, é proibida. É crime formal. Não se aplica a súmula vinculante 24. Se consuma com a liberação pela alfândega, sem o pagamento dos impostos inerentes. O funcionário que facilita o descaminho responde por facilitação de descaminho (art. 318), exceção à teoria monista. O princípio da insignificância é aplicável ao descaminho, tendo em vista que possui natureza tributária. STF e STJ aplicam o valor de R$ 20.000,00 para caracterização do valor insignificante. Competência da Justiça Federal. Súmula 151 - STJ: A competência para o processo e julgamento por crime de contrabando ou descaminho define-se pela prevenção do juízo federal do LUGAR DA APREENSÃO dos bens. Exemplo de questão: Em uma rodovia federal, próxima à fronteira do Brasil com o Paraguai, um caminhão foi parado e vistoriado por policiais rodoviários federais. O veículo transportava, ilegalmente, grande quantidade de mercadoria lícita de procedência estrangeira, mas sem o pagamento dos devidos impostos de importação. A conduta do motorista configura crime de descaminho em sua forma consumada, ainda que não tenha havido constituição definitiva do crédito tributário e a ocorrência de efetivo prejuízo ao erário. Reclusão 1a -4a § 1o Incorre na mesma pena quem: I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei; II - pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho; III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira que introduziu clandestinamente no País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução clandestina no território nacional ou de importação fraudulenta por parte de outrem; IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada de documentação legal ou acompanhada de documentos que sabe serem falsos. § 2o Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências. § 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é praticado em TRANSPORTE aéreo, marítimo ou fluvial. DOBRO Atenção às figuras equiparadas Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 147 Contrabando Art. 334-A. IMPORTAR ou EXPORTAR mercadoria proibida: No contrabando, são importadas ou exportadas mercadorias absoluta ou relativamente proibidas de circularem no país. É crime formal, portanto, a efetiva importação ou exportação é irrelevante para fins de caracterização do contrabando. Se consuma quando ultrapassa a barreira fiscal (liberada pela autoridade competente), irrelevante para a consumação se a mercadoria não chegue ao seu destino. Não se aplica o princípio da insignificância. Competência da Justiça Federal. Súmula 151 - STJ: A competência para o processo e julgamento por crime de contrabando ou descaminho define-se pela prevenção do juízo federal do LUGAR DA APREENSÃO dos bens. Reclusão 2a -5a § 1o Incorre na mesma pena quem: I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando; II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de registro, análise ou autorização de órgão público competente; III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à exportação; IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira; V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira. § 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências. § 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é praticado em TRANSPORTE aéreo, marítimo ou fluvial. DOBRO Atenção às figuras equiparadas Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 148 Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência Art. 335 - IMPEDIR, PERTURBAR ou FRAUDAR concorrência pública ou venda em hasta pública, promovida pela administração federal, estadual ou municipal, ou por entidade paraestatal; AFASTAR ou PROCURAR afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem: Detenção 6m + 2a ou Multa, além da pena corresponden te à violência. Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se ABSTÉM de concorrer ou licitar, em razão da vantagem oferecida. Inutilização de edital ou de sinal Art. 336 – Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou conspurcar edital afixado por ordem de funcionário público; Violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, por determinação legal ou por ordem de funcionário público, para identificar ou cerrar qualquer objeto: Detenção 1m – 1a Ou Multa Subtração ou inutilização de livro ou documento Art. 337 - SUBTRAIR, ou INUTILIZAR, total ou parcialmente, livro oficial, processo ou documento confiado à custódia de funcionário, em razão de ofício, ou de particular em serviço público: Reclusão 2a – 5a, se o fato não constitui crime mais grave. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 149 Sonegação de contribuição previdenciária Art. 337-A. SUPRIMIR ou REDUZIR contribuição social previdenciária e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de informações previsto pela legislação previdenciária segurados empregado, empresário, trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este equiparado que lhe prestem serviços; II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da empresa as quantias descontadas dos segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador de serviços; III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remunerações pagas ou creditadas e demais fatos geradores de contribuições sociais previdenciárias: Reclusão 2a – 5a + Multa§ 1o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara e confessa as contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, ANTES do início da ação fiscal. § 2o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. § 3o Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 o juiz poderá reduzir a pena de um terço até a metade ou aplicar apenas a de multa. - 1/3 a -1/2 ou Somente multa § 4o O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado nas mesmas datas e nos mesmos índices do reajuste dos benefícios da previdência social. SONEGAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA Início da ação fiscal Extingue a punibilidade Perdão judicial ou aplica somente pena de multa declara + confessa + presta informações Primário + bons antecedentes + o valor = ou < ao mínimo para ajuizamento de ações fiscais ATENÇÃO Antes do início da ação fiscal = Extinção da punibilidade Depois do início da ação fiscal = Deixa de aplicar a pena ou aplica só Multa R$ 20.000,00 (vinte mil) - (STF, STJ e Portaria MF 75/2012) Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 150 INSTITUTOS DESPENALIZADORES Apropriação indébita previdenciária 168-A Sonegação de contribuição previdenciária 337-A § 2o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. § 1o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara e confessa as contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. § 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. § 2o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: I – (VETADO) II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. § 4o A faculdade prevista no § 3o deste artigo não se aplica aos casos de parcelamento de contribuições cujo valor, inclusive dos acessórios, seja superior àquele estabelecido, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. § 3o Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento mensal não ultrapassa R$ 1.510,00, o juiz poderá reduzir a pena de um terço até a metade ou aplicar apenas a de multa. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 151 TÍTULO XI DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CAPÍTULO II-A DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTRANGEIRA Corrupção ativa em transação comercial internacional Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a funcionário público estrangeiro, ou a terceira pessoa, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício relacionado à transação comercial internacional: Reclusão 1a – 8a + Multa Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3, se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário público estrangeiro retarda ou omite o ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. + 1/3 Tráfico de influência em transação comercial internacional Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, vantagem ou promessa de vantagem a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público estrangeiro no exercício de suas funções, relacionado a transação comercial internacional: Reclusão 2a – 5a + Multa Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada a funcionário estrangeiro. + 1/2 Funcionário público estrangeiro Art. 337-D. Considera-se FUNCIONÁRIO PÚBLICO ESTRANGEIRO, para os efeitos penais, quem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública em entidades estatais ou em representações diplomáticas de país estrangeiro. Parágrafo único. EQUIPARA-SE a funcionário público estrangeiro quem exerce cargo, emprego ou função em empresas controladas, diretamente ou indiretamente, pelo Poder Público de país estrangeiro ou em organizações públicas internacionais. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 152 Alteração promovida pela Lei 14.133/2021 Art. 178. O Título XI da Parte Especial do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar acrescido do seguinte Capítulo II-B: Localização no Código Penal Parte Especial Título XI - Dos crimes contra a administração pública Capítulo II-B - dos crimes em licitações e contratos administrativos A Lei 14.133/2021 transferiu para o Código Penal toda a disciplina dos crimes cometidos nos processos licitatórios e nos contratos administrativos dele decorrentes. A Lei 8.666/1993 disciplinava os tipos penais nos artigos 89 a 98 (10 tipos penais). O Código Penal disciplina os tipos penais nos artigos 337-E a 337-O (11 tipos penais). CAPÍTULO II-B DOS CRIMES EM LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS Na 8.666/93, todos os crimes eram apenados com detenção. Portanto, havia impedimento do início do cumprimento de pena em regime fechado. Só existem dois crimes apenados com detenção. O resto é reclusão. Decore, portanto, por exclusão. São apenados com detenção: Perturbação de processo licitatório e violação de sigilo em licitação. O resto é tudo reclusão. Todos os crimes possuem a multa cominada de forma cumulativa “e”. Não há modalidades culposas. Estude atentamento o quadro de institutos despenalizadores, localizados após o tipo penal dessa lei, para decorar os crimes de menor potencial ofensivo, dentre outros. Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. No entanto, no crime de afastamento de licitante, a conduta de tentar afastar licitante é punida na mesma intensidade da forma consumada. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 153 Contratação direta ilegal Art. 337-E. Admitir, possibilitar ou dar causa à contratação direta fora das hipóteses previstas em lei: Pena – Reclusão, de 4 a 8 anos, e multa. É indispensável (prescindível) a comprovação do dolo específicodo agente em causar dano ao erário, bem como do prejuízo à administração pública. Frustração do caráter competitivo de licitação Art. 337-F. Frustrar ou fraudar, com o intuito de obter para si ou para outrem vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, o caráter competitivo do processo licitatório: Pena – Reclusão, de 4 anos a 8 anos, e multa. Exige dolo específico. O crime do art. 337 – F é formal e prescinde (dispensa) da existência de prejuízo ao erário, haja vista que o dano se revela pela simples quebra do caráter competitivo entre os licitantes interessados em contratar, causada pela frustração ou pela fraude no procedimento licitatório. O crime previsto no art. 337 – F do Código Penal classifica-se como comum, não se exigindo do sujeito ativo nenhuma característica específica, podendo ser praticado por qualquer pessoa que participe do certame. É possível a incidência da agravante genérica prevista no art. 61, II, g, do Código Penal (ter o agente cometido o crime com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão), no crime de fraude em licitação, quando violado dever inerente à função pública, circunstância que não integra o tipo previsto no art. 337 - F da Lei n. 8.666/1993. Patrocínio de contratação indevida Art. 337-G. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a Administração Pública, dando causa à instauração de licitação ou à celebração de contrato cuja invalidação vier a ser decretada pelo Poder Judiciário: Pena – Reclusão, de 6 meses a 3 anos, e multa. Modificação ou pagamento irregular em contrato administrativo Art. 337-H. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor do contratado, durante a execução dos contratos celebrados com a Administração Pública, sem autorização em lei, no edital da licitação ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade: Pena – Reclusão, de 4 anos a 8 anos, e multa. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 154 Perturbação de processo licitatório Art. 337-I. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de processo licitatório: Pena – Detenção, de 6 meses a 3 anos, e multa. Frustração do caráter competitivo de licitação: reclusão de 4 anos a 8 anos, e multa. Perturbação de processo licitatório (ato): detenção de 6 meses a 3 anos, e multa. O delito do art. 337 – I somente se tipifica se as condutas nele previstas forem praticadas no curso do procedimento licitatório. Violação de sigilo em licitação Art. 337-J. Devassar o sigilo de proposta apresentada em processo licitatório ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: Pena – Detenção, de 2 anos a 3 anos, e multa. Afastamento de licitante Art. 337-K. Afastar ou tentar afastar licitante por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo: Pena – Reclusão, de 3 anos a 5 anos, e multa, além da pena correspondente à violência. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou desiste de licitar em razão de vantagem oferecida. Fraude em licitação ou contrato Art. 337-L. Fraudar, em prejuízo da Administração Pública, licitação ou contrato dela decorrente, mediante: I - entrega de mercadoria ou prestação de serviços com qualidade ou em quantidade diversas das previstas no edital ou nos instrumentos contratuais; II - fornecimento, como verdadeira ou perfeita, de mercadoria falsificada, deteriorada, inservível para consumo ou com prazo de validade vencido; III - entrega de uma mercadoria por outra; IV - alteração da substância, qualidade ou quantidade da mercadoria ou do serviço fornecido; V - qualquer meio fraudulento que torne injustamente mais onerosa para a Administração Pública a proposta ou a execução do contrato: Pena – Reclusão, de 4 anos a 8 anos, e multa. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 155 Contratação inidônea Art. 337-M. Admitir à licitação empresa ou profissional declarado inidôneo: Pena – Reclusão, de 1 ano a 3 anos, e multa. § 1º Celebrar contrato com empresa ou profissional declarado inidôneo: Pena – Reclusão, de 3 anos a 6 anos, e multa. § 2º Incide na mesma pena do caput deste artigo aquele que, declarado inidôneo, venha a participar de licitação e, na mesma pena do § 1º deste artigo, aquele que, declarado inidôneo, venha a contratar com a Administração Pública. Impedimento indevido Art. 337-N. Obstar, impedir ou dificultar injustamente a inscrição de qualquer interessado nos registros cadastrais ou promover indevidamente a alteração, a suspensão ou o cancelamento de registro do inscrito: Pena – Reclusão, de 6 meses a 2 anos, e multa. Omissão grave de dado ou de informação por projetista Art. 337-O. Omitir, modificar ou entregar à Administração Pública levantamento cadastral ou condição de contorno em relevante dissonância com a realidade, em frustração ao caráter competitivo da licitação ou em detrimento da seleção da proposta mais vantajosa para a Administração Pública, em contratação para a elaboração de projeto básico, projeto executivo ou anteprojeto, em diálogo competitivo ou em procedimento de manifestação de interesse: Pena – Reclusão, de 6 meses a 3 anos, e multa. § 1º Consideram-se condição de contorno as informações e os levantamentos suficientes e necessários para a definição da solução de projeto e dos respectivos preços pelo licitante, incluídos sondagens, topografia, estudos de demanda, condições ambientais e demais elementos ambientais impactantes, considerados requisitos mínimos ou obrigatórios em normas técnicas que orientam a elaboração de projetos. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 156 Art. 337-P. A pena de multa cominada aos crimes previstos neste Capítulo seguirá a metodologia de cálculo prevista neste Código e não poderá ser inferior a 2% (dois por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com contratação direta. Lei 8.666/1993 Lei 14.133/2021 Art. 99. A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98 desta Lei consiste no pagamento de quantia fixada na sentença e calculada em índices percentuais, cuja base corresponderá ao valor da vantagem efetivamente obtida ou potencialmente auferível pelo agente. § 1o Os índices a que se refere este artigo não poderão ser inferiores a 2%, nem superiores a 5% do valor do contrato licitado ou celebrado com dispensa ou inexigibilidade de licitação. § 2o O produto da arrecadação da multa reverterá, conforme o caso, à Fazenda Federal, Distrital, Estadual ou Municipal. Art. 337-P. A pena de multa cominada aos crimes previstos neste Capítulo seguirá a metodologia de cálculo prevista neste Código e não poderá ser inferior a 2% do valor do contrato licitado ou celebrado com contratação direta. 2% a 5% Mínimo de 2% A lei 14.133/2021 revogou as disposições de processo e do procedimento judicial (arts. 100 a 108 da Lei 8.666/1993) envolvendo os crimes de licitação, portanto, para os crimes em licitações e contratos administrativos (arts. 337-E a 337-O) aplicam-se as disposições do CPP. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 157 Análise sobre aplicação dos institutos despenalizadores aos crimes em licitações e contratosadministrativos Só existe um crime de menor potencial ofensivo: impedimento indevido. Portanto, cabe, em tese, transação penal de acordo com a Lei 9.099/1995. CABÍVEL (EM TESE) Crime Transação Penal (JECRIM) Suspensão condicional do processo (JECRIM) ANPP (art. 28 – A do CPP) Conversão de PPL em PRD (art. 44, I, do CP) Contratação direta ilegal (R – 4 a 8 anos) Frustração do caráter competitivo de licitação (R – 4 a 8 anos) Patrocínio de contratação indevida (R – 6m a 3a) X X Modificação ou pagamento irregular em contrato administrativo (R – 4 a 8 anos) Perturbação de processo licitatório (D – 6 m a 3 anos) X X Violação de sigilo em licitação (D – 2 a 3 anos) X Afastamento de licitante (R – 3 a 5 anos) X Fraude em licitação ou contrato (R – 4 a 8 anos) Contratação inidônea (R – 1 a 3 anos) (R - 3 a 6 anos) X (exceto qualificado) X Impedimento indevido (R – 6m a 2a) X X Não cabe ANPP, se couber transação penal. Omissão grave de dado ou de informação por projetista (R – 6m a 3a) X X Para análise mais detalhada das alterações promovidas nos crimes em licitações e contratos administrativos veja nossa Lei 14.133/2021 esquematizada. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 158 TÍTULO XI DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CAPÍTULO III DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA Reingresso de estrangeiro expulso Art. 338 - REINGRESSAR no território nacional o estrangeiro que dele foi expulso: Reclusão 1a – 4a, sem prejuízo de nova expulsão após o cumprimento da pena. Denunciação caluniosa Art. 339. DAR CAUSA à instauração de inquérito policial, de procedimento investigatório criminal, de processo judicial, de processo administrativo disciplinar, de inquérito civil ou de ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 14.110, de 2020) Se houver dúvidas da inocência, não configura. Admite tentativa. Investigação policial e investigação administrativa: qualquer diligência da autoridade policial ou administrativa destinada apurar o crime ou a contravenção, não precisa instaurar o inquérito policial ou o processo administrativo. Processo judicial: civil, penal, tributário, ação civil pública... aqui precisa instaurar o processo judicial, assim como no inquérito civil ou na ação de improbidade administrativa. Ação de improbidade administrativa: se a conduta for improbidade e ao mesmo tempo crime ou contravenção, configura o art. 339 do CP. Se a conduta constituir apenas improbidade administrativa, restará configurado o art. 19 da Lei 8.429/1992. Antes da nova Lei se alguém provocasse a instauração de inquérito civil por ato de improbidade contra alguém sabendo inocente, sem que o ato correspondesse a crime, não configurava o art. 339 do CP, mas o art. 19 da LIA (Lei 8.429/1992. Agora, mesmo que o ato de improbidade não corresponda a crime, configura denunciação caluniosa. Não configura se for apenas sindicância, tem que ser PAD. A indevida atribuição de ato infracional a adolescente continua sem previsão legal. Interessante destacar o crime do art. 30 da Lei de Abuso de Autoridade: Lei 13.869/2019 Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou administrativa sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe inocente: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.’ Reclusão 2a – 8a + Multa Se for contravenção, metade da pena. Dolo específico. A instauração é imprescindível. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 159 O crime de denunciação caluniosa eleitoral continua com a mesma redação: Código Eleitoral Art. 326-A. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, de investigação administrativa, de inquérito civil ou ação de improbidade administrativa, atribuindo a alguém a prática de crime ou ato infracional de que o sabe inocente, com finalidade eleitoral: (Incluído pela Lei nº13.834, de 2019) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa. § 1º A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve do anonimato ou de nome suposto. § 2º A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção. A denunciação caluniosa na colaboração premida persiste com a mesma redação da Lei de Organização Criminosa. Lei de Organização Criminosa – Lei 12.850/2013 Art. 19. Imputar falsamente, sob pretexto de colaboração com a Justiça, a prática de infração penal a pessoa que sabe ser inocente, ou revelar informações sobre a estrutura de organização criminosa que sabe inverídicas: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. “A denunciação deve ser objetiva e subjetivamente falsa, caracterizando o dolo específico – o autor da denunciação deve saber que a imputação recai sobre inocente.” (STJ – APN 489). “Quando o crime ou a improbidade supostamente falso ainda estiver sendo apurado, deve-se aguardar o desfecho do procedimento ou processo, para somente a partir da inocência do investigado ou denunciado ser feita a denúncia pelo art. 339 do CP”. (STF – HC 82.941). “Poderá o MO oferecer diretamente denúncia sem necessidade de nova investigação.” § 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto. +1/6 § 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de CONTRAVENÇÃO. -1/2 Comunicação falsa de crime ou de contravenção Art. 340 - PROVOCAR a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado: Detenção 1m - 6m ou Multa Autoacusação falsa Art. 341 - ACUSAR-SE, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem: Detenção 3m – 2a ou Multa No 340 o agente provoca inutilmente a ação de autoridade, mas sem citar pessoa (alguém). Se citar será o 339. Se for contravenção não caracteriza. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 160 Falso testemunho ou falsa perícia Art. 342. FAZER afirmação falsa, ou NEGAR ou CALARa verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: Crime próprio e de mão-própria. Se for como testemunha é possível concurso de agentes, mas só na modalidade participação (induzimento, instigação e auxílio). Excecionalmente, o STF já admitiu o advogado figurar como coautor junto com a testemunha, mas é decisão isolada. Se for como perito, contador, tradutor ou intérprete é possível concurso de agentes em coautoria ou participação. Falso testemunho se consuma no local em que foi prestado o depoimento. Se for carta precatória, o crime se consuma no juízo deprecado (juízo em que foi ouvido a testemunha). Reclusão 2a – 4a Multa § 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta. +1/6 a +1/3 § 2o O fato deixa de ser punível se, ANTES DA SENTENÇA no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. Corrupção ativa de testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete Art. 343. DAR, OFERECER ou PROMETER dinheiro ou qualquer outra vantagema testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação: Reclusão 3a – 4a + Multa Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta. +1/6 a +1/3 Coação no curso do processo Art. 344 - USAR de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral: Reclusão 1a – 4a + Multa, além da pena corresponden te à violência. ATENÇÃO: não é só processo criminal Não é sentença transitada em julgado. Se for competência originária de Tribunal, será o acórdão. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 161 Exercício arbitrário das próprias razões Art. 345 - FAZER justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite: Detenção 15d – 1m ou Multa, além da pena correspondente à violência. Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa. Subtração, supressão ou danificação de coisa própria no legítimo poder de terceiro Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha em poder de terceiro por determinação judicial ou convenção: Detenção 6m – 2a + Multa Fraude processual Art. 347 - INOVAR artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito: Detenção 3m – 2a + Multa Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, ainda que não iniciado, as penas aplicam-se em dobro. DOBRO Favorecimento pessoal (conhecido na doutrina Como HOMIZIO) Art. 348 - AUXILIAR a subtrair-se à ação de autoridade pública AUTOR de CRIME a que é cominada pena de RECLUSÃO: SUBTRAIR-SE = esconder-se ou de qualquer modo evitar Se for contravenção, não configura, no 349 também. Não pode ter participado do crime anterior, ou seja, não pode ter tido combinação prévia, caso contrário, poderá responder como partícipe. No favorecimento pessoal ajuda a esconder a pessoa (criminoso), no favorecimento real ajudar a esconder a coisa produto do crime. Não caracteriza favorecimento pessoal quando o fato praticado está amparado por causa excludente da ilicitude, da culpabilidade, da punibilidade ou uma escusa absolutória. Detenção 1m – 6m + Multa § 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão: Detenção 15d – 3m + Multa § 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de pena. ISENTO Favorecimento real Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de coautoria ou de receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime: Detenção 1m – 6m + Multa Regra: ação penal privada Se houver violência: ação penal pública incondicionada Juiz ou perito, não tem Ministério Público ou delegado. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 162 Favorecimento real impróprio Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em estabelecimento prisional. Detenção 3m – 1a Exercício arbitrário ou abuso de poder Art. 350 - ORDENARou EXECUTARmedida privativa de liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder: Detenção 1m – 1a Parágrafo único - Na mesma pena incorre o funcionário que: I - ilegalmente recebe e recolhe alguém a prisão, ou a estabelecimento destinado a execução de pena privativa de liberdade ou de medida de segurança; II - prolonga a execução de pena ou de medida de segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de executar imediatamente a ordem de liberdade; III - submete pessoa que está sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei; IV - efetua, com abuso de poder, qualquer diligência. Art. 350 foi revogado pela Lei 13.869/19. Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou submetida a medida de segurança detentiva: Detenção 6m – 2a § 1º - Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais de uma pessoa, ou mediante arrombamento, a pena é de reclusão, de dois a seis anos. Reclusão 2a – 6a § 2º - Se há emprego de violência contra pessoa, aplica-se também a pena correspondente à violência. § 3º - A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o crime é praticado por pessoa sob cuja custódia ou guarda está o preso ou o internado. Reclusão 1a – 4a § 4º - No caso de CULPA do funcionário incumbido da custódia ou guarda, aplica-se a pena de detenção, de três meses a um ano, ou multa. Detenção 3 m – 1a ou Multa Evasão mediante violência contra a pessoa Art. 352 - EVADIR-SE ou TENTAR EVADIR-SE o preso ou o indivíduo submetido a medida de segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa: Detenção 3m – 1a, além da pena corresponden te à violência. Cuidado: a tentativa é possível, mas já configura o crime. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 163 Arrebatament o de preso Art. 353 - ARREBATAR preso, a fim de maltratá-lo, do poder de quem o tenha sob custódia ou guarda: Arrebatar: tomar, subtrair, tirar o preso de quem o tenha sob custódia ou guarda. Exemplos clássicos de linchamento. Reclusão 1a – 4a, além da pena corresponden te à violência. Motim de presos Art. 354 - Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou disciplina da prisão: Quantidade de presos necessários para considerar motim: Sanches: não atrela a um número específico, pois, se assim quisesse, a lei teria feito expressamente. Masson e Damásio: no mínimo 3 Mirabete: no mínimo 4 Detenção 6m – 2a, além da pena corresponden te à violência. Patrocínio infiel Art. 355 - Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o dever profissional, prejudicando interesse, cujo patrocínio, em juízo, lhe é confiado: Detenção 6m – 3a + Multa Patrocínio simultâneo ou tergiversação Parágrafo único - Incorre na pena deste artigo o advogado ou procurador judicial que defende na mesma causa, simultânea ou sucessivamente, partes contrárias. Sonegação de papel ou objeto de valor probatório Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir autos, documento ou objeto de valor probatório, que recebeu na qualidade de advogado ou procurador: Detenção 6m – 3a + Multa Exploração de prestígio Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha: Reclusão 1a – 5a + Multa Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo. +1/3 Cuidado: não é só o advogado, pessoa que seja procuradora também comete.Se for para influir em delegado ou qualquer outro funcionário público que não se encontra na lista, será tráfico de influência. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 164 Violência ou fraude em arrematação judicial Art. 358 - IMPEDIR, PERTURBAR ou FRAUDAR arrematação judicial; AFASTAR ou PROCURAR AFASTAR concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem: Detenção 2m – 1a ou Multa, além da pena corresponden te à violência. Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito Art. 359 - EXERCER função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que foi suspenso ou privado por decisão judicial: Se for decisão administrativa (vigilância sanitária, secretárias de governo, CRM, CRO, CFM, dentre outros, será o art. 205 do CP). Detenção 3m – 2a ou Multa Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 165 TRÁFICO DE INFLUÊNCIA EXPLORAÇÃO DE PRESTÍGIO TÍTULO XI Dos crimes contra a administração pública TÍTULO XI Dos crimes contra a administração pública CAPÍTULO II Dos crimes praticados por particular contra a administração em geral CAPÍTULO III Dos crimes contra a administração da justiça Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função: Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha: Reclusão 2a - 5a + Multa Reclusão 1a - 5a + Multa Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário. Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo. EXEMPLOS Adão, alegando ter poder de persuasão sobre seu primo, delegado de polícia que presidia inquérito policial em que Cláudio estava sendo investigado, solicitou deste determinada quantia de dinheiro, a pretexto de repassá-la ao delegado, para impedir o indiciamento de Cláudio pela prática de estupro. Antunes, advogado da empresa reclamada Beta Metalúrgica Ltda., no curso de reclamação trabalhista onde se discute o pagamento de adicional de insalubridade, solicitou para si uma quantia em dinheiro do sócio da empresa, com pretexto de influir junto ao perito nomeado pelo Juiz do Trabalho para que fosse apresentado laudo favorável à reclamada. Antunes alegou ainda que o dinheiro também se destina ao perito judicial. Paulus solicitou de Petrus a quantia de R$ 5.000,00 para influir junto a seu amigo Sérvio, funcionário público municipal, para não autuar sua empresa por irregularidades fiscais. Sérvio, desconhecendo a conduta de Paulus, mas cedendo ao pedido deste, se omitiu e deixou de autuar a empresa de Petrus. Nesse caso, Paulus e Sérvio responderão, respectivamente, portráfico de influência e corrupção passiva privilegiada, respectivamente. Maria procurou Ana, que ia ser submetida a julgamento perante o Tribunal do Júri por crime de infanticídio e, dizendo-se amiga de dois jurados, solicitou a quantia de R$ 5.000,00 para influir a seu favor no julgamento destes. Maria responderá por crime de Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 166 Receptação Favorecimento pessoal Favorecimento real Crime contra o patrimônio Crime contra a administração da justiça Crime contra a administração da justiça Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte: Art. 348 - Auxiliar a subtrair- se à ação de autoridade pública autor de crime a que é cominada pena de reclusão: Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de coautoria ou de receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime: EXEMPLOS João comprou, por R$ 20,00, uma corrente de ouro, avaliada em R$ 2.000,00, de um menino de 14 anos de idade, corrente esta que havia sido subtraída, por pessoa ignorada, de seu primo e companheiro de quarto Joaquim. Este não havia dado por falta da jóia, motivo porque sequer havia feito a comunicação da ocorrência à polícia. Nesse caso, Joãoa) responderá por crime de receptaçãoculposa. José percebeu que seu conhecido João havia cometido crime de desobediência e estava fugindo a pé, sendo perseguido por policiais. Em vista disso, despistou os milicianos e colocou João no interior de seu veículo, deixando o local e impedindo, dessa forma, a prisão em flagrante deste. Nesse caso, José responderá pelo crime defavorecimento pessoal privilegiado. (desobediência é detenção, por isso, privilegiado) Tício subtraiu um veículo automóvel e o levou até a oficina de Cezar, que modificou as placas identificadoras para assegurar-lhe a posse do produto do crime. Responde por favorecimento real. ATENÇÃO: João e José decidem praticar um crime de roubo, que ocorreria com a subtração do veículo automotor de Maria, vizinha de João. A grande dificuldade do plano criminoso estava no local em que seria escondido o veículo antes de ser desmontado para a venda das peças. João e José procuraram Marcus, primo de José e proprietário de uma oficina mecânica, e perguntaram se ele teria interesse em guardar o carro no estabelecimento por uma semana. Marcus concordou, o acordo foi sacramentado e, então, o crime de roubo foi praticado. Considerando apenas os fatos descritos, Marcus responderá criminalmente pelo crime de ROUBO MAJORADO. (teve prévio ajuste, por isso responde por roubo. Na receptação, favorecimento pessoal e favorecimento real não há prévio ajuste, é imprescindível sua verificação após a consumação do crime praticado). Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 167 TÍTULO XI DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CAPÍTULO IV DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS Contratação de operação de crédito Art. 359-A. ORDENAR, AUTORIZAR ou REALIZAR operação de crédito, interno ou externo, sem prévia autorização legislativa: Reclusão 1a – 2a Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, autoriza ou realiza operação de crédito, interno ou externo: I – com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei ou em resolução do Senado Federal; II – quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o limite máximo autorizado por lei. Inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar Art. 359-B. ORDENAR ou AUTORIZAR a inscrição em restos a pagar, de despesa que não tenha sido previamente empenhada ou que exceda limite estabelecido em lei: Detenção 6m – 2a Assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatura Art. 359-C. ORDENAR ou AUTORIZAR a assunção de obrigação, nos dois últimos quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa: Reclusão 1a – 4a Ordenação de despesa não autorizada Art. 359-D. ORDENAR despesa não autorizada por lei: Reclusão 1a – 4a Prestação de garantia graciosa Art. 359-E. PRESTAR garantia em operação de crédito sem que tenha sido constituída contragarantia em valorigual ou superior ao valor da garantia prestada, na forma da lei: Detenção 3m – 1a Não cancelamento de restos a pagar Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de promover o cancelamento do montante de restos a pagar inscrito em valor superior ao permitido em lei: Detenção 6m – 2a Aumento de despesa total com pessoal no último ano do mandato ou legislatura Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento de despesa total com pessoal, nos 180 dias anteriores ao final do mandato ou da legislatura: Reclusão 1a – 4a Oferta pública ou colocação de títulos no mercado Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a colocação no mercado financeiro de títulos da dívida pública sem que tenham sido criados por lei ou sem que estejam registrados em sistema centralizado de liquidação e de custódia: Reclusão 1a – 4a Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 168 JURISPRUDÊNCIA EM TESES - CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - STJ 1) O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes cometidos contra a Administração Pública, ainda que o valor seja irrisório, porquanto a norma penal busca tutelar não somente o patrimônio, mas também a moral administrativa. A Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por maioria dos votos, decidiu revisar o Tema 157 dos recursos repetitivos e fixou em R$ 20.000,00 (vinte mil reais) o valor máximo para incidência do princípio da insignificância nos casos de crimes tributários federais e de descaminho. Agora, tanto para o STJ quanto para o STF o valor é de 20 mil. Portanto, excepcionalmente, admite-se a aplicação do princípio da insignificância aos crimes cometidos contra a Administração Pública. 2) É possível o agravamento da pena-base nos delitos praticados contra a Administração Pública com fundamento no elevado prejuízo causado aos cofres públicos, a título de consequências do crime. 3) A regularidade contábil atestada pelo Tribunal de Contas não obsta a persecução criminal promovida pelo Ministério Público, ante o princípio da independência entre as instâncias administrativa e penal. 4) A agravante prevista no art. 61, II, g, do Código Penal (ter o agente cometido o crime com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão) não é aplicável nos casos em que o abuso de poder ou a violação de dever inerente ao cargo configurar elementar do crime praticado contra a Administração Pública. 5) Somente após o advento da Lei n. 9.983/2000, que alterou a redação do art. 327 do Código Penal, é possível a equiparação de médico de hospital particular conveniado ao Sistema Único de Saúde - SUS a funcionário público para fins penais. 6) Os advogados dativos, nomeados para exercer a defesa de acusado necessitado nos locais onde não existe Defensoria Pública, são considerados funcionários públicos para fins penais, nos termos do art. 327 do Código Penal. 7) A notificação do funcionário público, nos termos do art. 514 do Código de Processo Penal, não é necessária quando a ação penal for precedida de inquérito policial. (Súmula n. 330/STJ) 8) A prática de crime contra a Administração Pública por ocupantes de cargos de elevada responsabilidade ou por membros de poder justifica a majoração da pena-base. 9) A elementar do crime de peculato se comunica aos coautores e partícipes estranhos ao serviço público. 10) A consumação do crime de peculato-apropriação (art. 312, caput, 1.ª parte, do Código Penal) ocorre no momento da inversão da posse do objeto material por parte do funcionário público. 11) A consumação do crime de peculato-desvio (art. 312, caput, 2ª parte, do CP) ocorre no momento em que o funcionário efetivamente desvia o dinheiro, valor ou outro bem móvel, em proveito próprio ou de terceiros, ainda que não obtenha a vantagem indevida. 12) A reparação do dano antes do recebimento da denúncia não exclui o crime de peculato doloso, diante da ausência de previsão legal, podendo configurar arrependimento posterior, nos termos do art. 16 do CP. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 169 13) A instauração de ação penal individualizada para os crimes de peculato e sonegação fiscal em relação aos valores indevidamente apropriados não constitui bis in idem. 14) Compete à Justiça Federal o julgamento do crime de peculato se houver possibilidade de utilização da prova do referido delito para elucidar sonegação fiscal consistente na falta de declaração à Receita Federal do recebimento dos valores indevidamente apropriados. 15) Compete à Justiça Federal processar e julgar desvios de verbas públicas transferidas por meio de convênio e sujeitas a fiscalização de órgão federal. 16) Não há bilateralidade entre os crimes de corrupção passiva e ativa, uma vez que estão previstos em tipos penais distintos e autônomos, são independentes e a comprovação de um deles não pressupõe a do outro. 17) No crime de corrupção passiva, é indispensável haver nexo de causalidade entre a conduta do servidor e a realização de ato funcional de sua competência. 18) O crime de corrupção passiva praticado pelas condutas de “aceitar promessa” ou “solicitar” é formal e se consuma com a mera solicitação ou aceitação da vantagem indevida. 19) O crime de corrupção ativa é formal e instantâneo, consumando-se com a simples promessa ou oferta de vantagem indevida. 20) Não há flagrante quando a entrega de valores ocorre em momento posterior a exigência, pois o crime de concussão é formal e o recebimento se consubstancia em mero exaurimento. 21) Comete o crime de extorsão e não o de concussão, o funcionário público que se utiliza de violência ou grave ameaça para obter vantagem indevida. 22) A competência para o processo e julgamento por crime de contrabando ou descaminho define-se pela prevenção do juízo federal do lugar da apreensão dos bens. (Súmula n. 151/STJ) 23) Configura crime de contrabando (art. 334-A, CP) a importação não autorizada de arma de pressão por ação de gás comprimido ou por ação de mola, independentemente do calibre. 24) A importação não autorizada de cigarros ou de gasolina constitui crime de contrabando, insuscetível de aplicação do princípio da insignificância. 25) A importação clandestina de medicamentos configura crime de contrabando, aplicando-se, excepcionalmente, o princípio da insignificância aos casos de importação não autorizada de pequena quantidade para uso próprio. 26) Para a caracterização do delito de contrabando de máquinas programadas para exploração de jogos de azar, é necessária a demonstração de fortes indícios (e/ou provas) da origem estrangeira das máquinas ou dos seus componentes eletrônicos e a entrada, ilegalmente, desses equipamentos no país. 27) É desnecessária a constituição definitiva do crédito tributáriona esfera administrativa para a configuração dos crimes de contrabando e de descaminho. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 170 28) Aplica-se o princípio da insignificância ao crime de descaminho (art. 334, CP) quando o valor do débito tributário não ultrapasse o limite de R$ 20.000,00. ATUALIZADO 29) O pagamento ou o parcelamento dos débitos tributários não extingue a punibilidade do crime de descaminho, tendo em vista a natureza formal do delito. 30) Quando o falso se exaure no descaminho, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido, como crime-fim, condição que não se altera por ser menor a pena a este cominada. 30 - Isso quer dizer que, mesmo a pena do falso sendo maior, mesmo assim, o falso (exemplo, falsificação de documento público - art. 297) será absorvido pelo outro crime. Isso vale para as demais modalidades do princípio da consunção. Dica: não olhe para a pena ou para reprovabilidade do crime, analise se a conduta é ou não passagem para a realização do crime-fim. 31) O crime de sonegação de contribuição previdenciária, previsto no art. 337-A do CP, não exige dolo específico para a sua configuração. 32) O crime de sonegação de contribuição previdenciária é de natureza material e exige a constituição definitiva do débito tributário perante o âmbito administrativo para configurar-se como conduta típica. 33) Aplica-se o princípio da insignificância ao crime de sonegação de contribuição previdenciária quando o valor do tributo ilidido não ultrapassa o patamar de R$ 20.000,00 (dez mil reais). ATUALIZADO 34) O delito de sonegação de contribuição previdenciária não exige qualidade especial do sujeito ativo, podendo ser cometido por qualquer pessoa, particular ou agente público, inclusive prefeitos. 35) O crime de falso, quando cometido única e exclusivamente para viabilizar a prática do crime de sonegação de contribuição previdenciária, é por este absorvido, consoante diretrizes do princípio penal da consunção.