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Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 135 
TÍTULO XI 
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
CAPÍTULO I 
DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO 
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL 
Peculato-
apropriação 
(peculato 
próprio) 
 
 
Peculato-
desvio 
(peculato 
próprio) 
Art. 312 - 
APROPRIAR-SE 
 o funcionário público 
 de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, 
 público ou particular, 
 de que tem a posse em razão do cargo, ou 
DESVIÁ-LO, 
 em proveito próprio ou alheio: 
 
 Peculato é crime próprio, só pode ser praticado por funcionário público. 
Se comunica se o agente (coautor ou partícipe) sabe dessa condição (ser 
funcionário público). Se não souber, o terceiro poderá responder por 
furto e o funcionário público por peculato. 
 O proveito auferido pode ser material ou moral. 
 Peculato de uso de bem infungível e inconsumível não é crime (atípico), 
mas pode configurar improbidade e/ou ilícito administrativo. 
 Peculato de uso de bem fungível e consumível é crime, além de 
improbidade e/ou ilícito administrativo. 
 Empréstimo consignado e o órgão não repassa  STF entendeu que 
ficou configurado o crime de peculato-desvio, uma vez que o Município 
era mero depositário dos recursos, que não eram receita pública, e deu 
destinação diversa a essa quantia. 
 Diretor de sindicato pode praticar peculato  art. 552 da CLT. 
 Súmula 599 - STJ: O princípio da insignificância é inaplicável aos 
crimes contra a administração pública. 
 
Reclusão 
2a – 12a 
+ 
Multa 
Peculato- 
Furto 
(peculato 
impróprio) 
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, 
 se o funcionário público, 
 embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, 
 o SUBTRAI, ou CONCORRE para que seja subtraído, 
 em proveito próprio ou alheio, 
 valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de 
funcionário. 
Reclusão 
2a – 12a 
+ 
Multa 
Peculato 
culposo 
§ 2º - Se o funcionário concorre CULPOSAMENTE para o crime de outrem: 
Detenção 
3m – 1a 
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, 
 a reparação do dano, 
 se PRECEDEà sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; 
 se lhe é POSTERIOR, reduz de metade a pena imposta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sentença 
irrecorrível 
Extingue a 
punibilidade 
Reduz de metade a 
pena 
ATENÇÃO: 
Essas condições só se 
aplicam no 
peculato culposo. 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 136 
Peculato 
mediante 
erro de 
outrem 
Art. 313 - APROPRIAR-SE 
 de dinheiro ou qualquer utilidade 
 que, no exercício do cargo, 
 recebeu por erro de outrem: 
Reclusão 
1a – 4a 
+ 
Multa 
Inserção de 
dados falsos 
em sistema 
de 
informações 
(peculato 
eletrônico) 
Art. 313-A. INSERIR ou FACILITAR, 
 o funcionário autorizado, 
 a inserção de 
 dados falsos, 
 alterar ou excluir indevidamente 
 dados corretos 
 nos sistemas informatizados ou bancos de dados da 
Administração Pública 
 com o FIM de obter vantagem indevida para si ou para 
outrem 
 ou PARA causar dano: 
Reclusão 
2a – 12a 
 + 
Multa 
Modificação 
ou alteração 
não 
autorizada 
de sistema de 
informações 
Art. 313-B. MODIFICAR ou ALTERAR, 
 o funcionário, 
 sistema de informações ou 
 programa de informática 
 sem autorização ou 
 solicitação de autoridade competente: 
Detenção 
3m – 2a 
Multa 
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da 
modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o 
administrado. 
+1/3 
a 
+1/2 
Extravio, 
sonegação ou 
inutilização 
de livro ou 
documento 
Art. 314 - EXTRAVIAR 
 livro oficial ou qualquer documento, 
 de que tem a guarda em razão do cargo; 
SONEGÁ-LO ou INUTILIZÁ-LO, 
 total ou parcialmente: 
Reclusão 
1a – 4a 
Emprego 
irregular de 
verbas 
ou rendas 
públicas 
Art. 315 - DAR 
 às verbas ou rendas públicas 
 aplicação diversa da estabelecida em lei: 
 
 É crime contra a administração pública. 
 É crime praticado por funcionário público contra a administração 
pública (capítulo I). 
 Não é crime contra as finanças públicas (capítulo IV). 
 
Detenção 
1m – 3m 
ou 
Multa 
 
ATENÇÃO: 
No 313-A é 
 funcionário Autorizado. 
 E há alteração dos DADOS 
ATENÇÃO: 
No 313-B é 
 funcionário somente. 
 E há alteração do próprio 
programa em que há os 
dados. 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 137 
Concussão 
Art. 316 - EXIGIR, 
 para si ou para outrem, 
 direta ou indiretamente, 
 ainda que fora da função ou antes de assumi-la, 
 mas em razão dela, 
 vantagem indevida: 
 
 O cerne da diferença entre concussão e corrupção é o verbo. 
 EXIGIR concussão 
 SOLICITAR, RECEBER, ACEITAR promessa corrupção passiva 
 OFERECER ou PROMETER corrupção ativa 
 A “ameaça” é relacionada aos poderes do cargo (policial que exige propina 
se não vai multar). 
 Se a “ameaça” for estranha aos poderes do cargo, poderá ser extorsão. 
 CRIME FORMAL: O momento consumativo do delito é o da exigência, 
sendo este o marco para fins de caracterização do flagrante (não é flagrante 
o momento do recebimento da vantagem). 
 
Reclusão 
2a – 12a 
+ 
Multa 
 
(alterado 
pela Lei 
Anticrime) 
Excesso de 
exação 
§ 1º - Se o funcionário EXIGE 
 tributo ou contribuição social 
 que sabe ou deveria saber indevido, 
 ou, quando devido, 
 EMPREGA 
 na cobrança meio vexatório ou gravoso, 
 que a lei não autoriza: 
 
 EXIGIR que sabe ser indevido = excesso de exação 
 EXIGIR para deixar de lançar ou cobrar parcialmente = crime funcional 
contra a ordem tributária (Art. 3º, II da Lei 8.137/90) 
 ATENÇÃO: Se o tributo for ilegal, não há excesso de exação, mas sim 
concussão (vantagem indevida / ilegal). 
 
Reclusão 
3a – 8a 
+ 
Multa 
 
 § 2º - Se o funcionário DESVIA, 
 em proveito próprio ou de outrem, 
 o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos: 
Reclusão 
2a – 12a 
+ 
Multa 
 
ALTERAÇÃO DA PENA DO CRIME DE CONCUSSÃO 
Antes da Lei Anticrime Depois da Lei Anticrime 
Reclusão 
2a – 8a 
+ 
Multa 
Reclusão 
2a – 12a 
+ 
Multa 
 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 138 
Corrupção 
passiva 
Art. 317 – SOLICITAR ou RECEBER, 
 para si ou para outrem, 
 direta ou indiretamente, 
 ainda que fora da função ou antes de assumi-la, 
 mas em razão dela, 
 vantagem indevida, 
 ou ACEITAR promessa de tal vantagem: 
 Corrupção passiva também é conhecido como peita ou suborno. 
 É crime formal, o recebimento da vantagem indevida é irrelevante para 
fins de caracterização da corrupção passiva. 
 Corrupção passiva imprópria: o ato a ser praticado pelo funcionário 
público em troca da vantagem indevida for legítimo (agilizar o 
andamento de uma certidão). 
 Corrupção passiva própria: o ato a ser praticado pelo funcionário 
público em troca da vantagem indevida for ilegítimo / ilícito (deixar de 
aplicar uma multa). 
 
Art. 317 
Corrupção Passiva 
Art. 333 
Corrupção Ativa 
Corrupto Corruptor 
SOLICITAR (formal) x 
RECEBER (material) OFERECER 
ACEITAR PROMESSA 
(formal) 
PROMETER 
São exceções à teoria monista. Cada um responde por um 
crime, não por crime único. 
ATENÇÃO: se o funcionário público SOLICITA e o 
particular DAR, o particular não responde por nenhum 
crime. 
ATENÇÃO: O art. 317 e 333 são corrupções gerais, mas 
existem várias corrupções especiais, existentes em outras 
leis penais extravagantes (eleitorais, estatuto do 
torcedor). 
 
 
 
Reclusão 
2a – 12a 
 + 
Multa 
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, 
 em consequência da vantagem ou promessa, 
 o funcionário retarda ou deixa de praticar 
qualquer ato de ofício 
 OU o pratica infringindo dever funcional. 
 
+ 1/3 
§ 2º - Se o funcionário 
 pratica,deixa de praticar ou retarda ato de ofício, 
 com infração de dever funcional, 
 cedendo a pedido ou influência de outrem: 
 
CORRUPÇÃO PASSIVA PRIVILEGIADA 
 Aqui o agente não solicita, não recebe, nem aceita promessa. 
 O agente cede a um pedido ou é influenciado por outra pessoa, e em 
razão disso, fere dever funcional. 
 
 
Detenção 
3m – 1a 
Ou 
Multa 
 
O que seria exaurimento 
do crime de corrupção 
passiva, se torna causa de 
aumento. 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 139 
Facilitação 
de 
contrabando 
ou 
descaminho 
 Art. 318 - FACILITAR, 
 com infração de dever funcional, 
 a prática de contrabando ou descaminho (art. 334): 
 
É exceção à teoria monista. O funcionário público responde pelo 318 e o 
particular pelo 334 ou 334-A. 
 
Reclusão 
3a – 8a 
+ 
Multa 
Prevaricação 
Art. 319 - RETARDARou DEIXARde praticar, 
 indevidamente, 
 ato de ofício, 
ou PRATICÁ-LO 
 contra disposição expressa de lei, 
 para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: 
 
 O funcionário público não cumpre as obrigações que lhe são inerentes 
em decorrência de interesse ou sentimento pessoal. Coloca o interesse 
particular acima do interesse público. Exemplos: ódio, inveja, amor, 
amizade... 
 Se o fato dele não cumprir seu dever funcional for em decorrência de 
ceder a pedido ou influência de outrem = corrupção passiva 
privilegiada 
 Se o fato dele não cumprir seu dever funcional for em decorrência de 
sentir pena, indulgência = condescendência criminosa 
 
Detenção 
3m – 1a 
 + 
Multa 
Prevaricação 
imprópria 
Art. 319-A. DEIXAR 
 o diretor de penitenciária e/ou agente público, 
 de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso 
 a aparelho telefônico, de rádio ou similar, 
 que permita a comunicação com outros presos ou com o 
ambiente externo: 
Detenção 
3m – 1a 
Condescendê
ncia 
criminosa 
Art. 320 - DEIXAR 
 o funcionário, 
 por indulgência, 
 de responsabilizar subordinado que cometeu infração no 
exercício do cargo 
 ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao 
conhecimento da autoridade competente: 
 
 O funcionário público não cumpre as obrigações que lhe são inerentes 
em decorrência de indulgência, pena, comiseração, misericórdia. 
 Se o fato dele não cumprir seu dever funcional for em decorrência de 
ceder a pedido ou influência de outrem = corrupção passiva 
privilegiada 
 Se o fato dele não cumprir seu dever funcional for em decorrência de 
satisfazer interesse ou sentimento pessoal = prevaricação 
 
Detenção 
15d – 1m 
ou 
Multa 
Advocacia 
administrativ
a 
Art. 321 - PATROCINAR, 
 direta ou indiretamente, 
 interesse privado 
 perante a administração pública, 
 valendo-se da qualidade de funcionário: 
Detenção 
1m – 3m 
ou 
Multa 
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: 
Detenção 
3m – 1a 
+ 
Multa 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 140 
Violência 
arbitrária 
Art. 322 - PRATICAR 
 violência, 
 no exercício de função 
 ou a pretexto de exercê-la: 
 
 Para a doutrina o 322 foi revogado pela lei 4.898/65 (abuso de 
autoridade). 
 Para a jurisprudência o 322 não foi revogado. 
 A violência citada é contra a pessoa, não contra coisa. 
 
Detenção 
6m – 3a 
+ 
além da 
pena 
corresponde
nte à 
violência. 
Abandono de 
função 
Art. 323 - ABANDONAR 
 cargo público, 
 fora dos casos permitidos em lei: 
Detenção 
15d – 1m 
ou 
Multa 
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público: 
Detenção 
3m – 1a 
+ 
Multa 
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira: 
Detenção 
1a – 3a 
+ 
Multa 
Exercício 
funcional 
ilegalmente 
antecipado 
ou 
prolongado 
Art. 324 - ENTRAR 
 no exercício de função pública 
 antes de satisfeitas as exigências legais, 
ou CONTINUAR a exercê-la, 
 sem autorização, 
 depois de saber oficialmente que foi exonerado, 
removido, substituído ou suspenso: 
Detenção 
15d – 1m 
ou 
Multa 
 Violação de 
sigilo 
funcional 
Art. 325 - REVELAR 
 fato 
 de que tem ciência em razão do cargo e que deva 
permanecer em segredo, 
 ou FACILITAR-LHE a revelação: 
Detenção 
6m – 2a 
ou 
Multa, 
se o fato não 
constitui 
crime mais 
grave. 
§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: 
 
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo 
de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a 
sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública; 
 
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. 
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a 
outrem: 
Reclusão 
2a – 6a 
+ 
Multa 
Violação do 
sigilo de 
proposta de 
concorrência 
Art. 326 - DEVASSAR 
 o sigilo de proposta de concorrência pública, 
 ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: 
 
O art. 326 do Código Penal foi tacitamente revogado pelo art. 94 da Lei 
8.666/1993 – Lei de Licitações. 
 
Detenção 
3m – 1a 
 + 
Multa 
 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 141 
 Funcionário 
público 
 Art. 327 - Considera-se FUNCIONÁRIO PÚBLICO, 
 para os efeitos penais, 
 quem, 
 embora transitoriamente ou sem remuneração, 
 exerce cargo, emprego ou função pública. 
§ 1º - EQUIPARA-SE a FUNCIONÁRIO PÚBLICO 
 quem exerce cargo, emprego ou função em entidade 
paraestatal, 
 e quem trabalha para empresa prestadora de serviço 
contratada 
 ou conveniada 
 para a execução de atividade típica da Administração 
Pública. 
 
 Entidades paraestatais: Sistema S (Sesc, Senai, Sesi...), entidades de apoio, 
organizações não governamentais, organizações sociais, OSCIP’s. 
 Empresa prestadora de serviços públicos: concessionárias, permissionárias... 
(coleta de lixo, transporte coletivo...). 
 
 
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte 
 quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo 
 forem ocupantes de 
 cargos em comissão 
 ou de função de direção ou assessoramento de 
 órgão da administração direta, 
 sociedade de economia mista, 
 empresa pública ou 
 fundação instituída pelo poder 
público. 
 
 
Para a corrente majoritária essa causa de aumento se aplica ao Presidente da 
República, Governadores e Prefeitos. 
 
+1/3 
 
 
Não é funcionário 
público é 
EQUIPARADO a 
funcionário público. 
ATENÇÃO: Não fala 
administração indireta 
como um todo e não cita 
autarquia 
expressamente. 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 142 
Concussão Excesso de exação Corrupção passiva 
Art. 316 - EXIGIR, 
 
 para si ou para outrem, 
 direta ou indiretamente, 
 ainda que fora da função 
 ou antes de assumi-la, 
 mas em razão dela, 
 vantagem indevida: 
§ 1º - Se o funcionário EXIGE 
 
 tributo ou 
contribuição social 
 que sabe ou deveria 
saber indevido, 
 ou, quando devido, 
 emprega na cobrança 
meio vexatório ou 
gravoso, 
 que a lei não autoriza: 
Art. 317 - SOLICITAR ou 
RECEBER, 
 para si ou para outrem, 
 direta ou indiretamente, 
 ainda que fora da função 
 ou antes de assumi-la, 
 mas em razão dela, 
 vantagem indevida, 
 ou ACEITAR promessa 
de tal vantagem: 
Paulo intimidou e exigiu 
abusivamente dinheiro para si, 
prometendo conceder vantagem 
a que determinado administrado 
não fazia jus. 
Determinado auditor fiscal da 
SEFAZ exigiu do contribuinte 
o pagamento de tributo que 
sabia ser indevido, afirmando 
que iria recolher o valor aos 
cofres públicos. 
O funcionário público que 
recebe para si diretamente, ainda 
que fora da sua função, mas em 
razão dela, vantagem indevida 
no valor de R$ 10.000 (dez mil 
reais), pratica crime de 
corrupção passiva. 
Gonçalo, funcionário público de 
determinada secretaria estadual, 
em razão da funçãopor ele 
exercida, exige para si, de 
Marcelo, determinada vantagem 
indevida, não chegando, 
entretanto, a recebê-
la.Concussão consumada 
Tício, funcionário público 
federal, em fiscalização de 
rotina, constatou que Paulus, 
proprietário de uma mercearia, 
estava devendo tributos ao 
Fisco. Em vista disso, 
concedeu-lhe o prazo de 
quarenta e oito horas para 
efetivar o pagamento e mandou 
colocar uma faixa na porta do 
estabelecimento, dizendo: 
“Este comerciante deve ao 
Fisco e deverá pagar o tributo 
devido em quarenta e oito 
horas”. 
Pedro, por sua vez, sem receber 
qualquer valor monetário ou 
vantagem diversa, deixou de 
praticar ato a que estava 
obrigado, em atendimento a 
pedido de seu amigo João. 
Corrupção passiva 
privilegiada 
 
 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 143 
 
Corrupção passiva 
privilegiada 
Prevaricação Condescendência 
criminosa 
Art. 317 - Solicitar ou receber, 
para si ou para outrem, direta ou 
indiretamente, ainda que fora da 
função ou antes de assumi-la, 
mas em razão dela, vantagem 
indevida, ou aceitar promessa de 
tal vantagem: 
§ 2º - Se o funcionário pratica, 
deixa de praticar ou retarda ato 
de ofício, com infração de dever 
funcional, cedendo a pedido ou 
influência de outrem: 
Art. 319 - Retardar ou deixar 
de praticar, indevidamente, ato 
de ofício, ou praticá-lo contra 
disposição expressa de lei, para 
satisfazer interesse ou 
sentimento pessoal: 
Art. 320 - Deixar o funcionário, 
por indulgência, de 
responsabilizar subordinado que 
cometeu infração no exercício 
do cargo ou, quando lhe falte 
competência, não levar o fato ao 
conhecimento da autoridade 
competente: 
Deixa de cumprir suas 
obrigações funcionais por 
causa de outra pessoa 
Deixa de cumprir suas 
obrigações funcionais por 
interesse próprio 
Deixa de cumprir suas 
obrigações funcionais por pena 
Favorzinho gratuito Vingança, amor, amizade Cosimeração, misericórdia 
Há intervenção de um terceiro Não há intervenção de um 
terceiro 
Não há intervenção de um 
terceiro 
Pedro, por sua vez, sem receber 
qualquer valor monetário ou 
vantagem diversa, deixou de 
praticar ato a que estava 
obrigado, em atendimento a 
pedido de seu amigo João. 
Corrupção passiva privilegiada 
Caio, funcionário público, por 
vingança, ao retardar, 
indevidamente, a expedição de 
certidão de interesse de Tício, 
seu desafeto, a fim de o 
prejudicar, pratica crime de 
prevaricação, previsto no art. 
319, do CP. 
O servidor público que, por 
indulgência, deixar de 
responsabilizar o subordinado 
que cometeu infração no 
exercício do cargo, cometerá o 
crime de 
Policiais Militares Ambientais 
comparecem a um assentamento 
e constatam a extração ilegal de 
madeira (crime ambiental). 
Trabalhadores assentados pedem 
aos policiais que não adotem 
providências, no que são 
prontamente atendidos e os 
policiais se retiram, sem que 
qualquer providência fosse 
implementada. Diante da 
afirmação anterior, e com 
relação aos crimes contra a 
Administração Pública, os 
Policiais Militares cometeram o 
crime de corrupção passiva 
privilegiada. 
Mévio, no exercício de sua 
função no cartório extrajudicial, 
não cumpriu o mandado judicial 
de averbação do divórcio no 
registro de casamento. Mévio 
assim agiu porque o divórcio era 
de sua vizinha Cleofa e não 
queria vê-la divorciada. 
O servidor público X é chefe de 
uma seção de um órgão público 
e está ciente de que o seu 
subordinado Y não cumpriu 
várias das tarefas que lhe foram 
atribuídas e apresenta 
diariamente comportamento 
desidioso, o que constitui uma 
infração disciplinar passível de 
punição com demissão. 
Entretanto, o servidor X deixa 
de comunicar esses fatos à 
autoridade competente, pois 
sente pena do seu subordinado, 
porque sabe que Y está 
enfrentando problemas pessoais. 
 
 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 144 
TÍTULO XI 
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
CAPÍTULO II 
DOS CRIMES PRATICADOS PORPARTICULAR 
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL 
Usurpação de 
função pública 
Art. 328 - USURPAR 
 o exercício de função pública: 
 
 Diferente do exercício funcional ilegalmente antecipado ou 
prolongado. 
 Aqui o agente não possui qualquer vínculo com a administração 
pública ou, mesmo possuindo vínculo, pratica atos que são 
absolutamente estranhos ao cargo, função ou emprego usurpados. 
 
Detenção 
3m – 2a 
 + 
Multa 
Usurpação de 
função pública 
qualificada 
Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem: 
Reclusão 
 2a – 5a 
+ 
Multa 
 Resistência 
Art. 329 - OPOR-SE à execução de ato legal, mediante 
 VIOLÊNCIA OU AMEAÇA a 
 funcionário competente para executá-lo 
 ou a 
 quem lhe esteja prestando auxílio: 
 
 Violência ou ameaça é contra o funcionário público (ou quem estiver 
auxiliando) e não contra a coisa. 
 O que seria exaurimento do crime (a não execução do ato) qualifica o crime 
de resistência. 
 A resistência é como se fosse uma desobediência qualificada, ou seja, o 
agente desobedece a ordem do funcionário público mediante o uso de 
violência ou ameaça. 
 
Detenção 
2m – 2a 
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa: 
 
Exemplo: No momento em que um policial, em cumprimento a mandado judicial, 
deu voz de prisão a Brutus, seu irmão Paulus interveio e impediu a execução do 
ato, agredindo o policial a socos e pontapés, causando-lhe ferimentos leves. 
Paulus responderá pelos crimes de resistência qualificada e lesões corporais leves. 
 
Reclusão 
1a – 3a 
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência. 
Desobediência 
Art. 330 - DESOBEDECER 
 a ordem legal de funcionário público: 
 
Comete crime de desobediência o motorista que se recusa a apresentar os 
documentos do veículo que dirige quando solicitados por policial de 
trânsito. 
 
Detenção 
15d – 6m 
 + 
Multa 
Desacato 
Art. 331 - DESACATAR 
 funcionário público 
 no exercício da função ou em razão dela: 
 
 Desacatar: falta de respeito, humilhação, com gestos ou palavras, vias 
de fato. 
 Aquele que por meio de palavras ou atos que redundem em vexame, 
humilhação, desprestígio ou irreverência, a servidor público, civil ou 
militar, no exercício da função ou em razão dela, comete o crime de 
desacato. 
 
Detenção 
6m – 2a 
ou 
Multa 
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Tráfico de 
Influência 
Art. 332 - SOLICITAR, EXIGIR, COBRAR ou OBTER, 
 para si ou para outrem, 
 vantagem ou promessa de vantagem, 
 a pretexto de INFLUIR em ato praticado por funcionário 
público no exercício da função: 
 
 É parecido com a exploração de prestígio (art. 357). 
 Se for contra delegado é tráfico de influência, não o 357. 
 
Reclusão 
2a – 5a 
+ 
Multa 
Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou 
insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário. 
 
+ 1/2 
Corrupção 
ativa 
Art. 333 - OFERECER ou PROMETER 
 vantagem indevida 
 a 
 funcionário público, 
 para determiná-lo a 
 praticar, omitir ou retardar ato de ofício: 
 
 É crime formal, a entrega da vantagem indevida é irrelevante para fins 
de caracterização da corrupção ativa. 
 Se o funcionário público SOLICITA e o particular DAR, o particular 
não responde por nenhum crime. Exemplo de questão: Um médico 
trazia consigo, enquanto realizava sua corrida noturna em um parque 
da cidade, uma arma de fogo calibre 9 mm. Um policial militar, após 
tomar ciência do fato, abordou o médico e lhe deu voz de prisão. Ato 
contínuo, já no interior da viatura, o policial disse que poderia fazer 
vista grossa, caso lhe desse um agrado. Então, o médico entregou a 
quantia de R$ 100,00 (cem reais) ao policial, que permitiu que ele 
fosse embora, levando consigo a mencionadaarma. (policial cometeu 
crime de corrupção passiva e médico não cometeu crime. 
 
Art. 317 
Corrupção Passiva 
Art. 333 
Corrupção Ativa 
Corrupto Corruptor 
SOLICITAR (formal) x 
RECEBER (material) OFERECER 
ACEITAR PROMESSA 
(formal) 
PROMETER 
São exceções à teoria monista. Cada um responde por um 
crime, não por crime único. 
ATENÇÃO: O art. 317 e 333 são corrupções gerais, mas 
existem várias corrupções especiais, existentes em outras 
leis penais extravagantes (eleitorais, estatuto do 
torcedor). 
 
 
Reclusão 
2a -12a 
 + 
Multa 
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, 
 se, em razão da vantagem ou promessa, 
 o funcionário retarda ou omite ato de ofício, 
 ou o pratica infringindo dever funcional. 
+1/3 
 
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Descaminho 
(ou 
contrabando 
impróprio) 
Art. 334. ILUDIR, 
 no todo ou em parte, 
 o pagamento de direito ou imposto 
 devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de 
mercadoria 
 
 No descaminho, o agente age fraudulentamente, com o intuito de não 
pagar direito ou impostos inerentes à circulação da mercadoria. 
 A mercadoria é permitida, no contrabando, é proibida. 
 É crime formal. Não se aplica a súmula vinculante 24. Se consuma 
com a liberação pela alfândega, sem o pagamento dos impostos 
inerentes. 
 O funcionário que facilita o descaminho responde por facilitação de 
descaminho (art. 318), exceção à teoria monista. 
 O princípio da insignificância é aplicável ao descaminho, tendo em 
vista que possui natureza tributária. STF e STJ aplicam o valor de R$ 
20.000,00 para caracterização do valor insignificante. 
 Competência da Justiça Federal. 
 Súmula 151 - STJ: A competência para o processo e julgamento por 
crime de contrabando ou descaminho define-se pela prevenção do juízo 
federal do LUGAR DA APREENSÃO dos bens. 
 Exemplo de questão: Em uma rodovia federal, próxima à fronteira do 
Brasil com o Paraguai, um caminhão foi parado e vistoriado por 
policiais rodoviários federais. O veículo transportava, ilegalmente, 
grande quantidade de mercadoria lícita de procedência estrangeira, 
mas sem o pagamento dos devidos impostos de importação. A conduta 
do motorista configura crime de descaminho em sua forma 
consumada, ainda que não tenha havido constituição definitiva do 
crédito tributário e a ocorrência de efetivo prejuízo ao erário. 
 
Reclusão 
1a -4a 
§ 1o Incorre na mesma pena quem: 
 
I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei; 
 
II - pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho; 
 
III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, 
utiliza 
 em proveito próprio ou alheio, 
 no exercício de atividade comercial ou industrial, 
 mercadoria de procedência estrangeira que introduziu 
clandestinamente no País ou importou fraudulentamente 
 ou que sabe ser produto de introdução clandestina no território 
nacional ou de importação fraudulenta por parte de outrem; 
 
IV - adquire, recebe ou oculta, 
 em proveito próprio ou alheio, 
 no exercício de atividade comercial ou industrial, 
 mercadoria de procedência estrangeira, 
 desacompanhada de documentação legal ou 
 acompanhada de documentos que sabe serem falsos. 
§ 2o Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de 
comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em 
residências. 
§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é praticado em 
TRANSPORTE aéreo, marítimo ou fluvial. 
DOBRO 
Atenção às 
figuras 
equiparadas 
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Contrabando 
Art. 334-A. IMPORTAR ou EXPORTAR mercadoria proibida: 
 
 No contrabando, são importadas ou exportadas mercadorias absoluta 
ou relativamente proibidas de circularem no país. 
 É crime formal, portanto, a efetiva importação ou exportação é 
irrelevante para fins de caracterização do contrabando. Se consuma 
quando ultrapassa a barreira fiscal (liberada pela autoridade 
competente), irrelevante para a consumação se a mercadoria não 
chegue ao seu destino. 
 Não se aplica o princípio da insignificância. 
 Competência da Justiça Federal. 
 Súmula 151 - STJ: A competência para o processo e julgamento por 
crime de contrabando ou descaminho define-se pela prevenção do 
juízo federal do LUGAR DA APREENSÃO dos bens. 
 
Reclusão 
2a -5a 
§ 1o Incorre na mesma pena quem: 
 
I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando; 
 
II - importa ou exporta 
 clandestinamente 
 mercadoria que dependa de registro, análise ou 
autorização de órgão público competente; 
 
III - reinsere 
 no território nacional 
 mercadoria brasileira 
 destinada à exportação; 
 
IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer 
forma, utiliza 
 em proveito próprio ou alheio, 
 no exercício de atividade comercial ou industrial, 
 mercadoria proibida pela lei brasileira; 
 
V - adquire, recebe ou oculta, 
 em proveito próprio ou alheio, 
 no exercício de atividade comercial ou industrial, 
 mercadoria proibida pela lei brasileira. 
 
§ 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma 
de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido 
em residências. 
§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é praticado em 
TRANSPORTE aéreo, marítimo ou fluvial. 
DOBRO 
 
Atenção às 
figuras 
equiparadas 
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Impedimento, 
perturbação 
ou fraude de 
concorrência 
Art. 335 - IMPEDIR, PERTURBAR ou FRAUDAR 
 concorrência pública ou venda em hasta pública, 
 promovida pela administração federal, estadual ou 
municipal, ou por entidade paraestatal; 
AFASTAR ou PROCURAR afastar 
 concorrente ou licitante, 
 por meio de violência, grave ameaça, fraude ou 
oferecimento de vantagem: 
Detenção 
6m + 2a 
ou 
Multa, 
além da pena 
corresponden
te à 
violência. 
 Parágrafo único - Incorre na mesma pena 
 quem se ABSTÉM de concorrer ou licitar, 
 em razão da vantagem oferecida. 
Inutilização de 
edital ou de 
sinal 
Art. 336 – Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou conspurcar 
 edital afixado por ordem de funcionário público; 
 
Violar ou inutilizar 
 selo ou sinal empregado, 
 por determinação legal ou por ordem de funcionário 
público, 
 para identificar ou cerrar qualquer objeto: 
Detenção 
1m – 1a 
Ou 
Multa 
Subtração 
ou 
inutilização de 
livro ou 
documento 
Art. 337 - SUBTRAIR, ou INUTILIZAR, 
 total ou parcialmente, 
 livro oficial, processo ou documento 
 confiado à custódia de funcionário, 
 em razão de ofício, ou de 
 particular em serviço público: 
Reclusão 
2a – 5a, 
se o fato não 
constitui 
crime mais 
grave. 
 
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Sonegação de 
contribuição 
previdenciária 
Art. 337-A. SUPRIMIR ou REDUZIR contribuição social previdenciária 
e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: 
 
I – omitir 
 de folha de pagamento da empresa ou de documento de 
informações previsto pela legislação previdenciária 
 segurados empregado, empresário, trabalhador avulso ou 
trabalhador autônomo ou a este equiparado que lhe prestem 
serviços; 
 
II – deixar de lançar 
 mensalmente 
 nos títulos próprios da contabilidade da empresa as quantias 
descontadas dos segurados 
 ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador de serviços; 
 
III – omitir, 
 total ou parcialmente, 
 receitas ou lucros auferidos, remunerações pagas ou creditadas e 
demais fatos geradores de contribuições sociais previdenciárias: 
Reclusão 
2a – 5a 
+ 
Multa§ 1o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, 
 declara e confessa as contribuições, importâncias ou valores 
 e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou 
regulamento, 
 ANTES do início da ação fiscal. 
§ 2o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o 
agente for primário e de bons antecedentes, desde que: 
 
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior 
àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o 
mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. 
 
 
§ 3o Se o empregador 
 não é pessoa jurídica 
 e sua folha de pagamento mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 
 o juiz poderá reduzir a pena de um terço até a metade 
 ou aplicar apenas a de multa. 
- 1/3 a -1/2 
ou 
Somente multa 
§ 4o O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado nas mesmas datas e nos 
mesmos índices do reajuste dos benefícios da previdência social. 
SONEGAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Início da 
ação fiscal 
Extingue a 
punibilidade 
Perdão judicial ou aplica somente 
pena de multa 
 declara + 
 confessa + 
 presta informações 
 Primário + bons antecedentes + 
o valor = ou < ao mínimo para 
ajuizamento de ações fiscais 
ATENÇÃO 
 
 Antes do início da ação fiscal = 
Extinção da punibilidade 
 
 Depois do início da ação fiscal = 
Deixa de aplicar a pena ou aplica só 
Multa 
R$ 20.000,00 (vinte mil) - (STF, STJ e Portaria MF 75/2012) 
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INSTITUTOS DESPENALIZADORES 
Apropriação indébita previdenciária 
168-A 
Sonegação de contribuição previdenciária 
337-A 
§ 2o É extinta a punibilidade 
 se o agente, espontaneamente, 
 declara, confessa e efetua o pagamento 
 das contribuições, importâncias ou valores 
 e presta as informações devidas à 
previdência social, na forma definida em 
lei ou regulamento, antes do início da ação 
fiscal. 
§ 1o É extinta a punibilidade 
 se o agente, espontaneamente, 
 declara e confessa 
 as contribuições, importâncias ou valores 
 e presta as informações devidas à 
previdência social, na forma definida em 
lei ou regulamento, antes do início da ação 
fiscal. 
§ 3o É facultado ao juiz 
 deixar de aplicar a pena 
 ou aplicar somente a de multa 
 se o agente for primário 
 e de bons antecedentes, desde que: 
 
 
I – tenha promovido, após o início da ação fiscal 
e antes de oferecida a denúncia, o pagamento da 
contribuição social previdenciária, inclusive 
acessórios; ou 
 
II – o valor das contribuições devidas, inclusive 
acessórios, seja igual ou inferior àquele 
estabelecido pela previdência social, 
administrativamente, como sendo o mínimo para 
o ajuizamento de suas execuções fiscais. 
§ 2o É facultado ao juiz 
 deixar de aplicar a pena 
 ou aplicar somente a de multa 
 se o agente for primário 
 e de bons antecedentes, desde que: 
 
I – (VETADO) 
 
 
 
 
 
II – o valor das contribuições devidas, inclusive 
acessórios, seja igual ou inferior àquele 
estabelecido pela previdência social, 
administrativamente, como sendo o mínimo para 
o ajuizamento de suas execuções fiscais. 
§ 4o A faculdade prevista no § 3o deste artigo 
não se aplica aos casos de parcelamento de 
contribuições cujo valor, inclusive dos acessórios, 
seja superior àquele estabelecido, 
administrativamente, como sendo o mínimo para 
o ajuizamento de suas execuções fiscais. 
§ 3o Se o empregador não é pessoa jurídica e sua 
folha de pagamento mensal não ultrapassa R$ 
1.510,00, o juiz poderá reduzir a pena de um 
terço até a metade ou aplicar apenas a de multa. 
 
 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 151 
TÍTULO XI 
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
CAPÍTULO II-A 
DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR 
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTRANGEIRA 
Corrupção 
ativa em 
transação 
comercial 
internacional 
Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, 
 direta ou indiretamente, 
 vantagem indevida 
 a funcionário público estrangeiro, 
 ou a terceira pessoa, 
 para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de 
ofício 
 relacionado à transação comercial internacional: 
Reclusão 
1a – 8a 
+ 
Multa 
Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3, se, em razão da vantagem ou 
promessa, o funcionário público estrangeiro retarda ou omite o ato de 
ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. 
+ 1/3 
Tráfico de 
influência em 
transação 
comercial 
internacional 
Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, 
 para si ou para outrem, 
 direta ou indiretamente, 
 vantagem ou promessa de vantagem 
 a pretexto de influir 
 em ato praticado por funcionário público estrangeiro 
 no exercício de suas funções, 
 relacionado a transação comercial internacional: 
Reclusão 
 2a – 5a 
+ 
Multa 
Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou 
insinua que a vantagem é também destinada a funcionário estrangeiro. 
+ 1/2 
Funcionário 
público 
estrangeiro 
Art. 337-D. Considera-se FUNCIONÁRIO PÚBLICO ESTRANGEIRO, 
 para os efeitos penais, 
 quem, 
 ainda que transitoriamente ou sem remuneração, 
 exerce cargo, emprego ou função pública 
 em entidades estatais ou em representações diplomáticas de país 
estrangeiro. 
Parágrafo único. EQUIPARA-SE a funcionário público estrangeiro 
 quem exerce cargo, emprego ou função 
 em empresas controladas, diretamente ou indiretamente, pelo Poder 
Público de país estrangeiro ou em organizações públicas 
internacionais. 
 
 
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Alteração promovida pela Lei 14.133/2021 
 
Art. 178. O Título XI da Parte Especial do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código 
Penal), passa a vigorar acrescido do seguinte Capítulo II-B: 
 
Localização no Código Penal 
 
 Parte Especial 
 Título XI - Dos crimes contra a administração pública 
 Capítulo II-B - dos crimes em licitações e contratos administrativos 
 
 A Lei 14.133/2021 transferiu para o Código Penal toda a disciplina dos crimes cometidos nos 
processos licitatórios e nos contratos administrativos dele decorrentes. 
 
 A Lei 8.666/1993 disciplinava os tipos penais nos artigos 89 a 98 (10 tipos penais). 
 
 O Código Penal disciplina os tipos penais nos artigos 337-E a 337-O (11 tipos penais). 
 
 
CAPÍTULO II-B 
DOS CRIMES EM LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 
 Na 8.666/93, todos os crimes eram apenados com detenção. Portanto, havia impedimento do início do 
cumprimento de pena em regime fechado. 
 
 Só existem dois crimes apenados com detenção. O resto é reclusão. Decore, portanto, por exclusão. 
 
 São apenados com detenção: Perturbação de processo licitatório e violação de sigilo em licitação. O 
resto é tudo reclusão. 
 
 Todos os crimes possuem a multa cominada de forma cumulativa “e”. 
 
 Não há modalidades culposas. 
 
 Estude atentamento o quadro de institutos despenalizadores, localizados após o tipo penal dessa lei, 
para decorar os crimes de menor potencial ofensivo, dentre outros. 
 
 Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, 
diminuída de um a dois terços. No entanto, no crime de afastamento de licitante, a conduta de tentar 
afastar licitante é punida na mesma intensidade da forma consumada. 
 
 
 
 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 153 
 
Contratação 
direta ilegal 
Art. 337-E. Admitir, possibilitar ou dar causa 
 à contratação direta 
 fora das hipóteses previstas em lei: 
Pena – 
Reclusão, de 
4 a 8 anos, 
e multa. 
 É indispensável (prescindível) a comprovação do dolo específicodo agente em causar dano ao erário, 
bem como do prejuízo à administração pública. 
 
 
Frustração 
do caráter 
competitivo 
de licitação 
Art. 337-F. Frustrar ou fraudar, 
 com o intuito de obter para si 
 ou para outrem 
 vantagem decorrente da adjudicação do objeto da 
licitação, 
 o caráter competitivo do processo licitatório: 
Pena – 
Reclusão, de 
4 anos a 8 anos, 
e multa. 
 Exige dolo específico. 
 O crime do art. 337 – F é formal e prescinde (dispensa) da existência de prejuízo ao erário, haja 
vista que o dano se revela pela simples quebra do caráter competitivo entre os licitantes interessados 
em contratar, causada pela frustração ou pela fraude no procedimento licitatório. 
 O crime previsto no art. 337 – F do Código Penal classifica-se como comum, não se exigindo do 
sujeito ativo nenhuma característica específica, podendo ser praticado por qualquer pessoa que 
participe do certame. 
 É possível a incidência da agravante genérica prevista no art. 61, II, g, do Código Penal (ter o agente 
cometido o crime com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou 
profissão), no crime de fraude em licitação, quando violado dever inerente à função pública, 
circunstância que não integra o tipo previsto no art. 337 - F da Lei n. 8.666/1993. 
 
 
Patrocínio 
de 
contratação 
indevida 
Art. 337-G. Patrocinar, 
 direta ou indiretamente, 
 interesse privado perante a Administração Pública, 
 dando causa à instauração de licitação 
 ou à celebração de contrato cuja invalidação vier a 
ser decretada pelo Poder Judiciário: 
Pena – 
Reclusão, de 
6 meses a 3 anos, 
e multa. 
 
 
Modificação 
ou pagamento 
irregular em 
contrato 
administrativo 
Art. 337-H. Admitir, possibilitar ou dar causa 
 a qualquer modificação ou vantagem, 
 inclusive prorrogação contratual, 
 em favor do contratado, 
 durante a execução dos contratos celebrados com a 
Administração Pública, 
 sem autorização em lei, no edital da licitação ou nos 
respectivos instrumentos contratuais, 
 ou, ainda, 
 pagar fatura com preterição da ordem cronológica de 
sua exigibilidade: 
Pena – 
Reclusão, 
de 4 anos a 8 anos, 
e multa. 
 
 
 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 154 
 
 
Perturbação 
de processo 
licitatório 
Art. 337-I. Impedir, perturbar ou fraudar 
 a realização de qualquer ato 
 de processo licitatório: 
Pena – 
Detenção, 
de 6 meses a 3 anos, 
 e multa. 
 Frustração do caráter competitivo de licitação: reclusão de 4 anos a 8 anos, e multa. 
 Perturbação de processo licitatório (ato): detenção de 6 meses a 3 anos, e multa. 
 O delito do art. 337 – I somente se tipifica se as condutas nele previstas forem praticadas no curso do 
procedimento licitatório. 
 
 
Violação de 
sigilo em 
licitação 
Art. 337-J. Devassar 
 o sigilo de proposta apresentada em processo licitatório 
 ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: 
Pena – 
Detenção, 
de 2 anos a 3 anos, 
e multa. 
 
 
 
Afastamento 
de licitante 
Art. 337-K. Afastar ou tentar afastar 
 licitante 
 por meio de 
 violência, 
 grave ameaça, 
 fraude 
 ou 
 oferecimento de vantagem de qualquer 
tipo: 
Pena – 
Reclusão, 
de 3 anos a 5 anos, 
e multa, 
além da pena 
correspondente à 
violência. Parágrafo único. Incorre na mesma pena 
 quem se abstém 
 ou desiste de licitar 
 em razão de vantagem oferecida. 
 
 
 
 
 
Fraude em 
licitação ou 
contrato 
Art. 337-L. Fraudar, em prejuízo da Administração Pública, licitação 
ou contrato dela decorrente, mediante: 
 
I - entrega de mercadoria ou prestação de serviços com qualidade 
ou em quantidade diversas das previstas no edital ou nos 
instrumentos contratuais; 
 
II - fornecimento, como verdadeira ou perfeita, de mercadoria 
falsificada, deteriorada, inservível para consumo ou com prazo 
de validade vencido; 
 
III - entrega de uma mercadoria por outra; 
 
IV - alteração da substância, qualidade ou quantidade da 
mercadoria ou do serviço fornecido; 
 
V - qualquer meio fraudulento que torne injustamente mais 
onerosa para a Administração Pública a proposta ou a execução do 
contrato: 
Pena – 
Reclusão, 
de 4 anos a 8 anos, 
e multa. 
 
 
 
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Contratação 
inidônea 
Art. 337-M. Admitir à licitação 
 empresa ou profissional 
 declarado inidôneo: 
Pena – 
Reclusão, 
de 1 ano a 3 anos, 
e multa. 
§ 1º Celebrar contrato 
 com empresa ou profissional 
 declarado inidôneo: 
 
Pena – 
Reclusão, 
 de 3 anos a 6 anos, 
e multa. § 2º Incide na mesma pena do caput deste artigo aquele que, declarado 
inidôneo, venha a participar de licitação e, na mesma pena do § 1º deste 
artigo, aquele que, declarado inidôneo, venha a contratar com a 
Administração Pública. 
 
 
 
Impedimento 
indevido 
Art. 337-N. Obstar, impedir ou dificultar 
 injustamente 
 a inscrição de qualquer interessado nos registros 
cadastrais ou promover indevidamente a alteração, a 
suspensão ou o cancelamento de registro do 
inscrito: 
Pena – 
Reclusão, 
de 6 meses a 2 anos, 
e multa. 
 
 
 
Omissão 
grave de 
dado ou de 
informação 
por projetista 
Art. 337-O. Omitir, modificar ou entregar 
 à Administração Pública 
 levantamento cadastral ou condição de contorno 
em relevante dissonância com a realidade, 
 em frustração ao caráter competitivo da licitação ou 
em detrimento da seleção da proposta mais 
vantajosa para a Administração Pública, 
 em contratação para a elaboração de projeto 
básico, projeto executivo ou anteprojeto, em 
diálogo competitivo ou em procedimento de 
manifestação de interesse: 
 
Pena – 
Reclusão, 
de 6 meses a 3 anos, 
e multa. 
§ 1º Consideram-se condição de contorno as informações e os 
levantamentos suficientes e necessários para a definição da solução de 
projeto e dos respectivos preços pelo licitante, incluídos sondagens, 
topografia, estudos de demanda, condições ambientais e demais 
elementos ambientais impactantes, considerados requisitos mínimos ou 
obrigatórios em normas técnicas que orientam a elaboração de projetos. 
 
 
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Art. 337-P. A pena de multa cominada aos crimes previstos neste Capítulo seguirá a metodologia de 
cálculo prevista neste Código e não poderá ser inferior a 2% (dois por cento) do valor do contrato licitado 
ou celebrado com contratação direta. 
 
Lei 8.666/1993 Lei 14.133/2021 
Art. 99. A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98 desta 
Lei consiste no pagamento de quantia fixada na sentença e 
calculada em índices percentuais, cuja base corresponderá ao 
valor da vantagem efetivamente obtida ou potencialmente 
auferível pelo agente. 
 
§ 1o Os índices a que se refere este artigo não poderão ser 
inferiores a 2%, nem superiores a 5% do valor do 
contrato licitado ou celebrado com dispensa ou 
inexigibilidade de licitação. 
 
§ 2o O produto da arrecadação da multa reverterá, conforme 
o caso, à Fazenda Federal, Distrital, Estadual ou Municipal. 
Art. 337-P. A pena de multa cominada aos crimes previstos 
neste Capítulo seguirá a metodologia de cálculo prevista 
neste Código e não poderá ser inferior a 2% do valor do 
contrato licitado ou celebrado com contratação direta. 
2% a 5% Mínimo de 2% 
 
 
 A lei 14.133/2021 revogou as disposições de processo e do procedimento judicial (arts. 100 a 108 da 
Lei 8.666/1993) envolvendo os crimes de licitação, portanto, para os crimes em licitações e contratos 
administrativos (arts. 337-E a 337-O) aplicam-se as disposições do CPP. 
 
 
 
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Análise sobre aplicação dos institutos despenalizadores aos 
 crimes em licitações e contratosadministrativos 
 
Só existe um crime de menor potencial ofensivo: impedimento indevido. Portanto, cabe, em tese, 
transação penal de acordo com a Lei 9.099/1995. 
 
CABÍVEL 
(EM TESE) 
Crime 
Transação 
Penal 
(JECRIM) 
Suspensão 
condicional do 
processo 
(JECRIM) 
ANPP 
(art. 28 – A do 
CPP) 
Conversão de 
PPL em PRD 
(art. 44, I, do CP) 
Contratação direta ilegal 
(R – 4 a 8 anos) 
Frustração do caráter 
competitivo de licitação 
(R – 4 a 8 anos) 
 
Patrocínio de contratação 
indevida 
(R – 6m a 3a) 
 X X 
Modificação ou pagamento 
irregular em contrato 
administrativo 
(R – 4 a 8 anos) 
 
Perturbação de processo 
licitatório 
(D – 6 m a 3 anos) 
 X X 
Violação de sigilo em licitação 
(D – 2 a 3 anos) X 
Afastamento de licitante 
(R – 3 a 5 anos) X 
Fraude em licitação ou contrato 
(R – 4 a 8 anos) 
Contratação inidônea 
(R – 1 a 3 anos) 
(R - 3 a 6 anos) 
 
X 
(exceto 
qualificado) 
X 
Impedimento indevido 
(R – 6m a 2a) X X 
Não cabe ANPP, 
se couber 
transação penal. 
 
Omissão grave de dado ou de 
informação por projetista 
(R – 6m a 3a) 
 X X 
 
 
 Para análise mais detalhada das alterações promovidas nos crimes em licitações e contratos 
administrativos veja nossa Lei 14.133/2021 esquematizada. 
 
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TÍTULO XI 
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
CAPÍTULO III 
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA 
Reingresso de 
estrangeiro 
expulso 
Art. 338 - REINGRESSAR 
 no território nacional 
 o estrangeiro 
 que dele foi expulso: 
Reclusão 
1a – 4a, 
sem prejuízo 
de nova 
expulsão 
após o 
cumprimento 
da pena. 
Denunciação 
caluniosa 
Art. 339. DAR CAUSA 
 à instauração de 
 inquérito policial, 
 de procedimento investigatório criminal, 
 de processo judicial, 
 de processo administrativo disciplinar, 
 de inquérito civil 
 ou de ação de improbidade administrativa contra alguém, 
 imputando-lhe 
 crime, infração ético-disciplinar ou ato ímprobo 
 de que o sabe inocente: 
 (Redação dada pela Lei nº 14.110, de 2020) 
 Se houver dúvidas da inocência, não configura. 
 Admite tentativa. 
 Investigação policial e investigação administrativa: qualquer 
diligência da autoridade policial ou administrativa destinada apurar o 
crime ou a contravenção, não precisa instaurar o inquérito policial ou o 
processo administrativo. 
 Processo judicial: civil, penal, tributário, ação civil pública... aqui 
precisa instaurar o processo judicial, assim como no inquérito civil ou 
na ação de improbidade administrativa. 
 Ação de improbidade administrativa: se a conduta for improbidade e 
ao mesmo tempo crime ou contravenção, configura o art. 339 do CP. 
Se a conduta constituir apenas improbidade administrativa, restará 
configurado o art. 19 da Lei 8.429/1992. 
 Antes da nova Lei se alguém provocasse a instauração de inquérito 
civil por ato de improbidade contra alguém sabendo inocente, sem 
que o ato correspondesse a crime, não configurava o art. 339 do 
CP, mas o art. 19 da LIA (Lei 8.429/1992. Agora, mesmo que o ato de 
improbidade não corresponda a crime, configura denunciação 
caluniosa. 
 Não configura se for apenas sindicância, tem que ser PAD. 
 A indevida atribuição de ato infracional a adolescente continua sem 
previsão legal. 
 Interessante destacar o crime do art. 30 da Lei de Abuso de 
Autoridade: 
 
Lei 13.869/2019 
 
Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou 
administrativa sem justa causa fundamentada ou contra quem 
sabe inocente: 
 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.’ 
Reclusão 
2a – 8a 
 + 
Multa 
Se for contravenção, 
metade da pena. 
Dolo específico. 
A instauração é 
imprescindível. 
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 O crime de denunciação caluniosa eleitoral continua com a mesma 
redação: 
Código Eleitoral 
 
Art. 326-A. Dar causa à instauração de investigação policial, de 
processo judicial, de investigação administrativa, de inquérito 
civil ou ação de improbidade administrativa, atribuindo a 
alguém a prática de crime ou ato infracional de que o sabe 
inocente, com finalidade eleitoral: (Incluído pela Lei 
nº13.834, de 2019) 
 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa. 
 
§ 1º A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve do 
anonimato ou de nome suposto. 
 
§ 2º A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática 
de contravenção. 
 
 
 A denunciação caluniosa na colaboração premida persiste com a 
mesma redação da Lei de Organização Criminosa. 
 
Lei de Organização Criminosa – Lei 12.850/2013 
 
Art. 19. Imputar falsamente, sob pretexto de colaboração com 
a Justiça, a prática de infração penal a pessoa que sabe ser 
inocente, ou revelar informações sobre a estrutura de 
organização criminosa que sabe inverídicas: 
 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
 
 “A denunciação deve ser objetiva e subjetivamente falsa, 
caracterizando o dolo específico – o autor da denunciação deve saber 
que a imputação recai sobre inocente.” (STJ – APN 489). 
 “Quando o crime ou a improbidade supostamente falso ainda estiver 
sendo apurado, deve-se aguardar o desfecho do procedimento ou 
processo, para somente a partir da inocência do investigado ou 
denunciado ser feita a denúncia pelo art. 339 do CP”. (STF – HC 
82.941). 
 “Poderá o MO oferecer diretamente denúncia sem necessidade de nova 
investigação.” 
 
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, 
 se o agente se serve de 
 anonimato ou de nome suposto. 
+1/6 
§ 2º - A pena é diminuída de metade, 
 se a imputação é de prática de 
 CONTRAVENÇÃO. 
-1/2 
Comunicação 
falsa de crime 
ou de 
contravenção 
Art. 340 - PROVOCAR 
 a ação de autoridade, 
 comunicando-lhe a ocorrência de 
 crime ou de contravenção 
 que sabe não se ter verificado: 
Detenção 
1m - 6m 
ou 
Multa 
Autoacusação 
falsa 
Art. 341 - ACUSAR-SE, 
 perante a autoridade, 
 de crime inexistente ou 
 praticado por outrem: 
Detenção 
3m – 2a 
ou 
Multa 
No 340 o agente provoca 
inutilmente a ação de 
autoridade, mas sem citar 
pessoa (alguém). Se citar será 
o 339. 
Se for contravenção 
não caracteriza. 
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Falso 
testemunho ou 
falsa perícia 
Art. 342. FAZER afirmação falsa, ou NEGAR ou CALARa verdade como 
 testemunha, 
 perito, 
 contador, 
 tradutor ou intérprete 
 em processo 
 judicial, ou 
 administrativo, 
 inquérito policial, ou em 
 juízo arbitral: 
 Crime próprio e de mão-própria. 
 Se for como testemunha é possível concurso de agentes, mas só na 
modalidade participação (induzimento, instigação e auxílio). 
Excecionalmente, o STF já admitiu o advogado figurar como coautor 
junto com a testemunha, mas é decisão isolada. 
 Se for como perito, contador, tradutor ou intérprete é possível concurso 
de agentes em coautoria ou participação. 
 Falso testemunho se consuma no local em que foi prestado o 
depoimento. Se for carta precatória, o crime se consuma no juízo 
deprecado (juízo em que foi ouvido a testemunha). 
 
Reclusão 
2a – 4a 
Multa 
§ 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, 
 se o crime é praticado mediante suborno 
 ou se cometido com o fim de obter prova destinada 
a produzir efeito em 
 processo penal, 
 ou em processo civil em que for 
parte entidade da administração 
pública direta ou indireta. 
+1/6 
a 
+1/3 
§ 2o O fato deixa de ser punível se, 
 ANTES DA SENTENÇA 
 no processo em que ocorreu o ilícito, 
 o agente se 
 retrata 
 ou 
 declara a verdade. 
Corrupção 
ativa 
de 
testemunha, 
perito, 
contador, 
tradutor ou 
intérprete 
Art. 343. DAR, OFERECER ou PROMETER 
 dinheiro ou qualquer outra vantagema 
 testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, 
 para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade 
 em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação: 
Reclusão 
3a – 4a 
+ 
Multa 
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, 
 se o crime é cometido com o fim de obter prova destinada a 
produzir efeito em processo penal ou em processo civil em 
que for parte entidade da administração pública direta ou 
indireta. 
+1/6 
a 
+1/3 
Coação no 
curso do 
processo 
Art. 344 - USAR 
 de violência ou grave ameaça, 
 com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, 
 contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa 
 que funciona ou é chamada a intervir em 
 processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo 
arbitral: 
Reclusão 
1a – 4a 
 + 
Multa, 
além da pena 
corresponden
te à 
violência. 
ATENÇÃO: não é 
só processo criminal 
Não é sentença 
transitada em julgado. 
Se for competência 
originária de Tribunal, 
será o acórdão. 
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Exercício 
arbitrário das 
próprias 
razões 
Art. 345 - FAZER 
 justiça pelas próprias mãos, 
 para satisfazer pretensão, 
 embora legítima, 
 salvo quando a lei o permite: 
Detenção 
15d – 1m 
ou 
Multa, 
além da pena 
correspondente à 
violência. 
Parágrafo único - Se 
 não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa. 
Subtração, 
supressão ou 
danificação de 
coisa própria 
no legítimo 
poder de 
terceiro 
Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar 
 coisa própria, 
 que se acha em poder de terceiro 
 por determinação judicial ou convenção: 
Detenção 
6m – 2a 
+ 
Multa 
Fraude 
processual 
Art. 347 - INOVAR 
 artificiosamente, 
 na pendência de processo civil ou administrativo, 
 o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, 
 com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito: 
Detenção 
3m – 2a 
 + 
Multa 
Parágrafo único - Se a inovação 
 se destina a produzir efeito em processo penal, 
 ainda que não iniciado, 
 as penas aplicam-se em dobro. 
DOBRO 
Favorecimento 
pessoal 
 
(conhecido na 
doutrina 
Como 
HOMIZIO) 
Art. 348 - AUXILIAR 
 a subtrair-se à ação de autoridade pública 
 AUTOR de 
 CRIME a que é cominada pena de RECLUSÃO: 
 
 SUBTRAIR-SE = esconder-se ou de qualquer modo evitar 
 Se for contravenção, não configura, no 349 também. 
 Não pode ter participado do crime anterior, ou seja, não pode ter tido 
combinação prévia, caso contrário, poderá responder como partícipe. 
 No favorecimento pessoal ajuda a esconder a pessoa (criminoso), no 
favorecimento real ajudar a esconder a coisa produto do crime. 
 Não caracteriza favorecimento pessoal quando o fato praticado está 
amparado por causa excludente da ilicitude, da culpabilidade, da 
punibilidade ou uma escusa absolutória. 
 
Detenção 
1m – 6m 
+ 
Multa 
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão: 
Detenção 
15d – 3m 
+ 
Multa 
§ 2º - Se quem presta o auxílio é 
 ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do 
criminoso, 
 fica isento de pena. 
ISENTO 
Favorecimento 
real 
Art. 349 - Prestar 
 a criminoso, 
 fora dos casos de coautoria ou de receptação, 
 auxílio destinado a tornar seguro o proveito do 
crime: 
Detenção 
1m – 6m 
 + 
Multa 
Regra: ação penal 
privada 
Se houver violência: 
ação penal pública 
incondicionada 
Juiz ou perito, não tem Ministério Público ou delegado. 
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Favorecimento 
real 
impróprio 
Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar 
 a entrada de aparelho telefônico de comunicação 
móvel, de rádio ou similar, 
 sem autorização legal, 
 em estabelecimento prisional. 
Detenção 
3m – 1a 
Exercício 
arbitrário ou 
abuso de 
poder 
Art. 350 - ORDENARou EXECUTARmedida privativa de liberdade 
individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder: 
Detenção 
1m – 1a 
 Parágrafo único - Na mesma pena incorre o funcionário que: 
 
 I - ilegalmente recebe e recolhe alguém a prisão, ou a estabelecimento 
destinado a execução de pena privativa de liberdade ou de medida de 
segurança; 
 
II - prolonga a execução de pena ou de medida de segurança, deixando 
de expedir em tempo oportuno ou de executar imediatamente a ordem 
de liberdade; 
 
III - submete pessoa que está sob sua guarda ou custódia a vexame ou 
a constrangimento não autorizado em lei; 
 
IV - efetua, com abuso de poder, qualquer diligência. 
 
Art. 350 foi revogado pela Lei 13.869/19. 
 
Fuga de 
pessoa presa 
ou submetida 
a medida de 
segurança 
Art. 351 - Promover ou facilitar 
 a fuga de pessoa legalmente presa 
 ou submetida a medida de segurança detentiva: 
Detenção 
6m – 2a 
§ 1º - Se o crime é praticado 
 a mão armada, 
 ou por mais de uma pessoa, 
 ou mediante arrombamento, 
 a pena é de reclusão, de dois a seis anos. 
Reclusão 
2a – 6a 
§ 2º - Se há emprego de violência contra pessoa, aplica-se também a pena correspondente 
à violência. 
§ 3º - A pena é de reclusão, 
 de um a quatro anos, 
 se o crime é praticado 
 por pessoa sob cuja custódia ou guarda está o 
preso ou o internado. 
Reclusão 
1a – 4a 
§ 4º - No caso de CULPA do funcionário incumbido da custódia ou guarda, 
aplica-se a pena de detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
Detenção 
3 m – 1a 
ou 
Multa 
Evasão 
mediante 
violência 
contra a 
pessoa 
Art. 352 - EVADIR-SE ou TENTAR EVADIR-SE 
 o preso 
 ou o indivíduo submetido a medida de segurança 
detentiva, 
 usando de violência contra a pessoa: 
Detenção 
3m – 1a, 
além da pena 
corresponden
te à 
violência. 
 
Cuidado: a tentativa 
é possível, mas já 
configura o crime. 
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Arrebatament
o de preso 
Art. 353 - ARREBATAR 
 preso, 
 a fim de maltratá-lo, 
 do poder de quem o tenha sob custódia ou guarda: 
 
 Arrebatar: tomar, subtrair, tirar o preso de quem o tenha sob custódia 
ou guarda. 
 Exemplos clássicos de linchamento. 
 
Reclusão 
1a – 4a, 
além da pena 
corresponden
te à 
violência. 
Motim de 
presos 
Art. 354 - Amotinarem-se 
 presos, 
 perturbando a ordem ou disciplina da prisão: 
 
Quantidade de presos necessários para considerar motim: 
 Sanches: não atrela a um número específico, pois, se assim 
quisesse, a lei teria feito expressamente. 
 Masson e Damásio: no mínimo 3 
 Mirabete: no mínimo 4 
 
Detenção 
6m – 2a, 
além da pena 
corresponden
te à 
violência. 
Patrocínio 
infiel 
Art. 355 - Trair, 
 na qualidade de advogado ou procurador, 
 o dever profissional, 
 prejudicando interesse, 
 cujo patrocínio, em juízo, lhe é confiado: 
Detenção 
6m – 3a 
+ 
Multa Patrocínio 
simultâneo ou 
tergiversação 
Parágrafo único - Incorre na pena deste artigo 
 o advogado ou procurador judicial 
 que defende na mesma causa, 
 simultânea ou sucessivamente, 
 partes contrárias. 
Sonegação de 
papel ou 
objeto de valor 
probatório 
Art. 356 - Inutilizar, 
 total ou parcialmente, 
 ou deixar de restituir 
 autos, documento ou objeto de valor probatório, 
 que recebeu na qualidade de advogado ou procurador: 
Detenção 
6m – 3a 
+ 
Multa 
Exploração de 
prestígio 
Art. 357 - Solicitar ou receber 
 dinheiro ou qualquer outra utilidade, 
 a pretexto de influir em 
 juiz, 
 jurado, 
 órgão do Ministério Público, 
 funcionário de justiça, 
 perito, 
 tradutor, 
 intérprete ou 
 testemunha: 
Reclusão 
1a – 5a 
 + 
Multa 
Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega ou 
insinua que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das 
pessoas referidas neste artigo. 
+1/3 
 
Cuidado: não 
é só o 
advogado, 
pessoa que 
seja 
procuradora 
também 
comete.Se for para influir em 
delegado ou qualquer 
outro funcionário 
público que não se 
encontra na lista, será 
tráfico de influência. 
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Violência ou 
fraude em 
arrematação 
judicial 
Art. 358 - IMPEDIR, PERTURBAR ou FRAUDAR 
 arrematação judicial; 
 
AFASTAR ou PROCURAR AFASTAR 
 concorrente ou licitante, 
 por meio de violência, grave ameaça, fraude ou 
oferecimento de vantagem: 
Detenção 
2m – 1a 
ou 
Multa, 
além da pena 
corresponden
te à 
violência. 
 
Desobediência 
a decisão 
judicial sobre 
perda ou 
suspensão de 
direito 
Art. 359 - EXERCER 
 função, atividade, direito, autoridade ou múnus, 
 de que foi suspenso ou privado 
 por decisão judicial: 
 
Se for decisão administrativa (vigilância sanitária, secretárias de governo, 
CRM, CRO, CFM, dentre outros, será o art. 205 do CP). 
 
Detenção 
3m – 2a 
ou 
Multa 
 
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TRÁFICO DE INFLUÊNCIA EXPLORAÇÃO DE PRESTÍGIO 
TÍTULO XI 
Dos crimes contra a administração pública 
TÍTULO XI 
Dos crimes contra a administração pública 
CAPÍTULO II 
Dos crimes praticados por 
particular contra a administração em geral 
CAPÍTULO III 
Dos crimes contra a administração da justiça 
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, 
 para si ou para outrem, 
 vantagem ou promessa de vantagem, 
 a pretexto de influir 
 em ato praticado por funcionário público 
no exercício da função: 
Art. 357 - Solicitar ou receber 
 dinheiro ou qualquer outra utilidade, 
 a pretexto de influir em 
 juiz, jurado, órgão do Ministério 
Público, funcionário de justiça, perito, 
tradutor, intérprete ou testemunha: 
Reclusão  2a - 5a + Multa Reclusão 1a - 5a + Multa 
Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, 
se o agente alega ou insinua que a vantagem é 
também destinada ao funcionário. 
Parágrafo único - As penas aumentam-se de um 
terço, se o agente alega ou insinua que o dinheiro 
ou utilidade também se destina a qualquer das 
pessoas referidas neste artigo. 
EXEMPLOS 
Adão, alegando ter poder de persuasão sobre seu 
primo, delegado de polícia que presidia inquérito 
policial em que Cláudio estava sendo investigado, 
solicitou deste determinada quantia de dinheiro, a 
pretexto de repassá-la ao delegado, para impedir o 
indiciamento de Cláudio pela prática de estupro. 
Antunes, advogado da empresa reclamada Beta 
Metalúrgica Ltda., no curso de reclamação 
trabalhista onde se discute o pagamento de 
adicional de insalubridade, solicitou para si uma 
quantia em dinheiro do sócio da empresa, com 
pretexto de influir junto ao perito nomeado pelo 
Juiz do Trabalho para que fosse apresentado laudo 
favorável à reclamada. Antunes alegou ainda que 
o dinheiro também se destina ao perito judicial. 
Paulus solicitou de Petrus a quantia de R$ 
5.000,00 para influir junto a seu amigo Sérvio, 
funcionário público municipal, para não autuar 
sua empresa por irregularidades fiscais. Sérvio, 
desconhecendo a conduta de Paulus, mas cedendo 
ao pedido deste, se omitiu e deixou de autuar a 
empresa de Petrus. Nesse caso, Paulus e Sérvio 
responderão, respectivamente, portráfico de 
influência e corrupção passiva privilegiada, 
respectivamente. 
Maria procurou Ana, que ia ser submetida a 
julgamento perante o Tribunal do Júri por crime 
de infanticídio e, dizendo-se amiga de dois 
jurados, solicitou a quantia de R$ 5.000,00 para 
influir a seu favor no julgamento destes. Maria 
responderá por crime de 
 
 
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Receptação Favorecimento pessoal Favorecimento real 
Crime contra o 
patrimônio 
Crime contra a administração 
da justiça 
Crime contra a administração da 
justiça 
Art. 180 - Adquirir, receber, 
transportar, conduzir ou ocultar, 
em proveito próprio ou alheio, 
coisa que sabe ser produto de 
crime, ou influir para que terceiro, 
de boa-fé, a adquira, receba ou 
oculte: 
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-
se à ação de autoridade 
pública autor de crime a que é 
cominada pena de reclusão: 
Art. 349 - Prestar a criminoso, 
fora dos casos de coautoria ou 
de receptação, auxílio destinado 
a tornar seguro o proveito do 
crime: 
EXEMPLOS 
João comprou, por R$ 20,00, uma 
corrente de ouro, avaliada em R$ 
2.000,00, de um menino de 14 anos 
de idade, corrente esta que havia 
sido subtraída, por pessoa ignorada, 
de seu primo e companheiro de 
quarto Joaquim. Este não havia 
dado por falta da jóia, motivo 
porque sequer havia feito a 
comunicação da ocorrência à 
polícia. Nesse caso, Joãoa) 
responderá por crime de 
receptaçãoculposa. 
José percebeu que seu 
conhecido João havia 
cometido crime de 
desobediência e estava 
fugindo a pé, sendo 
perseguido por policiais. Em 
vista disso, despistou os 
milicianos e colocou João no 
interior de seu veículo, 
deixando o local e 
impedindo, dessa forma, a 
prisão em flagrante deste. 
Nesse caso, José responderá 
pelo crime defavorecimento 
pessoal privilegiado. 
(desobediência é detenção, 
por isso, privilegiado) 
Tício subtraiu um veículo 
automóvel e o levou até a oficina 
de Cezar, que modificou as 
placas identificadoras para 
assegurar-lhe a posse do produto 
do crime. Responde por 
favorecimento real. 
ATENÇÃO: João e José decidem praticar um crime de roubo, que ocorreria com a subtração do 
veículo automotor de Maria, vizinha de João. A grande dificuldade do plano criminoso estava no local 
em que seria escondido o veículo antes de ser desmontado para a venda das peças. João e José 
procuraram Marcus, primo de José e proprietário de uma oficina mecânica, e perguntaram se ele teria 
interesse em guardar o carro no estabelecimento por uma semana. Marcus concordou, o acordo foi 
sacramentado e, então, o crime de roubo foi praticado. Considerando apenas os fatos descritos, Marcus 
responderá criminalmente pelo crime de ROUBO MAJORADO. (teve prévio ajuste, por isso 
responde por roubo. Na receptação, favorecimento pessoal e favorecimento real não há prévio 
ajuste, é imprescindível sua verificação após a consumação do crime praticado). 
 
 
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TÍTULO XI 
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
CAPÍTULO IV 
DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS 
Contratação 
de operação de 
crédito 
Art. 359-A. ORDENAR, AUTORIZAR ou REALIZAR 
 operação de crédito, 
 interno ou externo, 
 sem prévia autorização legislativa: 
Reclusão 
1a – 2a 
Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, autoriza ou realiza 
operação de crédito, interno ou externo: 
 
I – com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido 
em lei ou em resolução do Senado Federal; 
 
II – quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o limite 
máximo autorizado por lei. 
 
Inscrição de 
despesas não 
empenhadas 
em restos a 
pagar 
Art. 359-B. ORDENAR ou AUTORIZAR 
 a inscrição em restos a pagar, 
 de despesa que não tenha sido previamente empenhada 
 ou que exceda limite estabelecido em lei: 
Detenção 
6m – 2a 
Assunção de 
obrigação no 
último ano do 
mandato ou 
legislatura 
Art. 359-C. ORDENAR ou AUTORIZAR 
 a assunção de obrigação, 
 nos dois últimos quadrimestres do último ano do 
mandato ou legislatura, 
 cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício 
financeiro 
 ou, caso reste parcela a ser paga no exercício seguinte, 
que não tenha contrapartida suficiente de disponibilidade 
de caixa: 
Reclusão 
1a – 4a 
Ordenação de 
despesa não 
autorizada 
Art. 359-D. ORDENAR 
 despesa não autorizada por lei: 
Reclusão 
1a – 4a 
Prestação de 
garantia 
graciosa 
Art. 359-E. PRESTAR 
 garantia 
 em operação de crédito 
 sem que tenha sido constituída contragarantia em valorigual ou superior ao valor da garantia prestada, na forma 
da lei: 
Detenção 
3m – 1a 
Não 
cancelamento 
de restos a 
pagar 
Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de promover 
 o cancelamento do montante de restos a pagar 
 inscrito em valor superior ao permitido em lei: 
Detenção 
6m – 2a 
Aumento de 
despesa total 
com pessoal no 
último ano do 
mandato ou 
legislatura 
Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar 
 ato que acarrete aumento de despesa total com pessoal, 
 nos 180 dias anteriores ao final do mandato ou da 
legislatura: 
Reclusão 
1a – 4a 
Oferta pública 
ou colocação 
de títulos no 
mercado 
Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover 
 a oferta pública ou a colocação no mercado financeiro de 
títulos da dívida pública 
 sem que tenham sido criados por lei 
 ou sem que estejam registrados em sistema centralizado 
de liquidação e de custódia: 
Reclusão 
1a – 4a 
 
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JURISPRUDÊNCIA EM TESES - 
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - 
STJ 
 
1) O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes cometidos contra a Administração Pública, 
ainda que o valor seja irrisório, porquanto a norma penal busca tutelar não somente o patrimônio, mas 
também a moral administrativa. 
 
A Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por maioria dos votos, decidiu revisar o Tema 
157 dos recursos repetitivos e fixou em R$ 20.000,00 (vinte mil reais) o valor máximo para incidência 
do princípio da insignificância nos casos de crimes tributários federais e de descaminho. Agora, tanto 
para o STJ quanto para o STF o valor é de 20 mil. 
Portanto, excepcionalmente, admite-se a aplicação do princípio da insignificância aos crimes cometidos 
contra a Administração Pública. 
 
2) É possível o agravamento da pena-base nos delitos praticados contra a Administração Pública com 
fundamento no elevado prejuízo causado aos cofres públicos, a título de consequências do crime. 
 
3) A regularidade contábil atestada pelo Tribunal de Contas não obsta a persecução criminal promovida 
pelo Ministério Público, ante o princípio da independência entre as instâncias administrativa e penal. 
 
4) A agravante prevista no art. 61, II, g, do Código Penal (ter o agente cometido o crime com abuso de 
poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão) não é aplicável nos casos em 
que o abuso de poder ou a violação de dever inerente ao cargo configurar elementar do crime praticado 
contra a Administração Pública. 
 
5) Somente após o advento da Lei n. 9.983/2000, que alterou a redação do art. 327 do Código Penal, é 
possível a equiparação de médico de hospital particular conveniado ao Sistema Único de Saúde - SUS a 
funcionário público para fins penais. 
 
6) Os advogados dativos, nomeados para exercer a defesa de acusado necessitado nos locais onde não 
existe Defensoria Pública, são considerados funcionários públicos para fins penais, nos termos do art. 
327 do Código Penal. 
 
7) A notificação do funcionário público, nos termos do art. 514 do Código de Processo Penal, não é 
necessária quando a ação penal for precedida de inquérito policial. (Súmula n. 330/STJ) 
 
8) A prática de crime contra a Administração Pública por ocupantes de cargos de elevada 
responsabilidade ou por membros de poder justifica a majoração da pena-base. 
 
9) A elementar do crime de peculato se comunica aos coautores e partícipes estranhos ao serviço público. 
 
10) A consumação do crime de peculato-apropriação (art. 312, caput, 1.ª parte, do Código Penal) ocorre 
no momento da inversão da posse do objeto material por parte do funcionário público. 
 
11) A consumação do crime de peculato-desvio (art. 312, caput, 2ª parte, do CP) ocorre no momento em 
que o funcionário efetivamente desvia o dinheiro, valor ou outro bem móvel, em proveito próprio ou de 
terceiros, ainda que não obtenha a vantagem indevida. 
 
12) A reparação do dano antes do recebimento da denúncia não exclui o crime de peculato doloso, diante 
da ausência de previsão legal, podendo configurar arrependimento posterior, nos termos do art. 16 do CP. 
 
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13) A instauração de ação penal individualizada para os crimes de peculato e sonegação fiscal em relação 
aos valores indevidamente apropriados não constitui bis in idem. 
 
14) Compete à Justiça Federal o julgamento do crime de peculato se houver possibilidade de utilização da 
prova do referido delito para elucidar sonegação fiscal consistente na falta de declaração à Receita 
Federal do recebimento dos valores indevidamente apropriados. 
 
15) Compete à Justiça Federal processar e julgar desvios de verbas públicas transferidas por meio de 
convênio e sujeitas a fiscalização de órgão federal. 
 
16) Não há bilateralidade 
 entre os crimes de corrupção passiva e ativa, 
 uma vez que estão previstos em tipos penais distintos e autônomos, 
 são independentes 
 e a comprovação de um deles não pressupõe a do outro. 
 
17) No crime de corrupção passiva, é indispensável haver nexo de causalidade entre a conduta do servidor 
e a realização de ato funcional de sua competência. 
 
18) O crime de corrupção passiva 
 praticado pelas condutas de “aceitar promessa” ou “solicitar” 
 é formal 
 e se consuma com a mera solicitação ou aceitação da vantagem indevida. 
 
19) O crime de corrupção ativa 
 é formal e instantâneo, 
 consumando-se com a simples promessa ou oferta de vantagem indevida. 
 
20) Não há flagrante 
 quando a entrega de valores ocorre em momento posterior a exigência, 
 pois o crime de concussão é formal 
 e o recebimento se consubstancia em mero exaurimento. 
 
21) Comete o crime de extorsão e não o de concussão, o funcionário público que se utiliza de violência ou 
grave ameaça para obter vantagem indevida. 
 
22) A competência para o processo e julgamento por crime de contrabando ou descaminho define-se pela 
prevenção do juízo federal do lugar da apreensão dos bens. (Súmula n. 151/STJ) 
 
23) Configura crime de contrabando (art. 334-A, CP) a importação não autorizada de arma de pressão 
por ação de gás comprimido ou por ação de mola, independentemente do calibre. 
24) A importação não autorizada de cigarros ou de gasolina constitui crime de contrabando, insuscetível 
de aplicação do princípio da insignificância. 
 
25) A importação clandestina de medicamentos 
 configura crime de contrabando, 
 aplicando-se, excepcionalmente, o princípio da insignificância aos casos 
de importação não autorizada 
 de pequena quantidade para uso próprio. 
 
26) Para a caracterização do delito de contrabando de máquinas programadas para exploração de jogos de 
azar, é necessária a demonstração de fortes indícios (e/ou provas) da origem estrangeira das máquinas ou 
dos seus componentes eletrônicos e a entrada, ilegalmente, desses equipamentos no país. 
 
27) É desnecessária a constituição definitiva do crédito tributáriona esfera administrativa para a 
configuração dos crimes de contrabando e de descaminho. 
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28) Aplica-se o princípio da insignificância ao crime de descaminho (art. 334, CP) quando o valor do 
débito tributário não ultrapasse o limite de R$ 20.000,00. ATUALIZADO 
 
29) O pagamento ou o parcelamento dos débitos tributários não extingue a punibilidade do crime de 
descaminho, tendo em vista a natureza formal do delito. 
 
30) Quando o falso se exaure no descaminho, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido, como 
crime-fim, condição que não se altera por ser menor a pena a este cominada. 
 
30 - Isso quer dizer que, mesmo a pena do falso sendo maior, mesmo assim, o falso (exemplo, 
falsificação de documento público - art. 297) será absorvido pelo outro crime. Isso vale para as demais modalidades do princípio da consunção. 
 Dica: não olhe para a pena ou para reprovabilidade do crime, analise se a conduta é ou não 
passagem para a realização do crime-fim. 
 
31) O crime de sonegação de contribuição previdenciária, previsto no art. 337-A do CP, não exige dolo 
específico para a sua configuração. 
 
32) O crime de sonegação de contribuição previdenciária 
 é de natureza material 
 e exige a constituição definitiva do débito tributário 
 perante o âmbito administrativo para configurar-se como conduta típica. 
 
33) Aplica-se o princípio da insignificância ao crime de sonegação de contribuição previdenciária quando 
o valor do tributo ilidido não ultrapassa o patamar de R$ 20.000,00 (dez mil reais). ATUALIZADO 
 
34) O delito de sonegação de contribuição previdenciária não exige qualidade especial do sujeito ativo, 
podendo ser cometido por qualquer pessoa, particular ou agente público, inclusive prefeitos. 
 
35) O crime de falso, quando cometido única e exclusivamente para viabilizar a prática do crime de 
sonegação de contribuição previdenciária, é por este absorvido, consoante diretrizes do princípio penal da 
consunção.

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