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CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL O particular poderá ser sujeito ativo??? ✓ Art.30, CP ✓ Ciência da condição de funcionário público PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA – Súmula 599, STJ CAUSA DE AUMENTO DE PENA APLICÁVEL A TODOS OS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL – Art. 327, §2°, CP Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público. PECULATO – Art. 312, CP DISCIPLINA: DIREITO PENAL PROFESSOR: LÍVIA FERNANDES @prof.livia_fernandes ASSUNTO: CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CRIMES FUNCIONAIS PRÓPRIO IMPRÓPRIO S Não existindo o funcionário público – FATO ATÍPICO Não existindo o funcionário público – OUTRO CRIME Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. PECULATO APROPRIAÇÃO – Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel. PECULATO DESVIO - Desviá-lo, em proveito próprio ou alheio. PECULATO FURTO – Art. 312, §1°, CP § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. Não é necessário que o agente tenha a posse em razão do cargo, mas a qualidade de funcionário público é exigida para facilitar a prática da subtração. Também pode ser chamado de PECULATO IMPRÓPRIO (o Funcionário Público não tem a posse do objeto ou valor em razão do cargo. PECULATO CULPOSO – Art. 312, §2°, CP § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. O agente não subtrai, mas contribui para a subtração de terceira pessoa, é praticado na modalidade de negligência. Há dois crimes, peculato culposo por parte do funcionário público e furto ou apropriação indébita por parte do terceiro. Não há concurso de pessoas pela ausência do vínculo subjetivo. REPARAÇÃO DE DANO NO PECULATO CULPOSO – Art. 312, §3°, CP § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. ✓ PECULATO DOLOSO (§§1° e 2°) o ANTES DO RECEBIMENTO DA DENÚNCIA – arrependimento posterior: -1 a 2/3 (art.16, CP) o APÓS O RECEBIMENTO DA DENÚNCIA – atenuante (art. 6, III, b, CP) ✓ PECULATO CULPOSO (§3°) o ANTES DA SENTENÇA IRRECORRÍVEL – extinção da punibilidade o APÓS A SENTENÇA IRRECORRÍVEL – redução de pena: metade CONCUSSÃO – Art. 316, CP Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. Por ser crime formal, consuma-se com a simples exigência, sendo o recebimento da vantagem mero exaurimento do crime. Embora de difícil constatação, admite-se a tentativa. EXCESSO DE EXAÇÃO – Art. 316, §1°, CP Art. 316, § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa Apesar de integrar o art. 316, CP, é um crime autônomo em relação a Concussão. Aqui, o agente também, faz uma exigência, mas não pra ele, mas para o próprio estado. QUALIFICADORA – Art. 316, §2°, CP § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM– Art. 313, CP Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Não se configura pelo mero recebimento, mas pelo assenhoramento. “Qualquer utilidade” deve ser entendida como uma utilidade patrimonial que tenha valor econômico. O erro de terceiro deve ser espontâneo, se o funcionário público induziu a pessoa em erro, será o crime de estelionato. Admite-se tentativa e não há a modalidade culposa. CORRUPÇÃO PASSIVA – Art. 317, CP Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. Tipo misto alternativo, a realização de qualquer das condutas, ou mais de uma configurará crime único. BIZU: SRA (Abreviação de SENHORA) ➢ SOLICITAR - Crime formal ➢ RECEBER – Crime material ➢ ACEITAR PROMESSA – Crime formal ❖ CORRUPÇÃO PASSIVA PRÓPRIA: o ato a ser praticado pelo funcionário é ilícito ❖ CORRUPÇÃO PASSIVA IMPRÓPRIA: o ato a ser praticado pelo funcionário é lícito AUMENTO DE PENA – Art. 317, §1°, CP § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. Denominada corrupção exaurida, por ser o crime formal em quase todas as modalidades, estará consumado com a solicitação, recebimento ou aceitação da vantagem, o fato de o funcionário público deixar de praticar o ato, retardá-lo ou praticar infringindo dever funcional, torna a conduta ainda mais reprovável, gerando agravamento de sua pena. Func. Púb. Solicitou, não recebeu e não praticou o ato Art. 317, consumado Func. Púb. Recebeu mas não praticou o ato Art. 317, consumado Func. Púb. Recebeu e praticou o ato Art. 317, §1°, consumado CORRUPÇÃO PASSIVA PRIVILEGIADA – Art. 317, §2°, CP § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. Aqui, não existe vantagem indevida, por isso a corrupção é privilegiada, ocorre quando o agente cede a pedido ou influência de terceira pessoa, existindo assim, a interferência direta de terceira pessoa na tomada de decisão do agente. É considerada infração de menor potencial ofensivo. Crime material, o funcionário deverá deixar de praticar, retardar ou praticar ato de ofício, infringindo dever funcional. PREVARICAÇÃO – Art. 317, CP Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. O servidor extravasa os limites de sua atribuição, o ato de oficio deve estar contido na sua esfera de atribuição. Aqui não existe pedido de ninguém, não há influência externa interferindo na vontade do agente, partirá sempre da sua esfera subjetiva. É uma infração de menor potencial ofensivo. PREVARICAÇÃO IMPRÓPRIA – Art. 317-A, CP Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo: Pena: detenção, de3 (três) meses a 1 (um) ano. Trata-se de crime próprio, só podendo ser cometido pelo Direitos de Penitenciária ou o agente público que tenha a responsabilidade de vedar aparelhos de comunicação ao preso. Por ser crime formal, sua consumação ocorre quando o sujeito ativo permite o acesso indevido do preso. Não admite a forma tentada. É considerado infração de menor potencial ofensivo EXERCÍCIOS 01 - Quanto ao crime de concussão, a obtenção de lucro fácil A. permite a majoração da pena-base. B. funciona como circunstância agravante. C. serve como causa de aumento de pena. D. atua como qualificadora. E. constitui elementar do tipo. 02 - Sem ter acesso direto ao valor em espécie, determinado prefeito desvia grande soma de recursos público de empresas públicas municipais, utilizando o valor para custear sua campanha de reeleição. Considerando que as empresas públicas gozam de autonomia administrativa e financeira, é correto afirmar que o prefeito A. praticou corrupção ativa. B. praticou corrupção passiva. C. praticou peculato-desvio. D. praticou apropriação indébita. E. não praticou crime. 03 - Nos termos do Código Penal, assinale a alternativa que corretamente contenha um crime contra a administração pública que admite modalidade culposa. A. Concussão. B. Corrupção passiva. C. Advocacia Administrativa. D. Peculato. E. Prevaricação. 04 - Semprônio, conhecido autor de delitos patrimoniais, convence Marcondes, estagiário do Ministério Público do Estado da Bahia, a valer-se da facilidade proporcionada pela função pública exercida e permitir o seu acesso à sede da instituição. Semprônio e Marcondes ingressam em sala-cofre contendo telefones celulares e valores em espécie apreendidos por força de operação do Ministério Público deflagrada no dia anterior, utilizando-se do crachá do estagiário, subtraindo em seguida o material sob custódia da instituição. Com base no exposto, é correto afirmar que: A. Marcondes não pode ser considerado como funcionário público para fins penais; B. o delito de peculato é próprio, razão pela qual apenas Marcondes responderá pela infração, enquanto Semprônio deverá responder somente por furto; C. Semprônio e Marcondes responderão por peculato, uma vez que é irrelevante a condição de funcionário público para caracterização do delito; D. Marcondes e Semprônio responderão pelo delito de peculato, uma vez que a condição de funcionário público do agente corresponde a circunstância inerente ao tipo penal, que se comunica ao extraneus; E. Semprônio e Marcondes responderão por furto, uma vez que a tipificação pelo delito de peculato tem como objeto material apenas os bens de titularidade pública. 05 - Determinado ocupante de cargo público indicou duas servidoras para o exercício de cargos em comissão. Valendo-se da posição hierárquica, desde a data da investidura de cada uma delas, o agente passou a exigir, para si, vantagem mensal indevida, à ordem de R$ 2.000,00. Referido comportamento foi reiterado 49 vezes, alcançando o valor total de R$ 146.000,00. Os pagamentos ocorriam mediante envelopes depositados sobre a mesa de trabalho do acusado ou mediante transferências bancárias, com manutenção de rigoroso controle por parte do agente, que mantinha contracheque das servidoras e caderno de registro de créditos. Para o enquadramento jurídico-penal, é correto afirmar que tal comportamento constitui o delito de A. apropriação indébita. B. concussão. C. extorsão. D. constrangimento ilegal. E. peculato. 06 - No exercício da atividade de autoridade policial, o candidato recebe uma notícia dizendo que Roberto, vereador, aceitou e exerceu a indicação de pessoas para o preenchimento de três cargos em comissão na estrutura da Câmara Legislativa do seu Município em troca do compromisso de não compor chapa diversa e de votar favoravelmente àquela encabeçada pelo então presidente do legislativo municipal, Fábio. A investigação realizada de maneira exauriente não revelou o pagamento ou recebimento de qualquer vantagem que possa ser considerada ilícita, de maneira direta ou indireta. Diante desse cenário, quando da elaboração do relatório final, o comportamento noticiado deve ser enquadrado como A. corrupção passiva. B. prevaricação. C. tráfico de influência. D. advocacia administrativa. E. atípico. 07 - Suponha que o funcionário público Evaresnildo tenha exigido para outra pessoa, indiretamente, no exercício da sua função e em razão dela, vantagem indevida consistente no valor R$ 10.000 (dez mil reais) para pôr irregularmente em liberdade um adolescente infrator que cumpria medida socioeducativa de internação. Nesse caso, considerando que a quantia não foi paga, Evaresnildo: A. cometeu o crime de Corrupção. B. cometeu o crime de Concussão. C. cometeu o crime de Roubo. D. cometeu o crime de Tergiversação. E. não cometeu nenhum crime. 08 - Em uma investigação policial realizada para apurar o golpe conhecido como falso sequestro, em que uma pessoa telefona para outra, afirmando, falsamente, ter sequestrado alguém de sua família e exigindo determinada quantia pecuniária para liberá-la, apurou-se que as chamadas eram efetuadas de telefones celulares que se encontravam dentro de determinado presídio público. Então, realizou-se uma operação policial no estabelecimento prisional, tendo sido apreendidos 27 aparelhos celulares. No curso investigatório, também se apurou que o visitante Maycon era responsável por promover a entrada dos aparelhos telefônicos no presídio e que o visitante Wellington era responsável por trazer novos chips com planos pré-pagos para os aparelhos, enquanto Gilberto, policial penal, fazia vista grossa, deixando de vetar aos presos o acesso aos aparelhos. Gilberto agia assim por ordem de José Augusto, diretor da unidade, que recebia a quantia mensal de R$ 20 mil para a manutenção do esquema. A partir dessa situação hipotética e da jurisprudência do STJ, assinale a opção correta. A. O golpe conhecido como falso sequestro configura o crime de estelionato. B. José Augusto cometeu o crime de corrupção ativa, previsto no art. 333 do Código Penal. C. A posse de telefone celular por pessoa presa, mesmo que esta não tenha participado de sua introdução no presídio, configura o crime de favorecimento específico, previsto no artigo 349-A do Código Penal. D. Maycon e Wellington cometeram o crime de favorecimento específico, previsto no artigo 349-A do Código Penal. E. Gilberto cometeu a modalidade específica do crime de prevaricação, previsto no art. 319-A do Código Penal. 09 - No que concerne aos crimes contra a Administração Pública, assinale a alternativa correta. A. Incorre em corrupção ativa o agente que cobra para outrem vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função. B. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria, configura o delito de contrabando. C. Aquele que se opõe à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio, pratica o crime de desobediência. D. Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza, pratica o crime de excesso de exação. E. O funcionário público que, por indulgência, deixar de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente, pratica o crime de prevaricação. 10 - Analise as afirmativas a seguir: I. À luz do artigo316 do Código Penal, aplica- se a pena de reclusão, de dois a doze anos, e multa, para quem exigir para si diretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, uma vantagem indevida. II. O artigo 319 do Código Penal determina a prisão, de nove meses a dois anos, para o indivíduo que deixar de praticar um ato de ofício para satisfazer um interesse pessoal. Marque a alternativa CORRETA: A. As duas afirmativas são verdadeiras. B. A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa. C. A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa. D. As duas afirmativas são falsas. 11 - Analise as afirmativas a seguir: I. O artigo 313 do Código Penal determina a aplicação de pena de prisão, de um a doze meses, ou multa, para quem apropriar-se de dinheiro que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem. II. O artigo 312 do Código Penal prevê a reclusão, de seis meses a um ano, ou multa, ao funcionário público que, em proveito próprio, apropriar-se de dinheiro público de que tem a posse em razão do cargo. Marque a alternativa CORRETA: A. As duas afirmativas são verdadeiras. B. A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa. C. A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa. D. As duas afirmativas são falsas. 12 - Com referência aos crimes contra a administração pública, assinale a opção correta. A. Praticará o crime de prevaricação o servidor público que deixar, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometer infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente. B. No peculato culposo, a reparação integral do prejuízo causado à administração pública autoriza a redução da pena, ainda que tal reparação seja posterior ao trânsito em julgado da sentença condenatória C. Pratica o crime de desobediência o indivíduo que descumpre as condições da prisão domiciliar. D. Não se considera funcionário público para fins penais o advogado dativo nomeado para a defesa de hipossuficientes em local onde a defensoria pública não atua. 13 - A respeito das diversas modalidades de peculato, assinale a opção correta. A. Na situação em que o agente se apropria ilicitamente de recursos públicos e deixa de declarar e recolher o tributo incidente sobre os valores indevidamente apropriados, é possível a instauração de ações penais individualizadas para os crimes de peculato e sonegação fiscal. B. O peculato-malversação é caracterizado pelo emprego indevido de verbas ou rendas públicas mediante aplicação diversa daquela estabelecida em lei, ainda que em favor da própria administração pública. C. O peculato-estelionato é caracterizado pela apropriação de dinheiro ou utilidade recebida, no exercício do cargo, em razão de erro da vítima dolosamente provocado pelo agente. D. No peculato culposo, a reparação do dano funciona como causa de extinção de punibilidade se precede a sentença recorrível; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. 14 - Suponha que o funcionário público Evaresnildo tenha solicitado diretamente para si, no exercício de sua função e em razão dela, vantagem indevida consistente em R$10.000,00 (dez mil reais) para elaborar um laudo de saúde que favorecia um adolescente infrator em cumprimento de medida socioeducativa de internação, sendo que o laudo possibilitaria a colocação imediata do adolescente em liberdade. Nesse caso, Evaresnildo cometeu o crime de: A. Corrupção passiva. B. Violência arbitrária. C. Roubo. D. Violação de sigilo funcional. E. Condescendência criminosa. 15 - Auditor fiscal que exige tributo que sabe ser indevido pratica o crime de A. peculato B. excesso de exação. C. corrupção passiva. D. prevaricação E. emprego irregular de verbas públicas. 16 - Auditor fiscal que exige tributo que sabe ser indevido pratica o crime de A. peculato B. excesso de exação. C. corrupção passiva. D. prevaricação E. emprego irregular de verbas públicas. 17 - Ao exercer as atribuições de promotor de justiça durante a fase de investigação preliminar, determinado membro recebe um procedimento em que há apuração da conduta de ex-parlamentar estadual, não mais ocupante de cargo com foro por prerrogativa de função, em que se aponta o recebimento de propina para que, no exercício do seu mandato, influenciasse na votação de projetos e na fiscalização de atividades a cargo da Assembleia local. Ficou demonstrado que o investigado, em razão do valor recebido, efetivamente praticou os atos infringindo dever funcional, o que atrairia a incidência da causa de aumento de pena do Art. 317, §1º, do Código Penal. De igual forma, havia no relatório final da investigação a referência pela incidência da causa de aumento de pena do Art. 327, §2º, do Código Penal, em razão da condição de parlamentar. De acordo com a orientação atual do Supremo Tribunal Federal, é correto afirmar que: A. é incabível a causa de aumento do Art. 327, §2º, do Código Penal, pelo mero exercício do mandato parlamentar; B. são incabíveis as causas de aumento dos Art. 317, §1º, e 327, §2º, do Código Penal, pelo mero exercício do mandato parlamentar; C. as causas de aumento dos Art. 317, §1º, e 327, §2º, do Código Penal, são incompatíveis entre si, independentemente do exercício do mandato parlamentar; D. a causa de aumento do Art. 327, §2º, do Código Penal, dispensa uma imposição hierárquica ou de direção; E. o exercício do mandato parlamentar revela, por si só, a existência de imposição hierárquica ou de direção. 18 - “Juliano Moreira, na qualidade de gestor público, determinou a retenção dos valores descontados da folha de pagamento dos servidores públicos que recebiam seus vencimentos já com os descontos dos valores de retenção a título de empréstimo consignado, mas, conforme a ordem de Juliano, os repasses às instituições financeiras credoras não eram realizados. Investigados os fatos quanto ao destino do dinheiro e se houve benefício percebido por Juliano, nada ficou provado.” Quanto à conduta adotada por Juliano, pode-se afirmar que: A. É atípica, uma vez que não se vislumbra proveito algum em benefício de Juliano. B. Constitui crime de prevaricação, por ter Juliano deixado de praticar ato de ofício. C. Representa peculato; Juliano se apropriou de valores recebidos, em decorrência de seu cargo. D. É lícita, já que não há prova do destino do dinheiro, nem qual seria o benefício obtido por Juliano. 19 - Considerando os crimes praticados por funcionário público contra a Administração Pública, aquele que exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, incorre na prática do crime de: A. peculato-apropriação. B. excesso de exação. C. concussão. D. corrupção passiva. E. corrupção ativa. 20 - Tendo em vista os crimes contra a administração pública, assinale a alternativa correta. A. O funcionário público que, ao longo de um ano, todos os dias, subtrai pó de café adquirido com verba pública, para consumo dos funcionários, na repartição, em tese, pratica o crime de peculato. B. O funcionário público que, em razão de sua função, exige de particular, proprietário do restaurante em que almoça algumas vezes na semana, nada pagar pela alimentação, em tese, pratica o crime de corrupção passiva. C. O funcionário que deixa de levar ao conhecimento das autoridades competentes conduta ilícita de subordinado a que teve ciência, em troca de recebimento de dinheiro, em tese, pratica o crime de condescendência criminosa. D. O empresário que deixa de anotar o vínculo empregatício na carteira profissional do empregado, em tese, pratica o crime de sonegação de contribuição previdenciária. E. A pessoa que, perante a Autoridade Policial, comunicaa ocorrência de crime que sabe não ter se verificado, em tese, pratica o crime de denunciação caluniosa. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 E C D D B E B E D B 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 D B A A B B A C C A