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Fungos - Prof. Américo Focesi Pelicioni - 10/3/2023 Página 1 de 22 Fungos (bolores, cogumelos e leveduras) Fungos formam um grupo de microrganismos importantes na prática clínica dos profissionais de saúde. Os fungos têm um papel importante na natureza, pois são seres decompositores, ajudando na ciclagem de nutrientes. No entanto, alguns podem causar doenças em humanos, animais e plantas. Na clínica, fungos são agentes causadores de infecções fúngicas (micoses), que podem ser superficiais (afetando a pele, cabelos e unhas), subcutâneas (afetando tecidos mais profundos), sistêmicas (afetando órgãos internos) ou oportunistas (que afetam pacientes imunocomprometidos). Infecções fúngicas, sobretudo as mais graves, são mais raras que as infecções bacterianas, por isso, o diagnóstico das infecções fúngicas acaba muitas vezes sendo feito de forma mais tardia, o que pode comprometer o resultado do tratamento e desfavorecer o prognóstico. São organismos eucariotos, ou seja, possuem núcleo envolto por uma membrana nuclear (carioteca). Além disso, fungos possuem parede celular feita de quitina, um polímero formado por monômeros de N-glicosamina, um açúcar que também forma o exoesqueleto de artrópodes como a barata e a lagosta, e por outros açúcares, como glicanas (polímeros de glicose), mananas (polímeros de manose) e até celulose (um polímero de glicose que normalmente forma a parede celular das algas e plantas). Além desses carboidratos, fungos ainda podem apresentar outras substâncias nas suas paredes, como lipídeos, proteínas como melanina, outros pigmentos e enzimas, e elementos como fósforo, cálcio e magnésio, por exemplo. Fungos armazenam em suas células carboidratos na forma de glicogênio, igual algumas das células animais, como hepatócitos e miócitos. Saccharomyces cerevisiae Saccharomyces ludwigii Geotrichum candidum Fungos - Prof. Américo Focesi Pelicioni - 10/3/2023 Página 2 de 22 Fungos possuem uma molécula chamada ergosterol na sua membrana citoplasmática, que é muito semelhante ao colesterol, que é um lipídeo produzido exclusivamente pelos animais. Importância clínica: bloqueio da síntese de ergosterol é alvo de vários antifúngicos utilizados. Além disso, essa molécula semelhante ao colesterol é usada na indústria farmacêutica para produzir alguns hormônios sintéticos, corticoides e vitamina D. Alguns fungos podem possuir cápsulas glicoproteicas que funcionam como fator antifagocitário como aquelas que ocorrem em algumas bactérias. Algumas moléculas que podem estar presentes nos fungos podem ser reconhecidas por células imunológicas, como o Zymosan, um polissacarídeo de glicose (glicana) presente na parede celular de alguns fungos podem, ser reconhecido por monócitos/macrófagos, células dendríticas e mastócitos, sendo, portanto, um PAMP (Padrão Molecular Associado aos Patógenos). A maioria dos fungos é neutrófila, mas geralmente se desenvolvem melhor em ambientes com pH levemente ácido, em torno de 5 ou 6. Necessitam de ambientes úmidos para proliferar, mas em ambientes secos alguns podem sobreviver ou esporular e permanecer viável por décadas. Fungos são extremamente sensíveis aos raios UV, por isso, proliferam melhor em locais escuros, abrigados da luz solar direta ou locais muito claros, ainda que de forma indireta. Fungos costumam ser mesófilos, e temperaturas próximas aos 30 graus favorecem bastante o seu desenvolvimento, mas alguns proliferam bem em temperaturas mais baixas, e alguns até sobrevivem abaixo de zero grau celsius. Muitos fungos são resistentes a ambientes hiperosmóticos, podendo crescer na presença de muito açúcar ou muito sal. Eles são heterótrofos, o que significa que precisam de fontes externas de alimento, geralmente matéria orgânica morta ou em decomposição, portanto, são na sua maioria saprófitas. As leveduras são fungos unicelulares, enquanto as hifas (fungos filametosos) se organizam de forma pluricelular (multicelular). A maioria dos fungos é aeróbia obrigatória, mas algumas hifas e leveduras são anaeróbias facultativas, ou seja, podem sobreviver em aerobiose ou anaerobiose, preferindo a primeira. Fungos - Prof. Américo Focesi Pelicioni - 10/3/2023 Página 3 de 22 LEVEDURAS - são fungos unicelulares ovais, esféricos ou alongados, que se reproduzem assexuadamente por brotamento (produzem esporos assexuais). Medem em média 30 micras, sendo deste modo dezenas de vezes maiores que a maioria das bactérias, que medem em média 1 a 2 micras. Costumam ser anaeróbias facultativas: na presença de oxigênio fazem fermentação carbônica, produzindo gás carbônico, mas na ausência de oxigênio fazem fermentação etílica, produzindo etanol. www.youtube.com/watch?v=7SQWnWwZM1E (4m - Yeast Fermentation Under the Microscope) As leveduras podem permanecer viáveis por vários anos quando são desidratadas. HIFAS são estruturas filamentosas que formam os fungos multicelulares (pluricelulares), frequentemente chamados de bolores. As hifas são estruturas tubulares e ramificadas. Podem ser septadas ou não-septadas (cenocíticas). Hifas septadas são divididas em segmentos por paredes celulares chamadas septos, que fazem a separação do citoplasma e dos núcleos das células adjacentes, mas permitem que pequenas moléculas de nutrientes passem facilmente de uma célula para outra. Já hifas não-septadas, ou cenocíticas, são constituídas por uma única célula multinucleada, sem paredes celulares que separam seus núcleos e organelas. http://www.youtube.com/watch?v=7SQWnWwZM1E Fungos - Prof. Américo Focesi Pelicioni - 10/3/2023 Página 4 de 22 Hifas também podem ser vegetativas, quando tem função de captar nutrientes do substrato, ou aéreas, quando possuem a função de reprodução. As hifas vegetativas são responsáveis pela absorção de nutrientes e são encontradas no substrato em que o fungo se desenvolve, seja no solo, em tecidos de plantas, alimentos ou animais. Essas hifas são geralmente finas e ramificadas, permitindo uma maior área de superfície para a absorção de nutrientes. Se estendem no interior do substrato, explorando-o em busca de nutrientes e água. Já as hifas aéreas são responsáveis pela reprodução e dispersão de esporos e são encontradas acima da superfície do substrato. Essas hifas são geralmente mais grossas e menos ramificadas, e podem formar estruturas como os corpos de frutificação, que abrigam os esporos e são responsáveis pela disseminação deles. As hifas vegetativas obtêm seus alimentos liberando exoenzimas, que digerem os nutrientes do substrato em unidades menores e mais simples, que são facilmente assimiláveis por difusão simples ou difusão facilitada. Os fungos apresentam uma grande variedade de modos de reprodução, incluindo reprodução assexuada e sexuada. Alguns fungos são capazes de se reproduzir por ambos os métodos, enquanto outros se reproduzem exclusivamente por um deles. Reprodução Assexuada: na reprodução assexuada, os fungos produzem esporos a partir de uma única célula ou estrutura reprodutiva, sem a necessidade de fusão de gametas ou troca de material genético. Reprodução Sexuada: na reprodução sexuada, os fungos trocam material genético e produzem descendentes geneticamente diferentes dos pais. Fungos - Prof. Américo Focesi Pelicioni - 10/3/2023 Página 5 de 22 Os cogumelos são formados por hifas aéreas, e apesar da aparência diversa, a estrutura é muito parecida com a dos bolores que formam micélios. COGUMELOS – CORPOS FRUTÍFEROS OU FRUTIFICANTES Champignom (Agaricos) Shimeji (Pleurotus ostreatus) Shitake (Lentinus edodes) FUNGOS DIMÓRFICOS - Alguns fungos, como • Penicillium marneffei, • Coccidioides immitis, • Paracoccidioides brasiliensis, • Candida albicans, • Ustilago maydis, • Blastomycesdermatitidis, • Histoplasma capsulatum, e • Sporothrix schenckii. possuem características tanto de hifas quanto de levedura, dependendo de fatores ambientais, como o pH e a temperatura ou fatores relacionados ao organismo simbionte/hospedeiro. Alguns deles podem causar doenças no homem, como a Candida albicans, que forma hifas patogênicas por oportunismo e o Paracoccidioides brasiliensis, que forma leveduras patogênicas sob influência da temperatura. Fungos - Prof. Américo Focesi Pelicioni - 10/3/2023 Página 6 de 22 Paracoccidioides brasiliensis 23ºC 37ºC micélio levedura 23ºC 37ºC micélio levedura Fungos DimFungos Dimóórficosrficos Língua de um paciente com candidíase (monilíase ou sapinho) ASPECTOS NEGATIVOS DOS FUNGOS: https://www.youtube.com/watch?v=wqrOUj4gaVI (6m) Os aspectos negativos dos fungos são bastante conhecidos e frequentemente lembrados por quem os estuda: emboloram paredes, livros, frutas, pães e roupas (principalmente couro) e causam doenças em animais e plantas (micoses de pele, candidíase, onicomicoses, intoxicação por micotoxinas (aflatoxinas e ocratoxina), doenças respiratórias (asma, stacchybotriose, síndrome do edifício doente), vassoura de bruxa no cacau, cancro em frutas cítricas, ferrugem em feijão, café, milho e soja. https://www.youtube.com/watch?v=wqrOUj4gaVI Fungos - Prof. Américo Focesi Pelicioni - 10/3/2023 Página 7 de 22 Micotoxinas: substâncias tóxicas produzidas por fungos. As micotoxinas são extremamente resistentes ao calor e à ação de agentes químicos, como o hipoclorito, e físicos, como radiação e trituração, portanto, nem o preparo e nem a cocção dos alimentos é eficiente na remoção dessas substâncias. A tabela resume algumas das principais causadoras de micotoxicoses: Principais substratos Principais fungos produtores Principal toxina Efeitos Amendoim, milho, soja, especiarias. Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus Aflatoxina B1 Hepatotóxico, nefrotóxico, carcinogênico. Trigo, aveia, cevada, milho e arroz. Penicillium citrinum Citrinina Nefrotóxicos para suínos Centeio e grãos em geral. Claviceps purpurea Ergotamina Gangrena de extremidades e convulsões Milho Fusarium verticillioides e F. miniliforme Fumonisinas Câncer de esôfago e redução no crescimento de animais. Cevada, café, vinho. Aspergillus ochraceus, Aspergillus carbonarius, Penicillium verrucosum Ocratoxina Hepatotóxico, nefrotóxico, carcinogênico. Milho, cevada, aveia, trigo, centeio. Fusarium sp Myrothecium sp Stachybotrys sp Trichothecium sp Tricotecenos: T2, neosolaniol, fusanona x, nivalenol, deoxivalenol. Hemorragias, vômitos, dermatites. Cereais Fusarium graminearum Zearalenona Efeito disruptor endócrino: feminização de suínos, afetando reprodução e fertilidade dos animais. Cereais Fusarium graminearum Deoxinivalenol Sintomas gastrointestinais em humanos e animais Frutas e sucos Penicillium expansum Patulina Hepatotóxico e neurotóxico Fungos - Prof. Américo Focesi Pelicioni - 10/3/2023 Página 8 de 22 Micoses: Doenças causadas pela colonização de fungos nos tecidos do hospedeiro. Tipos de micoses: 1. Superficiais: limitadas às camadas mais externas da pele e pelos. São problemas estéticos, não sensibilizam o organismo, não provocam nenhuma reação alérgica. São de fácil diagnóstico e tratamento. São também chamadas de ceratofitoses. Ex. ptiríase versicolor, piedra branca, piedra negra, tinha negra, etc. 2. Cutâneas: restritas às camadas queratinizadas: pele, pelo e unhas. Podem desenvolver respostas imunes celulares, causando sensibilização no hospedeiro. Ex. candidíases (monilíases) e outras dermatoses. 3. Subcutâneas: crescem no solo ou em vegetação em decomposição e precisam ser introduzidos no tecido subcutâneo por traumatismos ou inoculação, para provocarem a doença. Em geral, as lesões se propagam lentamente, a partir da área de implantação. As lesões geralmente têm o formato de nódulos ou ulcerações, que se exteriorizam na pele. Ex. cromomicose, esporotricose, micetomicoses, rinosporodiose, zigomicoses (Entomophthoramicose). 4. Sistêmicas: atacam órgão internos, são adquiridas pela inalação dos esporos. A lesão primária é pulmonar, com sintomas que simulam uma pneumonia. Após essa lesão primária, os órgãos mais atingidos são: fígado, baço, medula óssea, rim, SNC, tudo dependendo da espécie de fungo causador. Ex. paracoccidioidomicose, blastomicose, histoplasmose, criptococose, coccidioidomicose. 5. Oportunistas: São causadas por fungos que em condições normais não induzem doença alguma, porém quando o hospedeiro se apresenta imunodeprimido, eles podem tornar- se patogênicos e ocasionar estas micoses. Estes fungos podem infectar qualquer órgão do organismo ou até todos eles. Ex. zigomicose (mucormicose), hipomicose, tiohifomicose, candidíase sistêmica. Fungos - Prof. Américo Focesi Pelicioni - 10/3/2023 Página 9 de 22 Outras classificações normalmente usadas para designar uma micose: 1. Quanto à localização: Dermatomicose, onicomicose, oftlamomicose, tricomicose, micose pulmonar, tinha palmar, etc. 2. Quanto ao patógeno: Aspergilose, stachibotriose, microsporose, candidíase, histoplasmose, paracoccidioidomicose, criptococose, etc. ASPECTOS POSITIVOS DOS FUNGOS: Fungos são usados na fabricação de: • pães e bolos (Fermento biológico), • antibióticos como as penicilinas, griseofulvina e cefalosporinas, • vitaminas (riboflavina), • hormônios esteróides (anticoncepcionais, corticóides, hormônios sexuais, etc...), • etanol e bebidas alcoólicas (Saccharomyces cerevisiae – Levedura de cerveja), • refrigerantes e • queijos, Na alimentação direta de seus corpos frutíferos como: • champignons, • funghi, • shitake, • shimeji, e • trufas Na biotecnologia com a produção de: • hormônios, • enzimas, • proteínas e • vacinas, E ainda no combate ecológico de pragas agrícolas (fungos entomopatogênicos). Fungos (e bactérias) ainda podem ser usados para aumentar a produção de alimentos, formando associações simbióticas entre plantas e fungos, que se dá o nome de micorrizas (ou bacteriorrizas no caso de bactérias), que ajudam as raízes absorverem água e nutrientes como nitritos e nitratos. Fungos - Prof. Américo Focesi Pelicioni - 10/3/2023 Página 10 de 22 Penicillium notatum e Sir Alexander Fleming: A penicilina foi descoberta em 1928 pelo bacteriologista britânico Alexander Fleming, que percebeu que uma colônia de Penicilium notatum havia causado a morte de bactérias do Gênero Staphylococcus que estava cultivando em uma placa de Petri. Desde então, diversos outros antibióticos foram desenvolvidos a partir de fungos. • Penicillium glaucum usado para fazer queijo Gorgonzola. • Penicillium candida e Penicillium camemberti usados para fazer os queijos Brie e Camembert. • Penicillium roqueforti usado para fazer queijo Roquefort. Queijo Gorgonzola (“inoculado” com fungos que dão sabor e aroma peculiares) Fungos - Prof. Américo Focesi Pelicioni - 10/3/2023 Página 11 de 22 Algumas das principais doenças causadas por fungos (micoses): ASPERGILOSE (bola fúngica): infecção fúngica invasiva causada pelo fungo Aspergillus, que pode afetar os pulmões e outros órgãos. É mais comum em pessoas com sistema imunológico enfraquecido ou em pacientes hospitalizados. Agentes: Aspergillus niger, Aspergillus fumigatus e Aspergillus fumigatus: Pode infectar tecidos lesionados por queimaduras, cortes ou perfurações ou pulmões e outros órgãos. Patogenia e manifestações clínicas: o fungo pode se instalar nas cavernas pós- tuberculosicas, que são lesões que permanecem após a cura datuberculose onde desenvolve uma bola composta por emaranhado de hifas e esporos, que pode crescer até atingir o tamanho de um punho fechado. O paciente apresenta tosse, expectoração e hemoptise (sangue no catarro). A infecção pode se disseminar para o SNC, nariz e trato digestório. BLASTOMICOSE NORTE-AMERICANA (doença granulomatosa crônica, blastomicose de Gilchrist): infecção fúngica causada pelo fungo dimórfico Blastomyces dermatitidis. É uma doença rara, mas endêmica em algumas áreas do Canadá e dos Estados Unidos, especialmente nas regiões dos Grandes Lagos e do vale do rio Mississippi. A infecção geralmente ocorre quando esporos do fungo são inalados a partir do solo ou de outras fontes contaminadas, como excrementos de animais. Agente: Blastomyces dermatitidis Patogenia e manifestações clínicas: Pode ocorrer lesões cutâneas, que podem evoluir para granulomas verrucosos ulcerados, lesões nos ossos, próstata, epidídimo e testículos. Os sintomas podem incluir febre, tosse, dor no peito, fadiga, sudorese noturna e perda de peso. Em casos mais graves, a infecção pode se disseminar para outros órgãos, incluindo os pulmões, pele, ossos e sistema nervoso central. Fungos - Prof. Américo Focesi Pelicioni - 10/3/2023 Página 12 de 22 CANDIDÍASE (Monilíase, sapinho): infecção fúngica causada pelo fungo Candida, que pode afetar a pele, boca, garganta, órgãos genitais e sistema gastrointestinal. A candidíase oral, por exemplo, é comum em bebês e pessoas com sistema imunológico comprometido. Agentes: Candida albicans é o agente mais comum, mas pode ser causado também por outras espécies de Candida. É um fungo oportunista que normalmente torna-se patogênico pelo uso de antibióticos, alterações hormonais, stress, uso de corticoides, quimioterapia, pela AIDS e outras imunodeficiências. Pode infectar a corrente sanguínea, causando tromboflebite, endocardite ou atingir outros órgãos, como os olhos e sistema nervoso. Patogenia e manifestações clínicas: Na pele: ataca principalmente áreas úmidas como dobras do corpo, região crural, axilar, inframamária e fissuras labiais. Forma lesões vesiculosas e úmidas com intenso prurido. Nas mucosas: forma placas brancas, com presença de corrimento e intenso prurido ou ardor, que pode acompanhar ulcerações. Na unha: ataca a base da unha com reação inflamatória, coceira e descamação. Visceral ou sistêmica: pode acometer as áreas pulmonar, renal, cardíacas e esofagianas. COCCIDIODOMICOSE (febre do vale): é uma infecção fúngica causada pelos fungos dimórficos Coccidioides immitis e Coccidioides posadasii. A infecção é adquirida através da inalação de esporos do fungo presentes no solo seco de áreas endêmicas, principalmente nos Estados Unidos, México, América Central e América do Sul. A maioria das pessoas infectadas pelo fungo não apresenta sintomas ou apresenta apenas sintomas leves semelhantes aos de uma gripe comum. No entanto, em cerca de 1% dos casos, a infecção pode se tornar grave e se disseminar para outros órgãos do corpo, como ossos, articulações, pele e sistema nervoso central. Essa forma grave da doença é mais comum em pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos, como idosos, grávidas e pacientes com HIV. Agente: Coccidioides immitis ou Coccidioides posadasii Patogenia e manifestações clínicas: infecção respiratória, podendo parecer uma gripe, com febre, mal-estar, tosse e dores generalizadas. A forma disseminada apresenta-se com lesões em múltiplos órgãos, ossos e SNC. Fungos - Prof. Américo Focesi Pelicioni - 10/3/2023 Página 13 de 22 CRIPTOCOCOSE: infecção fúngica causada pelo fungo Cryptococcus neoformans, que geralmente é inalado a partir de excrementos de pombos ou outras aves. Pode afetar os pulmões e o sistema nervoso central, e é particularmente comum em pessoas com HIV/AIDS. Agente: Cryptococcus neoformans. Em geral é oportunista, atacando pacientes imunodebilitados, a partir da inalação dos esporos provenientes das fezes secas de pombos ou outros animais. Patogenia e manifestações clínicas: forma uma lesão pulmonar, produzindo tosse, febre, expectoração, mas por via hematogênica, pode infectar o SNC, principalmente meninges, causando meningite criptocócica, cujos sintomas são: cefaleia contínua, febre, prostração, vertigens, vômitos em jato e rigidez de nuca. CROMOMICOSE (cromoblastomicose, dermatite verrucosa): infecção fúngica crônica da pele e dos tecidos subcutâneos, causada pelo fungo Fonsecaea pedrosoi e outras espécies relacionadas. A doença é mais comum em regiões tropicais e subtropicais, como América Latina, África e Ásia, e geralmente afeta pessoas que trabalham em áreas rurais ou em contato com o solo, como agricultores e trabalhadores da construção civil. Os sintomas da cromomicose incluem manchas ou nódulos de cor escura na pele, que geralmente se desenvolvem em áreas expostas ao sol, como braços, pernas e rosto. A infecção pode se espalhar para outras áreas do corpo e causar ulcerações, cicatrizes e deformidades. Agentes: Phialophora sp., Fonsecaea pedrosoi e Fonsecaea compacta Os fungos produzem células de coloração marrom-escura, verde oliva acinzentada a castanho enegrecida. Patogenia e manifestações clínicas: Forma granulomas com células castanho-escuras dentro dos leucócitos ou gigantócitos, gerando lesões verrucosas, com nódulos em forma de couve-flor e abcessos crostosos que recobrem a região afetada. Fungos - Prof. Américo Focesi Pelicioni - 10/3/2023 Página 14 de 22 ESPOROTRICOSE (micose gomosa, linfangite nodular ascendente): infecção fúngica causada pelo fungo Sporothrix schenckii, que geralmente afeta a pele e os tecidos subcutâneos, mas pode se espalhar para outras partes do corpo, como ossos, pulmões e sistema nervoso central. A infecção é mais comum em regiões tropicais e subtropicais, como América Latina, e geralmente afeta pessoas que trabalham com plantas, flores e solo, como jardineiros e floricultores. A esporotricose pode ser adquirida através do contato com espinhos, folhas ou madeira contaminada com o fungo, ou através de mordidas ou arranhões de animais infectados, como gatos. Os sintomas da esporotricose incluem lesões na pele, geralmente com um nódulo ou caroço vermelho ou roxo, que pode se ulcerar e formar uma ferida. A infecção pode se espalhar para os gânglios linfáticos próximos, causando inflamação e dor. Em casos mais graves, a infecção pode se espalhar para outros órgãos e causar sintomas sistêmicos. Agentes: Sporotrichum schenkü e Sporothrix schenkü Os fungos vivem nas plantas e madeira e quando é introduzido na pele por meio de uma lesão perfurocortante provoca infecção granulomatosa crônica. Patogenia e manifestações clínicas: Entre as várias formas clínicas, a mais comum é a forma gomosa, com nódulos com aspecto de goma. A segunda forma clínica mais comum é cutânea, apresentando o aspecto de uma acne e a terceira forma é sistêmica, acometendo diversos órgãos e sistemas. HISTOPLAMOSE (Doença de Darling): infecção fúngica causada pelo fungo Histoplasma capsulatum, que geralmente é inalado a partir do solo contaminado com excrementos de aves ou morcegos. Pode afetar os pulmões e outros órgãos e pode ser grave em pessoas com sistema imunológico comprometido. Agente: Histoplasma capsulatum. É um fungo que normalmente vive no solo, e a partir de uma lesão atinge baço, fígado, medula óssea, além da pele e mucosas. Além das lesões na pele e mucosas, outros dos principais sintomas são: hepatomegalia, esplenomegalia, complicações respiratórias e circulatórias. Patogenia e manifestações clínicas: a maioria das infecções é assintomática, ainda que os microrganismos se propaguem e se instalem por todo o corpo. Em alguns casos surgem pequenos focos inflamatórios ou granulomatosos nos pulmões e no baço, produzindo sinais e sintomas depneumonia. Em pacientes idosos e imunodeprimidos pode ocorrer formas mais graves, com linfadenopatia, hepatoesplenomegalia, febre, anemia, e alta taxa de mortalidade. Fungos - Prof. Américo Focesi Pelicioni - 10/3/2023 Página 15 de 22 MICETOMA: trata-se de uma infecção crônica rara, bastante debilitante, que pode ser causada por bactérias e por fungos, afetando principalmente a pele, tecido subcutâneo e ossos. A infecção é caracterizada pela formação de tumores que podem ser dolorosos e causar deformidades. A infecção é comum em regiões tropicais e subtropicais, onde as condições de vida e trabalho são precárias, e as pessoas são expostas a solos e materiais orgânicos contaminados. Agente: bactérias dos gêneros Actinomadura, Nocardia e Streptomyces, e fungos dos gêneros Madurella, Pseudallescheria, Aspergillus e Fusarium Patogenia e manifestações clínicas: formam-se abcessos que se estendem da pele até musculatura e ossos provocando deformidades e perda funcional. MICOSE DE JORGE LOBO (LOBOMICOSE): é uma doença infecciosa crônica fúngica, mais comum em países da América Latina, como Brasil, Colômbia e Venezuela, sobretudo em regiões de floresta tropical e subtropical. Afeta principalmente a pele e os tecidos subcutâneos, levando ao surgimento de nódulos, placas e lesões ulceradas na pele, que podem se espalhar para outras áreas do corpo. Os sintomas incluem coceira, dor, inflamação e supuração. Agentes: Lacazia loboi, Paracoccidioides loboi e Loboa loboi. Patogenia e manifestações clínicas: lesões granulomatosas com formação de nódulos queloidiformes (preenchidos por gordura) na face, pescoço, orelha, membros superiores e inferiores. Apresenta prurido e dor. Esta micose é bastante prevalente na região amazônica, e acomete homens e golfinhos . Fungos - Prof. Américo Focesi Pelicioni - 10/3/2023 Página 16 de 22 MUCORMICOSE (zigomicose): é uma infecção fúngica rara e grave, causada por fungos encontrados no solo, em plantas e em matéria orgânica em decomposição. A doença pode afetar diferentes partes do corpo, incluindo o nariz, os olhos, o cérebro, os pulmões e os tecidos moles. Os sintomas dependem da localização da infecção, mas podem incluir dor, inchaço, vermelhidão, ulcerações, necrose e hemorragia. A doença é mais comum em pessoas com sistema imunológico enfraquecido, como pacientes com diabetes descompensado, câncer, HIV/AIDS, transplantados e pessoas em tratamento com corticosteroides. Agentes: fungos do gênero Rhisopus, Mucaralis e Obsídia. Os fungos frequentemente são adquiridos por aspiração dos esporos. Patogenia e manifestações clínicas: Atinge vasos sanguíneos provocando trombose e infarto das regiões afetadas, se dissemina pelo organismo, principalmente SNC e trato digestório, sobretudo quando há algum fator subjacente, como diabetes, tumores e uso de corticoides. PARACOCCIDIOIDOMICOSE (blastomicose sulamericana): é uma infecção fúngica sistêmica causada por fungo encontrado em solos contaminados com excrementos de animais, como roedores e cavalos. A doença é mais comum em países da América Latina, como Brasil, Colômbia, Venezuela, Argentina e Paraguai. Afeta principalmente pulmões, mas pode se disseminar para outras partes do corpo, como pele, gânglios, ossos e sistema nervoso central. Os sinais e sintomas incluem tosse, febre, sudorese noturna, perda de peso, lesões na pele, ulcerações na boca e dificuldade respiratória. Agente: Paracoccidioides brasiliensis. Patogenia e manifestações clínicas: A lesão inicial é pulmonar, disseminando-se para gânglios linfáticos, pele, mucosas oral e anal. O paciente frequentemente apresenta pneumonia com crises de tosse, expectoração e febre. A doença é de evolução lenta, mas a cura é bastante rara, mesmo com tratamento medicamentoso. Fungos - Prof. Américo Focesi Pelicioni - 10/3/2023 Página 17 de 22 PIEDRA NEGRA: é uma micose superficial do cabelo causada por fungos do gênero Piedraia, que afeta principalmente os pelos da cabeça, barba e bigode. Existem duas formas de Piedra Negra: a Piedraia hortae, que produz nódulos duros escuros que se aderem firmemente ao cabelo, e a Piedraia quintana, que forma pequenos grãos esbranquiçados que se aderem ao cabelo. A infecção é mais comum em regiões tropicais e subtropicais, e geralmente é adquirida através do contato com objetos contaminados, como pentes, escovas e toalhas, ou pelo contato direto com pessoas infectadas. Os sintomas incluem coceira, descamação e perda de cabelo. Agente: Piedraia hortai e P. quintana Patogenia e manifestações clínicas: Forma nódulos de coloração escura nos fios do cabelo. Não apresenta sintomas e não promove a queda do cabelo PIEDRA BRANCA: é uma infecção fúngica superficial do cabelo, barba e pelos pubianos causada por fungo. É relativamente rara, e mais comum em áreas tropicais e subtropicais, como América Latina, África e sudeste da Ásia. Os sintomas incluem nódulos brancos ou amarelados aderidos aos pelos, que podem ser facilmente removidos com uma pinça. Eles não causam coceira ou inflamação e são geralmente assintomáticos, mas podem causar um desconforto estético. A infecção pode levar à fragilidade e quebra dos pelos afetados. Agentes: Trichosporum beigelli e T. cutaneum. Patogenia e manifestações clínicas: Forma nódulos de coloração amarelada e de consistência pastosa, principalmente nos pelos da barba, pubianos, axilares, do peito, e de outras áreas do corpo, incluindo cabelo. Fungos - Prof. Américo Focesi Pelicioni - 10/3/2023 Página 18 de 22 PITIRÍASE VERSICOLOR (Micose de praia): é uma infecção fúngica causada por um fungo habitante normal da pele humana, que em condições normais não causa problemas, mas que em algumas pessoas pode proliferar e causar sintomas que incluem manchas brancas, castanhas ou rosadas na pele, geralmente no tronco e nos braços, que podem se unir e formar grandes áreas de descoloração. A pele afetada pode coçar e descamar, e os sinais e sintomas são geralmente piores no verão, quando o calor e a umidade favorecem o crescimento do fungo e o contraste da pele mais bronzeada destaca as áreas mais despigmentadas da pele, causadas pelo fungo. Agente: Malassezia furfur Patogenia e manifestações clínicas: As manifestações clínicas da pitiríase versicolor incluem manchas hipopigmentadas (mais claras) ou hiperpigmentadas (mais escuras) na pele, especialmente no tronco, pescoço, braços e rosto. As manchas podem ser escamosas ou não, e geralmente não causam coceira ou dor. A doença pode ser mais evidente durante o verão, quando a exposição solar pode tornar as manchas mais evidentes. A patogenia da doença ainda não é totalmente compreendida, mas sabe-se que a Malassezia spp. pode afetar a pigmentação da pele por meio da interação com os melanócitos, células produtoras de melanina responsáveis pela cor da pele. O fungo também pode produzir ácidos graxos que podem ter um efeito irritante sobre a pele, contribuindo para a formação das manchas características da doença. Fatores como calor e umidade podem favorecer a proliferação do fungo e, consequentemente, o desenvolvimento da doença. RINOSPORODIOSE: é uma infecção fúngica crônica que afeta principalmente as mucosas do nariz e, às vezes, da faringe. É causada por fungo encontrado em água doce e solo úmido de regiões tropicais e subtropicais. Os sintomas da rinosporidiose incluem a presença de um crescimento rosa ou vermelho no interior do nariz ou na faringe, que pode causar obstrução nasal, sangramento, dor e coceira. Em alguns casos, a infecção pode se espalhar para outras áreas do corpo, como os olhos ou a pele. Agente: Rinosporidium seeberi. Patogenia e manifestações clínicas: Forma lesão na mucosa nasal e ocular, formando massas avermelhadas, bastante vascularizadas e que sangram facilmente.Fungos - Prof. Américo Focesi Pelicioni - 10/3/2023 Página 19 de 22 TINHAS ou TINEAS, conhecidas também como dermatofitoses, são infecções fúngicas que afetam a pele, cabelos e unhas, causadas principalmente por fungos do grupo dos dermatófitos, que se alimentam de queratina causando lesões na pele, descamação, coceira, vermelhidão, queda de cabelo e deformidades nas unhas. São altamente contagiosas, podendo ser transmitidas por contato direto com pessoas, animais ou objetos infectados. Dermatófitos são um grupo de fungos filamentosos que têm a capacidade de crescer e se proliferar em tecidos queratinizados, como cabelos, unhas e pele. Eles são os principais agentes causadores de micoses superficiais em humanos e animais e são classificados em três gêneros principais: Trichophyton, Microsporum e Epidermophyton. TINHA NEGRA OU PALMAR: é uma infecção fúngica crônica que afeta a camada mais externa da pele. É mais comum em áreas tropicais e subtropicais e é mais prevalente em pessoas com pele escura. Os sintomas da tinha negra incluem manchas escuras ou negras na pele, que geralmente aparecem em áreas expostas ao sol, como os braços, pernas e pescoço. As manchas podem ter uma textura áspera e podem crescer lentamente ao longo do tempo. A infecção pode ser assintomática ou causar coceira leve. Agentes: Hortaea werneckii, Exophiala werneckii e Clodosporium werneckii Patogenia e manifestações clínicas: Forma manchas acinzentadas ou acastanhadas nas palmas das mãos ou planta dos pés, com lesão descamativa, sem prurido. TINHA DA UNHA (onicomicose): é uma infecção fúngica que afeta as unhas das mãos e dos pés. É mais comum em adultos mais velhos e pessoas com diabetes ou problemas circulatórios. Os sintomas incluem descoloração, engrossamento, fragilidade e quebra da unha afetada. A infecção também pode causar dor ou desconforto ao caminhar ou usar sapatos apertados. Agentes: dermatófitos, principalmente Trichophyton rubrum e Trichophyton mentagrophytes, leveduras como Candida spp. e não dermatófitos como Scopulariopsis brevicaulis e Fusarium spp. Obs. Dermatófitos são um grupo de fungos filamentosos que têm a capacidade de crescer e se proliferar em tecidos queratinizados, como cabelos, unhas e pele. Eles são os principais agentes causadores de micoses superficiais em humanos e animais. Patogenia e manifestações clínicas: lesão que ocorre no bordo livre da unha (ponta), que se apresenta serrilhada, com acúmulo de material córneo, espesso e descolado, formando sulcos logitudinais ou transversais, sem brilho, e que se fragmenta facilmente. Quando a lesão é por Candida albicans ocorre reação inflamatória ao redor da base da unha, com coceira e dor. Fungos - Prof. Américo Focesi Pelicioni - 10/3/2023 Página 20 de 22 TINHA DO PÉ (pé de atleta): é uma infecção fúngica que afeta a pele dos pés, especialmente entre os dedos, causando coceira, descamação e fissuras. Geralmente é causada pelo contato com um ambiente úmido, como vestiários e chuveiros. Os sintomas incluem coceira, vermelhidão, descamação, bolhas e fissuras na pele. A infecção pode se espalhar para outras partes dos pés, como as solas e os calcanhares. Em casos graves, pode haver dor e inflamação. Agentes: Epidermophyton floccosum, Trichophyton rubrum, Trichophyton mentagrophytes, Candida albicans, (raro) e Microsporum sp. (raro) Patogenia e manifestações clínicas: Lesão descamativa de localização plantar ou nos espaços interdigitais, com fissuras e acúmulo de material macerado, produzindo mau odor e coceira. TINHA CRURE (crural ou inguinal): é causada por fungos dermatófitos que se proliferam em ambientes úmidos e quentes. É mais comum em homens e pode ser transmitida por meio do contato com superfícies contaminadas como toalhas, roupas íntimas, pisos e bancos de vestiários. Os sintomas incluem coceira, vermelhidão, descamação, fissuras, bolhas e manchas escamosas na pele e em casos mais graves pode haver formação de crostas e ulcerações. Agentes: Epidermophyton floccosum, Tricophyton sp e Candida albicans Patogenia e manifestações clínicas: Lesão eritemato-descamatória na região inguinal, com prurido, bastante associado ao uso de roupas íntimas de material sintético. Fungos - Prof. Américo Focesi Pelicioni - 10/3/2023 Página 21 de 22 TINHA DA BARBA (tinha barbae): é uma infecção fúngica que ocorre na barba e no pescoço em homens adultos. Pode se desenvolver em qualquer parte da barba, incluindo o queixo, bochechas, pescoço e lábios. Os sintomas incluem coceira, vermelhidão, descamação, pústulas, inchaço e lesões com crostas. A infecção pode se espalhar rapidamente e causar uma sensação de queimação na pele. Agentes:Tricophyton rubrum, Tricophyton mentagrophytes e Microsporum gypseum. Patogenia e manifestações clínicas: Lesão descamativa com prurido e queda do pelo da barba. TINHA DO CORPO (tinea corporis, tinea gladiatorum ou herpes cincinado): é uma infecção fúngica que afeta a pele do corpo. Pode ser transmitida pelo contato direto com a pele ou indireto por meio do uso de objetos pessoais contaminados, como roupas, toalhas e utensílios de banho ou a partir de animais como os cães. Os sintomas incluem manchas vermelhas e escamosas na pele, com bordas bem definidas e que podem coçar. À medida que a infecção se espalha, as manchas podem se tornar maiores e se fundir, formando uma erupção cutânea com crostas e bolhas. Agentes: Microsporum cannis, Microsporum gypseum, Tricophyton sp. e Epidermophyton floccosum Patogenia e manifestações clínicas: Lesão circular eritemato-descamativa, com evolução muito rápida. Fungos - Prof. Américo Focesi Pelicioni - 10/3/2023 Página 22 de 22 TINHA DA CABEÇA (tinea capitis): é uma infecção fúngica que afeta o couro cabeludo e os cabelos. É mais comum em crianças, mas também pode ocorrer em adultos. Os sintomas incluem coceira intensa, vermelhidão, descamação da pele do couro cabeludo e perda de cabelo em algumas áreas. A infecção pode se apresentar de duas formas principais: uma forma escamosa, caracterizada por manchas escamosas, e uma forma inflamatória, caracterizada por lesões com pus e crostas. Agente: Tricophyton shöenleinii, outras espécies de Trichophyton e Microsporum Patogenia e manifestações clínicas: Lesão no couro cabeludo com odor fétido, que ocasiona a queda definitiva dos cabelos, e que pode se estender pelo corpo da pessoa. O link abaixo contém mais informações e fotos sobre diversas micoses humanas: http://books.scielo.org/id/23wpg/pdf/rodrigues-9788561673680-06.pdf http://books.scielo.org/id/23wpg/pdf/rodrigues-9788561673680-06.pdf
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