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Fungos - Prof. Américo Focesi Pelicioni - 10/3/2023 
 
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Fungos (bolores, cogumelos e leveduras) 
 
Fungos formam um grupo de microrganismos importantes na prática 
clínica dos profissionais de saúde. 
 
Os fungos têm um papel importante na natureza, pois são seres 
decompositores, ajudando na ciclagem de nutrientes. No entanto, 
alguns podem causar doenças em humanos, animais e plantas. 
 
Na clínica, fungos são agentes causadores de infecções fúngicas 
(micoses), que podem ser superficiais (afetando a pele, cabelos e 
unhas), subcutâneas (afetando tecidos mais profundos), sistêmicas (afetando órgãos internos) ou 
oportunistas (que afetam pacientes imunocomprometidos). 
 
Infecções fúngicas, sobretudo as mais graves, são mais raras que as infecções bacterianas, por isso, 
o diagnóstico das infecções fúngicas acaba muitas vezes sendo feito de forma mais tardia, o que 
pode comprometer o resultado do tratamento e desfavorecer o prognóstico. 
 
São organismos eucariotos, ou seja, possuem núcleo envolto por uma membrana nuclear 
(carioteca). 
 
Além disso, fungos possuem parede celular feita de quitina, um polímero formado por monômeros 
de N-glicosamina, um açúcar que também forma o exoesqueleto de artrópodes como a barata e a 
lagosta, e por outros açúcares, como glicanas (polímeros de glicose), mananas (polímeros de 
manose) e até celulose (um polímero de glicose que normalmente forma a parede celular das algas e 
plantas). 
 
Além desses carboidratos, fungos ainda podem apresentar outras substâncias nas suas paredes, 
como lipídeos, proteínas como melanina, outros pigmentos e enzimas, e elementos como fósforo, 
cálcio e magnésio, por exemplo. 
 
Fungos armazenam em suas células carboidratos na forma de glicogênio, igual algumas das células 
animais, como hepatócitos e miócitos. 
 
 
 
 
 
 
 
Saccharomyces cerevisiae Saccharomyces ludwigii Geotrichum candidum 
 
Fungos - Prof. Américo Focesi Pelicioni - 10/3/2023 
 
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Fungos possuem uma molécula chamada ergosterol na sua membrana citoplasmática, que é muito 
semelhante ao colesterol, que é um lipídeo produzido exclusivamente pelos animais. 
 
Importância clínica: bloqueio da síntese de ergosterol é alvo de vários antifúngicos utilizados. 
 
Além disso, essa molécula semelhante ao colesterol é usada na indústria farmacêutica para 
produzir alguns hormônios sintéticos, corticoides e vitamina D. 
 
Alguns fungos podem possuir cápsulas glicoproteicas que funcionam como fator antifagocitário 
como aquelas que ocorrem em algumas bactérias. 
 
Algumas moléculas que podem estar presentes nos fungos podem ser reconhecidas por células 
imunológicas, como o Zymosan, um polissacarídeo de glicose (glicana) presente na parede celular de 
alguns fungos podem, ser reconhecido por monócitos/macrófagos, células dendríticas e mastócitos, 
sendo, portanto, um PAMP (Padrão Molecular Associado aos Patógenos). 
 
A maioria dos fungos é neutrófila, mas geralmente se desenvolvem melhor em ambientes com pH 
levemente ácido, em torno de 5 ou 6. 
 
Necessitam de ambientes úmidos para proliferar, mas em ambientes secos alguns podem 
sobreviver ou esporular e permanecer viável por décadas. 
 
Fungos são extremamente sensíveis aos raios UV, por isso, proliferam melhor em locais escuros, 
abrigados da luz solar direta ou locais muito claros, ainda que de forma indireta. 
 
Fungos costumam ser mesófilos, e temperaturas próximas aos 30 graus favorecem bastante o seu 
desenvolvimento, mas alguns proliferam bem em temperaturas mais baixas, e alguns até sobrevivem 
abaixo de zero grau celsius. 
 
Muitos fungos são resistentes a ambientes hiperosmóticos, podendo crescer na presença de muito 
açúcar ou muito sal. 
 
Eles são heterótrofos, o que significa que precisam de fontes externas de alimento, geralmente 
matéria orgânica morta ou em decomposição, portanto, são na sua maioria saprófitas. 
 
As leveduras são fungos unicelulares, enquanto as hifas (fungos filametosos) se organizam de 
forma pluricelular (multicelular). 
 
A maioria dos fungos é aeróbia obrigatória, mas algumas hifas e leveduras são anaeróbias 
facultativas, ou seja, podem sobreviver em aerobiose ou anaerobiose, preferindo a primeira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fungos - Prof. Américo Focesi Pelicioni - 10/3/2023 
 
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LEVEDURAS - são fungos unicelulares ovais, esféricos ou alongados, 
que se reproduzem assexuadamente por brotamento (produzem 
esporos assexuais). 
 
Medem em média 30 micras, sendo deste modo dezenas de vezes 
maiores que a maioria das bactérias, que medem em média 1 a 2 
micras. 
 
Costumam ser anaeróbias facultativas: na presença de oxigênio 
fazem fermentação carbônica, produzindo gás carbônico, mas na 
ausência de oxigênio fazem fermentação etílica, produzindo etanol. 
 
www.youtube.com/watch?v=7SQWnWwZM1E (4m - Yeast 
Fermentation Under the Microscope) 
 
 
As leveduras podem permanecer viáveis por vários anos quando 
são desidratadas. 
 
 
 
 
 
 
HIFAS são estruturas filamentosas que formam os fungos multicelulares 
(pluricelulares), frequentemente chamados de bolores. 
 
As hifas são estruturas tubulares e ramificadas. 
 
Podem ser septadas ou não-septadas (cenocíticas). 
 
Hifas septadas são divididas em segmentos por paredes celulares 
chamadas septos, que fazem a separação do citoplasma e dos núcleos das 
células adjacentes, mas permitem que pequenas moléculas de nutrientes 
passem facilmente de uma célula para outra. 
 
Já hifas não-septadas, ou cenocíticas, são constituídas por uma única 
célula multinucleada, sem paredes celulares que separam seus núcleos e 
organelas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.youtube.com/watch?v=7SQWnWwZM1E
Fungos - Prof. Américo Focesi Pelicioni - 10/3/2023 
 
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Hifas também podem ser vegetativas, quando tem 
função de captar nutrientes do substrato, ou aéreas, 
quando possuem a função de reprodução. 
 
As hifas vegetativas são responsáveis pela absorção de 
nutrientes e são encontradas no substrato em que o 
fungo se desenvolve, seja no solo, em tecidos de 
plantas, alimentos ou animais. 
 
Essas hifas são geralmente finas e ramificadas, 
permitindo uma maior área de superfície para a absorção de nutrientes. Se estendem no interior do 
substrato, explorando-o em busca de nutrientes e água. 
 
Já as hifas aéreas são responsáveis pela reprodução e dispersão de esporos e são encontradas 
acima da superfície do substrato. 
 
Essas hifas são geralmente mais grossas e menos ramificadas, e podem formar estruturas como os 
corpos de frutificação, que abrigam os esporos e são responsáveis pela disseminação deles. 
 
As hifas vegetativas obtêm seus alimentos liberando exoenzimas, que digerem os nutrientes do 
substrato em unidades menores e mais simples, que são facilmente assimiláveis por difusão simples 
ou difusão facilitada. 
 
Os fungos apresentam uma grande variedade de modos de 
reprodução, incluindo reprodução assexuada e sexuada. 
Alguns fungos são capazes de se reproduzir por ambos os 
métodos, enquanto outros se reproduzem exclusivamente 
por um deles. 
 
 
Reprodução Assexuada: na reprodução assexuada, os 
fungos produzem esporos a partir de uma única célula ou 
estrutura reprodutiva, sem a necessidade de fusão de 
gametas ou troca de material genético. 
 
 
Reprodução Sexuada: na reprodução sexuada, os fungos 
trocam material genético e produzem descendentes 
geneticamente diferentes dos pais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fungos - Prof. Américo Focesi Pelicioni - 10/3/2023 
 
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Os cogumelos são formados por hifas aéreas, e apesar da aparência diversa, a estrutura é muito 
parecida com a dos bolores que formam micélios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COGUMELOS – CORPOS FRUTÍFEROS OU FRUTIFICANTES 
 Champignom (Agaricos) Shimeji (Pleurotus ostreatus) Shitake (Lentinus edodes) 
 
 
 
FUNGOS DIMÓRFICOS - Alguns fungos, como 
• Penicillium marneffei, 
• Coccidioides immitis, 
• Paracoccidioides brasiliensis, 
• Candida albicans, 
• Ustilago maydis, 
• Blastomycesdermatitidis, 
• Histoplasma capsulatum, e 
• Sporothrix schenckii. 
 
possuem características tanto de hifas quanto de levedura, 
dependendo de fatores ambientais, como o pH e a temperatura ou 
fatores relacionados ao organismo simbionte/hospedeiro. 
 
Alguns deles podem causar doenças no homem, como a Candida 
albicans, que forma hifas patogênicas por oportunismo e o 
Paracoccidioides brasiliensis, que forma leveduras patogênicas sob 
influência da temperatura. 
 
Fungos - Prof. Américo Focesi Pelicioni - 10/3/2023 
 
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Paracoccidioides brasiliensis
23ºC 37ºC
micélio levedura
23ºC 37ºC
micélio levedura
Fungos DimFungos Dimóórficosrficos
 
 
 
 
 
 
Língua de um paciente com candidíase (monilíase ou sapinho) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ASPECTOS NEGATIVOS DOS FUNGOS: 
 
https://www.youtube.com/watch?v=wqrOUj4gaVI (6m) 
 
Os aspectos negativos dos fungos são bastante conhecidos e frequentemente lembrados por quem 
os estuda: emboloram paredes, livros, frutas, pães e roupas (principalmente couro) e causam 
doenças em animais e plantas (micoses de pele, candidíase, onicomicoses, intoxicação por 
micotoxinas (aflatoxinas e ocratoxina), doenças respiratórias (asma, stacchybotriose, síndrome do 
edifício doente), vassoura de bruxa no cacau, cancro em frutas cítricas, ferrugem em feijão, café, 
milho e soja. 
 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=wqrOUj4gaVI
Fungos - Prof. Américo Focesi Pelicioni - 10/3/2023 
 
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Micotoxinas: substâncias tóxicas produzidas por fungos. 
 
As micotoxinas são extremamente resistentes ao calor e à ação de agentes químicos, como o 
hipoclorito, e físicos, como radiação e trituração, portanto, nem o preparo e nem a cocção dos 
alimentos é eficiente na remoção dessas substâncias. 
 
A tabela resume algumas das principais causadoras de micotoxicoses: 
 
Principais substratos 
Principais fungos 
produtores 
Principal toxina Efeitos 
Amendoim, milho, soja, 
especiarias. 
Aspergillus flavus e 
Aspergillus parasiticus 
Aflatoxina B1 
Hepatotóxico, nefrotóxico, 
carcinogênico. 
Trigo, aveia, cevada, 
milho e arroz. 
Penicillium citrinum Citrinina Nefrotóxicos para suínos 
Centeio e grãos em 
geral. 
Claviceps purpurea Ergotamina 
Gangrena de extremidades e 
convulsões 
Milho 
Fusarium verticillioides e F. 
miniliforme 
Fumonisinas 
Câncer de esôfago e redução 
no crescimento de animais. 
Cevada, café, vinho. 
Aspergillus ochraceus, 
Aspergillus carbonarius, 
Penicillium verrucosum 
Ocratoxina 
Hepatotóxico, nefrotóxico, 
carcinogênico. 
Milho, cevada, aveia, 
trigo, centeio. 
Fusarium sp 
Myrothecium sp 
Stachybotrys sp 
Trichothecium sp 
Tricotecenos: 
T2, neosolaniol, 
fusanona x, nivalenol, 
deoxivalenol. 
Hemorragias, vômitos, 
dermatites. 
Cereais Fusarium graminearum Zearalenona 
Efeito disruptor endócrino: 
feminização de suínos, 
afetando reprodução e 
fertilidade dos animais. 
Cereais Fusarium graminearum Deoxinivalenol 
Sintomas gastrointestinais em 
humanos e animais 
Frutas e sucos Penicillium expansum Patulina Hepatotóxico e neurotóxico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fungos - Prof. Américo Focesi Pelicioni - 10/3/2023 
 
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Micoses: Doenças causadas pela colonização de fungos nos tecidos do hospedeiro. 
 
Tipos de micoses: 
1. Superficiais: limitadas às camadas mais externas da pele e pelos. São 
problemas estéticos, não sensibilizam o organismo, não provocam nenhuma 
reação alérgica. São de fácil diagnóstico e tratamento. São também chamadas 
de ceratofitoses. Ex. ptiríase versicolor, piedra branca, piedra negra, tinha 
negra, etc. 
2. Cutâneas: restritas às camadas queratinizadas: pele, pelo e unhas. 
Podem desenvolver respostas imunes celulares, causando sensibilização no 
hospedeiro. Ex. candidíases (monilíases) e outras dermatoses. 
 
 
3. Subcutâneas: crescem no solo ou em vegetação em 
decomposição e precisam ser introduzidos no tecido subcutâneo 
por traumatismos ou inoculação, para provocarem a doença. Em 
geral, as lesões se propagam lentamente, a partir da área de 
implantação. As lesões geralmente têm o formato de nódulos ou 
ulcerações, que se exteriorizam na pele. Ex. cromomicose, 
esporotricose, micetomicoses, rinosporodiose, zigomicoses 
(Entomophthoramicose). 
 
4. Sistêmicas: atacam órgão internos, são adquiridas pela inalação dos 
esporos. A lesão primária é pulmonar, com sintomas que simulam uma 
pneumonia. Após essa lesão primária, os órgãos mais atingidos são: 
fígado, baço, medula óssea, rim, SNC, tudo dependendo da espécie de 
fungo causador. Ex. paracoccidioidomicose, blastomicose, 
histoplasmose, criptococose, coccidioidomicose. 
 
 
 
 
5. Oportunistas: São causadas por fungos que 
em condições normais não induzem doença 
alguma, porém quando o hospedeiro se 
apresenta imunodeprimido, eles podem tornar-
se patogênicos e ocasionar estas micoses. 
Estes fungos podem infectar qualquer órgão do 
organismo ou até todos eles. Ex. zigomicose 
(mucormicose), hipomicose, tiohifomicose, 
candidíase sistêmica. 
 
 
Fungos - Prof. Américo Focesi Pelicioni - 10/3/2023 
 
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Outras classificações normalmente usadas para designar uma micose: 
1. Quanto à localização: Dermatomicose, onicomicose, oftlamomicose, tricomicose, micose 
pulmonar, tinha palmar, etc. 
2. Quanto ao patógeno: Aspergilose, stachibotriose, microsporose, candidíase, histoplasmose, 
paracoccidioidomicose, criptococose, etc. 
 
ASPECTOS POSITIVOS DOS FUNGOS: 
 
Fungos são usados na fabricação de: 
• pães e bolos (Fermento biológico), 
• antibióticos como as penicilinas, griseofulvina e cefalosporinas, 
• vitaminas (riboflavina), 
• hormônios esteróides (anticoncepcionais, corticóides, hormônios sexuais, etc...), 
• etanol e bebidas alcoólicas (Saccharomyces cerevisiae – Levedura de cerveja), 
• refrigerantes e 
• queijos, 
 
Na alimentação direta de seus corpos frutíferos como: 
• champignons, 
• funghi, 
• shitake, 
• shimeji, e 
• trufas 
 
Na biotecnologia com a produção de: 
• hormônios, 
• enzimas, 
• proteínas e 
• vacinas, 
 
E ainda no combate ecológico de pragas agrícolas (fungos entomopatogênicos). 
 
Fungos (e bactérias) ainda 
podem ser usados para aumentar 
a produção de alimentos, 
formando associações 
simbióticas entre plantas e 
fungos, que se dá o nome de 
micorrizas (ou bacteriorrizas 
no caso de bactérias), que 
ajudam as raízes absorverem 
água e nutrientes como nitritos e 
nitratos. 
 
 
 
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Penicillium notatum e Sir Alexander Fleming: 
A penicilina foi descoberta em 1928 pelo bacteriologista 
britânico Alexander Fleming, que percebeu que uma colônia 
de Penicilium notatum havia causado a morte de bactérias do 
Gênero Staphylococcus que estava cultivando em uma placa 
de Petri. 
Desde então, diversos outros antibióticos foram 
desenvolvidos a partir de fungos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Penicillium glaucum usado para fazer queijo Gorgonzola. 
• Penicillium candida e Penicillium camemberti usados para 
fazer os queijos Brie e Camembert. 
• Penicillium roqueforti usado para fazer queijo Roquefort. 
 
 
Queijo Gorgonzola (“inoculado” com fungos que dão sabor e aroma peculiares) 
Fungos - Prof. Américo Focesi Pelicioni - 10/3/2023 
 
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Algumas das principais doenças causadas por fungos (micoses): 
 
ASPERGILOSE (bola fúngica): infecção fúngica invasiva causada pelo fungo 
Aspergillus, que pode afetar os pulmões e outros órgãos. É mais comum em 
pessoas com sistema imunológico enfraquecido ou em pacientes hospitalizados. 
 
Agentes: Aspergillus niger, Aspergillus fumigatus e Aspergillus fumigatus: 
Pode infectar tecidos lesionados por queimaduras, cortes ou perfurações ou 
pulmões e outros órgãos. 
 
Patogenia e manifestações clínicas: o fungo pode se instalar nas cavernas pós-
tuberculosicas, que são lesões que permanecem após a cura datuberculose onde 
desenvolve uma bola composta por emaranhado de hifas e esporos, que pode 
crescer até atingir o tamanho de um punho fechado. O paciente apresenta tosse, 
expectoração e hemoptise (sangue no catarro). A infecção pode se disseminar 
para o SNC, nariz e trato digestório. 
 
 
 
 
BLASTOMICOSE NORTE-AMERICANA (doença granulomatosa crônica, 
blastomicose de Gilchrist): infecção fúngica causada pelo fungo dimórfico 
Blastomyces dermatitidis. É uma doença rara, mas endêmica em algumas áreas 
do Canadá e dos Estados Unidos, especialmente nas regiões dos Grandes Lagos 
e do vale do rio Mississippi. A infecção geralmente ocorre quando esporos do 
fungo são inalados a partir do solo ou de outras fontes contaminadas, como 
excrementos de animais. 
 
Agente: Blastomyces dermatitidis 
 
Patogenia e manifestações clínicas: Pode ocorrer lesões cutâneas, que podem 
evoluir para granulomas verrucosos ulcerados, lesões nos ossos, próstata, 
epidídimo e testículos. Os sintomas podem incluir febre, tosse, dor no peito, 
fadiga, sudorese noturna e perda de peso. Em casos mais graves, a infecção 
pode se disseminar para outros órgãos, incluindo os pulmões, pele, ossos e 
sistema nervoso central. 
 
 
 
 
 
Fungos - Prof. Américo Focesi Pelicioni - 10/3/2023 
 
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CANDIDÍASE (Monilíase, sapinho): infecção fúngica causada pelo fungo Candida, 
que pode afetar a pele, boca, garganta, órgãos genitais e sistema gastrointestinal. A 
candidíase oral, por exemplo, é comum em bebês e pessoas com sistema imunológico 
comprometido. 
 
Agentes: Candida albicans é o agente mais comum, mas pode ser causado também 
por outras espécies de Candida. 
 
É um fungo oportunista que normalmente torna-se patogênico pelo uso de antibióticos, 
alterações hormonais, stress, uso de corticoides, quimioterapia, pela AIDS e outras 
imunodeficiências. 
 
Pode infectar a corrente sanguínea, causando tromboflebite, endocardite ou atingir 
outros órgãos, como os olhos e sistema nervoso. 
 
 
Patogenia e manifestações clínicas: 
Na pele: ataca principalmente áreas úmidas como dobras do corpo, região crural, 
axilar, inframamária e fissuras labiais. Forma lesões vesiculosas e úmidas com intenso 
prurido. 
 
Nas mucosas: forma placas brancas, com presença de corrimento e intenso prurido 
ou ardor, que pode acompanhar ulcerações. 
 
Na unha: ataca a base da unha com reação inflamatória, coceira e descamação. 
 
Visceral ou sistêmica: pode acometer as áreas pulmonar, renal, cardíacas e 
esofagianas. 
 
 
 
 
COCCIDIODOMICOSE (febre do vale): é uma infecção fúngica 
causada pelos fungos dimórficos Coccidioides immitis e Coccidioides 
posadasii. A infecção é adquirida através da inalação de esporos do 
fungo presentes no solo seco de áreas endêmicas, principalmente nos 
Estados Unidos, México, América Central e América do Sul. 
 
A maioria das pessoas infectadas pelo fungo não apresenta sintomas 
ou apresenta apenas sintomas leves semelhantes aos de uma gripe 
comum. No entanto, em cerca de 1% dos casos, a infecção pode se 
tornar grave e se disseminar para outros órgãos do corpo, como ossos, 
articulações, pele e sistema nervoso central. Essa forma grave da 
doença é mais comum em pessoas com sistemas imunológicos 
enfraquecidos, como idosos, grávidas e pacientes com HIV. 
 
Agente: Coccidioides immitis ou Coccidioides posadasii 
 
Patogenia e manifestações clínicas: infecção respiratória, podendo 
parecer uma gripe, com febre, mal-estar, tosse e dores generalizadas. 
 
A forma disseminada apresenta-se com lesões em múltiplos órgãos, 
ossos e SNC. 
 
 
 
 
Fungos - Prof. Américo Focesi Pelicioni - 10/3/2023 
 
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CRIPTOCOCOSE: infecção fúngica causada pelo fungo 
Cryptococcus neoformans, que geralmente é inalado a 
partir de excrementos de pombos ou outras aves. Pode 
afetar os pulmões e o sistema nervoso central, e é 
particularmente comum em pessoas com HIV/AIDS. 
 
Agente: Cryptococcus neoformans. 
 
Em geral é oportunista, atacando pacientes 
imunodebilitados, a partir da inalação dos esporos 
provenientes das fezes secas de pombos ou outros 
animais. 
 
Patogenia e manifestações clínicas: forma uma lesão 
pulmonar, produzindo tosse, febre, expectoração, mas por 
via hematogênica, pode infectar o SNC, principalmente 
meninges, causando meningite criptocócica, cujos sintomas 
são: cefaleia contínua, febre, prostração, vertigens, vômitos 
em jato e rigidez de nuca. 
 
 
 
 
CROMOMICOSE (cromoblastomicose, dermatite verrucosa): infecção 
fúngica crônica da pele e dos tecidos subcutâneos, causada pelo fungo 
Fonsecaea pedrosoi e outras espécies relacionadas. A doença é mais 
comum em regiões tropicais e subtropicais, como América Latina, África e 
Ásia, e geralmente afeta pessoas que trabalham em áreas rurais ou em 
contato com o solo, como agricultores e trabalhadores da construção civil. 
 
Os sintomas da cromomicose incluem manchas ou nódulos de cor escura na 
pele, que geralmente se desenvolvem em áreas expostas ao sol, como 
braços, pernas e rosto. A infecção pode se espalhar para outras áreas do 
corpo e causar ulcerações, cicatrizes e deformidades. 
 
Agentes: Phialophora sp., Fonsecaea pedrosoi e Fonsecaea compacta 
 
Os fungos produzem células de coloração marrom-escura, verde oliva 
acinzentada a castanho enegrecida. 
 
Patogenia e manifestações clínicas: Forma granulomas com células 
castanho-escuras dentro dos leucócitos ou gigantócitos, gerando lesões 
verrucosas, com nódulos em forma de couve-flor e abcessos crostosos que 
recobrem a região afetada. 
 
 
Fungos - Prof. Américo Focesi Pelicioni - 10/3/2023 
 
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ESPOROTRICOSE (micose gomosa, linfangite nodular ascendente): 
infecção fúngica causada pelo fungo Sporothrix schenckii, que geralmente afeta 
a pele e os tecidos subcutâneos, mas pode se espalhar para outras partes do 
corpo, como ossos, pulmões e sistema nervoso central. 
A infecção é mais comum em regiões tropicais e subtropicais, como América 
Latina, e geralmente afeta pessoas que trabalham com plantas, flores e solo, 
como jardineiros e floricultores. A esporotricose pode ser adquirida através do 
contato com espinhos, folhas ou madeira contaminada com o fungo, ou através 
de mordidas ou arranhões de animais infectados, como gatos. 
Os sintomas da esporotricose incluem lesões na pele, geralmente com um 
nódulo ou caroço vermelho ou roxo, que pode se ulcerar e formar uma ferida. A 
infecção pode se espalhar para os gânglios linfáticos próximos, causando 
inflamação e dor. Em casos mais graves, a infecção pode se espalhar para 
outros órgãos e causar sintomas sistêmicos. 
 
Agentes: Sporotrichum schenkü e Sporothrix schenkü 
Os fungos vivem nas plantas e madeira e quando é introduzido na pele por meio 
de uma lesão perfurocortante provoca infecção granulomatosa crônica. 
 
Patogenia e manifestações clínicas: Entre as várias formas clínicas, a mais 
comum é a forma gomosa, com nódulos com aspecto de goma. A segunda forma 
clínica mais comum é cutânea, apresentando o aspecto de uma acne e a terceira 
forma é sistêmica, acometendo diversos órgãos e sistemas. 
 
 
 
 
HISTOPLAMOSE (Doença de Darling): infecção fúngica causada pelo fungo 
Histoplasma capsulatum, que geralmente é inalado a partir do solo contaminado com 
excrementos de aves ou morcegos. Pode afetar os pulmões e outros órgãos e pode 
ser grave em pessoas com sistema imunológico comprometido. 
 
Agente: Histoplasma capsulatum. 
É um fungo que normalmente vive no solo, e a partir de uma lesão atinge baço, fígado, 
medula óssea, além da pele e mucosas. Além das lesões na pele e mucosas, outros 
dos principais sintomas são: hepatomegalia, esplenomegalia, complicações 
respiratórias e circulatórias. 
 
Patogenia e manifestações clínicas: a maioria das infecções é assintomática, ainda 
que os microrganismos se propaguem e se instalem por todo o corpo. Em alguns 
casos surgem pequenos focos inflamatórios ou granulomatosos nos pulmões e no 
baço, produzindo sinais e sintomas depneumonia. Em pacientes idosos e 
imunodeprimidos pode ocorrer formas mais graves, com linfadenopatia, 
hepatoesplenomegalia, febre, anemia, e alta taxa de mortalidade. 
 
 
 
 
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MICETOMA: trata-se de uma infecção crônica rara, bastante debilitante, que 
pode ser causada por bactérias e por fungos, afetando principalmente a 
pele, tecido subcutâneo e ossos. A infecção é caracterizada pela formação 
de tumores que podem ser dolorosos e causar deformidades. 
 
A infecção é comum em regiões tropicais e subtropicais, onde as condições 
de vida e trabalho são precárias, e as pessoas são expostas a solos e 
materiais orgânicos contaminados. 
 
Agente: bactérias dos gêneros Actinomadura, Nocardia e Streptomyces, e 
fungos dos gêneros Madurella, Pseudallescheria, Aspergillus e Fusarium 
 
Patogenia e manifestações clínicas: formam-se abcessos que se 
estendem da pele até musculatura e ossos provocando deformidades e 
perda funcional. 
 
 
 
 
MICOSE DE JORGE LOBO (LOBOMICOSE): é uma doença infecciosa 
crônica fúngica, mais comum em países da América Latina, como Brasil, 
Colômbia e Venezuela, sobretudo em regiões de floresta tropical e 
subtropical. 
 
Afeta principalmente a pele e os tecidos subcutâneos, levando ao 
surgimento de nódulos, placas e lesões ulceradas na pele, que podem se 
espalhar para outras áreas do corpo. Os sintomas incluem coceira, dor, 
inflamação e supuração. 
Agentes: Lacazia loboi, Paracoccidioides loboi e Loboa loboi. 
Patogenia e manifestações clínicas: lesões granulomatosas com 
formação de nódulos queloidiformes (preenchidos por gordura) na face, 
pescoço, orelha, membros superiores e inferiores. Apresenta prurido e 
dor. Esta micose é bastante prevalente na região amazônica, e acomete 
homens e golfinhos 
 
. 
 
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MUCORMICOSE (zigomicose): é uma infecção fúngica rara e 
grave, causada por fungos encontrados no solo, em plantas e em 
matéria orgânica em decomposição. 
 
A doença pode afetar diferentes partes do corpo, incluindo o nariz, 
os olhos, o cérebro, os pulmões e os tecidos moles. 
 
Os sintomas dependem da localização da infecção, mas podem 
incluir dor, inchaço, vermelhidão, ulcerações, necrose e 
hemorragia. 
 
A doença é mais comum em pessoas com sistema imunológico 
enfraquecido, como pacientes com diabetes descompensado, 
câncer, HIV/AIDS, transplantados e pessoas em tratamento com 
corticosteroides. 
 
Agentes: fungos do gênero Rhisopus, Mucaralis e Obsídia. 
 
Os fungos frequentemente são adquiridos por aspiração dos 
esporos. 
 
Patogenia e manifestações clínicas: Atinge vasos sanguíneos 
provocando trombose e infarto das regiões afetadas, se dissemina 
pelo organismo, principalmente SNC e trato digestório, sobretudo 
quando há algum fator subjacente, como diabetes, tumores e uso 
de corticoides. 
 
 
 
PARACOCCIDIOIDOMICOSE (blastomicose sulamericana): é uma infecção 
fúngica sistêmica causada por fungo encontrado em solos contaminados com 
excrementos de animais, como roedores e cavalos. 
 
A doença é mais comum em países da América Latina, como Brasil, Colômbia, 
Venezuela, Argentina e Paraguai. 
 
Afeta principalmente pulmões, mas pode se disseminar para outras partes do corpo, 
como pele, gânglios, ossos e sistema nervoso central. 
Os sinais e sintomas incluem tosse, febre, sudorese noturna, perda de peso, lesões 
na pele, ulcerações na boca e dificuldade respiratória. 
 
Agente: Paracoccidioides brasiliensis. 
 
Patogenia e manifestações clínicas: A lesão inicial é pulmonar, disseminando-se 
para gânglios linfáticos, pele, mucosas oral e anal. 
 
O paciente frequentemente apresenta pneumonia com crises de tosse, 
expectoração e febre. A doença é de evolução lenta, mas a cura é bastante rara, 
mesmo com tratamento medicamentoso. 
 
 
 
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PIEDRA NEGRA: é uma micose superficial do cabelo causada por fungos do gênero 
Piedraia, que afeta principalmente os pelos da cabeça, barba e bigode. 
 
Existem duas formas de Piedra Negra: a Piedraia hortae, que produz nódulos duros 
escuros que se aderem firmemente ao cabelo, e a Piedraia quintana, que forma 
pequenos grãos esbranquiçados que se aderem ao cabelo. 
 
A infecção é mais comum em regiões tropicais e subtropicais, e geralmente é adquirida 
através do contato com objetos contaminados, como pentes, escovas e toalhas, ou pelo 
contato direto com pessoas infectadas. Os sintomas incluem coceira, descamação e 
perda de cabelo. 
 
Agente: Piedraia hortai e P. quintana 
 
Patogenia e manifestações clínicas: Forma nódulos de coloração escura nos fios do 
cabelo. Não apresenta sintomas e não promove a queda do cabelo 
 
 
 
PIEDRA BRANCA: é uma infecção fúngica superficial do cabelo, barba e pelos pubianos 
causada por fungo. É relativamente rara, e mais comum em áreas tropicais e subtropicais, 
como América Latina, África e sudeste da Ásia. 
 
Os sintomas incluem nódulos brancos ou amarelados aderidos aos pelos, que podem ser 
facilmente removidos com uma pinça. Eles não causam coceira ou inflamação e são 
geralmente assintomáticos, mas podem causar um desconforto estético. A infecção pode 
levar à fragilidade e quebra dos pelos afetados. 
 
Agentes: Trichosporum beigelli e T. cutaneum. 
 
Patogenia e manifestações clínicas: Forma nódulos de coloração amarelada e de 
consistência pastosa, principalmente nos pelos da barba, pubianos, axilares, do peito, e 
de outras áreas do corpo, incluindo cabelo. 
 
 
 
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PITIRÍASE VERSICOLOR (Micose de praia): é uma infecção fúngica causada por 
um fungo habitante normal da pele humana, que em condições normais não causa 
problemas, mas que em algumas pessoas pode proliferar e causar sintomas que 
incluem manchas brancas, castanhas ou rosadas na pele, geralmente no tronco e 
nos braços, que podem se unir e formar grandes áreas de descoloração. 
 
A pele afetada pode coçar e descamar, e os sinais e sintomas são geralmente 
piores no verão, quando o calor e a umidade favorecem o crescimento do fungo e o 
contraste da pele mais bronzeada destaca as áreas mais despigmentadas da pele, 
causadas pelo fungo. 
 
Agente: Malassezia furfur 
 
Patogenia e manifestações clínicas: As manifestações clínicas da pitiríase 
versicolor incluem manchas hipopigmentadas (mais claras) ou hiperpigmentadas 
(mais escuras) na pele, especialmente no tronco, pescoço, braços e rosto. As 
manchas podem ser escamosas ou não, e geralmente não causam coceira ou dor. 
A doença pode ser mais evidente durante o verão, quando a exposição solar pode 
tornar as manchas mais evidentes. 
 
A patogenia da doença ainda não é totalmente compreendida, mas sabe-se que a 
Malassezia spp. pode afetar a pigmentação da pele por meio da interação com os 
melanócitos, células produtoras de melanina responsáveis pela cor da pele. O fungo 
também pode produzir ácidos graxos que podem ter um efeito irritante sobre a pele, 
contribuindo para a formação das manchas características da doença. Fatores como 
calor e umidade podem favorecer a proliferação do fungo e, consequentemente, o 
desenvolvimento da doença. 
 
 
 
 
 
 
RINOSPORODIOSE: é uma infecção fúngica crônica que afeta principalmente as 
mucosas do nariz e, às vezes, da faringe. É causada por fungo encontrado em água 
doce e solo úmido de regiões tropicais e subtropicais. 
 
Os sintomas da rinosporidiose incluem a presença de um crescimento rosa ou 
vermelho no interior do nariz ou na faringe, que pode causar obstrução nasal, 
sangramento, dor e coceira. Em alguns casos, a infecção pode se espalhar para outras 
áreas do corpo, como os olhos ou a pele. 
 
Agente: Rinosporidium seeberi. 
 
Patogenia e manifestações clínicas: Forma lesão na mucosa nasal e ocular, 
formando massas avermelhadas, bastante vascularizadas e que sangram facilmente.Fungos - Prof. Américo Focesi Pelicioni - 10/3/2023 
 
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TINHAS ou TINEAS, conhecidas também como dermatofitoses, são infecções fúngicas que afetam a pele, cabelos e 
unhas, causadas principalmente por fungos do grupo dos dermatófitos, que se alimentam de queratina causando lesões 
na pele, descamação, coceira, vermelhidão, queda de cabelo e deformidades nas unhas. 
 
São altamente contagiosas, podendo ser transmitidas por contato direto com pessoas, animais ou objetos infectados. 
 
Dermatófitos são um grupo de fungos filamentosos que têm a capacidade de crescer e se proliferar em tecidos 
queratinizados, como cabelos, unhas e pele. Eles são os principais agentes causadores de micoses superficiais em 
humanos e animais e são classificados em três gêneros principais: Trichophyton, Microsporum e Epidermophyton. 
 
TINHA NEGRA OU PALMAR: é uma infecção fúngica crônica que afeta a 
camada mais externa da pele. 
 
É mais comum em áreas tropicais e subtropicais e é mais prevalente em pessoas 
com pele escura. 
 
Os sintomas da tinha negra incluem manchas escuras ou negras na pele, que 
geralmente aparecem em áreas expostas ao sol, como os braços, pernas e 
pescoço. As manchas podem ter uma textura áspera e podem crescer lentamente 
ao longo do tempo. 
 
A infecção pode ser assintomática ou causar coceira leve. 
 
Agentes: Hortaea werneckii, Exophiala werneckii e Clodosporium werneckii 
 
Patogenia e manifestações clínicas: Forma manchas acinzentadas ou 
acastanhadas nas palmas das mãos ou planta dos pés, com lesão descamativa, 
sem prurido. 
 
 
 
 
TINHA DA UNHA (onicomicose): é uma infecção fúngica que afeta as unhas das 
mãos e dos pés. 
 
É mais comum em adultos mais velhos e pessoas com diabetes ou problemas 
circulatórios. 
 
Os sintomas incluem descoloração, engrossamento, fragilidade e quebra da unha 
afetada. 
A infecção também pode causar dor ou desconforto ao caminhar ou usar sapatos 
apertados. 
 
Agentes: dermatófitos, principalmente Trichophyton rubrum e Trichophyton 
mentagrophytes, leveduras como Candida spp. e não dermatófitos como 
Scopulariopsis brevicaulis e Fusarium spp. 
 
Obs. Dermatófitos são um grupo de fungos filamentosos que têm a capacidade de 
crescer e se proliferar em tecidos queratinizados, como cabelos, unhas e pele. Eles 
são os principais agentes causadores de micoses superficiais em humanos e 
animais. 
 
Patogenia e manifestações clínicas: lesão que ocorre no bordo livre da unha 
(ponta), que se apresenta serrilhada, com acúmulo de material córneo, espesso e 
descolado, formando sulcos logitudinais ou transversais, sem brilho, e que se 
fragmenta facilmente. Quando a lesão é por Candida albicans ocorre reação 
inflamatória ao redor da base da unha, com coceira e dor. 
 
 
 
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TINHA DO PÉ (pé de atleta): é uma infecção fúngica que afeta a pele dos pés, 
especialmente entre os dedos, causando coceira, descamação e fissuras. 
 
Geralmente é causada pelo contato com um ambiente úmido, como vestiários e 
chuveiros. 
 
Os sintomas incluem coceira, vermelhidão, descamação, bolhas e fissuras na pele. 
 
A infecção pode se espalhar para outras partes dos pés, como as solas e os 
calcanhares. Em casos graves, pode haver dor e inflamação. 
 
Agentes: Epidermophyton floccosum, Trichophyton rubrum, Trichophyton 
mentagrophytes, Candida albicans, (raro) e Microsporum sp. (raro) 
 
Patogenia e manifestações clínicas: Lesão descamativa de localização plantar 
ou nos espaços interdigitais, com fissuras e acúmulo de material macerado, 
produzindo mau odor e coceira. 
 
 
 
 
TINHA CRURE (crural ou inguinal): é causada por fungos dermatófitos 
que se proliferam em ambientes úmidos e quentes. 
 
É mais comum em homens e pode ser transmitida por meio do contato 
com superfícies contaminadas como toalhas, roupas íntimas, pisos e 
bancos de vestiários. 
 
Os sintomas incluem coceira, vermelhidão, descamação, fissuras, bolhas 
e manchas escamosas na pele e em casos mais graves pode haver 
formação de crostas e ulcerações. 
 
Agentes: Epidermophyton floccosum, Tricophyton sp e Candida albicans 
 
Patogenia e manifestações clínicas: Lesão eritemato-descamatória na 
região inguinal, com prurido, bastante associado ao uso de roupas 
íntimas de material sintético. 
 
 
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TINHA DA BARBA (tinha barbae): é uma infecção fúngica que ocorre na barba e 
no pescoço em homens adultos. 
 
Pode se desenvolver em qualquer parte da barba, incluindo o queixo, bochechas, 
pescoço e lábios. 
 
Os sintomas incluem coceira, vermelhidão, descamação, pústulas, inchaço e 
lesões com crostas. A infecção pode se espalhar rapidamente e causar uma 
sensação de queimação na pele. 
 
Agentes:Tricophyton rubrum, Tricophyton mentagrophytes e Microsporum 
gypseum. 
 
Patogenia e manifestações clínicas: Lesão descamativa com prurido e queda do 
pelo da barba. 
 
 
 
 
 
TINHA DO CORPO (tinea corporis, tinea gladiatorum ou herpes 
cincinado): é uma infecção fúngica que afeta a pele do corpo. 
 
Pode ser transmitida pelo contato direto com a pele ou indireto por meio do uso 
de objetos pessoais contaminados, como roupas, toalhas e utensílios de banho 
ou a partir de animais como os cães. 
 
Os sintomas incluem manchas vermelhas e escamosas na pele, com bordas 
bem definidas e que podem coçar. 
 
À medida que a infecção se espalha, as manchas podem se tornar maiores e 
se fundir, formando uma erupção cutânea com crostas e bolhas. 
 
 
Agentes: Microsporum cannis, Microsporum gypseum, Tricophyton sp. e 
Epidermophyton floccosum 
 
Patogenia e manifestações clínicas: Lesão circular eritemato-descamativa, 
com evolução muito rápida. 
 
 
 
 
 
 
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TINHA DA CABEÇA (tinea capitis): é uma infecção fúngica que afeta o couro cabeludo e 
os cabelos. É mais comum em crianças, mas também pode ocorrer em adultos. 
 
Os sintomas incluem coceira intensa, vermelhidão, descamação da pele do couro cabeludo 
e perda de cabelo em algumas áreas. 
 
A infecção pode se apresentar de duas formas principais: uma forma escamosa, 
caracterizada por manchas escamosas, e uma forma inflamatória, caracterizada por lesões 
com pus e crostas. 
 
Agente: Tricophyton shöenleinii, outras espécies de Trichophyton e Microsporum 
 
Patogenia e manifestações clínicas: Lesão no couro cabeludo com odor fétido, que 
ocasiona a queda definitiva dos cabelos, e que pode se estender pelo corpo da pessoa. 
 
 
 
 
O link abaixo contém mais informações e fotos sobre diversas micoses humanas: 
http://books.scielo.org/id/23wpg/pdf/rodrigues-9788561673680-06.pdf 
 
 
 
 
http://books.scielo.org/id/23wpg/pdf/rodrigues-9788561673680-06.pdf

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