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DELEGADO CIVIL E FEDERAL CARREIRAS JURÍDICAS Damásio Educacional Disciplina: Direito Penal Professor: André Estefam Aula: 02| Data: 28/01/2019 ANOTAÇÃO DE AULA SUMÁRIO APLICAÇÃO DA LEI PENAL (continuação) 2.1.1. Reserva Legal (“lege scripta”) – continuação 2.1.2. Anterioridade (“lege praevia”) 2.1.3. Taxatividade 2.2 Aspecto material do princípio da Legalidade Contato Twitter: @andre_estefam APLICAÇÃO DA LEI PENAL (continuação) Os costumes de alguma forma podem ser utilizados em matéria penal? R: Podem servir como fonte indireta ou mediata. Em verdade, são utilizados de 2 maneiras possíveis: I. Elemento de interpretação: doutrina diz que deve se evitar ao máximo que eles sejam utilizados para análise do tipo penal. Por vezes não há como evitar a utilização deles. II. Fonte de normas permissivas: não posso estipular um crime baseado no costume (viola a legalidade), mas entende-se possível retirar um costume a partir de uma norma permissiva. Ex: trotes acadêmicos são considerados como situação de exercício regular de direito (Art. 23, III, CP – excludente de ilicitude, neste caso, baseada no costume). Ainda, no que tange ao tema Reserva legal, sobre a exigência de lei no sentido formal, precisamos pontuar de que lei estamos falando: Lei federal: A CF, em seu artigo 22 é muito clara ao dizer que Direito Penal é matéria de competência legislativa privativa da União. Para fins de tipificar condutas, somente Lei Ordinária e Lei Complementar. O CP foi recepcionado pela CF/88. Lei municipal: jamais! Lei estadual: excepcionalissimamente, O artigo 22 da CF/88, em seu parágrafo único, diz que a União, por meio de Lei complementar, pode delegar aos Estados o poder de editar leis, desde que estas tratem de pontos específicos das matérias do referido artigo 22. Assim podemos concluir que pode haver lei penal estadual válida. Seria possível a criação de um tipo penal mediante Medida Provisória? R: O artigo 62 da CF/88 é categórico neste tema, dizendo que não haverá medidas provisórias em matéria penal. O que se discute de fato é se não seria permitido Medida Provisória benéfica ao réu. Analisando a situação constante no Estatuto do Desarmamento (artigo 12- posse irregular), no caso do indivíduo com arma em casa sem o necessário registro e ele queira fazer a entrega espontânea para a Policia Federal, o Estatuto diz que haverá causa de extinção de punibilidade (artigo 32 – decorrente de medida provisória que foi convertida em Lei). Conclusão: Página 2 de 3 Pode haver sim Medida Provisória em matéria penal (apesar da CF/88 negar em seu artigo 62), como por exemplo o artigo 32 do Estatuto do desarmamento (cuidado! Utilize isso apenas em fase oral). Tratados ou convenções internacionais (ratificados pelo Brasil internamente) podem tipificar condutas? R: STF diz que documentos internacionais não podem tipificar condutas. O que temos como possibilidade é que a partir da definição contida no documento internacional, seja assim, uma ordem para que legislador brasileiro crie uma lei interna tipificando a conduta (mandado de criminalização). 2.1.2. Anterioridade (“lege praevia”) Lei tem que ser anterior a conduta. Proíbe-se assim a elaboração de leis penais “ex post facto” (leis posteriores ao fato}. A ideia de anterioridade ganha reforço na CF/88, em seu artigo 5º, XlX (irretroatividade da lei penal). 2.1.3. Taxatividade Sem ela não há segurança jurídica. Aqui exige-se Lei penal com conteúdo determinado. Em caso de tipo penal vago, a taxatividade resulta na proibição destes, pois você não consegue traçar o limite do que se enquadra ou não ali. Veda-se também as penas indeterminadas. A taxatividade permite o crime vago, que é aquele em que o sujeito passivo é um ente sem personalidade jurídica. Existe também o tipo aberto, que é aquele que tem amplo alcance, mas seu conteúdo é determinado (Isso ocorre em muitos crimes culposos). Ex: homicídio culposo está em um tipo aberto, pois há varias forma de imprudência, imperícia para causar a morte de alguém. 2.2 Aspecto material do princípio da Legalidade O que pode validamente ser punido no tipo penal. A doutrina destaca 3 princípios que devem servir de diretrizes: Princípio da alteridade: alteridade significa o outro. Só se pode se criminalizar condutas que atinjam bens jurídicos alheios. O Direito penal não pode punir quem faz mal a si mesmo. o Tentativa de suicídio: é fato atípico. A única situação punida no Brasil no que tange a suicídio é a participação em suicídio alheio. Para o CP, o suicídio, embora não seja criminoso é um ato ilícito (artigo 146, parágrafo 3º - Crime de constrangimento ilegal – A coação empregada para impedir o suicídio alheio não constitui constrangimento ilegal, porque ilegal é o suicídio, então a coação para impedi-lo é licita, legal). o Autolesão: é fato atípico (artigo 129, CP). A fraude contra seguro, que é o indivíduo que contrata seguro e se auto lesiona para receber o benefício, neste caso (artigo 171), visa atingir bem jurídico alheio, então não há ofensa ao princípio da alteridade. o Consumo de drogas: na lei 11.343/06, em seu artigo 28, temos o porte de drogas para consumo pessoal. Página 3 de 3 Enquanto o STF não concluir o julgamento adote a presunção de constitucionalidade das leis, neste caso, ou seja, presume-se que o artigo está em vigor e é constitucional. Princípio da Adequação Social Princípio da Insignificância:
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