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Resumo-Direito Penal Geral-Aula 01-Aplicação da Lei Penal-Andre Estefam

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DELEGADO CIVIL E FEDERAL 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
 
Disciplina: Direito Penal 
 Professor: André Estefam 
Aula: 01| Data: 28/01/2019 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
1. Introdução 
1.1 Breve história do Direito Penal positivo brasileiro 
2. Visão Geral do Título I da Parte Geral 
2.1 Princípio da Legalidade, artigo 1º, Código Penal 
2.1.1. Reserva Legal (“lege scripta”) 
 
Contato 
Twitter: @andre_estefam 
 
APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
 
1. Introdução 
 
A aplicação da Lei Penal está tratada na parte geral do Código Penal, artigo 1º a 12 (Título I). Esses artigos, sobretudo 
do 1º ao 6º tem maior incidência nas provas de delegado de polícia. 
O nosso Código Penal é um Decreto-lei (2848 de 07 de dezembro de 1940), que foi recepcionado pela Carta de 
1988. 
 
1.1 Breve história do Direito Penal positivo brasileiro 
 
As primeiras normas jurídicas positivadas que vigoraram no Brasil foram as Ordenações do Reino. Quando o Brasil 
foi descoberto, em 1500, estavam em vigor as Ordenações Afonsinas, que vigoraram até 1521. Elas foram sucedidas 
pelas Ordenações Manuelinas e finalmente pelas Ordenações Filipinas. 
Dentre as Ordenações citadas, as Filipinas foram aquelas que vigoraram no Brasil, pois de 1500 a 1521 - quando 
vigoraram as Ordenações Afonsinas - o Brasil não havia sido colonizado. 
 
Ordenações Filipinas, parte criminal, vigoraram de 1603 – 1830 → aplicação efetiva no Brasil. Tiradentes foi 
condenado a forca com base nas Ordenações Filipinas. 
Importante ainda mencionarmos que a pena de morte era imposta na maioria das penas nas Ordenações Filipinas. 
No século XV, quando surgiram as Ordenações Afonsinas, por ordem da Coroa, juristas tiveram a incumbência de 
organizar as leis vigentes no reino de Portugal. As leis foram compiladas em um só corpo e a isso se deu o nome de 
Ordenações do Reino. Todas as Ordenações eram divididas em livros. Eram 5 livros e o livro de número 5 referia-
se ao tema criminal. Em 1830 ocorreu a revogação do livro 5º das Ordenações e os demais livros continuaram a 
vigorar, por exemplo, a parte Civil vigorou no Brasil até 1916, começo do século XX. 
 
O Direito penal dentro das Ordenações do Reino tinha pena de morte e mescla de normais materiais com 
processuais: 
 
1ª. A maioria dos delitos era punido com morte. 
 
 
 
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2ª. Mesclava normas materiais (penais) e processuais. 
 
Abrindo o Livro 5º era possível encontrar a descrição de crimes e regras processuais. Por exemplo, o crime de 
estupro era denominado de crime de “forçamento”, para que a vítima do estupro (tinha que ser mulher) 
conseguisse permitir a instauração do processo contra o autor da conduta era necessário que, se não houvesse 
testemunha, ela saísse gritando que foi violentada até encontrar a primeira autoridade e se não encontrasse a 
autoridade ela tinha que encontrar 2 testemunhas, gritando que foi estuprada e mostrando os vestígios do estupro. 
E, se não houvesse testemunha ela não poderia dar início a um processo criminal. 
Em 1830 entrou em vigor o primeiro Código Penal, denominado de Código Criminal do Império. Dessa forma, 
revogou-se o livro 5º das Ordenações Filipinas. Houve dois antecedentes muito importantes, são eles: 
 
• 1822 – Declaração da Independência 
• 1824 – Constituição Imperial 
 
 CÓDIGO CRIMINAL DO IMPÉRIO DE 1830 
 
 Principais características do Código Criminal do Império de 1830. 
 
1. Manteve a pena de morte em crimes praticados em tempo de paz; 
2. Recebeu marcada influência do pensamento Iluminista; 
3. Organizado em parte geral e especial; 
4. Código conhecido como Imperial. 
 
Esse Código vigorou até 1890 quando foi sucedido pelo segundo Código Penal Brasileiro. 
 
 CÓDIGO PENAL BRASILEIRO DE 1890 
 
Antecedentes relevantes: 
 
→ 1888, abolição da escravatura. 
→ 1889, Proclamação da República - Código Penal. 
 
O Código do Império tratava o escravo como coisa, estabelecendo punições mais graves para os escravos em 
comparação aos livres. 
 
Com a Proclamação da República, houve a necessidade de reformulação de novas Leis, até mesmo uma nova 
Constituição. A Constituição Republicana não influenciou esse Código vez que foi editada em 1891. 
 
 civil 
 
 Tipos de pena de morte natural 
 
 morte cruel com fogo 
 
 morte para sempre 
 
 
 
 Página 3 de 4 
 
 O segundo Código Penal do Brasil foi elaborado em 1890 (entre a Proclamação da República e a edição da 
Constituição Republicana), mas foi o primeiro Código Penal Republicano. 
 
 Principais características do Código Penal Brasileiro de 1890: 
 
1. Abolição da pena de morte em tempos de paz; 
2. Por ter sido feito às pressas, continha diversas incongruências (falhas), necessitando de constantes ajustes 
pontuais para corrigir as falhas. 
 
Na Era Vargas, as edições eram consultadas no Diário Oficial, verificando-se assim todas as alterações que o Código 
Penal de 1890 vinha sofrendo. 
Então, o Governo Federal, em 1932, publicou no Diário Oficial, uma edição atualizada do Código Penal de 1890, 
dando ciência a todos os magistrados no Brasil. Esse trabalho recebeu o nome de Consolidação das Leis Penais de 
1932, entretanto, não é considerado um novo Código Penal. Atualmente poderíamos denominar de “Edição 
Atualizada do Código Penal”. 
 
 CÓDIGO PENAL 1940 
 
O Código Penal de 1940 foi o terceiro Código Penal Brasileiro, surgiu com a promulgação do Decreto-Lei 2848, em 
07 de dezembro de 1940 e contou com a participação de grandes juristas como Roberto Lira e Nelson Hungria. 
O Código Penal sofreu várias modificações. A mais importante modificação foi a reforma em 1984 da “Nova” Parte 
Geral (Lei 7209/84). Tivemos muitas mudanças ao longo de 2018 que alteraram o Código Penal: 
 
 Lei 13606/2018 
 Lei 13654/2018 
 Lei 13715/2018 
 Lei 13718/2018 
 Lei 13771/2018 
 Lei 13772/2018 
 
 CÓDIGO PENAL DE 1969 
 
Durante o período da ditadura militar no Brasil, houve a tentativa de reformar a legislação penal brasileira. O Código 
Penal de 1969, Decreto Lei 1004, foi elaborado com período vacatio legis extenso, 9 anos. E, a vacatio legis do 
Código Penal de 1969 era constantemente prorrogada, ocorrendo até 1978, quando foi finalmente revogado sem 
nunca ter entrado em vigor. 
 
 
 
ATENÇÃO! 
 
• Cumpre apontar que, no total, vigoraram apenas 3 Códigos Penais comuns no Brasil : 
 1830 
 1890 
 1940 
 
• Porém, considerando a legislação penal militar, totalizam 5 Códigos Penais , pois tiveram 2 Códigos 
Penais Militar . O Código Penal Militar atual é de 1969. 
 
 
 
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2. Visão Geral do Título I da Parte Geral 
 
Como se organiza o Título I da Parte Geral? 
 
 Princípio da Legalidade 
 Lei Penal no Tempo 
 Lei Penal no Espaço 
 Eficácia da Sentença Estrangeira 
 Disposições Finais 
 
2.1. Princípio da Legalidade, artigo 1º, Código Penal 
 
Tanto o Código Penal e a Constituição Federal, fazem referência ao Princípio da Legalidade. Tal princípio é uma 
relevante conquista para os Estados Democráticos de Direito, ou seja, não há democracia sem que se observe em 
matéria penal o Princípio da Legalidade, posto que ele assegura segurança jurídica a todos que se sujeitam a lei 
penal. 
No Código Penal figura no artigo 1º, Código Penal e na Constituição Federal, 1989, consta no artigo 5º, XXXIX. 
 
Artigo 5º, XXXIX, CF/88 - não há crime sem lei anterior que o defina, 
nem pena sem prévia cominação legal. 
 
Esse princípio, verdadeira cláusula pétrea foi concebido com uma cláusula bem clara, o de fornecer a todas as 
pessoas sujeitas a lei penal o mínimo de segurança jurídica. Tranquilidade mínima de ficarmos escudados de que 
não soframos penalidade criminal sem que o legislador tenha antes previsto. 
Para que esse ideal de segurança jurídica seja atingido, três aspectos precisam ser observados: 
Não há crime sem leianterior ao fato, esta lei deve conter a definição deste crime. 
O que vale para o crime, vale também par a pena. 
 
2.1.1. Reserva Legal (“lege scripta”) 
 
Exigência de lei em sentido formal. Lei aprovada com observância do processo legislativo fixado na Constituição. 
A reserva legal é como um subprincípio, trazendo consequências imediatas: 
 
I. Vedação do emprego de analogia e dos costumes para criar ou agravar punições: 
 
 Analogia que cria ou agrava, eu não posso utilizar em Direito Penal = Analogia “in malam partem”. 
 Analogia quando necessária para suprir uma lacuna e temos uma solução favorável ao réu é permitida = Analogia 
“in bonam partem”.

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