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3-Arquitetura hospitalar

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21/08/2023, 10:36 Arquitetura hospitalar
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02280/index.html# 1/57
Arquitetura hospitalar
Prof. Fábio Oliveira Bitencourt Filho
Descrição
Referenciais históricos da saúde e da arquitetura e sua relação físico-funcional no planejamento de
edificações para assistência à saúde.
Propósito
Compreender os métodos para o desenvolvimento de projetos de arquitetura para a Saúde e demais áreas
do conhecimento, como a Medicina, Engenharia Clínica e Gestão Hospitalar, servirão de base na formação
do estudante e contribuirão para a qualidade do profissional de gestão hospitalar.
Preparação
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, recomenda-se ter em mãos e realizar a leitura do Regulamento
Técnico para Planejamento, Elaboração, Avaliação de Projetos Físicos de Estabelecimentos Assistenciais de
Saúde (RDC nº 50/2002).
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Objetivos
Módulo 1
Função da arquitetura para a saúde
Identificar os aspectos históricos relacionados com a função da arquitetura para a saúde e as demandas
assistenciais para planejamento físico e funcional da edificação para a saúde.
Módulo 2
Planejamento físico dos estabelecimentos de saúde
Aplicar conceitos de conforto ambiental e de gerenciamento de risco para a melhor segurança dos
usuários dos ambientes de saúde.
Módulo 3
Conforto ambiental e gerenciamento de risco
Aplicar conceitos de conforto ambiental e de gerenciamento de risco para a melhor segurança dos
usuários dos ambientes de saúde.
Módulo 4
Manutenção e gerenciamento de edifícios para assistência à saúde
Ao final deste módulo, você será capaz de relacionar as normas técnicas da Resolução da Diretoria
Colegiada (RDC) nº 50/2002 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com planejamento,
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manutenção e gerenciamento dos espaços nas edificações para assistência à saúde.
As referências históricas dos cuidados com a saúde estabeleceram, ao longo do tempo, as
características e a necessidade das edificações para os serviços assistenciais. Da mesma forma,
serviram também para definir como a arquitetura pode contribuir para a qualidade dos novos
estabelecimentos hospitalares e demais serviços de atenção à saúde.
Os aspectos relacionados à arquitetura dessas edificações demandam cuidados específicos de
planejamento, programação e construção, assim como gerenciamento e manutenção, predial e de
equipamentos médico-hospitalares, que também são objetos desta disciplina.
A base formal do conhecimento necessário ao profissional de arquitetura responsável por atividades
de planejamento e elaboração de projetos arquitetônicos para ambientes de saúde recomenda
conhecer os aspectos históricos e demais informações que podem auxiliar na compreensão das
necessidades humanas no tratamento das doenças. Visa, portanto, capacitar o profissional de
arquitetura na elaboração da conceituação, da programação e do planejamento de projetos de
arquitetura que permitam o seu melhor funcionamento nos cuidados com a saúde das pessoas.
Introdução
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1 - Função da arquitetura para a saúde
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os aspectos históricos relacionados com
a função da arquitetura para a saúde e as demandas assistenciais para planejamento físico e
funcional da edi�cação para a saúde.
A concepção do espaço do hospital e da organização dos espaços interiores deve se dar a partir de
atividades relacionadas às necessidades da assistência à saúde, como o acolhimento e os cuidados com
todos os pacientes, e demais usuários, como os profissionais de saúde e até mesmo os visitantes.
Para trabalhar na elaboração de um projeto de arquitetura é importante utilizar a circulação como eixo
fundamental e estratégico para definir os fluxos e caminhos a ser percorridos pelos distintos usuários dos
serviços (pacientes, visitantes e profissionais de saúde) e ambientes de saúde. Essa estratégia deverá
facilitar significativamente a solução do desenho arquitetônico a ser elaborado pelo autor do projeto.
História, evolução e incorporação de novas tecnologias
nos ambientes de saúde
Para iniciar esse estudo, vejamos alguns aspectos relacionados à história da assistência à saúde que
contribuíram para a formatação das edificações hospitalares contemporâneas.

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Referências históricas da arquitetura hospitalar
Pátio interno do Hôtel Dieu.
O planejamento do espaço do hospital ganhou especial relevância a partir da reconstrução do principal
hospital de Paris, França, o Hôtel Dieu, ocorrido no século XIX, após um incêndio que o destruiu em 1772.
O projeto desse hospital contribuiu de forma fundamental para a utilização de conceitos que passaram a ser
vistos como revolucionários na forma como eram planejados os edifícios para atender às pessoas com
doenças até o final do século XVIII (BITENCOURT, 2017).
O filósofo Michel Foucault, em seu livro A microfísica do poder, publicado em 1988, apresenta, no capítulo
sobre o nascimento do hospital, sua percepção de que é nesse momento, ao final do século XVIII, que o
edifício hospitalar passaria a ter uma nova definição de formato com a denominação de vir a ser um
instrumento terapêutico, além da sua função arquitetônica.
Outro momento importante na transformação da arquitetura dos hospitais pode ser creditado à descoberta
da transmissão dos germes, em 1860, com os trabalhos de Louis Pasteur, que apresenta a necessidade de
combater o contágio e a transmissão de doenças.
Pasteur sustentava que a causa das doenças eram os microrganismos que deveriam ser combatidos por
medidas profiláticas. Isso revoluciona a concepção dos projetos hospitalares com a necessidade do
isolamento das patologias e dos respectivos doentes em edificações separadas, denominadas pavilhões
(BITENCOURT, 2017).
Surgiria a necessidade de organizar os espaços e a arquitetura por pavilhões, blocos, edifícios isolados na
função assistencial e, ao mesmo tempo, conectados pelos poucos serviços de apoio que os hospitais
ofereciam à época.
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Louis Pasteur.
Observe a seguir uma imagem que ilustra a vista aérea de um hospital construído baseado no design de
pavilhões:
Vista aérea mostrando o design de pavilhão do Royal Herbert Hospital, Inglaterra.
A arquitetura pavilhonar dos hospitais tinha como objetivo, portanto, vincular os espaços construídos aos
doentes acometidos por determinadas patologias para reduzir possíveis transmissibilidades. Sua definitiva
consolidação como tipologia construtiva para hospitais pode ser compreendida pela solução projetual do
Hospital Lariboisière, construído em 1839, também em Paris, projetado pelo arquiteto Gauthier, em 1839, e
inaugurado em 1854. O Lariboisière ainda é um marco da arquitetura hospitalar que permanece em
funcionamento como um dos mais importantes hospitais franceses.
O sistema de organização das edificações pavilhonares seria substituído progressivamente pelo modelo
monobloco a partir do início do século XX, tendo grande aplicação até a contemporaneidade. Essas
edificações hospitalares concebidas em blocos verticais acrescentaram modificações diversas com o uso
de placa horizontal, embasamento ou múltiplos blocos interconectados.
Nightingale e Semmelweis: contribuições à arquitetura
hospitalar
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Nesse período do século XIX ocorria também uma das mais revolucionárias atuações na arquitetura apartir
da medicina com a participação da jovem enfermeira anglo-italiana Florence Nightingale (1820-1910) que,
aos 23 anos, participou da Guerra da Crimeia, na atual Turquia, entre 1850 e 1854. Embora não tenham tido
contato nem se conhecido, Nightingale foi contemporânea do médico húngaro Ignác Fülöp Semmelweis
(1818-1865). Vamos, agora, conhecer as contribuições de ambos para a arquitetura hospitalar:
Enfermeira anglo-italiana Florence Nightingale.
Florence Nightingale (1820-1910)
Ela assumiu as responsabilidades de gestão assistencial aos feridos no Hospital Militar de Scutari, onde
obteve importantes resultados na recuperação dos pacientes e no controle de infecções em geral a partir
de modificações na arquitetura da edificação hospitalar.
Nightingale tratou a questão do conforto ambiental em edifícios hospitalares com importante ênfase e
descreveu em seu livro Notes on hospitals, publicado em 1863, diversas abordagens sobre a importância
dos cuidados com a iluminação, ventilação natural, temperatura e umidade do ar das enfermarias, além da
segurança do paciente.
Médico húngaro Ignác Fülöp Semmelweis.
Ignác Fülöp Semmelweis (1818-1865)
O médico húngaro Ignác Fülöp Semmelweis (1818-1865), pode ser considerado pioneiro dos
procedimentos antissépticos ao adotar o ato da lavagem de mãos antes da realização dos procedimentos
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obstétricos no Allgemeines Krankenhaus der Stadt Wien, o Hospital Geral de Viena.
A atitude do Semmelweis modifica o cenário dos cuidados em saúde e do que viria a ser denominado
prevenção e controle de infecções, a partir da preconização para os cuidados durante o parto e o
nascimento. Essa história está apresentada no trabalho muito bem organizado pelo escritor Sherwin
Nuland no livro A peste dos médicos.
As contribuições relativas aos cuidados com a assepsia e a lavagem de mãos realizadas antes de cada
procedimento em saúde recomendadas por Semmelweis viriam a ser transformadoras também no desenho
das edificações hospitalares. Esse procedimento passaria a determinar a necessidade de adequações
físicas da arquitetura para as novas edificações, incorporando ambientes e equipamentos para a lavagem de
mãos e a higiene pessoal.
As instalações sanitárias incluindo banheiros, lavatórios e lavabo cirúrgico passariam a ser projetados de
forma a demandar evolução importante e progressiva, chegando a exigir que, na atualidade, pudessem ser
acionadas dispensando o contato das mãos.
Referências hospitalares do Brasil
As preocupações com fluxos e circulações de Nightingale e Semmelweis viriam a beneficiar posteriormente
a arquitetura hospitalar na França e Inglaterra, e, por consequência, as novas construções que o Brasil
passaria a dispor para os cuidados com a saúde:
1498
Desde a existência das primeiras construções hospitalares no Brasil, as santas casas de
misericórdia sempre tiveram papel relevante decorrente da ocupação portuguesa e do modelo
de assistência à saúde utilizado pela irmandade de Nossa Senhora da Misericórdia criada em
Portugal, em 1498.
1543
A i i t ã B il f i H it l d S t C d Mi i ó di i d B
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A primeira construção no Brasil foi o Hospital da Santa Casa de Misericórdia, criado por Braz
Cubas, em 1543. Logo seriam construídas as edificações hospitalares de Vitória (1560),
Salvador (1549), Ilhéus (1564) e Rio de Janeiro (1582).
1808
Mas somente com a chegada da família real portuguesa, em 1808, aportando inicialmente em
Salvador, Bahia (22 de janeiro), e depois na cidade do Rio de Janeiro (8 de março), é que se
iniciaria um processo mais consistente de investimentos nos cuidados com a saúde e, por
consequência, na construção de hospitais.
1816
O mais importante investimento em construção seria a Santa Casa de Misericórdia do Rio de
Janeiro, sede da corte real e capital do Império. Esse projeto de arquitetura incorporaria o
conhecimento dos arquitetos da Missão Francesa que chegou em 1816 e, em especial, a
participação do arquiteto Grandjean de Montigny, que viria a ter importante papel no
desenvolvimento da arquitetura e do ensino da arquitetura no Brasil.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A partir dos referenciais históricos do nascimento do hospital como função assistencial de saúde no
final do século XVIII, após o incêndio do Hôtel Dieu, muitas contribuições surgiram para o
desenvolvimento de projetos para novos hospitais. Atualmente, durante a elaboração do projeto
arquitetônico, o arquiteto deve considerar prioritariamente os trajetos que os usuários utilizam para
acessar os ambientes em que cada atividade de atenção à saúde seja realizada. Para tal decisão faz-se
importante que:
A
Os pilares não podem ficar alinhados com as circulações e os consultórios
diferenciados.
B As circulações devem estar posicionadas como varandas indiferenciadas ao ar livre.
C
As circulações devem definir o eixo fundamental dos fluxos e caminhos a serem
percorridos.
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Parabéns! A alternativa C está correta.
Em referência aos aspectos relacionados à concepção do espaço do hospital, a circulação deve ser
considerada eixo fundamental para definição dos fluxos e caminhos a ser percorridos pelos distintos
usuários dos serviços (pacientes, visitantes e profissionais de saúde) nos ambientes de saúde. E deve
funcionar como sendo a conexão entre cada usuário e o seu respectivo local de interesse, aonde se
deseja chegar da forma mais segura e no menor tempo possível.
Questão 2
A descoberta da transmissão dos germes, em 1860, com os trabalhos desenvolvidos pelo cientista
francês Louis Pasteur, permitiu compreender que os ambientes e procedimentos poderiam ser também
transmissores das doenças. Estabelece-se a partir desse período a necessidade de controlar e
combater o contágio e a sua transmissão, o que, por consequência, faria surgir um novo formato na
tipologia das edificações hospitalares. Decorrente dessa percepção, pode-se afirmar que:
D O único eixo de acesso aos consultórios deve ser por varandas bem ventiladas.
E
A definição do eixo fundamental deve considerar a recepção do consultório
especializado para cada paciente.
A O embasamento dos prédios teria que ser em concreto armado
B A verticalidade das edificações passou a depender do ar-condicionado
C O claustro passa a ter salas de curativos semicirculares e abertas
D
O isolamento de patologias e doentes determinou o surgimento da arquitetura
pavilhonar
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Parabéns! A alternativa D está correta.
A descoberta da transmissão dos germes, em 1860, com os trabalhos de Louis Pasteur, revoluciona a
concepção dos projetos hospitalares com a necessidade do isolamento das patologias e dos
respectivos doentes em edificações separadas, denominadas pavilhões.
2 - Planejamento físico dos estabelecimentos de saúde
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car o planejamento físico dos
estabelecimentos de saúde.
Planejamento físico dos estabelecimentos de saúde
E O isolamento dos pacientes passou a ser feito nas unidades de terapia intensiva (UTI)
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Até meados da década de 1980, aceitava-se com naturalidade a terminologia hospitalar para definir todas
as ações de interferência arquitetônica em qualquer ambiente que servisse à prestação de serviço de saúde
e que necessitasse da atenção específica de profissionalde engenharia ou arquitetura.
Independentemente das características dos serviços que essas edificações contemplassem
(procedimentos clínicos ou cirúrgicos, consultas ambulatoriais médicas e não médicas, laboratórios e
outros), a conceituação genérica, arquitetura hospitalar, vinculava-se imediatamente à prática de
intervenções em ambientes de saúde.
Acompanhe a seguir a evolução dos termos referentes à arquitetura e aos ambientes para a saúde:

Referência primitiva genérica
Arquitetura hospitalar.

Referência contemporânea (século XX)
Arquitetura para ambientes de saúde ou estabelecimentos assistenciais de saúde (EAS).

Referência contemporânea (século XXI)
Arquitetura para ambientes de serviço de saúde.
Quando da publicação da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 50, assinada em 21 de fevereiro de
2002, consolida-se a nova denominação de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS) a partir do
firmado no próprio título da norma que “dispõe sobre o regulamento técnico para planejamento,
programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde”.
Na RDC, os termos “hospital” e “estabelecimentos assistenciais de saúde” são apresentados no glossário
com os seguintes conceitos (ANVISA, 2004):
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Hospital
Estabelecimento de saúde dotado de internação, meios diagnósticos e terapêuticos, com o objetivo de
prestar assistência médica curativa e de reabilitação, podendo dispor de atividades de prevenção,
assistência ambulatorial, atendimento de urgência/emergência e de ensino/pesquisa.
Estabelecimento assistencial de saúde (EAS)
Denominação dada a qualquer edificação destinada à prestação de assistência à saúde à população que
demande o acesso de pacientes, em regime de internação ou não, qualquer que seja o seu nível de
complexidade.
A adequação contemporânea dos termos recomenda que a arquitetura seja
concebida e direcionada para a realização de serviços para a saúde. Assim,
recomenda-se o termo arquitetura de ambientes para serviços de saúde ou
arquitetura para a saúde como forma mais adequada de se referir ao assunto.
EAS
Em 2004, o Ministério da Saúde publicou seu Glossário: projeto terminologia em saúde, com algumas das
descrições de unidades de saúde abaixo, complementadas com terminologias mais contemporâneas, como
veremos a seguir.
Estabelecimento de saúde destinado a prestar assistência médica e hospitalar a pacientes em
regime de internação.
Hospital 
Hospital-dia geriátrico 
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Forma intermediária de assistência à saúde situada entre a internação hospitalar e a assistência
domiciliar, podendo, também, se complementar a esta última. Visa assistir àqueles idosos cujas
necessidades terapêutica e de orientação para cuidados não justificam sua permanência contínua
em ambiente hospitalar.
Estabelecimento de saúde destinado a prestar assistência médica em uma ou mais especialidades.
Estabelecimento que presta assistência própria do hospital local, além de outras especialidades, a
pacientes de sua área programática.
Unidade de saúde que presta assistência a uma população determinada, estimada em até 2 mil
habitantes, utilizando técnicas apropriadas e esquemas padronizados de atendimento. Essa unidade
não dispõe obrigatoriamente de profissionais de nível superior no seu quadro permanente. A
assistência é prestada por profissionais de nível médio ou elementar, com apoio e supervisão dos
centros de saúde de sua articulação.
Serviços de saúde de caráter aberto e comunitário constituídos por equipe multiprofissional que atua
sobre a ótica interdisciplinar e realiza prioritariamente atendimento às pessoas com sofrimento ou
transtorno mental, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras
drogas, em sua área territorial, seja em situações de crise, seja nos processos de reabilitação
psicossocial. A Portaria nº 336, de 19 de fevereiro de 2005, estabelece as modalidades de CAPS e
Hospital especializado 
Hospital regional 
Posto de saúde 
Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) 
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equipe mínima. Modalidades existentes: CAPS I, CAPS II, CAPS III, CAPS i, CAPS AD (Álcool e
Drogas).
Unidade destinada a prestar assistência à saúde de uma população determinada, contando com uma
equipe de saúde interdisciplinar em caráter permanente, com médicos generalistas e/ou
especialistas.
Estabelecimento composto por um centro de saúde e unidade de internação com características de
hospital local.
Estabelecimentos de saúde criados com o objetivo de fazer a intermediação entre as unidades
básica de saúde e os hospitais com funcionamento 24 horas por dia em todos os dias da semana.
Portaria nº 1.020 do Ministério da Saúde, de 13 de maio de 2009.
Edificações de assistência à saúde vinculadas ao programa denominado Estratégia de Saúde da
Família (ESF).
Unidades de saúde de caráter residencial destinadas ao domicílio coletivo de pessoas com idade
igual ou superior a 60 anos, com ou sem suporte familiar e em condições de liberdade, dignidade e
Centro de saúde 
Unidade mista 
Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 
Unidade Básica de Saúde (UBS) 
Instituições de Longa Permanência para Idoso (ILPI) 
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cidadania. As normas de funcionamento estão estabelecidas na RDC nº 283, de 26 de setembro de
2005.
Entre as soluções dos programas previstos pelo Ministério da Saúde, a Saúde da Família (SF), criada em
1994, consolidou-se como a “estratégia de organização da Atenção Básica do Sistema Único de Saúde
(SUS) propondo uma mudança de modelo e contribuindo para a efetiva melhoria das condições de vida da
comunidade” (BRASIL, 2008, p. 8).
Para atender à elaboração de projetos foi publicado o Manual de estrutura física das unidades básicas de
saúde da família com as informações técnicas adequadas à realidade local, ao quantitativo da população e
ao número de usuários esperados.
No Rio de Janeiro, foram criadas as clínicas de saúde da família a partir de 2009, projeto dos arquitetos
Jozé Cândido e Alexandre Pessoa, que utilizaram um sistema construtivo modular adaptável às
características dos terrenos.
Esquema dos módulos e soluções de implantação das Clínicas de Saúde da Família.
A programação físico-funcional e o projeto
Assim como na elaboração da concepção arquitetônica que permitisse o desenvolvimento de determinada
atividade, o edifício representa o produto mais significativo da produção do arquiteto. A marcante
individualidade da tipologia de cada prédio estará significativamente vinculada tanto aos elementos
estruturadores da conceituação lógica quanto ao planejamento das funções e atividades às quais se
destina.
A organização das informações preliminares com vistas à elaboração do projeto do edifício e a
representação das demandas físicas e das aspirações formuladas pelos clientes definem o programa de
necessidades arquitetônicas ou, conforme a RDC nº 50, programa físico-funcional.
DC nº 50 programa físico-funcional
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Esse programa pode ser descrito como um conjunto de características e condições necessárias ao
desenvolvimento das atividades dos usuários da edificação e deve conter a listagem de todos os ambientes
necessários à realização das atividades propostas.
Etapas do projeto para EAS
Apresentamos, a seguir, a síntese das etapas do projeto para arquitetura para a saúde conforme
apresentado na RDC nº 50/2002 da Anvisa:
Conceitual
Programa de necessidades
Conjunto de característicase condições necessárias ao desenvolvimento das atividades dos
usuários da edificação que definem e originam a proposição para o empreendimento ser
realizado; Contém a listagem de todos os ambientes necessários das atividades; Plano geral
de necessidades, pré-dimensionamentos de áreas, equipamentos prediais e especiais.
Estudo preliminar
Anteprojeto
Estudo para assegurar a viabilidade técnica a partir dos dados levantados no programa de
necessidades, bem como de eventuais condicionantes do contratante; Projeto de arquitetura
e instalações prediais, relatório técnico de atividades e pré-dimensionamento de custos;
Memorial técnico com justificativa do partido adotado e da solução escolhida.
Básico
Projeto básico
C j t d i f õ té i á i t i i b
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A RDC nº 50/2002: atividades e programação físico-funcional
A publicação da RDC nº 50/2002 possibilita conhecer, no Capítulo 2, “Organização físico- funcional”, as
atribuições e atividades desenvolvidas nos diversos tipos de EAS. Essas atribuições podem ser as
geradoras das atividades a ser realizadas ou, simplesmente, caracterizar os ambientes (ANVISA, 2014).
Representação esquemática das oito atribuições de assistência à saúde previstas na RDC nº 50/2002.
Vejamos, a seguir, as oito atribuições dos estabelecimentos assistenciais de saúde previstas na Resolução
RDC nº 50/2002 (ANVISA, 2014, p. 37).
1. Prestação de atendimento eletivo de promoção e assistência à saúde em regime ambulatorial e de
hospital-dia – Atenção à saúde incluindo atividades de promoção, prevenção, vigilância à saúde da
Conjunto de informações técnicas necessárias para caracterizar os serviços e obras;
Elaborado com base no estudo preliminar, apresentar o detalhamento para a definição e a
quantificação dos materiais, equipamentos e serviços relativos ao empreendimento;
Demonstrar a viabilidade técnica da edificação, custo dos serviços e obras, métodos
construtivos e cronogramas.
Executivo
Projeto construtivo
Deverá apresentar todos os elementos necessários à realização do empreendimento,
detalhando todas as interfaces dos sistemas, instalações e seus componentes
complementares.
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comunidade e atendimento a pacientes externos de forma programada e continuada.
2. Prestação de atendimento imediato de assistência à saúde – Atendimento a pacientes externos em
situações de sofrimento sem risco de morte (urgência) ou com risco de morte (emergência).
3. Prestação de atendimento à saúde em regime de internação – Atendimento a pacientes que necessitam
de assistência direta programada por período superior a 24 horas (pacientes internos).
4. Prestação de atendimento de apoio ao diagnóstico e terapia – Atendimentos a pacientes internos e
externos em ações de apoio direto ao reconhecimento e recuperação do estado de saúde (contato
direto).
5. Prestação de serviços de apoio técnico – Atendimento direto e assistência à saúde em funções de apoio
(contato direto).
�. Formação e desenvolvimento de recursos humanos e de pesquisa – Atendimento direta ou
indiretamente relacionado à atenção e assistência à saúde em funções de ensino e pesquisa.
7. Prestação de serviços de apoio à gestão e execução administrativa – Atendimento ao estabelecimento
em funções administrativas.
�. Prestação de serviços de apoio logístico – Atendimento ao estabelecimento em funções de suporte
operacional.
Nessas atribuições, as atividades referentes aos ambientes consolidam-se
gradativamente a partir de cada etapa da prestação dos serviços de saúde. São,
além disso, formatadas desde o simples atendimento ambulatorial até as ações
mais complexas, como os serviços de urgência e/ou de emergência.
Após a definição do programa de necessidades arquitetônicas para a edificação em estudo, o autor do
projeto deverá utilizar as tabelas da Parte III – Programação Físico-Funcional dos Sistemas de Saúde no
Capítulo 2 – Dimensionamento, Quantificação e Instalações Prediais dos Ambientes da RDC nº 50/2002,
que apresentam uma ampla listagem dos ambientes adequados e compatíveis com os diversos
estabelecimentos assistenciais de saúde. Todas as informações estão reunidas em tabelas por grupo de
atividades.
As referidas tabelas permitem a elaboração de programas arquitetônicos dos mais diversos tipos de EAS –
do posto de saúde ao mais complexo hospital de especialidades –, cabendo ao autor do projeto estabelecer
a identificação do ambiente, a quantidade de salas do respectivo ambiente e, finalmente, verificar as
dimensões mínimas para seu dimensionamento e construção.
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Saiba mais
O programa de uma clínica da família, um hospital ou de um posto de saúde também será modificado de
acordo com as atividades previstas para sua realização.
As demais informações para o dimensionamento (área mínima, afastamentos, distâncias, ambientes de
apoio), assim como as instalações prediais necessárias (elétrica, água fria, água quente, vapor, gás
combustível, oxigênio, óxido nitroso, ar comprimido medicinal, vácuo clínico e outros), encontram-se
disponíveis e organizadas em colunas específicas da própria tabela “instalações”. A seguir, organizamos de
maneira detalhada as orientações para utilização das tabelas de ambientes da RDC nº 50/2002:
Passo 1
Devemos procurar na RDC nº 50/2002 qual o número da atividade que será exercida. Quanto mais
próximo do 1, mais elementar será aquela unidade/ambiente.
Passo 2
Todo nome de unidade/ambiente elucida de maneira básica o que está previsto para ocorrer. Por exemplo,
na sala de imunização, vacinas e soros serão ministrados.
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Passo 3
Ainda é necessário compreender quantos espaços devem ser destinados àquela ação. Logo, destina-se
uma sala específica para demonstração e educação em saúde, por exemplo, como higienizar as mãos
adequadamente.
Passo 4
Algumas unidades/ambientes possuem metragens já preestabelecidas e devem ser respeitadas visando
ao correto dimensionamento, isto é, não há falta nem excesso de espaço. Outros, por sua vez, preveem
uma relação por usuário.
Passo 5
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Por fim, as instalações são semelhantes às residências. Sabemos que na área da cozinha deve haver
pontos de eletricidade, água, gás. Mas, em quarto simples, apenas pontos de eletricidade. O mesmo serve
para unidade/ambiente (p. 37-38).
nstalação
Com vistas ao planejamento geral de edificações para serviços assistenciais de saúde devem ser
considerados os fatores a seguir para se obter o melhor resultado.
Primeiramente, o projeto deve basear-se em conceitos de expansividade e flexibilidade:
Expansibilidade
O planejamento da expansão deve ser concebido no momento do projeto, pois os hospitais são obras
inacabadas e em constante transformação funcional e física.
Flexibilidade
O projeto deve ser concebido com soluções e conceitos que permitam alterações mais fáceis e
rápidas, com tecnologias que apresentem novos materiais e facilidades.
Dito isso, devemos ainda elencar mais alguns fatores que possibilitam melhores resultados para o
planejamento geral de edificações para serviços assistenciais de saúde. São eles:
Humanização

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Os projetos arquitetônicos dos edifícios para a saúde devem propor espaços capazes de eliminar, reduzir ou
controlar os fatores de estresse e desconforto produzidos por serviços de saúde. As propostas ambientais
devem remeter ao paciente a percepção devalores e bem-estar em seu contexto diário, por meio da
valorização do conforto e da qualidade de vida dos edifícios.
Acessibilidade
Utilização dos conceitos de design universal decorrente das recomendações da NBR nº 9050/2015, norma
reguladora criada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que define os aspectos de
acessibilidade a ser observados nas construções urbanas – em especial nas edificações destinadas à
função assistencial de saúde (ABNT, 2020).
Sustentabilidade
Considerar como prioridade a aquisição de materiais e tecnologias que tenham a identificação de
reciclabilidade, economicidade energética e possibilidade de reutilização.
Segurança do paciente
Promover ambientes seguros é um compromisso que cabe à arquitetura e à engenharia da mesma forma
que aos profissionais de saúde cabe o direito de ter estruturas que permitam condições práticas para a
segurança do paciente.
Assim como os demais princípios inerentes à solução de desenho para o edifício para a saúde e que sejam
relacionados às condicionantes qualitativas, a composição estética e plástica do edifício, ou seja, sua
plasticidade, é fundamental e sem as quais a arquitetura não existe. Além disso, a funcionalidade pode ser
entendida como o propósito da edificação e eixo fundamental da sua existência.
Importante destacar que a ordem dos fatores apresentados não é,
necessariamente, a ordem de valor ou de prioridade nas edificações para atenção
aos serviços de saúde.
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Sistema de Apoio à Elaboração de Projetos de Investimentos em Saúde (SomaSUS)
O SomaSUS foi criado em 2004 pelo Ministério da Saúde, por meio da Anvisa, para servir como elemento
estratégico e facilitador do planejamento, da gestão e da organização dos projetos de investimentos em
saúde.
Os arquitetos passaram a ter uma forma de pesquisa rápida e eficiente para obter parâmetros essenciais na
elaboração de projetos de adequação física dos espaços de saúde.
De acordo com o SomaSUS, são parâmetros essenciais para a elaboração de projetos e adequações físicas
de arquitetura de ambientes para serviços de saúde:
Apresenta lista de unidades funcionais e ambientes, baseada na lógica das oito atribuições e
atividades desenvolvidas nos diversos tipos de EAS e estabelecidas na RDC nº 50/2002.
Atribuição é um conjunto de atividades e subatividades específicas, que corresponde a uma
descrição resumida da organização técnica do trabalho na assistência à saúde.
Estabelecida e apresentada de acordo com a programação arquitetônica dos ambientes de EAS e da
RDC nº 50/2002.
Os serviços são organizados por atribuição e atividades assistenciais de saúde.
Apresenta os tipos de resíduos gerados em cada ambiente dos Estabelecimentos Assistenciais de
Saúde (EAS) e as possíveis formas de tratamento, e obedecem à classificação das principais normas
vigentes: RDC nº 306/04 e Resolução do CONAMA nº 358/05.
Por atribuição 
Por tipologia 
Por resíduo 
Por equipamento 
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Possibilita a consulta às fichas descritivas de mais de quinhentos equipamentos cadastrados na
base dos dados do SomaSUS com informações sobre as características principais que devem ser
consideradas na elaboração de especificações técnicas dos equipamentos, além de margens de
preços e parâmetros populacionais.
Entre as diversas abordagens disponíveis no SomaSUS, destacam-se os aspectos a seguir.
Informações sobre população de estados e municípios, e a situação atual de sua inserção nos planos
diretores de regionalização (PDRs).
Tipos possíveis de serviços de saúde e seus respectivos ambientes físicos.
Orientações básicas sobre fluxos e orientações de acessos aos ambientes.
Tipos e quantidades de equipamentos, materiais permanentes, custos estimados e especificações
técnicas mínimas, por ambiente de localização.
Pré-dimensionamentos e dimensões mínimas necessárias a cada ambiente, segundo a RDC nº 50.
Referências bibliográficas e normas relativas à infraestrutura de EAS.
Dica
O acesso eletrônico ao SomaSUS pode ser realizado por meio do endereço eletrônico (saude.gov.br)
disponível e universal, com referências de representação gráfica dos ambientes apresentados em cada ficha
(BRASIL, 2014).
Planejamento físico dos estabelecimentos de saúde
No vídeo a seguir, conheceremos aspectos de compreensão dos diversos ambientes e níveis de
complexidade das edificações destinadas à assistência à saúde no Brasil.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Um componente importante para compreender a dimensão da intervenção arquitetônica a ser realizada
em uma edificação hospitalar em qualquer nível de complexidade refere-se à função de identificar as
demandas assistenciais de saúde com o nível de planejamento físico-funcional da edificação. Entre as
soluções possíveis aos cuidados básicos de saúde é possível identificar as seguintes edificações:
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Parabéns! A alternativa D está correta.
Em conformidade com as diretrizes das edificações de assistência à saúde vinculadas ao programa
denominado Estratégia de Saúde da Família (ESF), as Unidades Básicas de Saúde (UBS) são as
edificações sem internação onde se encontram as clínicas de saúde da família; postos de saúde e os
Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), entre outros.
Questão 2
A evolução dos termos que se referem aos edifícios para cuidados em saúde sofreu modificações ao
longo e ao mesmo tempo que as normas oficiais do Ministério da Saúde do Brasil e da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), criada em 1998, também se estabeleciam como responsáveis
pelas respectivas questões técnicas relacionadas. Qual é a norma para projetos físicos de
estabelecimentos assistenciais de saúde em vigor no país?
A Instituto especializado em neurologia; hospital-dia geriátrico; CAPS.
B Hospital regional; hospital geral; instituto de geriatria.
C Hospital maternidade de alta complexidade; hospital regional; hospital-dia geriátrico.
D Clínica de saúde da família; posto de saúde; CAPS.
E Clínica de hemodiálise e diálise peritoneal; hospital de base; hospital regional.
A RDC nº 50 de 21 de fevereiro de 2002
B Portaria do Ministério da Saúde nº 1884, de 11 de novembro de 1994
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Parabéns! A alternativa A está correta.
A publicação da RDC nº 50 foi assinada em 21 de fevereiro de 2002, com a denominação de EAS para
qualquer edificação para atender às necessidades de cuidados com saúde, e “dispõe sobre o
regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de
estabelecimentos assistenciais de saúde” (ANVISA, 2004, p. 152).
3 - Conforto ambiental e gerenciamento de risco
Ao �nal deste módulo, você será capaz de aplicar conceitos de conforto ambiental e de
gerenciamento de risco para a melhor segurança dos usuários dos ambientes de saúde.
C Portaria do Ministério da Saúde nº 1884, de 21 de fevereiro de 2008
D Portaria do Ministério da Saúde nº 1884, de 21 de novembro de 2020
E RDC nº 50 de 11 de novembro de 1994
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Contextualizando o conforto: referenciais históricos
A origem do termo conforto se explica pelo verbo confortar, do latim confortare, e tem a mesma origem que
força. “Levar força” significava consolar.
Tais informações estão apresentadas na publicação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa),
que descreveo conteúdo do livro La casa: história de una idea, do arquiteto canadense Witold Rybczynski,
que apresenta o momento aproximado em que o termo comfort, em inglês, passa a referir-se ao ambiente
da casa, nas áreas rurais da Inglaterra do início do século XVIII (BITENCOURT, 2014).
Comentário
Uma importante referência aos aspectos relacionados ao conforto das pessoas em ambientes de saúde,
especialmente as internadas, é apresentada por Florence Nightingale em seu livro Notas sobre enfermagem
(Notes on nursing), escrito em 1859, após a sua experiência como enfermeira no Hospital Militar de Scutari,
atual Istambul, durante a Guerra da Crimeia. Ela relaciona o conceito contemporâneo de conforto ao que era
apresentado como “capricho dos pacientes” em suas demandas e necessidades durante a internação
hospitalar.
Conforto humano em ambientes de saúde
Ao contrário da sensação de desconforto, o conforto ambiental não é uma percepção facilmente
mensurável. Resultado da harmonia de vários condicionantes – higrotérmicos, acústicos, visuais, olfativos,
da qualidade do ar, entre outros –, ela também pode propiciar a integração do homem (usuário) a seu meio,
possibilitando a otimização e segurança do seu desempenho.
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Estudos desenvolvidos sobre os aspectos de conforto humano têm demonstrado
que condições desfavoráveis, como excesso ou a ausência de calor, umidade,
ventilação e renovação do ar, ruídos intensos e constantes, e condições lumínicas
inadequadas, podem representar uma grande fonte de tensão no desenvolvimento
das atividades de trabalho. Para cada uma das variáveis ambientais (luz, clima,
ruídos, odores...) há características específicas que são mais ou menos
facilitadoras.
Em edificações para serviços de saúde, onde é frequente a ocorrência de situações críticas e estressantes
envolvendo relações interpessoais e indivíduos com algum grau de sofrimento físico e/ou psíquico, os
fatores ambientais que definem as condições de conforto (acústica, visual, higrotérmica e ergonômica)
assumem responsabilidades significativas durante o desenvolvimento da concepção arquitetônica.
As dimensões definidas pelas diversas legislações que conformam e determinam a construção do espaço
para serviços de saúde estão estabelecidas sob padrões de conforto que privilegiaram os profissionais de
saúde e os fatores vinculados ao limpo ou ao científico, muito mais que à valorização dos aspectos de
sensibilidade e de expectativa de conforto do usuário. Este é um grande desafio: encontrar o equilíbrio entre
as demandas dos diversos usuários dos ambientes de saúde e suas distintas demandas.
A busca do equilíbrio entre as determinações dos regulamentos existentes e as normas técnicas, aliada à
diversidade ambiental, social e cultural, representa algumas das estratégias que a Anvisa procurou
implementar por meio RDC nº 50/2002.
Saiba mais
Ante as inovações tecnológicas da área de saúde, os novos equipamentos para a engenharia hospitalar,
além dos novos conceitos e procedimentos na assistência à saúde, as normas técnicas e os regulamentos
oficiais vivem a contínua dependência de se atualizar.
Na RDC nº 50/2002, o conforto está integrado ao conteúdo da Parte III, em que os sistemas de controle
ambientais são apresentados em duas dimensões: a endógena e a exógena (ANVISA, 2014, p. 105).
Dimensão endógena
Refere-se ao edifício em sua finalidade de criar condições desejáveis de salubridade a partir do
distanciamento das pessoas das variáveis ambientais externas. Soluções possíveis: proteção solar (brise
soleil), sistemas artificiais de climatização (resfriamento ou calefação); iluminação artificial ou natural;
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ventilação natural; soluções para conforto acústico; qualidade do ar; adequações ergonômicas para os
usuários (pacientes, profissionais de saúde ou visitantes); e outros.
Dimensão exógena
Observa os impactos causados pelas construções no meio ambiente externo alterando, de forma positiva
ou negativa, suas condições climáticas naturais. Soluções que podem ser exemplificadas pelo impacto de
ruídos no entorno da edificação hospitalar; intensidade do sistema viário periférico; contribuições à poluição
ambiental; aumento da contribuição ao sistema hidrossanitário local; produção de resíduos sólidos e
hospitalares; e outros.
Para se estabelecer o controle sobre tais dimensões é importante utilizar as normas da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e demais organismos reguladores, regulamentos oficiais relativos à
higiene e segurança do trabalho.
Além da RDC nº 50/2002, é fundamental consultar a NBR nº 9050/ABNT, que estabelece os critérios de
acessibilidade em quaisquer estabelecimentos assistenciais de saúde, como:
a NR nº 32, que trata da implementação de medidas de proteção e segurança aos trabalhadores que
exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral; e
a NR nº 17, estabelecida pela Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho (MT),
que trata de ergonomia (assunto que será explorado mais adiante).
A arquitetura para a saúde tem, portanto, a oportunidade de contribuir para transformar os processos
críticos, as experiências projetuais e a percepção técnica e funcional em espaços construídos para a
finalidade do acolhimento humano de forma acessível, saudável e tecnicamente segura.
Conforto e ambientes para a saúde
A concepção do projeto deve contemplar a satisfação do usuário por meio dos diversos aspectos do
conforto ambiental: visuais, higrotérmicos, acústicos, lumínicos, olfatórios e ergonômicos.
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Fatores ambientais referentes à percepção de conforto humano.
Ante as características de natureza física e química que compõem os denominados fatores ambientais,
deve-se considerar, prioritariamente, a sua influência sobre a saúde, a segurança e o conforto das pessoas.
Importante observar também o quanto esses mesmos fatores podem impactar
negativamente na saúde das pessoas.
Ressalte-se a vinculação com o desenho do espaço com os elementos funcionais e estéticos, com o
tratamento paisagístico, o uso das cores e os demais componentes de conforto vinculados ao conceito da
humanização na assistência à saúde.
Deve ser destacado que o valor da humanização ultrapassa o uso de elementos decorativos de ambientes
utilizados com frequência em hospitais e apresentados como sua dimensão humanizadora.
Os projetos e programas com ações favorecedoras da humanização da assistência em ambientes de saúde
têm se multiplicado de forma crescente no Brasil, como resultado dos trabalhos e demandas desse conceito
da relação entre o paciente, os profissionais de saúde e o ambiente hospitalar.
Recomendação
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o estudo dos fatores ambientais que produzem a
síndrome do edifício doente (definida pela sigla SBS, oriunda do inglês sick building syndrome – SBS),
conjunto de moléstias ou enfermidades (dor de cabeça, astenia, falta de concentração e de rendimento
laboral, sequidão da pele e das mucosas, ardência dos olhos, tosses contínuas e outras) que podem se
manifestar em pessoas durante a permanência no interior de determinadas edificações.
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Durante o período da pandemia de Covid-19, declarada pela OMS, a partir de 11 de março de 2020, a
preocupação com a qualidade do ar interior (QAI) ganhou relevância e ampliou a discussão para todas as
edificações que dependem de sistemas artificiais de climatização.
Para os estabelecimentos assistenciais de saúde no Brasil, esse tema já havia sido abordado pelo Ministério
da Saúde desde a publicaçãoda Portaria nº 3.523, de 28 de agosto de 1998, quando foi indicada a
necessidade de controle sobre a QAI.
A pandemia do novo coronavírus ampliou a necessidade de que:
Nessas circunstâncias, estabelece-se a necessidade de se agregar conforto ao ambiente de trabalho e
cuidados em saúde, observando as condições de segurança que o sistema de ventilação pode promover.
O conforto se apresenta capaz de produzir relevantes resultados para a humanização da assistência à
saúde, de acordo com os seguintes aspectos:
1. Pode promover a redução do estresse e da fadiga dos profissionais de saúde e melhoria da eficácia
assistencial.
2. Pode melhorar a segurança do paciente.
Os ambientes sejam desenhados caso a caso.
Os consultórios atendam às características das diversas especialidades médicas.
Cada clínica exija a sua adequação.
As unidades de UTI e as demais áreas críticas do edifício hospitalar exerçam a atenção do
cuidado específico na sua implantação e compatibilização tecnológica.
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3. Pode reduzir o estresse no paciente e ampliar a possibilidade do êxito clínico.
4. Pode promover melhoria ampla da qualidade da prestação da assistência.
Os espaços verdes devem fornecer ao paciente também um suporte psicológico que lhes permita adequar-
se ao ambiente, ajudar a enfrentar o estresse proveniente do adoecimento, enfrentar a depressão e ausência
de estímulos, e servir de estímulo próprio durante a internação.
As áreas ajardinadas apresentam em edificações para a saúde podem contribuir com as seguintes soluções
paisagísticas:
Experiência ativa
Refere-se à reabilitação física, ao lazer e à aprendizagem.
Experiência passiva
Refere-se ao relaxamento e observação.
Em 2018, no encontro realizado em Curitiba, Paraná, durante o VIII Congresso
Brasileiro para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar, promovido pela

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Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar (ABDEH), ficou
evidenciado que as necessidades de conforto humano não podem ser resolvidas
apenas com a sofisticação da tecnologia dos equipamentos.
Essa abordagem deve considerar a aplicação de estratégias de desenvolvimento sustentável que privilegiem
as condições naturais que cada região e ambiente permite oferecer e explorar.
Segundo os conceitos estabelecidos pelo documento “Os limites do crescimento”, publicado pelo Programa
das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP) em 1972, o desenvolvimento sustentável é aquele que:
(...) satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das
gerações futuras de satisfazer as suas próprias necessidades.
(UNEP, 1972)
Esse seria o momento importante da conceituação do que seja sustentabilidade e sua possibilidade de
aplicação em quaisquer edificações, especialmente as que sirvam para a assistência à saúde. Conheça
algumas dessas estratéticas para o desenvolvimento sustentável:
Ine�ciência energética e desperdício
A ineficiência energética e o desperdício são imagens comumente vinculadas ao ambiente hospitalar – seja
por descontrole da gestão administrativa e operacional, seja pelas características funcionais que
obrigatoriamente demandam sistemas de reserva disponíveis a qualquer momento, sobretudo nos locais
onde se processa a assistência médico-hospitalar.
Equipamentos
Aspectos relacionados aos equipamentos de alto consumo (autoclaves, climatização, lavanderias,
cozinhas...) ainda contribuem com relevante utilização de energia.
Aquisição de equipamentos
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Outro componente facilitador dessa percepção de sustentabilidade está na aquisição dos equipamentos e
materiais para a operacionalidade da função hospitalar. Deve-se considerar prioridade a aquisição daqueles
materiais que tenham a identificação de reciclabilidade e economia energética.
Os movimentos de pesquisa e aplicação das novas tecnologias energéticas tem tido crescente importância
na produção de soluções aplicáveis em projetos de arquitetura para a saúde. O sistema energético atual,
baseado em uma rede de grandes produtoras de energia elétrica, tem mostrado facilidade de se esgotar ou
ser dependente de alterações climáticas.
Essa é uma responsabilidade comum e intimamente vinculada às funções social e ambiental que a
arquitetura e a saúde devem incorporar como princípio a ser promovido nas edificações.
Ergonomia e gerenciamento de riscos
Outro aspecto importante a ser considerado no desenvolvimento de projetos de arquitetura para a saúde
refere-se à segurança e o gerenciamento de risco das edificações para os serviços ali desenvolvidos.
Os cuidados com os acidentes estão diretamente vinculados aos atributos da aplicação da ergonomia como
fator de segurança, bem-estar e conforto, seus objetivos principais. Uma das atribuições da ciência da
ergonomia é, portanto, contribuir para uma melhor qualidade de vida das pessoas.
O estudo ergonômico dos ambientes de saúde, além de estar ligado ao conforto do
paciente e à eficiente execução dos serviços, também se reflete na prevenção de
erros médicos resultantes de fadiga e má postura, situações de risco e acidentes
em geral.
A ergonomia pode contribuir fundamentalmente para a prevenção de erros, melhorando o desempenho. No
projeto de sistemas mais complexos, como um centro de controle operacional de uma ressonância
magnética, equipamentos de hemodinâmica e postos de enfermagem, a ergonomia surge como um dos
fatores mais importantes na redução dos erros em atividades humanas e, por consequência, na redução dos
acidentes.
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Atenção
No Brasil, a NR 17 – Ergonomia, Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, e outras atualizações, ainda é a
mais importante documentação oficial sobre o assunto (BRASIL, 2018).
Ao mesmo tempo, devem ser consideradas as recomendações constantes na NR nº 32 – Segurança e
Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde, Portaria nº 485, de 11 de novembro de 2005.
Entre os pacientes, observam-se desde pessoas com a vida mantida por aparelhos até as que vão apenas
fazer exames. Os riscos ambientais também são maiores devido à variedade de estados de consciência
apresentados pelos pacientes nas diversas fases de tratamento, o que impacta nos aspectos relativos à
segurança e a emergências.
O cuidado com a acessibilidade na arquitetura para a saúde é parte essencial do tratamento humanizado
dos usuários, que se constitui importante fator de recuperação da saúde. Nesses locais, não somente a
quantidade, mas a variedade de deficiências deve ser ressaltada.
A acessibilidade é uma responsabilidade projetual do arquiteto em todos os ambientes públicos e
especialmente nos estabelecimentos de saúde pois, conforme apresentado na NBR 9050, envolve aspectos
vinculados ao acesso, comunicação e uso com segurança e autonomia de espaços, mobiliários,
equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e tecnologia de uso público ou privado de uso
coletivo (ABNT, 2020, p. 16).
Do ponto de vista das barreiras arquitetônicas, que se constituem tema importante nas questões de
acessibilidade, os estabelecimentos de saúde necessitam de cuidados adicionais. Essas barreiras podem
ser constituídas por pequenos ou grandes desníveis, escadarias, rampas, elevadores, irregularidades de
piso, variações do tipo de pavimentação, largura indevida de circulações, portas e esquadrias em geral ou
dimensões de mobiliário.
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Outra consideração importante nos cuidados de acessibilidade em EAS são as fontes de iluminação. No
caso de edificaçõesque abrigam pessoas debilitadas, as cores, a luz e a sombra devem ser devidamente
estudadas para proporcionar um correto conforto visual.
Os estabelecimentos são, portanto, lugares que necessitam de um planejamento
criterioso e com rigores de cuidados nas circulações, englobando os diversos
aspectos da acessibilidade.
A utilização de tecnologia assistiva pode ser vista também como uma necessária complementação à
segurança e saúde de usuários envolvidos na atenção direta ao paciente.
As inovações de design do mobiliário e equipamentos têm amplo alcance ergonômico, como:
carregadores de transporte horizontal;
elevadores para pacientes por meio de sistema de trilhos instalados no teto;
apoiadores;
levantadores de paciente do leito;
cadeiras de rodas para transferência da posição sentada para a posição em pé e que são adaptáveis à
bacia sanitária.
Guinchos móveis utilizados para a retirada de pacientes do leito.
Conforto ambiental e gerenciamento de risco
Veja a seguir alguns referenciais históricos relacionados com a compreensão dos aspectos associados ao
conforto humano, à ergonomia e às necessidades de cuidados para gerenciamento de riscos dos
estabelecimentos assistenciais de saúde (EAS).

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
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Questão 1
Compreender o conceito de conforto é um processo complexo que envolve as percepções individuais
de cada pessoa e deve ser relacionado à saúde, bem-estar e segurança individual. Entre os itens de
assuntos apresentados a seguir, qual o conjunto que compreende as abordagens de conforto?
Parabéns! A alternativa B está correta.
A solução arquitetônica deve atender às necessidades de saúde e especificidades epidemiológicas,
mas, sobretudo, a satisfação do usuário a partir do conforto ambiental em seus diversos aspectos:
visuais, higrotérmicos, acústicos, lumínicos, olfatórios e ergonômicos.
Questão 2
Uma importante referência aos aspectos relacionados ao conforto das pessoas em ambientes de
saúde, especialmente as internadas, está relacionada à redução no enfrentamento do estresse, da
fadiga e da depressão provenientes do adoecimento. O projeto de arquitetura pode trazer contribuições
e relevantes resultados para a qualidade do ambiente, a humanização do serviço e a melhoria da
segurança do paciente. Entre as contribuições do conforto visual para os pacientes e profissionais de
saúde é possível destacar qual alternativa a seguir?
A Iluminação, controle remoto do ar-condicionado, tomadas e interruptores.
B Cores, iluminação, ruídos e qualidade do ar.
C Lâmpadas, alto-falantes, pintura e ar-condicionado split system.
D Ar-condicionado split system, acústica, pintura e alto-falantes.
E Pintura epóxi nas paredes, luminárias e controle remoto do ar-condicionado.
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Parabéns! A alternativa B está correta.
Os aspectos relacionados ao conforto visual incluem o tratamento paisagístico e da paisagem, os
cuidados com a identidade visual e a sinalização dos acessos e a cada ambiente, assim como o uso
adequado e aplicação de cores em revestimentos como piso, parede e teto.
A A iluminação, a qualidade do ar e umidade relativa do ar.
B O uso de cores, paisagismo e elementos de sinalização.
C A antropometria, biomecânica e o paisagismo.
D Elementos de sinalização, qualidade do ar e odorantes.
E A temperatura radiante do ar, ruídos e uso de cores.
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4 - Manutenção e gerenciamento de edifícios para
assistência à saúde
Ao �nal deste módulo, você será capaz de relacionar as normas técnicas da Resolução da
Diretoria Colegiada (RDC) nº 50/2002 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com
planejamento, manutenção e gerenciamento dos espaços nas edi�cações para assistência à
saúde.
Apresentar a manutenção e os processos de restauração como atividades complexas pode parecer
redundante, sobretudo se inserido no contexto dos edifícios hospitalares.
Existem importantes referências sobre o conceito de manutenção apresentadas em diversos documentos
da Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos (ABRAMAN) que tratam a manutenção como
um conjunto de atividades que permite a operação do edifício, das instalações e dos equipamentos de
forma contínua, confiável, da maneira mais eficaz e eficiente possível, respeitando as normas e mantendo o
nível de resolução tecnológica e permanentemente atualizado. A manutenção deve ter conduções
metodológicas de trabalho desenvolvidas a partir de grupos interdisciplinares apoiados por uma
capacitação contínua.
Curiosidade
Um dos maiores especialistas em arquitetura e engenharia hospitalar do Brasil, o professor Jarbas Karman,
vincula a manutenção à eficiência operacional, ressaltando que quanto mais vulnerável for o equipamento, a
instalação ou o procedimento, mais frágil será a edificação e sua performance funcional na assistência aos
serviços de saúde. Karman foi também um dos pioneiros no Brasil a trabalhar com o projeto de edificações
hospitalares na década de 1940 e participou decisivamente para a fundação da Associação Brasileira para o
Desenvolvimento do Edifício Hospitalar (ABDEH) em 1993 (KARMAN, 2011).
A manutenção pode ser realizada em três distintos níveis de intervenção, como veremos a seguir.
Nível 1
Preditiva
A t ã d t i í i f d l j t t d i i i l d j t d f
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Atividades para um sistema de controle e serviços de
manutenção
A manutenção deve ter início na fase do planejamento, no estudo inicial do projeto, de forma a
predizer soluções e estratégias de cuidados com o ambiente, instalações prediais e
hospitalares. Pode também incorporar à futura edificação requisitos arquitetônicos,
construtivos, de instalações prediais e de funcionamento, que possibilitem que a futura
manutenção do hospital seja econômica, racional e segura.
Nível 2
Preventiva
Essa intervenção consiste na tomada de uma série de cuidados ou providências antes do
surgimento de problemas, tanto para evitar como prevenir.
Nível 3
Corretiva
Também denominada manutenção regular ou de rotina e implica execução de trabalhos de
rotina, repetidos a intervalos periódicos na edificação hospitalar. Exemplos: limpezas de
caixas de passagens; limpeza de calhas; troca de filtros de ar-condicionado; ajuste de
correias; controle de válvulas, registros; temperatura; e outras atividades semelhantes .
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Em abordagem de fundamental importância para a implantação de serviços de manutenção hospitalar, o
engenheiro José Mauro Guimarães (BITENCOURT, 2014) apresenta sua contribuição propondo uma grande
variedade de atividades e tarefas visando ao melhor funcionamento do parque tecnológico e das
instalações prediais e especiais de um estabelecimento hospitalar.
Guimarães alerta que por melhores que sejam os projetos, as técnicas construtivas e as instalações e
sistemas prediais, o desgaste resultante do uso vai sempre exigir a efetiva participação da manutenção da
edificação hospitalar.
Entre as funções propostas para a implantação de um sistema de controle e realização de serviços de
manutenção hospitalar, podem ser destacadas as seguintes atividades:
Inventário exato e completo dos materiais utilizados na construção do edifício.
Manter arquivo atualizado de todos os projetos executados, da situação existente da
arquitetura e demais instalações prediais e especiais, assimcomo das atividades e obras em
execução no estabelecimento.
Identificação de cada equipamento com o respectivo prontuário técnico facilmente acessível.
Constituição de biblioteca de documentação técnica, devidamente atualizada e conectada
com instituições que produzem documentação de interesse específico da instituição
h it l
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hospitalar.
Controle regular do patrimônio dos equipamentos biomédicos e prediais da instituição.
Realizar gestão de estoque oportuno de peças de reposição.
Aquisição de ferramentas adaptadas para o nível de intervenção dos técnicos habilitados e
devidamente capazes que atuem no hospital.
Assistência técnica e aconselhamento para aquisição e incorporação de novas tecnologias,
serviços especializados e procedimentos.
Participação nos processos de recepção técnica e instalação de todos os equipamentos a ser
instalados na instituição.
Gerenciamento e controle da boa realização das prestações dos serviços de garantia dos
equipamentos recentemente adquiridos, assim como dos equipamentos recentemente
consertados, ou sob contrato.
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Na implantação do serviço de manutenção de uma unidade hospitalar é importante que haja a compreensão
de que aquele serviço não deve, em princípio, criar receitas financeiras para a instituição. Sua existência, no
entanto, deve justificar-se pelas economias que pode proporcionar, além de contribuir para a garantia da
qualidade dos cuidados assistenciais oferecido aos usuários em geral – pacientes, visitantes e profissionais
de saúde.
Um aspecto relevante sobre a manutenção hospitalar refere-se aos impactos da descontinuidade de muitos
procedimentos que podem resultar em danos irreparáveis para as edificações e respectivos serviços de
saúde. Tais impactos atuam diretamente na saúde das pessoas.
A necessidade de manutenção existirá, por melhores que tenham sidos os projetos e as técnicas
construtivas das edificações e o assentamento das instalações e sistemas, o que não impedirá o desgaste
resultante do uso de suas dependências e instalações.
Manutenção e restauração
Distinto e com abordagem específica, o conceito de restauração das edificações tem outras origens, tanto
em seu caráter de preservação do patrimônio histórico quanto na aplicabilidade em ambientes de saúde.
A restauração pode ser entendida como um conjunto de atividades que visa restabelecer danos decorrentes
do tempo em determinado bem imóvel ou móvel.
Um dos primeiros estudiosos que, ao pensar no conceito moderno de restauração, tentou estabelecer
princípios de intervenção em monumentos históricos e uma metodologia para esse trabalho foi o francês
Eugène Viollet-le-Duc.
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Eugène Viollet-le-Duc.
Viollet-le-Duc viveu na França do século XIX, em uma época em que a restauração se firmava como ciência,
principalmente por causa de eventos econômicos, políticos e sociais que vinham ocorrendo por toda a
Europa, influenciados pelo Iluminismo, pela Revolução Industrial e pela Revolução Francesa.
Suas teorias e seus projetos sempre foram muito questionados – aceitos por muitos e combatidos por
outros tantos. Somente muitos anos após sua morte é que suas teorias foram revistas e avaliadas dentro do
contexto em que foram produzidas, evidenciando a contribuição do seu trabalho para o restauro
contemporâneo, principalmente em relação à metodologia de projeto e a importância dos levantamentos
detalhados do edifício, além da atuação específica para as circunstâncias particulares a cada projeto e
edificação hospitalar.
Para edificações hospitalares, tais cuidados ganham especial dimensão, considerando que muitas
edificações têm componentes de preservação relevantes para sua história, da mesma forma que para sua
função assistencial de serviços de saúde.
Modelo e referência de processos e práticas
Em 2016, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) publicou um importante documento
relativo à manutenção para estabelecimentos assistenciais de saúde.
Nesse trabalho é apresentado o fluxo-base que indica os oito processos para a execução da manutenção
predial, representando de maneira ampla os procedimentos a ser trabalhados pelos hospitais da rede que
compõe a EBSERH (2016) e que pode ser aplicável em outras edificações não participantes da rede.
Processo que descreve as atividades necessárias para triar e avaliar as demandas do serviço de
manutenção predial. Identificada a necessidade de um serviço de manutenção, a área demandante
Triar e avaliar demanda 
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solicita, via sistema, o serviço de manutenção necessário ao setor de infraestrutura física.
Processo que descreve as atividades necessárias para planejar manutenção preventiva e preditiva. A
equipe técnica deve definir equipamentos/sistemas/instalações a ser incluídos na lista de
manutenção preventiva e preditiva.
Processo que descreve as atividades necessárias para planejar serviços eventuais de manutenção
predial. Com o recebimento da solicitação e/ou classificação de uma demanda como serviço
eventual, a equipe local e a comissão de infraestrutura física devem realizar o levantamento das
necessidades e ambientes da intervenção.
Processo que descreve as atividades necessárias para abrir a ordem de serviço de manutenção
predial. O conteúdo da ordem de serviço (OS) é definido automaticamente via sistema.
Processo que descreve as atividades necessárias para adquirir peças, materiais e ferramentas. Após
o recebimento das OS, a equipe de manutenção da contratada deve realizar levantamento in loco de
peças, materiais e ferramentas necessários para executar o serviço e verificar sua inclusão em
contrato.
O supervisor/encarregado designa o(s) técnico(s) responsável(eis) que irá(ão) realizar a
manutenção. A equipe técnica de manutenção recebe a OS e, caso seja um serviço de manutenção
Planejar manutenção preventiva e preditiva 
Planejar serviço eventual 
Abrir ordem de serviço 
Adquirir peças, materiais e ferramentas 
Executar manutenção predial 
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preventiva e preditiva, ou serviço eventual, a equipe verifica se foi previamente agendado.
Processo que descreve as atividades necessárias para realizar o descarte de peças e materiais. Ao
finalizar o serviço de manutenção e havendo peças ou materiais com necessidade de descarte, o
técnico deve verificar se o elemento é patrimoniado.
Realizado o serviço de manutenção, é necessário informar a equipe técnica para que a avaliação seja
realizada. Além disso, deve ser encaminhado o formulário de satisfação ao demandante do serviço
executado para que ele o avalie.
Conhecer e implantar um adequado sistema de manutenção predial e de equipamentos médico-hospitalares
requer a necessidade de um planejamento compatível com a sua execução, assim como com o seu
gerenciamento.
Não basta a uma equipe de manutenção simplesmente consertar um equipamento ou reparar um ambiente
– é preciso conhecer o nível da sua importância nos procedimentos clínicos ou nas atividades de suporte a
tais procedimentos.
É necessário conhecer a história do maquinário para as atividades assistenciais de saúde, a que grupo ou
família de equipamentos pertence, sua efetiva confiabilidade, os caminhos e a previsão de obsolescência,
suas características de construção e a possibilidade de substituição durante eventual manutenção.
Para o serviço de manutenção cabe a resposta ao processo do cuidado e do reparo na intensidade e
velocidade necessárias, sem, no entanto, perder os eixosfundamentais de segurança, confiabilidade e
qualidade no resultado do trabalho de reparo no ambiente ou no equipamento.
Descartar peças e materiais 
Avaliar e ajustar manutenção 
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Manutenção e gerenciamento de edifícios para
assistência à saúde
Para aprofundarmos nossos conhecimentos, veremos agora um pouco mais a respeito da manutenção
predial e de equipamentos de edifícios hospitalares como eixo fundamental para a qualidade assistencial de
saúde.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Leia os tópicos a seguir.
I. Para o professor Jarbas Karman, um importante conhecedor e professor em arquitetura e engenharia
hospitalar do Brasil, a manutenção está intimamente vinculada à eficiência operacional, pois quanto
mais vulnerável for o equipamento, a instalação ou o procedimento, mais frágeis serão a edificação e
sua performance funcional na assistência aos serviços de saúde.
II. Para o engenheiro biomédico Márcio do Valle, quanto maior a variedade de atividades e tarefas, mais
reduzido será o funcionamento do parque tecnológico e das instalações prediais e especiais de um
estabelecimento hospitalar.
III. Um aspecto relevante destacado pelo estudioso sobre a manutenção hospitalar, o engenheiro e
professor José Mauro Carrilho Guimarães, refere-se ao histórico negligenciamento e à descontinuidade
que podem resultar em danos irreparáveis para as edificações e os respectivos serviços de saúde.
Das afirmativas apresentadas, o que se pode deduzir?
A Estão corretas as afirmativas I e II.
B Está correta apenas a afirmativa I.
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Parabéns! A alternativa D está correta.
Apenas a afirmativa atribuída ao engenheiro Márcio do Valle (que de fato não é de sua lavra) está
incorreta, pois, ao contrário da afirmativa, quanto maior a variedade de atividades e tarefas, mais
complexo será o parque tecnológico e das instalações prediais e especiais de um estabelecimento
hospitalar.
Questão 2
Equipamentos biomédicos, clínicos ou hospitalares exigem um conhecimento específico para ser
consertados por profissionais de uma equipe de manutenção, assim como o entendimento da
importância do equipamento nos procedimentos clínicos ou nas atividades de suporte à vida humana
nos serviços de saúde. É necessário também conhecer a história do equipamento para as atividades
assistenciais de saúde e a que grupo ou família de equipamentos ele pertence. Considerando tais
afirmativas, leia os tópicos a seguir.
I. Caminhos da obsolescência devem ser considerados no planejamento de manutenção.
II. A obsolescência não existe em equipamentos com boa manutenção.
III. Equipamentos de excelente qualidade garantem a não obsolescência.
IV. A previsão de obsolescência e a possibilidade de substituição devem constar no plano de
manutenção.
Das afirmativas apresentadas, o que se pode deduzir?
C Está correta apenas a afirmativa II.
D Estão corretas as afirmativas I e III.
E Estão corretas as afirmativas II e III.
A Estão corretas as afirmativas I, II e III.
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Parabéns! A alternativa C está correta.
É necessário conhecer a história do equipamento para as atividades assistenciais de saúde, a que
grupo ou família de equipamentos ele pertence, sua efetiva confiabilidade, caminhos e previsão de
obsolescência, suas características de construção e a possibilidade de substituição durante a
manutenção.
Considerações �nais
As observações e orientações aqui apresentadas sobre histórico, planejamento físico e funcional, normas,
ergonomia, manutenção e gerenciamento de riscos, entre outros, devem servir de base para a formação do
arquiteto para a saúde em toda a sua estruturação acadêmica e profissional na sua plenitude.
Da mesma forma, deve-se possibilitar tal aplicação prática em projetos de arquitetura que demandam
serviços na assistência sanitária a partir da complexidade que o tema envolve. É natural também que
somente com a aplicação da prática projetual seja possível ampliar os conhecimentos de planejamento aqui
apresentados, assim como adequar a utilização das ferramentas de que a tecnologia contemporânea
dispõe.
Conhecer a prática assistencial de serviços de saúde é o desafio que deve ser combinado com as bases e
os fundamentos da arquitetura, pois a plasticidade, a segurança estrutural e a funcionalidade da edificação
podem ser caracterizadas como papel primordial do arquiteto. Isso não deve impedir nem eximir o
B Está correta apenas a afirmativa IV.
C Estão corretas apenas a afirmativa I e IV.
D Estão corretas as afirmativas I e III.
E Estão corretas as afirmativas II, III e IV.
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profissional de buscar e agregar novos conhecimentos técnicos e outras áreas das atividades de saúde para
a melhor qualidade que o espaço construído tem por finalidade, sobretudo na assistência às necessidades
de conforto humano, sustentabilidade e plena acessibilidade para os seus diversos usuários (pacientes,
profissionais de saúde e visitantes).
Podcast
Para concluir este estudo, o podcast demonstrará a evolução histórica e as incorporações realizadas no
ambiente de saúde chegando aos dias atuais.

Explore +
Uma ótima leitura sobre Ignác Fülöp Semmelweis e sua história relativa aos cuidados para lavar as mãos
está no livro A peste dos médicos de Sherwuin Nuland e no artigo Hempel, Semmelweis e a verdadeira
tragédia da febre puerperal, de Marcos Barbosa Brena e Paula Magno Fernandez, publicado em
plataforma on-line. Diversos filmes sobre o assunto também estão disponíveis na página eletrônica das
Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH).
A plataforma on-line Projetando Edificações Energeticamente Eficientes (PROJETEEE) poderá ser de
grande utilidade para a incorporação de estratégias e soluções de projetos para arquitetura hospitalar
bioclimática e sustentável que podem ser adaptados à realidade das distintas regiões do Brasil.
Alguns artigos do engenheiro José Mauro Carrilho Guimarães estão disponíveis na internet, mas merece
destaque o trabalho Implementação de sistema de manutenção predial e equipamentos em
estabelecimento assistencial de saúde do município do Rio de Janeiro.
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Referências
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Acessibilidade a edificações, mobiliário,
espaços e equipamentos urbanos, NBR 9050. 4. ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2020.
ANVISA – AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Normas para projetos físicos de
estabelecimentos assistenciais de saúde RDC nº 50/2002. 2. ed. Brasília: Anvisa, 2004.
ANVISA – AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Conforto Ambiental em estabelecimentos
assistenciais de saúde. Brasília: Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Anvisa, 2014. (Série
Tecnologia em Serviços de Saúde).
BITENCOURT, F. (org.). Ergonomia e conforto humano: uma visão da arquitetura, engenharia e design de
interiores. 2. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Rio Books, 2017.
BITENCOURT, F.; COSTEIRA, E. Arquitetura e engenharia hospitalar: planejamento, projetos e perspectivas.
Rio de Janeiro: Rio Books, 2014.
BITENCOURT, F. et al. Clínicas de la família: arquitectura sustentable para la atención primaria de salud.
ANUARIO AADAIH, Buenos Aires, p. 70, 2019.
BITENCOURT, F.; CARVALHO, A. P. A. de; SILVA, L. S. P. M. da. Acessibilidade na arquitetura de
estabelecimentos assistenciais de saúde.

Outros materiais