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Alegações Finais - Caso 5

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AO JUÍZO DA 4ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE BAIÃO DE DOIS - ESPÍRITO SANTO.
Autos n. 5004252-20.2022.8.24.0049
MARIA JOAQUINA DA SILVA, já qualificada nos autos da ação de número em epígrafe, promovida pelo Ministério Público, comparece, por intermédio de seu advogado subscrito, estabelecido com escritório profissional na rua Almirante Tamandaré, nº 762, Blumenau/SC, CEP 89010-155, com endereço eletrônico douglas.brito@adv.br, onde recebe intimações/notificações, vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar suas ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS, com fundamento no artigo 403, § 3º do Código de Processo Penal, pelos motivos a seguir expostos: 
1. DA SÍNTESE PROCESSUAL
Em suma, trata-se de ação penal proposta pelo Ministério Público em razão denúncia pela conduta descrita no artigo 155, § 4º, inciso II, do Código Penal cometida pela acusada, por entender haver indícios suficientes de autoria, materialidade e justa causa.
Consta da denúncia que no dia 10 de junho de 2022, por volta das 20h35min, a acusada entrou no Supermercado Zapata – situado na rua das Araucárias, n. 77, bairro Volta Grande, nesta urbe -, a fim de obter para si de maneira ilícita, 2 (dois) pacotes de macarrão, 2 (dois) molhos de tomate e 1(um) pacote de queijo ralado, perfazendo a quantia de R$ 39,95 (trinta e nove reais e noventa e cinco centavos), conforme termo de avaliação, vide fl. 13 do APF. Entretanto a tentativa restou-se infrutífera, visto que o segurança do estabelecimento percebeu a conduta através das câmeras de segurança do local e acionou a polícia militar.
A denúncia foi recebida e determinada a citação da acusada para responder à acusação no prazo estabelecido em lei, conforme artigo 396, do CPP.
O processo teve seu trâmite regular, tendo a acusada respondido em liberdade.
Apresentada a resposta escrita e não sendo o caso de absolvição sumária, nos temos dos artigos 396-A e 397, ambos do CPP, foi designada audiência de instrução e julgamento.
No ato da audiência o Ministério Público apresentou certidão cartorária apta a atestar que no dia 15 de julho de 2022 ocorrerá o trânsito em julgado definitivo de sentença que condenava a acusada pela prático do delito de lesão corporal.
Em seu interrogatório, a acusada confessou a subtração dos produtos, reiterando a ausência de recursos financeiros, relatando que iria fazer uma macarronada para ela e os dois filhos menores comerem pelo menos uma vez no mês, bem como disse que é viúva e desempregada. 
Aa alegações finais foram apresentadas pelo Parquet de forma escrita no evento 115.
Em suas derradeiras alegações o Ministério Público pugnou pela procedência do pedido de condenação, sustentando que os fatos da denúncia restaram sobejamente comprovados à luz das provas carreadas no processado, e pleiteando ainda o reconhecimento da agravante da reincidência, nos termos do artigo 63 do Código Penal.
A acusada foi devidamente intimada para apresentar as alegações finais.
Eis o breve relato.
3. DAS TESES DE DEFESA
3.1 Do Princípio da Bagatela/Insignificância
O Direito Penal deve ser a ultima ratio, não se objetivando mais a punir, repudiar condutas meramente indesejáveis, sem relevância social ou com pequena/inexistente lesividade patrimonial, e sim a proteção de bens jurídicos relevantes, quando houver lesividade expressiva à sociedade.
Em análise aos autos, verifica-se que a conduta atribuída a acusada se encontra sob o prisma da incidência do princípio da insignificância, haja vista a ofensividade mínima ao patrimônio da parte passiva.
A jurisprudência possui o seguinte entendimento:
APELAÇÃO CRIMINAL. FURTO. PEQUENO VALOR. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA OU DE BAGATELA. POSSIBILIDADE. O Direito Penal não deve se ocupar com bagatelas, que não causam tensão à sociedade, notadamente quando se tratar de conduta de mínima ofensividade, sem qualquer periculosidade social, de reduzidíssimo grau de reprovabilidade e de inexpressiva lesão jurídica, pois sendo o Direito Penal fragmentário, aplica-se o princípio da insignificância e da intervenção mínima. Recurso provido. (TJ-MG - APR: 10629130010248001 MG, Relator: Antônio Armando dos Anjos, Data de Julgamento: 26/08/2014, Câmaras Criminais / 3ª CÂMARA CRIMINAL, Data de Publicação: 03/09/2014).
Ora, a vítima não teve nenhum prejuízo, uma vez em que os itens subtraídos sequer chegaram a ser utilizados pela acusada, bem como frisa-se que o valor total dos itens perfaz a quantia de R$ 39,95 (trinta e nove reais e noventa e cinco centavos), sendo este um valor irrisório diante do porte da empresa.
Além disso, verifica-se então que a conduta não apresenta perigo social, é minimamente ofensiva, pouco reprovável e apresenta lesão jurídica inexpressiva, requisitos necessários para a aplicação do princípio da bagatela.
Sobre este mesmo tema, o Tribunal de Justiça de Goiás tem o seguinte entendimento:
APELAÇÃO CRIMINAL. TENTATIVA DE FURTO QUALIFICADO. DELITO DE BAGATELA. ATIPICIDADE MATERIAL. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. ABSOLVIÇÃO. Para aplicação do princípio da insignificância ou bagatela há necessidade estarem presentes os seguintes requisitos: a mínima ofensividade da conduta do agente, nenhuma periculosidade social da ação, reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e inexpressividade da lesão jurídica provocada. Presentes tais requisitos, sua absolvição é medida que se impõe, não sendo a qualificação no crime de furto, pelo rompimento de obstáculo impedimento para o reconhecimento do princípio. Ainda que reste caracterizado a Reincidência, tal circunstância, por si só, não enseja óbice ao reconhecimento do princípio da insignificância. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. (TJ-GO - Apelação Criminal: 016346066.2013.8.09.0137 RIO VERDE, Relator (a): Des (a). Wilson Safatle Faiad. Data de Julgamento:29/01/2021, 1ª Câmara Criminal, Data de Publicação: DJ de 29/01/2021).
Diante disso, torna-se possível a aplicação do princípio da bagatela, cujo qual exclui a tipicidade da conduta em razão da insignificância crime e baixa reprovabilidade social. Além disso, ressalta-se que não houve violência ou grave ameaça durante a prática da ação delituosa.
O doutrinador Luiz Flávio Gomes, explica que: 
Infração bagatelar ou delito de bagatela ou crime insignificante expressa o fato de ninharia, de pouca relevância (ou seja: insignificante). Em outras palavras, é uma conduta ou um ataque ao bem jurídico tão irrelevante que não requer a (ou não necessita da) intervenção penal. Resulta desproporcional a intervenção penal nesse caso. (GOMES, 2009).
Por conseguinte, haja visto que se encontram presentes todos os requisitos, requer a aplicação do princípio da insignificância e seja a acusada absolvida, com base no art. 386, III, do Código de Processo Penal. 
3.2 Do furto famélico 
O furto famélico é a conduta praticada pelo agente para saciar a sua fome ou de sua família, e segundo o doutrinador Caetano:
O vocábulo famélico alude à situação do sujeito que está faminto. Destarte, a doutrina entende por furto famélico a subtração praticada pelo agente que se encontra em dada situação de miséria que, para saciar sua fome e/ou de sua família, não vê alternativa, senão recorrer a tal conduta. Em síntese, tal espécie de subtração ocorre quando a retirada dos bens da vítima tiver por finalidade saciar a fome do agente. Nessas hipóteses não há crime, pois, a ilicitude é afastada por força do estado de necessidade, o que torna a ação típica, entretanto não ilícita. (CAETANO, 2015) 
A acusada é viúva e mãe de dois filhos mores de idade, e diante da situação em que estava passando se viu totalmente acuada e emocionada, pois não possuía recursos financeiros para ao menos proporcionar uma refeição alimentar para seus filhos.
Deste modo, a acusada subtraiu para si 2 (dois) pacotes de macarrão, 2 (dois) molhos de tomate e 1(um) pacote de queijo ralado. Tal conduta ocorreu em estado de necessidade, pois sua intenção era de apenas proporcionar aos seus filhos a possibilidade de se alimentarem como ela mesmo disse em seu interrogatório‘’direito pelo menos uma vez ao mês’’.
 Sobre o tema, o Tribunal de Justiça de São Paulo tem o seguinte entendimento: 
FURTO – SENTENÇA ABSOLUTÓRIA – PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA – INSURGÊNCIA MINISTERIAL, PLEITEANDO A ABSOLVIÇÃO COM FUNDAMENTO DIVERSO – RAZÃO LHE ASSISTE – BAGATELA NÃO VERIFICADA – AUTORIZAÇÃO JUDICIAL PARA FURTOS DE PEQUENA MONTA QUE NÃO SE PODE ADMITIR – DEMONSTRADO O ESTADO DE NECESSIDADE – FURTO FAMÉLICO – ABSOLVIÇÃO COM FULCRO NO ARTIGO 386, VI, CPP– RECURSO PROVIDO. (TJ-SP - APR: 0049843-22.2016.8.26.0050, Relator: Willian Campos, Data de Julgamento: 20/01/2021, 15ª Câmara de Direito Criminal, Data de Publicação: 20/01/2021).
Dessarte, como evidenciado anteriormente, a acusada agiu em estado de necessidade, devendo ser reconhecido a existência de furto famélico e decretada a absolvição da mesma, com base no artigo 386, VI do CPP.
3.3 Do furto privilegiado
Subsidiariamente, caso mantida a condenação, requer-se análise da aplicação do artigo 155, § 2° do Código Penal ao caso, o qual dispõe sobre a faculdade de substituição da pena privativa de liberdade pela pena de multa. Tal dispositivo torna-se aplicável ao caso pois a acusada é ré primária, uma vez que o furto ocorreu antes do trânsito em julgado da condenação do crime de lesão corporal, e o valor da coisa furtada é irrelevante, não superando o valor do salário-mínimo vigente à época dos fatos.
3.4 Da aplicação da pena restritiva de direitos
O artigo 44 do Código Penal traz a possibilidade de substituição de pena privativa de liberdade pela pena privativa de direitos, nos casos previstos nos incisos I a III do dispositivo.
Todas estas situações estão presentes no caso concreto, afinal durante a consecução de seu desidrato criminoso a acusada não utilizou violência ou grave ameaça. Além disso, ela não é reincidente em crime doloso e, a sua culpabilidade, antecedentes, conduta social e personalidade, indicam que essa substituição será suficiente. 
Portanto, faz-se necessária a aplicação da substituição de pena privativa de liberdade por privativa de direitos, nos termos do art. 44, inciso I, do Código Penal.
3.5 Da atenuante da confissão
Consoante o art. 65, III, “d” do Código Penal, a pena poderá ser atenuada se o agente confessar espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime. Em análise ao depoimento pessoal da denunciada, constante no inquérito policial fl. 04, verifica-se a sua confissão.
Como sabido, a confissão espontânea é considerada um serviço para justiça, pois simplifica a instrução criminal e confere ao julgador a certeza para uma condenação. Nesse sentido, a acusada colaborou tendo confessado em sede de instrução. 
Assim, necessária a aplicação da atenuante da confissão, conforme determina a súmula 545 do Superior Tribunal de Justiça, cujo teor diz que ‘’quando a confissão for utilizada para a formação do convencimento do julgador, o réu fará jus à atenuante prevista no artigo 65, inciso III, alínea d, do Código Penal’’.
Outrossim, esse é o entendimento consolidado no Superior Tribunal de Justiça.
XXX
Desta forma, tendo a acusada confessado os fatos a ela imputados, é inequívoco o direito ao reconhecimento da atenuante sob os fundamentos do artigo 65, inciso III, alínea d, do Código Penal.
3.6 Da não configuração da reincidência
É disposto no artigo 63, do Código Penal, que somente haverá reincidência se o novo crime (no caso, o furto) for cometido após o trânsito em julgado definitivo de sentença condenatória de crime anterior. Não foi esse o caso da ré, pois o furto foi cometido antes do trânsito em julgado definitivo da sentença relativa ao estelionato. Não se verifica, portanto, a reincidência.
3. DOS REQUERIMENTOS
Ante o exposto, requer-se:
a) seja julgada totalmente improcedente a denúncia;
b) acolher a presente tese de defesa absolvendo a acusada em razão do estado de necessidade, nos termos do artigo 396, VI, do Código de Processo Penal e tendo em vista o princípio da insignificância, vide artigo no artigo 386, III, do CP;
c) seja reconhecido o furto privilegiado, com aplicação do disposto no artigo 155, § 2º, do Código Penal; 
 d) seja a pena aplicada em seu mínimo legal, diante do afastamento do agravamento da pena pela reincidência, nos termos do art. 63 do Código Penal.
e) alternativamente, requer-se seja aplicada a atenuante de confissão, com base no artigo 65, III, alínea d, do Código Penal. 
f) não sendo esse o entendimento de Vossa Excelência, e caso haja condenação, requer-se que seja substituída a pena privativa de liberdade por restritivas de direitos, nos termos do artigo 44, inciso I, do Código Penal; 
g) por fim, requer, o reconhecimento da atenuante pela confissão da acusada, nos termos do artigo 65, inciso III, alínea d, do Código Penal;
h) seja a pena aplicada em seu mínimo legal, diante do afastamento do agravamento da pena pela reincidência, nos termos do art. 63 do Código Penal.
Nestes Termos, 
Pede Deferimento.
Baião de Dois, 31 de março de 2023.
DOUGLAS DEIVID BRITO LIMA
OAB xxxxxx
ROL DE DOCUMENTOS
- Procuração; e
- Documento de Identificação.
AO JUÍZO DA 4ª
 
VARA CRIMINAL DA COMARCA DE BAIÃO DE DOIS 
-
 
ESPÍRITO SANTO.
 
 
 
 
 
Autos n. 
5004252
-
20.2022.8.24.0049
 
 
 
MARIA JOAQUINA DA SILVA
, 
já qualificada nos autos da ação de 
número em epígrafe, 
promovida pelo Ministério Público, comparece, 
por intermédio 
de seu advogado subscrito, estabelecido com escritório profissional na rua Almirante 
Tamandaré, nº 762, Blumenau/SC, CEP 89010
-
155, com endereço eletrônico 
douglas.brito@adv.br, onde recebe intimações/notificações, vem respeitosamente, à 
pre
sença de Vossa Excelência, apresentar suas 
ALEGAÇÕES FINAIS POR 
MEMORIAIS
, c
om fundamento no artigo 403, 
§ 3º
 
do Código de Processo Penal, pelos 
motivos a seguir expostos:
 
 
 
1. DA SÍNTESE PROCESSUAL
 
Em suma, trata
-
se de ação penal proposta pelo Ministério Público em 
razão denúncia pela conduta descrita no artigo 155, § 4º, inciso II, do Código Penal 
cometida
 
pela acusada, por entender haver indícios suficientes de autoria, 
materialidade e justa causa.
 
Consta 
da denúncia 
que n
o dia 10 de junho de 2022, por volta das 
20h35min, 
a acusada entrou no Supermercado Zapata 
–
 
situado na rua das 
Araucárias, n. 77, bairro Volta Grande, nesta urbe 
-
, a fim de obter para si de maneira 
ilícita, 
2 (
dois
)
 
pacotes de macarr
ão, 
2 (
dois
)
 
molhos de tomate e 
1(
um
)
 
pacote de 
queijo ralado, perfazendo a quantia de R$ 39,95 (trinta e nove reais e noventa e cinco 
centavo
s), conforme termo de avaliação, vide fl. 13 
do APF.
 
Entretanto a 
tentativa 
restou
-
se infrutífera, visto que o segurança do estabele
cimento percebeu a conduta 
através das câmeras de segurança do local e acionou a polícia militar.
 
AO JUÍZO DA 4ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE BAIÃO DE DOIS - 
ESPÍRITO SANTO. 
 
 
 
 
Autos n. 5004252-20.2022.8.24.0049 
 
 
MARIA JOAQUINA DA SILVA, já qualificada nos autos da ação de 
número em epígrafe, promovida pelo Ministério Público, comparece, por intermédio 
de seu advogado subscrito, estabelecido com escritório profissional na rua Almirante 
Tamandaré, nº 762, Blumenau/SC, CEP 89010-155, com endereço eletrônico 
douglas.brito@adv.br, onde recebe intimações/notificações, vem respeitosamente, à 
presença de Vossa Excelência, apresentar suas ALEGAÇÕES FINAIS POR 
MEMORIAIS, com fundamento no artigo 403, § 3º do Código de Processo Penal, pelos 
motivos a seguir expostos: 
 
1. DA SÍNTESE PROCESSUAL 
Em suma, trata-se de ação penal proposta pelo Ministério Público em 
razão denúncia pela conduta descrita no artigo 155, § 4º, inciso II, do Código Penal 
cometida pela acusada, por entender haver indícios suficientes de autoria, 
materialidade e justa causa. 
Consta da denúncia que no dia 10 de junho de 2022, por volta das 
20h35min, a acusada entrou no Supermercado Zapata – situado na rua das 
Araucárias, n. 77, bairro Volta Grande, nesta urbe -, a fim de obter para si demaneira 
ilícita, 2 (dois) pacotes de macarrão, 2 (dois) molhos de tomate e 1(um) pacote de 
queijo ralado, perfazendo a quantia de R$ 39,95 (trinta e nove reais e noventa e cinco 
centavos), conforme termo de avaliação, vide fl. 13 do APF. Entretanto a tentativa 
restou-se infrutífera, visto que o segurança do estabelecimento percebeu a conduta 
através das câmeras de segurança do local e acionou a polícia militar.

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