Prévia do material em texto
Conteudista: Prof.ª Ms Fernanda Trigo Costa Revisão Textual: Caique Oliveira dos Santos Contextualização Material Teórico Material Complementar Referências Gestão de Cardápios e Recursos Materiais A base do processo de trabalho em uma Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN) é o cardápio, pois é ele que guia todas as etapas do �uxo produtivo. O cardápio é o plano mais in�uente em uma operação de negócios em alimentação. Quando bem planejado, impulsiona todas as funções operacionais: compras, produção e serviço e in�uencia a aquisição e a utilização de recursos, sendo uma ferramenta administrativa. Independentemente do tipo de organização de alimentação, o planejamento, a implementação e a avaliação cuidadosos do cardápio são essenciais para o sucesso no atendimento às necessidades e às preferências dos clientes, de acordo com os recursos disponíveis (PAYNE-PALACIO; THEIS, 2015). Por de�nição, o cardápio é uma lista de preparações culinárias que compõem uma refeição ou uma lista de preparações que compõem todas as refeições de um dia ou determinado período. Como pré-requisito para sua formulação, estão os padrões nutricionais e técnicas dietéticas dos alimentos, a �m de atender às leis da alimentação. O cardápio também pode ser chamado de menu, lista ou carta e, em estabelecimentos comerciais, é um veículo de informação que tem por �nalidade auxiliar os clientes na escolha de alimentos e/ou bebidas. 1 / 4 Contextualização Objetivos da Unidade Compreender e aplicar os critérios de elaboração de cardápios conforme o tipo de serviço. Associar o cardápio à necessidade de prover a UAN com os recursos necessários para a produção de alimentos e para o controle físico-�nanceiro dos estoques. O cardápio é, inclusive, um instrumento de venda, normalmente apresentado antes do consumo. Sua divulgação poderá agir positivamente, ou não, sobre a vontade do cliente em dar preferência ao restaurante. Esse instrumento irá in�uenciar diretamente a rentabilidade da empresa, pois, pelo seu planejamento, pode-se prever o seu curso (ABREU; SPINELLI; PINTO, 2019). Nesta Unidade, vamos conhecer os critérios para a elaboração de cardápios conforme o tipo de serviço e clientela, além de veri�car como o cardápio in�uencia a provisão e o controle dos recursos materiais necessários à UAN. Na descoberta desses temas, coloco para você as seguintes perguntas: quais são os requisitos necessários para a elaboração de cardápios? Considerando o cardápio como ponto de partida para a produção de refeições, quais controles estão envolvidos no processo de provimento de recursos materiais para a execução dele? Bons estudos! Cardápios – Requisitos para sua Elaboração, Tipos e Porcionamento Em linhas gerais, o termo “cardápio” está atrelado à relação de preparações culinárias a serem consumidas por um indivíduo/coletividade sadia, enquanto “dieta” se refere a cardápios para pacientes. Para o início do planejamento de um cardápio ou uma dieta, é imprescindível que se conheça a população a que se destina. Os cardápios de hospitais seguem os mesmos princípios dos cardápios para as coletividades sadias, devendo ser ajustados conforme a consistência, a composição e a apresentação dos alimentos, de acordo com as patologias dos pacientes. 2 / 4 Material Teórico HOSPITAL GETÚLIO VARGAS. Manual de dietas hospitalares. Teresina: Hospital Getúlio Vargas, 2011. SILO https://silo.tips/ No planejamento para coletividades sadias, trabalha-se com uma de�nição a partir da média das características da população atendida, como: tipo de atividade; níveis socioeconômico e cultural; hábitos alimentares; religião; região ou origem da clientela; estado nutricional e �siológico; idade; gênero; necessidades básicas; número de comensais atendidos; e expectativas de consumo. Quanto à escolha dos alimentos, além de ser associada às características do público, deve ser mediada por: disponibilidade dos alimentos; verba disponível; safra dos alimentos escolhidos; mercado fornecedor; aceitação por parte dos clientes; combinação e monotonia dos ingredientes; alternância e balanço de nutrientes. Em relação à determinação dos tipos de preparações, deve-se considerar: disponibilidade de mão de obra (turnos e habilidades); equipamentos e utensílios; área física; número de refeições; horário da distribuição; número de �las para distribuição das refeições; clima e estação do ano; textura, cor, sabor, forma, consistência e temperatura; nível de saciedade da preparação; técnica de preparo. Além desses pontos, é primordial alinhar o cardápio ao tipo de gerenciamento da UAN: planejamento antecipado e cíclico; custos e metas a serem atingidos; inventário físico da despensa; sazonalidade versus necessidade; reavaliação periódica dos cardápios elaborados; criação e teste de novas preparações; tipos e avaliação dos fornecedores; nível de so�sticação e de categorias dos clientes; supervisão do cumprimento das atividades programadas; treinamento da mão de obra; e receituário- padrão (MARTINEZ; FREIRE; NOGUEIRA, 2019). Requisitos para elaboração de cardápios [PDF] MANUAL DE DIETAS HOSPITALARES - Free Download PDF Download MANUAL DE DIETAS HOSPITALARES... MANUAL DE DIETAS HOSPITALARES TERESINA-PI SETEMBRO/2011 HOSPITAL GETÚLIO VARGAS 1 ORIENTADORAS: Adriana de Azevedo Paiva Nutricionista, Doutora em Saúde Pública, Profa. LEIA MAIS SILO https://silo.tips/download/manual-de-dietas-hospitalares https://silo.tips/download/manual-de-dietas-hospitalares Figura 1 – Diretrizes para elaboração de cardápios PAT: Programa de Alimentação do Trabalhador. Pnae: Programa Nacional de Alimentação Escolar. Figura 2 – Pré-requisitos para elaboração de cardápios Diante dos diversos tipos de serviços existentes, o cardápio pode ser apresentado em combinações variadas. Quando se trata de populações fechadas (como restaurantes em empresas, serviços hospitalares, militares e universitários), ao planejar o cardápio para uma refeição principal (almoço ou jantar), sugere-se obedecer à seguinte ordem: entrada (saladas, sopas), prato principal, guarnição, prato-base, sobremesa e complementos: Saladas – componentes obrigatórios, sendo classi�cadas quanto ao número de ingredientes, à cocção do ingrediente e à complexidade do preparo. Sopas – em geral, são servidas em restaurantes empresariais, na maioria das vezes apenas no inverno, substituindo uma das saladas. Prato principal – é composto da preparação que mais contribuirá com o aporte de proteínas da refeição. Pode ser à base de carnes ou ovos, que são opções comuns. Em virtude de a carne onerar o custo de uma refeição, todas as outras preparações são planejadas com base no prato principal, a �m de controlar o orçamento e equilibrar sabor, textura e aroma. Guarnição – consiste na preparação que acompanha o prato principal. Pode ser dividida em: vegetais, farináceos e massas. Prato-base – considerado de grande importância pelo ajuste de energia no cardápio, consiste, geralmente, de arroz e feijão. Atualmente, é comum a oferta de arroz integral, além do convencional, que também aparece como opção quando adicionado de complementos (ex.: arroz à grega). O feijão pode ser substituído por qualquer outra leguminosa seca, como lentilha, ervilha, grão-de-bico, soja etc. A substituição depende da combinação com os outros alimentos e da aceitação por parte dos clientes. No entanto, em razão do hábito alimentar brasileiro, torna-se indispensável colocar feijão no cardápio, mesmo que haja outra leguminosa neste (ex.: salada de grão-de-bico). Sobremesa – pode ser uma fruta e/ou um doce, que poderá ser preparado na própria UAN ou adquirido de terceiros. Complementos – variam conforme a composição e o padrão estabelecido para o cardápio e a aceitação dos clientes. Na maioria das UANs, servem-se pães, farinha de mandioca, molho de pimenta, sucos industrializados, refrigerantes, leite, água mineral. Temperos e molhos para salada são apresentados separadamente ou como vinagrete.Além disso, existem itens convencionais de complementação, como limão para peixes e carne suína, queijo ralado para massas e café. Em serviços com cardápio de padrão superior, é frequente a inclusão de chás, petit-four, bombons, balas e licores. Deve-se considerar que muitos desses complementos não contribuem para um cardápio balanceado, porém fazem parte do hábito dos clientes. Bebidas – nos restaurantes institucionais, é comum a oferta de refrescos, sucos, refrigerantes, leite e água como integrantes dos cardápios. Nos cardápios para domingos e feriados, procura-se respeitar os hábitos da clientela e, dentro dos recursos disponíveis, planejar pratos mais atrativos que tornem as refeições mais agradáveis. Em cozinhas hospitalares ou de serviços que funcionam nos �ns de semana em regime de plantão, deve-se levar em consideração a escala dos funcionários para melhor adequação das tarefas e da rotina (MARTINEZ; FREIRE; NOGUEIRA, 2019). Considerando um cardápio semanal, pode-se utilizar os seguintes tipos de carne para compor o prato principal: bovinos – 2 a 3 vezes na semana; aves – 2 vezes na semana; suínos – 1 vez por semana; peixe – 1 vez por semana ou 1 vez por quinzena, intercalando com ovos. A variação das saladas dependerá de quantos tipos de salada serão servidos por dia, podendo ser seguidas estas sugestões: 1 tipo de salada – variar diariamente o tipo (folhas, legumes, mistas, leguminosas, elaboradas etc.); 2 tipos de salada – 1 de folhas + 1 variável; 3 tipos de salada – 1 de folhas + 1 de legumes + 1 variável; 4 tipos de salada – 1 de folhas + 1 de legumes crus + 1 de legumes cozidos + 1 variável. Tipos de cardápio Para a estruturação do cardápio, é necessário conhecer o público dominante, o que torna possível de�nir o padrão de cardápio que se pretende elaborar, podendo ser classi�cado como: operacional ou horista – conhecido como padrão simples, tem como composição o prato-base (arroz e feijão), uma ou duas preparações proteicas pouco elaboradas, com ingredientes de menor custo, às vezes com opção de ovo frito ou omelete e, ainda, uma guarnição, uma salada, um doce ou uma fruta de sobremesa; As frituras deverão ser evitadas ao máximo, mas, quando servidas, não devem ultrapassar duas vezes por semana. Além disso, não é recomendado planejar mais de um prato novo por semana. administrativo ou mensalista – denominado como padrão intermediário, com preparações um pouco mais elaboradas, mas, em geral, com a mesma estrutura do cardápio simples; executivo ou diretoria – atende aos funcionários de maior nível administrativo da empresa. É composto de uma variedade maior de preparações, sendo estas mais elaboradas e com componentes de maior custo (Abreu; Spinelli; Pinto, 2019; payne-palacio; theis, 2015). Porcionamento Para o planejamento de cardápio, é preciso ter de�nido qual é o tipo de atendimento. No caso de autosserviço, a modalidade pode ser: total – o cliente porciona todas as preparações que irão compor seu prato (self-service). Neste formato, tem sido comum o oferecimento de opções proteicas grelhadas (grill), em que o cliente escolhe o grelhado e, inclusive, uma guarnição para acompanhar. Dentro desse conceito, também tem sido observada a oferta de opções vegetarianas e veganas; parcial – geralmente, o porcionamento do prato principal e da guarnição é realizado por um funcionário da UAN. As porções apresentadas a seguir foram determinadas a partir de uma média diária considerando-se o peso total de cada preparação distribuída dividido pelo número de refeições. É importante lembrar que essa é a melhor forma de determinar o peso das porções em restaurantes self-service, pois nem todos os clientes se servem de todas as preparações e as quantidades individuais podem variar devido ao número Cada vez mais vem se observando uma tendência a uni�car os cardápios de forma a integrar ambientes e níveis hierárquicos dentro da empresa no momento da refeição. Além disso, independentemente do padrão de cardápio, é fundamental que haja opções no cardápio que atendam às necessidades de comensais que apresentem alguma restrição alimentar decorrente de patologias. de opções oferecidas. Cabe ao nutricionista observar as preferências alimentares dos clientes e obter o porcionamento real da unidade. Tabela 1 – Peso médio de porções e preparações em restaurantes self-service Preparação Alimento Peso de Porção(g) Saladas Verduras 20 Legumes Crus 35 Legumes Cozidos 35 Maionese de legumes 60 Leguminosas 20 Saladas mistas 30 Prato Base Arroz 150 Feijão 110 Pratos Proteicos Carnes sem osso 160 Carnes com osso 240 Com Massa 200 Guarnições Verduras cozidas 20 Legumes cozidos 80 Batata frita 130 Preparação Alimento Peso de Porção(g) Batata palha 25 à base de farinhas 50 Creme 80 Massa 80 Sopas Diversas 30 Sobremesas Doces 50 Frutas 80 Molhos Vinagrete 20 Diversos 10 Fonte: Adaptada de ABREU; SPINELLI; PINTO, 2019, p. 122 As quantidades discriminadas na Tabela 2, baseiam-se na média encontrada ou habitualmente utilizada nos restaurantes institucionais. Desse modo, dependendo da política de custos e do planejamento, as quantidades poderão variar para mais ou para menos, e deverá ser levada em conta a qualidade nutricional do cardápio oferecido. No caso de alimentos da mesma categoria ou família, devem-se utilizar as mesmas porções e per capita. Para compor cardápios para crianças de 2 a 11 anos, pode-se usar como referência o per capita com seu valor aproximadamente pela metade, o que permitirá entender que, para cada adulto, a quantidade de alimento a ser previsto ou comprado pode equivaler a duas crianças. Para iniciar a elaboração do cardápio, devem ser escolhidos os tipos de componentes (prato-base, prato principal ou prato proteico, saladas e sobremesas etc.) a serem utilizados conforme o contrato, a clientela e o orçamento da UAN. Então, é preciso estabelecer a frequência mensal de cada componente, começando pelo prato proteico. Considerando os dias de funcionamento da UAN no mês, multiplicar esse número pela quantidade de pratos proteicos servidos, em seguida fazer a distribuição entre as diferentes possibilidades conforme os tipos de alimentos e cortes (Tabela 3). Tabela 3 – Exemplo de distribuição de pratos proteicos em um cardápio mensal Exemplo: Mês de 22 dias x 2 pratos proteicos Componente Proteico Frequência mensal Tipo de carne Frequência mensal Tipo de preparação Carne bovina 16 Acém 7 Almôndegas, abobrinha recheada, rocambole recheado, carne moída, torta Madalena, quibe de assadeira, hambúrguer Coxão mole 1 Bife à milanesa Coxão duro 1 Carne assada Pacu (bife do vazio) 6 Iscas de carne aceboladas, cubos de carne cozidos, carne de panela, carne louca, iscas de carne ao molho, bife acebolado Patinho 1 Strogono� Aves 14 Coxa e sobrecoxa 2 Frango assado, frango a passarinho Sassami 5 Fricassé de frango, iscas de frango, cubo de frango, torta de frango ou panqueca de frango, croquete de frango Tulipa 2 Tulipa assada, tulipa ensopada Exemplo: Mês de 22 dias x 2 pratos proteicos Peixes 4 Filé de merluza 2 Filé de peixe à dorê, �lé de peixe à milanesa Cação 2 Cação assado com molho de limão, peixe à milanesa Carne suína* 2 Bisteca 1 Bisteca Grelhada Costelinha 1 Costelinha assada Embutidos* 2 Linguiça de pernil 1 Linguiça escabeche Presunto 1 Panqueca de presunto e queijo Vísceras** 1 Dobradinha de fígado Ovos 2 Omelete, ovos nevados, ovos fritos, ovos pochê (segundo prato) Massas recheadas 2 Capelete de carne, ravióli, rondelli Feijoada / Cassoulet 1 *Escolha um tipo e coloque a cada 15 dias. ** Escolha um tipo e coloque 1x/mês (1 a cada 15 dias). Fonte: Adaptada de ABREU; SPINELLI; PINTO, 2019, p. 128 Deve-se proceder, dessa mesma forma para todos os demais componentes do cardápio (guarnição, salada, sobremesa e suco), de modo a não repetir os alimentos, os ingredientes, a consistência,a cor e as técnicas de preparo. Deste ponto em diante, iniciar a montagem do cardápio conforme os componentes, preenchendo, primeiramente, com os pratos proteicos, depois as guarnições. As saladas, as sobremesas e os sucos podem ser inseridos por último, conforme a sazonalidade e a possibilidade dentro do contrato da unidade, observando harmonia de cor, sabor, consistência e combinação com os demais componentes do cardápio (Tabela 4 e 5). Tabela 4 – Cardápio Semanal: Padrão Simples Dia Desjejum Salada Prato- base sopa Prato Principal Guarnição Sobremesa e Suco Segunda Pão francês c/ margarina Leite c/ café Laranja Escarola com cenoura Arroz / feijão Feijão preto Almôndegas aceboladas Abóbora japonesa dourada Maçã Suco de Acerola Terça Pão francês c/ margarina Leite c/ café Banana Beterraba ralada com pepino em rodelas Arroz / feijão Sopa de legumes Cubos de frango empanados assados Creme de espinafre Mamão Suco de goiaba Dia Desjejum Salada Prato- base sopa Prato Principal Guarnição Sobremesa e Suco Quarta Pão francês c/ margarina Leite c/ café Pêra Rúcula com acelga Arroz / feijão Arroz de forno Iscas de carne à primavera Omelete de queijo Arroz- doce (Sem suco) Quinta Pão francês c/ margarina Leite c/ café Banana Alface Arroz / feijão Strogono� de frango Batata corada Melância Suco de maracujá Sexta Pão francês c/ margarina Leite c/ café Mexerica Vinagrete Arroz / feijão Feijoada Feijoada Laranja Suco de limão Tabela 5 – Cardápio Semanal: Padrão Intermediário DIA DESJEJUM SALADA PRATO- BASE SOPA PRATO PRINCIPAL GUARNIÇÃO SOBREMESA E SUCO DIA DESJEJUM SALADA PRATO- BASE SOPA PRATO PRINCIPAL GUARNIÇÃO SOBREMESA E SUCO Segunda Pão francês c/ margarina Leite c/ café Laranja Escarola com cenoura Repolho com maionese e uva passa Arroz / feijão Feijão preto Cell 5 Bife acebolado Abóbora japonesa dourada Terça Pão francês c/ margarina Leite c/ café Banana Beterraba ralada com pepino em rodelas Alface Arroz / feijão Sopa de legumes Filé de frango empanado assado Creme de espinafre Mamão Doce de leite Suco de goiaba Quarta Pão francês c/ margarina Leite c/ café Pêra Rúcula com acelga Tomate com cebola Arroz / feijão Arroz de forno Iscas de carne à primavera Omelete de queijo Manga Arroz-doce (Sem suco) Sexta Pão francês c/ margarina Leite c/ café Mexerica Vinagrete Arroz / feijão Feijoada Couve refogada Farofa Laranja Gelatina de abacaxi Suco de limão Avaliação Qualitativa das Preparações do Cardápio (AQPC) Você deve ter observado que a elaboração de um cardápio pode ser comparada a um grande quebra- cabeça, no qual muitas informações e opções devem ser encaixadas para que se obtenha um bom resultado. Por isso, algumas falhas são comuns e precisam ser observadas com cuidado na elaboração de cardápios, tais como: presença de preparações gordurosas; repetição do modo de preparo; cardápios excessivamente calóricos; preparações com elementos comuns; preparações de baixa aceitação; não respeito à sazonalidade dos alimentos; “Consumir produtos de época é ideal para quem quer ganhar em qualidade e economia”, segundo a Ceagesp. Saiba mais em: CEAGESP - CEAGESP - Consumir produtos de época é ideal para quem quer ganhar em qualidade e economia. Consulte a tabela de produtos de safra antes de comprar frutas, verduras, legumes, temperos e pescados. Substituir é sempre possível, sem perder os nutrientes necessários para uma alimentação balanceada. LEIA MAIS CEAGESP https://ceagesp.gov.br/ https://ceagesp.gov.br/os-produtos/ https://ceagesp.gov.br/os-produtos/ https://ceagesp.gov.br/os-produtos/ não utilização da variedade e cores dos alimentos; falta de harmonia na composição e consistência dos alimentos. Para auxiliar nesse controle, o método de Avaliação Qualitativa das Preparações do Cardápio (AQPC) permite analisar, qualitativamente, a composição do cardápio, considerando as preparações que o compõem quanto a cores e técnicas de preparo, repetições e combinações, oferta de determinados alimentos como folhosos, frutas ou tipo de carnes, além do teor de enxofre dos alimentos. O resultado da aplicação do método oferece parâmetros para avaliação global do cardápio (VEIROS; PROENÇA, 2003). É uma ferramenta de avaliação da qualidade nutricional e sensorial que também tem uma versão direcionada a cardápios escolares, denominada método de Avaliação Qualitativa das Preparações dos Cardápios Escolares – AQPC Escola, com base em recomendações oriundas da legislação da alimentação escolar brasileira (VEIROS; MARTINELLI, 2012). Exemplo: VIEIRA, R. M. et al. Avaliação qualitativa das preparações oferecidas em um serviço de nutrição e dietética hospitalar. Revista Uniabeu, v. 9, n. 23, p. 80- 95, 2016. UNIABEU AVALIAÇÃO QUALITATIVA DAS PREPARAÇÕES OFERECIDAS EM UM SERVIÇO DE NUTRIÇÃO E DIETÉTICA HOSPITALAR | Vieira | Revista Uniabeu Rafaelly Militão Vieira, Patrícia Amâncio Rosa, Tatiane Wendler Cristo, Diana Souza Santos Vaz, Tatiane Winkler Marques Machado, Caryna Eurich Mazur Resumo O objetivo do trabalho foi avaliar a qualidade nutricional e sensorial das preparações do cardápio de um setor de nutrição e dietética (SND) por meio da avaliação qualitativa das preparações de um cardápio (AQPC) em um hospital. LEIA MAIS UNIABEU https://revista.uniabeu.edu.br/ https://revista.uniabeu.edu.br/index.php/RU/article/view/2478 https://revista.uniabeu.edu.br/index.php/RU/article/view/2478 PINKE, J. B.; SIMONI, N. K.; PINTO-E-SILVA, M. E. M. In�uência dos aspectos sensoriais na escolha dos alimentos. Segurança Alimentar e Nutricional, Campinas, v. 27, 2020. UNICAMP In�uência dos aspectos sensoriais na escolha dos alimentos https://doi.org/10.20396/san.v27i0.8657218 Planejamento de cardápio, Serviços de alimentação, Comportamento alimentar Objetivo: avaliar a in�uência dos aspectos sensoriais na escolha da alimentação e a importância dos atributos em preparações de cardápios institucionais. Métodos: A aplicação do questionário Food Choice Questionnaire (FCQ) avaliou o grau de importância dos fatores sensoriais na escolha alimentar. LEIA MAIS UNICAMP https://periodicos.sbu.unicamp.br/ https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/san/article/view/8657218 https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/san/article/view/8657218 https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/san/article/view/8657218 Receituário-padrão A Ficha Técnica de Preparo (FTP) é um instrumento gerencial de apoio operacional, pelo qual se fazem o levantamento dos custos, a ordenação do preparo e o cálculo do valor nutricional da preparação, sendo de grande valia para subsidiar o planejamento de cardápio. O receituário-padrão é o conjunto das FTPs das preparações utilizadas para compor o cardápio da UAN. Com a FTP, é possível obter dados sobre per capita, fator de correção e cocção, composição nutricional da preparação, rendimento e número de porções, permitindo o controle �nanceiro e a adequação nutricional do cardápio. AKUTSU, R. de C. et al. A �cha técnica de preparação como instrumento de qualidade na produção de refeições. Revista de Nutrição, Campinas, v. 18, n. 2, p. 277-279, 2005. SCIELO A �cha técnica de preparação como instrumento de qualidade na produção de refeições COMUNICAÇÃO COMMUNICATION A �cha técnica de preparação como instrumento de qualidade na produção de refeições The technical cards as quality instrument for good manufacturing process Rita de Cássia Akutsu; Raquel Assunção Botelho; Erika Barbosa Camargo; Karin Eleonora Oliveira Sávio; Wilma Coelho Araújo Departamento de Nutrição, Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília. https://www.scielo.br/ https://www.scielo.br/j/rn/a/jTcSsMvnzgjhrWPM4KK8dKc/?lang=pt https://www.scielo.br/j/rn/a/jTcSsMvnzgjhrWPM4KK8dKc/?lang=pt Programade Alimentação do Trabalhador (PAT) e NdPCal% O Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) foi instituído pela Lei 6.321, de 14 de abril de 1976, e regulamentado pelo Decreto 5, de 14 de janeiro de 1991. É um programa de complementação alimentar, estruturado com a parceria entre o Governo Federal, empresa e trabalhador. Limita-se aos contratados pela pessoa jurídica bene�ciária e tem como principal foco o trabalhador de baixa renda (até 5 salários mínimos). Dessa forma, o PAT prevê melhores condições nutricionais visando a maior produtividade dos trabalhadores, diminuição de acidentes relacionados ao trabalho e redução dos riscos de doenças causadas pelo dé�cit nutricional, assim como promove uma melhor qualidade de vida aos trabalhadores (BRASIL, 2018). Os estabelecimentos vinculados ao PAT deverão promover educação nutricional, inclusive por meio da disponibilização, em local visível ao público, de sugestão de cardápio saudável aos trabalhadores. LEIA MAIS SCIELO BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. Programa de Alimentação do Trabalhador. Brasília, DF: Ministério do Trabalho e Previdência, 2021. MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA https://www.scielo.br/j/rn/a/jTcSsMvnzgjhrWPM4KK8dKc/?lang=pt https://www.gov.br/ As pessoas jurídicas participantes do PAT, mediante prestação de serviços próprios ou de terceiros, deverão assegurar qualidade e quantidade da alimentação fornecida aos trabalhadores. Os parâmetros nutricionais para a alimentação do trabalhador estabelecidos deverão ser calculados com base nos seguintes valores diários de referência para macro e micronutrientes: Tabela 8 - Parâmetros Nutricionais - PAT Nutrientes Valores diários Valor energético total 2.000 calorias Carboidrato 55 a 75% Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) O Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) foi instituído pela Lei nº 6.321, de 14 de abril de 1976 e regulamentado pelo Decreto nº 5, de 14 de janeiro de 1991, que priorizam o atendimento aos trabalhadores de baixa renda, isto é, aqueles que ganham até cinco salários mínimos mensais. LEIA MAIS MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/servicos/empregador/programa-de-alimentacao-do-trabalhador-pat https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/servicos/empregador/programa-de-alimentacao-do-trabalhador-pat https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/servicos/empregador/programa-de-alimentacao-do-trabalhador-pat Nutrientes Valores diários Proteína 10 a 15% Gordura total 15 a 30% Gordura saturada < 10% Fibra > 25 g Sódio ≤ 2.400 mg As refeições principais (almoço, jantar e ceia) deverão conter de 600 a 800 calorias, admitindo-se um acréscimo de 20% (quatrocentas calorias) em relação ao Valor Energético Total – VET de 2.000 kcal por dia, e deverão corresponder à faixa de 30% a 40% do VET diário. As refeições menores (desjejum e lanche), por sua vez, deverão conter de 300 a 400 calorias, admitindo- se um acréscimo de 20% (quatrocentas calorias) em relação ao VET de 2.000 kcal por dia, e deverão corresponder à faixa de 15% a 20% do VET diário. As refeições principais e menores deverão seguir a seguinte distribuição de macronutrientes, �bra e sódio: Tabela 9 – Distribuição de macronutrientes, �bra e sódio (PAT) Refeições Carboidratos (%) Proteínas (%) Gorduras totais (%) Gorduras saturadas (%) Fibras (g) Sódio (mg) Desjejum/lanche 60 15 25 < 10 4 - 5 360 a 480 Refeições Carboidratos (%) Proteínas (%) Gorduras totais (%) Gorduras saturadas (%) Fibras (g) Sódio (mg) Almoço/jantar/ceia 60 15 25 < 10 7 - 10 720 a 960 O percentual proteico-calórico (NdPCal) das refeições deverá ser de, no mínimo, 6% (seis por cento) e, no máximo, 10% (dez por cento). O NdPCal é a relação entre calorias e proteína líquida; ele procura garantir que o cardápio seja elaborado com proteínas de adequado valor biológico. Para seu cálculo, utiliza-se a fórmula: Figura 3 Para o cálculo da proteína líquida, multiplicam-se os gramas de proteínas de acordo com a sua origem pelos fatores a seguir relacionados: Quadro 1 Proteína Fator Proteína de origem animal 0,7 Proteína Fator Proteína de leguminosas 0,6 Proteína de cereais 0,5 Obs.: não será considerada a proteína líquida dos demais alimentos. Fonte: Adaptado de ABREU; SPINELLI; PINTO, 2019, p. 117 Refeição (exemplo) Gramas da porção Kcal da porção Proteína (gramas de proteína por porção) Fator de utilização proteica NPU (coluna D e coluna E) Arroz integral 150 200 0,98 0,5 0,49 Feijão cozido 45 40 1,5 0,6 0,9 Filé de frango grelhado 70 180 18 0,7 12,6 Rúcula 50 8 1,6 Beterraba crua 50 20 1,62 Banana 120 120 1,04 Refeição (exemplo) Gramas da porção Kcal da porção Proteína (gramas de proteína por porção) Fator de utilização proteica NPU (coluna D e coluna E) Total em gramas 485 13,99 Total em calorias (VCT) 568 NdPcal NPU 55,96 NdPcal% NdPCal × 100) / VCT 9,85% ROCHA, M. P. da et al. Adequação dos cardápios de uma unidade de alimentação em relação ao Programa de Alimentação do Trabalhador. Revista Univap, São José dos Campos, v. 20, n. 35, 2014. UNIVAP ADEQUAÇÃO DOS CARDÁPIOS DE UMA UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO EM RELAÇÃO AO PROGRAMA DE http://revista.univap.br/ http://revista.univap.br/index.php/revistaunivap/article/view/211 http://revista.univap.br/index.php/revistaunivap/article/view/211 Previsão e Sistema de Compras O cardápio é o que determina as necessidades operacionais, dando ao comprador as diretrizes para o suprimento da UAN. A previsão de compras, que antecede a solicitação de compras, está relacionada com: local e tipo de estabelecimento, sistema de serviço, ocasião para qual o item é necessário, número de refeições, disponibilidade �nanceira e política de suprimento da organização, oportunidade de preço e disponibilidade dos itens, peso, características e embalagens dos itens, frequência de utilização e espaço disponível para armazenamento, além da quantidade em estoque. Quanto à modalidade de compras, pode-se trabalhar com o tipo centralizado, no qual um comprador interno realiza as compras para diversas unidades/restaurantes de uma rede; descentralizado, em que cada unidade tem um comprador, normalmente o nutricionista; ou misto, sendo parte da compra centralizada e alguns itens descentralizados. A frequência de entrega dos gêneros pode variar conforme o tipo de unidade, mas segue, geralmente, um padrão similar ao que é apresentado logo adiante: Perecíveis (carnes, massas frescas, sobremesas prontas etc.) – 2 a 3x/semana. Leite e pão – diariamente. Hortifrutigranjeiros – diariamente ou 2 a 3x/semana. ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR | Rocha | Revista Univap ADEQUAÇÃO DOS CARDÁPIOS DE UMA UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO EM RELAÇÃO AO PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR Marianne Pinheiro da Rocha, Andrea Carvalheiro Guerra Matias, Mônica Glória Neumann Spinelli, Edeli Simioni de Abreu Resumo Palavras-chave DOI: http://dx.doi.org/10.18066/revunivap.v20i35.211 Direitos autorais Revista Univap informa que: - Recebe submissões de artigos em �uxo contínuo; LEIA MAIS UNIVAP http://revista.univap.br/index.php/revistaunivap/article/view/211 http://revista.univap.br/index.php/revistaunivap/article/view/211 Demais gêneros (incluindo não perecíveis e limpeza) – conforme organização. Para o planejamento e a previsão de compras, é necessário aplicar, para cada item a ser solicitado, o raciocínio com base na fórmula a seguir: Quadro 2 Pedido de compras {[(Per capita × IPC X nº refeições) + 10%] × F} - QE + estoque mínimo em que: IPC – Indicador de Parte Comestível; F – frequência de utilização do alimento; QE – Quantidade em Estoque; 10% – margem de segurança; Estoque mínimo – quantidade mínima que deve haver no estoque. Exemplo: o per capita de �lé de frango é 120 g e será necessário para servir 2 vezes na semana, em uma unidade com 200 refeições. O estoque conta com 15 kg que sobrou daúltima vez em que o mesmo item foi utilizado. O IPC de frango é 1,12. Passo 1 – Organizando as informações: Per capita – 0,12 kg; IPC – 1,12; F – 2; QE – 15 kg; 10% – valor a ser calculado sobre o resultado do per capita × IPC × número de refeições; Estoque mínimo – 0 kg (sem necessidade de estoque mínimo). Passo 2 – Calculando a quantidade: Pedido de compras = {[(0,12 × 1,12 × 200) + 10%] × 2} – 15 + 0 Pedido de compras = {[(26,80) + 10%] × 2} – 15} Pedido de compras = {[(26,80) + 2,68] × 2} – 15 Pedido de compras = {[29,48] × 2} – 15 Pedido de compras = {58,96} – 15 Pedido de compras = 43,96 kg de �lé de frango para a semana Esse cálculo será necessário para cada item que estiver compondo as preparações do cardápio. Após os cálculos, é preciso elaborar o cronograma de entrega, com a data especí�ca de entrega dos gêneros alimentícios, conforme a frequência estabelecida. Esse cronograma irá compor a solicitação de compra, que será enviada ao fornecedor e poderá ser feita por meio de impressos ou sistemas informatizados, dando sequência ao �uxo de compras: Tipos de Materiais e Estoque As matérias-primas podem ser divididas e/ou classi�cadas em: alimentar – gêneros alimentícios que compõem o cardápio; não alimentar direto – materiais utilizados pelos usuários, tais como: copos, guardanapos, forro de bandeja, palito de dente, espeto para churrasco, talheres, sacos para lanche, embalagens para marmita; não alimentar indireto – materiais utilizados durante a produção e distribuição das refeições, como: papel-alumínio, luvas descartáveis, papel �lme, papel-manteiga, marmitas, produtos utilizados para higienização pessoal e ambiental, assim como para limpeza em geral, sanitizantes, bacteriostáticos, detergente, secante, vassoura, papel higiênico; equipamento de proteção individual – luvas de borracha, luvas térmicas, luvas contra agentes cortantes e perfurantes, protetores auditivos, jaquetas térmicas, manga térmica, dedeira, calçados de segurança (ABREU; SPINELLI; PINTO, 2019). Do ponto de vista �nanceiro, os estoques devem ser reduzidos para diminuir o capital investido. Porém, nas UANs, é importante manter estoque por algumas razões, como: conveniência de ter itens disponíveis para atender a alguma necessidade de última hora, redução de custos pela compra de itens com bons preços, proteção contra erros de previsão de compras ou de controle de estoque, previsão de erros de planejamento ou aumento inesperado de demanda/número de refeições. Para tanto, é fundamental conhecer alguns conceitos relacionados ao controle de estoque. A tendência é não trabalhar com estoques médios ou máximos, mas, sim, somente com estoques mínimos, su�cientes para produção de poucos dias: Fluxo de compra: solicitação de compras ® consulta a fornecedores ® análise das propostas (preços, condições de entrega) ® emissão de documento contratual ® acompanhamento ® recebimento efetivo dos materiais. Estoque mínimo – é a menor quantidade de material que deverá existir no estoque para prevenir qualquer situação de emergência. Deve ser calculado levando-se em conta o consumo médio e os dias necessários para a entrega do produto. estoque mínimo = prazo de reposição de emergência × consumo médio (sendo o prazo de reposição de emergência igual ao número de dias necessários para a entrega do material) Estoque médio – é o nível médio de estoque, no qual as operações de suprimentos se realizam. Normalmente, representa 50% da quantidade máxima a ser pedida acrescentada do estoque mínimo. Estoque máximo – é a maior quantidade que deverá existir para suprir a UAN até o próximo lote de reposição. Baseia-se na necessidade e programação de pedidos, nos recursos �nanceiros disponíveis e no espaço para a armazenagem. estoque máximo = lote de compras + estoque mínimo (o lote de compras pode ser o consumo médio de uma semana, uma quinzena ou um mês, conforme o funcionamento da UAN) Os estoques mínimo e máximo funcionam sempre como níveis de alerta; mediante esses parâmetros o comprador/administrador estará, permanentemente, adequando o estoque para melhor funcionamento e atendimento na UAN. Normas de Estocagem Tanto para o recebimento quanto para o armazenamento, é importante veri�car as normas estabelecidas pela legislação vigente em âmbito federal, estadual e municipal, de forma a garantir a qualidade dos produtos e a segurança dos alimentos. Aprofunde-se no assunto por meio do Material Complementar. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria 1.428, de 26 de novembro 1993. Regulamento Técnico para Inspeção Sanitária de Alimentos. Diário O�cial da União: seção 1, Brasília, DF, 02/12/1993. SAUDE Ministério da Saúde ADVERTÊNCIA Este texto não substitui o publicado no Diário O�cial da União Ministério da Saúde Gabinete do Ministro O Ministro de Estado da Saúde, no uso de suas atribuições legais, e Considerando que a Lei nº 8.080, de 19.09.90, que institui o Sistema Único de Saúde, estabelece a necessidade da LEIA MAIS SAUDE https://bvsms.saude.gov.br/ https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/1993/prt1428_26_11_1993.html https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/1993/prt1428_26_11_1993.html BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria 326, de 30 de julho de 1997. Regulamento Técnico sobre as Condições Higiênico-Sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para Estabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos. Diário O�cial da União: seção 1, Brasília, DF, 01/08/1997. SAUDE Ministério da Saúde ADVERTÊNCIA Este texto não substitui o publicado no Diário O�cial da União Ministério da Saúde Secretaria de Vigilância Sanitária A Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, no uso de suas atribuições legais e Considerando a necessidade do constante aperfeiçoamento das ações de controle sanitário na área de alimentos LEIA MAIS SAUDE BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução 216, de 15 de setembro de 2004. Dispõe sobre Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação. Diário O�cial da União: seção 1, Brasília, DF, 16/09/2004. SAUDE https://bvsms.saude.gov.br/ https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/svs1/1997/prt0326_30_07_1997.html https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/svs1/1997/prt0326_30_07_1997.html https://bvsms.saude.gov.br/ Ministério da Saúde ADVERTÊNCIA Este texto não substitui o publicado no Diário O�cial da União Ministério da Saúde Agência Nacional de Vigilância Sanitária Dispõe sobre Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação. A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso da atribuição que lhe confere o art. LEIA MAIS SAUDE BRASIL. RDC 275, de 21 de outubro de 2002. Dispõe sobre o Regulamento Técnico de Procedimentos Operacionais Padronizados aplicados aos Estabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos e a Lista de Veri�cação das Boas Práticas de Fabricação em Estabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos. Diário O�cial da União, Brasília, DF, 06/11/2002. SAUDE Page 1 of 18 Resolução - RDC no 275, de 21 de outubro de 2002(*)Republicada no D.O.U de 06/11/2002 Dispõe sobre o Regulamento Técnico de Procedimentos Operacionais Padronizados aplicados aosEstabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos e a Lista de Verificação das BoasPráticas de Fabricação em Estabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos. A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária no uso da atribuição que lheconfere o art. 11, inciso IV, do Regulamento da ANVISA aprovado pelo Decreto no 3.029, de 16 deabril de 1999, c/c o § 1o do art. 111 do Regimento Interno aprovado pela Portaria no 593, de 25 deagosto de 2000, republicada no DOU de 22 de dezembro de 2000, em reunião realizada em 16 deoutubro de 2002, considerando a necessidade de constante aperfeiçoamento das ações de controle sanitário naárea de alimentos visando a proteção à saúde da população; considerando a necessidade de harmonização da ação de inspeção sanitáriaem estabelecimentosprodutores/industrializadores de alimentos em todo o território nacional; considerando a necessidade de complementar o Regulamento Técnico sobre as CondiçõesHigiênico-Sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para EstabelecimentosProdutores/Industrializadores de Alimentos; considerando a necessidade de desenvolvimento de um instrumento genérico de verificação dasBoas Práticas de Fabricação aplicável aos estabelecimentos produtores/industrializadores dealimentos; https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2004/res0216_15_09_2004.html https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2004/res0216_15_09_2004.html https://bvsms.saude.gov.br/ Adequação e Controle de Estoque A principal �nalidade da �cha de estoque é controlar o histórico de consumo, a movimentação de entrada e saída e a evolução dos preços. Por meio da �cha de estoque, elabora-se o fechamento mensal e o custo diário, com base nas informações registradas. Além disso, ela permite uma avaliação e controle da evolução dos preços, bem como do estoque mínimo e possíveis desvios de mercadoria. A �cha de estoque deve ser única para cada produto, a �m de facilitar o controle, conforme sugestão do modelo a seguir: Tabela 11 – Ficha de Estoque Produto Fornecedor Unidade Código Estoque máximo Estoque mínimo Ponto de pedido Consumo Médio Anual Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média / Ano Data Nota Fiscal Entrada Saída Estoque VEJA EM SAUDE https://drive.google.com/viewerng/viewer?url=https%3A//bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2002/anexos/anexo_res0275_21_10_2002_rep.pdf&embedded=true Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média / Ano Qt Valor(R$) Qt Valor R$ Qt Custo médio Valor total (R$) Fonte: Adaptada de ABREU; SPINELLI; PINTO, 2019, p. 148 É importante que as mercadorias retiradas do estoque sejam registradas em uma requisição ou controladas por códigos de barras. O que não for usado pode ser “devolvido” e continuar fazendo parte do estoque. As �chas de estoque também facilitam a elaboração do pedido de compras, permitindo que o cálculo seja feito com base nas quantidades utilizadas no mês anterior; possibilitam uma análise dos fornecedores; ajudam na veri�cação dos exageros no consumo e nos gastos; e são utilizadas para confecção do inventário/fechamento. O sistema de lançamento pode ser feito de três diferentes formas: 1. Custo médio – é calculado a cada nova entrada. Figura 4 2. Sistema Peps – a mercadoria é retirada do estoque com seu preço real, não se realiza média, por exemplo: Saída de 10 kg de arroz: sendo 5 kg a R$ 2,00 + 5 kg a R$ 3,00 = (5 × 2) + (5 × 3) = R$ 25,00. 3. Sistema Ueps – signi�ca que o último preço é o que vigora, por exemplo, com base nas quantidades do caso anterior: Saída de 10 kg de arroz com o último preço: sendo 5 kg a R$ 2,00 + 5 kg a R$ 3,00 (R$ 3,00 é o preço da última entrega) = (10 × 3) = R$ 30,00. Nesse formato, há um custo irreal, que pode ser superestimado ou subestimado. Para determinar a quantidade em estoque quando se tem entrada apenas: somar a quantidade que está no estoque (saldo) com a quantidade que entrou. Para determinar a quantidade em estoque quando se tem saída apenas: subtrair da quantidade em estoque (saldo) a quantidade que saiu. E o preço médio se repete. Para encontrar o preço médio: somar o valor total do estoque com o valor total da entrada e dividir o resultado dessa soma pela quantidade em estoque (saldo + entrada). Ainda, como ferramenta de controle de estoque, temos o inventário, que é um registro contínuo de balanço de cada artigo existente em estoque (despensa, refrigeradores, câmaras frias, freezers) e pode ser de dois tipos: perpétuo – os artigos recebidos são somados aos já existentes e os utilizados são subtraídos. O principal objetivo do inventário perpétuo é facilitar a informação imediata ao administrador sobre a quantidade de alimentos existentes, em qualquer momento; físico – é um registro de todos os produtos existentes, ao �nal do período de contabilidade, normalmente ao �nal do mês. Deve coincidir com o perpétuo, comparando o físico com os dados registrados em �chas de estoque ou no sistema. O ideal é que a contagem seja realizada por duas pessoas, para evitar fraudes. Após levantamento e confronto das informações entre o inventário perpétuo e o físico, calcula-se o valor total (custo) do estoque. Os valores totais dos inventários são utilizados para calcular o custo dos alimentos consumidos e, consequentemente, das refeições e dos serviços produzidos. Curva ABC A curva ABC permite que o administrador conheça a contribuição de cada item de matéria-prima utilizada no montante geral da produção, auxiliando na tomada de decisão e de�nição de prioridades, pois, conforme a teoria que fundamenta essa curva, poucos itens correspondem a uma maior contribuição no valor total (80%) e muitos itens correspondem a uma menor contribuição no valor total (20%). De forma geral, os sistemas gerenciais informatizados dão conta dessa categorização das matérias- primas conforme são feitas as entradas e saídas nos estoques, porém a análise e a tomada de decisão sempre cabem ao administrador. Consoante a ilustração a seguir, os produtos de classe A são aqueles que possuem alto custo ou alto consumo, os itens de classe B são aqueles que possuem consumo ou custo intermediários e os produtos de classe C são os que possuem baixo custo ou baixo consumo. Figura 5 – Classi�cação do estoque Fonte: Adaptada de SANTOS; LUBIANA, 2017, p. 72 Assim, os produtos que são classi�cados como classe A merecem um tratamento administrativo preferencial em relação à aplicação de políticas de controle de estoques e de compras, tendo em vista seu potencial de contribuição nos gastos. Por outro lado, os itens classi�cados como classe C podem receber um tratamento administrativo mais simples, �cando os de classe B com um tratamento intermediário (ABREU; SPINELLI; PINTO, 2019). Finalizamos, portanto, esta Unidade compreendendo que, além dos critérios nutricionais, da harmonização de sabores, das cores e texturas e da identi�cação das possibilidades conforme estrutura física e recursos humanos disponíveis, o nutricionista precisa alinhar o cardápio ao controle de custos e às demais demandas administrativas para garantir a qualidade e rentabilidade do serviço executado. É um trabalho complexo e desa�ador, o qual justi�ca o fato de o cardápio ser considerado uma das mais importantes ferramentas gerenciais em UAN. Até a próxima! Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Leitura Nos materiais abaixo é possível identi�car a relação das gastronomia, nutrição e administração, visto que a integração destes aspectos é essencial para elaboração e gestão de cardápios: Gastronomia hospitalar: treinamento em bases de cozinha ACESSE Gestão de estoque em restaurantes: um estudo de caso ACESSE Gastronomia e nutrição: perspectiva pessoal e pro�ssional ACESSE 3 / 4 Material Complementar https://nutricao.t4h.com.br/noticias/gastronomia-hospitalar-treinamento-em-bases-de-cozinha/ https://revista.feb.unesp.br/index.php/gepros/article/view/937/518 https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/11111 Livros VAN BOEKEL, S; POSSE, R. Manual de �chas técnicas de preparações para nutrição clínica: modi�cações de consistência e preparações não industrializadas. Rio de Janeiro: Rubio, 2013. Manual de Fichas Técnicas de Preparações para Nutrição Clínica: Modi�cações de Consistência e Preparações Enterais Não Industrializadas Fundamentado na experiência consolidada de ensino e pesquisa da disciplina Laboratório de Técnica Dietética I, na Escola de Nutrição da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Manual de Fichas Técnicas de Preparações para Nutrição Clínica é fruto do entusiasmo e da dedicação das autoras à ciência da Nutrição, especialmente à Técnica Dietética.LEIA MAIS GOOGLE BOOKS https://books.google.com.br/books/about/Manual_de_Fichas_T%C3%A9cnicas_de_Prepara%C3%A7.html?id=i-rDAwAAQBAJ&printsec=frontcover&source=kp_read_button&redir_esc=y https://books.google.com.br/books/about/Manual_de_Fichas_T%C3%A9cnicas_de_Prepara%C3%A7.html?id=i-rDAwAAQBAJ&printsec=frontcover&source=kp_read_button&redir_esc=y https://books.google.com.br/books/about/Manual_de_Fichas_T%C3%A9cnicas_de_Prepara%C3%A7.html?id=i-rDAwAAQBAJ&printsec=frontcover&source=kp_read_button&redir_esc=y 4 / 4 Referências ABREU, E. S. de; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. de S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 7. ed. São Paulo: Metha, 2019. AKUTSU, R. de C. et al., A �cha técnica de preparação como instrumento de qualidade na produção de refeições. Revista de Nutrição, Campinas, v. 18, n. 2, p. 277-279, 2005. Disponível em: <www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S1415-52732005000200012&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 04/03/2021. BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. Programa de Alimentação do Trabalhador. Brasília, DF: Ministério do Trabalho e Previdência, 2021. Disponível <https://bit.ly/391lbfe>. Acesso em: 02/03/2021. MARTINEZ, S.; FREIRE, R. B. M.; NOGUEIRA, S. F. B. Regras gerais para elaboração de cardápios. In: CHEMIN, S.; MARTINEZ, S. Cardápio: guia prático para a elaboração. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. MOLINARI, L. et al., Avaliação do cardápio das dietas especiais de uma UAN hospitalar. Visão Acadêmica, Curitiba, v. 18, n. 4, 2017. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/academica/article/view/55849>. Acesso em: 02/03/2021. PAULINO, E. G. F.; MARTINEZ, S. Previsão quantitativa de gêneros. In: CHEMIN, S.; MARTINEZ, S. Cardápio: guia prático para a elaboração. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. PAYNE-PALACIO, J.; THEIS, Monica. Gestão de negócios em alimentação: princípios e práticas. 12. ed. Barueri, SP: Manole, 2015. (e-book) PINKE, J. B.; SIMONI, N. K.; PINTO-E-SILVA, M. E. M. In�uência dos aspectos sensoriais na escolha dos alimentos. Segurança Alimentar e Nutricional, Campinas, v. 27, 2020. Disponível em: <https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/san/article/view/8657218>. Acesso em: 02/03/2021. ROCHA, M. P. da et al. Adequação dos cardápios de uma unidade de alimentação em relação ao Programa de Alimentação do Trabalhador. Revista Univap, São José dos Campos, v. 20, n. 35, 2014. Disponível em: <https://revista.univap.br/index.php/revistaunivap/article/view/211>. Acesso em: 02/03/2021. Santos, B. T. dos; Lubiana, C. O uso da curva ABC para a tomada de decisão na composição de estoque. Inter-American Journal of Development and Research, v. 1, n. 1, 2017. Disponível em: <http://revistas.uneouro.edu.br/index.php/uneouro/article/view/22>. Acesso em: 08/03/2021. VEIROS, M. B.; MARTINELLI, S. S. Avaliação Qualitativa das Preparações do Cardápio Escolar – AQPC Escola. Nutrição em Pauta, n. 114, ano 20, p. 36-42, 2012. Disponível em: <https://nuppre.ufsc.br/�les/2014/04/2012-Veiros-e- Martinelli.pdf>. Acesso em: 02/03/2021. ________; PROENÇA, R. P. da C. Avaliação Qualitativa das Preparações do Cardápio em uma Unidade de Alimentação e Nutrição – Método AQPC. Nutrição em Pauta, n. 62, ano XI, p. 36-42, 2003. Disponível em: <https://nuppre.paginas.ufsc.br/�les/2014/04/2003-VEIROS-e- PROEN%C3%87A.pdf>. Acesso em: 02/03/2021. VIEIRA, R. M. et al., Avaliação qualitativa das preparações oferecidas em um serviço de nutrição e dietética hospitalar. Revista Uniabeu, v. 9, n. 23, p. 80-95, 2016. Disponível em: <https://revista.uniabeu.edu.br/index.php/RU/article/view/2478>. Acesso em: 02/03/2021.