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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS INSTITUTO DE PATOLOGIA TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA Departamento de Microbiologia, Imunologia, Parasitologia e Patologia Curso: Biomedicina Disciplina: Parasitologia clínica Morfomicrometria dos Helmintos e Protozoários Jéssica Ferreira Santos Goiânia, 2022. 2 Jéssica Ferreira Santos Morfomicrometria de Helmintos e Protozoários Trabalho de morfomicrometria apresentado a Universidade Federal de Goiás (UFG) como componente de avaliação para a disciplina de Parasitologia Clínica. Professoras: Dra. Ana Maria de Castro e Dra. Marina Clare Vinaud. Goiânia, 2022 3 Índice Protozoários 1. Cryptosporidium spp ...............................................................................................4 2. Endolimax nana ......................................................................................................6 3. Entamoeba hartamanni ..........................................................................................8 4. Chilomastix mesnili ...............................................................................................10 5. Blastocystis hominis .............................................................................................12 6. Cyclospora cayetanensis ......................................................................................14 7. Iodamoeba butschlii ..............................................................................................16 8. Giardia lamblia ......................................................................................................18 9. Entamoeba histolytica/Entamoeba dispar ............................................................20 10.Sarcocystis sp ......................................................................................................22 11.Entamoeba coli ....................................................................................................24 12.Cystoisospora belli ...............................................................................................26 13.Balantidium coli ....................................................................................................28 Helmintos 14.Taenia sp .............................................................................................................30 15.Lagochilascaris minor ..........................................................................................32 16.Hymenolepis nana ...............................................................................................34 17.Trichuris trichiura .................................................................................................36 18.Enterobius vermicularis .......................................................................................38 19.Ancilostomídeos ..................................................................................................40 20.Ascaris lumbricoides ............................................................................................42 21.Diphyllobothrium latum ........................................................................................45 22.Hymenolepis diminuta .........................................................................................47 23.Schistosoma mansoni ..........................................................................................49 24.Fasciola hepatica .................................................................................................52 25.Strongyloides stercoralis ......................................................................................54 Referência Bibliográfica .........................................................................................57 Tabela .......................................................................................................................58 Morfomicrometria ...................................................................................................62 4 Protozoários 1 Cryptosporidium spp. 1.1 Morfologia Os oocistos de cryptosporidium são ovóides ou esféricos, constitui a forma infectante e contém 4 esporozoítas no seu interior quando eliminados nas fezes. Seu tamanho é de aproximadamente de 4 - 6 micrômetros. se desenvolve preferencialmente nas microvilosidades das células epiteliais no trato gastrointestinal, mas podem ser encontrados em outras regiões como vesículas biliares e ductos pancreáticos. 1.2 Mecanismo de transmissão As infecções resultam de ingestão de alimentos contaminados por fezes ou água (frequentemente água em piscinas públicas e residenciais, banheiras, parques aquáticos, lagos ou córregos), contato direto interpessoal e disseminação zoonótica. Figura 1. Oocisto de Cryptosporidium spp. Fonte: CDC 5 1.3 Ciclo biológico 6 2 Endolimax nana 2.1 Morfologia Os cistos de Endolimax nana variam de forma esférica a elipsoidal e medem de 5 a 10 μm. Os cistos maduros têm quatro núcleos pequenos com cromossomos grandes, geralmente localizados centralmente e sem cromatina periférica. O citoplasma pode conter glicogênio difuso, mas não possui corpos cromatóides. Os trofozoítos Endolimax nana medem 6–12 μm e têm um único núcleo com um cariossomo caracteristicamente grande, de forma irregular, semelhante a uma mancha. O núcleo carece de cromatina periférica. Seu citoplasma é granular, muitas vezes vacuolar e pode conter inclusões de bactérias. 2.2 Mecanismos de transmissão É um parasita comensal não patogênico, a via de transmissão é através da ingestão de alimentos ou bebidas contaminados com cistos de ameba. Figura 2: cisto de Endolimax nana Figura 3: trofozoíto de Endolimax nana Fonte: CDC 7 2.3 Ciclo biológico 8 3 Entamoeba hartmanni 3.1 Morfologia Eles têm uma forma geralmente esférica, com um diâmetro que varia de 5 a 10 μm, os cistos mais maduros manifestam 4 núcleos, não visíveis quando as amostras observadas por microscopia não são adequadamente coradas. Durante a fase trofozoíto, o organismo apresenta uma forma e tamanho arredondados ou amebóides, que variam de 5 a 12 μm, em amostras adequadamente coradas, é possível observar um cariossoma pequeno, compacto e localizado na área central. No entanto, em várias ocasiões, pode estar fora do centro, o citoplasma é finamente granular e geralmente pode conter algumas bactérias. 3.2 Mecanismo de transmissão A colonização de amebas não patogênicas ocorre após a ingestão de cistos maduros em alimentos, água ou fômites contaminados com matéria fecal. Figura 4: cisto de Entamoeba hartmanni e Figura 5: trofozoíto de Entamoeba hartmanni Fonte: CDC 9 3.3 Ciclo biológico 10 4 Chilomastix mesnili 4.1 Morfologia Representa a forma infecciosa desse protozoário, possuindo um único núcleo, esse núcleo é grande, comparado ao tamanho do cisto, ocupando grande parte dele. Eles são cercados por uma parede grossa e resistente. O trofozoíto é a forma vegetativa do protozoário, ou seja, a que se reproduz e se alimenta. Tem uma forma de pêra. Mede aproximadamente 11-16 micrômetros. O citoplasma é proeminente, cercado por microfibrilas. Possui um núcleo esférico que mede em média entre 3-4 micrômetro, no microscópio é possível observar a presença de vários flagelos (4), sendo um deles associado ao citosol, que é um tipo de abertura pela qual as partículas de alimentos entram no protozoário. 4.2 Mecanismo de transmissão A forma mais frequente de transmissão é de pessoa para pessoa pelo mecanismo fecaloral. Isso implica na ingestão de alimentos ou água contaminada por partículas fecais com cistos parasitários. Figura 6: cisto de Chilomastix mesnili e Figura 7: trofozoíto de Chilomastix mesnili Fonte: CDC 11 4.3 Ciclo biológico 12 5 Blastocystis hominis 5.1 Morfologia Organismo polimórfico, a forma do cisto (3-5 μm) é postulada como um estágio infeccioso, mas não confirmado. A forma predominante encontrada em espécimes de fezes humanas é referida como a forma vacuolar (ou corpo central) e é de tamanho variável (5-40 μm, ocasionalmente muito maior). A forma granular se assemelha à forma vacuolar, se diferenciando pela presença de grânulos no citoplasma e vacúolo. A forma amebóide possui pseudópodes e bactérias em seu interior. 5.2 Mecanismo de transmissão Infectam o hospedeiro por via fecal-oral, através da ingestão de água e alimentos contaminados. Possuem tropismo pelas células epiteliais do sistema digestivo, onde se reproduzem. Figura 8: cisto de Blastocystis hominis Fonte: CDC 13 5.3 Ciclo biológico 14 6 Cyclospora cayetanensis 6.1 Morfologia É caracterizada por apresentarem-se como oocistos esféricos de 8 a 10 nanômetros de diâmetro, recobertos por uma parede espessa. Eles contêm 2 esporocistos em seu interior, dos quais cada um contém 2 esporozoítos, que são responsáveis por causar a infecção. 6.2 Mecanismos de transmissão As pessoas podem ser infectadas com Cyclospora consumindo alimentos ou água contaminados com o parasita. Figura 9: cisto de Cyclospora cayetanensis Fonte: CDC 15 6.3 Ciclo biológico 16 7 Iodamoeba butschilii 7.1 Morfologia Os cistos de Iodamoeba buetschlii variam de forma quase esférica a elipsoidal e medem de 5 a 20 μm. Os cistos contêm um único núcleo, o núcleo contém um cariossomo grande, geralmente excentricamente localizado. Grânulos acromáticos podem ou não estar presentes ao redor do cariossomo. Uma característica diagnóstica importante para esta espécie é a presença de uma grande massa compacta (vacúolo) de glicogênio no estágio do cisto. Trofozoítos de Iodamoeba buetschlii medem 8–20 μm e têm um único núcleo com um cariossomo grande, geralmente localizado centralmente, cercado por grânulos acromáticos reflectantes. O citoplasma é grosseiramente granular e vacuolizado e pode conter bactérias, leveduras ou outros materiais. 7.2 Mecanismos de transmissão É uma ameba que infecta por via fecal-oral, ou seja, por meio de alimentos e águas contaminadas com a Iodamoeba butschlii em forma de cisto. Figura10: cisto de Iodamoeba butschilli e Figura 11: trofozoíto de Iodamoeba Butschilli Fonte: CDC 17 7.3 Ciclo biológico 8 Giardia lamblia 18 8.1 Morfologia Os cistos têm a forma oval e em seu interior os núcleos variam de dois a quatro, sendo essa forma a encontrada no ambiente para disseminação da infecção. Os trofozoítos com o formato de pêra possuem flagelos (flagelados) e dois núcleos em seu interior. 8.2 Mecanismos de transmissão A infecção ocorre pela ingestão de cistos em água, alimentos contaminados (forma indireta) ou pela via fecal-oral – mãos (forma direta). Figura 12: cisto de Giardia lamblia e Figura 13: trofozoíto de Giardia Lamblia Fonte: Biomedicina Padrão 8.3 Ciclo biológico 19 9 Entamoeba histolytica / Entamoeba dispar 20 9.1 Morfologia Os cistos maduros de Entamoeba histolytica/Entamoeba dispar tem 4 núcleos que caracteristicamente têm cariossomo localizados centralmente e cromatina periférica fina e uniformemente distribuída. Os cistos geralmente medem de 12 a 15 μm. Trofozoítos patogênicos de Entamoeba têm um único núcleo, que tem um cariossomo centralmente colocado e cromatina periférica uniformemente distribuída. O citoplasma tem uma aparência granular ou "vidro fosco". Os trofozoítos geralmente medem de 15 a 20 μm (variação de 10 a 60 μm), tendendo a ser mais alongado nas fezes diarreicas.. 9.2 Mecanismos de transmissão A infecção por Entamoeba histolytica (e E.dispar) ocorre através da ingestão de cistos maduros de alimentos, água ou mãos contaminados por fezes. Figura 14: cisto de E. histolytica/E. dispar e Figura 15: Trofozoíto de E. histolytica/E. dispar Fonte: CDC 21 9.3 Ciclo biológico 22 10 Sarcocystis spp. 10.1 Morfologia Oocistos de Sarcocystis em fezes humanas medem 15-20 μm de comprimento por 15-20 μm de largura. Os oocistos esporulam no epitélio intestinal e contêm dois esporocistos, cada um dos quais contém quatro esporozoítos e um corpo residual refratário. Devido à natureza frágil dos oocistos maduros, tanto os oocistos esporulados quanto os esporocistos individuais podem ser eliminados nas fezes. Estes Sarcocystis spp. Formarão estruturas conhecidas como sarcocistos no tecido; estes sarcocistos contêm numerosos bradizoítos. Os sarcocistos são geralmente encontrados no músculo esquelético ou cardíaco. 10.2 Mecanismos de transmissão Os hospedeiros definitivos se contaminam com cistos, por meio da ingestão de carnes de animais mal cozidos. Já os hospedeiros intermediários se contaminam com os oocistos presentes nas fezes do hospedeiro definitivo. Figura 16: Oocisto esporulado de Sarcocystis sp. e Figura 17: Sarcocistos de Sarcocystis sp Fonte: CDC 23 10.3 Ciclo biológico 24 11 Entamoeba coli 11.1 Morfologia Os cistos de Entamoeba coli são geralmente esféricos, mas podem ser alongados e medir 10-35 μm. Cistos maduros normalmente têm 8 núcleos, é a única espécie de Entamoeba encontrada em humanos que tem mais de quatro núcleos no estágio de cisto. Os cariossomos podem ser compactos ou difusos e geralmente estão localizados de forma excêntrica. Trofozoítos de Entamoeba coli geralmente medem 15-50 μm. Os trofozoítos têm um único núcleo com um cariossomo caracteristicamente grande e excêntrico e cromatina periférica grosseira e irregular. O citoplasma é geralmente grosseiramente granular e vacuolizado. 11.2 Mecanismos de transmissão A colonização intestinal com amebas não patogênicas ocorre após a ingestão de cistos maduros em alimentos, água ou fômites contaminados por fezes. Figura 18: cisto de Entamoeba coli e Figura 19: trofozoíto de Entamoeba coli Fonte: CDC 25 11.3 Ciclo biológico 26 12 Cystoisospora belli 12.1 Morfologia Os oocistos de C. belli são grandes (25 a 30 μm) e têm uma forma elipsoidal típica. Quando excretados, eles são imaturos e contêm um esporoblasto. O oocisto amadurece após a excreção: um único esporoblasto se divide em dois esporoblastos, que desenvolvem paredes do cisto, tornando-se esporocistos, que eventualmente contêm quatro esporozoítos cada. 12.2 Mecanismos de transmissão A infecção acontece via fecal-oral por meio de água e alimentos contaminados com os cistos de Cystoisospora belli. Figura 20: Oocisto imaturo de Cystoisospora belli 27 12.3 Ciclo biológico 28 13 Balantidium coli 13.1 Morfologia Por outro lado, o cisto é de forma oval e pode medir 65 micrômetros. Quando estão em seus estágios iniciais, têm cílios, que podem desaparecer durante o curso da maturação do cisto. O trofozoíto é ovóide e possui pequenos cílios em toda a sua superfície. Também apresenta uma organização estrutural um pouco mais complexa do que outros protozoários. 13.2 Mecanismos de transmissão A transmissão se dá através de alimentos, água ou até mesmo mãos contaminadas com os cistos (forma infecciosa) de Balantidium coli. Figura 21: cisto de Balantidium coli e Figura 22: trofozoíto de Balantidiumcoli Fonte: CDC 29 13.3 Ciclo biológico 30 Helmintos 14 Taenia sp. 14.1 Morfologia Os ovos de Taenia spp. são indistinguíveis uns dos outros, bem como de outros membros dos Taeniidae. Os ovos medem de 30 a 35 micrômetros de diâmetro e são estriados radialmente. A oncosfera interna contém seis ganchos refratários. As proglotes gravídicas são mais longas do que largas e as duas espécies, T. solium e T. saginata, diferem no número de ramos uterinos laterais primários: T. solium contém 7-13 ramos laterais e T. saginata 12-30 ramos laterais. 14.2 Mecanismo de transmissão A contaminação ocorre com a ingestão de carne mal cozida ou crua de boi ou porca que contenham larvas de Taenia sp. Figura 23: Ovos de Taenia sp. e Figura 24: Proglote madura de T. saginata Fonte: CDC Figura 25: Proglote madura de T. solium Fonte: CDC 31 14.3 Ciclo biológico 32 15 Lagochilascaris minor 15.1 Morfologia Os adultos da Lagochilascaris minor apresentam na extremidade anterior dois lábios subventrais e um lábio subdorsal. Esses lábios são separados do resto do corpo pelo suco pós labial que os origina inter lábios. Os machos possuem uma cauda curta, os testículos estão enovelados na porção média do corpo. Já as fêmeas possuem extremidade posterior reta, vulva localizada após a metade do corpo. Os ovos arredondados de casca espessa e as larvas possuem quatro estágios até se tornarem adultos. 15.2 Mecanismos de transmissão As pessoas podem ser infectadas ao comer carne não processada ou mal cozida. Roedores selvagens contêm parasitas de larvas encapsuladas. Figura 26: ovo de Lagochilascaris minor e Figura 27: larva de Lagochilascaris minor Fonte: Blogspot microbiologia e parasitologia 33 15.3 Ciclo biológico 34 16 Hymenolepis nana 16.1 Morfologia Os ovos são ovais e menores que os de H. diminuta, com uma faixa de tamanho de 30 a 50 μm. Na membrana interna existem dois pólos, dos quais 4-8 filamentos polares se espalham entre as duas membranas. A oncosfera tem seis ganchos. Já as larvas possuem escólex invaginado e envolvido por membrana. 16.2 Mecanismo de transmissão A transmissão ocorre pela ingestão de água e/ou alimento contaminado pelos ovos. Tem como habitat o intestino delgado, principalmente íleo e jejuno. Figura 28: Ovo de Hymenolepis nana e Figura 29: scolex de Hymenolepis nana Fonte: CDC 35 16.3 Ciclo biológico 36 17 Trichuris trichiura 17.1 Morfologia Os ovos de Trichuris trichiura têm 50-55 micrômetros por 20-25 micrômetros. Eles são em forma de barril, casca grossa e possuem um par de "plugues" polares em cada extremidade. Os ovos não são embrionados quando passados nas fezes. Os machos adultos de Trichuris trichiura têm 30-45 milímetros de comprimento, com uma extremidade posterior enrolada. As fêmeas adultas têm 35-50 milímetros com uma extremidade posterior reta. Ambos os sexos têm uma extremidade anterior longa, semelhante a um chicote. Os adultos residem no intestino grosso, ceco e apêndice do hospedeiro. 17.2 Mecanismos de transmissão A transmissão acontece por meio do consumo de água e/ou alimento contaminado pelo parasita (vai fecal-oral). Figura 30: Ovo de T. trichiura e Figura 31: adulto de T. trichiura Fonte: CDC 37 17.3 Ciclo biológico 38 18 Enterobius vermiculares 18.1 Morfologia Os ovos de Enterobius vermicularis medem 50-60 μm por 20-30 μm. Eles são transparentes, alongados a ovais em forma e ligeiramente achatados de um lado. Eles geralmente são parcialmente embrionados quando derramados.Machos adultos de Enterobius vermicularis medem até 2,5 mm de comprimento por 0,1-0,2 mm de largura; as fêmeas adultas medem 8-13 mm de comprimento por 0,3-0,5 mm de largura. Os machos adultos têm uma extremidade posterior contundente com uma única espícula; as fêmeas possuem uma longa cauda pontiaguda. Em ambos os sexos, há expansões cefálicas. 18.2 Mecanismos de transmissão Pode ser transmitida por meio do contato com superfícies contaminadas, ingestão de alimentos contaminados com ovos ou inalação dos ovos dispersos no ar, já que são bastante leves. Figura 32:Ovos de E. vermicularis e Figura 33: macho e fêmea de E. vermicularis Fonte: CDC 39 18.3 Ciclo biológico 40 19 Ancilostomídeos 19.1 Morfologia Ovo elipsóide de casca fina e transparente, de forma ovóide com massa embrionária no interior que se fragmenta formando uma mórula e posteriormente uma larva, ocorrendo redução do espaço claro entre a casca e a massa à medida que a larva se desenvolve. Os ovos podem ser encontrados em diferentes fases de desenvolvimento. Tamanho: 56 a 76 µm de comprimento. 19.2 Mecanismo de transmissão Transmitida através da penetração do parasita pela pele, quando se anda descalço em solo contaminado com larvas no estágio filariforme de desenvolvimento, que é o estágio infectante. Figura 34: ovos de Ancilostomídeo e Figura 35: larva de Ancilostomídeo Fonte: MIP e Biomedicina Padrão 41 19.3 Ciclo biológico 42 20 Ascaris lumbricoides 20.1 Morfologia Ovo fértil de formato oval ou quase esférico de casca espessa e célula ovo no interior, formada por três camadas apresentando em média, 60µm de comprimento. A camada mais externa recebe o nome de membrana mamilonada. Ovo infértil de formato alongado, apresentando 80 a 90µm de comprimento, casca mais delgado com camada albuminosa muito reduzida, irregular ou ausente. O interior do ovo infértil é cheio de grânulos refringentes, de aspecto grosseiro. Ovo decorticado de formato oval ou quase esférico,apresentando camada interna e média, com célula ovo em seu interior, mas que perdeu sua membrana mamilonada. Adultos longos, cilíndricos e com extremidades afiladas. As fêmeas são maiores e mais grossas, tendo a parte posterior retilínea ou ligeiramente encurvada. Os machos têm enrolamento ventral, espiralado na extremidade caudal. 20.2 Mecanismo de transmissão Ingestão de ovos com larva l3 por meio das mãos, água ou alimentos consumidos crus contaminados. Figura 36: ovo infértil e Figura 37: ovo fértil 43 Figura 38: ovo decorticado e Figura 39: verme adulto (macho e femea) 44 20.3 Ciclo biológico 45 21 Diphyllobothrium latum 21.1 Morfologia O Diphyllobothrium latum é um verme plano e tingido. Possui uma cabeça mais alongada do que a maioria dos outros membros de sua classe e possui discos de sucção em vez das ventosas usuais. Esses parasitas têm uma área de proliferação ou pescoço logo após o escólex e o resto do corpo é composto de vários segmentos ou proglotes, cada um com seu próprio conjunto de órgãos genitais de ambos os sexos; isto é, são hermafroditas. Alguns autores descreveram espécimes com até 4000 segmentos em sua extensão. O Diphyllobothrium latum é um dos mais longos parasitas que podem afetar humanos: eles podem crescer no intestino de 2 a 15 metros. 21.2 Mecanismos de transmissão A infecção ocorre através da ingestão de carne de peixe crua ou mal cozida, contaminada com larvas da fase pelerocercóide ou espargano. Figura 40: ovo de Diphyllobothrium latum e Figura 41: adulto de Diphyllobothrium latum Fonte: TuyenLab 46 21.3 Ciclo biológico 47 22 Hymenolepis diminuta 22.1 Morfologia Os ovos são redondos ou ligeiramente ovais, tamanho 70 – 85 μm X 60 – 80 μm, com uma membrana externa estriada e uma fina membrana interna. O espaço entre as membranas é lisoou levemente granular. A oncosfera tem seis ganchos. Não há filamentos polares que se estendam para o espaço entre a oncosfera e a camada externa. 22.2 Mecanismos de transmissão A infecção por H. diminuta é adquirida pelo hospedeiro mamífero após a ingestão de um hospedeiro intermediário portador das larvas cisticercóides. Os seres humanos podem ser acidentalmente infectados através da ingestão de insetos em cereais pré-cozidos, ou outros itens alimentares, e diretamente do ambiente (por exemplo, exploração oral do ambiente por crianças). Figura 42: ovo de Hymenolepis diminuta Fonte: CDC 48 22.3 Ciclo biológico 49 23 Schistosoma mansoni 23.1 Morfologia Ovo: ovóide com casca espessa, pólo anterior mais delgado e posterior mais volumoso. Presença de espinho ou espículo lateral. Em seu interior possui uma célula embrionária ou miracídio já formado. Miracídio é uma larva ciliada móvel. Esporocisto é um estágio da forma sacular que contém células germinativas no interior, formado pela transformação do miracídio no molusco. Cercária são larvas com cabeça e cauda longa e bifurcada na extremidade distal. Essa estrutura é muito móvel. Eles têm diferenciação sexual (cercárias feminina e masculina). O verme macho tem 10-12 mm de comprimento e 0,11 mm de largura.Seu corpo é largo comparado ao feminino e tem duas porções: a primeira é curta e possui duas ventosas chamadas oral e ventral, respectivamente, que servem para aderir aos tecidos. O dorso é longo e existe o canal ginecóforo, o local onde a fêmea entra para a relação sexual. A fêmea tem 12-16 mm de comprimento x 0,016 mm de largura, sendo mais longa e mais fina que o macho. Possui um único ovário localizado na metade anterior do corpo, com um útero curto que pode conter 1 a 4 óvulos. A vulva está localizada atrás da ventosa ventral. Ocupando dois terços do corpo traseiro da fêmea, há um grande número de glândulas vitelinas. O trato digestivo difere muito bem em preto devido ao sangue digerido, também conhecido como pigmento de hemozoína. 23.2 Mecanismos de transmissão A transmissão ocorre através da penetração ativa das cercárias na pele ou mucosa em locais de maior transmissão como valas de irrigação, pequenos córregos, entre outros, contaminadas com cercárias. 50 Figura 43: ovo, miracídio, esporocisto, cercária e verme adulto (macho e fêmea) de Schistosoma mansoni Fonte: Maestrovirtuale 51 23.3 Ciclo biológico 52 24 Fasciola hepatica 24.1 Morfologia Estes vermes planos formam sete estágios de desenvolvimento diferentes: ovos, miracidia, esporocistos, rediae, cercárias, metacercárias e vermes adultos. O os ovos são operculados, marrons e ovóides (130-150μm de comprimento por 65-90μm de largura). Miracidia são estágios larvais móveis piriformes (150-200μm de comprimento) cobertos com cílios. Os esportistas são corpos pleomórficos semelhantes a sacos (0,3-1,5 mm de diâmetro) contendo células germinativas que dão origem a pequenos rediae (embriões). Cercárias maduras (~ 0,5 mm de comprimento) são estágios de natação livre com alongado simples caudas em forma de bastão, que são posteriormente derramadas quando se concentram na vegetação para formar metacercárias ligadas à membrana (~ 0,2 mm de diâmetro). Vermes maduros são em forma de folha (2,0-3,5 cm de comprimento por 1,0-1,5 cm de largura) com um ápice cônico demarcados por "ombros" mais largos. Eles são dorsoventralmente achatados, o tegumento é coberto com espinhos escamosos, e eles têm duas sugadoras (distome arranjo com o oral e acetábulo próximos). Eles têm um intestino cego bifurcado e cada verme é hermafrodita, possuindo órgãos reprodutivos masculinos e femininos. 24.2 Mecanismo de transmissão A contaminação se dá pela ingestão de água e alimentos contaminados com metacercárias. 53 Figura 44: ovo, miracídio, esporocisto, rédea, cercária, metacercária e verme adulto de Fasciola hepatica Fonte: parasite.org 24.3 Ciclo biológico 54 25 Strongyloides stercoralis 25.1 Morfologia A larva rabditóide, também chamada de L1 é muito mais longa que a largura, medindo entre 180 e 380 µm e apenas 14 a 20 µm de largura. Entre suas características distintivas estão uma cápsula vestibular curta e um esôfago dividido em três seções, uma anterior cilíndrica, uma média estreita e uma posterior piriforme. Também possui um primórdio genital característico, alongado e discoidal, com o centro mais largo que as extremidades, sua cauda é alongada e filiforme. A larva filariforme ou L-3, apesar de ter aproximadamente o mesmo diâmetro (25 µm) que a larva rabditóide, é cerca de duas vezes maior (500-700 µm). Por causa de sua forma alongada e fina. Entre as características diagnósticas desta larva estão um esôfago muito longo, com cerca da metade do comprimento da larva e uma porção distal da cauda trifurcada. A fêmea de vida livre tem um comprimento mais curto e um corpo mais espesso (1,0 – 1,7 mm por 50 – 75 µm) que o da fêmea partenogenética. Outras características são um esôfago anterior ou rabditóide curto e um sistema reprodutivo formado, entre outros, por uma vulva média ventral, um receptáculo seminal e dois pares de gônadas. O corpo da fêmea partenogenética é alongado e fino (2 mm por 30-40 µm). O esôfago anterior é muito mais longo que o da fêmea de vida livre, com um comprimento aproximadamente igual a um terço do comprimento do animal. A vulva é mais deslocada para trás, localizada próxima ao terço distal. Como as fêmeas de vida livre, possui dois pares de gônadas, mas no caso da fêmea partenogenética, falta um receptáculo seminal, pois seus óvulos não precisam de fertilização. O macho é sempre de vida livre, seu tamanho é menor que o da fêmea (0,7-1,0 mm de comprimento por 40-50 µm de largura). A cauda é enrolada ventralmente em sua porção distal e possui um ápice agudo. Também é fornecida a cauda de um governador e dois pequenos espinhos copulatórios. 25.2 Mecanismo de transmissão A transmissão de Strongyloides stercoralis pode ser parenteral via pele como o contato dos pés descalços com terra contaminada com larvas infectantes, via oral pela ingestão de larvas infectantes nos alimentos contaminados e por heteroinfecção. 55 Figura 45: Larva filariforme (L3) de S. stercoralis e Figura 46: Larva rabditiforme L2 de S. stercoralis Figura 47: Fêmea adulta de vida livre de S. stercoralis ao lado de uma larva rabditiforme menor. 56 25.3 Ciclo biológico 57 Referências bibliográficas ● CIMERMAN, Benjamin & CIMENMAN Sergio. Parasitologia Humana e seus Fundamentos Gerais. São Paulo: Ed. Atheneu, 2º edição, 2011. ● NEVES, David Pereira, MELO, Alan Lane, LINARDI, Pedro Marcos & VICTOR, Ricardo W. Almeida. Parasitologia Humana. São Paulo: Ed. Atheneu, 11º edição, 2014 ● REY, L. Bases de Parasitologia Médica. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001 ● Lagoquilascariasis. Disponível em: https://www.ecured.cu/Lagoquilascariasis. Acesso em: 04 jan. 2023 ● GLOBAL HEALTH DIVISION PARASITIC DISEASE AND MALARIA. Centers for Disease Control and preservation: dpdx - laboratory identification of parasites of public health concern. DPDx - Laboratory Identification of Parasites of Public Health Concern. 2019. Disponível em: https://www.cdc.gov/dpdx/. Acesso em: 02 jan. 2023. 58 Tabela TAMANHO DE CISTOS, OOCISTOS E TROFOZOÍTOS DE PROTOZOÁRIOS PROTOZOÁRIOS TAMANHO (µm) CISTO/OOCISTO TROFOZOÍTO Amplitude Diâmetro Amplitude Diâmetro 1 Cryptosporidium spp 3-6 4-6 - - 2 Endolimax nana 5-10 6-8 6-12 8-10 3 Entamoeba hartmanni 5-10 6-8 5-12 8-10 4 Chilomastixmesnili 6-10 8-9 6-24 10-15 5 Blastocystis hominis 3-50 8-10 - - 6 Cyclospora cayetanensis 8-10 8-10 - - 59 7 Iodamoeba butschlii 5-20 10-12 8-20 12-15 8 Giardia lamblia 8-19 11-12 10-20 12-15 9 Entamoeba histolytica / Entamoeba dispar 10-20 12-15 10-60 >20 10 Sarcocystis spp 11-17 12-16 - - 11 Entamoeba coli 10-35 15-25 15-50 20-25 12 Cystoisospora belli 25-30 28-30 - - 13 Balantidium coli 45-65 50-55 50-70 40-50 TAMANHO DE OVOS, LARVAS E PROGLOTES DE HELMINTOS HELMINTOS (OVOS) TAMANHO ( µm) Amplitude Diâmetro 1 Taenia sp 31-43 35 60 2 Lagochilascaris minor 54-42x44-40 44x42 3 Hymenolepis nana 40-60x30-50 47x37 4 Trichiuris trichiura 49-65x20-29 54x22 5 Enterobius vermiculares 50-60x20-32 55x26 6 Ancilostomídeo 57-76x35-47 60x40 7 Ascaris lumcricoides (fértil) 45-70x35-45 60x45 8 Diphyllobothrium latum 58-76x40-51 66x44 9 Hymenolepis diminuta 70-86x60-80 72 10 Ascaris lumbricóides (infértil) 85-95x35-45 90x40 11 Schistosoma mansoni 114-180x45- 73 140x66 12 Fasciola hepatica 120-150x63- 90 145x80 61 LARVAS E PROGLOTES 13 Strongyloides stercoralis 200-300x16-20 225x16 14 Ancilostomídeos 100-150x14-17 250x17 15 Taenia solium 12x5-7mm 16 Taenia saginata 16x5-7mm 62 Morfomicrometria 63 64 65 66 67