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Pregação no hospital 
conforme informado pela 
escuta à beira do leito 
Um guia homilético para 
pregadores, pastores e capelães em 
hospitais, hospícios, prisões e 
ministérios de casas de repouso 
 
 
Cajetan N. Ihewulezi 
 
 
 
 
 
I MPRENSA DA UNI VERSIDADE DA AMÉRICA,®INC. 
Lanham•Pedregulho•Nova Iorque•Toronto•Plymouth, Reino Unido 
 
 
 
 
 
 
Copyright © 2011 pela 
University Press of America, ® 
Inc. 
4501 Forbes Boulevard 
Suíte 200 
Lanham, Maryland 20706 
Departamento de Aquisições da UPA (301) 459-3366 
 
Estover Road 
Plymouth PL6 7PY 
Reino Unido 
 
Todos os direitos reservados 
Impresso nos Estados Unidos da América 
Catalogação da Biblioteca Britânica em Informações de Publicação Disponíveis 
 
Número de controle da Biblioteca do Congresso: 
2010931098 ISBN: 978-0-7618-5292-6 (brochura: 
alk. Paper) eISBN: 978-0-7618-5293-3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
∞™O papel utilizado nesta publicação atende ao 
mínimorequisitos do American National Standard for 
Information Sciences — Permanência do Papel para Materiais 
de Biblioteca Impressos, ANSI/NISO Z39.48-1992. 
 
 
 
 
 
 
A todos os pacientes em cuidados paliativos 
 
 
 
 
 
 
 
Conteúdo 
 
 
 
 
Agradecimentos6 
Introdução xi 
1 Escuta à beira do leito hospitalar como verdadeira hospitalidade ao 
Doente1 
Hospitalidade, não Hostilidade1 
Escuta ativa/intencional do que os doentes precisam Oferta2 
Da hospitalidade ao sentido do sofrimento: 
A Logoterapia de Victor Frankl e uma Incidente3 
O Efeito Curativo da Contação de Histórias: Os Casos de Jan Newhouse 
e Jim5 
Compartilhando a história de cabeceira do paciente com o 
Adoração Comunidade6 
2 Interpessoal Conversa9 
Por que conversamos ou Comunicar? 9 
O Princípio Cooperativo em Informação Câmbio10 
Usando os Termos de Referência Adequados em Conversa10 
Interpretando a identidade através Conversa11 
Fazendo sentido fora do interpessoal Conversa12 
Comunicação interpessoal como processo de renderizaçãoAjuda12 
RelatórioEdifício 13 
Reportado porNatureza14 
Reportado porChance 14 
Reportado porProjeto 15 
As habilidades de estabelecerRapport15 
OSaudação15 
Conversa com o NovoPessoa19 
 
v 
vi Conteúdo 
Falando eQuestionamento19 
Ouvindo 21 
AudiçãoHabilidades21 
Reconhecendo as preferências sensoriais do outroPessoa24 
3 Conversas Pastorais com o HospitalPacientes 28 
A Importância das Boas Habilidades de Comunicação na Saúde 
CuidadoConfiguração 28 
As Habilidades para Estabelecer Rapport Imediato com oPaciente29 
Entrando no PacienteSala 29 
Conversa dialógica à beira do leito comPaciente33 
Escuta Ativa doPaciente34 
Um encontro completo com um paciente: o caso deKen35 
Breve Análise do Encontro comKen39 
4 Da história do paciente paraHomilia42 
O papel da história na pregaçãoProclamação 42 
O doente como sacramento para oComunidade 44 
O pregador como teólogoRefletor 44 
Encontro à beira do leito e seus efeitos na pastoral Ministro 46 
Tipos de histórias como presentes para Pregação47 
Ouvindo os Dons de Pergunta e Desafio 48 
Ouvindo os Dons da Culpa e Desespero48 
Ouvindo os Dons de Testemunho, Aceitação e Esperança49 
Seleção de Texto do Lecionário da Igreja ou como Escolhido 
pelo Pregador50 
Seleção do Bíblia50 
Lecionário Pregação 51 
Resumos Lecionários e Pregação aos Doente51 
A Três Vias Hermenêutica 52 
Interpretando a Comunidade do Doente53 
Interpretando a Bíblia Texto54 
Interpretando e Selecionando o Apropriado História55 
Ritualização da história do paciente: ligando a história de Deus com 
o humano História55 
Traçando o Homilia56 
O Texto da Pregação: Uma Emocionante Mensagem de Esperança57 
A Apresentação do Homilia57 
5 A Pregação Avaliação 60 
Um Questionário para as Respostas do Hospital Pacientes 61 
Avaliação do Questionário 62 
Os resultados do Questionário 62 
Conteúdo vii 
Avaliação do Homilias62 
Anedótico Respostas64 
As Limitações do Questionário64 
Homilias67 
Homilias com histórias de pacientes e Experiências67 
Homilias sem referência a histórias de pacientes e Experiências 72 
Conclusão 79 
Bibliografia 83 
Índice87 
Sobre a Autor91 
 
 
 
 
Agradecimentos 
 
 
 
 
Fui abençoado com certas pessoas sem as quais teria achado mais difícil 
realizar esta pesquisa. No Pe. George Boudreau, OP, encontrei um 
conselheiro maravilhoso que me orientou bem. Eu sou grato. 
Agradeço também ao meu leitor, Pe. Charles Hart, OFM. Suas sugestões 
poderosas abriram meus olhos para algumas áreas do meu ministério. Suas 
contribuições enriqueceram minha pesquisa. Também fui abençoado com 
uma editora dedicada, Kathleen Tehan, que não apenas me deu o suporte 
necessário, mas também com suas habilidades de escrita, me ajudou a tornar 
este trabalho mais interessante de ler. Por todo o apoio e sugestões que Ann 
Garrido me deu, sou grato. 
Ao fornecer assistência e apoio para me ajudar a reunir informações 
valiosas, também agradeço muito a equipe e os pacientes do Missouri 
Baptist Medical Center, do Barnes Jewish Hospital, do St Anthony's 
Hospital e do Forest Park Hospital. Por último, mas não menos importante, 
agradeço a M. Cristina Stevens por revisar este livro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ix 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
 
 
 
 
Tendo sido pastor de uma igreja por muitos anos antes de trabalhar como 
capelão de hospital, descobri que ouvir mais intencionalmente à beira do 
leito do hospital as histórias e experiências dos doentes é muito necessário 
para uma pregação hospitalar eficaz para a comunidade hospitalar. As 
histórias e experiências dos pacientes são recursos valiosos que podem ser 
utilizados na preparação e entrega de homilias mais eficazes para a 
comunidade hospitalar composta pelos doentes, seus familiares e 
funcionários do hospital. Essa escuta intencional à beira do leito e a 
pregação que resulta da escuta são importantes para abordar os problemas 
dos doentes. 
Na maioria das igrejas, as homilias dominicais não tratam efetivamente 
dos problemas dos enfermos. Descobri esse problema como pastor de uma 
grande congregação na Nigéria. Meus quatro pastores associados e eu 
tentamos ministrar aos doentes nos hospitais dentro dos limites geográficos 
de nossa paróquia, mas não tivemos tempo suficiente para ouvir suas 
histórias. Ao vir para a América, encontrei evidências do mesmo problema. 
Depois de servir em uma paróquia e trabalhar entre os doentes aqui nos 
Estados Unidos nos últimos seis anos, também descobri que a maioria das 
homilias dominicais abordam os problemas morais, sociais, econômicos e 
políticos dos membros saudáveis das igrejas. No entanto, eles não falam tão 
diretamente com os doentes. 
Há uma grande necessidade de sentar-se frente a frente e ouvir 
atentamente as histórias, experiências e sentimentos dos doentes. Encontros 
à beira do leito com pacientes podem informar o pregador (capelão ou 
ministro pastoral) e podem resultar em pregações litúrgicas mais eficazes em 
hospitais, hospícios e casas de repouso. Por meio da interação das histórias 
dos pacientes com os textos bíblicos, essa pregação pode contribuir, 
complementar e melhorar a cura emocional, espiritual e física do paciente, 
bem como da comunidade. O doente, 
 
 
XI 
xii Introdução 
 
junto com suas famílias e amigos, precisam dos sermões dominicais e, se 
possível, homilias litúrgicas diárias que abordam problemas específicos 
relacionados à doença, como: dor, culpa, vergonha, punição, redefinição, 
raiva, depressão, tristeza, regressão, isolamento, abandono, hábito, vício, 
tristeza e perda. 
Como a doença geralmente separa os doentes de suas comunidades, os 
doentes precisam do tipo de hospitalidade que lhes dê a oportunidade de se 
expressar. Se osdoentes ouvem suas histórias ou histórias semelhantes às 
suas sendo compartilhadas com a comunidade litúrgica, eles podem se sentir 
mais parte de sua comunidade enquanto as pessoas de sua comunidade, por 
sua vez, compreendem melhor as contribuições dos doentes. Os sentimentos, 
respostas e atitudes que cercam as histórias dos doentes podem atuar como 
meios eficazes de proclamar o evangelho à comunidade, bem como a outros 
pacientes. 
Este projeto visa melhorar o ministério de pastoral dos doentes. Esta 
abordagem pastoral fornecerá um guia homilético para pregadores, pastores 
e capelães envolvidos em ministérios de hospitais, hospícios e casas de 
repouso. Também ajudará os ministros pastorais a desenvolver melhores 
habilidades de ouvir as histórias e experiências dos doentes, bem como a 
capacidade de usar essas histórias e experiências na proclamação do 
evangelho. Esta abordagem pode ajudá-los a preparar homilias mais eficazes 
para abordar as preocupações dos doentes. Quando um ministro pastoral 
oferece oportunidades para os doentes contarem suas histórias e os ouve 
atentamente, os pacientes sentem que alguém se importa com sua dor e 
tristeza. Ao ritualizar suas histórias como parte da história de Deus, o 
ministro pastoral ajudará os doentes, suas famílias e amigos, bem como a 
comunidade cristã para compreender o lugar de Deus no sofrimento. Essa 
compreensão também pode ajudar o doente a encontrar sentido no 
sofrimento. 
O capítulo um discute em detalhes os efeitos curativos de contar histórias à 
beira do leito 
e ouvindo. Neste capítulo, a escuta à beira do leito hospitalar é apresentada 
como um aspecto importante de mostrar hospitalidade ao doente. A 
hospitalidade aqui se refere ao ato de proporcionar ao doente a liberdade ou 
a oportunidade de contar suas histórias e experiências. A hospitalidade 
também envolve compartilhar as histórias dos pacientes com a comunidade 
de adoração para melhor compreensão. O capítulo um também reconhece o 
que os doentes podem oferecer à comunidade de adoração. Os doentes 
podem ser sacramentos para a comunidade em geral, na medida em que 
mediam a graça de Deus para a comunidade. Os doentes ensinam o 
significado do sofrimento. Neste primeiro capítulo também será explorado o 
ato de ajudar o doente a encontrar sentido no sofrimento. 
Como este projeto de pesquisa tem muito a ver com discussões 
interpessoais com pacientes, o capítulo dois discute as habilidades 
necessárias para alcançar uma conversa significativa com os doentes. O 
 
capítulo dois também inclui algumas teorias, reflexões e comentários 
relevantes de especialistas em comunicação. Este capítulo apresenta os 
conceitos de construção de rapport, habilidades de escuta e a 
Introdução xiii 
 
reconhecimento de preferências sensoriais na conversação. A preferência 
sensorial de uma pessoa de acordo com a Programação Neurolinguística 
(PNL), simplesmente postula que um indivíduo tem um sentido preferido 
(embora certamente não exclusivo) para experimentar o mundo, ou seja, 
adquirir, reter e expressar informações. Os três sentidos primários são visão 
(visual), audição (auditiva) e sensação (cinestésica). 
O capítulo três explica em detalhes como aplicar algumas das habilidades 
de comunicação em um contexto hospitalar. Este capítulo também apresenta 
maneiras de se conectar e conversar com pacientes do hospital, para 
encorajar a confiança no capelão ou ministro pastoral para que histórias 
significativas sejam compartilhadas com o capelão ou ministro pastoral. 
Haverá exemplos de tais conversas entre o pregador e o paciente, como eu as 
experimentei em alguns hospitais. Este capítulo também incluirá sugestões 
para documentar a história do paciente após a conversa, bem como as 
implicações éticas envolvidas. 
O capítulo quatro explica os passos que um pregador dá na preparação de 
homilias para os pacientes, desde o encontro à beira do leito até a escrita de 
uma homilia que abordará os problemas dos enfermos. A preparação dessas 
homilias envolve levar em conta o texto bíblico e o encontro com o paciente 
ou a história que o pregador ouviu à beira do leito. Embora alguns desses 
passos tenham sido geralmente explicados no capítulo dois, é necessário 
organizá-los ou aplicá-los passo a passo como um guia claro para o 
pregador. Esses passos também podem ser usados para as liturgias 
dominicais e para a pregação litúrgica diária. 
O capítulo cinco descreve o processo de avaliação da eficácia de alguns 
exemplos de homilias. A avaliação envolve um teste da eficácia dos sermões 
pregados usando histórias de pacientes. Para testar se a integração das 
histórias dos pacientes nos sermões faz diferença na forma como a pregação 
é recebida pelos pacientes em ambiente hospitalar, são utilizadas três 
homilias sem histórias de pacientes e três com histórias de pacientes. 
Sermões pregados sem histórias de pacientes referem-se àqueles sermões 
que se concentram em um texto bíblico e podem ou não usar histórias que 
não vêm de pacientes de hospital. Esses sermões pregados com histórias de 
pacientes integram suas histórias com um texto bíblico. 
O método de teste é com questionários elaborados para fornecer 
oportunidades para os pacientes expressarem como se sentiram sobre as 
homilias. Além do uso de questionários, também são fornecidas conversas 
face a face entre o ministro pastoral e os pacientes. Suas reações são usadas 
para avaliar as homilias da amostra para determinar se a inclusão de histórias 
e experiências dos pacientes são de importância significativa para a eficácia 
dos sermões pregados em ambientes de saúde. 
 
 
 
 
Capítulo um 
 
Ouvir à beira do leito hospitalar como 
verdadeira hospitalidade para com os 
doentes 
 
 
 
 
 
 
HOSPITALIDADE, NÃO HOSTILIDADE 
 
Quando a palavra “hospitalidade” é mencionada, parece que pensamos mais 
em cuidar de visitantes ou estranhos que perderam ou deixaram suas 
próprias casas, comunidades e países para outros lugares. A hospitalidade 
para com estranhos também pode ser aplicada a nossos irmãos e irmãs que 
perderam a saúde e se afastaram de nós devido a doenças. No entanto, todos 
merecem hospitalidade, “especialmente aqueles que lutam contra a solidão e 
procuram relacionamentos calorosos e acolhedores”. 1 A hospitalidade no 
ambiente de saúde inclui dar ao doente a liberdade ou a oportunidade de se 
expressar e ser ouvido. Infelizmente, em alguns casos, a verdadeira 
hospitalidade foi encontrada em falta em muitas de nossas comunidades e no 
mundo em geral. 
Em seu livro Reaching Out, Henri Nouwen lamenta que o mundo esteja 
cheio de estranhos que se tornaram mais sujeitos à hostilidade do que à 
hospitalidade. Embora existam exemplos de verdadeira hospitalidade para 
com estranhos, Nouwen aponta que há evidências de pessoas 
cumprimentando estranhos com agressão temerosa, em vez de oferecer-lhes 
um espaço aberto e hospitaleiro e alcançá-los com amor. Nouwen identifica 
as causas dessa atitude hostil em relação a estranhos como medo, suspeita e 
ignorância do que o estranho pode oferecer em nossas comunidades.2 
Os doentes não estão livres dessa atitude hostil. Em seu livro A Alquimia 
da Doença, Kat Duff, falando especificamente para os doentes, afirma um 
problema semelhante em relação à hostilidade que alguns doentes podem 
enfrentar em suas comunidades. Às vezes, as atitudes do saudável em 
relação ao doente são negativas devido à natureza crônica da doença ou 
ignorância com a mecânica 
 
 
1 
2 Capítulo um 
 
 
 
da doença e com os sentimentos dos doentes. Escrevendo a partir da 
experiência, como alguém que sofria de uma doença de longa duração, Duff 
argumenta que, como resultado do preconceito, suspeita e culpa que se segue 
à doença, muitas pessoas que vivem com doenças incapacitantes perdem o 
apoio da família e dos amigos.3 
Como estrangeiro em terra estrangeira, sei o quanto é importante se sentir 
aceito. Ao estender a mão aos nossos semelhantes, especialmente aos 
doentesque estão afastados de suas famílias e amigos devido à doença, 
devemos ser hospitaleiros. Certamente, os doentes precisam de nossos 
relacionamentos calorosos e de aceitação. Mas como, exatamente, fazemos 
isso? Nouwen argumenta que isso envolve a criação de “o espaço livre e 
amigável” 4 no qual aqueles que estão afastados podem se sentir livres, mais 
cuidados, amados e acomodados como membros de nossas comunidades 
religiosas e sociais. Um espaço tão livre e amigável pode trazer 
transformação e compreensão mais completa. É assim que o anfitrião ou o 
ministro pastoral reconhece as contribuições do estrangeiro ou do doente na 
comunidade. 
 
 
ESCUTA ATIVA/INTENCIONAL DO QUE OS 
DOENTES TEM A OFERECER 
 
Duff observa que os saudáveis, incluindo profissionais de saúde e pastores, 
podem ignorar o que os doentes podem oferecer à comunidade. É errado o 
anfitrião supor que o estranho não tem nada a oferecer. Ao contrário, os 
doentes possuem presentes, que anseiam por colocar à disposição de seus 
anfitriões.5 A relação entre o anfitrião e o estranho deve ser vista como 
recíproca. Para tirar proveito das experiências dos doentes, é necessário que 
o ministro pastoral elimine quaisquer preconceitos contra os doentes. Essa 
atitude imparcial em relação aos doentes trará mais abertura. Além disso, o 
ministro pastoral deve estar pronto para aplicar habilidades de escuta 
significativas em cada encontro com o paciente. Nesse sentido, a 
hospitalidade não se expressa apenas por estar presente à beira de seu leito, 
compartilhar suas emoções, sentimentos e pensamentos. 
Através dessa escuta intencional do que os doentes têm a dizer sobre suas 
experiências, informações valiosas podem ser obtidas pelo ouvinte sobre 
doenças difíceis e misteriosas. Como Duff recomenda, é necessário que 
aqueles que vivem com doenças temidas possam contar suas histórias 
inteiras e relatar aos outros seus sentimentos e experiências. Tais 
informações têm sido úteis para a pesquisa e resultaram em avanços para a 
cura de doenças.6 Além disso, consideraremos outras contribuições que os 
doentes fazem à comunidade, especialmente em contextos litúrgicos. 
Ouvir à beira do leito hospitalar como verdadeira 
 
3 
 
 
DA HOSPITALIDADE AO ENCONTRAR SENTIDO NO 
SOFRIMENTO: A LOGOTERAPIA DE VICTOR FRANKL E 
UM INCIDENTE PESSOAL 
 
Encontrar sentido no sofrimento refere-se à capacidade de encontrar razões 
para ter esperança de sobrevivência ou para lidar com a doença. O doente 
pode ser auxiliado a encontrar sentido em suas condições de sofrimento por 
meio da hospitalidade. Em Man's Search for Meaning, Victor Frankl conta 
uma história pessoal gráfica do que aconteceu com ele e seus companheiros 
judeus nos campos de concentração nazistas da Segunda Guerra Mundial. 
tortura física e mental e, finalmente, o gaseamento de milhões de 
companheiros judeus até a morte. 
Ao usar as experiências de Victor Frankl, não estou sugerindo que a vida 
nos campos de extermínio fosse igual ao sofrimento de pacientes com 
doenças crônicas ou terminais. No entanto, podemos dizer que o sofrimento 
é comum a ambas as situações. Em uma situação de sofrimento, 
especialmente no sofrimento infligido humanamente, os doentes fazem 
muitas perguntas na tentativa de compreender seu sofrimento cheio de dor. 
A partir da experiência pessoal, é natural que uma pessoa em sofrimento 
busque um sentido. Como o ministro pastoral ajuda os doentes a encontrar 
sentido em seu sofrimento? 
Frankl conta a história de como ele fez o papel de anfitrião na prisão, 
criando espaço para alguns de seus companheiros de prisão contarem suas 
histórias para encontrar significado em seu sofrimento. Ele aplicou o que ele 
chama de logoterapia. A logoterapia é uma técnica psicoterapêutica 
orientada para o significado através da qual Frankl ouviu as histórias dos 
prisioneiros e os ajudou a encontrar razões para continuar esperando e se 
agarrando à vida até o dia da libertação.8 Mesmo quando uma epidemia de 
febre tifoide eclodiu no campo, muitos dos aqueles que contraíram a doença, 
incluindo o próprio Frankl, sobreviveram porque ele tentou motivá-los a 
encontrar sentido em suas vidas ou razões para continuar vivendo.9 Na 
opinião de Frankl, muitos dos prisioneiros que não conseguiram a libertação 
teriam sobreviveram se tivessem alguém para ouvi-los e ajudá-los a 
encontrar sentido no sofrimento. 
Frankl era um prisioneiro sofrendo as mesmas dificuldades que os outros, 
mas 
sua capacidade de abrir o espaço livre e amigável, de ouvir e ser ouvido, 
ajudou a ele e aos outros presos. Isso indica que a hospitalidade ao doente é 
um compromisso mútuo que ajuda não apenas o estranho, mas também o 
anfitrião. Como os prisioneiros da história de Frankl, muitos doentes 
precisam de alguém ao lado de seus leitos para ouvir suas histórias e aplicar 
a mesma logoterapia que Frankl recomenda. O método de Frankl de ajudar 
aqueles que sofrem a encontrar significado e esperança tem sido útil para 
mim ao alcançar meus pacientes. 
4 Capítulo um 
 
 
 
A logoterapia pode ou não remover o sofrimento físico do paciente, mas 
pode ajudar o paciente a mudar sua atitude em relação à sua condição de 
sofrimento.10 
Lembro-me de meu encontro com uma vítima de acidente com quem 
testei minha capacidade de ajudar uma pessoa em sofrimento a encontrar 
sentido e seguir em frente com a vida. Um jovem de vinte e poucos anos, 
Joey (nome fictício), estava dirigindo para casa de uma festa com seus 
amigos quando perdeu o controle de seu carro e colidiu com uma área 
densamente arborizada. Ele dirigia sob efeito de álcool. Dois amigos de Joey 
morreram neste acidente enquanto ele estava paralisado da cintura para 
baixo. Ele foi levado a um dos hospitais onde eu estava de plantão para o 
ministério sacramental. Quando entrei no quarto de Joey, vi um jovem triste 
e perturbado que não queria ver ninguém. Tentei me apresentar como um 
amigo preocupado com sua condição. Depois de cumprimentá-lo e me 
apresentar a ele, Comentei sobre seu humor triste e pedi que falasse comigo 
sobre o que estava acontecendo. Minha pergunta lhe deu a oportunidade de 
falar. Ele relatou como se sentiu em relação ao acidente e também sua 
intenção de tirar a própria vida porque se culpava pela morte de seus dois 
amigos íntimos. Joey não encontrou nenhuma razão para continuar vivendo 
como um paralítico que sempre estaria confinado a uma cadeira de rodas. 
Ele não seria capaz de fazer as coisas que costumava fazer sozinho, mas 
precisaria de outra pessoa para ajudá-lo. O pior para Joey era que ele tinha 
uma linda namorada e temia que ela o abandonasse por outra. Ele não 
conseguia imaginar sua namorada nos braços de outro homem enquanto ele 
definhava em uma cadeira de rodas. Ele perguntou: "Qual é o sentido de 
continuar com esta vida?" Inicialmente, eu estava confuso sobre o que dizer 
a ele, mas lembrei-me do método de logoterapia de Frankl. 
Conseqüentemente, primeiro agradeci a Joey por me contar sua história. Eu 
disse a ele que não o culpava por sentir o que sentia ou mesmo por planejar 
para tirar a vida dele. 
Perguntei-lhe o que fazia da vida antes do acidente e ele me disse que era 
designer de sapatos. Perguntei-lhe se ele adorava esse trabalho e gostaria de 
continuá-lo, mesmo na cadeira de rodas, e ele respondeu que sim. Quando 
lhe perguntei se havia algo que ele desejava realizar em seu trabalho antes 
do acidente, ele respondeu com seu plano de desenvolver muitos novos 
designs de sapatos. Procurei a opinião de Joey sobre continuar 
desenvolvendo esses designs enquanto estava em sua cadeira de rodas. Ele 
reagiu balançando a cabeça em aceitação e me disse que era uma boa ideia, o 
que nunca lhe ocorrera. Expressei que eu também estava triste com a morte 
de seus bons amigos e, ao mesmo tempo, aliviado por ele ter sobrevivido. 
Pedi então a Joey que refletisse sobre por que Deus poupou sua vida no 
acidente. Eu também queria que Joey considerasse seus sentimentos sobrecontinuar em seu trabalho de design em vez de tirar a própria vida. Embora 
eu não tenha tomado nenhuma decisão por ele, pedi-lhe que pensasse sobre 
essas questões e depois me contasse seus sentimentos na próxima vez que 
Ouvir à beira do leito hospitalar como verdadeira 
 
5 
 
nos encontrássemos. 
6 Capítulo um 
 
 
 
Durante minha visita de acompanhamento, Joey parecia muito melhor. Ele 
me agradeceu por falar com ele anteriormente. Ele acreditava que eu o 
ajudei a ver sua condição de uma maneira diferente, o que por sua vez o 
ajudou a abandonar seu plano anterior de tirar a própria vida. Outra boa 
notícia era que sua namorada havia prometido que não o abandonaria por 
causa de sua condição. 
 
 
O EFEITO DE CURA DE CONTAR HISTÓRIAS: 
OS DOIS CASOS DE JAN NEWHOUSE E JIM 
 
Meus encontros com muitos pacientes me levam a acreditar que o 
isolamento é um dos maiores problemas dos doentes. Richard Stone 
argumenta que o próprio ato de compartilhar uma história com amigos, 
familiares e outros seres humanos contradiz o isolamento deprimente que 
muitos de nós experimentamos na vida.11 
Em Moon Dance, Life through the Cancer Lens, Jan Newhouse reconhece 
como os generosos atos de hospitalidade de seu marido e sua filha a 
ajudaram não apenas a lidar com o câncer, mas também a encontrar uma 
razão pela qual ela deveria continuar lutando contra o câncer. , pelo menos 
até que sua filha tivesse idade suficiente para viver sozinha.12 Quando seu 
marido e sua filha a ouviram compartilhar suas experiências, ela encontrou 
plenitude em outros aspectos de seu amor e bondade. Ela afirma: “Meu 
marido me apoiou muito durante o meu câncer, fazendo as compras de 
supermercado, aspirando a casa ou me segurando e abraçando quando eu 
estava me sentindo para baixo. Ele é um homem muito honesto e não diria 
coisas que ele não sabia ser verdade. 13 Newhouse estava pensando em 
como ela 
ia deixar esse marido honesto e amoroso sem esposa e deixar sua filha terna 
sem mãe. Falando sobre seus sentimentos por sua filha, ela afirmou: 
“Embora a incerteza governe o mundo do câncer, havia uma certeza para 
mim desde o dia do primeiro diagnóstico: eu faria tudo ao meu alcance para 
viver até que minha filha ficasse velha. suficiente para prosperar por conta 
própria.”14 
Em situações em que a doença pode ser terminal, atos graciosos de 
hospitalidade para com os doentes podem ajudá-los a lidar com suas doenças 
e alcançar a integridade.15 Em Dear Bradie, a pastora Martha Brunell 
registra um encontro com um paciente, Jim, que na casa dos quarenta tinha 
ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica), uma doença neuro-muscular fatal, 
provavelmente rápida e progressiva. Não se sabe o suficiente sobre a doença 
na ciência médica e ainda não há cura conhecida.16 
Embora sua doença fosse terminal, Jim tinha uma coisa importante a 
realizar que poderia lhe dar satisfação. Ele estava preocupado com sua filha 
de três anos, Bradie. Jim temia que ela fosse jovem demais para entender seu 
grande amor 
Ouvir à beira do leito hospitalar como verdadeira 
 
7 
 
 
para ela ou compreender a dinâmica de sua doença terminal. Jim precisava 
de alguém que lhe desse a oportunidade de contar suas histórias, que seriam 
gravadas para sua filha. Para Jim encontrar alguma felicidade ou realização 
nessa situação de sofrimento, ele precisava ser capaz de dizer à filha o 
quanto a amava e que ela tivesse algo que pudesse ajudá-la a lembrar do 
amor e da presença de seu pai em sua vida. mesmo quando ele se foi.17 
Em seu encontro pastoral com Jim, Brunell entendeu a preocupação de 
Jim e foi capaz de oferecer a ele aquele espaço amigável e livre. Ela ouviu 
Jim se expressar sobre suas experiências e sua vida, mesmo que ele não 
pudesse falar muito, e escreveu para Jim uma série de cartas de amor para 
Bradie. A resposta pastoral de Brunell ajudou Jim a chegar a um acordo com 
sua ELA e a encontrar integridade diante da morte que se aproximava. 
A hospitalidade de um pastor ou agente de saúde pode ajudar o doente a 
se realizar e também pode ajudar os membros da família a encontrar 
significado e a lidar com suas perdas. As visitas de Brunell e sua gravação 
da história de Jim para sua filha não apenas ajudaram Jim a ter uma 
profunda sensação de plenitude e realização, mas também ao recontar sua 
história, Bradie saberia mais sobre seu passado. Mais uma vez, a intervenção 
de Brunell também poderia ser uma fonte de cura para Bradie ao aceitar a 
perda de seu pai. O ato de hospitalidade de Brunnel ajudou Jim a encontrar 
integração com sua família e amigos. 
O segundo desejo e fonte de satisfação de Jim foi como contar sua história 
de tal forma que pudesse informar o público sobre o que significa viver e 
morrer com ELA. Suas experiências com a doença ajudaram outras pessoas 
a aprender mais sobre a ELA e como Jim lidou com sucesso com essa 
doença terminal com cuidados pastorais experientes e de apoio. Com sua 
generosidade e senso de humor, Jim manteve a vida até esgotar todos os seus 
sentimentos sobre a doença. Todas essas realizações trouxeram cura para 
Jim, mesmo quando ele estava dando seus últimos suspiros. 
Uma experiência semelhante de aceitar a doença e aceitar a morte com 
coragem e realização foi narrada por Brunell em "Hibiscus Blaze". É uma 
história real de uma mulher chamada Irma e sua família. Irma também sofria 
de ELA e foi capaz de compartilhar um significado significativo à medida 
que sua morte se aproximava simplesmente por causa da hospitalidade 
pastoral e aceitação oferecida a ela por Brunell, bem como pela família de 
Irma. 
 
 
COMPARTILHANDO A HISTÓRIA DE 
LADO DO PACIENTE COM A 
COMUNIDADE DE ADORAÇÃO 
 
A hospitalidade aos enfermos, praticada pelo estar presente e oferecer aos 
enfermos a oportunidade de contar suas histórias, também pode trazer uma 
melhor compreensão da 
8 Capítulo um 
 
 
 
como se relacionar com os doentes. De acordo com o argumento de 
Nouwen, a verdadeira hospitalidade pode trazer uma comunidade recriadora 
com os doentes. Ao compartilhar suas histórias, os doentes sentem menos 
alienação e distanciamento da comunidade dos saudáveis. Este resultado 
positivo implica que o ministro pastoral não deixará de ouvir suas histórias; 
também deve envolver a ação do ministro pastoral. Conforme indicado por 
James D. Whitehead e Evelyn Eaton Whitehead, as informações obtidas ao 
ouvir geram insights sobre a melhor forma de responder às necessidades dos 
outros.18 Com o insight obtido após ouvir e refletir, o ministro pastoral 
responde compartilhando as histórias de os enfermos (observando todas as 
regras éticas de tratamento da informação e confidencialidade dos enfermos) 
com a comunidade cristã, especialmente em contexto litúrgico; 
Compartilhar a história de um paciente na celebração litúrgica aumenta o 
espírito de 
comunidade.19 Ao compartilhar histórias, os membros saudáveis da 
comunidade de adoração podem compreender melhor os doentes. Ao reduzir 
o preconceito, o medo e a suspeita contra os doentes, a comunidade pode 
entendê-los e aceitá-los como irmãos e irmãs da Mesa do Senhor e receber 
os dons que os doentes têm a oferecer. Essas práticas lembram uma das 
coisas que Jesus pediu aos doentes que fizessem depois de curá-los de suas 
doenças”. . . vai e mostra-te ao sacerdote e faz a oferta da tua purificação 
prescrita por Moisés como prova para eles” (Marcos 1:44). A cura é 
completada quando os doentes são integrados novamente como parte da 
comunidade. 
No entanto, devido às suas condições de sofrimento, os doentes não 
podem vir ao pastor para contar suas histórias; pelo contrário, o ministro 
pastoral precisa tomar a iniciativa, como Jesus tomou a iniciativa, de estar 
entre eles, ouvi-los, sentir com eles e ser sua voz para a comunidade. O 
ministro pastoral precisa compartilhar suas histórias com a comunidade na 
celebração da Palavra e do Sacramento da Eucaristia. Na Palavra, a 
comunidade ouve ou compartilha suas histórias, enquanto na Eucaristiaos 
doentes se unem à comunidade. Os pacientes podem ganhar com a atividade 
comunitária da liturgia, quer estejam presentes fisicamente ou estejam 
assistindo à liturgia em circuito fechado de televisão. Eles podem identificar 
semelhanças nas histórias de outras pessoas que estão ou estiveram em 
condições de sofrimento semelhantes. A capacidade de identificar 
semelhanças ou de ver aspectos da própria vida nas histórias dos outros pode 
ajudar o doente a ganhar força e obter algum consolo e reconhecimento. 
Acima de tudo, quando um ministro pastoral integra as histórias reais de 
pacientes em seus sermões, ele pode facilitar a identificação de outros 
pacientes com a situação e, assim, aumentar as chances de que a mensagem 
do evangelho soe mais significativa e relevante. Os adultos aprendem 
melhor quando o que está sendo aprendido é significativo e relevante. A 
hospitalidade envolve a comunicação interpessoal. Nos próximos dois 
capítulos, examinaremos as habilidades de comunicação envolvidas no 
Ouvir à beira do leito hospitalar como verdadeira 
 
9 
 
relacionamento interpessoal. quando um ministro pastoral integra as 
histórias reais de pacientes em seus sermões, ele pode facilitar a 
identificação de outros pacientes com a situação e, assim, aumentar as 
chances de que a mensagem do evangelho soe mais significativa e relevante. 
Os adultos aprendem melhor quando o que está sendo aprendido é 
significativo e relevante. A hospitalidade envolve a comunicação 
interpessoal. Nos próximos dois capítulos, examinaremos as habilidades de 
comunicação envolvidas no relacionamento interpessoal. quando um 
ministro pastoral integra as histórias reais de pacientes em seus sermões, ele 
pode facilitar a identificação de outros pacientes com a situação e, assim, 
aumentar as chances de que a mensagem do evangelho soe mais significativa 
e relevante. Os adultos aprendem melhor quando o que está sendo aprendido 
é significativo e relevante. A hospitalidade envolve a comunicação 
interpessoal. Nos próximos dois capítulos, examinaremos as habilidades de 
comunicação envolvidas no relacionamento interpessoal. 
10 Capítulo um 
 
 
 
comunicação. Vamos primeiro discutir essas habilidades de comunicação à 
medida que ocorrem em nossas conversas do dia a dia antes de aplicá-las ao 
contexto hospitalar. 
 
 
NOTAS 
 
1. Verlyn D. Verbrugge, The NIV Topical Study Bible: Hospitality (Grand 
Rapids, Michigan: Zondervan Bible Publishers, 1989), 1413. 
2. Henri Nouwen, Reaching Out: The Movements of the Spiritual Life (Nova 
York: Doubleday Publishing Company, 1975), 47. 
3. Kat Duff, The Alchemy of Illness (Nova York: Bell Tower, 1993), 30. 
4. Nouwen, 50. 
5. Ibid., 61. 
6. Duff, A Alquimia da Doença, 31. 
7. Viktor E. Frankl, Man's Search for Meaning (Nova York: Pocket Books, 
1984), 21. 
8. Ibidem, 120. 
9. Frankl, 120. 
10. Ibidem, 136. 
11. Richard Stone, The Healing Art of Storytelling: A Sacred Journey of Personal 
Discovery (Nova York: Author Choice Press, 2004), 3. 
12. Jan Newhouse, Moon Dance: Life through the Cancer Lens (St. Louis, 
Missouri: Avery Publishing, 2004), 5. 
13. Ibid., 15. 
14. Ibid., 5. 
15. 28. 
16. Martha Brunell, “Hibiscus Blaze”, um artigo não publicado sobre o cuidado 
pastoral do paciente com ELA, St. Louis. 
17. Martha A. Brunell: In Dear Bradie: A Story of Life with ALS, narrado, 
gravado e produzido por Douglas D. Cripe, 2006, gravação de CD. 
18. James D. Whitehead e Evelyn Eaton Whitehead, Methods in Ministry: 
Theological Reflection and Christian Ministry (Kansas City, Missouri: Sheed and 
Ward, 1995), 16. 
19. Pedra, 13. 
 
 
 
Capítulo dois 
Conversa interpessoal 
 
 
 
 
 
 
 
 
No capítulo um, discutimos a importância de dar espaço livre e amigável aos 
doentes para que eles possam se expressar e serem ouvidos. Além disso, 
enfatizamos a importância de levar suas histórias da beira do leito para o 
púlpito. Esse movimento das histórias dos pacientes da beira do leito para o 
púlpito tem muito a ver com a discussão interpessoal entre os ministros 
pastorais e os pacientes. Neste capítulo, discutimos as opiniões de alguns 
especialistas em comunicação sobre o que acontece quando duas ou mais 
pessoas estão trocando informações. 
 
 
POR QUE CONVERSEMOS OU COMUNICAMOS? 
 
Em Fazendo conexões, Charles T. Meadow nos ajuda a entender uma das 
razões mais comuns pelas quais as pessoas se comunicam. A comunicação 
tem muitos propósitos, mas o principal é transferir ou trocar informações.1 
Estamos preocupados aqui com a troca interpessoal de informações que 
ocorre entre duas ou mais pessoas. A comunicação interpessoal é um ato 
social necessário que ajuda a nos definir como seres humanos.2 Precisamos 
nos reunir com os outros para interagir e trocar ideias, seja como membros 
de famílias, como amigos no trabalho ou como membros de comunidades. 
Sem conexão interpessoal com os outros, não podemos existir porque não 
podemos prescindir do apoio de outras pessoas em nossas vidas. 
Comentando sobre a importância e a natureza social da interação humana, 
Harlene Anderson afirma: “Uma das características mais importantes da vida 
é a conversa. Estamos em contínua conversa uns com os outros e com nós 
mesmos. Através da conversa, formamos e reformamos nossas experiências 
e eventos de vida; criamos e recriamos nossos significados e entendimentos; 
e construímos e reconstruímos realidades e nós mesmos.”3 Seja em tempos 
bons ou 
9 
10 Capítulo 
 
 
 
 
em tempos difíceis, precisamos do apoio de outras pessoas. De acordo com 
Nicholas Boothman, por meio da linguagem corporal, gestos, expressões 
faciais e palavras dos outros, somos fortalecidos nos momentos difíceis e 
nossos bons momentos tornam-se mais agradáveis.4 Muitas pessoas ficaram 
frustradas na vida simplesmente porque têm poucos relacionamentos e 
amigos para conversar, e às vezes suas experiências de vida se tornam um 
fardo que eles não podem carregar sozinhos. 
Minhas interações com pacientes em hospitais me ajudam a perceber o 
quão importante é nossa necessidade de apoiar uns aos outros, especialmente 
nos momentos difíceis de nossas vidas. Nas Escrituras, o evangelho de 
Lucas (8: 26-39) apresenta a tempestade subindo enquanto Jesus estava no 
mesmo barco com seus discípulos. Jesus não apenas acalmou a tempestade, 
mas também deu apoio a seus discípulos. A tempestade de doença ou tristeza 
deve um dia chegar a todos nós. Em tal situação, o fardo é mais leve quando 
temos o apoio um do outro. 
 
 
O PRINCÍPIO DA COOPERATIVA NA TROCA DE 
INFORMAÇÕES 
 
Para que a troca de informações seja bem realizada, os comunicadores 
(falantes e ouvintes) devem seguir o princípio cooperativo que orienta como 
as pessoas falam e interpretam. O princípio cooperativo exige que a 
conversa seja direcionada conforme necessário. Para Karen Tracy, a 
conversa é vista como "uma atividade cooperativa". Pode ser comparado a 
um jogo de futebol que exige trabalho cooperativo em equipe, pois espera-se 
que todos os jogadores sigam as regras para um jogo significativo.5 
 
 
USANDO OS TERMOS DE REFERÊNCIA ADEQUADOS NA 
CONVERSA 
 
Ao dirigir-se a outra pessoa ou grupo de pessoas, é necessário que o 
comunicador conheça o termo ou termos de referência apropriados a serem 
usados para um parceiro ou parceiros na conversa. Tracy aponta que usar os 
termos apropriados na conversa faz diferença e pode ter algumas 
implicações para os falantes e seus alvos. a resposta será mais cordial e 
amigável do que quando um termo de referência menos apropriado for 
usado. 
Tracy fala sobre endereço pessoal, que se refere ao “rótulo que damos aos 
termos usados para se referir a uma pessoa em sua presença”. seus primeiros 
nomes (Katy em vez de Kathleen ou Bill em vez de Wil- 
Conversa interpessoal 11 
 
 
liam). Não é que essas pessoas se ofendam se forem chamadas por seus 
nomes verdadeiros, mas podem preferir seus apelidos. Eles também 
respondem melhor quando chamados por seus apelidos.Tracy também indica que o uso de um nome de parentesco mais aceitável 
é muito importante na comunicação interpessoal. Nomes de parentesco 
referem-se a nomes dados a mães (mamãe, mamãe), pais (pai, papai), avós, 
tias e tios.8 As diferenças culturais também podem determinar quais dos 
termos acima podem ser usados para se dirigir às pessoas. Quando cheguei 
aos Estados Unidos, usei o termo “Mãe” para me referir à maioria das 
mulheres idosas que visitei nos hospitais porque achava que tinham idade 
suficiente para ser minha mãe. Mais tarde, um de meus supervisores me 
aconselhou a usar melhor o termo “senhora” para mulheres adultas. O fato é 
que algumas das mulheres não gostavam que eu as chamasse de “mamãe” 
porque não éramos biologicamente parentes, e algumas delas se sentiam 
velhas quando viam uma pessoa da minha idade chamando-as de mamãe. Na 
Nigéria, usar a palavra “Mãe” para se dirigir a uma mulher em idade fértil é 
considerado uma honra. A maioria das mulheres na Nigéria agradeceria. 
O uso do termo adequado ou aceitável também se aplica quando um 
comunicador 
está se dirigindo a um grupo. A identidade de qualquer grupo precisa ser 
considerada e respeitada. Usar um termo de referência culturalmente 
inaceitável para falar com um grupo de pessoas pode trazer efeitos 
interpessoais negativos. Por exemplo, um oficial da Marinha nigeriana que 
foi treinado nos Estados Unidos foi convidado pelo governo militar 
nigeriano a voltar para casa para ser o governador de um dos estados do país. 
Fazia parte do protocolo para o novo governador de um estado se dirigir a 
um grupo de governantes tradicionais do estado. Os governantes tradicionais 
são de famílias reais e são sempre recebidos com respeito. Eles são vistos 
como os mantenedores da cultura da terra e como pais do povo. O novo 
governador começou seu discurso cumprimentando os governantes 
tradicionais com "oi pessoal". Na Nigéria, usar a palavra “caras” é 
estrangeiro e é considerado uma saudação muito casual, mais adequada para 
adolescentes no ensino médio. Os líderes tradicionais estavam descontentes. 
Eles expressaram sua insatisfação com o novo governador. 
 
 
INTERPRETANDO A IDENTIDADE ATRAVÉS DA 
CONVERSA 
 
Além da troca de informações, as pessoas revelam sua identidade 
conversando com outras. O estilo de falar do comunicador pode revelar mais 
sobre suas identidades em termos de nacionalidade, idade, profissão e classe 
social.9 Residindo nos Estados Unidos há cerca de sete anos, ainda sou 
identificado como estrangeiro quando as pessoas me ouvem falar. Eles 
perguntam: “De onde você é? Você tem sotaque. Você é da África?” 
12 Capítulo 
 
 
 
Quando digo a eles que sou da Nigéria, eles dizem: “Não é de admirar! 
Podemos dizer pela maneira como você fala.” eu falo 
Conversa interpessoal 13 
 
 
a mesma língua inglesa que os outros, mas meu sotaque me apresenta 
primeiro, mesmo antes de contar às pessoas sobre minha origem e minha 
nacionalidade. 
 
 
FAZENDO SIGNIFICADO DA 
CONVERSA INTERPESSOAL 
 
Ao escrever sobre o processo de construção de significado na conversação 
interpessoal, Tracy postula que em qualquer conversa, o enunciado do 
falante, seja uma palavra, uma frase ou uma declaração longa, é o que cria 
significado. Para ela, nossos enunciados são expressões linguísticas, mas 
também unidades da vida social.10 Um enunciado como “olá” poderia ser 
uma resposta a outro enunciado. Por exemplo, visitei um paciente em um 
dos hospitais e o cumprimentei: “Olá, Sr. Smith.” Ele respondeu: "Olá, 
Pastor". Tracy sugere que um enunciado como “olá” tem dois níveis de 
significado. O primeiro significado vem do conteúdo enquanto o segundo 
significado vem do contexto. O conteúdo refere-se ao significado 
convencional ou ao significado literal da palavra ou frase. Quando eu disse 
olá ao Sr. Smith quando entrei em seu quarto, minha saudação foi amigável 
e ele respondeu em um tom amigável semelhante. Esta saudação é o 
primeiro nível de significado. 
O segundo nível de significado é o que Tracy chama de significado 
interacional. 
que é determinado pelo contexto em que o oi foi dito.11 Lembro-me de 
minha conversa com uma mulher dentro da capela de um dos hospitais. 
Estávamos conversando sobre os acontecimentos atuais, sobre a alta taxa de 
criminalidade em alguns bairros da cidade de São Petersburgo. Louis. No 
início de nossa discussão, tudo parecia normal até que ela começou a falar 
sobre como seu ex-marido costumava abusar dela fisicamente. Ao me contar 
como seu ex-marido costumava socá-la como se ela fosse um saco de 
pancadas, ela ficou muito emocionada e começou a levantar a voz. Porque 
ela estava levantando a voz, eu comecei a falar em um tom baixo, "inferno-
oooh, inferno-oooh" com a segunda sílaba prolongada. O prolongamento da 
sílaba deu-lhe um significado diferente. Não foi uma saudação neste 
contexto, 
 
 
A COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL 
COMO PROCESSO DE PRESTAÇÃO DE 
AJUDA 
 
Como vimos no início deste capítulo, uma das principais razões pelas quais 
as pessoas se envolvem na comunicação interpessoal é a troca de 
informações. As pessoas têm objetivos diferentes para trocar informações. 
14 Capítulo 
 
 
 
Para fins pastorais, a comunicação interpessoal é um processo de ajudar 
alguém em necessidade. De acordo com Eugene W. Kelly, ajudar é 
entendido aqui como “um processo de comunicação interpessoal no qual 
uma pessoa responde 
Conversa interpessoal 15 
 
 
a fim de facilitar e fomentar o crescimento pessoal, o bem-estar e a 
resolução de problemas do outro.”12 
O objetivo final ao olhar para a comunicação interpessoal como um processo 
de prestação de ajuda é que o comunicador contribua para o bem-estar 
daqueles que podem, de uma forma ou de outra, precisar de ajuda. Para que 
a comunicação interpessoal seja realmente útil, ela precisa envolver algumas 
habilidades de comunicação. 
 
EDIFÍCIO DE RELATÓRIOS 
 
A construção de rapport é muito importante na comunicação humana. Um 
bom relacionamento garante uma conversa mais proveitosa entre duas ou 
mais pessoas. Em Como fazer as pessoas gostarem de você em 90 segundos 
ou menos, Boothman explica o rapport com essas palavras. 
 
Rapport é o estabelecimento de um terreno comum ou uma zona de conforto 
onde duas ou mais pessoas podem se unir mentalmente. Quando você tem 
rapport, cada um de vocês traz algo para a interação – atenção, cordialidade, 
senso de humor, por exemplo – e cada um traz algo de volta: empatia, simpatia, 
talvez algumas ótimas piadas. Rapport é o lubrificante que permite que as 
trocas sociais fluam sem problemas.13 
 
Jane Jorgenson concorda com Boothman que o rapport é um aspecto do 
relacionamento interpessoal que é compartilhado ou vivenciado em 
conjunto. A vantagem de estabelecer rapport é a aceitação positiva e a 
felicidade da outra pessoa ao falar com seu parceiro de conversa. Quando as 
habilidades de rapport não são aplicadas, a atenção pode ser mais difícil de 
alcançar. Jorgensen também concorda que o rapport pode facilitar a 
cooperação, especialmente em entrevistas para coleta de dados.14 Em The 
Worst Is Over, Judith Acosta e Judith Simon Prager afirmam que “sem 
rapport, a comunicação efetiva simplesmente não é possível”. alicerce firme 
antes de construir uma casa que possa ficar de pé. Numa situação de 
prestação de ajuda ou de resposta às necessidades de alguém, se o 
comunicador ou ajudante não estabelecer primeiro rapport suficiente, seu 
parceiro de conversa ou ajudante não terá confiança suficiente para revelar 
histórias pessoais.16 Kelly apóia a afirmação de Acosta e Prager, postulando 
que o relacionamento é básico para uma comunicação interpessoal eficaz. 
Ajudar não é possível a menos que haja uma relação de trabalho entre o 
ajudante e o ajudado, ou seja, aceitação mútua suficiente para permitir que o 
processo prossiga de maneira útil. À medida que o tempo passa e o 
relacionamento se desenvolve, a simples aceitação geralmente se transforma 
em confiança e respeito.17aceitação mútua suficiente para permitir que o 
processo prossiga de maneira útil. À medida que o tempo passa e o 
relacionamento se desenvolve, a simples aceitação geralmente se transforma 
em confiança e respeito.17 aceitação mútua suficiente para permitir que o 
16 Capítulo 
 
 
 
processo prossiga de maneira útil. À medida que o tempo passa e o 
relacionamento se desenvolve, a simples aceitação geralmente se transforma 
em confiança e respeito.17 
Dos meus encontros hospitalares com os pacientes, acredito que quando um 
forte 
rapport não for estabelecido, a maioria dos pacientes não revelará como eles 
realmente se sentem. Muitos deles podem dizer que estão se sentindo bem 
enquanto suas expressões faciais, 
Conversa interpessoal 17 
 
 
tons de voz e posicionamento do corpo contam uma história diferente. No 
entanto, quando o relacionamento suficiente foi estabelecido, muitas vezes 
fico surpresocom a enorme quantidade de informações que eles 
compartilham sobre o que está acontecendo em suas vidas em relação às 
suas doenças. 
Boothman estabelece uma forma sistêmica de estabelecer rapport, embora 
aceite que às vezes o rapport acontece por si só, como que por acaso, 
enquanto outras vezes o comunicador tem que estabelecê-lo. Boothman 
acredita que, ao cumprimentar as pessoas, a capacidade de estabelecer 
rapport dependerá de quatro habilidades: atitude, capacidade de 
“sincronizar” certos aspectos do comportamento, como linguagem corporal e 
tom de voz, habilidades de conversação e capacidade de descobrir qual 
sentido ou sentidos (visual). , auditivo ou cinestésico) em que a outra pessoa 
confia ao receber e apresentar informações.18 
Jorgensen parece discordar de Boothman sobre a facilidade com que o 
relacionamento pode ser estabelecido. Ela afirma: “Minhas associações 
pessoais com a palavra 'relatório' são complexas. Como estudante de 
comunicação, estou intrigada com a riqueza de suas implicações relacionais 
e ainda duvidoso de estabelecer um modo de investigação de rapport que 
permita plenamente sua natureza sistêmica emergente. ”19 Ela aceita que a 
descoberta da identidade compartilhada, tal como o gênero pode contribuir 
para o crescimento do rapport, mas ela acha difícil explicar ou prever quais 
identidades compartilhadas entrariam em jogo em um determinado encontro. 
ser estabelecido pelo projeto. Boothman identifica três tipos diferentes de 
rapport necessários para a comunicação interpessoal. Estas são relações por 
natureza, 
 
RELATÓRIO POR NATUREZA 
 
O rapport por natureza sugere um terreno comum com algumas pessoas 
devido às nossas conexões naturais com elas. Por exemplo, desde o 
nascimento, dependemos de contato emocional, sinais e símbolos de nossos 
pais, colegas, professores e amigos. As pessoas com interesses comuns têm 
um relacionamento natural.22 Ninguém precisa estabelecer um novo 
relacionamento antes de se comunicar com pais, irmãos e irmãs. O 
relacionamento já é estabelecido por filiação natural. 
 
 
RELATÓRIO POR ACASO 
 
Rapport também pode ser por acaso. Esse tipo de relacionamento pode 
acontecer quando alguémse viaja para um país em que sua língua não é 
normalmente falada. De repente, a pessoa ouve alguém de seu próprio país 
que fala sua língua. Ambos podem rapidamente se tornar amigáveis, e essa 
18 Capítulo 
 
 
 
amizade 
Conversa interpessoal 19 
 
 
é por acaso porque a linguagem comum torna-se um terreno comum que une 
os dois para começar a interagir um com o outro.23 
As primeiras amizades que fiz quando cheguei aos Estados Unidos 
começaram em um shopping center. Quando ouvi alguém falando minha 
língua nativa, me virei e falei com o homem nessa língua e ele respondeu. 
Imediatamente nos tornamos amigos e trocamos telefones, e a amizade se 
desenvolveu a tal ponto que agora me sinto parte de sua família. Claro, 
quando o rapport por natureza e o rapport por acaso não estão implícitos, o 
rapport por design pode ser aplicado, especialmente em uma primeira 
reunião. 
 
 
RELATÓRIO POR PROJETO 
 
Às vezes, um comunicador pode não ter tempo para que o rapport aconteça 
naturalmente. Em tal situação, o comunicador precisa fazer algo para criar 
um terreno comum com seu parceiro de conversação. O rapport por design é 
estabelecido alterando deliberadamente o comportamento de alguém, apenas 
por um curto período de tempo, para se tornar como a outra pessoa. Isso 
envolverá aplicar a atitude certa, a arte de sincronizar, aplicar habilidades de 
conversação e encontrar as preferências sensoriais da pessoa.24 
 
 
AS HABILIDADES DE ESTABELECER RELATÓRIO 
 
Adquirir as habilidades de construir rapport é muito necessário para que haja 
uma conexão mais eficaz entre o comunicador (o ajudante) e um parceiro de 
conversa (o ajudado), especialmente quando o comunicador encontra um 
parceiro pela primeira vez. Para que um parceiro de conversação aceite o 
comunicador e esteja pronto para conversar com ele, o comunicador deve se 
apresentar bem. 
A primeira impressão importa em qualquer conversa. Se o comunicador 
cria uma impressão adequada dentro de alguns segundos de uma nova 
reunião, ele cria a consciência de que é amigável, confiável e sincero. A 
capacidade de criar a impressão certa aumenta a construção de rapport que 
pode tornar a reunião mais cordial.25 As seguintes habilidades podem ajudar 
o comunicador a estabelecer rapport que pode levar a um relacionamento 
amigável. 
 
 
O CUMPRIMENTO 
 
É natural e apropriado que os parceiros de conversação se cumprimentem 
durante uma reunião, especialmente quando a reunião está ocorrendo pela 
primeira vez. Dentro 
20 Capítulo 
 
 
 
 
Como fazer as pessoas gostarem de você em 90 segundos ou 
menos,Boothman propõe cinco partes de uma saudação eficaz. As cinco 
partes são Open — Eye — Beam— Hi — Lean. Essas cinco partes da 
saudação devem ocorrer dentro de alguns segundos de contato. 
 
Aberto 
A linguagem corporal aberta é muito importante na comunicação. Em seu 
texto Communicator Style, Norton Robert recomenda um movimento 
corporal expansivo, sem reservas, extrovertido e orientado para a 
abordagem.26 Quando o comunicador se encontra com alguém pela primeira 
vez, sua linguagem corporal deve ser aberta. O coração do comunicador 
deve estar voltado para a pessoa que ele está conhecendo. Ele não deve 
cruzar os braços. Se possível, ele deve desabotoar o casaco ou a jaqueta.27 
Esses exemplos sugerem abertura. 
A linguagem corporal (postura, expressões e gestos) forma mais da 
metade do que as pessoas respondem quando estão decidindo sobre o 
comunicador ou a pessoa que as atende.28 A linguagem corporal deve 
sinalizar cooperação, concordância, disposição, entusiasmo e aprovação. . 
Em Como falar com qualquer pessoa, Leil Lowndes afirma: “A maneira 
como você olha e se move é mais de 80% da primeira impressão que alguém 
tem de você. Nenhuma palavra precisa ser dita.”29 Lowndes enfatiza que 
quando o parceiro de comunicação olha para o comunicador, o parceiro 
imediatamente começa a formar impressões sobre o comunicador. O efeito 
dessas primeiras impressões forma a base de todo o relacionamento. 
 
Olho 
O contato visual é o segundo aspecto do processo de saudação. O 
comportamento dos olhos, especialmente um olhar direto, sinaliza a prontidão 
para interagir. O contato visual também envolve projetosmento. Virginia P. 
Richmond e James C. McCroskey postulam que, na cultura americana, é 
difícil estabelecer contato visual com alguém, mesmo com um estranho, sem 
algum nível de interação.30 Com contato visual, uma simples interação de 
sorrir para outra pessoa ou aceno de cabeça é esperado. 
O comunicador precisa assumir a liderança no contato visual, olhando 
diretamente nos olhos da nova pessoa. Boothman afirma que desviar o olhar 
da nova pessoa envia o sinal errado ou pode até sugerir falta de interesse. O 
contato visual do comunicador deve fazer com que seu parceiro sinta que o 
comunicador tem uma atitude positiva.31 Lowndes apoia essa ideiafalando 
de “olhos epóxi”. A técnica do olho epóxi é o ato de olhar para o seu alvo 
com total concentração e interesse. “Quando você usa olhos epóxi, ele envia 
sinais de interesse misturados com total confiança em si mesmo.” 32 
Conversa interpessoal 21 
 
 
Ao contrário de Boothman, Lowndes alerta que deve haver cautela. “Não 
exagere ou você pode parecer arrogante e descarado.” 33 Em algumas 
culturas, muito contato visual pode ser visto como assédio, especialmente 
quando faz a outra pessoa se sentir desconfortável. Roger E. Axtell revela 
que no Japão, Coréia e Tailândia, o contato visual direto prolongado não é 
aceitável porque é considerado indelicado e até intimidador.34 
 
Feixe 
O contato visual é seguido por um sorriso radiante que deve refletir a atitude 
positiva do comunicador. Para enviar uma mensagem de amizade e 
sinceridade aos outros, o comunicador também precisa assumir a liderança 
em sorrir enquanto olha diretamente nos olhos da nova pessoa.35 Lowndes 
acredita que um grande sorriso caloroso é um trunfo ao conhecer alguém 
para o primeira vez, mas sugere que o sorriso não deve vir rápido demais 
para parecer crível. Ela sugere que o atraso deve ser provavelmente inferior 
a um segundo.36 Quando o sorriso é irradiado, o destinatário ou 
destinatários terão a impressão de que o grande sorriso caloroso é especial e 
para eles. 
 
Oi 
O comunicador deve ser o primeiro a dizer “Oi ou “Olá” para a nova pessoa 
e deve dizê-lo com um tom agradável. Ao dizer "Oi" ou "Olá", o 
comunicador também deve ser o primeiro a se identificar e mencionar seu 
nome.37 Poderia ser assim: "Oi, meu nome é John". Ao assumir a liderança 
na revelação de seu nome ou identidade, o comunicador convidou a outra 
pessoa a responder da mesma forma. Quando a pessoa responde com um 
nome, o comunicador agora tem informações sobre como se referir a essa 
pessoa. 
Em algumas situações, o comunicador pode já saber o nome da pessoa 
antes do primeiro encontro. Ao dizer "Oi" ou "Olá", o comunicador deve 
chamar o nome da outra pessoa. Chamar o nome da outra pessoa pode ser 
apresentado desta forma: “Oi, Sr. Pedros. Meu nome é John. " Mencionar o 
nome correto da pessoa ajuda a criar um sentimento amigável. Às vezes, o 
comunicador pode precisar perguntar à outra pessoa a melhor maneira de 
pronunciar seu nome. Além disso, algumas pessoas podem preferir ser 
chamadas por um apelido derivado de seus nomes formais. O uso de 
apelidos pode melhorar o relacionamento. 
 
Magro 
Ao usar uma linguagem corporal aberta, o comunicador deve se inclinar para 
frente enquanto se apresenta. A ação voltada para a frente do comunicador 
pode ser uma 
22 Capítulo 
 
 
 
 
quase “inclinação para frente imperceptível” para indicar muito sutilmente 
interesse e abertura para a pessoa que acabou de conhecer.38 Richmond e 
McCrowskey acreditam que essa inclinação para frente é um daqueles 
comportamentos corporais que ajudam a reduzir a distância e criar 
intimidade entre dois parceiros de conversação .39 Em algumas culturas 
africanas, inclinar-se para a frente ao cumprimentar alguém é um sinal de 
respeito, especialmente para um idoso ou alguém de grande reputação. 
Tendo executado corretamente as habilidades introdutórias iniciais acima, é 
provável que ocorra algum contato físico ou aperto de mão entre o 
comunicador e a nova pessoa. 
 
O aperto de mão 
A maioria das apresentações deve incluir um aperto de mão, se possível. 
Boothman aconselha que os apertos de mão sejam firmes e respeitosos.40 
No entanto, pode ser melhor para a outra pessoa determinar a firmeza do 
aperto de mão. Em algumas culturas, especialmente no Oriente Médio e em 
algumas culturas asiáticas, as pessoas preferem um aperto de mão com um 
aperto suave porque um aperto firme é considerado uma marca de 
agressão.41 
O aperto de mão geralmente segue o lean. Embora o comunicador deva 
iniciar um aperto de mão com a nova pessoa, ele deve ter cuidado com as 
diferenças de culturas. Na cultura americana, por exemplo, um homem pode 
não ser o primeiro a iniciar um aperto de mão com uma mulher. É melhor 
permitir que uma mulher inicie o aperto de mão. Se a mulher não iniciar, o 
comunicador deve seguir em frente com outras habilidades de construção de 
relacionamento. 
 
Aplicando a Atitude Correta 
A aplicação de uma atitude útil determina a qualidade do relacionamento do 
comunicador. Ao conhecer alguém pela primeira vez, o comunicador pode 
ser solidário, entusiasmado, questionador, útil e envolvente. A postura, os 
movimentos e a expressão do comunicador falarão muito sobre ele antes 
mesmo de ele abrir a boca. Por outro lado, atitudes inúteis como estar 
zangado, sarcástico, desrespeitoso, rude e ansioso podem arruinar o 
relacionamento. encontro de rosto. A partilha mútua implica ser considerada 
juntamente com uma tentativa mútua de desenvolver um terreno comum. No 
compartilhamento mútuo, o comunicador não deve tentar ganhar poder ou 
controle sobre a outra pessoa. 
Conversa interpessoal 23 
 
 
Capacidade de Sincronizar 
Uma das maneiras mais eficazes de estabelecer rapport é a capacidade de 
sincronizar o comportamento de outra pessoa. A sincronicidade pode 
envolver o comunicador fazendo o que seu parceiro faz; o comunicador age 
como o outro até que a outra pessoa ache mais interessante estar com ele.44 
É um dispositivo de conexão ou adaptação que faz uma pessoa ver seu 
parceiro de conversa conectado a ela. Sincronizar é uma maneira de fazer 
uma pessoa se tornar aberta, relaxada e feliz por estar com a outra. Essa 
sincronização pode ser feita segundos após conhecer a outra pessoa. 
Boothman esclarece, sugere que sincronicidade é diferente de ser insincero 
ou ser falso. 
A sincronicidade na comunicação interpessoal pode envolver a 
combinação de tons de voz, expressão facial, linguagem corporal, postura 
corporal e gestos específicos. Por exemplo, se o comunicador encontra 
alguém que lhe fala em tom baixo, para corresponder, o comunicador 
também pode responder ou falar em tom baixo. Para alguém que fala alto, o 
comunicador sincroniza falando em tom alto. Se a outra pessoa sorri, o 
comunicador segue e sorri; se a pessoa retira o sorriso, o comunicador retira 
o seu. Tudo isso ajuda a melhorar o relacionamento. A essência do 
estabelecimento de rapport é ter uma boa conversa com a nova pessoa. 
 
 
CONVERSA COM A NOVA PESSOA 
 
Tempo de conversa vem depois que o comunicador conheceu alguém novo 
e, em segundos, realizou o processo introdutório conforme descrito acima e 
estabeleceu algum nível de relacionamento. A conversa também pode ser 
uma maneira notável de continuar estabelecendo mais rapport e fortalecendo 
os laços de amizade. A conversação vem em duas partes: falar e ouvir. 
Também pode envolver fazer perguntas que induzam a discussão e se 
engajar na escuta ativa.45 
 
 
FALAR E PERGUNTAR 
 
Ao iniciar uma conversa, o comunicador deve permitir que a outra pessoa ou 
cliente comece a falar para revelar algumas áreas de seu interesse enquanto o 
comunicador ouve e sincroniza. Em algumas situações, o comunicador pode 
começar fazendo ao cliente uma pergunta discursiva que possa encorajar a 
outra pessoa a conversar. Boothman chama as perguntas de “velas de 
ignição 
24 Capítulo 
 
 
 
 
de conversa.”46 À medida que as velas de ignição acionam o motor do 
carro, as perguntas acionam o cliente para falar e fornecer informações 
detalhadas sobre as áreas de preocupação. Em Conversation, Language, and 
Possibilities, Harlene Anderson concorda com Boothman e também afirma: 
“As perguntas são o cerne de qualquer entrevista ou conversão terapêutica. 
Eles facilitam ou atrapalham a história que um cliente quer contar.”47 
Anderson continua explicando que ao fazer perguntas, o comunicador 
precisa fazer perguntas relevantes. Perguntas irrelevantes podem fazer com 
que os clientes sintam que o comunicador não ouviu ou não entendeu o que 
foi dito. Perguntas irrelevantes podem fazer com que os clientes se sintamsem importância, insultados e também impedi-los de contar suas histórias. 
Anderson também recomenda fazer perguntas a partir da posição de “não 
saber” qual poderia ser a resposta que o cliente dará à pergunta. Ela afirma, 
As perguntas dessa posição (não saber) ajudam o cliente a contar, esclarecer e 
expandir uma história; abrir novos caminhos e explorar o que é conhecido ou 
não conhecido; eles ajudam o terapeuta a aprender e evitar concepções errôneas 
do dito e do ainda não dito. Por sua vez, cada pergunta leva a uma elaboração 
de descrições e explicações; cada pergunta leva a outra pergunta - um processo 
de questionamento contínuo que fornece trampolins para um processo 
dialógico.48 
 
Anderson chama essas perguntas de perguntas de conversação porque elas 
convidam o cliente a conversar com o comunicador ou terapeuta. Ao fazer 
perguntas de conversação, pode ser necessário que o comunicador preceda 
uma pergunta com uma declaração aberta ou uma declaração indutora de 
rapport que encoraje a outra pessoa a falar. A melhor declaração de indução 
de rapport é uma declaração que está relacionada ao que você tem em 
comum com a pessoa.49 Por exemplo, “Eu amo sua camisa”. "Que tempo 
lindo hoje." Tais declarações abertas podem encorajar uma pessoa a fazer 
um comentário antes mesmo de uma pergunta discursiva ser feita. 
Boothman destaca que existem dois tipos de perguntas: as que abrem as 
pessoas e as que as fecham. As perguntas abertas exigem uma explicação e, 
portanto, exigem que a outra pessoa fale. Perguntas fechadas provocam 
respostas “sim” ou “não”.50 Anderson, de acordo com Boothman, aconselha 
fazer a pergunta certa para que a outra pessoa dê a informação certa. 
Anderson também acredita que, na situação de terapia, o cliente espera que o 
comunicador faça a pergunta certa.51 Purdy e Borisoff concordam com 
Anderson e também recomendam que o tom de voz usado para fazer 
perguntas tem muito a ver com a forma como o a pergunta é recebida.52 As 
perguntas devem ser elaboradas de forma a ajudar a outra pessoa ou cliente a 
se expressar livre e plenamente. 
Para fazer uma pergunta aberta que geraria conversa, Boothman sugere 
começar com uma dessas palavras geradoras de conversa: Quem? 
Conversa interpessoal 25 
 
 
Quando? Por quê? Que? Onde? Como?Iniciar uma pergunta com qualquer 
uma dessas palavras exige uma explicação, uma opinião ou um sentimento 
do parceiro de conversa.53 Aqui estão alguns exemplos de como usar essas 
palavras geradoras de conversa: “Como você se sente em relação à sua 
doença?” "O que seu médico está dizendo sobre a causa desta doença?" "Por 
que você acha que Deus não ama ou se importa com você?" 
A vantagem de usar essas palavras é fazer uma conexão mais rápida e 
permitir que a outra pessoa comece a falar. Outra maneira de trazer mais 
informações é usar algumas palavras sensoriais como ver, sentir e contar. 
Palavras sensoriais podem impulsionar esses geradores de conversas e 
também podem dar à outra pessoa a oportunidade de trazer mais 
informações.54 “Como você se sente em relação à sua família?” "Quando 
você vê seu sonho se tornando realidade?" "Diga-me sua impressão sobre 
Deus em relação ao que está acontecendo com você." 
Enquanto a conversa está acontecendo, o comunicador deve tentar evitar o 
uso de palavras de encerramento ao fazer perguntas. Palavras de 
encerramento incluem: “Você está. . . ?” "Você. . . ?” "Você já. . . ?” Eles 
tornam as conversas indutoras de rapport mais difíceis porque provocam 
respostas de uma palavra de “sim” ou “não”. 55 Usar palavras de 
encerramento pode exigir outra pergunta para obter o tipo de resposta ou 
informação que o comunicador deseja. 
 
 
AUDIÇÃO 
 
A comunicação interpessoal envolve falar e ouvir. Como sugere Boothman, 
ouvir é o outro lado da moeda da conversa.56 Ouvir é tão importante quanto 
falar. Purdy e Borisoff observam que, para a maior parte da civilização 
ocidental, falar foi considerado mais importante do que ouvir. Os ouvintes 
eram reconhecidos, mas vistos mais como ajudando o falante a alcançar seus 
próprios propósitos. Purdy e Borisoff observam que as pessoas receberam 
prêmios ao longo da história ocidental por serem grandes oradores e 
eloqüentes, mas não por serem grandes ouvintes.57 No entanto, a impressão 
de que falar é mais importante do que ouvir está mudando. As pessoas 
perceberam que falar e ouvir são caminhos para o sucesso. Um orador não 
teria sucesso se não houvesse ouvintes. 
 
 
HABILIDADES AUDITIVAS 
 
Ouvir pode fornecer um enorme poder para promover uma interação bem-
sucedida entre pessoas em condições pessoais e profissionais.58 Para que 
ouvir seja frutífero, o comunicador deve observar as seguintes habilidades. 
26 Capítulo 
 
 
 
 
Ouvindo com interesse 
A escuta eficaz exige que o comunicador demonstre à outra pessoa que está 
realmente interessado no que a outra pessoa está dizendo. A chave para ser 
um ouvinte ativo está em fazer um esforço sincero para absorver o que a 
outra pessoa está dizendo e sentindo. a história de um cliente e sua 
importância percebida.”60 
Boothman, no entanto, diferencia ouvir de ouvir. A escuta ativa é uma 
tentativa de captar, entender, sentir a emoção que motiva a conversa e 
responder com feedback apropriado. Uma pessoa pode estar ouvindo o que a 
outra está dizendo sem realmente prestar atenção, especialmente quando o 
ouvinte está fazendo outra coisa que mostra que não está prestando atenção 
no falante. 
 
Ouvindo e dando a resposta adequada 
Anderson acredita que ouvir e ouvir andam de mãos dadas e não podem ser 
separados. Ela enfatiza a natureza responsiva de ouvir falando sobre “ouvir-
ouvir responsivo-ativo” ou o ato de convidar os clientes a nos dizer como se 
sentem sobre uma questão específica ou quais poderiam ser suas principais 
preocupações.61 Convidar um cliente a se expressar requer resposta 
adequada ou feedback do terapeuta ou ouvinte. A resposta ou feedback 
adequado é mais fácil quando o terapeuta não está apenas ouvindo, mas 
também ouvindo claramente o que o cliente está dizendo. 
Nas palavras de Dennis M. Kratz e Abby Robinson Kratz, “Feedback 
refere-se a qualquer mensagem enviada pelo ouvinte ao orador durante ou 
após a apresentação do orador”. comunicar-se com o ouvinte. Pode assumir 
a forma de acenar com a cabeça para mostrar que o ouvinte está ouvindo 
atentamente ou inversamente ou desviando o olhar do falante para mostrar 
que o ouvinte está entediado ou distraído ou não está prestando atenção. Um 
bom ouvinte não apenas deve estar ciente da importância de dar feedback, 
mas também ser capaz de aplicar feedback encorajador.63 
 
Ouvindo e Contribuindo 
As habilidades de escuta envolvem também ouvir com os olhos, ouvir com o 
corpo, balançar a cabeça, olhar para a pessoa e encorajar a outra pessoa 
verbalmente.64 As ações acima mostram que o ouvinte faz parte da conversa 
ou do diálogo. Ouvir envolve a contribuição tanto da pessoa 
Conversa interpessoal 27 
 
 
falando e a pessoa ouvindo. Anderson concorda com a afirmação acima 
nestas palavras: 
Ouvir-ouvir responsivo-ativo não significa apenas sentar e não fazer nada. Isso 
não significa que um terapeuta não possa dizer nada, oferecer uma ideia ou 
expressar uma opinião. Nem significa que é apenas uma técnica. Escutar-ouvir 
responsivo-ativo é uma atitude e atitude natural do terapeuta que comunica e 
demonstra interesse, respeito e curiosidade sinceros.65 
 
Leslie A. Baxter e Barbara M. Montgomery parecem estar dizendo a 
mesma coisa ao enfatizar o respeito pela voz do outro quando afirmam: o 
ponto de vista de cada um.”66 A conversação deve ser dialógica porque 
envolve a contribuição tanto de quem fala quanto de quem ouve. John 
Shorter, em Conversational Realities, chama isso de “ação conjunta”. 67 A 
ação conjunta não significa que o falante e o ouvinte devam falar ao mesmo 
tempo ou que o ouvinte deva interromper o falante em intervalos enquanto 
ainda fala. Isso significa que os papéis do falantee do ouvinte são 
igualmente necessários para que uma conversa significativa ocorra. 
As contribuições verbais do ouvinte podem vir em intervalos ou quando 
necessário, de qualquer uma dessas maneiras: "Você está dizendo a 
verdade". "Eu ouvi o que você disse." Contribuições não verbais de um 
ouvinte podem ser aceno de cabeça, olhar diretamente para o falante, 
sorrisos, posturas que indicam atenção, expressões faciais e gestos68 como 
um polegar para cima para mostrar aceitação e parabenizar o falante. 
 
Cuidado ao dar conselhos 
Quando alguém está ouvindo outra pessoa contar sua história, há a tentação 
de começar a dar conselhos. Purdy e Borisoff recomendam fortemente evitar 
dar conselhos ou tomar uma decisão para o cliente. O conselho de um 
ouvinte se origina das experiências pessoais do ouvinte e pode não ser 
apropriado para outra pessoa. Além disso, dar conselhos pode fazer com que 
o cliente ou familiares dependam do ouvinte para obter respostas. Purdy e 
Borisoff recomendam dar poder ao cliente.69 Deixe o cliente encontrar sua 
própria solução com base em suas próprias experiências. 
Purdy e Borisoff, no entanto, não descartam totalmente a importância da 
orientação, mas deve ser baseada em uma escuta empática cuidadosa.70 Por 
exemplo, como narrei em meu encontro com Ken, que queria acabar com 
sua vida, eu não aconselhá-lo a tirar ou não tirar sua vida. Eu simplesmente 
o escutei e o ajudei a ver sua condição de uma maneira diferente. Mais tarde, 
ele decidiu não tirar a própria vida, não porque eu lhe disse que não, mas 
porque eu o ajudei. 
28 Capítulo 
 
 
 
 
encontrar sentido em continuar com a vida. Meu encontro com ele o ajudou 
a tomar uma decisão mais saudável. 
 
 
RECONHECENDO AS PREFERÊNCIAS 
SENSORIAIS DA OUTRA PESSOA 
 
Richard Bandler e John Grinder, fundadores da Programação 
Neurolinguística (PNL), argumentam que toda pessoa humana tem um 
“sentido favorito” através do qual experimenta o mundo e obtém 
informações. Bandler e Grinder classificam as pessoas sob os três sentidos 
que a maioria das pessoas confia: visão (visual), auditivo (audição) e 
cinestésico (sentimento). Quando um comunicador descobre o sentido 
favorito de uma pessoa, é mais fácil ficar mais conectado com essa pessoa e 
abrir a mente e o coração da pessoa.71 Adaptando as ideias de Grinder e 
Bandler, Boothman acredita que as pessoas recebem informações confiando 
mais em os sentidos da visão, audição e sensação ou a forma como as coisas 
parecem, soam e sentem.72 
Boothman também postula que, ao relacionar informações sobre 
experiências, as pessoas revelam em que sentido ou sentidos eles confiam. 
Ele chama isso de “estilos explicativos”. 73 Como exemplo, podemos 
observar a linguagem de três torcedores de futebol ao relatarem suas 
experiências à mãe. John, Jane e Jody participaram de uma competição de 
futebol no estádio e, mais tarde, sua mãe pede a cada um que conte o que 
experimentou. John disse: “Mãe, eu vi um grande número de pessoas. 
Quando o gol foi marcado, vi centenas de pessoas pulando para cima e para 
baixo. Mãe, você precisa ter visto essa competição.” A resposta de John 
revela que ele está usando mais palavras ilustradas com base no sentido da 
visão. 
A linguagem de Jane era diferente. Ela disse: “Mãe, quando nosso time 
marcou o gol da vitória, todos estavam gritando e os torcedores batiam 
tambores e cantavam canções de vitória. Mãe, você deveria tê-los ouvido.” 
Jane está expressando suas experiências da competição com base no que 
ouviu. A expressão de Jane mostra que ela confia mais na forma como as 
coisas soam. 
Jody disse: “Mãe, fiquei tão feliz quando nosso time marcou o gol. Todo o 
lugar estava vibrando.” As informações de Jody são baseadas mais em como 
ela se sentiu sobre a competição e a vitória. A expressão de Jody mostra que 
ela confia mais na maneira como as coisas se sentem. O comunicador tem 
que ouvir atentamente para reconhecer a entrada sensorial do outro. Usar 
essas informações em relações pessoais, profissionais ou sociais com um 
parceiro de conversa pode ter um efeito notável sobre como um parceiro de 
conversa responde.74 Em outras palavras, quando um comunicador descobre 
a entrada sensorial de outra pessoa, o comunicador sincroniza o uso de 
palavras e expressões, portanto, mais capazes de se conectar mais e 
Conversa interpessoal 29 
 
desenvolver rapport mais rapidamente. 
30 Capítulo 
 
 
 
 
A mensagem que o comunicador passa para a outra pessoa é que ambos têm 
algo em comum. 
No próximo capítulo, aplicaremos todas essas habilidades de comunicação 
para encontrar pacientes em hospitais e obter informações deles. O ministro 
pastoral e outros cuidadores precisam dessas habilidades de comunicação 
para ganhar a confiança de seus pacientes, para que possam revelar suas 
histórias pessoais. É contando suas histórias pessoais que o cuidador sabe 
qual serviço prestar para ajudar o paciente. 
 
 
NOTAS 
 
1. Charles T. Meadow, Fazendo conexões: comunicação através dos tempos 
(Nova York: Scarecrow Press Inc., 2002), 5. 
2. Roberts Freed Bales, Communication, Language, and Meaning: 
Communication in Small Groups (New York: Basic Books, 1973), 208. 
3. Harlene Anderson, Conversation, Language, and Possibilities: A Postmodern 
Approach to Therapy (Nova York: BasicBooks, 1997), xvii. 
4. Nicholas Boothman, como fazer as pessoas gostarem de você em 90 segundos 
ou menos 
(Nova York: Workman Publishing, 2000) 7. 
5. Karen Tracy, Everyday Talk: Building and Reflecting Identities (Nova York: 
The Guildford Press 2002), 6. 
6. Ibid., 46. 
7. Ibid., 50. 
8. Ibid., 50 
9. Ibid., 7. 
10. Ibid., 9. 
11. Ibid., 8. 
12. Eugene W. Kelly, Effective Interpersonal Communication: A Manual for 
Skill Development (Washington DC: University Press of America, 1979), 5. 
13. Boothman, 19. 
14. Jane Jorgensen, “Relatório de Re-relacionamento em Configurações 
Interpessoais”, ed. Wendy Leeds Hurdwitz, Social Approaches to Communication 
(Nova York: Guildford Press, 1995), 155. 
15. Judith Acosta e Judith Simon Prager, The Worst Is Over: What To Say When 
Every Moment Counts (San Diego, CA .: Jodere Group, 2003), 51. 
16. Ibid. 
17. Kelly, 5. 
18. Boothman, 19. 
19. Jorgensen, 155. 
20. Ibid., 164. 
21. Boothman., 31. 
22. Ibid., 29. 
Conversa interpessoal 31 
 
 
23. Ibid., 31. 
24. Ibid. 
25. Ibid., 14. 
26. Robert Norton, estilo do comunicador: teoria, aplicação e medidas 
(Beverly Hills: Sage Publications, 1983), 106. 
27. Boothman, 14. 
28. Ibid., 47. 
29. Leil Lowndes, Como falar com qualquer um: 92 pequenos truques para o 
grande sucesso nos relacionamentos (New York: Contemporary Books, 2003), 3. 
30. Virginia P. Richmond e James C. McCroskey, Nonverbal Behavior in 
Interpessoal Relations (Boston: Pearson, 2004), 65. 
31. Boothman, 14. 
32. Lowndes, Como falar com qualquer pessoa, 15. 
33. Ibid. 
34. Roger E. Axtell, Gestures: The Do's and Taboos of Body Language Around 
the World (Nova York: John Wilsey and Sons, Inc., 1998), 67. 
35. Boothman, 15. 
36. Lowndes, 8. 
37. Boothman, 15. 
38. Ibid., 16. 
39. Richmond e McCroskey, 66. 
40. Boothman, 16. 
41. Axtell, Gestos, 122. 
42. Ibid., 36. 
43. T. Dean Thomlison, Toward Interpersonal Dialogue (Nova York: Longman, 
1982), 48. 
44. Boothman, 72. 
45. Ibid., 72. 
46. Ibid., 90. 
47. Anderson, Conversação, Linguagem e Possibilidades, 144. 
48. Ibid., 145. 
49. Boothman, 91. 
50. Ibid., 90. 
51. Anderson, 146. 
52. Ibid., 46. 
53. Boothman, 92. 
54. Ibid. 
55. Ibid. 
56. Ibid., 103. 
57. Purdy e Borisoff, 1. 
58. Ibid., 2. 
59. Boothman., 103. 
60. Anderson, 46. 
61. Ibid., 153. 
32 Capítulo 
 
 
 
 
62. Dennis M. Kratz e Abby Robinson Kratz, Effective Listening Skills (Chicago: 
Mirror Press, 1995), 20. 
63. Kratz e Kratz, 20. 
64. Boothman, 103. 
65. Anderson, 154. 
66. Leslie A. Baxter e Barbara Montgomery, Relacionando: Diálogos e Dialética 
(New York: The Guildford Press, 1996), 238. 
67. John Shotter, Conversational Realities: Construindo a Vida atravésda 
Linguagem 
(Londres: Sage Publications, 1993), 39. 
68. Kratz e Kratz, 21. 
69. Purdy e Borisoff, 49. 
70. Ibid. 
71. Richard Bandler e John Grinder, como citado em Nicholas Boothman, How to 
Make People Love You in 90 Seconds or Less (New York: Workman Publishing, 
2000), xiv. 
72. Nicholas Boothman, como fazer as pessoas te amarem em 90 segundos ou 
menos 
(Nova York: Workman Publishing, 2004), 217. 
73. Boothman, How To Make People Like You, 
115. 74. Ibid., 131. 
Conversa interpessoal 33 
 
 
 
Capítulo três 
 
Conversas Pastorais com 
Pacientes Hospitalares 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DE BOAS HABILIDADES DE 
COMUNICAÇÃO EM UM AMBIENTE DE 
SAÚDE 
 
Neste capítulo, discutimos as habilidades de comunicação que podem ser 
aprendidas e praticadas por ministros pastorais e outros cuidadores. Essas 
habilidades destinam-se a construir rapport e mover a conversa, 
mutuamente, em direção ao tipo de conteúdo, clareza, profundidade e 
compreensão diretamente relacionados a um determinado serviço ou 
disciplina. Essas habilidades podem ser aplicadas a outros cuidadores além 
dos ministros pastorais. Por exemplo, um assistente social pode estar 
organizando um plano de alta e um resumo, ou uma enfermeira pode estar 
orientando um paciente para o quarto de hospital, ou um nutricionista pode 
estar educando um paciente sobre um novo plano de dieta para diabéticos. 
Todos esses cuidadores podem construir relacionamento emocional e 
relacionamento com seus clientes. 
O ministro pastoral, ao cuidar dos pacientes, estabelece um 
relacionamento e também deseja coletar informações importantes, ou seja, 
os pensamentos e sentimentos do paciente sobre estar doente e ser 
hospitalizado. Por exemplo, o ministro pastoral está preocupado com a vida 
e práticas espirituais do paciente, relacionamentos interpessoais e 
relacionamento com Deus. Estas são muitas vezes áreas muito pessoais e 
privadas da vida de uma pessoa. A obtenção de informações pode facilmente 
ser considerada invasiva, especialmente se o ministro pastoral for uma 
pessoa desconhecida, sem relacionamento prévio com o paciente. 
É da competência do ministro pastoral recolher informações que o ajudem 
a compreender melhor os seus pacientes. O ministro pastoral deve ser uma 
pessoa encarnada, reconhecendo Cristo nos outros e em si mesmo. Com um 
senso de reverência e temor, ele deve encarnar o ministério de Cristo e da 
Igreja. Outros cuidadores hospitalares também estão livres para trazer esta 
 
 
encarnação 
 
28 
Conversas Pastorais com Pacientes 
 
29 
 
 
crença e dinâmica ao encontro com os pacientes de acordo com a extensão 
que suas profissões permitem. 
Construir rapport, que tem tudo a ver com confiança, é básico. Estabelecer 
relacionamento é como construir uma casa na rocha em vez de na areia. Um 
bom relacionamento pressupõe a confiança do paciente no ministro pastoral 
quando há um relacionamento prévio substantivo. Quando há mínimo ou 
nenhum relacionamento prévio entre o ministro pastoral e o paciente, são 
necessárias habilidades avançadas de construção de relacionamento. O ônus 
está no cuidador pastoral para aprender e praticar essas habilidades para 
construir ou construir um novo relacionamento pastoral que pode, por sua 
vez, permitir que um paciente se comunique mais abertamente, ao mesmo 
tempo em que tem um senso permanente e certeza de que a pessoa em quem 
ele é confiante é atencioso e confiável. 
 
 
AS HABILIDADES PARA ESTABELECER RELATO 
IMEDIATO COM O PACIENTE 
 
Quando o ministro pastoral se encontra com um paciente pela primeira vez, 
pode haver hesitação por parte do paciente em confiar no cuidado e nas 
competências do ministro pastoral. O ministro pastoral não deve assumir a 
confiança do paciente, mas deve começar a construir um relacionamento e 
ter uma boa ideia do que fornecer. Quando a visita do ministro pastoral é 
uma visita de acompanhamento, é necessária uma continuação da construção 
do relatório. 
Em algumas situações, como quando o ministro pastoral é um pastor local 
visitando um membro da igreja, geralmente algum nível de relacionamento 
já foi estabelecido (rapport por natureza), conforme discutido no capítulo 
dois. No entanto, a maioria dos encontros entre ministros pastorais e 
pacientes em estabelecimentos de saúde são reuniões de primeira vez. A 
aplicação das seguintes habilidades de relacionamento de uma primeira 
reunião é necessária para que os objetivos da visita pastoral sejam 
alcançados. A maioria das habilidades discutidas aqui já foi discutida no 
capítulo dois. Essas habilidades são muito simples e abundantes no senso 
comum. Estou intencionalmente aplicando-os a uma conversa bem-sucedida 
com os pacientes. 
 
ENTRAR NO QUARTO DO PACIENTE 
 
A maioria dos encontros entre um paciente e um ministro pastoral ocorre no 
quarto do paciente. A impressão que o ministro pastoral causa nos primeiros 
segundos de um encontro é importante. Se o ministro pastoral causa as 
impressões corretas, o paciente vê o pastor como um amigo sincero, seguro e 
confiável. Quer a porta do quarto esteja fechada ou aberta, o ministro 
30 Capítulo três 
 
 
pastoral precisa obter permissão antes de entrar no quarto do paciente. Em 
alguns 
Conversas Pastorais com Pacientes 
 
31 
 
 
casos, o ministro pastoral pode precisar da permissão da enfermeira ou da 
permissão do familiar do paciente. 
Em condições normais, sempre deve haver uma resposta do paciente ou 
da enfermeira ou dos familiares permitindo a entrada do pastor. O ministro 
pastoral pode perguntar à enfermeira se o paciente recebeu algum 
medicamento para induzir o sono. Se for o caso, o pastor não pode acordar o 
paciente sem a permissão da enfermeira. 
Pode haver o caso raro em que o ministro pastoral, depois de bater na 
porta, não receber nenhuma resposta. Isso pode acontecer quando o paciente 
está dormindo ou inconsciente, e não há enfermeira ou familiar no quarto. O 
ministro pastoral pode gentilmente abrir a porta para saber se alguém está 
dentro da sala. Se o paciente estiver dormindo, o ministro pastoral pode 
decidir se deve ou não acordar o paciente. Se um paciente fica zangado por 
ser despertado, o ministro pastoral pode pedir desculpas e negociar um 
horário diferente para a visita. 
 
A Introdução / Saudação 
As seguintes habilidades também foram discutidas no capítulo dois. A 
intenção de apresentá-los aqui não é repeti-los, mas aplicá-los a uma 
conversa significativa com pacientes hospitalares. 
Após a permissão de entrada, o ministro da pastoral entra na sala e 
começa com uma atitude positiva de saudar o paciente e se apresentar. É 
importante que o ministro pastoral lave as mãos antes de ter qualquer 
contato com o paciente. A lavagem das mãos evita a propagação de germes e 
também é uma expressão de cuidado. Durante a lavagem, o ministro pastoral 
pode falar com o paciente ou usar o tempo em silêncio para se preparar. 
Ao encontrar o paciente, especialmente pela primeira vez, o ministro 
pastoral deve manter sua linguagem corporal aberta e parecer fácil de 
abordar. O ministro pastoral abre seu coração metaforicamente e fisicamente 
ao encontrar o paciente. Essa linguagem corporal aberta sugere ao paciente 
que o ministro pastoral é amigável, cooperativo e está disposto a interagir 
com o paciente. Essa abertura cria uma oportunidade de ir mais longe para 
construir mais relacionamento com o paciente. 
Para mostrar uma atitude positiva em relação ao paciente, o ministro 
pastoral deve tomar a iniciativa de fazer contato visual com o paciente. Isso 
envolve olhar diretamente nos olhos do paciente. O contato visual pode 
produzir um sentimento de respeito e afeição na pessoa visitada. Desviar o 
olhar do paciente pode sinalizar falta de interesse, pode sugerir falta de calor 
ou talvez ser um sinal de timidez. 
Ao olhar diretamente nos olhos do paciente, o ministro pastoral oferece 
um sorriso radiante ao paciente para indicar felicidade ao vê-lo. 
32 Capítulo trêsEsse gesto pode ajudar o paciente a aceitar o pastor como um amigo que 
passou a se identificar com ele. Para que o paciente veja o sorriso como real 
ou genuíno, o ministro pastoral deve fazer contato visual antes de sorrir. 
O ministro pastoral deve iniciar uma saudação verbal. Além disso, é 
melhor nomear o paciente em saudação se o ministro pastoral souber o nome 
do paciente, talvez consultando a lista de pacientes. O uso de nomes pode ter 
implicações culturais e sociais. Nos Estados Unidos, os contatos iniciais 
devem ser um pouco formais e os primeiros nomes devem ser evitados. 
O ministro pastoral pode cumprimentar os pacientes de qualquer uma 
dessas maneiras: “Oi, Sr. Smith”, ou “Olá, Sra. Smith.” O ministro pastoral 
também deve perguntar ao paciente o nome preferido. É o paciente adulto 
que dá permissão para usar um primeiro nome ou apelido. Quer o ministro 
pastoral saiba ou não o nome do paciente, o ministro pastoral também deve 
se apresentar e usar seu título e nomes: “Oi, Sr. Smith. Meu nome é Pastor 
Stewart Jonas.” 
Ao ministrar às crianças, o ministro pastoral pode ter um pouco de 
cuidado para não começar a interagir com uma criança sem a presença ou o 
consentimento dos pais ou da enfermeira. Ao chamar a criança pelo nome, o 
ministro pastoral pode não ser tão formal quanto ao ministrar aos adultos. O 
primeiro nome da criança pode ser usado. 
Durante a introdução, o ministro pastoral se inclina para a frente, 
especialmente ao dar um aperto de mão ao paciente. Essa ação indica 
abertura e interesse em atender o paciente. Também pode ser um sinal de 
respeito pelo paciente. O lean pode criar intimidade entre o ministro pastoral 
e o paciente. 
O ministro pastoral pode então iniciar um aperto de mão se o paciente for 
um homem. O ministro pastoral não deve necessariamente iniciar um aperto 
de mão com uma paciente do sexo feminino. Como algumas culturas 
preferem um aperto suave a um aperto firme, o ministro pastoral deve saber 
o que é aceitável na cultura em que está exercendo o ministério. No entanto, 
no ambiente hospitalar, é preferível um aperto suave. Um aperto de mão 
firme pode ser, às vezes, avassalador e doloroso, especialmente se o paciente 
tiver artrite ou dor crônica nas mãos ou pulsos. Sugere-se permitir que o 
paciente determine a força da pegada. 
 
Sincronização / Correspondência 
A construção do rapport não termina na fase de saudação, conforme descrito 
anteriormente. O pastor pode continuar construindo rapport sincronizando-se 
com as ações do paciente. Sincronizar é simplesmente ajustar o 
comportamento para se parecer com o do paciente. Envolve combinar o 
humor e efeito do paciente, tom de voz, volume, taxa de respiração e postura 
corporal, sem comprometer os padrões e valores pessoais. Não comprometer 
significa que o ministro pastoral não deve sincronizar ações ou palavras 
negativas do paciente. Por 
Conversas Pastorais com Pacientes 
 
33 
 
 
Por exemplo, o ministro pastoral não deve sincronizar as palavras racistas, 
profanas ou raivosas usadas pelo paciente. Em vez disso, o ministro pastoral 
deve sincronizar as emoções do paciente. Se o paciente está triste, o ministro 
pastoral também pode parecer triste como o paciente. Em condições 
normais, a sincronização torna o relacionamento mais eficaz e ajuda a 
conectar o paciente e o ministro pastoral. 
Enquanto o ministro pastoral entra no quarto do paciente e se apresenta, é 
aconselhável que o ministro pastoral avalie o humor do paciente. Olhando 
para o rosto do paciente, o ministro pastoral pode achar que o paciente 
parece zangado, triste, deprimido, contente ou talvez até feliz. É importante 
que o pastor comente sobre o humor do paciente para maior clareza. 
Combinar com o humor do paciente pode ajudá-lo a aceitar os gestos 
carinhosos do ministro pastoral. Embora o ministro pastoral deva iniciar um 
sorriso durante o estágio de introdução, ele deve ser retirado se o paciente 
não sorrir de volta. O paciente pode estar com dor e pode não estar pronto 
para sorrir. Se o pastor continua sorrindo enquanto o paciente está triste, 
obviamente o paciente não está em sincronia com o pastor. O ministro 
pastoral pode cumprimentar um paciente com um tom alto e enérgico, mas 
se o paciente responder devagar em um tom baixo, o pastor deve combinar e 
falar devagar em um tom baixo. Combinar o tom baixo e a fala lenta do 
paciente não significa repetir ou repetir o que o paciente está dizendo.O tom 
lento e baixo do paciente pode ser uma indicação de que o paciente não está 
se sentindo confortável. A incompatibilidade ou continuar a agir feliz 
enquanto o paciente está triste pode levar a uma desconexão após o 
estabelecimento do rapport inicial. 
Um dia, quando fui chamado para visitar um paciente em um hospital local, 
entrei no 
sala e me apresentei dizendo: “Oi, Sra. Douglas. Meu nome é Pastor 
Caetano. Eu estava passando e queria verificar como você estava.” Ao me 
apresentar, observei que sua expressão facial e tom de voz pareciam tristes. 
Eu comentei sobre isso, dizendo: “Sra. Douglas, parece que você não está 
tão feliz esta manhã. Desculpe se estiver errado. Ajude-me a entender 
porque estou interessado em como você está se sentindo.” 
Ela respondeu: “Obrigada, senhor. Você está certo. Não estou me sentindo 
tão bem esta manhã.” 
"Em. Douglas, sinto muito que você não esteja se sentindo bem.” Além de 
pedir desculpas a ela, também sincronizei e pareci triste como ela. Ela falou 
comigo em um tom baixo enquanto eu sincronizava respondendo em um tom 
baixo. Minhas ações foram empáticas o suficiente para encorajar a Sra. 
Douglas para relaxar um pouco e conversar comigo como uma amiga que 
veio compartilhar seus sentimentos. 
Uma das principais razões para a correspondência é construir o tipo de 
relacionamento que permite o compartilhamento honesto entre o ministro 
pastoral e o paciente. Corresponder- 
34 Capítulo três 
 
 
 
A prática também permite que o ministro pastoral desenvolva o tipo de 
relacionamento que pode capacitá-lo a levar o paciente de um estado 
emocional para outro - intencionalmente e com a concordância do paciente 
ou indiretamente. 
 
 
CONVERSA DIALÓGICA À BEIRA DO LEITO COM O 
PACIENTE 
 
Depois de aplicar as habilidades introdutórias e sincronizar alguns dos 
comportamentos do paciente, o rapport suficiente pode ser estabelecido para 
que uma conversa comece. Se houver um assento na sala, é melhor que um 
ministro pastoral se sente antes de uma conversa começar. O ministro 
pastoral deve pedir educadamente permissão para se sentar. 
Como mencionado acima em minha visita com a Sra. Douglas, meu 
comentário sobre o humor dela é um bom exemplo de uma “declaração 
indutora de rapport”, 1 um comentário que revela como ela se sentia. Sua 
resposta foi uma oportunidade para eu fazer uma pergunta de conversação2 
que a encorajaria a falar e me forneceria informações mais detalhadas sobre 
seus sentimentos ou para contar sua história enquanto eu a ouvia. Quando 
soube que ela não estava se sentindo bem, respondi perguntando: “Você 
poderia me dizer por que não está se sentindo bem? Lamento perguntar, se 
isso é privado para você. Se você não se importa, eu gostaria de saber o que 
está acontecendo ou o que seu médico está dizendo. Fale comigo, Sra. 
Douglas. Eu sou um bom ouvinte. " Esta pergunta e os seguintes 
comentários deram à Sra. Douglas a oportunidade de falar em detalhes sobre 
sua doença enquanto eu aplicava as habilidades de escuta. 
Embora fazer perguntas de conversação possa ajudar um paciente a falar 
em 
detalhes sobre sua doença, alguns ministros pastorais podem preferir não 
fazer perguntas, mas usar comentários que convidam a respostas dos 
pacientes. Como outros cuidadores – médicos, enfermeiros, terapeutas, 
assistentes sociais – fazem inúmeras perguntas aos pacientes sobre como 
eles se sentem, o ministro pastoral pode optar por não seguir esse padrão. 
Esse método de não fazer perguntas é chamado de interrupção de padrão.Ao 
não fazer perguntas, o ministro pastoral pode convidar os pacientes a se 
expressarem melhor. Por exemplo, em vez de perguntar: “Sra. Douglas, 
como você está se sentindo?” o ministro pastoral que não quer fazer 
perguntas pode dizer: “Sra. Douglas, acho que ajuda falar das coisas. Outros 
pensam e sentem de forma diferente. Estou aqui e me importo com você se 
você quiser compartilhar.” Ambas as declarações convidam a Sra. Douglas 
para dizer como ela está se sentindo. 
Conversas Pastorais com Pacientes 
 
35 
 
 
ESCUTA ATIVA DO PACIENTE 
 
A escuta ativa envolve fazer tentativas de captar, compreender e sentir a 
emoção que motiva o paciente a falar, uma escuta que ocorre ao mesmo 
tempo em que o ministro pastoral responde com o feedback apropriado. A 
escuta ativa também envolve absorver o que o paciente está dizendo e 
aplicar as habilidades que fariam o paciente sentir que o pastor está 
interessado no que ele está dizendo.4 Em minha visita com a Sra. Douglas, 
fiz uma pergunta aberta ou conversacional que a encorajou a me contar sua 
história. Enquanto ela falava, concentrei minha atenção nela e balancei a 
cabeça ocasionalmente para indicar que estava prestando atenção no que ela 
estava dizendo. Também olhei nos olhos dela para indicar que estava 
ouvindo.5 Às vezes, sincronizava o movimento do corpo dela e o 
movimento dos braços. Eu ocasionalmente fazia comentários como, "Você 
está certo, e eu entendo o que você está dizendo." Esses comentários a 
encorajaram a falar mais. 
 
Reconhecendo as preferências sensoriais do paciente na conversa 
Reconhecer as preferências sensoriais ou o “sentido favorito” de um parceiro 
de conversa (ao obter ou dar informações) e sincronizá-lo contribui para um 
relacionamento eficaz. Para poder reconhecer o sentido privilegiado de um 
parceiro de conversa, o ministro pastoral deve ouvir com muita atenção. Na 
minha conversa com a Sra. Douglas, escutei atentamente para descobrir se 
ela estava usando palavras visuais (visão) ou palavras auditivas (audição) ou 
palavras cinestésicas (sentir). Tendo perguntado à Sra. Douglas para me 
dizer se houve alguma melhora em sua condição, ela suspirou e disse: “Não 
acredito que minha condição esteja melhorando tão rápido quanto eu 
esperava. Eles não pareciam saber exatamente o que há de errado comigo. 
Continuo tendo dores na parte inferior do abdômen. estou frustrado. Quero 
casa logo.” 
Eu respondi: “Desculpe, Sra. Douglas, não o culpo. Quando tive dor de 
cabeça na semana passada, tomei analgésicos esperando que passasse rápido, 
mas continuou e o remédio não tocou na dor. Eu estava frustrado e infeliz 
também. No entanto, me senti melhor depois de um ou dois dias.” 
Em. Douglas usou várias palavras cinestésicas para descrever sua 
condição. Seu uso repetido de termos de sentimento me ajudou a descobrir 
que o sentido preferido da Sra. Douglas' era principalmente cinestésico. Eu 
respondi usando também o mesmo tipo de palavras. O objetivo de usar as 
palavras de sentimento era melhorar o relacionamento para ajudar a Sra. 
Douglas tornou-se mais ligado a mim. 
À medida que nossa discussão prosseguia, descobri que a Sra. O humor de 
Douglas estava mudando. Ela não parecia tão infeliz quanto antes de nossa 
conversa começar. Ela parecia alegre. Quando ela sorria ocasionalmente, eu 
re- 
36 Capítulo três 
 
 
 
respondeu à sua ação com um sorriso. Meu interesse e respostas a ela 
pareciam trazer uma mudança. Ela não estava mais expressando sua 
infelicidade e mau pressentimento anteriores. Sua atenção estava mais em 
narrar para mim o que estava acontecendo dentro dela. Observei uma 
mudança positiva em seu humor. 
 
Abordagem e Comentários 
Em. A situação de Douglas é um bom exemplo de um paciente que estava 
pronto para falar, mas somente depois que algum relacionamento foi 
estabelecido. No entanto, existem situações em que o paciente pode não 
estar pronto para falar, mesmo após a tentativa de relato. Alguns pacientes 
podem estar inconscientes ou fracos demais para falar ou podem estar 
zangados com a Igreja ou com Deus para quem o ministro pastoral 
representa. Se o ministro pastoral aplica as habilidades de rapport e o 
paciente não sente vontade de falar, o ministro pastoral não deve pressionar 
o paciente. 
A abordagem da Sra. Douglas acima é chamado de identificação. 
Identifiquei-me com a Sra. Douglas em suas experiências dolorosas e 
frustrantes, contando a ela sobre minha própria dor de cabeça dolorosa. A 
identificação com um paciente dessa maneira cria um terreno comum entre o 
ministro pastoral e o paciente. Quando o paciente vê o ministro pastoral 
como tendo tido experiências semelhantes, isso ajuda o ministro pastoral a 
ganhar mais credibilidade com o paciente. Essa abordagem também pode 
encorajar a pessoa doente a exercitar a paciência e a esperança de 
sobrevivência. O ministro pastoral pode não querer relatar suas próprias 
experiências ao paciente, mas pode decidir falar sobre as experiências de 
outros pacientes ou amigos. 
 
 
UM ENCONTRO COMPLETO COM UM PACIENTE: O CASO 
DE KEN 
 
Certa vez me pediram para ir ver um jovem de trinta e poucos anos que 
havia indicado à enfermeira que já havia sofrido o suficiente e queria acabar 
com sua vida. Devido a um tiroteio ocorrido quando ele tinha vinte e cinco 
anos, Ken (nome fictício) ficou paralisado da cintura para baixo por cerca de 
dez anos. Depois de passar anos em uma cadeira de rodas, ele estava farto da 
vida. O médico de Ken acabara de lhe dizer que não havia possibilidade de 
Ken voltar a andar. Essa triste notícia foi tão devastadora para ele que Ken 
desejou a morte. Ken até expressou sua decepção com Deus por não protegê-
lo no tiroteio. Ele tinha sido coroinha quando era mais jovem e tentou o seu 
melhor para viver uma boa vida quando jovem. Depois de anos de orações, 
em vez de experimentar a cura de Deus, Ken ouviu o oposto direto – um 
prognóstico de paralisia permanente. 
Conversas Pastorais com Pacientes 
 
37 
 
 
Na porta de seu quarto, bati e ouvi uma voz fraca e baixa me pedindo para 
entrar. Quando entrei, olhei diretamente nos olhos de um homem de 
aparência triste. Sorri para ele, mas quando ele não retribuiu meu sorriso, 
retirei o meu. Foi então que suspeitei que algo sério o estava incomodando. 
Sentindo-me triste, eu o cumprimentei em um tom baixo. “Oi Ken. Eu sou o 
Pastor Cajetan, um capelão aqui. Eu estava passando e vim expressar minha 
preocupação por você estar aqui.” Ele estendeu as mãos para um aperto de 
mão. Ele disse: "Obrigado, Pastor, por ter vindo." 
“Obrigado, Ken, por me permitir visitá-lo. Você não parece feliz esta 
manhã. Desculpe se estiver errado, mas parece que algo está realmente 
incomodando você.” 
“Sim, pastor, sinto vontade de tirar minha própria vida. Estou cansado 
desta vida inútil.” "Desculpa ken. Se posso perguntar, por que sua vida é 
inútil? Estou preocupado. Falar com 
eu por favor. Estou pronto para ouvir.” 
“Minha vida é inútil porque nos últimos dez anos estou paralisado da 
cintura para baixo. Estou cansado de viver assim. Para um homem da minha 
idade depender dos outros para basicamente tudo o que preciso não é uma 
maneira divertida de viver. Eu sinto vontade de morrer.” 
“Ken, eu me sinto tão triste em ouvir o que você está passando. Eu me 
preocupo com você. Ao compartilhar suas experiências, senti uma dor em 
meu coração, especialmente quando você mencionou sua paralisia. Ajudaria 
se você pudesse me dizer o que o levou a ficar paralisado. 
“Dez anos atrás, eu estava do lado de fora do meu apartamento ao lado do 
meu carro quando ouvi tiros. Eu estava tão apavorado e não sabia de onde 
vinham os tiros. Corri para a rua para saber o que estava acontecendo. Eu vi 
a polícia e uma gangue de homens supostamente vendendo drogas. A polícia 
queria prendê-los e, quando não conseguiram, houve um tiroteio. Quando 
entendi o que estava acontecendo, tentei correr de volta para minha casa. 
Uma bala perdida me atingiu nas costas. Caí e não soubeo que aconteceu 
comigo até a manhã seguinte, quando me vi no hospital. Eu realmente não 
sei por que Deus permitiria que tal coisa acontecesse comigo.” 
“Oh meu Deus, eu sinto muito, Ken. Essa foi uma experiência terrível e 
infeliz. Tal experiência poderia fazer qualquer um fazer muitas perguntas. 
Obrigado por compartilhar tanto comigo. Isso me ajuda a entender mais seus 
pensamentos e sentimentos neste momento. Você se perguntou por que Deus 
permitiu que tal coisa acontecesse com você. Eu gostaria de ouvir mais sobre 
isso de você e como você se sente em relação a Deus nesta condição.” 
“Estou zangado com Deus onde quer que Ele esteja! Ainda não consigo 
entender por que Deus permitiu que isso acontecesse comigo. Esse incidente 
mudou minha vida para sempre. Eu não experimentei nenhuma melhora nos 
últimos dez anos. Morrer é o melhor. Nem mesmo pregue para mim ou faça 
qualquer oração nesta sala. eu tenho orado por 
38 Capítulo três 
 
 
 
dez anos, só para ouvir do meu médico que eu nunca vou andar. Pastor, não 
pregue ou ore por mim! 
"Eu ouvi você, Ken. Prometo honrar seu desejo, embora espero não estar 
impondo ao compartilhar uma história.” 
A história de Ken e sua decisão de tirar a vida foram tão patéticas que me 
senti tão triste. Decidi usar uma história para ajudá-lo a ver sua condição de 
maneira diferente e possivelmente tomar uma decisão mais sábia. Essa 
abordagem é chamada de liderança. Liderar refere-se a ajudar um paciente a 
passar de uma condição emocional para outra. 
"Posso te contar uma história?" 
Eu perguntei. "Vá em frente!" 
“Muitos anos atrás, antes do homem branco vir para a África e trazer o 
cristianismo, as pessoas costumavam adorar os deuses locais. Eles 
costumavam interpretar muitas coisas que aconteciam com eles de acordo 
com o que sentiam sobre os deuses. Havia uma doença chamada 'Afor otito', 
que significa "estômago inchado". Era uma doença temida. Qualquer pessoa 
com essa doença era considerada um ser humano maligno que havia 
cometido um ato maligno neste mundo ou no mundo passado da pessoa, ou 
talvez seus ancestrais tivessem feito algo terrível. Tal doença era vista como 
punição dos deuses. Nosso povo costumava pensar que a doença era um 
castigo pelo pecado. 
“Nosso povo também acreditava que para evitar atrair a ira dos deuses 
sobre os inocentes da aldeia, o doente seria jogado na floresta maligna onde 
se acreditava que os espíritos malignos tinham sua morada. A pessoa seria 
rejeitada por irmãos e irmãs, pais, amigos e parentes e deixada para morrer 
dentro da floresta maligna. 
Havia um homem chamado Chinwendu (Deus é dono da vida) que havia 
perdido sua esposa. Ele achou muito difícil suportar a perda. Eles tiveram 
dois filhos, Chika (Deus é maior) e Chidi (Há Deus). Os filhos de 
Chinwendu eram seu único consolo. Um mês após a morte da esposa de 
Chinwendu, ele foi à fazenda buscar inhame para os dois filhos comerem. 
Enquanto estava na fazenda, ele ouviu tiros em sua aldeia. Ele ficou com 
muito medo e correu de volta para saber o que estava acontecendo.” 
Notei um pouco de excitação em Ken enquanto ele me ouvia, balançando 
a cabeça e ansioso para ouvir mais. Como Ken estava ouvindo com 
interesse, continuei. “Ao chegar à aldeia, Chinwendu viu que estava deserta. 
Ele chegou em sua casa e não viu seus dois filhos. Ele começou a procurá-
los apenas para saber que a aldeia havia sido atacada por saqueadores de 
escravos. Eles tinham armas para invadir aldeias e capturar pessoas para 
escravidão. Na noite daquele dia, descobriu-se que seus dois filhos estavam 
entre os capturados e levados para o navio negreiro, e não havia esperança 
de vê-los novamente. Era demais para Chinwendu suportar. Isso foi pouco 
tempo depois de perder sua esposa. Ele se recusou a ser consolado. O 
restante do povo da aldeia se reunia a cada 
dia para consolá-lo, mas não via necessidade de continuar vivendo. 
Conversas Pastorais com Pacientes 
 
39 
 
 
“Uma noite ele decidiu tirar a própria vida. Ele tinha uma corda para se 
enforcar. Ele considerou o melhor lugar para cometer suicídio para que as 
pessoas não soubessem o que estava acontecendo e tentassem resgatá-lo. Ele 
calmamente pegou sua corda e foi para a floresta maligna na calada da noite. 
Ele subiu em uma árvore Iroko e amarrou a corda em um dos galhos. Assim 
que ele estava prestes a amarrar a corda para se enforcar, ele ouviu alguém 
chamando do pé da árvore: 'Ei, Chinwendu, se você quer se enforcar, 
certifique-se de amarrar a corda muito bem para não cair fora e acertar meu 
estômago inchado e me matar porque ainda não estou pronto para morrer.' 
Chinwendu gritou: 'Quem está aí?' 
'Sou eu Wereuwakodi (Tome o mundo como ele é). Por favor, tome 
cuidado para não me ferir.' 
Ouvindo uma voz do pé da árvore Iroko àquela hora da noite, Chinwendu 
ficou apavorado. Ele imediatamente removeu a corda do pescoço e olhou 
para baixo e viu um homem com o estômago inchado que havia sido jogado 
fora por parentes para morrer por causa da doença que ele tinha.” 
Houve uma gargalhada de Ken. Eu ri também. Notei uma mudança em 
seu humor e ele parecia mais animado. Continuei: “Chinwendu desceu 
apressadamente da árvore Iroko, jogou fora a corda e saiu correndo dizendo: 
'Oh meu Deus! Aqui está um homem que foi abandonado para morrer e não 
quer morrer, e aqui estou eu pronto para tirar minha vida.' 
Chinwendu correu para casa e, a partir daquele dia, aceitou a vida como 
ela veio e nunca mais tentou tirar sua vida. ” 
Ken caiu na gargalhada novamente e perguntou: "Você tem certeza que isso 
aconteceu?" 
Eu ri com ele e respondi: “Sim, nos disseram que isso aconteceu. É uma 
daquelas histórias folclóricas contadas entre os Igbos do leste da Nigéria. 
Existem diferentes versões, mas é a mesma lição. Meu tio nos disse que foi 
nosso bisavô quem contou a história ao nosso avô e nosso avô contou a 
história a ele, e ele nos transmitiu quando ainda éramos pequenos”. 
“Essa é uma grande história. Então o que você está tentando me dizer? 
Isso significa que não importa a condição das coisas, nenhuma pessoa deve 
pensar em se matar?” 
"Você disse isso, Ken." 
“Parece algo que você veria em um filme. No entanto, obrigado por me 
contar a história. Eu sei que não é certo eu tirar minha vida, mas há certas 
circunstâncias em que acabar com a vida parece ser a melhor coisa.” “Eu te 
entendo, Ken. Eu não culpo você por sentir vontade de terminar. Ao mesmo 
tempo, estou feliz que você ouviu minha história. Eu espero que você pense 
sobre isso. " 
“Bem, obrigado por me contar a história. Eu tenho o significado. Eu vou 
pensar sobre isso. " 
40 Capítulo três 
 
 
 
“Obrigado, Ken, por ouvir. Deixe-me fazer-lhe esta última pergunta. 
Existe alguém que te ama tanto e você ama tanto que ficará profundamente 
devastado se algo mais acontecer com você?” 
"Sim." 
"Quem é a pessoa?" 
"Minha mãe é a pessoa." 
"Fale-me sobre ela." 
“Ela estava aqui pouco antes de você entrar. Você a teria visto se tivesse 
vindo um pouco mais cedo. Ela é uma mãe doce, e a melhor mãe que posso 
ter neste mundo. Ela me ama muito e eu a amo muito. Ela é minha única 
fonte de força.” 
“Ken, estou feliz que você tenha alguém que te ama. Tenho certeza que 
você não quer partir o coração dela. Pense nela e pense na história. Deixe-
me saber se há alguma maneira que eu possa ser útil. Vou deixar você 
descansar um pouco agora. Mais uma vez, obrigado por me ouvir. Espero te 
ver em breve. " 
“Muito obrigado, pastor. Tchau. " 
 
 
BREVE ANÁLISE DO ENCONTRO COM KEN 
 
Esse encontro com Ken foi terapêutico e cheio de graça para nós dois. 
Ambos tínhamos histórias para contar e precisávamos que outros nos 
ouvissem, valorizassem e apreciassem o que tínhamos a dizer. Havia tristeza 
e alegria em nossas vidas. Poderíamos falar de tempos mais felizes e depois 
de mudanças significativas. No final do nosso encontro, nós dois nos 
sentimos de forma diferente. Nós dois estávamos em paz com nossas vidas. 
Tínhamos coisas em quepensar. 
Como mencionado anteriormente, esta abordagem foi um bom exemplo 
do que Judith Acosta e Judith Simon Prager chamam de liderança. 
sentimento positivo de aceitar a vida como ela vem. Minha história também 
interrompeu seu ciclo de pensamento depressivo e, nesse sentido, poderia ser 
chamada de interrupção de padrão. 
 
Recomendações 
Em condições normais, o ministro pastoral teria orado com o paciente 
durante a visita. Eu certamente gostaria de orar com Ken, mas lembrei-me 
de que ele havia dito que desejava que eu não o fizesse. 
A abordagem que usei no caso de Ken é diferente da da Sra. Douglas. 
Depois de ouvir Ken, contei-lhe uma história folclórica, que funcionou como 
uma metáfora, mas, mais importante, como uma terapia não apenas para 
envolver sua imaginação, mas para 
Conversas Pastorais com Pacientes 
 
41 
 
 
considerar sua própria vida com mais clareza e seriedade. A história de Ken 
pode ser vista e ouvida através do filtro do processo paralelo que uma pessoa 
ouve e usa inconscientemente como seu próprio autorretrato. A partir de 
experiências pessoais, notei que às vezes conto histórias de outras pessoas ao 
meu público sem ter consciência de que estou usando essas histórias para me 
revelar. 
 
Documentação da história do paciente e implicações éticas 
Após a reunião com o paciente, é útil que o ministro pastoral reflita 
brevemente sobre a visita e depois documente a visita, especialmente se for 
exigida pelo estabelecimento de saúde. Não é apropriado nem aconselhável 
que o ministro pastoral registre o que o paciente está dizendo sobre sua 
doença e sentimentos em sua presença. Se o ministro pastoral gravar ou 
escrever a história enquanto ouve, isso pode levar à suspeita e tornar o 
paciente menos aberto ou menos expressivo. 
Ao documentar a história do paciente, o nome real do paciente não deve 
ser usado. Documentar o nome exato do paciente e usá-lo em público sem 
permissão pode constituir uma violação grave da política de privacidade do 
estabelecimento de saúde. Também pode constituir uma violação das regras 
da HIPAA (Health Insurance Portability and Accountability Act), que 
fornece proteção federal para informações de saúde privadas nas mãos das 
unidades de saúde e fornece alguns direitos para os pacientes garantirem a 
privacidade de suas informações de saúde.7 
No próximo capítulo, discutiremos o movimento das histórias e 
experiências dos pacientes da beira do leito para o púlpito. Uma coisa é o 
ministro pastoral reunir informações valiosas dos pacientes; outra coisa é o 
ministro pastoral saber como usar tais histórias na preparação e entrega de 
um sermão. 
 
 
NOTAS 
 
1. Nicholas Boothman, como fazer as pessoas gostarem de você em 90 segundos ou 
menos 
(Nova York: Workman Publishing, 2000), 91. 
2. Harlene Anderson, Conversation, Language, and Possibilities: A Postmodern 
Approach to Therapy (Nova York: BasicBooks, 1997), 145. 
3. Michael Purdy e Deborah Borisoff, eds., Listening in Everyday Life, Intra / 
Interpersonal Listening (New York: University of America, 1997), 49. 
4. Boothman., 103. 
5. Dennis M. Kratz e Abby Robinson Kratz, Effective Listening Skills (Chicago: 
Mirror Press, 1995), 21. 
42 Capítulo três 
 
 
 
6. Judith Acosta e Judith Simon Prager, O pior já passou: primeiros socorros 
verbais para acalmar, aliviar a dor, promover a cura e salvar vidas (San Diego, 
Califórnia: judeus, 2001), 73. 
7. Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, “Privacidade de 
Informações de Saúde”, disponível em 
www.hhs.gov/ocr/privacy/hipaa/understanding/index.html. 
http://www.hhs.gov/ocr/privacy/hipaa/understanding/index.html
Conversas Pastorais com Pacientes 
 
43 
 
 
 
Capítulo quatro 
Da história do paciente à homilia 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os encontros entre o ministro pastoral e os doentes não se limitam a ouvir 
suas histórias. Mover suas histórias da beira do leito para o púlpito envolve 
um processo hermenêutico. Examinaremos, portanto, o processo 
hermenêutico envolvido na interação de histórias humanas (dos pacientes) e 
histórias divinas (de Deus) para dar origem a uma homilia que possa abordar 
os problemas dos enfermos. Também nos referiremos a exemplos de 
homilias que são apresentados no apêndice. 
 
 
O PAPEL DA HISTÓRIA NA PREGAÇÃO DA PROCLAMAÇÃO 
 
O uso de histórias para transmitir mensagens de uma geração para outra é 
tão antigo quanto a raça humana. Histórias, boas histórias, capturam a 
atenção dos ouvintes e envolvem sua curiosidade e imaginação enquanto 
abrem uma porta para suas mentes não-conscientes. Contar histórias pode 
ser útil para transmitir conhecimento e informação, estimular o pensamento 
criativo e a reflexão e introduzir sutil e indiretamente mensagens 
terapêuticas. William Nichols observa que o uso de histórias para transmitir 
mensagens importantes tem sido aplicado com frequência e sempre produziu 
resultados notáveis.1 De acordo com Ronald 
J. Allen, “As histórias oferecem uma estrutura de significado dentro da qual 
se pode entender pessoas, relacionamentos, eventos, ações.” 2 
No Antigo e no Novo Testamento, histórias e experiências pessoais 
compartilhadas eram comumente usadas para transmitir verdades divinas. A 
história de Jó é um bom exemplo da história de uma pessoa doente, e os 
professores religiosos usaram essa história por muitas gerações para 
comunicar uma verdade divina sobre onde Deus se encontra no sofrimento 
humano e sobre como os seres humanos reagem ao seu sofrimento. 
 
42 
Da história do paciente à 
 
43 
 
 
condições. Às vezes é difícil entender por que as pessoas sofrem. Quando as 
pessoas sentem que não merecem suas condições de sofrimento, fazem 
perguntas como: Por que eu? O que eu fiz para merecer esta doença? Por 
que Deus permitiu que eu sofresse? 
Embora fazer as perguntas acima pareça natural, pode não haver respostas 
satisfatórias. No entanto, professores religiosos usaram a história de Jó e 
outras histórias para comunicar que, por mais difícil que seja entender por 
que coisas ruins acontecem, Deus não abandona seu povo. Os sofredores 
recebem abundantes bênçãos de Deus. As bênçãos de ser fiel a Deus em 
tempos difíceis podem ser realizadas nesta vida ou na vida futura. 
Nos evangelhos, Jesus também usou muitas histórias para se dirigir aos 
seus ouvintes. Nichols vê Jesus como um mestre contador de histórias que 
usava histórias que carregavam o peso da mensagem que ele queria 
entregar.3 Jesus atingiu o coração de seus ouvintes usando muitas parábolas, 
imagens comuns e linguagem familiar que os atraiu para ouvir e entender 
sua mensagem, mesmo quando a mensagem não foi facilmente 
compreendida e precisava de alguma explicação. A história do Bom 
Samaritano de Lucas é um exemplo de parábola usada por Jesus para ensinar 
ao seu público a verdade divina sobre o amor e a hospitalidade que devem 
ser concedidos a um estranho ou a um doente que precisa de ajuda (Lc 10, 
30-37). 
Os pregadores contemporâneos também perceberam a eficácia do uso de 
histórias e experiências passadas na pregação para suas audiências. Allen 
reconhece que histórias, imagens e experiências podem ser usadas como 
ilustrações eficazes que podem tornar a homilia mais viva e fácil de 
entender, especialmente quando há afirmações teológicas abstratas.4 A 
doença pode alienar os doentes de suas comunidades, especialmente quando 
as comunidades não valorizam e alcançar seus membros doentes. Portanto, 
quando as histórias dos enfermos são incorporadas aos eventos de pregação, 
o homilista pode reconectar e fortalecer a conexão entre os enfermos e os 
sãos. O ministro pastoral também pode fazer saber aos membros da 
comunidade que quando um membro sofre, todos sofrem. Pelo menos, 
Ao ouvir atentamente as histórias dos doentes, outros membros da 
comunidade pode identificar algum “terreno comum” em suas próprias 
histórias.5 As histórias dos doentes tornam-se uma experiência comum 
quando os membros da comunidade encontram semelhanças entre suas 
própriashistórias e as dos doentes, de coisas que eles já vivenciaram, estão 
atualmente experimentando ou provavelmente experimentará. Por exemplo, 
uma funcionária do hospital expressou sua gratidão com a Homily One. 
Segundo ela, esta homilia a ajudou a compreender melhor o que significa 
dizer que Deus sofre conosco e não nos abandona para sofrer sozinhos. 
Quando as histórias dos pacientes são usadas nas homilias, como 
demonstrado no apêndice, os saudáveis são encorajados a se preparar para 
uma 
44 Capítulo 
 
 
 
 
possível desafio da fé através da doença. Essas histórias podem servir de 
consolo ou encorajamento para “sofredores tementes a Deus”. 
 
 
O DOENTE COMO SACRAMENTO DA COMUNIDADE 
 
As experiências dos doentes contidas em suas histórias são um sacramento 
pelo qual a comunidade cristã pode receber a graça. Através da partilha das 
experiências dos doentes, especialmente nas celebrações litúrgicas, a 
comunidade chega a uma melhor compreensão do lugar de Deus no mundo. 
As histórias e experiências da pessoa doente podem atuar como 
“experiências evidenciais” 7 para sustentar o ponto sobre a graça e o amor 
de Deus pelos doentes. Um exemplo de experiência evidencial é apresentado 
na Homilia Dois. 
O encontro entre o ministro pastoral e os doentes é em si mesmo um 
sacramento ou uma fonte de graça para os doentes, para o ministro pastoral e 
para a comunidade. Este encontro sacramental pode ser visto na imagem de 
Jesus acompanhando seus discípulos confusos, desapontados e deprimidos 
caminhando de Jerusalém para Emaús. Os discípulos receberam graça por 
meio da palavra e do sacramento e viram significado em sua condição 
deprimida. Em seu encontro com Jesus, eles receberam não apenas 
esperança e graça, mas também compartilharam sua esperança e graça com a 
comunidade cristã em Jerusalém. 
O pregador encontra os doentes, ouve suas histórias e as compartilha com 
a comunidade cristã. Estas histórias tornam-se elementos criativos das 
nossas celebrações litúrgicas e contêm em si a realidade que comunicam. 
Assim como Cristo está presente na palavra e nos elementos comuns do pão 
e do vinho, Cristo está presente nas histórias comuns dos doentes. David N. 
Power afirma que a palavra de Deus garante a esperança escatológica, 
especialmente em um encontro sacramental. A pessoa doente recebe esta 
palavra com fé, abraça-a e possui-a e torna-se, por sua vez, um sacramento 
de sentido para a comunidade. . Ela indicou que sentia mais o amor e a 
presença de Deus em sua vida. 
Joye Gros vê todo o ato de trazer à tona nossas experiências de vida, 
incluindo as dos doentes, para reflexão como um ato de fé profundo.9 Em 
outras palavras, nossa fé ou a fé da comunidade é enriquecida e fortalecida 
quando membros compartilham suas histórias uns com os outros. 
 
O PREGADOR COMO REFLETOR TEOLÓGICO 
 
Mover as histórias e experiências do paciente da beira do leito para a 
proclamação homilética envolve um processo hermenêutico no qual o 
pregador desempenha o papel de 
Da história do paciente à 
 
45 
 
 
papel de refletor teológico. Nas palavras de Patricia O 'Connell Killen e John 
De Beer, “a reflexão teológica alimenta o crescimento na fé, trazendo 
experiências de vida em diálogo com a sabedoria da herança cristã”. , capaz de 
atentar para as vivências do doente, e capaz de indagar sobre o significado 
dessas experiências de acordo com sua herança religiosa.11 Experiência é o 
que nos acontece. Nossas experiências podem nos estimular a fazer perguntas 
e nos convidar a refletir.12 Os doentes têm experiências capazes de evocar 
sentimentos, pensamentos, atitudes, esperanças e até desespero. Os doentes 
são desafiados a compartilhar suas histórias honestamente. Compartilhar 
histórias é mais fácil para alguns do que para outros. Enquanto as condições 
preocupantes dos doentes podem fazê-los fazer perguntas, os doentes podem 
não ter tempo e espaço para refletir bem teologicamente sobre o que está 
acontecendo com eles em seus relacionamentos com Deus, consigo mesmos, 
com os outros e com o mundo. O ministro pastoral pode ajudar a facilitar este 
processo de reflexão com o doente, ouvindo-o e ajudando-o a refletir. De 
acordo com Robert L. Kinast, “A técnica padrão para representar a 
experiência de alguém é narrá-la, oralmente ou por escrito, e geralmente para 
pessoas que estão preparadas para refletir sobre ela teologicamente.” 13 O 
processo hermenêutico começa quando o ministro pastoral ouve as 
experiências dos doentes, reflete sobre elas, interpreta e aplica-as a um sistema 
de crença cristão para melhor compreensão ou significado, e compartilha essa 
reflexão teológica com os os doentes podem não ter tempo e espaço para 
refletir bem teologicamente sobre o que está acontecendo com eles em seus 
relacionamentos com Deus, consigo mesmos, com os outros e com o mundo. 
O ministro pastoral pode ajudar a facilitar este processo de reflexão com o 
doente, ouvindo-o e ajudando-o a refletir. De acordo com Robert L. Kinast, 
“A técnica padrão para representar a experiência de alguém é narrá-la, 
oralmente ou por escrito, e geralmente para pessoas que estão preparadas para 
refletir sobre ela teologicamente.” 13 O processo hermenêutico começa 
quando o ministro pastoral ouve as experiências dos doentes, reflete sobre 
elas, interpreta e aplica-as a um sistema de crença cristão para melhor 
compreensão ou significado, e compartilha essa reflexão teológica com os os 
doentes podem não ter tempo e espaço para refletir bem teologicamente sobre 
o que está acontecendo com eles em seus relacionamentos com Deus, consigo 
mesmos, com os outros e com o mundo. O ministro pastoral pode ajudar a 
facilitar este processo de reflexão com o doente, ouvindo-o e ajudando-o a 
refletir. De acordo com Robert L. Kinast, “A técnica padrão para representar a 
experiência de alguém é narrá-la, oralmente ou por escrito, e geralmente para 
pessoas que estão preparadas para refletir sobre ela teologicamente.” 13 O 
processo hermenêutico começa quando o ministro pastoral ouve as 
experiências dos doentes, reflete sobre elas, interpreta e aplica-as a um sistema 
de crença cristão para melhor compreensão ou significado, e compartilha essa 
reflexão teológica com os e para o mundo. O ministro pastoral pode ajudar a 
facilitar este processo de reflexão com o doente, ouvindo-o e ajudando-o a 
refletir. De acordo com Robert L. Kinast, “A técnica padrão para representar a 
46 Capítulo 
 
 
 
experiência de alguém é narrá-la, oralmente ou por escrito, e geralmente para 
pessoas que estão preparadas para refletir sobre ela teologicamente.” 13 O 
processo hermenêutico começa quando o ministro pastoral ouve as 
experiências dos doentes, reflete sobre elas, interpreta e aplica-as a um sistema 
de crença cristão para melhor compreensão ou significado, e compartilha essa 
reflexão teológica com os e para o mundo. O ministro pastoral pode ajudar a 
facilitar este processo de reflexão com o doente, ouvindo-o e ajudando-o a 
refletir. De acordo com Robert L. Kinast, “A técnica padrão para representar a 
experiência de alguém é narrá-la, oralmente ou por escrito, e geralmente para 
pessoas que estão preparadas para refletir sobre ela teologicamente.” 13 O 
processo hermenêutico começa quando o ministro pastoral ouve as 
experiências dos doentes, reflete sobre elas, interpreta e aplica-as a um sistema 
de crença cristão para melhor compreensão ou significado, e compartilha essa 
reflexão teológica com os 
comunidade adoradora. 
O exemplo a seguir mostra o início da reflexão teológica. Pat (nome 
fictício) deu entrada no hospital com graves problemas emocionais, físicos e 
espirituais. Devido a problemas de saúde significativos, Pat se preocupou 
por estar perdendo sua confiança e fé em Deus, a quem ela acreditava de 
todo o coração, nunca lhe daria mais do que ela poderia suportar. O ministro 
pastoral deu a Pat ampla oportunidade de compartilhar sua história e seus 
sentimentos sem interrupção.Sentindo sua frustração e notando seus medos, 
o ministro pastoral pediu permissão para compartilhar uma reflexão pessoal. 
Quando Pat concordou, o ministro pastoral respondeu que Pat o lembrava de 
Jesus, pois ela não merecia essa cruz, mas a carregava embora às vezes 
sobrecarregada. O ministro pastoral refletiu que Jesus também havia 
tropeçado várias vezes sob o peso da cruz, mas Jesus teve ajuda de Simão de 
Cirene, que carregou a cruz por um período de tempo. O ministro pastoral 
sugeriu que Pat pudesse deixar outra pessoa carregar sua cruz por um tempo 
também. 
Depois que o ministro pastoral terminou esta reflexão teológica, Pat ex- 
pressionou que ela nunca tinha pensado nisso dessa maneira. A declaração 
de Pat indicou que o ministro pastoral a ajudou a iniciar o processo de 
reflexão teológica. Mais tarde, o ministro pastoral pode continuar esse 
processo movendo as experiências do paciente da beira do leito para o 
púlpito. Na homilia, os pacientes, assim como os da congregação que ouvem 
a história, precisam 
Da história do paciente à 
 
47 
 
 
continuar o processo de reflexão mesmo depois da celebração litúrgica. Ao 
final deste processo de reflexão teológica, o ministro pastoral deve ser capaz 
de ajudar os enfermos a compreender um novo significado para suas 
condições de acordo com sua fé. 
Quando o ministro pastoral faz bem a reflexão teológica, pode melhorar a 
cura, bem como encorajar a compreensão e o apoio da comunidade. Edward 
O. de Bary sugere que quando a reflexão teológica ocorre, a saúde melhora 
porque um clima saudável é estabelecido. Um clima saudável traz 
honestidade, apoio, abertura e caridade em uma comunidade que cuida e 
apoia seus membros.14 
 
 
ENCONTRO À BEIRA DO LEITO E SEUS 
EFEITOS NO MINISTRO PASTORAL 
 
O processo homilético de usar a história do paciente na pregação começa à 
beira do leito, quando o ministro pastoral ouve as histórias e experiências do 
enfermo. À medida que o ministro pastoral ouve atentamente, ele pode se 
encontrar com empatia no lugar do paciente. Como observa David Hogue, 
“participar imaginativamente de uma história que estamos ouvindo é uma 
consequência de nossa capacidade de empatia.” 15 Carrie Doehring também 
observa que andar no lugar da pessoa doente ou ver o mundo de sua 
perspectiva significa não apenas sentir com os doentes, mas também ser 
capaz de pregar a partir dessa experiência e do coração.16 Quando um 
ministro pastoral prega a partir de uma experiência prática, a pregação é 
mais persuasiva e eficaz porque é do coração. 
Através da escuta atenta, o pregador pode tomar consciência de 
questões na vida da pessoa doente, e então encontrar maneiras de abordar 
essas questões na pregação. “Ouvir histórias pode nos dar uma noção mais 
profunda do significado que as pessoas fizeram em suas vidas. Os eventos 
que incluem, os que omitem e os inevitáveis embelezamentos e descontos 
que fazem podem nos ajudar a apreciar como o mundo é construído para as 
pessoas que procuram nossos cuidados. é a avaliação e a resposta, e é menos 
provável que o ministro imponha suas próprias questões, valores e 
perspectivas. 
Por exemplo, ouvi a história de um paciente de 65 anos, o Sr. Jackson 
(nome fictício), cuja maior decepção e arrependimento foi que sua doença e 
idade haviam criado tais limitações que ele não podia mais ser ativo na 
gestão de seus negócios de forma eficaz. Quando entrei o Sr. Jackson's 
48 Capítulo 
 
 
 
 
quarto e o cumprimentou, ele olhou para mim e perguntou: “Você é jogador 
de futebol? Você parece muito forte, do jeito que eu costumava parecer 
quando tinha vinte e trinta anos.” Em minha discussão posterior com o Sr. 
Jackson, fiquei sabendo que ele trabalhava em três empregos quando jovem. 
Através de seu trabalho duro, ele foi capaz de estabelecer seu próprio 
negócio. Sua empresa estava florescendo antes que ele tivesse o derrame que 
o impossibilitou de se movimentar e supervisionar seus negócios. 
Infelizmente, quando seu filho assumiu, o filho não conseguiu administrar a 
empresa de forma eficaz. Senhor. Jackson lamentou: “Infelizmente, tudo 
parece estar desmoronando na minha vida. Dói-me para o inferno.” 
Quando ouvi pela primeira vez o Sr. Jackson, eu imediatamente me 
conectei com ele por causa de algumas semelhanças em sua história e na 
minha, sugerindo uma identificação entre o paciente e esse ministro pastoral. 
Eu podia entender suas preocupações e o que ele considerava importante. 
Por exemplo, ele e eu valorizamos o trabalho duro. Quando o Sr. Jackson me 
elogiou como um homem de aparência forte, tomei consciência de minhas 
próprias limitações. Sua história me fez perceber como as pessoas podem se 
tornar limitadas devido à doença e à idade. A maneira como eu jogava 
futebol quando eu tinha vinte e poucos anos não é mais como eu jogo agora. 
Eu me vejo ficando limitado devido à idade. 
Eu tive que ouvir em vários níveis e com todos os meus sentidos, com 
meu coração, mente e imaginação. Ouvindo o Sr. Jackson, mais tarde refleti 
sobre sua história e a minha para descobrir significados mais profundos que 
me tornaram mais consciente de minhas próprias emoções das quais eu não 
tinha consciência. Esse processo de reflexão e descoberta inconsciente de 
um significado mais profundo e de um terreno comum na história do 
ministro pastoral e na história do paciente é chamado de processo paralelo. 
Gerald Egan sugere que o ministro pastoral não apenas ouça as palavras dos 
outros, mas também ouça a mensagem enterrada nas palavras ou codificada 
nas pistas que cercam as palavras.18 As histórias realmente revelam muito 
sobre o narrador e não apenas criar um sentimento de empatia pelo ouvinte, 
mas também ajudar o ouvinte a refletir sobre algumas realidades pessoais. 
Na pregação, o ministro pastoral é profissionalmente obrigado a usar esse 
processo paralelo tanto para entender melhor quanto para apreciar conexões 
ou desconexões não conscientes com o paciente e sua história. O processo 
paralelo deve monitorar quaisquer sermões subsequentes, para que sejam de 
Deus e para o povo de Deus e não mensagens e revelações pessoais. 
 
TIPOS DE HISTÓRIAS COMO PRESENTES PARA PREGAR 
 
Quando os indivíduos estão sujeitos a dores físicas ou mentais devido a 
doenças ou outras fontes de sofrimento, eles reagem contra suas experiências 
de maneira diferente e de várias maneiras. Alguns pacientes podem querer 
falar ou expressar seus sentimentos 
Da história do paciente à 
 
49 
 
 
contando histórias, enquanto alguns podem não querer falar. Alguns podem 
falar, mas podem não estar falando de forma coerente, especialmente alguns 
pacientes em unidades psiquiátricas. Nem todas as histórias ou reações a 
doenças podem ser bons recursos para a pregação. No entanto, ao aplicar as 
habilidades discutidas no capítulo três, o pregador ouve atentamente os 
seguintes dons das histórias e experiências do paciente. 
 
 
OUVINDO OS DONS DA PERGUNTA E DO DESAFIO 
 
Ao ouvir as histórias dos doentes, o ministro pastoral ocasionalmente ouve 
os pacientes fazerem perguntas desafiadoras. Para compreender suas 
condições depressivas e as razões de seu sofrimento, alguns pacientes podem 
exigir respostas de Deus. Wayne E. Oates afirma: “Eles podem até 
legitimamente protestar contra Deus por seus maus-tratos a eles”. 20 Fazer 
perguntas para compreender suas condições de sofrimento também pode 
mostrar até que ponto a doença desafiou sua fé e pode revelar os problemas 
de medo e impaciência ligados à doença. Embora possa parecer negativo 
fazer perguntas a Deus, 
Por exemplo, ao ouvir a história de Ken sobre sua dor e paralisia, o 
O pregador entendeu que Ken se sentia injustamente tratado por Deus e 
questionou seu sofrimento. As perguntas de Ken vieram do medo e do 
desejo desesperado de ficar bom. Suas perguntas eram semelhantes às de Jó 
nas Escrituras. Ouvindo tais perguntas e observando até que ponto a fé do 
paciente é desafiada, o ministro pastoral deve tomar nota, porque muitos 
outrospacientes podem estar fazendo perguntas semelhantes e podem ser 
desafiados de maneiras semelhantes. Tais perguntas e desafios funcionam 
como bons materiais de recurso para serem usados em homilias posteriores. 
A história de Ken, um exemplo adequado dos dons da pergunta e do desafio, 
é apresentada na Homily One. 
 
 
OUVINDO OS PRESENTES DA CULPA E DO DESESPERO 
 
Às vezes, ao narrar suas experiências, o ministro pastoral pode ouvir os 
pacientes se culparem por suas doenças. Uma pessoa que desenvolve câncer 
de pulmão após repetidas advertências de seu médico para parar de fumar 
pesadamente pode se culpar por agir contra o conselho médico e por 
contribuir para sua doença e sofrimento.21 Esse tipo de resposta ficou 
evidente na história de Joey 
50 Capítulo 
 
 
 
 
que se culpava por sua paralisia e por causar a morte de seus dois amigos 
porque Joey havia dirigido sob a influência de álcool. 
Existem algumas pessoas que culpam a Deus por não protegê-las quando 
sofrem um acidente. Frequentemente, há raiva principalmente quando o 
indivíduo não causou o acidente. Um ministro pastoral também pode ouvir 
alguns pacientes se referirem a suas doenças como “castigos” de Deus – seja 
por irem contra seus ensinamentos religiosos ou por viverem estilos de vida 
descuidados. Muitos pacientes com HIV culpam a si mesmos ou são 
responsabilizados por outros por serem responsáveis por seu sofrimento. 
Os pacientes que se culpam por causar suas doenças e sofrimentos às 
vezes falam com desespero como se tivessem perdido a esperança de serem 
perdoados por Deus. Embora os ministros pastorais possam querer ajudar 
esses pacientes a encontrar alívio e perdão, eles devem dar a esses pacientes 
tempo suficiente para falar sobre sua culpa, vergonha, culpa e 
responsabilidade. No entanto, é importante que o ministro pastoral perceba 
esses sinais de desespero. Esses sinais podem fornecer materiais de recursos 
ricos para a pregação. Enquanto o evangelho deve fornecer uma mensagem 
de esperança para tais pacientes, o ministro pastoral deve incluir uma forte 
mensagem de esperança na homilia. 
 
 
OUVINDO OS DONS DE TESTEMUNHO, 
ACEITAÇÃO E ESPERANÇA 
 
Ao ouvir os pacientes, o ministro pastoral deve observar aqueles que, por 
meio de suas histórias, demonstram a aceitação de suas condições de 
sofrimento como forma de expressar sua fé ou testemunhar sua crença 
religiosa. Tais expressões de fé durante o sofrimento fornecem bons recursos 
materiais que podem ser usados para a pregação. Esses pacientes não 
perderam a esperança de cura e de vida, mesmo quando suas doenças podem 
ser terminais. Nas palavras de Travelbee, “Sua aceitação é baseada na 
percepção da condição humana combinada com uma profunda crença nos 
princípios de seu credo. Para demonstrar esse tipo de aceitação, o indivíduo 
deve ter acreditado firmemente, bem como seguido suas convicções 
religiosas. ”22 
Esses pacientes chegaram a um acordo com a doença e resignaram seu 
destino a tudo o que Deus permite. Eles também demonstram esperança de 
cura, mesmo quando suas doenças são críticas ou terminais. Eles acreditam 
que a recompensa da vida eterna os espera. Aceitar as doenças não significa 
que tais pacientes não expressem medo e dor. Como Travelbee coloca: “Isso 
não quer dizer que tal pessoa nunca vacile, nunca esteja ansiosa ou nunca 
precise de segurança ou encorajamento. Significa, no entanto, que tal pessoa 
é capaz de suportar o peso desses sofrimentos por um longo período de 
tempo com paciência e uma espécie de resignação serena. ”23 
Da história do paciente à 
 
51 
 
 
Em meu ministério no hospital, fiquei surpreso com um encontro com 
Jane, uma paciente com câncer de cinqüenta anos. Ela expressou que estava 
com uma dor terrível. Não estava claro se ela sobreviveria à hospitalização 
atual. Jane contou como ela estava se sentindo terrível e eu perguntei a ela 
como ela se sentia em relação a Deus em sua doença. Ela me disse que se 
não fosse por Deus, sua doença poderia ter sido pior. Ela também me disse 
que havia se entregado e seus sofrimentos a Deus e estava pronta para o que 
viesse. Fiquei impressionado com as respostas dela. Eu esperava que ela 
falasse com raiva e atacasse Deus por sua doença incurável. Jane estava 
definitivamente pronta para a morte e tinha esperança de uma nova vida em 
Deus. A expressão de fé de Jane em meio à doença é apresentada na Homilia 
Dois. 
 
 
SELEÇÃO DE TEXTO DO LECIONÁRIO DA IGREJA OU 
COMO ESCOLHIDO PELO PREGADOR 
 
A pregação no hospital pode fazer parte do culto formal dominical ou do 
culto litúrgico diário ou reuniões informais para orar e compartilhar a 
palavra de Deus de uma maneira que aborde as condições dos doentes. 
Dessa forma, a Escritura é lida ou citada e a Palavra de Deus é refletida e 
compartilhada entre os doentes e os saudáveis. O ministro pastoral pode 
escolher o texto diretamente da Bíblia ou seguir as seleções do lecionário. 
William Skudlarek insiste que as Escrituras são o centro ou o cerne da 
pregação.24 Conseqüentemente, qualquer uma das formas é aceitável. 
 
 
SELEÇÃO DA BÍBLIA 
 
A seleção da Bíblia envolve a livre escolha de um ministro pastoral para 
selecionar um texto de pregação diretamente das Escrituras. Uma vantagem 
dessa livre escolha de um texto bíblico é que ela dá ao ministro pastoral a 
oportunidade de selecionar passagens que fornecem uma resposta pastoral 
ou uma resposta às condições humanas ou aos atuais problemas prementes 
dos doentes. Esse tipo de pregação se dirige às pessoas aqui e agora e de 
uma maneira que pode tocar suas vidas. Skudlarek chama isso de “a 
abordagem da situação da vida para a pregação”. 
Uma desvantagem de escolher diretamente da Bíblia é que ela coloca a 
congregação à mercê de qualquer coisa que o pregador deseje pregar. O livre 
arbítrio também pode contribuir para que o pregador retorne com frequência 
às passagens facilmente pregadas.26 Ao usar as passagens favoritas, o 
pregador dá mais atenção a alguns problemas ou questões do que a outros. 
Outra desvantagem da livre escolha de um texto bíblico é que parece fazer 
do público a fonte da mensagem em vez do receptor da mensagem. A Bíblia 
pode parecer um mero livro de respostas para problemas que podem não 
52 Capítulo 
 
 
 
existir quando as Escrituras foram escritas. 
Da história do paciente à 
 
53 
 
 
Ao fazer com que a congregação ouça o que eles gostariam de ouvir, pode 
haver a tendência do ministro pastoral de evitar alguns textos que possam 
desafiar os ouvintes a certas exigências do evangelho.28 
 
 
PREGAÇÃO LECIONÁRIA 
 
A pregação lecionária envolve a pregação de acordo com uma coleção 
formal de leituras das Escrituras organizadas e destinadas à proclamação nas 
celebrações litúrgicas diárias ou dominicais. Este arranjo tem uma vantagem. 
Ajuda o ministro pastoral e os fiéis a prepararem-se antecipadamente para a 
liturgia e a partilha da palavra.29 
Skudlarek sugere que o clero e os leigos se reúnam antes da celebração e 
discutam as leituras e rezem sobre elas. Nos estabelecimentos de saúde onde 
existem comissões litúrgicas, capelães e profissionais de saúde interessados 
podem discutir as leituras e encontrar maneiras de aplicá-las ao contexto da 
assistência à saúde. Em uma das paróquias onde eu morava, tínhamos 
comissões litúrgicas que se reuniam uma vez por semana para discutir as 
leituras e preparar a liturgia com antecedência. A comissão litúrgica ajudou 
a aplicar as leituras aos acontecimentos atuais na comunidade. Se esse 
manejo colaborativo da liturgia for aplicado em estabelecimentos de saúde, 
isso pode ajudar a tornar a liturgia um esforço compartilhado pelos ministros 
ou capelães pastorais, trabalhadores da saúde e talvez até mesmo os doentes 
que podem ter sido engenhosos ao compartilhar suas histórias. 
No entanto, pregar aos doentes do lecionário tem seus próprios problemas. 
Skudlarek observa que as leituras foram escolhidas para dias específicos sem 
muita referência às necessidadesou interesses dos fiéis e do pregador. As 
leituras às vezes estão ligadas a festas e celebrações que podem não ser 
muito relevantes para os doentes.31 As leituras podem não abordar os atuais 
problemas prementes das pessoas, incluindo os doentes. Por causa da 
natureza abstrata de algumas das leituras do lecionário, o pregador pode 
ficar sem uma mensagem. 
 
 
RESUMO TEXTOS LECIONÁRIOS E 
PREGAÇÃO AOS DOENTES 
 
O que acontece quando as leituras ou os textos atribuídos a um determinado 
dia são tão abstratos que o ministro pastoral acha muito difícil conectá-los às 
necessidades dos doentes? A pregação litúrgica destina-se apenas a resolver 
os problemas das pessoas? 
54 Capítulo 
 
 
 
 
problemas? Claramente, não. Embora seja verdade que a pregação litúrgica é 
mais eficaz quando aborda as necessidades ou problemas contemporâneos da 
congregação, a pregação litúrgica não se limita a essas necessidades. A 
pregação litúrgica aos enfermos deve ser antes de tudo uma proclamação da 
Palavra de Deus. A maioria das leituras para a celebração litúrgica são 
centradas em Cristo. A pregação aos enfermos deve ser apresentada de tal 
maneira que os enfermos vejam suas condições atuais à luz da vida, 
ensinamentos, morte e ressurreição de Cristo. Daniel Harris afirma que “a 
homilia eucarística é um momento especial em que o povo de Deus se reúne 
para uma experiência única de encontro com Deus na palavra viva”. 
Quando o ministro pastoral deve abordar um problema específico e os 
textos designados pelo lecionário para aquele dia específico tornam muito 
difícil para o pregador, Skudlarek tem este conselho a dar: 
 
De qualquer forma, se a situação é de tal importância que você deve falar 
diretamente com ela, e se as perícopes designadas para aquele dia específico 
não lhe fornecerem uma palavra apropriada, por mais diligentemente que você 
tenha procurado ouvi-la, então por todos os meios, escolha leituras que o 
capacitem a pregar a palavra do Senhor. Mas não (repita, não) leia as lições do 
lecionário e depois as ignore completamente em sua pregação. Fazê-lo é uma 
forma clara, de fato eloquente, de informar à congregação que a liturgia é algo 
que fazemos porque temos que fazer, mas que na verdade não tem nada a ver 
com a vida.33 
 
Em outras palavras, se o ministro pastoral tem um assunto urgente que 
precisa urgentemente abordar e as leituras do dia não têm qualquer conexão 
com o assunto, ele pode deixar de lado as leituras do lecionário e escolher 
uma leitura mais adequada. Como já indicado, é apenas em raras situações 
que o pregador pode experimentar esse problema. Direta ou indiretamente, a 
maioria das leituras tem palavras para os doentes em suas situações. Tendo 
estado envolvido na pregação aos enfermos por vários anos, encontrei 
poucos casos em que precisei substituir leituras mais adequadas. Além disso, 
porque a comunidade hospitalar acolhe os doentes, bem como aqueles que 
os servem, o ministro pastoral também pode considerar as necessidades 
pastorais dos funcionários do hospital, familiares e amigos dos doentes. 
 
 
UMA HERMENÊUTICA DE TRÊS VIAS 
 
Pregar aos enfermos em uma unidade de saúde envolve uma hermenêutica 
ou interpretação de três vias da comunidade do paciente, a história do 
paciente e a própria história de Deus (texto bíblico). O objetivo principal de 
realizar essa interpretação tripla é atender às necessidades dos doentes, que 
em suas experiências vividas lutam para encontrar um novo significado. De 
acordo com Scott Kevin Davis: 
Da história do paciente à 
 
55 
 
 
Explorar o significado é uma busca pela congruência e correlação de sua 
história pessoal com a história comunal e uma história transcendente. A 
exploração e expressão de significado e compreensão é o processo da 
hermenêutica. A hermenêutica é o processo pelo qual as pessoas em conversas 
históricas recuperam significados antigos e descobrem uma nova compreensão 
da experiência enquanto avaliam criticamente as interpretações atuais mantidas 
tanto pelo indivíduo quanto pela comunidade. . . . 
Através do processo hermenêutico, pessoas e comunidades mediam o mundo 
em que vivem e interagem. Por meio da hermenêutica, pessoas e comunidades 
fazem e refazem seus entendimentos de seu lugar histórico como indivíduos e 
comunidades. Por meio da hermenêutica, as experiências de vida contadas são 
conectadas, interpretadas, explicadas e compreendidas dentro de um contexto 
narrativo mais amplo.34 
 
 
INTERPRETANDO A COMUNIDADE DOS DOENTES 
 
A comunidade hospitalar é composta pelos doentes, profissionais de saúde, 
famílias, relacionamentos e amigos dos doentes. Os membros da 
comunidade hospitalar, principalmente os doentes e muitas vezes seus 
familiares, são pessoas que sofreram muito com problemas como: dor, culpa, 
vergonha, punição, raiva, depressão, isolamento, abandono, vício, luto e 
perda. 
O pregador deve estudar a congregação para poder estruturar uma homilia 
no contexto. Em Preaching as Local Theology of Folk Art, Leonora Tubbs 
Tisdale descreve a pregação contextual como envolvendo uma compreensão 
forte e crescente da congregação e suas culturas. O objetivo de preparar uma 
homilia e entregá-la no contexto é tornar a arte da pregação mais adequada, 
adaptativa e transformadora para os ouvintes.35 Pregar para uma 
comunidade de saúde exige que o pregador esteja bem familiarizado com a 
comunidade. 
Killen e De Beer, recomendam que o pregador considere as atitudes, 
opiniões, crenças e convicções dos membros da comunidade. O ministro 
pastoral deve ter em mente que o comportamento do doente pode ser muito 
diferente do do sadio. Devido às suas condições, os doentes podem ser muito 
emocionais. A linguagem que o pregador usa em sua homilia deve ser 
cuidadosamente escolhida para não dizer nada que possa fazê-los reagir 
negativamente às suas condições. Por exemplo, o pregador não deve falar 
como se julgasse o que causou sua doença. O pregador deve usar palavras 
que possam ajudá-lo a se sentir aceito, amado, cuidado e oferecer palavras 
que possam dar esperança. 
Pregar para uma comunidade hospitalar também exige que o pregador 
conheça a mensagem apropriada e a extensão da mensagem para a 
congregação e esteja atento à mensagem sem gastar muito tempo na entrega. 
Por uma variedade de razões práticas, a maioria das liturgias ou missas 
diárias em ambientes hospitalares duram cerca de trinta minutos ou menos. 
56 Capítulo 
 
 
 
A duração das liturgias varia de acordo com a pastoral 
Da história do paciente à 
 
57 
 
 
razões. As liturgias costumam ser encurtadas por causa da condição 
debilitada dos pacientes e das frequentes e urgentes demandas impostas ao 
pessoal do hospital. 
O ministro pastoral não pode se dar ao luxo de mencionar nomes reais de 
pacientes ou descrições de pacientes que os identificariam ou revelariam as 
informações de saúde de qualquer paciente. Revelar essas informações 
constitui uma violação grave das regras da Lei de Portabilidade e 
Responsabilidade do Seguro de Saúde (HIPAA) e da ética profissional de 
saúde. 
 
 
INTERPRETANDO O TEXTO BÍBLICO 
 
Ao interpretar o texto bíblico para pregação dentro de uma liturgia pública, o 
ministro pastoral precisa reconhecer que aqueles que estão doentes devem 
encontrar novas formas de compreensão à luz da mensagem evangélica. É 
responsabilidade do ministro pastoral ajudar a congregação ou a comunidade 
hospitalar a interpretar o significado do texto conforme se aplica à sua 
condição atual de acordo com sua tradição. Como Allen afirma: “O pregador 
ajuda a comunidade cristã a interpretar o caráter divino, a situação do 
mundo, o relacionamento de Deus com ele e como responder de maneira 
consistente com o evangelho”. considera as seguintes questões: O que o 
texto está dizendo? Qual é o tema central do texto? Que problema ou 
problemas o tema central resolve ou tenta abordar? O ministro pastoral 
prepara uma homilia sensível às preocupações dos enfermos (medo, dor, 
abandono,raiva, depressão, etc.). Eugene Lowry propõe esta pergunta: “Qual 
tema querigmático implícito no texto fornece a pista para a resolução?” 
melhor compreensão de sua situação. Um tema querigmático refere-se a uma 
verdade doutrinária, revelada como as boas novas da ação salvadora de Deus 
em Cristo.38 Exemplos de temas querigmáticos ou doutrinários incluem a 
ressurreição, o amor, o perdão, a Trindade e assim por diante. Se o texto 
indicar um tema doutrinário, o ministro pastoral prepara um sermão baseado 
nestes temas ou similares, com especial atenção para os problemas dos 
doentes que esses temas parecem abordar.39 Por exemplo, se um ministro 
pastoral está pensando em preparar um sermão sobre a ressurreição, a 
questão principal é "Que problema a ressurreição resolve?" Com qualquer 
tema o pregador 
deve centrar-se numa mensagem de esperança para os doentes. 
Eugene Lowry acredita que o processo acima é importante, especialmente 
para aqueles pregadores cujos textos são do lecionário e cujos sermões têm 
muito a ver com a interpretação bíblica. dizer, mas também considerar 
58 Capítulo 
 
 
 
 
Por quê o texto está dizendo o que diz.41 Na maioria dos casos, a questão de 
por que ajuda o ministro pastoral a determinar a forma que a homilia deve 
tomar. Lowry afirma: “Todo tema explícito pressupõe um problema 
implícito; todo problema explícito pressupõe um tema implícito.”42 É difícil 
para um ministro pastoral construir um sermão se a afirmação acima não se 
aplica. 
 
 
INTERPRETANDO E SELECIONANDO A HISTÓRIA 
ADEQUADA 
 
Para encontrar um novo significado para enfrentar, os doentes, consciente ou 
inconscientemente, contam histórias sobre suas vidas e o que está acontecendo 
em suas vidas. A pregação litúrgica é, portanto, uma oportunidade para o 
pregador interpretar a história do paciente, conhecer os problemas a serem 
abordados e conectá-los às narrativas do evangelho. Por exemplo, a história de 
Ken no capítulo três era a história de um homem frustrado e zangado. É um 
bom exemplo de sofrimento prolongado. Seu sofrimento de muitos anos 
combinado com a triste notícia de seu médico o fez perder o interesse em 
continuar com esta vida. Ele também estava desapontado com Deus, que ele 
achava que deveria tê-lo protegido. A história de Ken levanta muitas questões. 
Por que às vezes Deus permite o sofrimento? Uma interpretação da história de 
Ken revela então os problemas de depressão, decepção, desespero, raiva, 
tristeza e limitação. Depois de interpretar a história, o ministro pastoral deve 
saber se a história pode ser usada como material de recurso para a pregação. 
Ao selecionar a história apropriada para proclamar o evangelho, o pregador 
deve considerar o seguinte: 
 
1) Como a história levanta questões e desafia a fé? A história de Ken, por 
exemplo, (Homilia Um) foi um dom de questionamento e desafio à fé. 
2) A história levanta os problemas de culpa e desespero? A história de Joey 
no capítulo um apresenta esses problemas como presentes. 
3) A história indica um testemunho do evangelho? Revela a aceitação de 
uma condição de sofrimento ou pode ser visto como um modelo de vida 
cristã? A história de Jane na Homilia Dois demonstra um dom de 
testemunho, aceitação e esperança. Ao traçar a homilia, o ministro 
pastoral deve saber qual história é mais apropriada para proclamar o 
evangelho. 
 
 
RITUALIZAÇÃO DA HISTÓRIA DO PACIENTE: 
LIGANDO A HISTÓRIA DE DEUS COM A HISTÓRIA 
HUMANA 
 
Herbert Anderson e Edward Foley recomendam que depois de ouvir a história 
Da história do paciente à 
 
59 
 
do paciente, o pregador deve ritualizar ou conectar a história do paciente 
60 Capítulo 
 
 
 
 
à própria história de Deus.43 A importância de ligar a história de Deus e a 
história humana é ajudar os pacientes a reconstruir suas vidas e ver sua 
história como parte da história de Deus. 
Quando eu visitava pacientes do hospital que haviam assistido à 
celebração da missa em circuito fechado de televisão, eles indicavam que 
sentiam que eu falava diretamente com eles. Eles não sabiam que era a 
informação que eu havia obtido ao ouvir pacientes anteriores que me havia 
preparado para pregar a outros. Alguns dos pacientes pareciam ter aplicado 
as homilias pessoalmente a si mesmos e assim encontraram suas 
necessidades espirituais atendidas. As homilias tiveram algum efeito 
transformador sobre eles.44 Anderson e Foley afirmam: “O potencial para 
um encontro transformador pessoal e comunitário é significativamente 
ampliado quando o divino e o humano se cruzam em nossa narrativa e 
ritualização”. em suas histórias ou encontrar seu lugar na narrativa divina. 
As narrativas bíblicas têm muito a dizer sobre dor, perda, raiva, decepção, 
solidão, abandono, culpa, vergonha e outros problemas da vida. Suas 
expressões de felicidade depois de ouvir tais homilias sugerem que os 
doentes se transformam quando compreendem suas histórias pessoais como 
parte de uma narrativa transcendente maior. 
 
 
PLANTANDO A HOMILIA 
 
Depois de interpretar os textos bíblicos junto com a história do paciente, o 
ministro pastoral deve ter algumas informações importantes que possam ser 
usadas na trama da homilia. Por exemplo, o texto bíblico pode revelar um 
tema ou mensagem central, enquanto a história do paciente pode revelar uma 
necessidade sentida ou um problema que precisa ser abordado. O que 
preocupa a mente do pastor depois de interpretar o texto e a história do 
paciente? É uma mensagem bíblica central ou é uma necessidade ou 
problema sentido? Como Lowry indica, seja o que for, o ministro pastoral 
deve procurar o oposto.46 
Ao traçar a homilia, Lowry defende a formação e modelagem de um 
sermão por uma interação de problema e tema. Em outras palavras, 
envolverá uma interação entre a história do paciente e a história de Deus. 
“Quando um tema de um sermão proposto é lançado contra um problema, 
uma ideia de sermão pode nascer. Quando um problema é colocado contra o 
evangelho, a interação pode dar origem a um sermão.”47 Para Lowry, um 
pregador que concentra seu sermão na mensagem ou tema central produzirá 
um sermão que soa como uma palestra, que pode contente, mas fraco em 
envolver o público.48 Por outro lado, Lowry acredita que se um pregador 
concentrar seu sermão em uma necessidade sentida, ele será capaz de 
estabelecer um contato rápido ou relacionamento com a congregação, mas 
seu sermão será fraco em conteúdo. 
Da história do paciente à 
 
61 
 
 
Lowry usa as imagens de coceira e arranhão para descrever a relação entre 
a necessidade sentida e a mensagem. Um sermão deve envolver tanto uma 
coceira quanto um arranhão. Uma homilia surge quando a coceira 
problemática cruza o arranhão da solução.49 Um exemplo elementar disso 
conectaria o medo da morte e do morrer do paciente com uma resposta 
bíblica sobre ressurreição e vida nova. 
 
 
O TEXTO DA PREGAÇÃO: UMA EMOCIONANTE MENSAGEM 
DE ESPERANÇA 
 
O objetivo do ministro pastoral é apresentar uma mensagem de esperança 
que possa transformar a vida dos enfermos. A homilia deve ser traçada e 
apresentada como mensagem de esperança aos enfermos. Isso não quer dizer 
que o objetivo do ministro pastoral seja usar a homilia para responder a 
todas as perguntas que os enfermos gostariam de fazer sobre seu sofrimento. 
A homilia deve antes de tudo ajudá-los a ver suas condições de sofrimento 
de maneira diferente à luz do evangelho. Ver suas condições de maneira 
diferente pode significar aumentar suas esperanças de uma possível cura 
física ou cura, bem como ajudá-los a lidar com suas condições de 
sofrimento, mesmo quando a cura física ou a cura são atrasadas ou difíceis 
de alcançar. A homilia também dá esperança de vida eterna àqueles cujas 
doenças são terminais. A homilia deve ser uma fonte de consolo para os 
tementes a Deus. 
Para os sãos, a homilia não só os ajuda a ver os doentes como importantes 
membros da comunidade, mas também os prepara com antecedênciapara um 
possível desafio de fé.Uma pessoa pode ser saudável hoje apenas para estar 
doente amanhã. 
 
 
A APRESENTAÇÃO DA HOMILIA 
 
Ao apresentar a homilia, Lowry também defende começar com a coceira e 
passar para o arranhão – da situação humana à solução nascida do 
evangelho. o doente (a coceira) antes de passar para a mensagem do 
evangelho (o arranhão). 
Contar a história do paciente funciona como uma forma de envolver os 
ouvintes e dar a conhecer a necessidade sentida. Por outro lado, a mensagem 
central atua como solução ou resposta ao problema. A história do paciente 
nem sempre pode vir como uma experiência negativa. Qualquer que seja a 
história do paciente, o pregador, sendo um refletor teológico, deve ser capaz 
de usar a mensagem do evangelho e responder às experiências do paciente. 
Esta resposta é para o benefício dos doentes e para toda a comunidade 
adoradora. 
62 Capítulo 
 
 
 
 
Vimos a desenvoltura de usar o encontro à beira do leito com os 
pacientes. Ouvir as histórias dos pacientes ajuda a envolver o ministro 
pastoral na reflexão teológica. Quando uma reflexão teológica a partir da 
história dos enfermos é compartilhada em uma homilia com a comunidade 
adoradora em uma celebração litúrgica, a homilia pode atuar como fonte de 
graça para toda a comunidade, além de ajudar os enfermos a ver suas 
histórias como parte da história divina maior. 
 
 
NOTAS 
 
1. William Nichols, Storytelling the Gospel (St. Louis, Missouri: Chalice Press, 
1999), 2. 
2. Ronald J. Allen, Interpretando o Evangelho: Uma Introdução à Pregação (St. 
Louis, Missouri: Chalice Press, 1998), 207. 
3. Nicols, 5. 
4. Allen, Interpretando o Evangelho, 
208. 5. Ibid., 208. 
6. Nichols, Contando Histórias do Evangelho, 3. 
7. Allen, 29. 
8. Power, “Let the Sick Man Call”, The Heythrop Journal 19 (1978): 256. 
9. Joye Gros, Reflexão Teológica, Conectando Fé e Vida (Chicago, Illinois: 
Loyola Press, 2001), 5. 
10. Patricia O 'Connell Killen e John De Beer, A Arte da Reflexão Teológica 
(Nova York: Crossroad, 1994), 19. 
11. Ibid. 
12. Ibid., 21. 
13. Robert L. Kinast, O que eles estão dizendo sobre reflexão teológica? (Nova 
York: Paulist Press, 2000), 66. 
14. Edward O. de Bary, Reflexão Teológica: A Criação do Poder Espiritual na 
Era Informativa (Collegeville, MN.: Liturgical Press, 2003), 42. 
15. David A. Hogue, Remembering the Future Imaging the Past: Story, Ritual, 
and Human Brain (Cleveland: The Pilgrim Press, 2003), 100. 
16. Carrie Doehring, A prática do cuidado pastoral: uma abordagem pós-moderna 
(Louisville, KY.: Westminster John Knox Press, 2006), 18. 
17. Ibid., 96. 
18. Gerard Egan, Face a Face: The Small-Group Experience and Interpersonal 
Growth (Pacific Grove, CA.: Brooks / Cole Publishing Company, 1973), 87. 
19. Wayne E. Oates, The Revelation of God in Human Suffering (Filadélfia, PA.: 
The Westminster Press, 1952), 36. 
20. Joyce Travelbee, Aspectos Interpessoais de Enfermagem (Filadélfia, PA.: FA 
Davis Company, 1971), 66. 
21. Ibid. 
22. Ibid., 71. 
Da história do paciente à 
 
63 
 
 
23. Ibid., 70. 
24. William Skudlarek, The Word in Worship: Preaching in a Liturgical Context 
(Nashville, TN.: Abingdon, 1981), 11. 
25. Ibid., 14. 
26. Ibid., 13. 
27. Ibid., 15. 
28. Allen, 113. 
29. Skudlarek, A Palavra em Adoração, 31. 
30. Ibid., 34. 
31. Ibid., 45. 
32. Daniel E. Harris, Falamos a Palavra do Senhor: Um Plano Prático para uma 
Pregação Mais Eficaz (Chicago, IL .: ACTA Publications, 2001), 14. 
33. Skudlarek., 51. 
34. Scott Kevin Davis, “A Pastoral Care Hermeneutic for Preaching: From 
Patient Bedside Narrative to Congregational Pulpit Proclamation,” (Doctor of 
Ministry in Preaching Thesis, Aquinas Institute of Theology, 2003), 67. 
35. Leonora Tubbs Tisdale, Preaching as Local Theology and Folk Art 
(Minneapolis: Fortress Press, 1997), 55. 
36. Allen, 66. 
37. Eugene L. Lowry, The Homiletical Plot: The Sermon as Narrative Art Form 
(Louisville, Kentucky: Westminster John Knox Press, 2001), 18. 
38. EF Malone, “Kerygma”, em New Catholic Encyclopedia, 2002 ed. 
39. Lowry, 18. 
40. Ibid. 
41. Ibid., 19. 
42. Ibid. 
43. Herbert Anderson e Edward Foley, Mighty Stories, Dangerous Rituals (San 
Francisco: Jossey-Bass Publishers, 1998), 34. 
44. Anderson e Foley, 37. 
45. Ibid. 
46. Lowry, 19. 
47. Ibid., 18. 
48. Ibid., 17. 
49. Ibid., 19. 
50. Ibid., 20. 
 
 
 
 
Capítulo Cinco 
A avaliação da pregação 
 
 
 
 
 
 
 
 
Neste capítulo, testaremos a eficácia dos sermões pregados com histórias de 
pacientes em comparação com os sermões sem histórias de pacientes. As três 
primeiras homilias foram pregadas com histórias de pacientes, enquanto as 
três últimas foram pregadas sem fazer referência direta aos doentes e suas 
experiências. Os sermões pregados sem as histórias dos pacientes referem-se 
àqueles sermões que se concentram no texto bíblico ao invés de histórias e 
experiências de pacientes. A eficácia das homilias foi testada com um 
questionário elaborado para pacientes do hospital. Cópias dos questionários 
foram distribuídas aos pacientes em seus quartos antes das seis celebrações 
litúrgicas dominicais e recolhidas após as seis liturgias. 
Outra forma de testar essas homilias foi conversar pessoalmente com os 
pacientes do hospital, especialmente aqueles que podem não conseguir 
expressar seus sentimentos por escrito, preenchendo as opções fornecidas no 
questionário. As condições de saúde de muitos pacientes podem tornar mais 
difícil para eles escreverem enquanto estão deitados nas camas. Esta 
conversa face a face com os pacientes é outra maneira de proporcionar uma 
melhor oportunidade para aqueles pacientes que podem achar mais fácil dar 
informações mais detalhadas verbalmente sobre as homilias, especialmente 
quando o questionário não lhes dá oportunidade suficiente. As duas páginas 
seguintes incluem uma cópia do questionário que foi distribuído aos 
pacientes do hospital antes das seis celebrações da liturgia dominical. 
 
 
 
 
 
60 
A avaliação da pregação 61 
 
 
UM QUESTIONÁRIO PARA AS RESPOSTAS 
DE PACIENTES HOSPITALARES 
 
Depois de ouvir a homilia pela televisão ou dentro da capela, marque uma 
destas opções, pois a homilia lhe agrada. Você não precisa escrever seu 
nome. 
 
1. Quão eficaz foi esta homilia? 
(a) Muito efetivo 
(b) Eficaz 
(c) Um pouco eficaz 
(d) Não muito eficaz 
2. Quão bem a homilia de hoje abordou os sentimentos que você está 
enfrentando agora em sua doença? 
(a) Excelente 
(b) Boa 
(c) Justo 
(d) Não ajudou muito 
3. Quão bem a homilia abordou as perguntas que você está fazendo agora 
em sua doença? 
(a) Excelente 
(b) Boa 
(c) Justo 
(d) Não ajudou muito 
4. Quão bem a homilia o desafiou a uma nova compreensão ou insight 
sobre sua doença ou sofrimento em geral? 
(a) Excelente 
(b) Boa 
(c) Justo 
(d) Não ajudou muito 
5. Quão bem a homilia proclamou a bondade e a fidelidade de Deus hoje, 
mesmo em meio à doença? 
(a) Excelente 
(b) Boa 
(c) Justo 
(d) Não ajudou muito 
6a. Quão importante foi para você a história do paciente na eficácia desta 
homilia? 
(a) Muito importante 
(b) Importante 
62 Capítulo 
 
 
 
 
(c) um pouco importante 
(d) Não muito importante 
6b. Em poucas linhas, explique um pouco mais a sua resposta à questão 6a? Isso 
é opcional. 
7. Você tem algum outro comentário sobre a homilia? Isso também é opcional. 
 
 
AVALIAÇÃO DO QUESTIONÁRIO 
 
No questionário, as questões de um a cinco foram usadas para testar a 
eficácia tanto das homilias pregadas com histórias de pacientes quanto 
daquelas pregadas sem histórias de pacientes. As questões 6a a 7 foram 
usadas para testar as homilias pregadas apenas com as histórias dos 
pacientes. 
As questões 1-6a foram avaliadas por meio de valores numéricos, 
enquanto as questões 6b e 7 foram avaliadas qualitativamente pela qualidade 
ou força dos comentários feitos pelos pacientes. As respostas (a) e (b) do 
questionário foram consideradas como reações positivas. Por outro lado, as 
respostas (c) e (d) foram consideradas mais negativamente.OS RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO 
 
Os resultados dos questionários estão demonstrados nos gráficos. O quadro 
A mostra os resultados das homilias pregadas com histórias dos pacientes, 
enquanto o quadro B mostra os resultados das homilias pregadas sem as 
histórias dos pacientes. 
Os resultados deste questionário indicam claramente que a maioria dos 
pacientes prefere homilias pregadas com suas histórias e experiências do que 
homilias pregadas sem referência ao que está acontecendo com eles. Por 
exemplo, na questão 1 do Quadro A (homílias 1-3), 20 dos 22 pacientes 
indicaram que as homilias foram “Muito eficazes” ou “Eficazes”. Apenas 
dois indicaram que as homilias foram "pouco eficazes ou pouco eficazes". 
 
 
AVALIAÇÃO DAS HOMILAS 
 
O Quadro A demonstra que a grande maioria dos pacientes indicou que as 
homilias pregadas com suas histórias eram "Muito Eficazes ou Eficazes". As 
homilias também abordaram os sentimentos dos pacientes e as perguntas que 
eles faziam sobre a doença. Aplicar suas histórias e experiências às homilias 
os desafiou a uma nova compreensão sobre a doença e proclamou a bondade 
de Deus mesmo em meio à doença. Na questão 6a, todos os pacientes 
responderam que 
A avaliação da pregação 63 
 
 
Gráfico A. Homilias com histórias de pacientes 
Perguntas Homilias Nº de respostas Positivo Negativo Média 
Questão 1 Homilia 
1 
8 de 10 8 0 4 
Questão 1 Homilia 
2 
7 de 10 6 1 3,5 
Questão 1 Homilia 
3 
7 de 10 6 1 3,5 
Questão 2 Homilia 
1 
8 de 10 7 1 4 
Questão 2 Homilia 
2 
6 de 10 6 0 3 
Questão 2 Homilia 
3 
7 de 10 7 0 3,5 
Questão 3 Homilia 
1 
8 de 10 8 0 4 
Questão 3 Homilia 
2 
6 de 10 5 1 3 
Questão 3 Homilia 
3 
6 de 10 6 0 3 
Pergunta 4 Homilia 
1 
8 de 10 8 0 4 
Pergunta 4 Homilia 
2 
6 de 10 4 2 3 
Pergunta 4 Homilia 
3 
7 de 10 6 1 3,5 
Pergunta 5 Homilia 
1 
7 de 10 7 0 3,5 
Pergunta 5 Homilia 
2 
8 de 10 7 1 4 
Pergunta 5 Homilia 
3 
7 de 10 6 1 3,5 
Pergunta 6a Homilia 
1 
8 de 10 8 0 4 
Pergunta 6a Homilia 
2 
6 de 10 6 0 3 
Pergunta 6a Homilia 
3 
7 de 10 7 0 3,5 
 
as histórias de outros pacientes utilizadas nas homilias foram “Muito 
importante” ou “Importante” na eficácia das homilias. 
Apenas um paciente respondeu à questão 6b, opção opcional. Segundo o 
entrevistado, “A história do paciente mostra um homem sofrendo muito mais 
do que eu. Sua fé me traz esperança.” O mesmo paciente respondeu a 
 
Quadro B. Homilias sem Histórias de Pacientes 
Perguntas Homilias Nº de respostas Positivo Negativo Média 
Questão 1 Homilia 4 7 de 10 6 1 3,5 
Questão 1 Homilia 5 7 de 10 6 1 3,5 
Questão 1 Homilia 6 6 de 10 5 1 3 
Questão 2 Homilia 4 7 de 10 3 4 3,5 
Questão 2 Homilia 5 7 de 10 2 5 3,5 
Questão 2 Homilia 6 6 de 10 2 4 3 
64 Capítulo 
 
 
 
Questão 3 Homilia 4 7 de 10 2 5 3,5 
Questão 3 Homilia 5 6 de 10 2 4 3 
Questão 3 Homilia 6 6 de 10 1 5 3 
Pergunta 4 Homilia 4 7 de 10 3 4 3,5 
Pergunta 4 Homilia 5 7 de 10 1 6 3,5 
Pergunta 4 Homilia 6 6 de 10 1 5 3 
Pergunta 5 Homilia 4 7 de 10 5 2 3,5 
Pergunta 5 Homilia 5 7 de 10 3 4 3,5 
Pergunta 5 Homilia 6 5 de 10 1 4 2.4 
A avaliação da pregação 65 
 
 
questão 7: “Obrigado por mencionar outras formas de sofrimento, como 
perder o emprego”. Com esta única resposta qualitativa, os resultados das 
questões opcionais não são estatisticamente significativos. 
O Quadro B demonstra a impressão dos pacientes sobre essas três 
homilias pregadas sem as histórias e experiências dos pacientes. Eles 
responderam positivamente, mas indicaram que as homilias não abordavam 
seus sentimentos nem as perguntas que faziam sobre a doença. Nem essas 
homilias os desafiaram a uma nova compreensão sobre a doença e a bondade 
de Deus em meio à doença. 
 
 
RESPOSTAS ANEDÓTICAS 
 
Além das respostas escritas, alguns pacientes fizeram reações verbais mais 
convincentes às homilias quando fui recolher os questionários em seus 
quartos. Um dos pacientes me disse que começar a homilia com a história de 
um paciente capturou sua atenção e o manteve concentrado na televisão até 
o final da missa. As perguntas que o paciente da história fazia a Deus eram 
também as perguntas que o incomodavam antes da homilia. O paciente 
também expressou que sua compreensão do amor e do lugar de Deus no 
sofrimento humano se tornou mais forte. 
Outra paciente me disse que se sentia muito desconfortável e frustrada por 
não sentir alívio suficiente nos últimos dois dias em que esteve no hospital. 
Ela disse: "A homilia fortaleceu minha resistência e me deu mais força para 
combater as dores relacionadas à minha substituição do joelho". 
Uma terceira paciente comentou que se sentia frustrada com a natureza 
difícil de seu câncer. Ela estava cheia de negação sobre o que poderia 
acontecer no final. Ela foi encorajada pelo paciente com câncer na segunda 
homilia. Ela disse: "A maneira como o paciente com câncer lidou com sua 
condição dolorosa me ajudou mais a aceitar e ver minha doença de maneira 
diferente". 
Alguns pacientes também reagiram verbalmente às homilias pregadas sem 
as histórias dos pacientes. Embora apreciassem as homilias como boas, 
achavam que eram mais bem pregadas para uma assistência paroquial e não 
muito adequadas para uma assistência hospitalar. 
 
 
AS LIMITAÇÕES DO QUESTIONÁRIO 
 
As perguntas pareciam ter dado mais informação quantitativa, mas não 
muita explicação qualitativa ou aprofundada. As duas últimas questões que 
exigiam informações mais detalhadas eram opcionais. No entanto, devido às 
condições de saúde 
66 Capítulo 
 
 
 
 
ções de muitos dos pacientes e sua incapacidade de dar respostas detalhadas 
por escrito, foram fornecidas conversas face a face sobre as homilias. 
Alguns dos pacientes não conseguiram concentrar sua atenção nas 
homilias por causa das distrações que vinham dos funcionários e visitantes 
do hospital. Um dos pacientes reclamou e disse: “Assim como eu queria 
ouvir a homilia, meu médico veio me ver. Desculpe, não pude responder às 
perguntas porque não queria contar mentiras.” Alguns pacientes estavam 
muito fracos ou com dores terríveis e incapazes de se concentrar na 
mensagem das homilias e, portanto, não responderam às perguntas. 
As homilias foram traçadas com a consciência de que tanto os pacientes 
como aqueles que os atendem têm tempo limitado para as celebrações 
litúrgicas. Portanto, as homilias foram preparadas para entrega em sete a dez 
minutos. O fator tempo tornou difícil fornecer mensagens mais detalhadas 
como seriam adequadas para o culto normal da igreja. Além disso, as 
homilias com as histórias dos pacientes foram projetadas para se concentrar 
em abordar os problemas dos doentes. Essas homilias não apresentavam 
muito sobre os problemas dos membros saudáveis da comunidade hospitalar. 
Pregar para uma comunidade hospitalar não é o mesmo que pregar para 
uma audiência paroquial. A maioria dos pacientes não pôde entrar na capela 
para participar das celebrações litúrgicas e por isso ouviu pela televisão. 
Alguns deles se queixaram de problemas auditivos devido ao mau 
funcionamento de seus aparelhos de televisão ou ao ambiente barulhento. 
Apesar de todas essas limitações, o processo de avaliação ainda rendeu 
resultados positivos. Esses resultados positivos foram baseados nos valores 
numéricos das respostas escritas e na qualidade dos comentários anedóticos 
feitos pelos pacientes. Todas as respostas indicaram claramente a 
importância de incluir as histórias e experiências dos pacientes na pregação 
hospitalar. 
A avaliação da pregação 67 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Homilias 
 
 
 
 
 
 
 
 
Seis homilias são apresentadas aqui. As três primeiras foram pregadas com 
as histórias e vivências de pacientes hospitalizados. Os três últimos foram 
pregados sem mencionar suas histórias e experiências. As últimas três 
homilias soam como homilias pregadas a uma congregação composta 
principalmente por membros saudáveis de uma comunidade. 
 
 
HOMILIARES COM HISTÓRIAS E EXPERIÊNCIAS DE 
PACIENTES 
 
Homilia1. Homilia do 5º Domingo do Tempo Comum do Ano B 
Texto:% s 
1ª Leitura: Jó 7: 1-4, 6-7 
2ª Leitura: 1 Cor. 9:16, 22-23 3ª 
Leitura: Mc 1: 29-39 
 
Certa vez me pediram para ir ver um jovem de trinta e poucos anos que 
havia indicado à enfermeira que já havia sofrido o suficiente e queria acabar 
com sua vida. Devido a um tiroteio ocorrido quando ele tinha 25 anos, Ken 
(nome fictício) ficou paralisado da cintura para baixo por dez anos. Ele 
estava farto da vida depois de tanto tempo em uma cadeira de rodas. O 
médico de Ken acabara de lhe dizer que não havia possibilidade de ele voltar 
a andar. Essa triste notícia foi tão devastadora para ele que Ken desejou estar 
morto. 
Ken até expressou sua decepção com Deus por não protegê-lo no tiroteio. 
Depois de anos de orações, em vez de experimentar a cura de Deus, Ken 
ouviu a pior notícia. Quando cheguei à porta de seu quarto, vi um homem 
alquebrado, triste e deprimido. Eu me senti triste como ele e me imaginei 
 
 
67 
68 Homilias 
 
 
 
em sua condição. Eu tentei o meu melhor para lhe dar apoio e preocupação 
suficientes para ajudá-lo a mudar a maneira como ele via sua condição. 
Felizmente, ele abandonou seu plano anterior de tirar sua vida. Embora ele 
tivesse mudado de ideia, sua história ainda me lembrava o sofrimento de 
muitas pessoas, como aquelas que ouvimos hoje nas leituras. 
Jó sentiu-se abandonado por Deus e oprimido pelo sofrimento. Jó falava 
como alguém que não estava apenas cansado da vida, mas também como 
alguém que tinha uma impressão muito negativa sobre a vida na terra. Ele 
não conseguia entender por que deveria sofrer. No entanto, o problema do 
sofrimento não começou nem terminou com Jó. Como Ken e outros, há 
muitas pessoas neste hospital e fora dele que estão neste momento sentindo 
o mesmo que Job. 
Às vezes, parece que a vida está cheia de miséria e dor sem fim. Em tais 
condições preocupantes, não é pecado fazer perguntas a Deus.1 Existem 
explicações humanas satisfatórias para o sofrimento? Verdadeiramente, não 
existem. Deus realmente nos abandona em nosso sofrimento? Às vezes, 
circunstâncias difíceis podem nos fazer sentir esquecidos por Deus, como 
Jesus se sentiu durante sua Paixão. Mas em um sentido real, nossa fé nos diz 
que Deus não nos abandona. O sentimento de abandono pode indicar a 
profundidade do sofrimento humano. Embora seja possível sentir-se 
abandonado, ainda acreditamos que Jesus tinha tanto amor pelos doentes.2 
No Evangelho de hoje, Jesus responde praticamente à doença e ao 
sofrimento humano. Sua resposta revela a verdadeira imagem de Deus e a 
compaixão de Deus para com aqueles que sofrem de doenças ou de outras 
fontes de dor. Jesus estava cercado por uma multidão de pessoas física e 
mentalmente doentes que precisavam de ajuda. Ele não começou a responder 
à pergunta de por que as pessoas sofrem. Ele não os tratou como os 
responsáveis por suas doenças e, portanto, estavam sendo punidos por Deus. 
Jesus curou a sogra de Pedro e muitos outros doentes foram trazidos a ele. 
Ele expulsou os demônios que os mantinham reféns. Jesus mostrou muita 
preocupação pelos doentes nos Evangelhos, às vezes até ao contrário do que 
a cultura permitia, para expressar seu apoio e amor pelos doentes e 
sofredores. Ele permitiu que os enfermos, que naquela cultura eram 
considerados pecadores, o tocassem para serem curados e perdoados (Mc. 
6:56, Lc. 8: 43-48). Jesus até tocou os intocáveis e os curou (Lucas 5:13). 
Jesus ouviu os doentes e suas preocupações (Lc 7, 2-10). Ele não apenas 
curou e curou os doentes, mas também os reconciliou com suas 
comunidades (Lc 5:14). Ele visitou os doentes em suas casas, os trouxe de 
volta à vida e passou algum tempo com eles (Marcos 5: 21-24). Ele se 
dedicou a eles e nem mesmo se isentou de seu sofrimento. 
Homilias 69 
 
 
Todas essas atividades de Jesus entre os doentes são indicações claras de 
que Deus não nos abandona em tempos de dificuldade e dor. Não é o plano 
de Deus que soframos. As dificuldades e a dor continuam a ser realidades da 
vida que não podemos evitar.4 Em obediência ao plano de seu pai, o próprio 
Jesus teve de aceitar o sofrimento. A paixão de Jesus pode ser uma 
consolação para todos os que têm fé e sofrem. O sofrimento de um cristão 
pode ser visto como uma oportunidade para mostrar sua fé e compartilhar o 
sofrimento de Cristo com a esperança de que o sofrimento não terminará no 
Calvário, mas na glória da ressurreição.5 
Para aqueles de nós que trabalham em estabelecimentos de saúde, nossos 
serviços entre os doentes devem ser vistos como uma oportunidade de 
participar na difusão do amor que Jesus tem pelo sofrimento. Quando 
fazemos nosso trabalho muito bem, oferecemos uma oportunidade para as 
pessoas sentirem o amor e o cuidado de Deus. Enquanto a sogra de Pedro 
esperava por Jesus após sua cura, algumas pessoas que recebem nossos 
cuidados glorificam a Deus e mostram hospitalidade aos outros. É possível 
que, quando tratamos bem os doentes com amor e carinho, nos sintamos 
felizes e recompensados. 
 
Homilia 2. Homilia do Sexto Domingo do Tempo Comum do Ano B 
Texto:% s 
1ª Leitura: Lv. 13: -2, 44-46 
2ª Leitura: 1Cor. 10: 31-11: 1 
Evangelho: Mc. 1: 40-45 
 
Certa vez, tive um encontro com um paciente de câncer de cinquenta anos 
que me surpreendeu. Jane (nome fictício) estava com uma dor terrível. Não 
estava claro se ela sobreviveria à hospitalização atual. Jane foi honesta e me 
contou como se sentia terrível e quanto havia sofrido. Já vi pacientes em sua 
condição parecerem muito zangados e às vezes culpar a Deus pelo que está 
acontecendo com eles. Lembro-me de ter pedido a ela que me dissesse 
como, em sua condição, ela se sentia em relação a Deus. Esperando que Jane 
atacasse e culpasse Deus por sua doença, fiquei surpreso com sua resposta. 
Ela disse: “Se não fosse por Deus, minha doença poderia ter sido pior. Eu 
me entreguei e este câncer a Deus e estou pronto para o que vier.” A 
resposta de Jane foi uma incrível expressão de fé. 
No evangelho de hoje, vemos uma pessoa que teve uma doença tão 
traumática quanto 
cer. A expressão de fé, aceitação e submissão do leproso ao desejo de Jesus 
foi notável e surpreendeu Jesus. A lepra era a doença mais temida nos 
tempos do Novo Testamento. O leproso sofria não apenas de dores físicas, 
mas também de tortura mental e isolamento social. Caminhando ao longo 
70 Homilias 
 
 
 
estrada, o leproso teria que tocar a campainha gritando “impuro” e as 
pessoas fugiriam dele. Pais, relacionamentos e amigos repudiaram tal 
pessoa. Pediu-se a um leproso que vivesse sozinho fora da comunidade. O 
leproso estava vivo, mas morto. As pessoas acreditavam que o leproso era 
impuro e amaldiçoado por Deus. Foi nessa situação desesperadora e sem 
esperança que o leproso do evangelho de hoje conheceu Jesus. 
O leproso disse a Jesus: "Se você quiser, pode me purificar". Seria de 
esperar que o leproso corresse para implorar a Jesus que concedesse seu 
desejo de ser curado. Embora desejasse ser curado, ainda estava pronto para 
aceitar qualquer que fosse o desejo de Jesus. Em outras palavras, se a cura 
viesse tão rápido quanto ele queria, ele glorificaria a Deus. Se a cura não 
viesse do jeito que ele queria, ele ainda estava pronto para aceitar o que não 
podia mudar enquanto ainda esperava pela intervenção e misericórdia de 
Deus. Ele não tinha dúvidas de que Jesus tinha poderes para ajudá-lo. No 
entanto, considerando a gravidade da doença e o tabu que a cerca, o leproso 
fez uma jogada ousada. 
A reação de Jesus à doença deste homem mostra o amor que Jesus tem 
pelos doentes. Jesus não tratou o leproso como alguém responsável por sua 
doença. Jesus não se importou com os espectadores, que consideravam um 
leproso inacessível. Jesus teve pena do leproso, estendeu as mãos e tocou 
nele. Esta ação de tocar um leproso era um comportamento chocante e não 
esperado de qualquer pessoa religiosa séria. No entanto, a ação de Jesus não 
foi apenas um ato simbólico de amor,mas também uma forma de nos 
ensinar a cuidar dos doentes. É importante observar todas as medidas de 
segurança ao abordar pessoas com doenças infecciosas. Ao mesmo tempo, 
não precisamos fugir de nossos irmãos e irmãs doentes. 
A resposta de Jesus ao leproso mostra que Deus está pronto para nos 
ajudar a nos recuperar de nossas doenças, por mais graves que sejam. Estar 
doente pode não ser uma bênção, e nenhuma pessoa deseja estar doente. Ao 
mesmo tempo, é uma daquelas realidades da vida que muitas vezes 
experimentamos. Quando alguém está doente, é natural esperar a cura o mais 
rápido possível. É frustrante quando a cura não vem tão rápido quanto 
esperamos. Isso não significa que Deus nos abandonou. Quando a doença 
vem, pode ser considerada um teste de nossa fé e confiança em Deus. 
Nossa fé nos assegura que Deus está sempre conosco e até sofre conosco. 
Jesus convida todos os que estão cansados e sobrecarregados, e ele lhes dará 
descanso. Jesus não apenas curou o leproso de sua doença física, mas 
também o curou reconciliando-o com sua comunidade. Jesus pediu-lhe para 
ir e se mostrar ao sacerdote e oferecer sacrifício para mostrar à comunidade 
que ele estava curado e pronto para ser aceito de volta com sua família, 
amigos e relacionamentos. 
Assim como Jesus curou e curou o leproso no evangelho de hoje, oramos 
para que por meio de nossos cultos, apoio e orações, Deus traga cura a todos 
os doentes. 
Homilias 71 
 
 
Por mais difíceis que sejam as doenças, Deus é capaz de conceder 
misericórdia e cura. Como o leproso do evangelho de hoje, podemos 
administrar melhor nossa doença por meio de nossa esperança, paciência e 
firmeza em tempos de provação. 
 
Homilia 3. Homilia do 7º Domingo do Tempo Comum Ano B 
Texto:% s: 
1ª Leitura: É. 43: 18-19, 21-22, 24b-25 
2ª Leitura: 2Cor. 1: 18-22 
3ª Leitura: Mc 2: 1-12 
 
Quando entrei em seu quarto, não consegui distinguir por sua expressão 
facial como ela estava se sentindo. Em. Alphonso (nome fictício) tinha 87 
anos, embora parecesse muito mais jovem do que sua idade. Eu vi uma cesta 
cheia de lindas flores ao lado de sua cama. Fui atraída por seu brilho e 
fragrância. Eu disse: “Senhora, olhe para essas lindas flores. Vejo belas fotos 
e nomes de lindas crianças penduradas nessas flores coloridas. Por favor, 
conte-me sobre essas flores e as fotos penduradas nelas.” 
A resposta dela foi imediata. Ela sorriu e falou: “Pai, eu sou tão 
abençoada. Meu filho acabou de vir da Califórnia com dois dos meus netos 
para me visitar. Trouxeram essas flores. As pequenas fotos nas flores são 
dos meus bisnetos e bisnetos. Tenho vinte netos e cinco bisnetos. Muitos dos 
meus filhos vivem em diferentes partes do país. Meus filhos me ligam todos 
os dias e alguns em St. Louis me visita todos os dias.” Em. Alphonso 
contou-me ainda como Deus a abençoou com familiares, relacionamentos e 
amigos muito carinhosos e amorosos. 
Embora sua doença a deixasse um pouco desconfortável, ela me disse que 
se sentia muito melhor, especialmente quando seus entes queridos estavam 
ao seu redor. Apesar de sua doença, eu a via como uma mulher feliz. Pelo 
menos, ela não era uma mulher solitária. Em. A história de Alphonso me fez 
sentir que muitos doentes são felizes e têm mais facilidade para lidar com 
suas doenças, não apenas porque estão se recuperando rapidamente, mas 
também pelo amor, apoio e cuidado que recebem de suas famílias e amigos. 
No evangelho de hoje, vimos um belo exemplo de como os esforços e a fé 
dos relacionamentos, irmãos e irmãs e amigos podem facilitar a cura e a cura 
física. Um paralítico foi trazido a Jesus por quatro homens, possivelmente 
seus parentes ou irmãos. Quando não conseguiram chegar a Jesus por causa 
da multidão, subiram no telhado da casa, fizeram uma abertura no telhado e 
desceram o homem até Jesus. Imagine e reflita um pouco, como se você 
estivesse olhando para quatro homens levantando um homem doente em 
cima de um telhado. Veja como eles trabalham em equipe para a cura de seu 
irmão doente. É um show incrível de 
72 Homilias 
 
 
 
amor e fé. Sua fé foi capaz de romper o obstáculo da multidão. A fé pode 
superar todos os obstáculos.6 
Este esforço e demonstração de fé não foram desperdiçados. Jesus ficou 
impressionado com a fé deles e respondeu curando o homem e também 
perdoando todos os seus pecados. A ação de Jesus mostra que ele tem o 
poder de curar tanto a doença do corpo quanto a da alma. Ao primeiro 
perdoar o pecado do homem, Jesus deu a entender que o pecado é uma 
doença da alma. Jesus não fazia distinção entre a doença do corpo e a doença 
da alma.7 Jesus cuidou do corpo e da alma do paralítico porque a doença do 
corpo também pode estar ligada à doença da alma. Assim como cuidamos do 
bem-estar físico uns dos outros, também devemos cuidar do bem-estar 
espiritual deles. Sem os esforços de seus amigos, o paralítico não teria 
acesso à misericórdia curativa de Jesus. 
Os quatro amigos do paralítico, no entanto, não foram responsáveis por 
sua cura, mas sua resposta às suas necessidades trouxe a cura de Cristo e o 
perdão dos pecados.8 Sua ação realmente reduziu ou pôs fim ao sofrimento 
de seu amigo. Muitas pessoas receberam cura por causa dos cuidados 
médicos que receberam, bem como do apoio de seus entes queridos. Pelas 
minhas próprias experiências, tendo trabalhado em um hospital por muitos 
anos, os pacientes mais felizes são aqueles que têm o apoio total de suas 
famílias e amigos. Mesmo aqueles cujas doenças são terminais morrem 
felizes quando familiares, amigos e relacionamentos os cercam durante seus 
momentos finais. 
Vamos, portanto, continuar dando nosso apoio aos nossos entes queridos 
que estão doentes. Nosso apoio é tão necessário quanto os outros serviços 
que recebem no hospital. Quando estamos com eles, eles se sentem menos 
abandonados e a cura pode vir mais rápido. 
 
HOMILIAS SEM REFERÊNCIA A HISTÓRIAS E 
EXPERIÊNCIAS DE DOENTES 
 
Homilia 4. Homilia da Primeira Semana da Quaresma: Ano B 
Texto:% s 
1ª Leitura: Gn. 9: 8-15 
2ª Leitura: 1 Pet. 3: 18-22 3ª 
Leitura: Mc. 1: 12-15. 
Quando eu era jovem na Nigéria, fui obrigado a ingressar no National 
Youth Service Corp (NYSC), um grupo paramilitar. O NYSC expôs jovens 
adultos a experiências militares para estarem preparados para servir seu país. 
Durante o treinamento, eu estava no acampamento e lembro o que aconteceu 
quando um de nossos instrutores militares estava nos ensinando como nos 
proteger do inimigo 
Homilias 73 
 
 
fogo. Alguns de nós que não se viam como aspirantes a soldados 
profissionais não levavam as instruções a sério. 
Consequentemente, o oficial militar disse: “É melhor você levar a sério o 
que estou lhe dizendo, porque essas habilidades são importantes. Estou 
falando por experiência. Você pode não querer ser soldados profissionais. 
Ainda assim, qualquer um de vocês pode ser atacado a qualquer momento e, 
portanto, você precisa dessas habilidades. Se eu não tivesse experimentado 
os perigos do campo de batalha, não estaria lhe contando isso. ” Sua 
afirmação, de que estava falando por experiência própria e que qualquer um 
poderia ser atacado, fez muito sentido para mim. É sempre melhor para 
alguém que passou por uma experiência dar instruções aos outros. 
No evangelho de hoje, Jesus experimentou a tentação do diabo como 
qualquer um de nós, mas não pecou. Como poderia o Filho de Deus ser 
tentado pelo diabo? Se o Filho de Deus não estava livre da tentação do 
diabo, quem está livre? Sua tentação, é claro, foi parte de sua solidariedade 
conosco, para nos ensinar por sua própria experiência. É sempre melhor e 
mais convincente para quem passou por uma experiência ensinar os outros. 
É mais convincente para alguém que sobreviveu ao sofrimento ou às 
dificuldades transmitir aos outros como suportar. Ao tomar carne, o Filho de 
Deus sujeitou-se a todas as condições humanas. Não é de surpreender que 
ele não fosse imune ao sofrimento, à mágoa, ao desapontamento e à 
tentação.9 Ele nãopoderia ter nos ensinado melhor como lutar e derrotar o 
diabo se não tivesse lutado e derrotado o próprio diabo. Como Jesus derrotou 
o diabo? Embora o evangelho de Marcos não conte em detalhes como Jesus 
se preparou no deserto para enfrentar o diabo, Mateus e Lucas dão um relato 
melhor do que aconteceu. Jesus sujeitou-se a alguma disciplina espiritual. 
Ele foi para o deserto e passou quarenta dias e quarenta noites jejuando e 
orando. Ele também era conhecedor dos escritos sagrados. O Filho de Deus 
não tomou o diabo como garantido. Por que algum de nós não se prepararia 
para possíveis tentações que poderiam surgir a qualquer momento de nossas 
vidas? Não admira que a Igreja nos encoraje durante a Quaresma Ele foi 
para o deserto e passou quarenta dias e quarenta noites jejuando e orando. 
Ele também era conhecedor dos escritos sagrados. O Filho de Deus não 
tomou o diabo como garantido. Por que algum de nós não se prepararia para 
possíveis tentações que poderiam surgir a qualquer momento de nossas 
vidas? Não admira que a Igreja nos encoraje durante a Quaresma Ele foi 
para o deserto e passou quarenta dias e quarenta noites jejuando e orando. 
Ele também era conhecedor dos escritos sagrados. O Filho de Deus não 
tomou o diabo como garantido. Por que algum de nós não se prepararia para 
possíveis tentações que poderiam surgir a qualquer momento de nossas 
vidas? Não admira que a Igreja nos encoraje durante a Quaresma 
período para compartilhar as experiências de nosso Mestre. 
Este tempo de Quaresma nos oferece a oportunidade de nos submetermos 
a algumas práticas religiosas que podem nos ajudar a ser espiritualmente 
fortes. Somos encorajados a passar mais tempo em oração. A oração nos 
74 Homilias 
 
 
ajuda a combater as tentações. A oração é como um colete ou capacete à 
prova de balas que um soldado usa em batalha para se proteger do fogo 
inimigo. Não é à toa que Jesus pediu a seus discípulos sonolentos no Jardim 
do Getsêmani que vigiassem e orassem. 
Também somos encorajados a nos abster de alguns prazeres para controlar 
nossos desejos. Jesus foi capaz de resistir à tentação de saciar sua fome e de 
mostrar seu poder porque aprendeu a sobreviver sem eles. Precisamos nos 
engajar em alguns atos de generosidade para ajudar nossos irmãos e irmãs 
necessitados. Deus tem sido muito generoso conosco e por isso devemos 
estar prontos 
Homilias 75 
 
 
compartilhar o que Deus nos deu com outros que não são tão privilegiados 
quanto nós. Através da generosidade, também podemos receber graça e 
perdão do pecado. A Igreja entende que nesta vida é difícil, senão 
impossível, evitar ser tentado.10 Como esta é a primeira semana da 
Quaresma, temos tempo suficiente para levar a sério essas práticas religiosas 
para aumentar nossa força espiritual. 
 
Homilia 5. Homilia do Domingo de Páscoa Ano B 
Texto:% s 
1ª Leitura: Atos 10: 34.37-43 
2ª Leitura: Col. 3: 1-4 
3ª Leitura: Jo. 20: 1-9 
 
Em abril passado, por volta das 3h da manhã, meu telefone tocou sem 
parar. Inicialmente eu não queria atender a ligação porque era incomum para 
mim receber ligações àquela hora da noite. Quando o telefone continuou 
tocando, decidi atender. Fiquei chocado com a notícia de que meu irmão 
mais novo imediato havia morrido. Fiquei arrasado e com o coração partido. 
Achei difícil de acreditar porque esta foi a primeira vez que experimentei a 
morte de um jovem e próximo parente de sangue. Parecia um sonho, mas 
ainda parecia verdade. Eu não conseguia dormir de novo, imaginando o que 
poderia ter causado sua morte. Eu rezei e desejei outro telefonema dizendo-
me que os médicos haviam aplicado algumas últimas medidas e o 
ressuscitaram. Imaginei como me sentiria feliz se recebesse outro 
telefonema declarando-o não morto, mas vivo novamente. 
Embora meu desejo de ouvir que ele estava vivo não se concretizou, essa 
experiência me ajudou a imaginar e entender como os discípulos de Cristo se 
sentiram felizes ao saber que ele estava vivo novamente. Os seguidores de 
Jesus, que testemunharam a Paixão de seu mestre e sua execução cruel na 
cruz, ouviram a melhor notícia de suas vidas – Jesus ressuscitou dos mortos. 
Não era um sonho, mas uma realidade. Maria Madalena tinha ido ao túmulo 
no primeiro dia da semana, mas o encontrou vazio. Houve ceticismo inicial e 
confusão sobre se o túmulo vazio realmente significava que Jesus estava 
vivo ou que seu corpo havia sido roubado. Pedro e João correram ao túmulo 
para confirmar o que a mulher lhes havia dito. Eles não ficaram mais 
confusos quando Jesus lhes apareceu e lhes mostrou os braços e as pernas. 
Jesus não só apareceu a eles, mas também comeu e bebeu com eles, 
A ressurreição de Cristo significou muito para seus discípulos. Antes de seu 
mestre 
ressuscitou dos mortos, eles foram esmagados, desapontados, temerosos e 
desorganizados. 
76 Homilias 
 
 
 
nizado. Para eles, a ressurreição significava uma transformação para uma 
nova vida. Seus medos e decepções acabaram e a Páscoa era um momento 
para eles testemunharem com coragem e ousadia. Como vimos na primeira 
leitura, Pedro dirigiu-se destemidamente às mesmas pessoas de quem tinha 
medo e que crucificaram seu mestre. Sem medo, Pedro pediu à congregação 
que acreditasse em Jesus e recebesse o perdão. 
Meus irmãos e irmãs, reunindo-nos hoje para participar desta celebração, 
estamos compartilhando as alegrias, bênçãos e desafios da Páscoa. A 
ressurreição também deve significar muito para nós. Deve também significar 
uma ascensão para uma nova vida. É uma celebração que dá sentido à nossa 
fé e esperança às nossas vidas. Para aqueles que crêem, a ressurreição de 
Cristo nos assegura que há esperança de que, após a morte, tenhamos uma 
vida glorificada para viver na eternidade. 
A disciplina da Quaresma foi uma oportunidade para nos livrarmos de 
nossos velhos hábitos pecaminosos e receber o perdão de Deus para ganhar 
com o efeito transformador da Páscoa. Para nos beneficiar das bênçãos desta 
gloriosa celebração, somos chamados a testemunhar por uma nova maneira 
de viver nossas vidas em obediência ao mandamento de Deus de amar a 
Deus e uns aos outros. 
 
Homilia 6. Homilia para o V Domingo da Páscoa Ano B 
Texto:% s 
1ª Leitura: Actos 9: 26-31 
2ª Leitura: 1 Jo. 3: 18-24 3ª 
Leitura: Jo. 15: 1-8 
 
Hoje é o dia em que celebramos e homenageamos nossas mães como 
bênçãos especiais de Deus. As mães se sacrificaram muito para nutrir, 
prover, guiar e proteger-nos na vida. Nos bons e nos maus momentos, as 
mães sempre foram nossa força e apoio. A celebração de hoje é uma 
oportunidade para orarmos por nossas mães e expressarmos nosso amor e 
gratidão a elas. Sem o amor, o cuidado e o carinho de nossas mães, teria sido 
muito difícil para nós sobreviver e ser o que somos hoje. Devemos muito a 
eles. 
Embora as leituras de hoje não tenham referência direta à celebração do 
Dia das Mães, ainda assim, a relação próxima que deve existir entre mãe e 
filho nos ajuda a compreender o imaginário usado por Jesus para descrever a 
relação que deve existir entre ele e seus discípulos. Jesus disse aos seus 
discípulos: "Eu sou a videira, vocês são os ramos". Por esta declaração, 
Jesus descreve a proximidade, unidade e interdependência que deveria 
existir entre ele e seus discípulos. Jesus quer que entendamos quem ele é e 
quem somos.13 Ele é nosso mestre e nós somos seus membros. Como diz 
São Paulo, somos "os membros do corpo de Cristo". 
Homilias 77 
 
 
Somos, portanto, convidados como indivíduos e como comunidades a ter 
um relacionamento com Jesus. Quão abençoados e privilegiados somos por 
ter um relacionamento com Jesus? Não devemos perder esta oportunidade 
divina. Para compreender a importância dessa relação e fazer parte dela, 
devemos entender o tipo de apego, dependência e interdependência que deve 
existir entre a videira e os ramos. O ramo deve permanecer ligado à videira 
para permanecer vivo. A videira extrai recursos minerais do solo, os expõe 
ao sol e alimenta osramos. Para dar frutos, os galhos precisam permanecer 
presos à videira. Nada de bom vem dos ramos se eles ficarem separados da 
videira. Quando um galho é cortado da videira, ele morre e murcha. 
Da mesma maneira, ou assim como os ramos precisam da videira, nós 
precisamos de Cristo. Ele é a fonte da vida e de tudo de bom em nós. 
Separados dele, não há vida em nós e não podemos dar frutos. Devemos, 
portanto, manter contato próximo com Cristo. Como mantemos contato 
próximo com Cristo? Devemos ser constantes em nossas orações. Devemos 
aprender como nosso Mestre manteve contato próximo com seu Pai. “O 
segredo da vida de Jesus foi seu contato com Deus; repetidas vezes ele se 
retirava para um lugar solitário para encontrá-lo.”14 Jesus tinha o hábito de 
consultar seu Pai em oração antes de tomar qualquer decisão importante. 
Antes de iniciar seu ministério público, Jesus foi ao deserto e orou por 
quarenta dias e quarenta noites. Antes de escolher seus discípulos, ele foi a 
um lugar secreto para orar. Antes de sua Paixão, ele foi ao topo da montanha 
com três discípulos para ter contato com seu Pai e seus mensageiros. A 
oração é sempre nosso maior contato com Deus. 
Outra maneira de mantermos contato com Cristo é nos permitirmos ser 
podado pela Palavra de Deus. A Palavra de Deus nos dá a conhecer as 
palavras e ações perfeitas de nosso Mestre. Devemos, portanto, modelar 
nossa vida diária de acordo com os caminhos de Cristo. Visto que a vida e a 
fecundidade cristãs vêm somente da videira, Jesus é a única fonte de nossa 
bondade. Jesus viveu uma vida altruísta de serviço para fazer os outros 
sentirem o amor e a presença de Deus. Ao fazer isso, ele nos ensinou a 
cuidar uns dos outros. 
Assim como a videira precisa dos ramos, Jesus também precisa de nós. 
Jesus precisa de nós para darmos bons frutos em nossas comunidades e no 
mundo em geral. Como fazemos isso? “Cada um de nós tem algum dom. Ao 
desenvolver, usar e compartilhar esse dom com os outros, tornamo-nos 
frutíferos.”15 Muitos de nós aqui são médicos, farmacêuticos, enfermeiros, 
assistentes sociais, terapeutas ou capelães talentosos. Ser frutífero é poder 
usar nossos dons para servir aos outros, especialmente aos doentes. Nossa 
fecundidade ou serviços devem ajudar as pessoas a experimentar o amor, o 
cuidado e a presença de Deus. 
A melhor maneira de provar que somos verdadeiros discípulos de Cristo é 
dar bons frutos em nossas ações e em nossas palavras. Quando damos bons 
frutos, reconhecemos 
78 Homilias 
 
 
 
a dignidade e o valor de cada pessoa. Atendemos às necessidades dos outros 
da melhor maneira possível e ajudamos uns aos outros a ser tudo o que 
podemos ser em nossa comunidade de fé. Às vezes, isso pode trazer cura e, 
às vezes, isso pode trazer felicidade. Nossas ações e palavras devem sempre 
trazer cuidado e conforto e devem refletir a proximidade de Deus. 
 
 
NOTAS 
 
1. William Nichols, Storytelling the Gospel (St. Louis, Missouri: Chalice Press, 
1999), 3. 
2. Stephen F. Brett, “Preparing for the Finals,” Homiletic and Pastoral Review, 
(Janeiro de 2009): 35-37. 
3. Ibid. 
4. Noel Quesson, Ore com a Bíblia: Quinto Domingo do Ano, Vol. VII 
(Bangalore, Índia: Publicação Teológica, 1994), 162. 
5. Flor McCarthy, New Sunday and Holy Day Liturgies, New Sunday and Holy 
Day Liturgias: Ano B (Dublin, Irlanda: Publicação Dominicana, 1998), 184. 
6. Noel Quesson, Ore com a Bíblia: Quinto Domingo do Ano, Vol. VII 
(Bangalore, Índia: Theological Publication, 1994), 174. 
7. Flor McCarthy, New Sunday and Holy Day Liturgies: Year B (Dublin, 
Irlanda: Dominican Publication, 1998), 194. 
8. Stephen F. Brett, “Preparing for the Finals,” Homiletic and Pastoral Review, 
(janeiro de 2009): 39-40. 
9. Flor McCarthy, New Sunday and Holy Day Liturgies: Year B (Dublin, 
Irlanda: Dominican Publication, 1998), 67. 
10. William Barclay, The Daily Study Bible: The Gospel of Mark (Bangalore, 
Índia: Publicações Teológicas na Índia, 1999), 21. 
11. Timothy J. Cronin, “Homilia Ajuda: Domingo de Páscoa”, St Anthony's 
Messenger, 12 de abril de 2009, 1. 
12. Flor McCarthy, New Sunday and Holy Day Liturgies: Year B (Dublin, 
Irlanda: Dominican Publication, 1998), 102. 
13. Noel Quesson, Ore com a Bíblia: Quinto Domingo do Ano, Vol. VII 
(Bangalore, Índia: Theological Publication, 1994), 120. 
14. William Barclay, The Daily Study Bible: The Gospel of John (Bangalore, 
Índia: Publicações Teológicas na Índia, 1999), 176. 
15. Flor McCarthy, New Sunday and Holy Day Liturgies: Year B (Irlanda, 
Dublin: Dominican Publication, 1998), 126. 
Homilias 79 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conclusão 
 
 
 
 
 
 
 
 
Minha motivação para realizar esta pesquisa foi descobrir mais sobre minha 
observação pastoral de que ouvir mais intencionalmente à beira do leito do 
hospital as histórias e experiências dos enfermos é muito necessário para 
uma pregação hospitalar eficaz aos enfermos. Eu também queria saber se o 
uso das histórias e experiências dos pacientes nas homilias teve alguma 
influência na eficácia da minha pregação à comunidade hospitalar composta 
pelos doentes, seus relacionamentos, amigos e funcionários do hospital. 
O uso efetivo das histórias e experiências dos pacientes na pregação 
requer oferecer-lhes “hospitalidade”, que é um espaço livre e amigável para 
se expressarem para serem ouvidos. Uma revisão do que alguns especialistas 
experimentaram sobre oferecer hospitalidade aos enfermos me ajudou a 
aprender sobre informações valiosas que podem ser usadas na pregação. 
Aprendi também que ouvir os doentes expressarem seus sentimentos sobre 
suas doenças oferece uma oportunidade para o ministro pastoral ajudá-los a 
encontrar sentido em seu sofrimento. Este significado pode facilitar a cura 
ou, no mínimo, pode ajudar o doente a lidar com a doença. 
A importância da hospitalidade para com os doentes tornou-se mais 
evidente para mim quando visitei um jovem que planejava tirar a própria 
vida após um tiroteio que o paralisou. Meu encontro com esse paciente o 
ajudou a ver sua condição de forma diferente. Como resultado de nossa 
conversa, ele mudou de ideia e decidiu seguir em frente com a vida. Usei sua 
história em uma de minhas homilias. O feedback positivo que recebi de 
outros pacientes que ouviram a homilia me encorajou a continuar usando as 
histórias e experiências dos pacientes na pregação. A hospitalidade aos 
doentes não é útil apenas para eles, mas também para o ministro pastoral e 
para a comunidade. Ao ouvir os enfermos narrarem suas histórias e 
experiências, o ministro pastoral e a comunidade percebem a importância 
dos enfermos e o que os enfermos podem oferecer à comunidade. 
79 
 
80 Conclusão 
 
ou uma fonte de graça para os membros saudáveis da comunidade. Meus 
encontros à beira do leito com os pacientes e seus relacionamentos após as 
liturgias dominicais também me fizeram conhecer a importância de 
compartilhar as histórias dos pacientes nas celebrações litúrgicas. Alguns 
familiares expressaram como as homilias os ajudaram a compreender melhor 
o papel de Deus no processo de cura de seus entes queridos. Alguns 
profissionais de saúde que participaram das liturgias também confessaram 
melhor compreensão de seus papéis no processo de cura de seus pacientes. 
Depois de ouvir a terceira homilia, uma das enfermeiras disse: "Agora me 
vejo mais como um instrumento que Deus está usando para efetuar a cura". 
O encontro com o doente envolve uma comunicação interpessoal 
significativa. Para que essa comunicação seja eficaz, o ministro pastoral 
precisa usar fortes habilidades de comunicação. É responsabilidade do 
ministro pastoral aprender e praticar boas habilidades de conversação para 
construir relacionamentos pastorais. Quando há um bom relacionamento, o 
paciente se comunica mais abertamente. Na minha rotina de visitas aos 
doentes de quarto em quarto, apliquei algumas habilidades de 
relacionamento enquanto ouvia e conversava. Eles se expressaram 
livremente e relataram suas históriase experiências particulares. A 
cooperação deles comigo mostra até que ponto um ministro pastoral precisa 
de boas habilidades de conversação para poder ministrar com eficácia. 
O uso das histórias e experiências dos pacientes na pregação envolve 
reflexão teológica que o ministro pastoral inicia. Um refletor teológico 
começa a refletir sobre as experiências do paciente para encontrar um novo 
significado de acordo com a tradição religiosa do paciente. Depois de refletir 
teologicamente sobre essas histórias, o ministro pastoral também pode 
compartilhar essas histórias com a comunidade nas celebrações litúrgicas. 
O movimento das histórias dos pacientes da beira do leito para o púlpito 
envolve um processo hermenêutico de três vias. Este processo hermenêutico 
de três vias inclui uma interpretação da comunidade do paciente, a história 
do paciente e a própria história de Deus (texto bíblico) do lecionário. A 
interpretação das histórias dos pacientes revelou alguns problemas (medo, 
dor, abandono, raiva, depressão, etc), enquanto a interpretação dos textos 
bíblicos revelou alguns temas querigmáticos que forneceram pistas para 
resoluções. A interpretação da comunidade do paciente me ajudou a abordar 
meu público hospitalar no contexto. 
Depois de realizar esse processo hermenêutico de três vias, preparei três 
homilias usando histórias de pacientes e também o texto bíblico. Na 
preparação de cada homilia, ritualizava a história do paciente ligando a 
história de Deus e a história humana para ajudar o paciente a reconstruir sua 
vida e ver sua história como parte da história divina. Utilizei as idéias de 
Eugene Lowry de formar e moldar um sermão pela interação de problema e 
tema. Essas três homilias foram proferidas usando as idéias de Lowry de 
começar com a coceira e passar para o zero - da situação humana à solução 
nascida da 
 
 
Conclusão 81 
 
o Evangelho. Este método envolve a entrega da homilia contando primeiro a 
história do doente (a coceira) antes de passar para a mensagem do 
Evangelho (o arranhão). 
Para testar a eficácia dos sermões pregados com histórias de pacientes em 
comparação com os sermões sem histórias de pacientes, preparei três outras 
homilias com histórias de pacientes apresentadas no apêndice. A eficácia das 
homilias foi testada com um questionário elaborado para dar aos pacientes 
do hospital oportunidades de expressar seus sentimentos sobre as homilias. 
Além de coletar informações das respostas dos pacientes ao questionário, 
conversei pessoalmente com os pacientes. 
As avaliações das seis homilias pareciam apoiar minha tese. Uma 
esmagadora maioria dos pacientes sentiu que as homilias pregadas com suas 
histórias se dirigiam a eles de forma mais eficaz em suas condições do que 
as homilias pregadas sem suas histórias. Alguns dos pacientes que falaram 
comigo durante nossas conversas cara a cara expressaram como as homilias 
com as histórias dos pacientes os ajudaram a entender o papel de Deus em 
suas situações e assim foram reforçados para lidar e continuar lutando pela 
cura. Essas respostas positivas confirmam minha observação de que aplicar 
as histórias e experiências dos pacientes nas homilias torna a pregação à 
comunidade hospitalar mais eficaz. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bibliografia 
 
 
 
 
 
 
 
 
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83 
 
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Índice 
 
 
 
 
As referências de página em itálico indicam um gráfico ou tabela. 
Acosta, Judith, 13, 39 
escuta ativa, em ambientes de saúde, 
2, 22–23, 34–35 
África, doença e crenças de, 37, 38 
Alquimia da Doença (Duff), 1 
Allen, Ronald J., 42, 43, 50, 54 
Anderson, Harlene, 9, 20, 22, 23 
Anderson, Herbert, 55, 56 
Axtell, Roger E., 17 
 
Bandler, Richard, 24 
Baxter, Leslie A., 23 
contar histórias à beira do leito, efeitos 
curativos de, xii, 2, 5–6 
Boothman, Nicholas, em conversas 
interpessoais, 10, 13, 14, 16, 17, 18, 
19, 20, 21, 24 
Borisoff, Deborah, 20, 21, 23 
Brunell, Martha, 5-6 
 
casos e encontros com pacientes: Jane / 
dor oncológica e expressão de fé, 50, 
69–71; Jim / ALS e arrependimentos, 
5–6; Joey / acidente e paralisia, 4-5, 
49; Ken / paralisia e pensamento 
depressivo, 35–40, 48, 55, 67–69; 
Senhor. Jackson e gestão de 
negócios, 
46–47; Em. Afonso / apoio 
familiar de, 71–72; Em. Douglas / 
humor correspondente de, 32, 33, 
34-35; Newhouse, Jan / vida com 
câncer, 5; Pat / desafio de fé e 
reflexão teológica, 45 
comunicação: linguagem corporal em, 
16, 30; construindo relacionamento 
em, xii, 13-19, 
28–40, 80; preocupações éticas em, xiii, 
7, 40, 54; contato visual em, 16–17, 
30–31; em ambientes de cuidados de 
saúde, xiii, 28–40; identificação em, 
35; conduzindo 
aproximação de, 37, 39; habilidades 
auditivas 
e, xii, 21–24, 34–35; conversas 
significativas com os doentes, xii – 
xiii; Programação Neurolinguística 
(PNL) em, xiii, 24; processo paralelo 
em, 40, 47; interrupção de padrão 
em, 33, 39; preferências sensoriais 
em, xiii, 24-25, 34-35. Veja também 
comunicação interpessoal; relatório 
Estilo do comunicador (Robert), 
16 campos de concentração, 3 
Conversação, Linguagem e 
Possibilidades (Anderson), 20 
Realidades Conversacionais (mais curto), 
23 
 
 
87 
88 Índic
 
 
 
 
Davis, Scott Kevin, 52 
Querido Bradie 
(Brunell), 5 de Bary, 
Edward O., 46 De Beer, 
John, 45, 53 
temas doutrinários, 54 
Doehring, Carrie, 46 
Duff, Kat, 1, 2 
 
Egan, Gerald, 47 
olhos epóxi, 16 
avaliação, eficácia das homilias, xii, 
xiii, 60–62, 63, 64–65, 81 
 
Foley, Eduardo, 55, 56 
Frankl, Victor, 3, 4 
 
Moedor, John, 24 
 
Harris, Daniel, 52 
Lei de Portabilidade e 
Responsabilidade do Seguro Saúde 
(HIPAA), 40, 54 
processo hermenêutico: definição, 42, 
53; selecionando texto para 
pregação, 50–53; reflexão teológica 
em, 44-46, 80; 
três vias, 52–53, 80 
“Hibiscus Blaze” (Brunell), 6 
HIV, 49 
Hogue, David, 46 
homilias: no contexto da comunidade 
hospitalar, 53–54, 80; avaliando 
eficácia de, xiii, 60-62, 63, 
64–65, 81; experiências evidenciais 
em, 44; processo hermenêutico de, 
42, 
44–46, 50–53, 80; impacto de 
encontros à beira do leito e, 46–47; 
interpretando o texto bíblico e, 54-
55; pregação lecionária e, 51-52; 
ligando a história de Deus com 
histórias humanas, 7, 55–57; 
atendendo às necessidades dos 
enfermos, 
xi, xii, xiii, 51-53, 80-81; movendo 
histórias da cabeceira para o 
púlpito, xii, xiii, 42–58; processo 
paralelo e, 47; plotagem e 
apresentação, 56-58, 80-81; pregando 
com e sem, 
 
60–62, 63, 64–65, 67–77, 81; 
selecionando texto para 
pregação, 50–53, 80; histórias 
como dons para a pregação, 
42–44, 47–50; reflexão 
teológica 
em, 44-46, 80 
Homilia 1, 43, 44, 48, 67–69 
Homilia 2, 44, 50, 55, 69–71 
Homilia Três, 71–72 
Homilia Quatro, 72–74 
Homilia Cinco, 74–75 
Homilia Seis, 75–77 
comunidades hospitalares: 
membros / composição 
de, xi, 53–54, 79; 
pregando para, xi, 6–7, 56–58, 
80–81 hospitalidade: na escuta à 
beira do leito e 
narrativa, xii, 1–8, 79; 
definição, 1; encontrar 
significado no sofrimento e, 3–
5; espaço livre e amigável 
para, 2, 3, 9, 79; em ambientes 
de saúde, 1–8; habilidades de 
comunicação interpessoal 
em, 7, 9-25, 28-40, 80; papel do 
doente em 
comunidades, xii, 2 
pacientes hospitalares: escuta 
ativa, 2, 34–35; avaliar 
humores de, 32-33; 
construindo relacionamento 
com, 
29–33, 80; perguntas de 
conversação e, 32–33; 
documentar visitas pastorais, 
40; entrando no quarto do 
paciente, 29–30; lavagem das 
mãos como expressão de 
cuidado, 30; integrando 
histórias 
com textos bíblicos, xi, xiii, 54-
55; introdução e saudação, 30–
31; ministério para crianças 
como, 31; conversas pastorais 
com, 28–40; proteger 
informações de saúde de, 40, 
54; preferência sensorial de, 34-
35; histórias da cabeceira ao púlpito, 
42–58 
Como fazer as pessoas gostarem de 
você em 90 segundos ou 
menos(Boothman), 13, 16 
Como falar com qualquer pessoa(Lowndes), 
16 
 
doença: aceitação de, 48; como 
desafio à fé, 48, 70; sentimentos e 
emoções associados a, xii, 1-2, 
90 Índic
 
 
 
Índice 89 
 
43, 47-50, 68, 70; livre e amigável 
espaço para comunicação, 2, 3, 9, 
79; saúde e integração na 
comunidade, 7; hospitalidade em 
contar histórias à beira do leito, xii, 
5–6, 79; conversas significativas 
com os doentes, xii– xiii; lugar de 
Deus no sofrimento, 
xii, 42-43, 48, 68; papel dos 
doentes nas comunidades, xii, 2; 
imparcial 
atitudes em relação a, 2; vontade de 
ficar bem e, 48; obra de Jesus entre 
os doentes, 68-69, 70, 71-72. Veja 
também pacientes hospitalares 
crença encarnacional, 28–29 
escuta intencional, nos cuidados 
de saúdeconfigurações, xi, 2, 6-7 
comunicação interpessoal: 
significados de conteúdo e contexto 
em, 12; conversa como ato social, 9-
10; tempo de conversação em, 19; 
princípio cooperativo de, 10-11; 
diferenças culturais em, 11; na saúde 
configurações de cuidados, 28–40, 
80; interpretando a identidade através 
da conversação, 11–12; nomes de 
parentesco em, 11; habilidades de 
escuta em, 21–24; como processo 
para dar ajuda, 12–13; relatório 
em, 13-19, 28-40, 80; sensorial 
preferências em, xiii, 24-25, 34-35; 
sincronizando em, 19, 31-33; falando 
e perguntas de conversação em, 19–
21; usando termos de referência 
adequados, 10–11. Veja também 
comunicação; hospitalidade 
isolamento, xii, 5, 7 
 
Jorgenson, Jane, 13, 14 
 
Kelly, Eugene W., 12 
temas querigmáticos, 
54 
Killen, Patricia O'Connell, 45, 53 
Kinast, Robert L., 45 
Kratz, Abby Robinson, 22 
Kratz, Dennis M., 22 
 
pregação lecionária, 51–52 
Quaresma, disciplina de, 
74–75 lepra e leprosos, 69–
71 logoterapia, 3, 4 
Lowndes, Leil, 16, 17 
Lowry, Eugene, 54, 55, 56, 57, 80 
 
Fazendo conexões (Meadow), 9 Man's 
Search for Meaning (Frankl), 3 
McCroskey, James C., 16, 18 
Meadow, Charles T., 9 
processo de construção de significado: 
conversa interpessoal e, 12; de 
sofrimento, 3-5, 43, 79 
técnica de psicoterapia orientada 
para o significado, 3 
Montgomery, Barbara M., 23 
Dança da Lua, Vida através da Lente 
de Câncer (Nova Casa), 5 
mães, comemorando, 75–77 
 
Programação Neurolinguística (PNL), 
xiii, 24 
Newhouse, 5 de janeiro 
Nichols, William, 42, 43 
Nigéria: Igbos de, 38; termos de 
parentesco de, 11; ministrando aos 
enfermos em, xi; National Youth 
Service Corp (NYSC) em, 72–73; 
governantes tradicionais em, 11 
Nouwen, Henri, 1, 2, 7 
Oates, Wayne E., 48 
processo paralelo, 40, 47 
interrupção de padrão, 33, 39 
Prager, Judith Simon, 13, 39 
oração, como contato principal com Deus, 
76-77 
A pregação como teologia local da 
arte popular (Tisdale), 53 
Purdy, Michael, 20, 21, 23 
 
questionários, avaliando a eficácia das 
homilias com, xiii, 60-62, 63, 
64–65, 81 
90 Índic
 
 
 
 
relatório: sorrisos radiantes, 17; por 
acaso, 14-15; por projeto, 15; 
saudações eficazes, 15–16, 30–31; 
estabelecendo, 12-13, 28-30, 80; 
contato visual e, 16–17, 30–31; 
inclinado para a frente com, 17-18, 
31; 
apertos de mão com, 18, 31; em 
ambientes de saúde, 28–29; “Oi” ou 
“Olá” com, 17, 30–31; mútuo 
compartilhando, 18; por natureza, 
14, 29; 
linguagem corporal aberta e, 16, 30–
31; respondendo e dando feedback 
em, 22–23; sincronizando em, 19, 
31-33; atitudes úteis com, 18. Veja 
também comunicação interpessoal 
Alcançando(Nouwen), 1 escuta-
audição responsiva-ativa, 
22-23 
Richmond, Virginia P., 16, 18 
Robert, Norton, 16 
 
Shorter, João, 23 
Simão Cireneu, 45 
Skudlarek, William, 50, 51, 52 
Pedra, Ricardo, 5 
narração de histórias: na pregação 
contemporânea, 43-58; como 
transmitir conhecimento 
e informações, 42–43; como dons 
para a pregação, 47–50; efeitos 
curativos de, xii, 2, 5-6; 
hospitalidade em, xii, 1–8, 79; por 
Jesus, 43; ligando a história de Deus 
com histórias humanas, 55-57 
sofrimento: atitudes em relação a, 4, 5; 
vivenciando e sobrevivendo, 73; 
encontrando significado em, 3-5, 79; 
lugar de Deus em, xii, 42-43, 48, 68 
 
Thomlison, T. Dean, 18 
Tisdale, Leonora Tubbs, 53 
Tracy, Karen, 10-11, 12 
Travelbee, Joyce, 48, 49 
 
Whitehead, Evelyn Eaton, 7 
Whitehead, James D., 7 
O pior já passou(Acosta e Prager), 13 
 
 
 
 
 
 
Sobre o autor 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cajetan Ngozika Ihewulezi, CSSP, é um padre católico da ordem do 
Espírito Santo, da Nigéria. Após sua ordenação sacerdotal em 1991, atuou 
como Diretor do Movimento Vocacional dos padres e irmãos do Espírito 
Santo da província nigeriana de 1991 a 1995. Ele se tornou o pároco de 
Mater Misericordiae, Port Harcourt de 1996-2001. Mais tarde, Ihewulezi 
viajou para os Estados Unidos da América para estudos adicionais. Ele 
recebeu seu primeiro mestrado na Duquesne University em Teologia 
Sistemática e um segundo mestrado na St. Louis University em Teologia 
Histórica. Doutorou-se no Instituto de Teologia de Aquino. Enquanto fazia 
seus estudos teológicos em St Louis, ele também foi treinado como capelão 
de hospital. Tornou-se capelão hospitalar certificado em 2007. Ihewulezi 
atuou como capelão hospitalar em meio período no Hospital St Louis, 
Hospital Judaico Barnes, St Anthony's Hospital, Forest Park Hospital e 
Missouri Baptist Medical Center. Ele é o autor de Clearing Doubts on 
Controversial Catholic Doctrines, Beyond the Color of Skin, The History of 
Poverty in a Rich and Blessed America, Not Created to Come Last, 
Achieving Your Dreams, Forward March to Professionalism, and Keep 
Moving Forward. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
91 
 
 
 
	Conteúdo
	Agradecimentos
	Introdução
	Ouvir à beira do leito hospitalar como verdadeira hospitalidade para com os doentes
	HOSPITALIDADE, NÃO HOSTILIDADE
	ESCUTA ATIVA/INTENCIONAL DO QUE OS DOENTES TEM A OFERECER
	DA HOSPITALIDADE AO ENCONTRAR SENTIDO NO SOFRIMENTO: A LOGOTERAPIA DE VICTOR FRANKL E
	O EFEITO DE CURA DE CONTAR HISTÓRIAS: OS DOIS CASOS DE JAN NEWHOUSE E JIM
	COMPARTILHANDO A HISTÓRIA DE LADO DO PACIENTE COM A COMUNIDADE DE ADORAÇÃO
	NOTAS
	Conversa interpessoal
	POR QUE CONVERSEMOS OU COMUNICAMOS?
	O PRINCÍPIO DA COOPERATIVA NA TROCA DE INFORMAÇÕES
	USANDO OS TERMOS DE REFERÊNCIA ADEQUADOS NA CONVERSA
	INTERPRETANDO A IDENTIDADE ATRAVÉS DA CONVERSA
	FAZENDO SIGNIFICADO DA CONVERSA INTERPESSOAL
	A COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL COMO PROCESSO DE PRESTAÇÃO DE AJUDA
	EDIFÍCIO DE RELATÓRIOS
	RELATÓRIO POR NATUREZA
	RELATÓRIO POR ACASO
	RELATÓRIO POR PROJETO
	AS HABILIDADES DE ESTABELECER RELATÓRIO
	O CUMPRIMENTO
	Aberto
	Olho
	Feixe
	Oi
	Magro
	O aperto de mão
	Aplicando a Atitude Correta
	Capacidade de Sincronizar
	CONVERSA COM A NOVA PESSOA
	FALAR E PERGUNTAR
	AUDIÇÃO
	HABILIDADES AUDITIVAS
	Ouvindo com interesse
	Ouvindo e dando a resposta adequada
	Ouvindo e Contribuindo
	Cuidado ao dar conselhos
	RECONHECENDO AS PREFERÊNCIAS SENSORIAIS DA OUTRA PESSOA
	NOTAS
	Conversas Pastorais com Pacientes Hospitalares
	A IMPORTÂNCIA DE BOAS HABILIDADES DE COMUNICAÇÃO EM UM AMBIENTE DE SAÚDE
	AS HABILIDADES PARA ESTABELECER RELATO IMEDIATO COM O PACIENTE
	ENTRAR NO QUARTO DO PACIENTE
	A Introdução / Saudação
	Sincronização / Correspondência
	CONVERSA DIALÓGICA À BEIRA DO LEITO COM O PACIENTE
	ESCUTA ATIVA DO PACIENTE
	Reconhecendo as preferências sensoriais do paciente na conversa
	Abordagem e Comentários
	UM ENCONTRO COMPLETO COM UM PACIENTE: O CASO DE KEN
	BREVE ANÁLISE DO ENCONTRO COM KEN
	Recomendações
	Documentação da história do paciente e implicações éticas
	NOTAS
	Da história do paciente à homilia
	O PAPEL DA HISTÓRIA NA PREGAÇÃO DA PROCLAMAÇÃO
	O DOENTE COMO SACRAMENTO DA COMUNIDADE
	O PREGADOR COMO REFLETOR TEOLÓGICO
	ENCONTRO À BEIRA DO LEITO E SEUS EFEITOS NO MINISTRO PASTORAL
	TIPOS DE HISTÓRIAS COMO PRESENTES PARA PREGAR
	OUVINDO OS DONS DA PERGUNTA E DO DESAFIO
	OUVINDO OS PRESENTES DA CULPA E DO DESESPERO
	OUVINDO OS DONS DE TESTEMUNHO, ACEITAÇÃO E ESPERANÇA
	SELEÇÃO DE TEXTO DO LECIONÁRIO DA IGREJA OU COMO ESCOLHIDO PELO PREGADOR
	SELEÇÃO DA BÍBLIA
	PREGAÇÃO LECIONÁRIA
	RESUMO TEXTOS LECIONÁRIOS E PREGAÇÃO AOS DOENTES
	UMA HERMENÊUTICA DE TRÊS VIAS
	INTERPRETANDO A COMUNIDADE DOS DOENTES
	INTERPRETANDO O TEXTO BÍBLICO
	INTERPRETANDO E SELECIONANDO A HISTÓRIA ADEQUADA
	RITUALIZAÇÃO DA HISTÓRIA DO PACIENTE: LIGANDO A HISTÓRIA DE DEUS COM A HISTÓRIA HUMANA
	PLANTANDO A HOMILIA
	O TEXTO DA PREGAÇÃO: UMA EMOCIONANTE MENSAGEM DE ESPERANÇA
	A APRESENTAÇÃO DA HOMILIA
	NOTAS
	A avaliação da pregação
	UM QUESTIONÁRIO PARA AS RESPOSTAS DE PACIENTES HOSPITALARES
	AVALIAÇÃO DO QUESTIONÁRIO
	OS RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO
	AVALIAÇÃO DAS HOMILAS
	RESPOSTAS ANEDÓTICAS
	AS LIMITAÇÕES DO QUESTIONÁRIO
	Homilias
	HOMILIARES COM HISTÓRIAS E EXPERIÊNCIAS DE PACIENTES
	Homilia 2. Homilia do Sexto Domingo do Tempo Comum do Ano B
	Homilia 3. Homilia do 7º Domingo do Tempo Comum AnoB
	HOMILIAS SEM REFERÊNCIA A HISTÓRIAS E EXPERIÊNCIAS DE DOENTES
	Homilia 5. Homilia do Domingo de Páscoa Ano B
	Homilia 6. Homilia para o V Domingo da Páscoa Ano B
	NOTAS
	Conclusão
	Bibliografia
	Índice
	Sobre o autor

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