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https://www.onlinedoctranslator.com/pt/?utm_source=onlinedoctranslator&utm_medium=docx&utm_campaign=attribution https://www.onlinedoctranslator.com/pt/?utm_source=onlinedoctranslator&utm_medium=docx&utm_campaign=attribution Pregação no hospital conforme informado pela escuta à beira do leito Um guia homilético para pregadores, pastores e capelães em hospitais, hospícios, prisões e ministérios de casas de repouso Cajetan N. Ihewulezi I MPRENSA DA UNI VERSIDADE DA AMÉRICA,®INC. Lanham•Pedregulho•Nova Iorque•Toronto•Plymouth, Reino Unido Copyright © 2011 pela University Press of America, ® Inc. 4501 Forbes Boulevard Suíte 200 Lanham, Maryland 20706 Departamento de Aquisições da UPA (301) 459-3366 Estover Road Plymouth PL6 7PY Reino Unido Todos os direitos reservados Impresso nos Estados Unidos da América Catalogação da Biblioteca Britânica em Informações de Publicação Disponíveis Número de controle da Biblioteca do Congresso: 2010931098 ISBN: 978-0-7618-5292-6 (brochura: alk. Paper) eISBN: 978-0-7618-5293-3 ∞™O papel utilizado nesta publicação atende ao mínimorequisitos do American National Standard for Information Sciences — Permanência do Papel para Materiais de Biblioteca Impressos, ANSI/NISO Z39.48-1992. A todos os pacientes em cuidados paliativos Conteúdo Agradecimentos6 Introdução xi 1 Escuta à beira do leito hospitalar como verdadeira hospitalidade ao Doente1 Hospitalidade, não Hostilidade1 Escuta ativa/intencional do que os doentes precisam Oferta2 Da hospitalidade ao sentido do sofrimento: A Logoterapia de Victor Frankl e uma Incidente3 O Efeito Curativo da Contação de Histórias: Os Casos de Jan Newhouse e Jim5 Compartilhando a história de cabeceira do paciente com o Adoração Comunidade6 2 Interpessoal Conversa9 Por que conversamos ou Comunicar? 9 O Princípio Cooperativo em Informação Câmbio10 Usando os Termos de Referência Adequados em Conversa10 Interpretando a identidade através Conversa11 Fazendo sentido fora do interpessoal Conversa12 Comunicação interpessoal como processo de renderizaçãoAjuda12 RelatórioEdifício 13 Reportado porNatureza14 Reportado porChance 14 Reportado porProjeto 15 As habilidades de estabelecerRapport15 OSaudação15 Conversa com o NovoPessoa19 v vi Conteúdo Falando eQuestionamento19 Ouvindo 21 AudiçãoHabilidades21 Reconhecendo as preferências sensoriais do outroPessoa24 3 Conversas Pastorais com o HospitalPacientes 28 A Importância das Boas Habilidades de Comunicação na Saúde CuidadoConfiguração 28 As Habilidades para Estabelecer Rapport Imediato com oPaciente29 Entrando no PacienteSala 29 Conversa dialógica à beira do leito comPaciente33 Escuta Ativa doPaciente34 Um encontro completo com um paciente: o caso deKen35 Breve Análise do Encontro comKen39 4 Da história do paciente paraHomilia42 O papel da história na pregaçãoProclamação 42 O doente como sacramento para oComunidade 44 O pregador como teólogoRefletor 44 Encontro à beira do leito e seus efeitos na pastoral Ministro 46 Tipos de histórias como presentes para Pregação47 Ouvindo os Dons de Pergunta e Desafio 48 Ouvindo os Dons da Culpa e Desespero48 Ouvindo os Dons de Testemunho, Aceitação e Esperança49 Seleção de Texto do Lecionário da Igreja ou como Escolhido pelo Pregador50 Seleção do Bíblia50 Lecionário Pregação 51 Resumos Lecionários e Pregação aos Doente51 A Três Vias Hermenêutica 52 Interpretando a Comunidade do Doente53 Interpretando a Bíblia Texto54 Interpretando e Selecionando o Apropriado História55 Ritualização da história do paciente: ligando a história de Deus com o humano História55 Traçando o Homilia56 O Texto da Pregação: Uma Emocionante Mensagem de Esperança57 A Apresentação do Homilia57 5 A Pregação Avaliação 60 Um Questionário para as Respostas do Hospital Pacientes 61 Avaliação do Questionário 62 Os resultados do Questionário 62 Conteúdo vii Avaliação do Homilias62 Anedótico Respostas64 As Limitações do Questionário64 Homilias67 Homilias com histórias de pacientes e Experiências67 Homilias sem referência a histórias de pacientes e Experiências 72 Conclusão 79 Bibliografia 83 Índice87 Sobre a Autor91 Agradecimentos Fui abençoado com certas pessoas sem as quais teria achado mais difícil realizar esta pesquisa. No Pe. George Boudreau, OP, encontrei um conselheiro maravilhoso que me orientou bem. Eu sou grato. Agradeço também ao meu leitor, Pe. Charles Hart, OFM. Suas sugestões poderosas abriram meus olhos para algumas áreas do meu ministério. Suas contribuições enriqueceram minha pesquisa. Também fui abençoado com uma editora dedicada, Kathleen Tehan, que não apenas me deu o suporte necessário, mas também com suas habilidades de escrita, me ajudou a tornar este trabalho mais interessante de ler. Por todo o apoio e sugestões que Ann Garrido me deu, sou grato. Ao fornecer assistência e apoio para me ajudar a reunir informações valiosas, também agradeço muito a equipe e os pacientes do Missouri Baptist Medical Center, do Barnes Jewish Hospital, do St Anthony's Hospital e do Forest Park Hospital. Por último, mas não menos importante, agradeço a M. Cristina Stevens por revisar este livro. ix Introdução Tendo sido pastor de uma igreja por muitos anos antes de trabalhar como capelão de hospital, descobri que ouvir mais intencionalmente à beira do leito do hospital as histórias e experiências dos doentes é muito necessário para uma pregação hospitalar eficaz para a comunidade hospitalar. As histórias e experiências dos pacientes são recursos valiosos que podem ser utilizados na preparação e entrega de homilias mais eficazes para a comunidade hospitalar composta pelos doentes, seus familiares e funcionários do hospital. Essa escuta intencional à beira do leito e a pregação que resulta da escuta são importantes para abordar os problemas dos doentes. Na maioria das igrejas, as homilias dominicais não tratam efetivamente dos problemas dos enfermos. Descobri esse problema como pastor de uma grande congregação na Nigéria. Meus quatro pastores associados e eu tentamos ministrar aos doentes nos hospitais dentro dos limites geográficos de nossa paróquia, mas não tivemos tempo suficiente para ouvir suas histórias. Ao vir para a América, encontrei evidências do mesmo problema. Depois de servir em uma paróquia e trabalhar entre os doentes aqui nos Estados Unidos nos últimos seis anos, também descobri que a maioria das homilias dominicais abordam os problemas morais, sociais, econômicos e políticos dos membros saudáveis das igrejas. No entanto, eles não falam tão diretamente com os doentes. Há uma grande necessidade de sentar-se frente a frente e ouvir atentamente as histórias, experiências e sentimentos dos doentes. Encontros à beira do leito com pacientes podem informar o pregador (capelão ou ministro pastoral) e podem resultar em pregações litúrgicas mais eficazes em hospitais, hospícios e casas de repouso. Por meio da interação das histórias dos pacientes com os textos bíblicos, essa pregação pode contribuir, complementar e melhorar a cura emocional, espiritual e física do paciente, bem como da comunidade. O doente, XI xii Introdução junto com suas famílias e amigos, precisam dos sermões dominicais e, se possível, homilias litúrgicas diárias que abordam problemas específicos relacionados à doença, como: dor, culpa, vergonha, punição, redefinição, raiva, depressão, tristeza, regressão, isolamento, abandono, hábito, vício, tristeza e perda. Como a doença geralmente separa os doentes de suas comunidades, os doentes precisam do tipo de hospitalidade que lhes dê a oportunidade de se expressar. Se osdoentes ouvem suas histórias ou histórias semelhantes às suas sendo compartilhadas com a comunidade litúrgica, eles podem se sentir mais parte de sua comunidade enquanto as pessoas de sua comunidade, por sua vez, compreendem melhor as contribuições dos doentes. Os sentimentos, respostas e atitudes que cercam as histórias dos doentes podem atuar como meios eficazes de proclamar o evangelho à comunidade, bem como a outros pacientes. Este projeto visa melhorar o ministério de pastoral dos doentes. Esta abordagem pastoral fornecerá um guia homilético para pregadores, pastores e capelães envolvidos em ministérios de hospitais, hospícios e casas de repouso. Também ajudará os ministros pastorais a desenvolver melhores habilidades de ouvir as histórias e experiências dos doentes, bem como a capacidade de usar essas histórias e experiências na proclamação do evangelho. Esta abordagem pode ajudá-los a preparar homilias mais eficazes para abordar as preocupações dos doentes. Quando um ministro pastoral oferece oportunidades para os doentes contarem suas histórias e os ouve atentamente, os pacientes sentem que alguém se importa com sua dor e tristeza. Ao ritualizar suas histórias como parte da história de Deus, o ministro pastoral ajudará os doentes, suas famílias e amigos, bem como a comunidade cristã para compreender o lugar de Deus no sofrimento. Essa compreensão também pode ajudar o doente a encontrar sentido no sofrimento. O capítulo um discute em detalhes os efeitos curativos de contar histórias à beira do leito e ouvindo. Neste capítulo, a escuta à beira do leito hospitalar é apresentada como um aspecto importante de mostrar hospitalidade ao doente. A hospitalidade aqui se refere ao ato de proporcionar ao doente a liberdade ou a oportunidade de contar suas histórias e experiências. A hospitalidade também envolve compartilhar as histórias dos pacientes com a comunidade de adoração para melhor compreensão. O capítulo um também reconhece o que os doentes podem oferecer à comunidade de adoração. Os doentes podem ser sacramentos para a comunidade em geral, na medida em que mediam a graça de Deus para a comunidade. Os doentes ensinam o significado do sofrimento. Neste primeiro capítulo também será explorado o ato de ajudar o doente a encontrar sentido no sofrimento. Como este projeto de pesquisa tem muito a ver com discussões interpessoais com pacientes, o capítulo dois discute as habilidades necessárias para alcançar uma conversa significativa com os doentes. O capítulo dois também inclui algumas teorias, reflexões e comentários relevantes de especialistas em comunicação. Este capítulo apresenta os conceitos de construção de rapport, habilidades de escuta e a Introdução xiii reconhecimento de preferências sensoriais na conversação. A preferência sensorial de uma pessoa de acordo com a Programação Neurolinguística (PNL), simplesmente postula que um indivíduo tem um sentido preferido (embora certamente não exclusivo) para experimentar o mundo, ou seja, adquirir, reter e expressar informações. Os três sentidos primários são visão (visual), audição (auditiva) e sensação (cinestésica). O capítulo três explica em detalhes como aplicar algumas das habilidades de comunicação em um contexto hospitalar. Este capítulo também apresenta maneiras de se conectar e conversar com pacientes do hospital, para encorajar a confiança no capelão ou ministro pastoral para que histórias significativas sejam compartilhadas com o capelão ou ministro pastoral. Haverá exemplos de tais conversas entre o pregador e o paciente, como eu as experimentei em alguns hospitais. Este capítulo também incluirá sugestões para documentar a história do paciente após a conversa, bem como as implicações éticas envolvidas. O capítulo quatro explica os passos que um pregador dá na preparação de homilias para os pacientes, desde o encontro à beira do leito até a escrita de uma homilia que abordará os problemas dos enfermos. A preparação dessas homilias envolve levar em conta o texto bíblico e o encontro com o paciente ou a história que o pregador ouviu à beira do leito. Embora alguns desses passos tenham sido geralmente explicados no capítulo dois, é necessário organizá-los ou aplicá-los passo a passo como um guia claro para o pregador. Esses passos também podem ser usados para as liturgias dominicais e para a pregação litúrgica diária. O capítulo cinco descreve o processo de avaliação da eficácia de alguns exemplos de homilias. A avaliação envolve um teste da eficácia dos sermões pregados usando histórias de pacientes. Para testar se a integração das histórias dos pacientes nos sermões faz diferença na forma como a pregação é recebida pelos pacientes em ambiente hospitalar, são utilizadas três homilias sem histórias de pacientes e três com histórias de pacientes. Sermões pregados sem histórias de pacientes referem-se àqueles sermões que se concentram em um texto bíblico e podem ou não usar histórias que não vêm de pacientes de hospital. Esses sermões pregados com histórias de pacientes integram suas histórias com um texto bíblico. O método de teste é com questionários elaborados para fornecer oportunidades para os pacientes expressarem como se sentiram sobre as homilias. Além do uso de questionários, também são fornecidas conversas face a face entre o ministro pastoral e os pacientes. Suas reações são usadas para avaliar as homilias da amostra para determinar se a inclusão de histórias e experiências dos pacientes são de importância significativa para a eficácia dos sermões pregados em ambientes de saúde. Capítulo um Ouvir à beira do leito hospitalar como verdadeira hospitalidade para com os doentes HOSPITALIDADE, NÃO HOSTILIDADE Quando a palavra “hospitalidade” é mencionada, parece que pensamos mais em cuidar de visitantes ou estranhos que perderam ou deixaram suas próprias casas, comunidades e países para outros lugares. A hospitalidade para com estranhos também pode ser aplicada a nossos irmãos e irmãs que perderam a saúde e se afastaram de nós devido a doenças. No entanto, todos merecem hospitalidade, “especialmente aqueles que lutam contra a solidão e procuram relacionamentos calorosos e acolhedores”. 1 A hospitalidade no ambiente de saúde inclui dar ao doente a liberdade ou a oportunidade de se expressar e ser ouvido. Infelizmente, em alguns casos, a verdadeira hospitalidade foi encontrada em falta em muitas de nossas comunidades e no mundo em geral. Em seu livro Reaching Out, Henri Nouwen lamenta que o mundo esteja cheio de estranhos que se tornaram mais sujeitos à hostilidade do que à hospitalidade. Embora existam exemplos de verdadeira hospitalidade para com estranhos, Nouwen aponta que há evidências de pessoas cumprimentando estranhos com agressão temerosa, em vez de oferecer-lhes um espaço aberto e hospitaleiro e alcançá-los com amor. Nouwen identifica as causas dessa atitude hostil em relação a estranhos como medo, suspeita e ignorância do que o estranho pode oferecer em nossas comunidades.2 Os doentes não estão livres dessa atitude hostil. Em seu livro A Alquimia da Doença, Kat Duff, falando especificamente para os doentes, afirma um problema semelhante em relação à hostilidade que alguns doentes podem enfrentar em suas comunidades. Às vezes, as atitudes do saudável em relação ao doente são negativas devido à natureza crônica da doença ou ignorância com a mecânica 1 2 Capítulo um da doença e com os sentimentos dos doentes. Escrevendo a partir da experiência, como alguém que sofria de uma doença de longa duração, Duff argumenta que, como resultado do preconceito, suspeita e culpa que se segue à doença, muitas pessoas que vivem com doenças incapacitantes perdem o apoio da família e dos amigos.3 Como estrangeiro em terra estrangeira, sei o quanto é importante se sentir aceito. Ao estender a mão aos nossos semelhantes, especialmente aos doentesque estão afastados de suas famílias e amigos devido à doença, devemos ser hospitaleiros. Certamente, os doentes precisam de nossos relacionamentos calorosos e de aceitação. Mas como, exatamente, fazemos isso? Nouwen argumenta que isso envolve a criação de “o espaço livre e amigável” 4 no qual aqueles que estão afastados podem se sentir livres, mais cuidados, amados e acomodados como membros de nossas comunidades religiosas e sociais. Um espaço tão livre e amigável pode trazer transformação e compreensão mais completa. É assim que o anfitrião ou o ministro pastoral reconhece as contribuições do estrangeiro ou do doente na comunidade. ESCUTA ATIVA/INTENCIONAL DO QUE OS DOENTES TEM A OFERECER Duff observa que os saudáveis, incluindo profissionais de saúde e pastores, podem ignorar o que os doentes podem oferecer à comunidade. É errado o anfitrião supor que o estranho não tem nada a oferecer. Ao contrário, os doentes possuem presentes, que anseiam por colocar à disposição de seus anfitriões.5 A relação entre o anfitrião e o estranho deve ser vista como recíproca. Para tirar proveito das experiências dos doentes, é necessário que o ministro pastoral elimine quaisquer preconceitos contra os doentes. Essa atitude imparcial em relação aos doentes trará mais abertura. Além disso, o ministro pastoral deve estar pronto para aplicar habilidades de escuta significativas em cada encontro com o paciente. Nesse sentido, a hospitalidade não se expressa apenas por estar presente à beira de seu leito, compartilhar suas emoções, sentimentos e pensamentos. Através dessa escuta intencional do que os doentes têm a dizer sobre suas experiências, informações valiosas podem ser obtidas pelo ouvinte sobre doenças difíceis e misteriosas. Como Duff recomenda, é necessário que aqueles que vivem com doenças temidas possam contar suas histórias inteiras e relatar aos outros seus sentimentos e experiências. Tais informações têm sido úteis para a pesquisa e resultaram em avanços para a cura de doenças.6 Além disso, consideraremos outras contribuições que os doentes fazem à comunidade, especialmente em contextos litúrgicos. Ouvir à beira do leito hospitalar como verdadeira 3 DA HOSPITALIDADE AO ENCONTRAR SENTIDO NO SOFRIMENTO: A LOGOTERAPIA DE VICTOR FRANKL E UM INCIDENTE PESSOAL Encontrar sentido no sofrimento refere-se à capacidade de encontrar razões para ter esperança de sobrevivência ou para lidar com a doença. O doente pode ser auxiliado a encontrar sentido em suas condições de sofrimento por meio da hospitalidade. Em Man's Search for Meaning, Victor Frankl conta uma história pessoal gráfica do que aconteceu com ele e seus companheiros judeus nos campos de concentração nazistas da Segunda Guerra Mundial. tortura física e mental e, finalmente, o gaseamento de milhões de companheiros judeus até a morte. Ao usar as experiências de Victor Frankl, não estou sugerindo que a vida nos campos de extermínio fosse igual ao sofrimento de pacientes com doenças crônicas ou terminais. No entanto, podemos dizer que o sofrimento é comum a ambas as situações. Em uma situação de sofrimento, especialmente no sofrimento infligido humanamente, os doentes fazem muitas perguntas na tentativa de compreender seu sofrimento cheio de dor. A partir da experiência pessoal, é natural que uma pessoa em sofrimento busque um sentido. Como o ministro pastoral ajuda os doentes a encontrar sentido em seu sofrimento? Frankl conta a história de como ele fez o papel de anfitrião na prisão, criando espaço para alguns de seus companheiros de prisão contarem suas histórias para encontrar significado em seu sofrimento. Ele aplicou o que ele chama de logoterapia. A logoterapia é uma técnica psicoterapêutica orientada para o significado através da qual Frankl ouviu as histórias dos prisioneiros e os ajudou a encontrar razões para continuar esperando e se agarrando à vida até o dia da libertação.8 Mesmo quando uma epidemia de febre tifoide eclodiu no campo, muitos dos aqueles que contraíram a doença, incluindo o próprio Frankl, sobreviveram porque ele tentou motivá-los a encontrar sentido em suas vidas ou razões para continuar vivendo.9 Na opinião de Frankl, muitos dos prisioneiros que não conseguiram a libertação teriam sobreviveram se tivessem alguém para ouvi-los e ajudá-los a encontrar sentido no sofrimento. Frankl era um prisioneiro sofrendo as mesmas dificuldades que os outros, mas sua capacidade de abrir o espaço livre e amigável, de ouvir e ser ouvido, ajudou a ele e aos outros presos. Isso indica que a hospitalidade ao doente é um compromisso mútuo que ajuda não apenas o estranho, mas também o anfitrião. Como os prisioneiros da história de Frankl, muitos doentes precisam de alguém ao lado de seus leitos para ouvir suas histórias e aplicar a mesma logoterapia que Frankl recomenda. O método de Frankl de ajudar aqueles que sofrem a encontrar significado e esperança tem sido útil para mim ao alcançar meus pacientes. 4 Capítulo um A logoterapia pode ou não remover o sofrimento físico do paciente, mas pode ajudar o paciente a mudar sua atitude em relação à sua condição de sofrimento.10 Lembro-me de meu encontro com uma vítima de acidente com quem testei minha capacidade de ajudar uma pessoa em sofrimento a encontrar sentido e seguir em frente com a vida. Um jovem de vinte e poucos anos, Joey (nome fictício), estava dirigindo para casa de uma festa com seus amigos quando perdeu o controle de seu carro e colidiu com uma área densamente arborizada. Ele dirigia sob efeito de álcool. Dois amigos de Joey morreram neste acidente enquanto ele estava paralisado da cintura para baixo. Ele foi levado a um dos hospitais onde eu estava de plantão para o ministério sacramental. Quando entrei no quarto de Joey, vi um jovem triste e perturbado que não queria ver ninguém. Tentei me apresentar como um amigo preocupado com sua condição. Depois de cumprimentá-lo e me apresentar a ele, Comentei sobre seu humor triste e pedi que falasse comigo sobre o que estava acontecendo. Minha pergunta lhe deu a oportunidade de falar. Ele relatou como se sentiu em relação ao acidente e também sua intenção de tirar a própria vida porque se culpava pela morte de seus dois amigos íntimos. Joey não encontrou nenhuma razão para continuar vivendo como um paralítico que sempre estaria confinado a uma cadeira de rodas. Ele não seria capaz de fazer as coisas que costumava fazer sozinho, mas precisaria de outra pessoa para ajudá-lo. O pior para Joey era que ele tinha uma linda namorada e temia que ela o abandonasse por outra. Ele não conseguia imaginar sua namorada nos braços de outro homem enquanto ele definhava em uma cadeira de rodas. Ele perguntou: "Qual é o sentido de continuar com esta vida?" Inicialmente, eu estava confuso sobre o que dizer a ele, mas lembrei-me do método de logoterapia de Frankl. Conseqüentemente, primeiro agradeci a Joey por me contar sua história. Eu disse a ele que não o culpava por sentir o que sentia ou mesmo por planejar para tirar a vida dele. Perguntei-lhe o que fazia da vida antes do acidente e ele me disse que era designer de sapatos. Perguntei-lhe se ele adorava esse trabalho e gostaria de continuá-lo, mesmo na cadeira de rodas, e ele respondeu que sim. Quando lhe perguntei se havia algo que ele desejava realizar em seu trabalho antes do acidente, ele respondeu com seu plano de desenvolver muitos novos designs de sapatos. Procurei a opinião de Joey sobre continuar desenvolvendo esses designs enquanto estava em sua cadeira de rodas. Ele reagiu balançando a cabeça em aceitação e me disse que era uma boa ideia, o que nunca lhe ocorrera. Expressei que eu também estava triste com a morte de seus bons amigos e, ao mesmo tempo, aliviado por ele ter sobrevivido. Pedi então a Joey que refletisse sobre por que Deus poupou sua vida no acidente. Eu também queria que Joey considerasse seus sentimentos sobrecontinuar em seu trabalho de design em vez de tirar a própria vida. Embora eu não tenha tomado nenhuma decisão por ele, pedi-lhe que pensasse sobre essas questões e depois me contasse seus sentimentos na próxima vez que Ouvir à beira do leito hospitalar como verdadeira 5 nos encontrássemos. 6 Capítulo um Durante minha visita de acompanhamento, Joey parecia muito melhor. Ele me agradeceu por falar com ele anteriormente. Ele acreditava que eu o ajudei a ver sua condição de uma maneira diferente, o que por sua vez o ajudou a abandonar seu plano anterior de tirar a própria vida. Outra boa notícia era que sua namorada havia prometido que não o abandonaria por causa de sua condição. O EFEITO DE CURA DE CONTAR HISTÓRIAS: OS DOIS CASOS DE JAN NEWHOUSE E JIM Meus encontros com muitos pacientes me levam a acreditar que o isolamento é um dos maiores problemas dos doentes. Richard Stone argumenta que o próprio ato de compartilhar uma história com amigos, familiares e outros seres humanos contradiz o isolamento deprimente que muitos de nós experimentamos na vida.11 Em Moon Dance, Life through the Cancer Lens, Jan Newhouse reconhece como os generosos atos de hospitalidade de seu marido e sua filha a ajudaram não apenas a lidar com o câncer, mas também a encontrar uma razão pela qual ela deveria continuar lutando contra o câncer. , pelo menos até que sua filha tivesse idade suficiente para viver sozinha.12 Quando seu marido e sua filha a ouviram compartilhar suas experiências, ela encontrou plenitude em outros aspectos de seu amor e bondade. Ela afirma: “Meu marido me apoiou muito durante o meu câncer, fazendo as compras de supermercado, aspirando a casa ou me segurando e abraçando quando eu estava me sentindo para baixo. Ele é um homem muito honesto e não diria coisas que ele não sabia ser verdade. 13 Newhouse estava pensando em como ela ia deixar esse marido honesto e amoroso sem esposa e deixar sua filha terna sem mãe. Falando sobre seus sentimentos por sua filha, ela afirmou: “Embora a incerteza governe o mundo do câncer, havia uma certeza para mim desde o dia do primeiro diagnóstico: eu faria tudo ao meu alcance para viver até que minha filha ficasse velha. suficiente para prosperar por conta própria.”14 Em situações em que a doença pode ser terminal, atos graciosos de hospitalidade para com os doentes podem ajudá-los a lidar com suas doenças e alcançar a integridade.15 Em Dear Bradie, a pastora Martha Brunell registra um encontro com um paciente, Jim, que na casa dos quarenta tinha ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica), uma doença neuro-muscular fatal, provavelmente rápida e progressiva. Não se sabe o suficiente sobre a doença na ciência médica e ainda não há cura conhecida.16 Embora sua doença fosse terminal, Jim tinha uma coisa importante a realizar que poderia lhe dar satisfação. Ele estava preocupado com sua filha de três anos, Bradie. Jim temia que ela fosse jovem demais para entender seu grande amor Ouvir à beira do leito hospitalar como verdadeira 7 para ela ou compreender a dinâmica de sua doença terminal. Jim precisava de alguém que lhe desse a oportunidade de contar suas histórias, que seriam gravadas para sua filha. Para Jim encontrar alguma felicidade ou realização nessa situação de sofrimento, ele precisava ser capaz de dizer à filha o quanto a amava e que ela tivesse algo que pudesse ajudá-la a lembrar do amor e da presença de seu pai em sua vida. mesmo quando ele se foi.17 Em seu encontro pastoral com Jim, Brunell entendeu a preocupação de Jim e foi capaz de oferecer a ele aquele espaço amigável e livre. Ela ouviu Jim se expressar sobre suas experiências e sua vida, mesmo que ele não pudesse falar muito, e escreveu para Jim uma série de cartas de amor para Bradie. A resposta pastoral de Brunell ajudou Jim a chegar a um acordo com sua ELA e a encontrar integridade diante da morte que se aproximava. A hospitalidade de um pastor ou agente de saúde pode ajudar o doente a se realizar e também pode ajudar os membros da família a encontrar significado e a lidar com suas perdas. As visitas de Brunell e sua gravação da história de Jim para sua filha não apenas ajudaram Jim a ter uma profunda sensação de plenitude e realização, mas também ao recontar sua história, Bradie saberia mais sobre seu passado. Mais uma vez, a intervenção de Brunell também poderia ser uma fonte de cura para Bradie ao aceitar a perda de seu pai. O ato de hospitalidade de Brunnel ajudou Jim a encontrar integração com sua família e amigos. O segundo desejo e fonte de satisfação de Jim foi como contar sua história de tal forma que pudesse informar o público sobre o que significa viver e morrer com ELA. Suas experiências com a doença ajudaram outras pessoas a aprender mais sobre a ELA e como Jim lidou com sucesso com essa doença terminal com cuidados pastorais experientes e de apoio. Com sua generosidade e senso de humor, Jim manteve a vida até esgotar todos os seus sentimentos sobre a doença. Todas essas realizações trouxeram cura para Jim, mesmo quando ele estava dando seus últimos suspiros. Uma experiência semelhante de aceitar a doença e aceitar a morte com coragem e realização foi narrada por Brunell em "Hibiscus Blaze". É uma história real de uma mulher chamada Irma e sua família. Irma também sofria de ELA e foi capaz de compartilhar um significado significativo à medida que sua morte se aproximava simplesmente por causa da hospitalidade pastoral e aceitação oferecida a ela por Brunell, bem como pela família de Irma. COMPARTILHANDO A HISTÓRIA DE LADO DO PACIENTE COM A COMUNIDADE DE ADORAÇÃO A hospitalidade aos enfermos, praticada pelo estar presente e oferecer aos enfermos a oportunidade de contar suas histórias, também pode trazer uma melhor compreensão da 8 Capítulo um como se relacionar com os doentes. De acordo com o argumento de Nouwen, a verdadeira hospitalidade pode trazer uma comunidade recriadora com os doentes. Ao compartilhar suas histórias, os doentes sentem menos alienação e distanciamento da comunidade dos saudáveis. Este resultado positivo implica que o ministro pastoral não deixará de ouvir suas histórias; também deve envolver a ação do ministro pastoral. Conforme indicado por James D. Whitehead e Evelyn Eaton Whitehead, as informações obtidas ao ouvir geram insights sobre a melhor forma de responder às necessidades dos outros.18 Com o insight obtido após ouvir e refletir, o ministro pastoral responde compartilhando as histórias de os enfermos (observando todas as regras éticas de tratamento da informação e confidencialidade dos enfermos) com a comunidade cristã, especialmente em contexto litúrgico; Compartilhar a história de um paciente na celebração litúrgica aumenta o espírito de comunidade.19 Ao compartilhar histórias, os membros saudáveis da comunidade de adoração podem compreender melhor os doentes. Ao reduzir o preconceito, o medo e a suspeita contra os doentes, a comunidade pode entendê-los e aceitá-los como irmãos e irmãs da Mesa do Senhor e receber os dons que os doentes têm a oferecer. Essas práticas lembram uma das coisas que Jesus pediu aos doentes que fizessem depois de curá-los de suas doenças”. . . vai e mostra-te ao sacerdote e faz a oferta da tua purificação prescrita por Moisés como prova para eles” (Marcos 1:44). A cura é completada quando os doentes são integrados novamente como parte da comunidade. No entanto, devido às suas condições de sofrimento, os doentes não podem vir ao pastor para contar suas histórias; pelo contrário, o ministro pastoral precisa tomar a iniciativa, como Jesus tomou a iniciativa, de estar entre eles, ouvi-los, sentir com eles e ser sua voz para a comunidade. O ministro pastoral precisa compartilhar suas histórias com a comunidade na celebração da Palavra e do Sacramento da Eucaristia. Na Palavra, a comunidade ouve ou compartilha suas histórias, enquanto na Eucaristiaos doentes se unem à comunidade. Os pacientes podem ganhar com a atividade comunitária da liturgia, quer estejam presentes fisicamente ou estejam assistindo à liturgia em circuito fechado de televisão. Eles podem identificar semelhanças nas histórias de outras pessoas que estão ou estiveram em condições de sofrimento semelhantes. A capacidade de identificar semelhanças ou de ver aspectos da própria vida nas histórias dos outros pode ajudar o doente a ganhar força e obter algum consolo e reconhecimento. Acima de tudo, quando um ministro pastoral integra as histórias reais de pacientes em seus sermões, ele pode facilitar a identificação de outros pacientes com a situação e, assim, aumentar as chances de que a mensagem do evangelho soe mais significativa e relevante. Os adultos aprendem melhor quando o que está sendo aprendido é significativo e relevante. A hospitalidade envolve a comunicação interpessoal. Nos próximos dois capítulos, examinaremos as habilidades de comunicação envolvidas no Ouvir à beira do leito hospitalar como verdadeira 9 relacionamento interpessoal. quando um ministro pastoral integra as histórias reais de pacientes em seus sermões, ele pode facilitar a identificação de outros pacientes com a situação e, assim, aumentar as chances de que a mensagem do evangelho soe mais significativa e relevante. Os adultos aprendem melhor quando o que está sendo aprendido é significativo e relevante. A hospitalidade envolve a comunicação interpessoal. Nos próximos dois capítulos, examinaremos as habilidades de comunicação envolvidas no relacionamento interpessoal. quando um ministro pastoral integra as histórias reais de pacientes em seus sermões, ele pode facilitar a identificação de outros pacientes com a situação e, assim, aumentar as chances de que a mensagem do evangelho soe mais significativa e relevante. Os adultos aprendem melhor quando o que está sendo aprendido é significativo e relevante. A hospitalidade envolve a comunicação interpessoal. Nos próximos dois capítulos, examinaremos as habilidades de comunicação envolvidas no relacionamento interpessoal. 10 Capítulo um comunicação. Vamos primeiro discutir essas habilidades de comunicação à medida que ocorrem em nossas conversas do dia a dia antes de aplicá-las ao contexto hospitalar. NOTAS 1. Verlyn D. Verbrugge, The NIV Topical Study Bible: Hospitality (Grand Rapids, Michigan: Zondervan Bible Publishers, 1989), 1413. 2. Henri Nouwen, Reaching Out: The Movements of the Spiritual Life (Nova York: Doubleday Publishing Company, 1975), 47. 3. Kat Duff, The Alchemy of Illness (Nova York: Bell Tower, 1993), 30. 4. Nouwen, 50. 5. Ibid., 61. 6. Duff, A Alquimia da Doença, 31. 7. Viktor E. Frankl, Man's Search for Meaning (Nova York: Pocket Books, 1984), 21. 8. Ibidem, 120. 9. Frankl, 120. 10. Ibidem, 136. 11. Richard Stone, The Healing Art of Storytelling: A Sacred Journey of Personal Discovery (Nova York: Author Choice Press, 2004), 3. 12. Jan Newhouse, Moon Dance: Life through the Cancer Lens (St. Louis, Missouri: Avery Publishing, 2004), 5. 13. Ibid., 15. 14. Ibid., 5. 15. 28. 16. Martha Brunell, “Hibiscus Blaze”, um artigo não publicado sobre o cuidado pastoral do paciente com ELA, St. Louis. 17. Martha A. Brunell: In Dear Bradie: A Story of Life with ALS, narrado, gravado e produzido por Douglas D. Cripe, 2006, gravação de CD. 18. James D. Whitehead e Evelyn Eaton Whitehead, Methods in Ministry: Theological Reflection and Christian Ministry (Kansas City, Missouri: Sheed and Ward, 1995), 16. 19. Pedra, 13. Capítulo dois Conversa interpessoal No capítulo um, discutimos a importância de dar espaço livre e amigável aos doentes para que eles possam se expressar e serem ouvidos. Além disso, enfatizamos a importância de levar suas histórias da beira do leito para o púlpito. Esse movimento das histórias dos pacientes da beira do leito para o púlpito tem muito a ver com a discussão interpessoal entre os ministros pastorais e os pacientes. Neste capítulo, discutimos as opiniões de alguns especialistas em comunicação sobre o que acontece quando duas ou mais pessoas estão trocando informações. POR QUE CONVERSEMOS OU COMUNICAMOS? Em Fazendo conexões, Charles T. Meadow nos ajuda a entender uma das razões mais comuns pelas quais as pessoas se comunicam. A comunicação tem muitos propósitos, mas o principal é transferir ou trocar informações.1 Estamos preocupados aqui com a troca interpessoal de informações que ocorre entre duas ou mais pessoas. A comunicação interpessoal é um ato social necessário que ajuda a nos definir como seres humanos.2 Precisamos nos reunir com os outros para interagir e trocar ideias, seja como membros de famílias, como amigos no trabalho ou como membros de comunidades. Sem conexão interpessoal com os outros, não podemos existir porque não podemos prescindir do apoio de outras pessoas em nossas vidas. Comentando sobre a importância e a natureza social da interação humana, Harlene Anderson afirma: “Uma das características mais importantes da vida é a conversa. Estamos em contínua conversa uns com os outros e com nós mesmos. Através da conversa, formamos e reformamos nossas experiências e eventos de vida; criamos e recriamos nossos significados e entendimentos; e construímos e reconstruímos realidades e nós mesmos.”3 Seja em tempos bons ou 9 10 Capítulo em tempos difíceis, precisamos do apoio de outras pessoas. De acordo com Nicholas Boothman, por meio da linguagem corporal, gestos, expressões faciais e palavras dos outros, somos fortalecidos nos momentos difíceis e nossos bons momentos tornam-se mais agradáveis.4 Muitas pessoas ficaram frustradas na vida simplesmente porque têm poucos relacionamentos e amigos para conversar, e às vezes suas experiências de vida se tornam um fardo que eles não podem carregar sozinhos. Minhas interações com pacientes em hospitais me ajudam a perceber o quão importante é nossa necessidade de apoiar uns aos outros, especialmente nos momentos difíceis de nossas vidas. Nas Escrituras, o evangelho de Lucas (8: 26-39) apresenta a tempestade subindo enquanto Jesus estava no mesmo barco com seus discípulos. Jesus não apenas acalmou a tempestade, mas também deu apoio a seus discípulos. A tempestade de doença ou tristeza deve um dia chegar a todos nós. Em tal situação, o fardo é mais leve quando temos o apoio um do outro. O PRINCÍPIO DA COOPERATIVA NA TROCA DE INFORMAÇÕES Para que a troca de informações seja bem realizada, os comunicadores (falantes e ouvintes) devem seguir o princípio cooperativo que orienta como as pessoas falam e interpretam. O princípio cooperativo exige que a conversa seja direcionada conforme necessário. Para Karen Tracy, a conversa é vista como "uma atividade cooperativa". Pode ser comparado a um jogo de futebol que exige trabalho cooperativo em equipe, pois espera-se que todos os jogadores sigam as regras para um jogo significativo.5 USANDO OS TERMOS DE REFERÊNCIA ADEQUADOS NA CONVERSA Ao dirigir-se a outra pessoa ou grupo de pessoas, é necessário que o comunicador conheça o termo ou termos de referência apropriados a serem usados para um parceiro ou parceiros na conversa. Tracy aponta que usar os termos apropriados na conversa faz diferença e pode ter algumas implicações para os falantes e seus alvos. a resposta será mais cordial e amigável do que quando um termo de referência menos apropriado for usado. Tracy fala sobre endereço pessoal, que se refere ao “rótulo que damos aos termos usados para se referir a uma pessoa em sua presença”. seus primeiros nomes (Katy em vez de Kathleen ou Bill em vez de Wil- Conversa interpessoal 11 liam). Não é que essas pessoas se ofendam se forem chamadas por seus nomes verdadeiros, mas podem preferir seus apelidos. Eles também respondem melhor quando chamados por seus apelidos.Tracy também indica que o uso de um nome de parentesco mais aceitável é muito importante na comunicação interpessoal. Nomes de parentesco referem-se a nomes dados a mães (mamãe, mamãe), pais (pai, papai), avós, tias e tios.8 As diferenças culturais também podem determinar quais dos termos acima podem ser usados para se dirigir às pessoas. Quando cheguei aos Estados Unidos, usei o termo “Mãe” para me referir à maioria das mulheres idosas que visitei nos hospitais porque achava que tinham idade suficiente para ser minha mãe. Mais tarde, um de meus supervisores me aconselhou a usar melhor o termo “senhora” para mulheres adultas. O fato é que algumas das mulheres não gostavam que eu as chamasse de “mamãe” porque não éramos biologicamente parentes, e algumas delas se sentiam velhas quando viam uma pessoa da minha idade chamando-as de mamãe. Na Nigéria, usar a palavra “Mãe” para se dirigir a uma mulher em idade fértil é considerado uma honra. A maioria das mulheres na Nigéria agradeceria. O uso do termo adequado ou aceitável também se aplica quando um comunicador está se dirigindo a um grupo. A identidade de qualquer grupo precisa ser considerada e respeitada. Usar um termo de referência culturalmente inaceitável para falar com um grupo de pessoas pode trazer efeitos interpessoais negativos. Por exemplo, um oficial da Marinha nigeriana que foi treinado nos Estados Unidos foi convidado pelo governo militar nigeriano a voltar para casa para ser o governador de um dos estados do país. Fazia parte do protocolo para o novo governador de um estado se dirigir a um grupo de governantes tradicionais do estado. Os governantes tradicionais são de famílias reais e são sempre recebidos com respeito. Eles são vistos como os mantenedores da cultura da terra e como pais do povo. O novo governador começou seu discurso cumprimentando os governantes tradicionais com "oi pessoal". Na Nigéria, usar a palavra “caras” é estrangeiro e é considerado uma saudação muito casual, mais adequada para adolescentes no ensino médio. Os líderes tradicionais estavam descontentes. Eles expressaram sua insatisfação com o novo governador. INTERPRETANDO A IDENTIDADE ATRAVÉS DA CONVERSA Além da troca de informações, as pessoas revelam sua identidade conversando com outras. O estilo de falar do comunicador pode revelar mais sobre suas identidades em termos de nacionalidade, idade, profissão e classe social.9 Residindo nos Estados Unidos há cerca de sete anos, ainda sou identificado como estrangeiro quando as pessoas me ouvem falar. Eles perguntam: “De onde você é? Você tem sotaque. Você é da África?” 12 Capítulo Quando digo a eles que sou da Nigéria, eles dizem: “Não é de admirar! Podemos dizer pela maneira como você fala.” eu falo Conversa interpessoal 13 a mesma língua inglesa que os outros, mas meu sotaque me apresenta primeiro, mesmo antes de contar às pessoas sobre minha origem e minha nacionalidade. FAZENDO SIGNIFICADO DA CONVERSA INTERPESSOAL Ao escrever sobre o processo de construção de significado na conversação interpessoal, Tracy postula que em qualquer conversa, o enunciado do falante, seja uma palavra, uma frase ou uma declaração longa, é o que cria significado. Para ela, nossos enunciados são expressões linguísticas, mas também unidades da vida social.10 Um enunciado como “olá” poderia ser uma resposta a outro enunciado. Por exemplo, visitei um paciente em um dos hospitais e o cumprimentei: “Olá, Sr. Smith.” Ele respondeu: "Olá, Pastor". Tracy sugere que um enunciado como “olá” tem dois níveis de significado. O primeiro significado vem do conteúdo enquanto o segundo significado vem do contexto. O conteúdo refere-se ao significado convencional ou ao significado literal da palavra ou frase. Quando eu disse olá ao Sr. Smith quando entrei em seu quarto, minha saudação foi amigável e ele respondeu em um tom amigável semelhante. Esta saudação é o primeiro nível de significado. O segundo nível de significado é o que Tracy chama de significado interacional. que é determinado pelo contexto em que o oi foi dito.11 Lembro-me de minha conversa com uma mulher dentro da capela de um dos hospitais. Estávamos conversando sobre os acontecimentos atuais, sobre a alta taxa de criminalidade em alguns bairros da cidade de São Petersburgo. Louis. No início de nossa discussão, tudo parecia normal até que ela começou a falar sobre como seu ex-marido costumava abusar dela fisicamente. Ao me contar como seu ex-marido costumava socá-la como se ela fosse um saco de pancadas, ela ficou muito emocionada e começou a levantar a voz. Porque ela estava levantando a voz, eu comecei a falar em um tom baixo, "inferno- oooh, inferno-oooh" com a segunda sílaba prolongada. O prolongamento da sílaba deu-lhe um significado diferente. Não foi uma saudação neste contexto, A COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL COMO PROCESSO DE PRESTAÇÃO DE AJUDA Como vimos no início deste capítulo, uma das principais razões pelas quais as pessoas se envolvem na comunicação interpessoal é a troca de informações. As pessoas têm objetivos diferentes para trocar informações. 14 Capítulo Para fins pastorais, a comunicação interpessoal é um processo de ajudar alguém em necessidade. De acordo com Eugene W. Kelly, ajudar é entendido aqui como “um processo de comunicação interpessoal no qual uma pessoa responde Conversa interpessoal 15 a fim de facilitar e fomentar o crescimento pessoal, o bem-estar e a resolução de problemas do outro.”12 O objetivo final ao olhar para a comunicação interpessoal como um processo de prestação de ajuda é que o comunicador contribua para o bem-estar daqueles que podem, de uma forma ou de outra, precisar de ajuda. Para que a comunicação interpessoal seja realmente útil, ela precisa envolver algumas habilidades de comunicação. EDIFÍCIO DE RELATÓRIOS A construção de rapport é muito importante na comunicação humana. Um bom relacionamento garante uma conversa mais proveitosa entre duas ou mais pessoas. Em Como fazer as pessoas gostarem de você em 90 segundos ou menos, Boothman explica o rapport com essas palavras. Rapport é o estabelecimento de um terreno comum ou uma zona de conforto onde duas ou mais pessoas podem se unir mentalmente. Quando você tem rapport, cada um de vocês traz algo para a interação – atenção, cordialidade, senso de humor, por exemplo – e cada um traz algo de volta: empatia, simpatia, talvez algumas ótimas piadas. Rapport é o lubrificante que permite que as trocas sociais fluam sem problemas.13 Jane Jorgenson concorda com Boothman que o rapport é um aspecto do relacionamento interpessoal que é compartilhado ou vivenciado em conjunto. A vantagem de estabelecer rapport é a aceitação positiva e a felicidade da outra pessoa ao falar com seu parceiro de conversa. Quando as habilidades de rapport não são aplicadas, a atenção pode ser mais difícil de alcançar. Jorgensen também concorda que o rapport pode facilitar a cooperação, especialmente em entrevistas para coleta de dados.14 Em The Worst Is Over, Judith Acosta e Judith Simon Prager afirmam que “sem rapport, a comunicação efetiva simplesmente não é possível”. alicerce firme antes de construir uma casa que possa ficar de pé. Numa situação de prestação de ajuda ou de resposta às necessidades de alguém, se o comunicador ou ajudante não estabelecer primeiro rapport suficiente, seu parceiro de conversa ou ajudante não terá confiança suficiente para revelar histórias pessoais.16 Kelly apóia a afirmação de Acosta e Prager, postulando que o relacionamento é básico para uma comunicação interpessoal eficaz. Ajudar não é possível a menos que haja uma relação de trabalho entre o ajudante e o ajudado, ou seja, aceitação mútua suficiente para permitir que o processo prossiga de maneira útil. À medida que o tempo passa e o relacionamento se desenvolve, a simples aceitação geralmente se transforma em confiança e respeito.17aceitação mútua suficiente para permitir que o processo prossiga de maneira útil. À medida que o tempo passa e o relacionamento se desenvolve, a simples aceitação geralmente se transforma em confiança e respeito.17 aceitação mútua suficiente para permitir que o 16 Capítulo processo prossiga de maneira útil. À medida que o tempo passa e o relacionamento se desenvolve, a simples aceitação geralmente se transforma em confiança e respeito.17 Dos meus encontros hospitalares com os pacientes, acredito que quando um forte rapport não for estabelecido, a maioria dos pacientes não revelará como eles realmente se sentem. Muitos deles podem dizer que estão se sentindo bem enquanto suas expressões faciais, Conversa interpessoal 17 tons de voz e posicionamento do corpo contam uma história diferente. No entanto, quando o relacionamento suficiente foi estabelecido, muitas vezes fico surpresocom a enorme quantidade de informações que eles compartilham sobre o que está acontecendo em suas vidas em relação às suas doenças. Boothman estabelece uma forma sistêmica de estabelecer rapport, embora aceite que às vezes o rapport acontece por si só, como que por acaso, enquanto outras vezes o comunicador tem que estabelecê-lo. Boothman acredita que, ao cumprimentar as pessoas, a capacidade de estabelecer rapport dependerá de quatro habilidades: atitude, capacidade de “sincronizar” certos aspectos do comportamento, como linguagem corporal e tom de voz, habilidades de conversação e capacidade de descobrir qual sentido ou sentidos (visual). , auditivo ou cinestésico) em que a outra pessoa confia ao receber e apresentar informações.18 Jorgensen parece discordar de Boothman sobre a facilidade com que o relacionamento pode ser estabelecido. Ela afirma: “Minhas associações pessoais com a palavra 'relatório' são complexas. Como estudante de comunicação, estou intrigada com a riqueza de suas implicações relacionais e ainda duvidoso de estabelecer um modo de investigação de rapport que permita plenamente sua natureza sistêmica emergente. ”19 Ela aceita que a descoberta da identidade compartilhada, tal como o gênero pode contribuir para o crescimento do rapport, mas ela acha difícil explicar ou prever quais identidades compartilhadas entrariam em jogo em um determinado encontro. ser estabelecido pelo projeto. Boothman identifica três tipos diferentes de rapport necessários para a comunicação interpessoal. Estas são relações por natureza, RELATÓRIO POR NATUREZA O rapport por natureza sugere um terreno comum com algumas pessoas devido às nossas conexões naturais com elas. Por exemplo, desde o nascimento, dependemos de contato emocional, sinais e símbolos de nossos pais, colegas, professores e amigos. As pessoas com interesses comuns têm um relacionamento natural.22 Ninguém precisa estabelecer um novo relacionamento antes de se comunicar com pais, irmãos e irmãs. O relacionamento já é estabelecido por filiação natural. RELATÓRIO POR ACASO Rapport também pode ser por acaso. Esse tipo de relacionamento pode acontecer quando alguémse viaja para um país em que sua língua não é normalmente falada. De repente, a pessoa ouve alguém de seu próprio país que fala sua língua. Ambos podem rapidamente se tornar amigáveis, e essa 18 Capítulo amizade Conversa interpessoal 19 é por acaso porque a linguagem comum torna-se um terreno comum que une os dois para começar a interagir um com o outro.23 As primeiras amizades que fiz quando cheguei aos Estados Unidos começaram em um shopping center. Quando ouvi alguém falando minha língua nativa, me virei e falei com o homem nessa língua e ele respondeu. Imediatamente nos tornamos amigos e trocamos telefones, e a amizade se desenvolveu a tal ponto que agora me sinto parte de sua família. Claro, quando o rapport por natureza e o rapport por acaso não estão implícitos, o rapport por design pode ser aplicado, especialmente em uma primeira reunião. RELATÓRIO POR PROJETO Às vezes, um comunicador pode não ter tempo para que o rapport aconteça naturalmente. Em tal situação, o comunicador precisa fazer algo para criar um terreno comum com seu parceiro de conversação. O rapport por design é estabelecido alterando deliberadamente o comportamento de alguém, apenas por um curto período de tempo, para se tornar como a outra pessoa. Isso envolverá aplicar a atitude certa, a arte de sincronizar, aplicar habilidades de conversação e encontrar as preferências sensoriais da pessoa.24 AS HABILIDADES DE ESTABELECER RELATÓRIO Adquirir as habilidades de construir rapport é muito necessário para que haja uma conexão mais eficaz entre o comunicador (o ajudante) e um parceiro de conversa (o ajudado), especialmente quando o comunicador encontra um parceiro pela primeira vez. Para que um parceiro de conversação aceite o comunicador e esteja pronto para conversar com ele, o comunicador deve se apresentar bem. A primeira impressão importa em qualquer conversa. Se o comunicador cria uma impressão adequada dentro de alguns segundos de uma nova reunião, ele cria a consciência de que é amigável, confiável e sincero. A capacidade de criar a impressão certa aumenta a construção de rapport que pode tornar a reunião mais cordial.25 As seguintes habilidades podem ajudar o comunicador a estabelecer rapport que pode levar a um relacionamento amigável. O CUMPRIMENTO É natural e apropriado que os parceiros de conversação se cumprimentem durante uma reunião, especialmente quando a reunião está ocorrendo pela primeira vez. Dentro 20 Capítulo Como fazer as pessoas gostarem de você em 90 segundos ou menos,Boothman propõe cinco partes de uma saudação eficaz. As cinco partes são Open — Eye — Beam— Hi — Lean. Essas cinco partes da saudação devem ocorrer dentro de alguns segundos de contato. Aberto A linguagem corporal aberta é muito importante na comunicação. Em seu texto Communicator Style, Norton Robert recomenda um movimento corporal expansivo, sem reservas, extrovertido e orientado para a abordagem.26 Quando o comunicador se encontra com alguém pela primeira vez, sua linguagem corporal deve ser aberta. O coração do comunicador deve estar voltado para a pessoa que ele está conhecendo. Ele não deve cruzar os braços. Se possível, ele deve desabotoar o casaco ou a jaqueta.27 Esses exemplos sugerem abertura. A linguagem corporal (postura, expressões e gestos) forma mais da metade do que as pessoas respondem quando estão decidindo sobre o comunicador ou a pessoa que as atende.28 A linguagem corporal deve sinalizar cooperação, concordância, disposição, entusiasmo e aprovação. . Em Como falar com qualquer pessoa, Leil Lowndes afirma: “A maneira como você olha e se move é mais de 80% da primeira impressão que alguém tem de você. Nenhuma palavra precisa ser dita.”29 Lowndes enfatiza que quando o parceiro de comunicação olha para o comunicador, o parceiro imediatamente começa a formar impressões sobre o comunicador. O efeito dessas primeiras impressões forma a base de todo o relacionamento. Olho O contato visual é o segundo aspecto do processo de saudação. O comportamento dos olhos, especialmente um olhar direto, sinaliza a prontidão para interagir. O contato visual também envolve projetosmento. Virginia P. Richmond e James C. McCroskey postulam que, na cultura americana, é difícil estabelecer contato visual com alguém, mesmo com um estranho, sem algum nível de interação.30 Com contato visual, uma simples interação de sorrir para outra pessoa ou aceno de cabeça é esperado. O comunicador precisa assumir a liderança no contato visual, olhando diretamente nos olhos da nova pessoa. Boothman afirma que desviar o olhar da nova pessoa envia o sinal errado ou pode até sugerir falta de interesse. O contato visual do comunicador deve fazer com que seu parceiro sinta que o comunicador tem uma atitude positiva.31 Lowndes apoia essa ideiafalando de “olhos epóxi”. A técnica do olho epóxi é o ato de olhar para o seu alvo com total concentração e interesse. “Quando você usa olhos epóxi, ele envia sinais de interesse misturados com total confiança em si mesmo.” 32 Conversa interpessoal 21 Ao contrário de Boothman, Lowndes alerta que deve haver cautela. “Não exagere ou você pode parecer arrogante e descarado.” 33 Em algumas culturas, muito contato visual pode ser visto como assédio, especialmente quando faz a outra pessoa se sentir desconfortável. Roger E. Axtell revela que no Japão, Coréia e Tailândia, o contato visual direto prolongado não é aceitável porque é considerado indelicado e até intimidador.34 Feixe O contato visual é seguido por um sorriso radiante que deve refletir a atitude positiva do comunicador. Para enviar uma mensagem de amizade e sinceridade aos outros, o comunicador também precisa assumir a liderança em sorrir enquanto olha diretamente nos olhos da nova pessoa.35 Lowndes acredita que um grande sorriso caloroso é um trunfo ao conhecer alguém para o primeira vez, mas sugere que o sorriso não deve vir rápido demais para parecer crível. Ela sugere que o atraso deve ser provavelmente inferior a um segundo.36 Quando o sorriso é irradiado, o destinatário ou destinatários terão a impressão de que o grande sorriso caloroso é especial e para eles. Oi O comunicador deve ser o primeiro a dizer “Oi ou “Olá” para a nova pessoa e deve dizê-lo com um tom agradável. Ao dizer "Oi" ou "Olá", o comunicador também deve ser o primeiro a se identificar e mencionar seu nome.37 Poderia ser assim: "Oi, meu nome é John". Ao assumir a liderança na revelação de seu nome ou identidade, o comunicador convidou a outra pessoa a responder da mesma forma. Quando a pessoa responde com um nome, o comunicador agora tem informações sobre como se referir a essa pessoa. Em algumas situações, o comunicador pode já saber o nome da pessoa antes do primeiro encontro. Ao dizer "Oi" ou "Olá", o comunicador deve chamar o nome da outra pessoa. Chamar o nome da outra pessoa pode ser apresentado desta forma: “Oi, Sr. Pedros. Meu nome é John. " Mencionar o nome correto da pessoa ajuda a criar um sentimento amigável. Às vezes, o comunicador pode precisar perguntar à outra pessoa a melhor maneira de pronunciar seu nome. Além disso, algumas pessoas podem preferir ser chamadas por um apelido derivado de seus nomes formais. O uso de apelidos pode melhorar o relacionamento. Magro Ao usar uma linguagem corporal aberta, o comunicador deve se inclinar para frente enquanto se apresenta. A ação voltada para a frente do comunicador pode ser uma 22 Capítulo quase “inclinação para frente imperceptível” para indicar muito sutilmente interesse e abertura para a pessoa que acabou de conhecer.38 Richmond e McCrowskey acreditam que essa inclinação para frente é um daqueles comportamentos corporais que ajudam a reduzir a distância e criar intimidade entre dois parceiros de conversação .39 Em algumas culturas africanas, inclinar-se para a frente ao cumprimentar alguém é um sinal de respeito, especialmente para um idoso ou alguém de grande reputação. Tendo executado corretamente as habilidades introdutórias iniciais acima, é provável que ocorra algum contato físico ou aperto de mão entre o comunicador e a nova pessoa. O aperto de mão A maioria das apresentações deve incluir um aperto de mão, se possível. Boothman aconselha que os apertos de mão sejam firmes e respeitosos.40 No entanto, pode ser melhor para a outra pessoa determinar a firmeza do aperto de mão. Em algumas culturas, especialmente no Oriente Médio e em algumas culturas asiáticas, as pessoas preferem um aperto de mão com um aperto suave porque um aperto firme é considerado uma marca de agressão.41 O aperto de mão geralmente segue o lean. Embora o comunicador deva iniciar um aperto de mão com a nova pessoa, ele deve ter cuidado com as diferenças de culturas. Na cultura americana, por exemplo, um homem pode não ser o primeiro a iniciar um aperto de mão com uma mulher. É melhor permitir que uma mulher inicie o aperto de mão. Se a mulher não iniciar, o comunicador deve seguir em frente com outras habilidades de construção de relacionamento. Aplicando a Atitude Correta A aplicação de uma atitude útil determina a qualidade do relacionamento do comunicador. Ao conhecer alguém pela primeira vez, o comunicador pode ser solidário, entusiasmado, questionador, útil e envolvente. A postura, os movimentos e a expressão do comunicador falarão muito sobre ele antes mesmo de ele abrir a boca. Por outro lado, atitudes inúteis como estar zangado, sarcástico, desrespeitoso, rude e ansioso podem arruinar o relacionamento. encontro de rosto. A partilha mútua implica ser considerada juntamente com uma tentativa mútua de desenvolver um terreno comum. No compartilhamento mútuo, o comunicador não deve tentar ganhar poder ou controle sobre a outra pessoa. Conversa interpessoal 23 Capacidade de Sincronizar Uma das maneiras mais eficazes de estabelecer rapport é a capacidade de sincronizar o comportamento de outra pessoa. A sincronicidade pode envolver o comunicador fazendo o que seu parceiro faz; o comunicador age como o outro até que a outra pessoa ache mais interessante estar com ele.44 É um dispositivo de conexão ou adaptação que faz uma pessoa ver seu parceiro de conversa conectado a ela. Sincronizar é uma maneira de fazer uma pessoa se tornar aberta, relaxada e feliz por estar com a outra. Essa sincronização pode ser feita segundos após conhecer a outra pessoa. Boothman esclarece, sugere que sincronicidade é diferente de ser insincero ou ser falso. A sincronicidade na comunicação interpessoal pode envolver a combinação de tons de voz, expressão facial, linguagem corporal, postura corporal e gestos específicos. Por exemplo, se o comunicador encontra alguém que lhe fala em tom baixo, para corresponder, o comunicador também pode responder ou falar em tom baixo. Para alguém que fala alto, o comunicador sincroniza falando em tom alto. Se a outra pessoa sorri, o comunicador segue e sorri; se a pessoa retira o sorriso, o comunicador retira o seu. Tudo isso ajuda a melhorar o relacionamento. A essência do estabelecimento de rapport é ter uma boa conversa com a nova pessoa. CONVERSA COM A NOVA PESSOA Tempo de conversa vem depois que o comunicador conheceu alguém novo e, em segundos, realizou o processo introdutório conforme descrito acima e estabeleceu algum nível de relacionamento. A conversa também pode ser uma maneira notável de continuar estabelecendo mais rapport e fortalecendo os laços de amizade. A conversação vem em duas partes: falar e ouvir. Também pode envolver fazer perguntas que induzam a discussão e se engajar na escuta ativa.45 FALAR E PERGUNTAR Ao iniciar uma conversa, o comunicador deve permitir que a outra pessoa ou cliente comece a falar para revelar algumas áreas de seu interesse enquanto o comunicador ouve e sincroniza. Em algumas situações, o comunicador pode começar fazendo ao cliente uma pergunta discursiva que possa encorajar a outra pessoa a conversar. Boothman chama as perguntas de “velas de ignição 24 Capítulo de conversa.”46 À medida que as velas de ignição acionam o motor do carro, as perguntas acionam o cliente para falar e fornecer informações detalhadas sobre as áreas de preocupação. Em Conversation, Language, and Possibilities, Harlene Anderson concorda com Boothman e também afirma: “As perguntas são o cerne de qualquer entrevista ou conversão terapêutica. Eles facilitam ou atrapalham a história que um cliente quer contar.”47 Anderson continua explicando que ao fazer perguntas, o comunicador precisa fazer perguntas relevantes. Perguntas irrelevantes podem fazer com que os clientes sintam que o comunicador não ouviu ou não entendeu o que foi dito. Perguntas irrelevantes podem fazer com que os clientes se sintamsem importância, insultados e também impedi-los de contar suas histórias. Anderson também recomenda fazer perguntas a partir da posição de “não saber” qual poderia ser a resposta que o cliente dará à pergunta. Ela afirma, As perguntas dessa posição (não saber) ajudam o cliente a contar, esclarecer e expandir uma história; abrir novos caminhos e explorar o que é conhecido ou não conhecido; eles ajudam o terapeuta a aprender e evitar concepções errôneas do dito e do ainda não dito. Por sua vez, cada pergunta leva a uma elaboração de descrições e explicações; cada pergunta leva a outra pergunta - um processo de questionamento contínuo que fornece trampolins para um processo dialógico.48 Anderson chama essas perguntas de perguntas de conversação porque elas convidam o cliente a conversar com o comunicador ou terapeuta. Ao fazer perguntas de conversação, pode ser necessário que o comunicador preceda uma pergunta com uma declaração aberta ou uma declaração indutora de rapport que encoraje a outra pessoa a falar. A melhor declaração de indução de rapport é uma declaração que está relacionada ao que você tem em comum com a pessoa.49 Por exemplo, “Eu amo sua camisa”. "Que tempo lindo hoje." Tais declarações abertas podem encorajar uma pessoa a fazer um comentário antes mesmo de uma pergunta discursiva ser feita. Boothman destaca que existem dois tipos de perguntas: as que abrem as pessoas e as que as fecham. As perguntas abertas exigem uma explicação e, portanto, exigem que a outra pessoa fale. Perguntas fechadas provocam respostas “sim” ou “não”.50 Anderson, de acordo com Boothman, aconselha fazer a pergunta certa para que a outra pessoa dê a informação certa. Anderson também acredita que, na situação de terapia, o cliente espera que o comunicador faça a pergunta certa.51 Purdy e Borisoff concordam com Anderson e também recomendam que o tom de voz usado para fazer perguntas tem muito a ver com a forma como o a pergunta é recebida.52 As perguntas devem ser elaboradas de forma a ajudar a outra pessoa ou cliente a se expressar livre e plenamente. Para fazer uma pergunta aberta que geraria conversa, Boothman sugere começar com uma dessas palavras geradoras de conversa: Quem? Conversa interpessoal 25 Quando? Por quê? Que? Onde? Como?Iniciar uma pergunta com qualquer uma dessas palavras exige uma explicação, uma opinião ou um sentimento do parceiro de conversa.53 Aqui estão alguns exemplos de como usar essas palavras geradoras de conversa: “Como você se sente em relação à sua doença?” "O que seu médico está dizendo sobre a causa desta doença?" "Por que você acha que Deus não ama ou se importa com você?" A vantagem de usar essas palavras é fazer uma conexão mais rápida e permitir que a outra pessoa comece a falar. Outra maneira de trazer mais informações é usar algumas palavras sensoriais como ver, sentir e contar. Palavras sensoriais podem impulsionar esses geradores de conversas e também podem dar à outra pessoa a oportunidade de trazer mais informações.54 “Como você se sente em relação à sua família?” "Quando você vê seu sonho se tornando realidade?" "Diga-me sua impressão sobre Deus em relação ao que está acontecendo com você." Enquanto a conversa está acontecendo, o comunicador deve tentar evitar o uso de palavras de encerramento ao fazer perguntas. Palavras de encerramento incluem: “Você está. . . ?” "Você. . . ?” "Você já. . . ?” Eles tornam as conversas indutoras de rapport mais difíceis porque provocam respostas de uma palavra de “sim” ou “não”. 55 Usar palavras de encerramento pode exigir outra pergunta para obter o tipo de resposta ou informação que o comunicador deseja. AUDIÇÃO A comunicação interpessoal envolve falar e ouvir. Como sugere Boothman, ouvir é o outro lado da moeda da conversa.56 Ouvir é tão importante quanto falar. Purdy e Borisoff observam que, para a maior parte da civilização ocidental, falar foi considerado mais importante do que ouvir. Os ouvintes eram reconhecidos, mas vistos mais como ajudando o falante a alcançar seus próprios propósitos. Purdy e Borisoff observam que as pessoas receberam prêmios ao longo da história ocidental por serem grandes oradores e eloqüentes, mas não por serem grandes ouvintes.57 No entanto, a impressão de que falar é mais importante do que ouvir está mudando. As pessoas perceberam que falar e ouvir são caminhos para o sucesso. Um orador não teria sucesso se não houvesse ouvintes. HABILIDADES AUDITIVAS Ouvir pode fornecer um enorme poder para promover uma interação bem- sucedida entre pessoas em condições pessoais e profissionais.58 Para que ouvir seja frutífero, o comunicador deve observar as seguintes habilidades. 26 Capítulo Ouvindo com interesse A escuta eficaz exige que o comunicador demonstre à outra pessoa que está realmente interessado no que a outra pessoa está dizendo. A chave para ser um ouvinte ativo está em fazer um esforço sincero para absorver o que a outra pessoa está dizendo e sentindo. a história de um cliente e sua importância percebida.”60 Boothman, no entanto, diferencia ouvir de ouvir. A escuta ativa é uma tentativa de captar, entender, sentir a emoção que motiva a conversa e responder com feedback apropriado. Uma pessoa pode estar ouvindo o que a outra está dizendo sem realmente prestar atenção, especialmente quando o ouvinte está fazendo outra coisa que mostra que não está prestando atenção no falante. Ouvindo e dando a resposta adequada Anderson acredita que ouvir e ouvir andam de mãos dadas e não podem ser separados. Ela enfatiza a natureza responsiva de ouvir falando sobre “ouvir- ouvir responsivo-ativo” ou o ato de convidar os clientes a nos dizer como se sentem sobre uma questão específica ou quais poderiam ser suas principais preocupações.61 Convidar um cliente a se expressar requer resposta adequada ou feedback do terapeuta ou ouvinte. A resposta ou feedback adequado é mais fácil quando o terapeuta não está apenas ouvindo, mas também ouvindo claramente o que o cliente está dizendo. Nas palavras de Dennis M. Kratz e Abby Robinson Kratz, “Feedback refere-se a qualquer mensagem enviada pelo ouvinte ao orador durante ou após a apresentação do orador”. comunicar-se com o ouvinte. Pode assumir a forma de acenar com a cabeça para mostrar que o ouvinte está ouvindo atentamente ou inversamente ou desviando o olhar do falante para mostrar que o ouvinte está entediado ou distraído ou não está prestando atenção. Um bom ouvinte não apenas deve estar ciente da importância de dar feedback, mas também ser capaz de aplicar feedback encorajador.63 Ouvindo e Contribuindo As habilidades de escuta envolvem também ouvir com os olhos, ouvir com o corpo, balançar a cabeça, olhar para a pessoa e encorajar a outra pessoa verbalmente.64 As ações acima mostram que o ouvinte faz parte da conversa ou do diálogo. Ouvir envolve a contribuição tanto da pessoa Conversa interpessoal 27 falando e a pessoa ouvindo. Anderson concorda com a afirmação acima nestas palavras: Ouvir-ouvir responsivo-ativo não significa apenas sentar e não fazer nada. Isso não significa que um terapeuta não possa dizer nada, oferecer uma ideia ou expressar uma opinião. Nem significa que é apenas uma técnica. Escutar-ouvir responsivo-ativo é uma atitude e atitude natural do terapeuta que comunica e demonstra interesse, respeito e curiosidade sinceros.65 Leslie A. Baxter e Barbara M. Montgomery parecem estar dizendo a mesma coisa ao enfatizar o respeito pela voz do outro quando afirmam: o ponto de vista de cada um.”66 A conversação deve ser dialógica porque envolve a contribuição tanto de quem fala quanto de quem ouve. John Shorter, em Conversational Realities, chama isso de “ação conjunta”. 67 A ação conjunta não significa que o falante e o ouvinte devam falar ao mesmo tempo ou que o ouvinte deva interromper o falante em intervalos enquanto ainda fala. Isso significa que os papéis do falantee do ouvinte são igualmente necessários para que uma conversa significativa ocorra. As contribuições verbais do ouvinte podem vir em intervalos ou quando necessário, de qualquer uma dessas maneiras: "Você está dizendo a verdade". "Eu ouvi o que você disse." Contribuições não verbais de um ouvinte podem ser aceno de cabeça, olhar diretamente para o falante, sorrisos, posturas que indicam atenção, expressões faciais e gestos68 como um polegar para cima para mostrar aceitação e parabenizar o falante. Cuidado ao dar conselhos Quando alguém está ouvindo outra pessoa contar sua história, há a tentação de começar a dar conselhos. Purdy e Borisoff recomendam fortemente evitar dar conselhos ou tomar uma decisão para o cliente. O conselho de um ouvinte se origina das experiências pessoais do ouvinte e pode não ser apropriado para outra pessoa. Além disso, dar conselhos pode fazer com que o cliente ou familiares dependam do ouvinte para obter respostas. Purdy e Borisoff recomendam dar poder ao cliente.69 Deixe o cliente encontrar sua própria solução com base em suas próprias experiências. Purdy e Borisoff, no entanto, não descartam totalmente a importância da orientação, mas deve ser baseada em uma escuta empática cuidadosa.70 Por exemplo, como narrei em meu encontro com Ken, que queria acabar com sua vida, eu não aconselhá-lo a tirar ou não tirar sua vida. Eu simplesmente o escutei e o ajudei a ver sua condição de uma maneira diferente. Mais tarde, ele decidiu não tirar a própria vida, não porque eu lhe disse que não, mas porque eu o ajudei. 28 Capítulo encontrar sentido em continuar com a vida. Meu encontro com ele o ajudou a tomar uma decisão mais saudável. RECONHECENDO AS PREFERÊNCIAS SENSORIAIS DA OUTRA PESSOA Richard Bandler e John Grinder, fundadores da Programação Neurolinguística (PNL), argumentam que toda pessoa humana tem um “sentido favorito” através do qual experimenta o mundo e obtém informações. Bandler e Grinder classificam as pessoas sob os três sentidos que a maioria das pessoas confia: visão (visual), auditivo (audição) e cinestésico (sentimento). Quando um comunicador descobre o sentido favorito de uma pessoa, é mais fácil ficar mais conectado com essa pessoa e abrir a mente e o coração da pessoa.71 Adaptando as ideias de Grinder e Bandler, Boothman acredita que as pessoas recebem informações confiando mais em os sentidos da visão, audição e sensação ou a forma como as coisas parecem, soam e sentem.72 Boothman também postula que, ao relacionar informações sobre experiências, as pessoas revelam em que sentido ou sentidos eles confiam. Ele chama isso de “estilos explicativos”. 73 Como exemplo, podemos observar a linguagem de três torcedores de futebol ao relatarem suas experiências à mãe. John, Jane e Jody participaram de uma competição de futebol no estádio e, mais tarde, sua mãe pede a cada um que conte o que experimentou. John disse: “Mãe, eu vi um grande número de pessoas. Quando o gol foi marcado, vi centenas de pessoas pulando para cima e para baixo. Mãe, você precisa ter visto essa competição.” A resposta de John revela que ele está usando mais palavras ilustradas com base no sentido da visão. A linguagem de Jane era diferente. Ela disse: “Mãe, quando nosso time marcou o gol da vitória, todos estavam gritando e os torcedores batiam tambores e cantavam canções de vitória. Mãe, você deveria tê-los ouvido.” Jane está expressando suas experiências da competição com base no que ouviu. A expressão de Jane mostra que ela confia mais na forma como as coisas soam. Jody disse: “Mãe, fiquei tão feliz quando nosso time marcou o gol. Todo o lugar estava vibrando.” As informações de Jody são baseadas mais em como ela se sentiu sobre a competição e a vitória. A expressão de Jody mostra que ela confia mais na maneira como as coisas se sentem. O comunicador tem que ouvir atentamente para reconhecer a entrada sensorial do outro. Usar essas informações em relações pessoais, profissionais ou sociais com um parceiro de conversa pode ter um efeito notável sobre como um parceiro de conversa responde.74 Em outras palavras, quando um comunicador descobre a entrada sensorial de outra pessoa, o comunicador sincroniza o uso de palavras e expressões, portanto, mais capazes de se conectar mais e Conversa interpessoal 29 desenvolver rapport mais rapidamente. 30 Capítulo A mensagem que o comunicador passa para a outra pessoa é que ambos têm algo em comum. No próximo capítulo, aplicaremos todas essas habilidades de comunicação para encontrar pacientes em hospitais e obter informações deles. O ministro pastoral e outros cuidadores precisam dessas habilidades de comunicação para ganhar a confiança de seus pacientes, para que possam revelar suas histórias pessoais. É contando suas histórias pessoais que o cuidador sabe qual serviço prestar para ajudar o paciente. NOTAS 1. Charles T. Meadow, Fazendo conexões: comunicação através dos tempos (Nova York: Scarecrow Press Inc., 2002), 5. 2. Roberts Freed Bales, Communication, Language, and Meaning: Communication in Small Groups (New York: Basic Books, 1973), 208. 3. Harlene Anderson, Conversation, Language, and Possibilities: A Postmodern Approach to Therapy (Nova York: BasicBooks, 1997), xvii. 4. Nicholas Boothman, como fazer as pessoas gostarem de você em 90 segundos ou menos (Nova York: Workman Publishing, 2000) 7. 5. Karen Tracy, Everyday Talk: Building and Reflecting Identities (Nova York: The Guildford Press 2002), 6. 6. Ibid., 46. 7. Ibid., 50. 8. Ibid., 50 9. Ibid., 7. 10. Ibid., 9. 11. Ibid., 8. 12. Eugene W. Kelly, Effective Interpersonal Communication: A Manual for Skill Development (Washington DC: University Press of America, 1979), 5. 13. Boothman, 19. 14. Jane Jorgensen, “Relatório de Re-relacionamento em Configurações Interpessoais”, ed. Wendy Leeds Hurdwitz, Social Approaches to Communication (Nova York: Guildford Press, 1995), 155. 15. Judith Acosta e Judith Simon Prager, The Worst Is Over: What To Say When Every Moment Counts (San Diego, CA .: Jodere Group, 2003), 51. 16. Ibid. 17. Kelly, 5. 18. Boothman, 19. 19. Jorgensen, 155. 20. Ibid., 164. 21. Boothman., 31. 22. Ibid., 29. Conversa interpessoal 31 23. Ibid., 31. 24. Ibid. 25. Ibid., 14. 26. Robert Norton, estilo do comunicador: teoria, aplicação e medidas (Beverly Hills: Sage Publications, 1983), 106. 27. Boothman, 14. 28. Ibid., 47. 29. Leil Lowndes, Como falar com qualquer um: 92 pequenos truques para o grande sucesso nos relacionamentos (New York: Contemporary Books, 2003), 3. 30. Virginia P. Richmond e James C. McCroskey, Nonverbal Behavior in Interpessoal Relations (Boston: Pearson, 2004), 65. 31. Boothman, 14. 32. Lowndes, Como falar com qualquer pessoa, 15. 33. Ibid. 34. Roger E. Axtell, Gestures: The Do's and Taboos of Body Language Around the World (Nova York: John Wilsey and Sons, Inc., 1998), 67. 35. Boothman, 15. 36. Lowndes, 8. 37. Boothman, 15. 38. Ibid., 16. 39. Richmond e McCroskey, 66. 40. Boothman, 16. 41. Axtell, Gestos, 122. 42. Ibid., 36. 43. T. Dean Thomlison, Toward Interpersonal Dialogue (Nova York: Longman, 1982), 48. 44. Boothman, 72. 45. Ibid., 72. 46. Ibid., 90. 47. Anderson, Conversação, Linguagem e Possibilidades, 144. 48. Ibid., 145. 49. Boothman, 91. 50. Ibid., 90. 51. Anderson, 146. 52. Ibid., 46. 53. Boothman, 92. 54. Ibid. 55. Ibid. 56. Ibid., 103. 57. Purdy e Borisoff, 1. 58. Ibid., 2. 59. Boothman., 103. 60. Anderson, 46. 61. Ibid., 153. 32 Capítulo 62. Dennis M. Kratz e Abby Robinson Kratz, Effective Listening Skills (Chicago: Mirror Press, 1995), 20. 63. Kratz e Kratz, 20. 64. Boothman, 103. 65. Anderson, 154. 66. Leslie A. Baxter e Barbara Montgomery, Relacionando: Diálogos e Dialética (New York: The Guildford Press, 1996), 238. 67. John Shotter, Conversational Realities: Construindo a Vida atravésda Linguagem (Londres: Sage Publications, 1993), 39. 68. Kratz e Kratz, 21. 69. Purdy e Borisoff, 49. 70. Ibid. 71. Richard Bandler e John Grinder, como citado em Nicholas Boothman, How to Make People Love You in 90 Seconds or Less (New York: Workman Publishing, 2000), xiv. 72. Nicholas Boothman, como fazer as pessoas te amarem em 90 segundos ou menos (Nova York: Workman Publishing, 2004), 217. 73. Boothman, How To Make People Like You, 115. 74. Ibid., 131. Conversa interpessoal 33 Capítulo três Conversas Pastorais com Pacientes Hospitalares A IMPORTÂNCIA DE BOAS HABILIDADES DE COMUNICAÇÃO EM UM AMBIENTE DE SAÚDE Neste capítulo, discutimos as habilidades de comunicação que podem ser aprendidas e praticadas por ministros pastorais e outros cuidadores. Essas habilidades destinam-se a construir rapport e mover a conversa, mutuamente, em direção ao tipo de conteúdo, clareza, profundidade e compreensão diretamente relacionados a um determinado serviço ou disciplina. Essas habilidades podem ser aplicadas a outros cuidadores além dos ministros pastorais. Por exemplo, um assistente social pode estar organizando um plano de alta e um resumo, ou uma enfermeira pode estar orientando um paciente para o quarto de hospital, ou um nutricionista pode estar educando um paciente sobre um novo plano de dieta para diabéticos. Todos esses cuidadores podem construir relacionamento emocional e relacionamento com seus clientes. O ministro pastoral, ao cuidar dos pacientes, estabelece um relacionamento e também deseja coletar informações importantes, ou seja, os pensamentos e sentimentos do paciente sobre estar doente e ser hospitalizado. Por exemplo, o ministro pastoral está preocupado com a vida e práticas espirituais do paciente, relacionamentos interpessoais e relacionamento com Deus. Estas são muitas vezes áreas muito pessoais e privadas da vida de uma pessoa. A obtenção de informações pode facilmente ser considerada invasiva, especialmente se o ministro pastoral for uma pessoa desconhecida, sem relacionamento prévio com o paciente. É da competência do ministro pastoral recolher informações que o ajudem a compreender melhor os seus pacientes. O ministro pastoral deve ser uma pessoa encarnada, reconhecendo Cristo nos outros e em si mesmo. Com um senso de reverência e temor, ele deve encarnar o ministério de Cristo e da Igreja. Outros cuidadores hospitalares também estão livres para trazer esta encarnação 28 Conversas Pastorais com Pacientes 29 crença e dinâmica ao encontro com os pacientes de acordo com a extensão que suas profissões permitem. Construir rapport, que tem tudo a ver com confiança, é básico. Estabelecer relacionamento é como construir uma casa na rocha em vez de na areia. Um bom relacionamento pressupõe a confiança do paciente no ministro pastoral quando há um relacionamento prévio substantivo. Quando há mínimo ou nenhum relacionamento prévio entre o ministro pastoral e o paciente, são necessárias habilidades avançadas de construção de relacionamento. O ônus está no cuidador pastoral para aprender e praticar essas habilidades para construir ou construir um novo relacionamento pastoral que pode, por sua vez, permitir que um paciente se comunique mais abertamente, ao mesmo tempo em que tem um senso permanente e certeza de que a pessoa em quem ele é confiante é atencioso e confiável. AS HABILIDADES PARA ESTABELECER RELATO IMEDIATO COM O PACIENTE Quando o ministro pastoral se encontra com um paciente pela primeira vez, pode haver hesitação por parte do paciente em confiar no cuidado e nas competências do ministro pastoral. O ministro pastoral não deve assumir a confiança do paciente, mas deve começar a construir um relacionamento e ter uma boa ideia do que fornecer. Quando a visita do ministro pastoral é uma visita de acompanhamento, é necessária uma continuação da construção do relatório. Em algumas situações, como quando o ministro pastoral é um pastor local visitando um membro da igreja, geralmente algum nível de relacionamento já foi estabelecido (rapport por natureza), conforme discutido no capítulo dois. No entanto, a maioria dos encontros entre ministros pastorais e pacientes em estabelecimentos de saúde são reuniões de primeira vez. A aplicação das seguintes habilidades de relacionamento de uma primeira reunião é necessária para que os objetivos da visita pastoral sejam alcançados. A maioria das habilidades discutidas aqui já foi discutida no capítulo dois. Essas habilidades são muito simples e abundantes no senso comum. Estou intencionalmente aplicando-os a uma conversa bem-sucedida com os pacientes. ENTRAR NO QUARTO DO PACIENTE A maioria dos encontros entre um paciente e um ministro pastoral ocorre no quarto do paciente. A impressão que o ministro pastoral causa nos primeiros segundos de um encontro é importante. Se o ministro pastoral causa as impressões corretas, o paciente vê o pastor como um amigo sincero, seguro e confiável. Quer a porta do quarto esteja fechada ou aberta, o ministro 30 Capítulo três pastoral precisa obter permissão antes de entrar no quarto do paciente. Em alguns Conversas Pastorais com Pacientes 31 casos, o ministro pastoral pode precisar da permissão da enfermeira ou da permissão do familiar do paciente. Em condições normais, sempre deve haver uma resposta do paciente ou da enfermeira ou dos familiares permitindo a entrada do pastor. O ministro pastoral pode perguntar à enfermeira se o paciente recebeu algum medicamento para induzir o sono. Se for o caso, o pastor não pode acordar o paciente sem a permissão da enfermeira. Pode haver o caso raro em que o ministro pastoral, depois de bater na porta, não receber nenhuma resposta. Isso pode acontecer quando o paciente está dormindo ou inconsciente, e não há enfermeira ou familiar no quarto. O ministro pastoral pode gentilmente abrir a porta para saber se alguém está dentro da sala. Se o paciente estiver dormindo, o ministro pastoral pode decidir se deve ou não acordar o paciente. Se um paciente fica zangado por ser despertado, o ministro pastoral pode pedir desculpas e negociar um horário diferente para a visita. A Introdução / Saudação As seguintes habilidades também foram discutidas no capítulo dois. A intenção de apresentá-los aqui não é repeti-los, mas aplicá-los a uma conversa significativa com pacientes hospitalares. Após a permissão de entrada, o ministro da pastoral entra na sala e começa com uma atitude positiva de saudar o paciente e se apresentar. É importante que o ministro pastoral lave as mãos antes de ter qualquer contato com o paciente. A lavagem das mãos evita a propagação de germes e também é uma expressão de cuidado. Durante a lavagem, o ministro pastoral pode falar com o paciente ou usar o tempo em silêncio para se preparar. Ao encontrar o paciente, especialmente pela primeira vez, o ministro pastoral deve manter sua linguagem corporal aberta e parecer fácil de abordar. O ministro pastoral abre seu coração metaforicamente e fisicamente ao encontrar o paciente. Essa linguagem corporal aberta sugere ao paciente que o ministro pastoral é amigável, cooperativo e está disposto a interagir com o paciente. Essa abertura cria uma oportunidade de ir mais longe para construir mais relacionamento com o paciente. Para mostrar uma atitude positiva em relação ao paciente, o ministro pastoral deve tomar a iniciativa de fazer contato visual com o paciente. Isso envolve olhar diretamente nos olhos do paciente. O contato visual pode produzir um sentimento de respeito e afeição na pessoa visitada. Desviar o olhar do paciente pode sinalizar falta de interesse, pode sugerir falta de calor ou talvez ser um sinal de timidez. Ao olhar diretamente nos olhos do paciente, o ministro pastoral oferece um sorriso radiante ao paciente para indicar felicidade ao vê-lo. 32 Capítulo trêsEsse gesto pode ajudar o paciente a aceitar o pastor como um amigo que passou a se identificar com ele. Para que o paciente veja o sorriso como real ou genuíno, o ministro pastoral deve fazer contato visual antes de sorrir. O ministro pastoral deve iniciar uma saudação verbal. Além disso, é melhor nomear o paciente em saudação se o ministro pastoral souber o nome do paciente, talvez consultando a lista de pacientes. O uso de nomes pode ter implicações culturais e sociais. Nos Estados Unidos, os contatos iniciais devem ser um pouco formais e os primeiros nomes devem ser evitados. O ministro pastoral pode cumprimentar os pacientes de qualquer uma dessas maneiras: “Oi, Sr. Smith”, ou “Olá, Sra. Smith.” O ministro pastoral também deve perguntar ao paciente o nome preferido. É o paciente adulto que dá permissão para usar um primeiro nome ou apelido. Quer o ministro pastoral saiba ou não o nome do paciente, o ministro pastoral também deve se apresentar e usar seu título e nomes: “Oi, Sr. Smith. Meu nome é Pastor Stewart Jonas.” Ao ministrar às crianças, o ministro pastoral pode ter um pouco de cuidado para não começar a interagir com uma criança sem a presença ou o consentimento dos pais ou da enfermeira. Ao chamar a criança pelo nome, o ministro pastoral pode não ser tão formal quanto ao ministrar aos adultos. O primeiro nome da criança pode ser usado. Durante a introdução, o ministro pastoral se inclina para a frente, especialmente ao dar um aperto de mão ao paciente. Essa ação indica abertura e interesse em atender o paciente. Também pode ser um sinal de respeito pelo paciente. O lean pode criar intimidade entre o ministro pastoral e o paciente. O ministro pastoral pode então iniciar um aperto de mão se o paciente for um homem. O ministro pastoral não deve necessariamente iniciar um aperto de mão com uma paciente do sexo feminino. Como algumas culturas preferem um aperto suave a um aperto firme, o ministro pastoral deve saber o que é aceitável na cultura em que está exercendo o ministério. No entanto, no ambiente hospitalar, é preferível um aperto suave. Um aperto de mão firme pode ser, às vezes, avassalador e doloroso, especialmente se o paciente tiver artrite ou dor crônica nas mãos ou pulsos. Sugere-se permitir que o paciente determine a força da pegada. Sincronização / Correspondência A construção do rapport não termina na fase de saudação, conforme descrito anteriormente. O pastor pode continuar construindo rapport sincronizando-se com as ações do paciente. Sincronizar é simplesmente ajustar o comportamento para se parecer com o do paciente. Envolve combinar o humor e efeito do paciente, tom de voz, volume, taxa de respiração e postura corporal, sem comprometer os padrões e valores pessoais. Não comprometer significa que o ministro pastoral não deve sincronizar ações ou palavras negativas do paciente. Por Conversas Pastorais com Pacientes 33 Por exemplo, o ministro pastoral não deve sincronizar as palavras racistas, profanas ou raivosas usadas pelo paciente. Em vez disso, o ministro pastoral deve sincronizar as emoções do paciente. Se o paciente está triste, o ministro pastoral também pode parecer triste como o paciente. Em condições normais, a sincronização torna o relacionamento mais eficaz e ajuda a conectar o paciente e o ministro pastoral. Enquanto o ministro pastoral entra no quarto do paciente e se apresenta, é aconselhável que o ministro pastoral avalie o humor do paciente. Olhando para o rosto do paciente, o ministro pastoral pode achar que o paciente parece zangado, triste, deprimido, contente ou talvez até feliz. É importante que o pastor comente sobre o humor do paciente para maior clareza. Combinar com o humor do paciente pode ajudá-lo a aceitar os gestos carinhosos do ministro pastoral. Embora o ministro pastoral deva iniciar um sorriso durante o estágio de introdução, ele deve ser retirado se o paciente não sorrir de volta. O paciente pode estar com dor e pode não estar pronto para sorrir. Se o pastor continua sorrindo enquanto o paciente está triste, obviamente o paciente não está em sincronia com o pastor. O ministro pastoral pode cumprimentar um paciente com um tom alto e enérgico, mas se o paciente responder devagar em um tom baixo, o pastor deve combinar e falar devagar em um tom baixo. Combinar o tom baixo e a fala lenta do paciente não significa repetir ou repetir o que o paciente está dizendo.O tom lento e baixo do paciente pode ser uma indicação de que o paciente não está se sentindo confortável. A incompatibilidade ou continuar a agir feliz enquanto o paciente está triste pode levar a uma desconexão após o estabelecimento do rapport inicial. Um dia, quando fui chamado para visitar um paciente em um hospital local, entrei no sala e me apresentei dizendo: “Oi, Sra. Douglas. Meu nome é Pastor Caetano. Eu estava passando e queria verificar como você estava.” Ao me apresentar, observei que sua expressão facial e tom de voz pareciam tristes. Eu comentei sobre isso, dizendo: “Sra. Douglas, parece que você não está tão feliz esta manhã. Desculpe se estiver errado. Ajude-me a entender porque estou interessado em como você está se sentindo.” Ela respondeu: “Obrigada, senhor. Você está certo. Não estou me sentindo tão bem esta manhã.” "Em. Douglas, sinto muito que você não esteja se sentindo bem.” Além de pedir desculpas a ela, também sincronizei e pareci triste como ela. Ela falou comigo em um tom baixo enquanto eu sincronizava respondendo em um tom baixo. Minhas ações foram empáticas o suficiente para encorajar a Sra. Douglas para relaxar um pouco e conversar comigo como uma amiga que veio compartilhar seus sentimentos. Uma das principais razões para a correspondência é construir o tipo de relacionamento que permite o compartilhamento honesto entre o ministro pastoral e o paciente. Corresponder- 34 Capítulo três A prática também permite que o ministro pastoral desenvolva o tipo de relacionamento que pode capacitá-lo a levar o paciente de um estado emocional para outro - intencionalmente e com a concordância do paciente ou indiretamente. CONVERSA DIALÓGICA À BEIRA DO LEITO COM O PACIENTE Depois de aplicar as habilidades introdutórias e sincronizar alguns dos comportamentos do paciente, o rapport suficiente pode ser estabelecido para que uma conversa comece. Se houver um assento na sala, é melhor que um ministro pastoral se sente antes de uma conversa começar. O ministro pastoral deve pedir educadamente permissão para se sentar. Como mencionado acima em minha visita com a Sra. Douglas, meu comentário sobre o humor dela é um bom exemplo de uma “declaração indutora de rapport”, 1 um comentário que revela como ela se sentia. Sua resposta foi uma oportunidade para eu fazer uma pergunta de conversação2 que a encorajaria a falar e me forneceria informações mais detalhadas sobre seus sentimentos ou para contar sua história enquanto eu a ouvia. Quando soube que ela não estava se sentindo bem, respondi perguntando: “Você poderia me dizer por que não está se sentindo bem? Lamento perguntar, se isso é privado para você. Se você não se importa, eu gostaria de saber o que está acontecendo ou o que seu médico está dizendo. Fale comigo, Sra. Douglas. Eu sou um bom ouvinte. " Esta pergunta e os seguintes comentários deram à Sra. Douglas a oportunidade de falar em detalhes sobre sua doença enquanto eu aplicava as habilidades de escuta. Embora fazer perguntas de conversação possa ajudar um paciente a falar em detalhes sobre sua doença, alguns ministros pastorais podem preferir não fazer perguntas, mas usar comentários que convidam a respostas dos pacientes. Como outros cuidadores – médicos, enfermeiros, terapeutas, assistentes sociais – fazem inúmeras perguntas aos pacientes sobre como eles se sentem, o ministro pastoral pode optar por não seguir esse padrão. Esse método de não fazer perguntas é chamado de interrupção de padrão.Ao não fazer perguntas, o ministro pastoral pode convidar os pacientes a se expressarem melhor. Por exemplo, em vez de perguntar: “Sra. Douglas, como você está se sentindo?” o ministro pastoral que não quer fazer perguntas pode dizer: “Sra. Douglas, acho que ajuda falar das coisas. Outros pensam e sentem de forma diferente. Estou aqui e me importo com você se você quiser compartilhar.” Ambas as declarações convidam a Sra. Douglas para dizer como ela está se sentindo. Conversas Pastorais com Pacientes 35 ESCUTA ATIVA DO PACIENTE A escuta ativa envolve fazer tentativas de captar, compreender e sentir a emoção que motiva o paciente a falar, uma escuta que ocorre ao mesmo tempo em que o ministro pastoral responde com o feedback apropriado. A escuta ativa também envolve absorver o que o paciente está dizendo e aplicar as habilidades que fariam o paciente sentir que o pastor está interessado no que ele está dizendo.4 Em minha visita com a Sra. Douglas, fiz uma pergunta aberta ou conversacional que a encorajou a me contar sua história. Enquanto ela falava, concentrei minha atenção nela e balancei a cabeça ocasionalmente para indicar que estava prestando atenção no que ela estava dizendo. Também olhei nos olhos dela para indicar que estava ouvindo.5 Às vezes, sincronizava o movimento do corpo dela e o movimento dos braços. Eu ocasionalmente fazia comentários como, "Você está certo, e eu entendo o que você está dizendo." Esses comentários a encorajaram a falar mais. Reconhecendo as preferências sensoriais do paciente na conversa Reconhecer as preferências sensoriais ou o “sentido favorito” de um parceiro de conversa (ao obter ou dar informações) e sincronizá-lo contribui para um relacionamento eficaz. Para poder reconhecer o sentido privilegiado de um parceiro de conversa, o ministro pastoral deve ouvir com muita atenção. Na minha conversa com a Sra. Douglas, escutei atentamente para descobrir se ela estava usando palavras visuais (visão) ou palavras auditivas (audição) ou palavras cinestésicas (sentir). Tendo perguntado à Sra. Douglas para me dizer se houve alguma melhora em sua condição, ela suspirou e disse: “Não acredito que minha condição esteja melhorando tão rápido quanto eu esperava. Eles não pareciam saber exatamente o que há de errado comigo. Continuo tendo dores na parte inferior do abdômen. estou frustrado. Quero casa logo.” Eu respondi: “Desculpe, Sra. Douglas, não o culpo. Quando tive dor de cabeça na semana passada, tomei analgésicos esperando que passasse rápido, mas continuou e o remédio não tocou na dor. Eu estava frustrado e infeliz também. No entanto, me senti melhor depois de um ou dois dias.” Em. Douglas usou várias palavras cinestésicas para descrever sua condição. Seu uso repetido de termos de sentimento me ajudou a descobrir que o sentido preferido da Sra. Douglas' era principalmente cinestésico. Eu respondi usando também o mesmo tipo de palavras. O objetivo de usar as palavras de sentimento era melhorar o relacionamento para ajudar a Sra. Douglas tornou-se mais ligado a mim. À medida que nossa discussão prosseguia, descobri que a Sra. O humor de Douglas estava mudando. Ela não parecia tão infeliz quanto antes de nossa conversa começar. Ela parecia alegre. Quando ela sorria ocasionalmente, eu re- 36 Capítulo três respondeu à sua ação com um sorriso. Meu interesse e respostas a ela pareciam trazer uma mudança. Ela não estava mais expressando sua infelicidade e mau pressentimento anteriores. Sua atenção estava mais em narrar para mim o que estava acontecendo dentro dela. Observei uma mudança positiva em seu humor. Abordagem e Comentários Em. A situação de Douglas é um bom exemplo de um paciente que estava pronto para falar, mas somente depois que algum relacionamento foi estabelecido. No entanto, existem situações em que o paciente pode não estar pronto para falar, mesmo após a tentativa de relato. Alguns pacientes podem estar inconscientes ou fracos demais para falar ou podem estar zangados com a Igreja ou com Deus para quem o ministro pastoral representa. Se o ministro pastoral aplica as habilidades de rapport e o paciente não sente vontade de falar, o ministro pastoral não deve pressionar o paciente. A abordagem da Sra. Douglas acima é chamado de identificação. Identifiquei-me com a Sra. Douglas em suas experiências dolorosas e frustrantes, contando a ela sobre minha própria dor de cabeça dolorosa. A identificação com um paciente dessa maneira cria um terreno comum entre o ministro pastoral e o paciente. Quando o paciente vê o ministro pastoral como tendo tido experiências semelhantes, isso ajuda o ministro pastoral a ganhar mais credibilidade com o paciente. Essa abordagem também pode encorajar a pessoa doente a exercitar a paciência e a esperança de sobrevivência. O ministro pastoral pode não querer relatar suas próprias experiências ao paciente, mas pode decidir falar sobre as experiências de outros pacientes ou amigos. UM ENCONTRO COMPLETO COM UM PACIENTE: O CASO DE KEN Certa vez me pediram para ir ver um jovem de trinta e poucos anos que havia indicado à enfermeira que já havia sofrido o suficiente e queria acabar com sua vida. Devido a um tiroteio ocorrido quando ele tinha vinte e cinco anos, Ken (nome fictício) ficou paralisado da cintura para baixo por cerca de dez anos. Depois de passar anos em uma cadeira de rodas, ele estava farto da vida. O médico de Ken acabara de lhe dizer que não havia possibilidade de Ken voltar a andar. Essa triste notícia foi tão devastadora para ele que Ken desejou a morte. Ken até expressou sua decepção com Deus por não protegê- lo no tiroteio. Ele tinha sido coroinha quando era mais jovem e tentou o seu melhor para viver uma boa vida quando jovem. Depois de anos de orações, em vez de experimentar a cura de Deus, Ken ouviu o oposto direto – um prognóstico de paralisia permanente. Conversas Pastorais com Pacientes 37 Na porta de seu quarto, bati e ouvi uma voz fraca e baixa me pedindo para entrar. Quando entrei, olhei diretamente nos olhos de um homem de aparência triste. Sorri para ele, mas quando ele não retribuiu meu sorriso, retirei o meu. Foi então que suspeitei que algo sério o estava incomodando. Sentindo-me triste, eu o cumprimentei em um tom baixo. “Oi Ken. Eu sou o Pastor Cajetan, um capelão aqui. Eu estava passando e vim expressar minha preocupação por você estar aqui.” Ele estendeu as mãos para um aperto de mão. Ele disse: "Obrigado, Pastor, por ter vindo." “Obrigado, Ken, por me permitir visitá-lo. Você não parece feliz esta manhã. Desculpe se estiver errado, mas parece que algo está realmente incomodando você.” “Sim, pastor, sinto vontade de tirar minha própria vida. Estou cansado desta vida inútil.” "Desculpa ken. Se posso perguntar, por que sua vida é inútil? Estou preocupado. Falar com eu por favor. Estou pronto para ouvir.” “Minha vida é inútil porque nos últimos dez anos estou paralisado da cintura para baixo. Estou cansado de viver assim. Para um homem da minha idade depender dos outros para basicamente tudo o que preciso não é uma maneira divertida de viver. Eu sinto vontade de morrer.” “Ken, eu me sinto tão triste em ouvir o que você está passando. Eu me preocupo com você. Ao compartilhar suas experiências, senti uma dor em meu coração, especialmente quando você mencionou sua paralisia. Ajudaria se você pudesse me dizer o que o levou a ficar paralisado. “Dez anos atrás, eu estava do lado de fora do meu apartamento ao lado do meu carro quando ouvi tiros. Eu estava tão apavorado e não sabia de onde vinham os tiros. Corri para a rua para saber o que estava acontecendo. Eu vi a polícia e uma gangue de homens supostamente vendendo drogas. A polícia queria prendê-los e, quando não conseguiram, houve um tiroteio. Quando entendi o que estava acontecendo, tentei correr de volta para minha casa. Uma bala perdida me atingiu nas costas. Caí e não soubeo que aconteceu comigo até a manhã seguinte, quando me vi no hospital. Eu realmente não sei por que Deus permitiria que tal coisa acontecesse comigo.” “Oh meu Deus, eu sinto muito, Ken. Essa foi uma experiência terrível e infeliz. Tal experiência poderia fazer qualquer um fazer muitas perguntas. Obrigado por compartilhar tanto comigo. Isso me ajuda a entender mais seus pensamentos e sentimentos neste momento. Você se perguntou por que Deus permitiu que tal coisa acontecesse com você. Eu gostaria de ouvir mais sobre isso de você e como você se sente em relação a Deus nesta condição.” “Estou zangado com Deus onde quer que Ele esteja! Ainda não consigo entender por que Deus permitiu que isso acontecesse comigo. Esse incidente mudou minha vida para sempre. Eu não experimentei nenhuma melhora nos últimos dez anos. Morrer é o melhor. Nem mesmo pregue para mim ou faça qualquer oração nesta sala. eu tenho orado por 38 Capítulo três dez anos, só para ouvir do meu médico que eu nunca vou andar. Pastor, não pregue ou ore por mim! "Eu ouvi você, Ken. Prometo honrar seu desejo, embora espero não estar impondo ao compartilhar uma história.” A história de Ken e sua decisão de tirar a vida foram tão patéticas que me senti tão triste. Decidi usar uma história para ajudá-lo a ver sua condição de maneira diferente e possivelmente tomar uma decisão mais sábia. Essa abordagem é chamada de liderança. Liderar refere-se a ajudar um paciente a passar de uma condição emocional para outra. "Posso te contar uma história?" Eu perguntei. "Vá em frente!" “Muitos anos atrás, antes do homem branco vir para a África e trazer o cristianismo, as pessoas costumavam adorar os deuses locais. Eles costumavam interpretar muitas coisas que aconteciam com eles de acordo com o que sentiam sobre os deuses. Havia uma doença chamada 'Afor otito', que significa "estômago inchado". Era uma doença temida. Qualquer pessoa com essa doença era considerada um ser humano maligno que havia cometido um ato maligno neste mundo ou no mundo passado da pessoa, ou talvez seus ancestrais tivessem feito algo terrível. Tal doença era vista como punição dos deuses. Nosso povo costumava pensar que a doença era um castigo pelo pecado. “Nosso povo também acreditava que para evitar atrair a ira dos deuses sobre os inocentes da aldeia, o doente seria jogado na floresta maligna onde se acreditava que os espíritos malignos tinham sua morada. A pessoa seria rejeitada por irmãos e irmãs, pais, amigos e parentes e deixada para morrer dentro da floresta maligna. Havia um homem chamado Chinwendu (Deus é dono da vida) que havia perdido sua esposa. Ele achou muito difícil suportar a perda. Eles tiveram dois filhos, Chika (Deus é maior) e Chidi (Há Deus). Os filhos de Chinwendu eram seu único consolo. Um mês após a morte da esposa de Chinwendu, ele foi à fazenda buscar inhame para os dois filhos comerem. Enquanto estava na fazenda, ele ouviu tiros em sua aldeia. Ele ficou com muito medo e correu de volta para saber o que estava acontecendo.” Notei um pouco de excitação em Ken enquanto ele me ouvia, balançando a cabeça e ansioso para ouvir mais. Como Ken estava ouvindo com interesse, continuei. “Ao chegar à aldeia, Chinwendu viu que estava deserta. Ele chegou em sua casa e não viu seus dois filhos. Ele começou a procurá- los apenas para saber que a aldeia havia sido atacada por saqueadores de escravos. Eles tinham armas para invadir aldeias e capturar pessoas para escravidão. Na noite daquele dia, descobriu-se que seus dois filhos estavam entre os capturados e levados para o navio negreiro, e não havia esperança de vê-los novamente. Era demais para Chinwendu suportar. Isso foi pouco tempo depois de perder sua esposa. Ele se recusou a ser consolado. O restante do povo da aldeia se reunia a cada dia para consolá-lo, mas não via necessidade de continuar vivendo. Conversas Pastorais com Pacientes 39 “Uma noite ele decidiu tirar a própria vida. Ele tinha uma corda para se enforcar. Ele considerou o melhor lugar para cometer suicídio para que as pessoas não soubessem o que estava acontecendo e tentassem resgatá-lo. Ele calmamente pegou sua corda e foi para a floresta maligna na calada da noite. Ele subiu em uma árvore Iroko e amarrou a corda em um dos galhos. Assim que ele estava prestes a amarrar a corda para se enforcar, ele ouviu alguém chamando do pé da árvore: 'Ei, Chinwendu, se você quer se enforcar, certifique-se de amarrar a corda muito bem para não cair fora e acertar meu estômago inchado e me matar porque ainda não estou pronto para morrer.' Chinwendu gritou: 'Quem está aí?' 'Sou eu Wereuwakodi (Tome o mundo como ele é). Por favor, tome cuidado para não me ferir.' Ouvindo uma voz do pé da árvore Iroko àquela hora da noite, Chinwendu ficou apavorado. Ele imediatamente removeu a corda do pescoço e olhou para baixo e viu um homem com o estômago inchado que havia sido jogado fora por parentes para morrer por causa da doença que ele tinha.” Houve uma gargalhada de Ken. Eu ri também. Notei uma mudança em seu humor e ele parecia mais animado. Continuei: “Chinwendu desceu apressadamente da árvore Iroko, jogou fora a corda e saiu correndo dizendo: 'Oh meu Deus! Aqui está um homem que foi abandonado para morrer e não quer morrer, e aqui estou eu pronto para tirar minha vida.' Chinwendu correu para casa e, a partir daquele dia, aceitou a vida como ela veio e nunca mais tentou tirar sua vida. ” Ken caiu na gargalhada novamente e perguntou: "Você tem certeza que isso aconteceu?" Eu ri com ele e respondi: “Sim, nos disseram que isso aconteceu. É uma daquelas histórias folclóricas contadas entre os Igbos do leste da Nigéria. Existem diferentes versões, mas é a mesma lição. Meu tio nos disse que foi nosso bisavô quem contou a história ao nosso avô e nosso avô contou a história a ele, e ele nos transmitiu quando ainda éramos pequenos”. “Essa é uma grande história. Então o que você está tentando me dizer? Isso significa que não importa a condição das coisas, nenhuma pessoa deve pensar em se matar?” "Você disse isso, Ken." “Parece algo que você veria em um filme. No entanto, obrigado por me contar a história. Eu sei que não é certo eu tirar minha vida, mas há certas circunstâncias em que acabar com a vida parece ser a melhor coisa.” “Eu te entendo, Ken. Eu não culpo você por sentir vontade de terminar. Ao mesmo tempo, estou feliz que você ouviu minha história. Eu espero que você pense sobre isso. " “Bem, obrigado por me contar a história. Eu tenho o significado. Eu vou pensar sobre isso. " 40 Capítulo três “Obrigado, Ken, por ouvir. Deixe-me fazer-lhe esta última pergunta. Existe alguém que te ama tanto e você ama tanto que ficará profundamente devastado se algo mais acontecer com você?” "Sim." "Quem é a pessoa?" "Minha mãe é a pessoa." "Fale-me sobre ela." “Ela estava aqui pouco antes de você entrar. Você a teria visto se tivesse vindo um pouco mais cedo. Ela é uma mãe doce, e a melhor mãe que posso ter neste mundo. Ela me ama muito e eu a amo muito. Ela é minha única fonte de força.” “Ken, estou feliz que você tenha alguém que te ama. Tenho certeza que você não quer partir o coração dela. Pense nela e pense na história. Deixe- me saber se há alguma maneira que eu possa ser útil. Vou deixar você descansar um pouco agora. Mais uma vez, obrigado por me ouvir. Espero te ver em breve. " “Muito obrigado, pastor. Tchau. " BREVE ANÁLISE DO ENCONTRO COM KEN Esse encontro com Ken foi terapêutico e cheio de graça para nós dois. Ambos tínhamos histórias para contar e precisávamos que outros nos ouvissem, valorizassem e apreciassem o que tínhamos a dizer. Havia tristeza e alegria em nossas vidas. Poderíamos falar de tempos mais felizes e depois de mudanças significativas. No final do nosso encontro, nós dois nos sentimos de forma diferente. Nós dois estávamos em paz com nossas vidas. Tínhamos coisas em quepensar. Como mencionado anteriormente, esta abordagem foi um bom exemplo do que Judith Acosta e Judith Simon Prager chamam de liderança. sentimento positivo de aceitar a vida como ela vem. Minha história também interrompeu seu ciclo de pensamento depressivo e, nesse sentido, poderia ser chamada de interrupção de padrão. Recomendações Em condições normais, o ministro pastoral teria orado com o paciente durante a visita. Eu certamente gostaria de orar com Ken, mas lembrei-me de que ele havia dito que desejava que eu não o fizesse. A abordagem que usei no caso de Ken é diferente da da Sra. Douglas. Depois de ouvir Ken, contei-lhe uma história folclórica, que funcionou como uma metáfora, mas, mais importante, como uma terapia não apenas para envolver sua imaginação, mas para Conversas Pastorais com Pacientes 41 considerar sua própria vida com mais clareza e seriedade. A história de Ken pode ser vista e ouvida através do filtro do processo paralelo que uma pessoa ouve e usa inconscientemente como seu próprio autorretrato. A partir de experiências pessoais, notei que às vezes conto histórias de outras pessoas ao meu público sem ter consciência de que estou usando essas histórias para me revelar. Documentação da história do paciente e implicações éticas Após a reunião com o paciente, é útil que o ministro pastoral reflita brevemente sobre a visita e depois documente a visita, especialmente se for exigida pelo estabelecimento de saúde. Não é apropriado nem aconselhável que o ministro pastoral registre o que o paciente está dizendo sobre sua doença e sentimentos em sua presença. Se o ministro pastoral gravar ou escrever a história enquanto ouve, isso pode levar à suspeita e tornar o paciente menos aberto ou menos expressivo. Ao documentar a história do paciente, o nome real do paciente não deve ser usado. Documentar o nome exato do paciente e usá-lo em público sem permissão pode constituir uma violação grave da política de privacidade do estabelecimento de saúde. Também pode constituir uma violação das regras da HIPAA (Health Insurance Portability and Accountability Act), que fornece proteção federal para informações de saúde privadas nas mãos das unidades de saúde e fornece alguns direitos para os pacientes garantirem a privacidade de suas informações de saúde.7 No próximo capítulo, discutiremos o movimento das histórias e experiências dos pacientes da beira do leito para o púlpito. Uma coisa é o ministro pastoral reunir informações valiosas dos pacientes; outra coisa é o ministro pastoral saber como usar tais histórias na preparação e entrega de um sermão. NOTAS 1. Nicholas Boothman, como fazer as pessoas gostarem de você em 90 segundos ou menos (Nova York: Workman Publishing, 2000), 91. 2. Harlene Anderson, Conversation, Language, and Possibilities: A Postmodern Approach to Therapy (Nova York: BasicBooks, 1997), 145. 3. Michael Purdy e Deborah Borisoff, eds., Listening in Everyday Life, Intra / Interpersonal Listening (New York: University of America, 1997), 49. 4. Boothman., 103. 5. Dennis M. Kratz e Abby Robinson Kratz, Effective Listening Skills (Chicago: Mirror Press, 1995), 21. 42 Capítulo três 6. Judith Acosta e Judith Simon Prager, O pior já passou: primeiros socorros verbais para acalmar, aliviar a dor, promover a cura e salvar vidas (San Diego, Califórnia: judeus, 2001), 73. 7. Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, “Privacidade de Informações de Saúde”, disponível em www.hhs.gov/ocr/privacy/hipaa/understanding/index.html. http://www.hhs.gov/ocr/privacy/hipaa/understanding/index.html Conversas Pastorais com Pacientes 43 Capítulo quatro Da história do paciente à homilia Os encontros entre o ministro pastoral e os doentes não se limitam a ouvir suas histórias. Mover suas histórias da beira do leito para o púlpito envolve um processo hermenêutico. Examinaremos, portanto, o processo hermenêutico envolvido na interação de histórias humanas (dos pacientes) e histórias divinas (de Deus) para dar origem a uma homilia que possa abordar os problemas dos enfermos. Também nos referiremos a exemplos de homilias que são apresentados no apêndice. O PAPEL DA HISTÓRIA NA PREGAÇÃO DA PROCLAMAÇÃO O uso de histórias para transmitir mensagens de uma geração para outra é tão antigo quanto a raça humana. Histórias, boas histórias, capturam a atenção dos ouvintes e envolvem sua curiosidade e imaginação enquanto abrem uma porta para suas mentes não-conscientes. Contar histórias pode ser útil para transmitir conhecimento e informação, estimular o pensamento criativo e a reflexão e introduzir sutil e indiretamente mensagens terapêuticas. William Nichols observa que o uso de histórias para transmitir mensagens importantes tem sido aplicado com frequência e sempre produziu resultados notáveis.1 De acordo com Ronald J. Allen, “As histórias oferecem uma estrutura de significado dentro da qual se pode entender pessoas, relacionamentos, eventos, ações.” 2 No Antigo e no Novo Testamento, histórias e experiências pessoais compartilhadas eram comumente usadas para transmitir verdades divinas. A história de Jó é um bom exemplo da história de uma pessoa doente, e os professores religiosos usaram essa história por muitas gerações para comunicar uma verdade divina sobre onde Deus se encontra no sofrimento humano e sobre como os seres humanos reagem ao seu sofrimento. 42 Da história do paciente à 43 condições. Às vezes é difícil entender por que as pessoas sofrem. Quando as pessoas sentem que não merecem suas condições de sofrimento, fazem perguntas como: Por que eu? O que eu fiz para merecer esta doença? Por que Deus permitiu que eu sofresse? Embora fazer as perguntas acima pareça natural, pode não haver respostas satisfatórias. No entanto, professores religiosos usaram a história de Jó e outras histórias para comunicar que, por mais difícil que seja entender por que coisas ruins acontecem, Deus não abandona seu povo. Os sofredores recebem abundantes bênçãos de Deus. As bênçãos de ser fiel a Deus em tempos difíceis podem ser realizadas nesta vida ou na vida futura. Nos evangelhos, Jesus também usou muitas histórias para se dirigir aos seus ouvintes. Nichols vê Jesus como um mestre contador de histórias que usava histórias que carregavam o peso da mensagem que ele queria entregar.3 Jesus atingiu o coração de seus ouvintes usando muitas parábolas, imagens comuns e linguagem familiar que os atraiu para ouvir e entender sua mensagem, mesmo quando a mensagem não foi facilmente compreendida e precisava de alguma explicação. A história do Bom Samaritano de Lucas é um exemplo de parábola usada por Jesus para ensinar ao seu público a verdade divina sobre o amor e a hospitalidade que devem ser concedidos a um estranho ou a um doente que precisa de ajuda (Lc 10, 30-37). Os pregadores contemporâneos também perceberam a eficácia do uso de histórias e experiências passadas na pregação para suas audiências. Allen reconhece que histórias, imagens e experiências podem ser usadas como ilustrações eficazes que podem tornar a homilia mais viva e fácil de entender, especialmente quando há afirmações teológicas abstratas.4 A doença pode alienar os doentes de suas comunidades, especialmente quando as comunidades não valorizam e alcançar seus membros doentes. Portanto, quando as histórias dos enfermos são incorporadas aos eventos de pregação, o homilista pode reconectar e fortalecer a conexão entre os enfermos e os sãos. O ministro pastoral também pode fazer saber aos membros da comunidade que quando um membro sofre, todos sofrem. Pelo menos, Ao ouvir atentamente as histórias dos doentes, outros membros da comunidade pode identificar algum “terreno comum” em suas próprias histórias.5 As histórias dos doentes tornam-se uma experiência comum quando os membros da comunidade encontram semelhanças entre suas própriashistórias e as dos doentes, de coisas que eles já vivenciaram, estão atualmente experimentando ou provavelmente experimentará. Por exemplo, uma funcionária do hospital expressou sua gratidão com a Homily One. Segundo ela, esta homilia a ajudou a compreender melhor o que significa dizer que Deus sofre conosco e não nos abandona para sofrer sozinhos. Quando as histórias dos pacientes são usadas nas homilias, como demonstrado no apêndice, os saudáveis são encorajados a se preparar para uma 44 Capítulo possível desafio da fé através da doença. Essas histórias podem servir de consolo ou encorajamento para “sofredores tementes a Deus”. O DOENTE COMO SACRAMENTO DA COMUNIDADE As experiências dos doentes contidas em suas histórias são um sacramento pelo qual a comunidade cristã pode receber a graça. Através da partilha das experiências dos doentes, especialmente nas celebrações litúrgicas, a comunidade chega a uma melhor compreensão do lugar de Deus no mundo. As histórias e experiências da pessoa doente podem atuar como “experiências evidenciais” 7 para sustentar o ponto sobre a graça e o amor de Deus pelos doentes. Um exemplo de experiência evidencial é apresentado na Homilia Dois. O encontro entre o ministro pastoral e os doentes é em si mesmo um sacramento ou uma fonte de graça para os doentes, para o ministro pastoral e para a comunidade. Este encontro sacramental pode ser visto na imagem de Jesus acompanhando seus discípulos confusos, desapontados e deprimidos caminhando de Jerusalém para Emaús. Os discípulos receberam graça por meio da palavra e do sacramento e viram significado em sua condição deprimida. Em seu encontro com Jesus, eles receberam não apenas esperança e graça, mas também compartilharam sua esperança e graça com a comunidade cristã em Jerusalém. O pregador encontra os doentes, ouve suas histórias e as compartilha com a comunidade cristã. Estas histórias tornam-se elementos criativos das nossas celebrações litúrgicas e contêm em si a realidade que comunicam. Assim como Cristo está presente na palavra e nos elementos comuns do pão e do vinho, Cristo está presente nas histórias comuns dos doentes. David N. Power afirma que a palavra de Deus garante a esperança escatológica, especialmente em um encontro sacramental. A pessoa doente recebe esta palavra com fé, abraça-a e possui-a e torna-se, por sua vez, um sacramento de sentido para a comunidade. . Ela indicou que sentia mais o amor e a presença de Deus em sua vida. Joye Gros vê todo o ato de trazer à tona nossas experiências de vida, incluindo as dos doentes, para reflexão como um ato de fé profundo.9 Em outras palavras, nossa fé ou a fé da comunidade é enriquecida e fortalecida quando membros compartilham suas histórias uns com os outros. O PREGADOR COMO REFLETOR TEOLÓGICO Mover as histórias e experiências do paciente da beira do leito para a proclamação homilética envolve um processo hermenêutico no qual o pregador desempenha o papel de Da história do paciente à 45 papel de refletor teológico. Nas palavras de Patricia O 'Connell Killen e John De Beer, “a reflexão teológica alimenta o crescimento na fé, trazendo experiências de vida em diálogo com a sabedoria da herança cristã”. , capaz de atentar para as vivências do doente, e capaz de indagar sobre o significado dessas experiências de acordo com sua herança religiosa.11 Experiência é o que nos acontece. Nossas experiências podem nos estimular a fazer perguntas e nos convidar a refletir.12 Os doentes têm experiências capazes de evocar sentimentos, pensamentos, atitudes, esperanças e até desespero. Os doentes são desafiados a compartilhar suas histórias honestamente. Compartilhar histórias é mais fácil para alguns do que para outros. Enquanto as condições preocupantes dos doentes podem fazê-los fazer perguntas, os doentes podem não ter tempo e espaço para refletir bem teologicamente sobre o que está acontecendo com eles em seus relacionamentos com Deus, consigo mesmos, com os outros e com o mundo. O ministro pastoral pode ajudar a facilitar este processo de reflexão com o doente, ouvindo-o e ajudando-o a refletir. De acordo com Robert L. Kinast, “A técnica padrão para representar a experiência de alguém é narrá-la, oralmente ou por escrito, e geralmente para pessoas que estão preparadas para refletir sobre ela teologicamente.” 13 O processo hermenêutico começa quando o ministro pastoral ouve as experiências dos doentes, reflete sobre elas, interpreta e aplica-as a um sistema de crença cristão para melhor compreensão ou significado, e compartilha essa reflexão teológica com os os doentes podem não ter tempo e espaço para refletir bem teologicamente sobre o que está acontecendo com eles em seus relacionamentos com Deus, consigo mesmos, com os outros e com o mundo. O ministro pastoral pode ajudar a facilitar este processo de reflexão com o doente, ouvindo-o e ajudando-o a refletir. De acordo com Robert L. Kinast, “A técnica padrão para representar a experiência de alguém é narrá-la, oralmente ou por escrito, e geralmente para pessoas que estão preparadas para refletir sobre ela teologicamente.” 13 O processo hermenêutico começa quando o ministro pastoral ouve as experiências dos doentes, reflete sobre elas, interpreta e aplica-as a um sistema de crença cristão para melhor compreensão ou significado, e compartilha essa reflexão teológica com os os doentes podem não ter tempo e espaço para refletir bem teologicamente sobre o que está acontecendo com eles em seus relacionamentos com Deus, consigo mesmos, com os outros e com o mundo. O ministro pastoral pode ajudar a facilitar este processo de reflexão com o doente, ouvindo-o e ajudando-o a refletir. De acordo com Robert L. Kinast, “A técnica padrão para representar a experiência de alguém é narrá-la, oralmente ou por escrito, e geralmente para pessoas que estão preparadas para refletir sobre ela teologicamente.” 13 O processo hermenêutico começa quando o ministro pastoral ouve as experiências dos doentes, reflete sobre elas, interpreta e aplica-as a um sistema de crença cristão para melhor compreensão ou significado, e compartilha essa reflexão teológica com os e para o mundo. O ministro pastoral pode ajudar a facilitar este processo de reflexão com o doente, ouvindo-o e ajudando-o a refletir. De acordo com Robert L. Kinast, “A técnica padrão para representar a 46 Capítulo experiência de alguém é narrá-la, oralmente ou por escrito, e geralmente para pessoas que estão preparadas para refletir sobre ela teologicamente.” 13 O processo hermenêutico começa quando o ministro pastoral ouve as experiências dos doentes, reflete sobre elas, interpreta e aplica-as a um sistema de crença cristão para melhor compreensão ou significado, e compartilha essa reflexão teológica com os e para o mundo. O ministro pastoral pode ajudar a facilitar este processo de reflexão com o doente, ouvindo-o e ajudando-o a refletir. De acordo com Robert L. Kinast, “A técnica padrão para representar a experiência de alguém é narrá-la, oralmente ou por escrito, e geralmente para pessoas que estão preparadas para refletir sobre ela teologicamente.” 13 O processo hermenêutico começa quando o ministro pastoral ouve as experiências dos doentes, reflete sobre elas, interpreta e aplica-as a um sistema de crença cristão para melhor compreensão ou significado, e compartilha essa reflexão teológica com os comunidade adoradora. O exemplo a seguir mostra o início da reflexão teológica. Pat (nome fictício) deu entrada no hospital com graves problemas emocionais, físicos e espirituais. Devido a problemas de saúde significativos, Pat se preocupou por estar perdendo sua confiança e fé em Deus, a quem ela acreditava de todo o coração, nunca lhe daria mais do que ela poderia suportar. O ministro pastoral deu a Pat ampla oportunidade de compartilhar sua história e seus sentimentos sem interrupção.Sentindo sua frustração e notando seus medos, o ministro pastoral pediu permissão para compartilhar uma reflexão pessoal. Quando Pat concordou, o ministro pastoral respondeu que Pat o lembrava de Jesus, pois ela não merecia essa cruz, mas a carregava embora às vezes sobrecarregada. O ministro pastoral refletiu que Jesus também havia tropeçado várias vezes sob o peso da cruz, mas Jesus teve ajuda de Simão de Cirene, que carregou a cruz por um período de tempo. O ministro pastoral sugeriu que Pat pudesse deixar outra pessoa carregar sua cruz por um tempo também. Depois que o ministro pastoral terminou esta reflexão teológica, Pat ex- pressionou que ela nunca tinha pensado nisso dessa maneira. A declaração de Pat indicou que o ministro pastoral a ajudou a iniciar o processo de reflexão teológica. Mais tarde, o ministro pastoral pode continuar esse processo movendo as experiências do paciente da beira do leito para o púlpito. Na homilia, os pacientes, assim como os da congregação que ouvem a história, precisam Da história do paciente à 47 continuar o processo de reflexão mesmo depois da celebração litúrgica. Ao final deste processo de reflexão teológica, o ministro pastoral deve ser capaz de ajudar os enfermos a compreender um novo significado para suas condições de acordo com sua fé. Quando o ministro pastoral faz bem a reflexão teológica, pode melhorar a cura, bem como encorajar a compreensão e o apoio da comunidade. Edward O. de Bary sugere que quando a reflexão teológica ocorre, a saúde melhora porque um clima saudável é estabelecido. Um clima saudável traz honestidade, apoio, abertura e caridade em uma comunidade que cuida e apoia seus membros.14 ENCONTRO À BEIRA DO LEITO E SEUS EFEITOS NO MINISTRO PASTORAL O processo homilético de usar a história do paciente na pregação começa à beira do leito, quando o ministro pastoral ouve as histórias e experiências do enfermo. À medida que o ministro pastoral ouve atentamente, ele pode se encontrar com empatia no lugar do paciente. Como observa David Hogue, “participar imaginativamente de uma história que estamos ouvindo é uma consequência de nossa capacidade de empatia.” 15 Carrie Doehring também observa que andar no lugar da pessoa doente ou ver o mundo de sua perspectiva significa não apenas sentir com os doentes, mas também ser capaz de pregar a partir dessa experiência e do coração.16 Quando um ministro pastoral prega a partir de uma experiência prática, a pregação é mais persuasiva e eficaz porque é do coração. Através da escuta atenta, o pregador pode tomar consciência de questões na vida da pessoa doente, e então encontrar maneiras de abordar essas questões na pregação. “Ouvir histórias pode nos dar uma noção mais profunda do significado que as pessoas fizeram em suas vidas. Os eventos que incluem, os que omitem e os inevitáveis embelezamentos e descontos que fazem podem nos ajudar a apreciar como o mundo é construído para as pessoas que procuram nossos cuidados. é a avaliação e a resposta, e é menos provável que o ministro imponha suas próprias questões, valores e perspectivas. Por exemplo, ouvi a história de um paciente de 65 anos, o Sr. Jackson (nome fictício), cuja maior decepção e arrependimento foi que sua doença e idade haviam criado tais limitações que ele não podia mais ser ativo na gestão de seus negócios de forma eficaz. Quando entrei o Sr. Jackson's 48 Capítulo quarto e o cumprimentou, ele olhou para mim e perguntou: “Você é jogador de futebol? Você parece muito forte, do jeito que eu costumava parecer quando tinha vinte e trinta anos.” Em minha discussão posterior com o Sr. Jackson, fiquei sabendo que ele trabalhava em três empregos quando jovem. Através de seu trabalho duro, ele foi capaz de estabelecer seu próprio negócio. Sua empresa estava florescendo antes que ele tivesse o derrame que o impossibilitou de se movimentar e supervisionar seus negócios. Infelizmente, quando seu filho assumiu, o filho não conseguiu administrar a empresa de forma eficaz. Senhor. Jackson lamentou: “Infelizmente, tudo parece estar desmoronando na minha vida. Dói-me para o inferno.” Quando ouvi pela primeira vez o Sr. Jackson, eu imediatamente me conectei com ele por causa de algumas semelhanças em sua história e na minha, sugerindo uma identificação entre o paciente e esse ministro pastoral. Eu podia entender suas preocupações e o que ele considerava importante. Por exemplo, ele e eu valorizamos o trabalho duro. Quando o Sr. Jackson me elogiou como um homem de aparência forte, tomei consciência de minhas próprias limitações. Sua história me fez perceber como as pessoas podem se tornar limitadas devido à doença e à idade. A maneira como eu jogava futebol quando eu tinha vinte e poucos anos não é mais como eu jogo agora. Eu me vejo ficando limitado devido à idade. Eu tive que ouvir em vários níveis e com todos os meus sentidos, com meu coração, mente e imaginação. Ouvindo o Sr. Jackson, mais tarde refleti sobre sua história e a minha para descobrir significados mais profundos que me tornaram mais consciente de minhas próprias emoções das quais eu não tinha consciência. Esse processo de reflexão e descoberta inconsciente de um significado mais profundo e de um terreno comum na história do ministro pastoral e na história do paciente é chamado de processo paralelo. Gerald Egan sugere que o ministro pastoral não apenas ouça as palavras dos outros, mas também ouça a mensagem enterrada nas palavras ou codificada nas pistas que cercam as palavras.18 As histórias realmente revelam muito sobre o narrador e não apenas criar um sentimento de empatia pelo ouvinte, mas também ajudar o ouvinte a refletir sobre algumas realidades pessoais. Na pregação, o ministro pastoral é profissionalmente obrigado a usar esse processo paralelo tanto para entender melhor quanto para apreciar conexões ou desconexões não conscientes com o paciente e sua história. O processo paralelo deve monitorar quaisquer sermões subsequentes, para que sejam de Deus e para o povo de Deus e não mensagens e revelações pessoais. TIPOS DE HISTÓRIAS COMO PRESENTES PARA PREGAR Quando os indivíduos estão sujeitos a dores físicas ou mentais devido a doenças ou outras fontes de sofrimento, eles reagem contra suas experiências de maneira diferente e de várias maneiras. Alguns pacientes podem querer falar ou expressar seus sentimentos Da história do paciente à 49 contando histórias, enquanto alguns podem não querer falar. Alguns podem falar, mas podem não estar falando de forma coerente, especialmente alguns pacientes em unidades psiquiátricas. Nem todas as histórias ou reações a doenças podem ser bons recursos para a pregação. No entanto, ao aplicar as habilidades discutidas no capítulo três, o pregador ouve atentamente os seguintes dons das histórias e experiências do paciente. OUVINDO OS DONS DA PERGUNTA E DO DESAFIO Ao ouvir as histórias dos doentes, o ministro pastoral ocasionalmente ouve os pacientes fazerem perguntas desafiadoras. Para compreender suas condições depressivas e as razões de seu sofrimento, alguns pacientes podem exigir respostas de Deus. Wayne E. Oates afirma: “Eles podem até legitimamente protestar contra Deus por seus maus-tratos a eles”. 20 Fazer perguntas para compreender suas condições de sofrimento também pode mostrar até que ponto a doença desafiou sua fé e pode revelar os problemas de medo e impaciência ligados à doença. Embora possa parecer negativo fazer perguntas a Deus, Por exemplo, ao ouvir a história de Ken sobre sua dor e paralisia, o O pregador entendeu que Ken se sentia injustamente tratado por Deus e questionou seu sofrimento. As perguntas de Ken vieram do medo e do desejo desesperado de ficar bom. Suas perguntas eram semelhantes às de Jó nas Escrituras. Ouvindo tais perguntas e observando até que ponto a fé do paciente é desafiada, o ministro pastoral deve tomar nota, porque muitos outrospacientes podem estar fazendo perguntas semelhantes e podem ser desafiados de maneiras semelhantes. Tais perguntas e desafios funcionam como bons materiais de recurso para serem usados em homilias posteriores. A história de Ken, um exemplo adequado dos dons da pergunta e do desafio, é apresentada na Homily One. OUVINDO OS PRESENTES DA CULPA E DO DESESPERO Às vezes, ao narrar suas experiências, o ministro pastoral pode ouvir os pacientes se culparem por suas doenças. Uma pessoa que desenvolve câncer de pulmão após repetidas advertências de seu médico para parar de fumar pesadamente pode se culpar por agir contra o conselho médico e por contribuir para sua doença e sofrimento.21 Esse tipo de resposta ficou evidente na história de Joey 50 Capítulo que se culpava por sua paralisia e por causar a morte de seus dois amigos porque Joey havia dirigido sob a influência de álcool. Existem algumas pessoas que culpam a Deus por não protegê-las quando sofrem um acidente. Frequentemente, há raiva principalmente quando o indivíduo não causou o acidente. Um ministro pastoral também pode ouvir alguns pacientes se referirem a suas doenças como “castigos” de Deus – seja por irem contra seus ensinamentos religiosos ou por viverem estilos de vida descuidados. Muitos pacientes com HIV culpam a si mesmos ou são responsabilizados por outros por serem responsáveis por seu sofrimento. Os pacientes que se culpam por causar suas doenças e sofrimentos às vezes falam com desespero como se tivessem perdido a esperança de serem perdoados por Deus. Embora os ministros pastorais possam querer ajudar esses pacientes a encontrar alívio e perdão, eles devem dar a esses pacientes tempo suficiente para falar sobre sua culpa, vergonha, culpa e responsabilidade. No entanto, é importante que o ministro pastoral perceba esses sinais de desespero. Esses sinais podem fornecer materiais de recursos ricos para a pregação. Enquanto o evangelho deve fornecer uma mensagem de esperança para tais pacientes, o ministro pastoral deve incluir uma forte mensagem de esperança na homilia. OUVINDO OS DONS DE TESTEMUNHO, ACEITAÇÃO E ESPERANÇA Ao ouvir os pacientes, o ministro pastoral deve observar aqueles que, por meio de suas histórias, demonstram a aceitação de suas condições de sofrimento como forma de expressar sua fé ou testemunhar sua crença religiosa. Tais expressões de fé durante o sofrimento fornecem bons recursos materiais que podem ser usados para a pregação. Esses pacientes não perderam a esperança de cura e de vida, mesmo quando suas doenças podem ser terminais. Nas palavras de Travelbee, “Sua aceitação é baseada na percepção da condição humana combinada com uma profunda crença nos princípios de seu credo. Para demonstrar esse tipo de aceitação, o indivíduo deve ter acreditado firmemente, bem como seguido suas convicções religiosas. ”22 Esses pacientes chegaram a um acordo com a doença e resignaram seu destino a tudo o que Deus permite. Eles também demonstram esperança de cura, mesmo quando suas doenças são críticas ou terminais. Eles acreditam que a recompensa da vida eterna os espera. Aceitar as doenças não significa que tais pacientes não expressem medo e dor. Como Travelbee coloca: “Isso não quer dizer que tal pessoa nunca vacile, nunca esteja ansiosa ou nunca precise de segurança ou encorajamento. Significa, no entanto, que tal pessoa é capaz de suportar o peso desses sofrimentos por um longo período de tempo com paciência e uma espécie de resignação serena. ”23 Da história do paciente à 51 Em meu ministério no hospital, fiquei surpreso com um encontro com Jane, uma paciente com câncer de cinqüenta anos. Ela expressou que estava com uma dor terrível. Não estava claro se ela sobreviveria à hospitalização atual. Jane contou como ela estava se sentindo terrível e eu perguntei a ela como ela se sentia em relação a Deus em sua doença. Ela me disse que se não fosse por Deus, sua doença poderia ter sido pior. Ela também me disse que havia se entregado e seus sofrimentos a Deus e estava pronta para o que viesse. Fiquei impressionado com as respostas dela. Eu esperava que ela falasse com raiva e atacasse Deus por sua doença incurável. Jane estava definitivamente pronta para a morte e tinha esperança de uma nova vida em Deus. A expressão de fé de Jane em meio à doença é apresentada na Homilia Dois. SELEÇÃO DE TEXTO DO LECIONÁRIO DA IGREJA OU COMO ESCOLHIDO PELO PREGADOR A pregação no hospital pode fazer parte do culto formal dominical ou do culto litúrgico diário ou reuniões informais para orar e compartilhar a palavra de Deus de uma maneira que aborde as condições dos doentes. Dessa forma, a Escritura é lida ou citada e a Palavra de Deus é refletida e compartilhada entre os doentes e os saudáveis. O ministro pastoral pode escolher o texto diretamente da Bíblia ou seguir as seleções do lecionário. William Skudlarek insiste que as Escrituras são o centro ou o cerne da pregação.24 Conseqüentemente, qualquer uma das formas é aceitável. SELEÇÃO DA BÍBLIA A seleção da Bíblia envolve a livre escolha de um ministro pastoral para selecionar um texto de pregação diretamente das Escrituras. Uma vantagem dessa livre escolha de um texto bíblico é que ela dá ao ministro pastoral a oportunidade de selecionar passagens que fornecem uma resposta pastoral ou uma resposta às condições humanas ou aos atuais problemas prementes dos doentes. Esse tipo de pregação se dirige às pessoas aqui e agora e de uma maneira que pode tocar suas vidas. Skudlarek chama isso de “a abordagem da situação da vida para a pregação”. Uma desvantagem de escolher diretamente da Bíblia é que ela coloca a congregação à mercê de qualquer coisa que o pregador deseje pregar. O livre arbítrio também pode contribuir para que o pregador retorne com frequência às passagens facilmente pregadas.26 Ao usar as passagens favoritas, o pregador dá mais atenção a alguns problemas ou questões do que a outros. Outra desvantagem da livre escolha de um texto bíblico é que parece fazer do público a fonte da mensagem em vez do receptor da mensagem. A Bíblia pode parecer um mero livro de respostas para problemas que podem não 52 Capítulo existir quando as Escrituras foram escritas. Da história do paciente à 53 Ao fazer com que a congregação ouça o que eles gostariam de ouvir, pode haver a tendência do ministro pastoral de evitar alguns textos que possam desafiar os ouvintes a certas exigências do evangelho.28 PREGAÇÃO LECIONÁRIA A pregação lecionária envolve a pregação de acordo com uma coleção formal de leituras das Escrituras organizadas e destinadas à proclamação nas celebrações litúrgicas diárias ou dominicais. Este arranjo tem uma vantagem. Ajuda o ministro pastoral e os fiéis a prepararem-se antecipadamente para a liturgia e a partilha da palavra.29 Skudlarek sugere que o clero e os leigos se reúnam antes da celebração e discutam as leituras e rezem sobre elas. Nos estabelecimentos de saúde onde existem comissões litúrgicas, capelães e profissionais de saúde interessados podem discutir as leituras e encontrar maneiras de aplicá-las ao contexto da assistência à saúde. Em uma das paróquias onde eu morava, tínhamos comissões litúrgicas que se reuniam uma vez por semana para discutir as leituras e preparar a liturgia com antecedência. A comissão litúrgica ajudou a aplicar as leituras aos acontecimentos atuais na comunidade. Se esse manejo colaborativo da liturgia for aplicado em estabelecimentos de saúde, isso pode ajudar a tornar a liturgia um esforço compartilhado pelos ministros ou capelães pastorais, trabalhadores da saúde e talvez até mesmo os doentes que podem ter sido engenhosos ao compartilhar suas histórias. No entanto, pregar aos doentes do lecionário tem seus próprios problemas. Skudlarek observa que as leituras foram escolhidas para dias específicos sem muita referência às necessidadesou interesses dos fiéis e do pregador. As leituras às vezes estão ligadas a festas e celebrações que podem não ser muito relevantes para os doentes.31 As leituras podem não abordar os atuais problemas prementes das pessoas, incluindo os doentes. Por causa da natureza abstrata de algumas das leituras do lecionário, o pregador pode ficar sem uma mensagem. RESUMO TEXTOS LECIONÁRIOS E PREGAÇÃO AOS DOENTES O que acontece quando as leituras ou os textos atribuídos a um determinado dia são tão abstratos que o ministro pastoral acha muito difícil conectá-los às necessidades dos doentes? A pregação litúrgica destina-se apenas a resolver os problemas das pessoas? 54 Capítulo problemas? Claramente, não. Embora seja verdade que a pregação litúrgica é mais eficaz quando aborda as necessidades ou problemas contemporâneos da congregação, a pregação litúrgica não se limita a essas necessidades. A pregação litúrgica aos enfermos deve ser antes de tudo uma proclamação da Palavra de Deus. A maioria das leituras para a celebração litúrgica são centradas em Cristo. A pregação aos enfermos deve ser apresentada de tal maneira que os enfermos vejam suas condições atuais à luz da vida, ensinamentos, morte e ressurreição de Cristo. Daniel Harris afirma que “a homilia eucarística é um momento especial em que o povo de Deus se reúne para uma experiência única de encontro com Deus na palavra viva”. Quando o ministro pastoral deve abordar um problema específico e os textos designados pelo lecionário para aquele dia específico tornam muito difícil para o pregador, Skudlarek tem este conselho a dar: De qualquer forma, se a situação é de tal importância que você deve falar diretamente com ela, e se as perícopes designadas para aquele dia específico não lhe fornecerem uma palavra apropriada, por mais diligentemente que você tenha procurado ouvi-la, então por todos os meios, escolha leituras que o capacitem a pregar a palavra do Senhor. Mas não (repita, não) leia as lições do lecionário e depois as ignore completamente em sua pregação. Fazê-lo é uma forma clara, de fato eloquente, de informar à congregação que a liturgia é algo que fazemos porque temos que fazer, mas que na verdade não tem nada a ver com a vida.33 Em outras palavras, se o ministro pastoral tem um assunto urgente que precisa urgentemente abordar e as leituras do dia não têm qualquer conexão com o assunto, ele pode deixar de lado as leituras do lecionário e escolher uma leitura mais adequada. Como já indicado, é apenas em raras situações que o pregador pode experimentar esse problema. Direta ou indiretamente, a maioria das leituras tem palavras para os doentes em suas situações. Tendo estado envolvido na pregação aos enfermos por vários anos, encontrei poucos casos em que precisei substituir leituras mais adequadas. Além disso, porque a comunidade hospitalar acolhe os doentes, bem como aqueles que os servem, o ministro pastoral também pode considerar as necessidades pastorais dos funcionários do hospital, familiares e amigos dos doentes. UMA HERMENÊUTICA DE TRÊS VIAS Pregar aos enfermos em uma unidade de saúde envolve uma hermenêutica ou interpretação de três vias da comunidade do paciente, a história do paciente e a própria história de Deus (texto bíblico). O objetivo principal de realizar essa interpretação tripla é atender às necessidades dos doentes, que em suas experiências vividas lutam para encontrar um novo significado. De acordo com Scott Kevin Davis: Da história do paciente à 55 Explorar o significado é uma busca pela congruência e correlação de sua história pessoal com a história comunal e uma história transcendente. A exploração e expressão de significado e compreensão é o processo da hermenêutica. A hermenêutica é o processo pelo qual as pessoas em conversas históricas recuperam significados antigos e descobrem uma nova compreensão da experiência enquanto avaliam criticamente as interpretações atuais mantidas tanto pelo indivíduo quanto pela comunidade. . . . Através do processo hermenêutico, pessoas e comunidades mediam o mundo em que vivem e interagem. Por meio da hermenêutica, pessoas e comunidades fazem e refazem seus entendimentos de seu lugar histórico como indivíduos e comunidades. Por meio da hermenêutica, as experiências de vida contadas são conectadas, interpretadas, explicadas e compreendidas dentro de um contexto narrativo mais amplo.34 INTERPRETANDO A COMUNIDADE DOS DOENTES A comunidade hospitalar é composta pelos doentes, profissionais de saúde, famílias, relacionamentos e amigos dos doentes. Os membros da comunidade hospitalar, principalmente os doentes e muitas vezes seus familiares, são pessoas que sofreram muito com problemas como: dor, culpa, vergonha, punição, raiva, depressão, isolamento, abandono, vício, luto e perda. O pregador deve estudar a congregação para poder estruturar uma homilia no contexto. Em Preaching as Local Theology of Folk Art, Leonora Tubbs Tisdale descreve a pregação contextual como envolvendo uma compreensão forte e crescente da congregação e suas culturas. O objetivo de preparar uma homilia e entregá-la no contexto é tornar a arte da pregação mais adequada, adaptativa e transformadora para os ouvintes.35 Pregar para uma comunidade de saúde exige que o pregador esteja bem familiarizado com a comunidade. Killen e De Beer, recomendam que o pregador considere as atitudes, opiniões, crenças e convicções dos membros da comunidade. O ministro pastoral deve ter em mente que o comportamento do doente pode ser muito diferente do do sadio. Devido às suas condições, os doentes podem ser muito emocionais. A linguagem que o pregador usa em sua homilia deve ser cuidadosamente escolhida para não dizer nada que possa fazê-los reagir negativamente às suas condições. Por exemplo, o pregador não deve falar como se julgasse o que causou sua doença. O pregador deve usar palavras que possam ajudá-lo a se sentir aceito, amado, cuidado e oferecer palavras que possam dar esperança. Pregar para uma comunidade hospitalar também exige que o pregador conheça a mensagem apropriada e a extensão da mensagem para a congregação e esteja atento à mensagem sem gastar muito tempo na entrega. Por uma variedade de razões práticas, a maioria das liturgias ou missas diárias em ambientes hospitalares duram cerca de trinta minutos ou menos. 56 Capítulo A duração das liturgias varia de acordo com a pastoral Da história do paciente à 57 razões. As liturgias costumam ser encurtadas por causa da condição debilitada dos pacientes e das frequentes e urgentes demandas impostas ao pessoal do hospital. O ministro pastoral não pode se dar ao luxo de mencionar nomes reais de pacientes ou descrições de pacientes que os identificariam ou revelariam as informações de saúde de qualquer paciente. Revelar essas informações constitui uma violação grave das regras da Lei de Portabilidade e Responsabilidade do Seguro de Saúde (HIPAA) e da ética profissional de saúde. INTERPRETANDO O TEXTO BÍBLICO Ao interpretar o texto bíblico para pregação dentro de uma liturgia pública, o ministro pastoral precisa reconhecer que aqueles que estão doentes devem encontrar novas formas de compreensão à luz da mensagem evangélica. É responsabilidade do ministro pastoral ajudar a congregação ou a comunidade hospitalar a interpretar o significado do texto conforme se aplica à sua condição atual de acordo com sua tradição. Como Allen afirma: “O pregador ajuda a comunidade cristã a interpretar o caráter divino, a situação do mundo, o relacionamento de Deus com ele e como responder de maneira consistente com o evangelho”. considera as seguintes questões: O que o texto está dizendo? Qual é o tema central do texto? Que problema ou problemas o tema central resolve ou tenta abordar? O ministro pastoral prepara uma homilia sensível às preocupações dos enfermos (medo, dor, abandono,raiva, depressão, etc.). Eugene Lowry propõe esta pergunta: “Qual tema querigmático implícito no texto fornece a pista para a resolução?” melhor compreensão de sua situação. Um tema querigmático refere-se a uma verdade doutrinária, revelada como as boas novas da ação salvadora de Deus em Cristo.38 Exemplos de temas querigmáticos ou doutrinários incluem a ressurreição, o amor, o perdão, a Trindade e assim por diante. Se o texto indicar um tema doutrinário, o ministro pastoral prepara um sermão baseado nestes temas ou similares, com especial atenção para os problemas dos doentes que esses temas parecem abordar.39 Por exemplo, se um ministro pastoral está pensando em preparar um sermão sobre a ressurreição, a questão principal é "Que problema a ressurreição resolve?" Com qualquer tema o pregador deve centrar-se numa mensagem de esperança para os doentes. Eugene Lowry acredita que o processo acima é importante, especialmente para aqueles pregadores cujos textos são do lecionário e cujos sermões têm muito a ver com a interpretação bíblica. dizer, mas também considerar 58 Capítulo Por quê o texto está dizendo o que diz.41 Na maioria dos casos, a questão de por que ajuda o ministro pastoral a determinar a forma que a homilia deve tomar. Lowry afirma: “Todo tema explícito pressupõe um problema implícito; todo problema explícito pressupõe um tema implícito.”42 É difícil para um ministro pastoral construir um sermão se a afirmação acima não se aplica. INTERPRETANDO E SELECIONANDO A HISTÓRIA ADEQUADA Para encontrar um novo significado para enfrentar, os doentes, consciente ou inconscientemente, contam histórias sobre suas vidas e o que está acontecendo em suas vidas. A pregação litúrgica é, portanto, uma oportunidade para o pregador interpretar a história do paciente, conhecer os problemas a serem abordados e conectá-los às narrativas do evangelho. Por exemplo, a história de Ken no capítulo três era a história de um homem frustrado e zangado. É um bom exemplo de sofrimento prolongado. Seu sofrimento de muitos anos combinado com a triste notícia de seu médico o fez perder o interesse em continuar com esta vida. Ele também estava desapontado com Deus, que ele achava que deveria tê-lo protegido. A história de Ken levanta muitas questões. Por que às vezes Deus permite o sofrimento? Uma interpretação da história de Ken revela então os problemas de depressão, decepção, desespero, raiva, tristeza e limitação. Depois de interpretar a história, o ministro pastoral deve saber se a história pode ser usada como material de recurso para a pregação. Ao selecionar a história apropriada para proclamar o evangelho, o pregador deve considerar o seguinte: 1) Como a história levanta questões e desafia a fé? A história de Ken, por exemplo, (Homilia Um) foi um dom de questionamento e desafio à fé. 2) A história levanta os problemas de culpa e desespero? A história de Joey no capítulo um apresenta esses problemas como presentes. 3) A história indica um testemunho do evangelho? Revela a aceitação de uma condição de sofrimento ou pode ser visto como um modelo de vida cristã? A história de Jane na Homilia Dois demonstra um dom de testemunho, aceitação e esperança. Ao traçar a homilia, o ministro pastoral deve saber qual história é mais apropriada para proclamar o evangelho. RITUALIZAÇÃO DA HISTÓRIA DO PACIENTE: LIGANDO A HISTÓRIA DE DEUS COM A HISTÓRIA HUMANA Herbert Anderson e Edward Foley recomendam que depois de ouvir a história Da história do paciente à 59 do paciente, o pregador deve ritualizar ou conectar a história do paciente 60 Capítulo à própria história de Deus.43 A importância de ligar a história de Deus e a história humana é ajudar os pacientes a reconstruir suas vidas e ver sua história como parte da história de Deus. Quando eu visitava pacientes do hospital que haviam assistido à celebração da missa em circuito fechado de televisão, eles indicavam que sentiam que eu falava diretamente com eles. Eles não sabiam que era a informação que eu havia obtido ao ouvir pacientes anteriores que me havia preparado para pregar a outros. Alguns dos pacientes pareciam ter aplicado as homilias pessoalmente a si mesmos e assim encontraram suas necessidades espirituais atendidas. As homilias tiveram algum efeito transformador sobre eles.44 Anderson e Foley afirmam: “O potencial para um encontro transformador pessoal e comunitário é significativamente ampliado quando o divino e o humano se cruzam em nossa narrativa e ritualização”. em suas histórias ou encontrar seu lugar na narrativa divina. As narrativas bíblicas têm muito a dizer sobre dor, perda, raiva, decepção, solidão, abandono, culpa, vergonha e outros problemas da vida. Suas expressões de felicidade depois de ouvir tais homilias sugerem que os doentes se transformam quando compreendem suas histórias pessoais como parte de uma narrativa transcendente maior. PLANTANDO A HOMILIA Depois de interpretar os textos bíblicos junto com a história do paciente, o ministro pastoral deve ter algumas informações importantes que possam ser usadas na trama da homilia. Por exemplo, o texto bíblico pode revelar um tema ou mensagem central, enquanto a história do paciente pode revelar uma necessidade sentida ou um problema que precisa ser abordado. O que preocupa a mente do pastor depois de interpretar o texto e a história do paciente? É uma mensagem bíblica central ou é uma necessidade ou problema sentido? Como Lowry indica, seja o que for, o ministro pastoral deve procurar o oposto.46 Ao traçar a homilia, Lowry defende a formação e modelagem de um sermão por uma interação de problema e tema. Em outras palavras, envolverá uma interação entre a história do paciente e a história de Deus. “Quando um tema de um sermão proposto é lançado contra um problema, uma ideia de sermão pode nascer. Quando um problema é colocado contra o evangelho, a interação pode dar origem a um sermão.”47 Para Lowry, um pregador que concentra seu sermão na mensagem ou tema central produzirá um sermão que soa como uma palestra, que pode contente, mas fraco em envolver o público.48 Por outro lado, Lowry acredita que se um pregador concentrar seu sermão em uma necessidade sentida, ele será capaz de estabelecer um contato rápido ou relacionamento com a congregação, mas seu sermão será fraco em conteúdo. Da história do paciente à 61 Lowry usa as imagens de coceira e arranhão para descrever a relação entre a necessidade sentida e a mensagem. Um sermão deve envolver tanto uma coceira quanto um arranhão. Uma homilia surge quando a coceira problemática cruza o arranhão da solução.49 Um exemplo elementar disso conectaria o medo da morte e do morrer do paciente com uma resposta bíblica sobre ressurreição e vida nova. O TEXTO DA PREGAÇÃO: UMA EMOCIONANTE MENSAGEM DE ESPERANÇA O objetivo do ministro pastoral é apresentar uma mensagem de esperança que possa transformar a vida dos enfermos. A homilia deve ser traçada e apresentada como mensagem de esperança aos enfermos. Isso não quer dizer que o objetivo do ministro pastoral seja usar a homilia para responder a todas as perguntas que os enfermos gostariam de fazer sobre seu sofrimento. A homilia deve antes de tudo ajudá-los a ver suas condições de sofrimento de maneira diferente à luz do evangelho. Ver suas condições de maneira diferente pode significar aumentar suas esperanças de uma possível cura física ou cura, bem como ajudá-los a lidar com suas condições de sofrimento, mesmo quando a cura física ou a cura são atrasadas ou difíceis de alcançar. A homilia também dá esperança de vida eterna àqueles cujas doenças são terminais. A homilia deve ser uma fonte de consolo para os tementes a Deus. Para os sãos, a homilia não só os ajuda a ver os doentes como importantes membros da comunidade, mas também os prepara com antecedênciapara um possível desafio de fé.Uma pessoa pode ser saudável hoje apenas para estar doente amanhã. A APRESENTAÇÃO DA HOMILIA Ao apresentar a homilia, Lowry também defende começar com a coceira e passar para o arranhão – da situação humana à solução nascida do evangelho. o doente (a coceira) antes de passar para a mensagem do evangelho (o arranhão). Contar a história do paciente funciona como uma forma de envolver os ouvintes e dar a conhecer a necessidade sentida. Por outro lado, a mensagem central atua como solução ou resposta ao problema. A história do paciente nem sempre pode vir como uma experiência negativa. Qualquer que seja a história do paciente, o pregador, sendo um refletor teológico, deve ser capaz de usar a mensagem do evangelho e responder às experiências do paciente. Esta resposta é para o benefício dos doentes e para toda a comunidade adoradora. 62 Capítulo Vimos a desenvoltura de usar o encontro à beira do leito com os pacientes. Ouvir as histórias dos pacientes ajuda a envolver o ministro pastoral na reflexão teológica. Quando uma reflexão teológica a partir da história dos enfermos é compartilhada em uma homilia com a comunidade adoradora em uma celebração litúrgica, a homilia pode atuar como fonte de graça para toda a comunidade, além de ajudar os enfermos a ver suas histórias como parte da história divina maior. NOTAS 1. William Nichols, Storytelling the Gospel (St. Louis, Missouri: Chalice Press, 1999), 2. 2. Ronald J. Allen, Interpretando o Evangelho: Uma Introdução à Pregação (St. Louis, Missouri: Chalice Press, 1998), 207. 3. Nicols, 5. 4. Allen, Interpretando o Evangelho, 208. 5. Ibid., 208. 6. Nichols, Contando Histórias do Evangelho, 3. 7. Allen, 29. 8. Power, “Let the Sick Man Call”, The Heythrop Journal 19 (1978): 256. 9. Joye Gros, Reflexão Teológica, Conectando Fé e Vida (Chicago, Illinois: Loyola Press, 2001), 5. 10. Patricia O 'Connell Killen e John De Beer, A Arte da Reflexão Teológica (Nova York: Crossroad, 1994), 19. 11. Ibid. 12. Ibid., 21. 13. Robert L. Kinast, O que eles estão dizendo sobre reflexão teológica? (Nova York: Paulist Press, 2000), 66. 14. Edward O. de Bary, Reflexão Teológica: A Criação do Poder Espiritual na Era Informativa (Collegeville, MN.: Liturgical Press, 2003), 42. 15. David A. Hogue, Remembering the Future Imaging the Past: Story, Ritual, and Human Brain (Cleveland: The Pilgrim Press, 2003), 100. 16. Carrie Doehring, A prática do cuidado pastoral: uma abordagem pós-moderna (Louisville, KY.: Westminster John Knox Press, 2006), 18. 17. Ibid., 96. 18. Gerard Egan, Face a Face: The Small-Group Experience and Interpersonal Growth (Pacific Grove, CA.: Brooks / Cole Publishing Company, 1973), 87. 19. Wayne E. Oates, The Revelation of God in Human Suffering (Filadélfia, PA.: The Westminster Press, 1952), 36. 20. Joyce Travelbee, Aspectos Interpessoais de Enfermagem (Filadélfia, PA.: FA Davis Company, 1971), 66. 21. Ibid. 22. Ibid., 71. Da história do paciente à 63 23. Ibid., 70. 24. William Skudlarek, The Word in Worship: Preaching in a Liturgical Context (Nashville, TN.: Abingdon, 1981), 11. 25. Ibid., 14. 26. Ibid., 13. 27. Ibid., 15. 28. Allen, 113. 29. Skudlarek, A Palavra em Adoração, 31. 30. Ibid., 34. 31. Ibid., 45. 32. Daniel E. Harris, Falamos a Palavra do Senhor: Um Plano Prático para uma Pregação Mais Eficaz (Chicago, IL .: ACTA Publications, 2001), 14. 33. Skudlarek., 51. 34. Scott Kevin Davis, “A Pastoral Care Hermeneutic for Preaching: From Patient Bedside Narrative to Congregational Pulpit Proclamation,” (Doctor of Ministry in Preaching Thesis, Aquinas Institute of Theology, 2003), 67. 35. Leonora Tubbs Tisdale, Preaching as Local Theology and Folk Art (Minneapolis: Fortress Press, 1997), 55. 36. Allen, 66. 37. Eugene L. Lowry, The Homiletical Plot: The Sermon as Narrative Art Form (Louisville, Kentucky: Westminster John Knox Press, 2001), 18. 38. EF Malone, “Kerygma”, em New Catholic Encyclopedia, 2002 ed. 39. Lowry, 18. 40. Ibid. 41. Ibid., 19. 42. Ibid. 43. Herbert Anderson e Edward Foley, Mighty Stories, Dangerous Rituals (San Francisco: Jossey-Bass Publishers, 1998), 34. 44. Anderson e Foley, 37. 45. Ibid. 46. Lowry, 19. 47. Ibid., 18. 48. Ibid., 17. 49. Ibid., 19. 50. Ibid., 20. Capítulo Cinco A avaliação da pregação Neste capítulo, testaremos a eficácia dos sermões pregados com histórias de pacientes em comparação com os sermões sem histórias de pacientes. As três primeiras homilias foram pregadas com histórias de pacientes, enquanto as três últimas foram pregadas sem fazer referência direta aos doentes e suas experiências. Os sermões pregados sem as histórias dos pacientes referem-se àqueles sermões que se concentram no texto bíblico ao invés de histórias e experiências de pacientes. A eficácia das homilias foi testada com um questionário elaborado para pacientes do hospital. Cópias dos questionários foram distribuídas aos pacientes em seus quartos antes das seis celebrações litúrgicas dominicais e recolhidas após as seis liturgias. Outra forma de testar essas homilias foi conversar pessoalmente com os pacientes do hospital, especialmente aqueles que podem não conseguir expressar seus sentimentos por escrito, preenchendo as opções fornecidas no questionário. As condições de saúde de muitos pacientes podem tornar mais difícil para eles escreverem enquanto estão deitados nas camas. Esta conversa face a face com os pacientes é outra maneira de proporcionar uma melhor oportunidade para aqueles pacientes que podem achar mais fácil dar informações mais detalhadas verbalmente sobre as homilias, especialmente quando o questionário não lhes dá oportunidade suficiente. As duas páginas seguintes incluem uma cópia do questionário que foi distribuído aos pacientes do hospital antes das seis celebrações da liturgia dominical. 60 A avaliação da pregação 61 UM QUESTIONÁRIO PARA AS RESPOSTAS DE PACIENTES HOSPITALARES Depois de ouvir a homilia pela televisão ou dentro da capela, marque uma destas opções, pois a homilia lhe agrada. Você não precisa escrever seu nome. 1. Quão eficaz foi esta homilia? (a) Muito efetivo (b) Eficaz (c) Um pouco eficaz (d) Não muito eficaz 2. Quão bem a homilia de hoje abordou os sentimentos que você está enfrentando agora em sua doença? (a) Excelente (b) Boa (c) Justo (d) Não ajudou muito 3. Quão bem a homilia abordou as perguntas que você está fazendo agora em sua doença? (a) Excelente (b) Boa (c) Justo (d) Não ajudou muito 4. Quão bem a homilia o desafiou a uma nova compreensão ou insight sobre sua doença ou sofrimento em geral? (a) Excelente (b) Boa (c) Justo (d) Não ajudou muito 5. Quão bem a homilia proclamou a bondade e a fidelidade de Deus hoje, mesmo em meio à doença? (a) Excelente (b) Boa (c) Justo (d) Não ajudou muito 6a. Quão importante foi para você a história do paciente na eficácia desta homilia? (a) Muito importante (b) Importante 62 Capítulo (c) um pouco importante (d) Não muito importante 6b. Em poucas linhas, explique um pouco mais a sua resposta à questão 6a? Isso é opcional. 7. Você tem algum outro comentário sobre a homilia? Isso também é opcional. AVALIAÇÃO DO QUESTIONÁRIO No questionário, as questões de um a cinco foram usadas para testar a eficácia tanto das homilias pregadas com histórias de pacientes quanto daquelas pregadas sem histórias de pacientes. As questões 6a a 7 foram usadas para testar as homilias pregadas apenas com as histórias dos pacientes. As questões 1-6a foram avaliadas por meio de valores numéricos, enquanto as questões 6b e 7 foram avaliadas qualitativamente pela qualidade ou força dos comentários feitos pelos pacientes. As respostas (a) e (b) do questionário foram consideradas como reações positivas. Por outro lado, as respostas (c) e (d) foram consideradas mais negativamente.OS RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO Os resultados dos questionários estão demonstrados nos gráficos. O quadro A mostra os resultados das homilias pregadas com histórias dos pacientes, enquanto o quadro B mostra os resultados das homilias pregadas sem as histórias dos pacientes. Os resultados deste questionário indicam claramente que a maioria dos pacientes prefere homilias pregadas com suas histórias e experiências do que homilias pregadas sem referência ao que está acontecendo com eles. Por exemplo, na questão 1 do Quadro A (homílias 1-3), 20 dos 22 pacientes indicaram que as homilias foram “Muito eficazes” ou “Eficazes”. Apenas dois indicaram que as homilias foram "pouco eficazes ou pouco eficazes". AVALIAÇÃO DAS HOMILAS O Quadro A demonstra que a grande maioria dos pacientes indicou que as homilias pregadas com suas histórias eram "Muito Eficazes ou Eficazes". As homilias também abordaram os sentimentos dos pacientes e as perguntas que eles faziam sobre a doença. Aplicar suas histórias e experiências às homilias os desafiou a uma nova compreensão sobre a doença e proclamou a bondade de Deus mesmo em meio à doença. Na questão 6a, todos os pacientes responderam que A avaliação da pregação 63 Gráfico A. Homilias com histórias de pacientes Perguntas Homilias Nº de respostas Positivo Negativo Média Questão 1 Homilia 1 8 de 10 8 0 4 Questão 1 Homilia 2 7 de 10 6 1 3,5 Questão 1 Homilia 3 7 de 10 6 1 3,5 Questão 2 Homilia 1 8 de 10 7 1 4 Questão 2 Homilia 2 6 de 10 6 0 3 Questão 2 Homilia 3 7 de 10 7 0 3,5 Questão 3 Homilia 1 8 de 10 8 0 4 Questão 3 Homilia 2 6 de 10 5 1 3 Questão 3 Homilia 3 6 de 10 6 0 3 Pergunta 4 Homilia 1 8 de 10 8 0 4 Pergunta 4 Homilia 2 6 de 10 4 2 3 Pergunta 4 Homilia 3 7 de 10 6 1 3,5 Pergunta 5 Homilia 1 7 de 10 7 0 3,5 Pergunta 5 Homilia 2 8 de 10 7 1 4 Pergunta 5 Homilia 3 7 de 10 6 1 3,5 Pergunta 6a Homilia 1 8 de 10 8 0 4 Pergunta 6a Homilia 2 6 de 10 6 0 3 Pergunta 6a Homilia 3 7 de 10 7 0 3,5 as histórias de outros pacientes utilizadas nas homilias foram “Muito importante” ou “Importante” na eficácia das homilias. Apenas um paciente respondeu à questão 6b, opção opcional. Segundo o entrevistado, “A história do paciente mostra um homem sofrendo muito mais do que eu. Sua fé me traz esperança.” O mesmo paciente respondeu a Quadro B. Homilias sem Histórias de Pacientes Perguntas Homilias Nº de respostas Positivo Negativo Média Questão 1 Homilia 4 7 de 10 6 1 3,5 Questão 1 Homilia 5 7 de 10 6 1 3,5 Questão 1 Homilia 6 6 de 10 5 1 3 Questão 2 Homilia 4 7 de 10 3 4 3,5 Questão 2 Homilia 5 7 de 10 2 5 3,5 Questão 2 Homilia 6 6 de 10 2 4 3 64 Capítulo Questão 3 Homilia 4 7 de 10 2 5 3,5 Questão 3 Homilia 5 6 de 10 2 4 3 Questão 3 Homilia 6 6 de 10 1 5 3 Pergunta 4 Homilia 4 7 de 10 3 4 3,5 Pergunta 4 Homilia 5 7 de 10 1 6 3,5 Pergunta 4 Homilia 6 6 de 10 1 5 3 Pergunta 5 Homilia 4 7 de 10 5 2 3,5 Pergunta 5 Homilia 5 7 de 10 3 4 3,5 Pergunta 5 Homilia 6 5 de 10 1 4 2.4 A avaliação da pregação 65 questão 7: “Obrigado por mencionar outras formas de sofrimento, como perder o emprego”. Com esta única resposta qualitativa, os resultados das questões opcionais não são estatisticamente significativos. O Quadro B demonstra a impressão dos pacientes sobre essas três homilias pregadas sem as histórias e experiências dos pacientes. Eles responderam positivamente, mas indicaram que as homilias não abordavam seus sentimentos nem as perguntas que faziam sobre a doença. Nem essas homilias os desafiaram a uma nova compreensão sobre a doença e a bondade de Deus em meio à doença. RESPOSTAS ANEDÓTICAS Além das respostas escritas, alguns pacientes fizeram reações verbais mais convincentes às homilias quando fui recolher os questionários em seus quartos. Um dos pacientes me disse que começar a homilia com a história de um paciente capturou sua atenção e o manteve concentrado na televisão até o final da missa. As perguntas que o paciente da história fazia a Deus eram também as perguntas que o incomodavam antes da homilia. O paciente também expressou que sua compreensão do amor e do lugar de Deus no sofrimento humano se tornou mais forte. Outra paciente me disse que se sentia muito desconfortável e frustrada por não sentir alívio suficiente nos últimos dois dias em que esteve no hospital. Ela disse: "A homilia fortaleceu minha resistência e me deu mais força para combater as dores relacionadas à minha substituição do joelho". Uma terceira paciente comentou que se sentia frustrada com a natureza difícil de seu câncer. Ela estava cheia de negação sobre o que poderia acontecer no final. Ela foi encorajada pelo paciente com câncer na segunda homilia. Ela disse: "A maneira como o paciente com câncer lidou com sua condição dolorosa me ajudou mais a aceitar e ver minha doença de maneira diferente". Alguns pacientes também reagiram verbalmente às homilias pregadas sem as histórias dos pacientes. Embora apreciassem as homilias como boas, achavam que eram mais bem pregadas para uma assistência paroquial e não muito adequadas para uma assistência hospitalar. AS LIMITAÇÕES DO QUESTIONÁRIO As perguntas pareciam ter dado mais informação quantitativa, mas não muita explicação qualitativa ou aprofundada. As duas últimas questões que exigiam informações mais detalhadas eram opcionais. No entanto, devido às condições de saúde 66 Capítulo ções de muitos dos pacientes e sua incapacidade de dar respostas detalhadas por escrito, foram fornecidas conversas face a face sobre as homilias. Alguns dos pacientes não conseguiram concentrar sua atenção nas homilias por causa das distrações que vinham dos funcionários e visitantes do hospital. Um dos pacientes reclamou e disse: “Assim como eu queria ouvir a homilia, meu médico veio me ver. Desculpe, não pude responder às perguntas porque não queria contar mentiras.” Alguns pacientes estavam muito fracos ou com dores terríveis e incapazes de se concentrar na mensagem das homilias e, portanto, não responderam às perguntas. As homilias foram traçadas com a consciência de que tanto os pacientes como aqueles que os atendem têm tempo limitado para as celebrações litúrgicas. Portanto, as homilias foram preparadas para entrega em sete a dez minutos. O fator tempo tornou difícil fornecer mensagens mais detalhadas como seriam adequadas para o culto normal da igreja. Além disso, as homilias com as histórias dos pacientes foram projetadas para se concentrar em abordar os problemas dos doentes. Essas homilias não apresentavam muito sobre os problemas dos membros saudáveis da comunidade hospitalar. Pregar para uma comunidade hospitalar não é o mesmo que pregar para uma audiência paroquial. A maioria dos pacientes não pôde entrar na capela para participar das celebrações litúrgicas e por isso ouviu pela televisão. Alguns deles se queixaram de problemas auditivos devido ao mau funcionamento de seus aparelhos de televisão ou ao ambiente barulhento. Apesar de todas essas limitações, o processo de avaliação ainda rendeu resultados positivos. Esses resultados positivos foram baseados nos valores numéricos das respostas escritas e na qualidade dos comentários anedóticos feitos pelos pacientes. Todas as respostas indicaram claramente a importância de incluir as histórias e experiências dos pacientes na pregação hospitalar. A avaliação da pregação 67 Homilias Seis homilias são apresentadas aqui. As três primeiras foram pregadas com as histórias e vivências de pacientes hospitalizados. Os três últimos foram pregados sem mencionar suas histórias e experiências. As últimas três homilias soam como homilias pregadas a uma congregação composta principalmente por membros saudáveis de uma comunidade. HOMILIARES COM HISTÓRIAS E EXPERIÊNCIAS DE PACIENTES Homilia1. Homilia do 5º Domingo do Tempo Comum do Ano B Texto:% s 1ª Leitura: Jó 7: 1-4, 6-7 2ª Leitura: 1 Cor. 9:16, 22-23 3ª Leitura: Mc 1: 29-39 Certa vez me pediram para ir ver um jovem de trinta e poucos anos que havia indicado à enfermeira que já havia sofrido o suficiente e queria acabar com sua vida. Devido a um tiroteio ocorrido quando ele tinha 25 anos, Ken (nome fictício) ficou paralisado da cintura para baixo por dez anos. Ele estava farto da vida depois de tanto tempo em uma cadeira de rodas. O médico de Ken acabara de lhe dizer que não havia possibilidade de ele voltar a andar. Essa triste notícia foi tão devastadora para ele que Ken desejou estar morto. Ken até expressou sua decepção com Deus por não protegê-lo no tiroteio. Depois de anos de orações, em vez de experimentar a cura de Deus, Ken ouviu a pior notícia. Quando cheguei à porta de seu quarto, vi um homem alquebrado, triste e deprimido. Eu me senti triste como ele e me imaginei 67 68 Homilias em sua condição. Eu tentei o meu melhor para lhe dar apoio e preocupação suficientes para ajudá-lo a mudar a maneira como ele via sua condição. Felizmente, ele abandonou seu plano anterior de tirar sua vida. Embora ele tivesse mudado de ideia, sua história ainda me lembrava o sofrimento de muitas pessoas, como aquelas que ouvimos hoje nas leituras. Jó sentiu-se abandonado por Deus e oprimido pelo sofrimento. Jó falava como alguém que não estava apenas cansado da vida, mas também como alguém que tinha uma impressão muito negativa sobre a vida na terra. Ele não conseguia entender por que deveria sofrer. No entanto, o problema do sofrimento não começou nem terminou com Jó. Como Ken e outros, há muitas pessoas neste hospital e fora dele que estão neste momento sentindo o mesmo que Job. Às vezes, parece que a vida está cheia de miséria e dor sem fim. Em tais condições preocupantes, não é pecado fazer perguntas a Deus.1 Existem explicações humanas satisfatórias para o sofrimento? Verdadeiramente, não existem. Deus realmente nos abandona em nosso sofrimento? Às vezes, circunstâncias difíceis podem nos fazer sentir esquecidos por Deus, como Jesus se sentiu durante sua Paixão. Mas em um sentido real, nossa fé nos diz que Deus não nos abandona. O sentimento de abandono pode indicar a profundidade do sofrimento humano. Embora seja possível sentir-se abandonado, ainda acreditamos que Jesus tinha tanto amor pelos doentes.2 No Evangelho de hoje, Jesus responde praticamente à doença e ao sofrimento humano. Sua resposta revela a verdadeira imagem de Deus e a compaixão de Deus para com aqueles que sofrem de doenças ou de outras fontes de dor. Jesus estava cercado por uma multidão de pessoas física e mentalmente doentes que precisavam de ajuda. Ele não começou a responder à pergunta de por que as pessoas sofrem. Ele não os tratou como os responsáveis por suas doenças e, portanto, estavam sendo punidos por Deus. Jesus curou a sogra de Pedro e muitos outros doentes foram trazidos a ele. Ele expulsou os demônios que os mantinham reféns. Jesus mostrou muita preocupação pelos doentes nos Evangelhos, às vezes até ao contrário do que a cultura permitia, para expressar seu apoio e amor pelos doentes e sofredores. Ele permitiu que os enfermos, que naquela cultura eram considerados pecadores, o tocassem para serem curados e perdoados (Mc. 6:56, Lc. 8: 43-48). Jesus até tocou os intocáveis e os curou (Lucas 5:13). Jesus ouviu os doentes e suas preocupações (Lc 7, 2-10). Ele não apenas curou e curou os doentes, mas também os reconciliou com suas comunidades (Lc 5:14). Ele visitou os doentes em suas casas, os trouxe de volta à vida e passou algum tempo com eles (Marcos 5: 21-24). Ele se dedicou a eles e nem mesmo se isentou de seu sofrimento. Homilias 69 Todas essas atividades de Jesus entre os doentes são indicações claras de que Deus não nos abandona em tempos de dificuldade e dor. Não é o plano de Deus que soframos. As dificuldades e a dor continuam a ser realidades da vida que não podemos evitar.4 Em obediência ao plano de seu pai, o próprio Jesus teve de aceitar o sofrimento. A paixão de Jesus pode ser uma consolação para todos os que têm fé e sofrem. O sofrimento de um cristão pode ser visto como uma oportunidade para mostrar sua fé e compartilhar o sofrimento de Cristo com a esperança de que o sofrimento não terminará no Calvário, mas na glória da ressurreição.5 Para aqueles de nós que trabalham em estabelecimentos de saúde, nossos serviços entre os doentes devem ser vistos como uma oportunidade de participar na difusão do amor que Jesus tem pelo sofrimento. Quando fazemos nosso trabalho muito bem, oferecemos uma oportunidade para as pessoas sentirem o amor e o cuidado de Deus. Enquanto a sogra de Pedro esperava por Jesus após sua cura, algumas pessoas que recebem nossos cuidados glorificam a Deus e mostram hospitalidade aos outros. É possível que, quando tratamos bem os doentes com amor e carinho, nos sintamos felizes e recompensados. Homilia 2. Homilia do Sexto Domingo do Tempo Comum do Ano B Texto:% s 1ª Leitura: Lv. 13: -2, 44-46 2ª Leitura: 1Cor. 10: 31-11: 1 Evangelho: Mc. 1: 40-45 Certa vez, tive um encontro com um paciente de câncer de cinquenta anos que me surpreendeu. Jane (nome fictício) estava com uma dor terrível. Não estava claro se ela sobreviveria à hospitalização atual. Jane foi honesta e me contou como se sentia terrível e quanto havia sofrido. Já vi pacientes em sua condição parecerem muito zangados e às vezes culpar a Deus pelo que está acontecendo com eles. Lembro-me de ter pedido a ela que me dissesse como, em sua condição, ela se sentia em relação a Deus. Esperando que Jane atacasse e culpasse Deus por sua doença, fiquei surpreso com sua resposta. Ela disse: “Se não fosse por Deus, minha doença poderia ter sido pior. Eu me entreguei e este câncer a Deus e estou pronto para o que vier.” A resposta de Jane foi uma incrível expressão de fé. No evangelho de hoje, vemos uma pessoa que teve uma doença tão traumática quanto cer. A expressão de fé, aceitação e submissão do leproso ao desejo de Jesus foi notável e surpreendeu Jesus. A lepra era a doença mais temida nos tempos do Novo Testamento. O leproso sofria não apenas de dores físicas, mas também de tortura mental e isolamento social. Caminhando ao longo 70 Homilias estrada, o leproso teria que tocar a campainha gritando “impuro” e as pessoas fugiriam dele. Pais, relacionamentos e amigos repudiaram tal pessoa. Pediu-se a um leproso que vivesse sozinho fora da comunidade. O leproso estava vivo, mas morto. As pessoas acreditavam que o leproso era impuro e amaldiçoado por Deus. Foi nessa situação desesperadora e sem esperança que o leproso do evangelho de hoje conheceu Jesus. O leproso disse a Jesus: "Se você quiser, pode me purificar". Seria de esperar que o leproso corresse para implorar a Jesus que concedesse seu desejo de ser curado. Embora desejasse ser curado, ainda estava pronto para aceitar qualquer que fosse o desejo de Jesus. Em outras palavras, se a cura viesse tão rápido quanto ele queria, ele glorificaria a Deus. Se a cura não viesse do jeito que ele queria, ele ainda estava pronto para aceitar o que não podia mudar enquanto ainda esperava pela intervenção e misericórdia de Deus. Ele não tinha dúvidas de que Jesus tinha poderes para ajudá-lo. No entanto, considerando a gravidade da doença e o tabu que a cerca, o leproso fez uma jogada ousada. A reação de Jesus à doença deste homem mostra o amor que Jesus tem pelos doentes. Jesus não tratou o leproso como alguém responsável por sua doença. Jesus não se importou com os espectadores, que consideravam um leproso inacessível. Jesus teve pena do leproso, estendeu as mãos e tocou nele. Esta ação de tocar um leproso era um comportamento chocante e não esperado de qualquer pessoa religiosa séria. No entanto, a ação de Jesus não foi apenas um ato simbólico de amor,mas também uma forma de nos ensinar a cuidar dos doentes. É importante observar todas as medidas de segurança ao abordar pessoas com doenças infecciosas. Ao mesmo tempo, não precisamos fugir de nossos irmãos e irmãs doentes. A resposta de Jesus ao leproso mostra que Deus está pronto para nos ajudar a nos recuperar de nossas doenças, por mais graves que sejam. Estar doente pode não ser uma bênção, e nenhuma pessoa deseja estar doente. Ao mesmo tempo, é uma daquelas realidades da vida que muitas vezes experimentamos. Quando alguém está doente, é natural esperar a cura o mais rápido possível. É frustrante quando a cura não vem tão rápido quanto esperamos. Isso não significa que Deus nos abandonou. Quando a doença vem, pode ser considerada um teste de nossa fé e confiança em Deus. Nossa fé nos assegura que Deus está sempre conosco e até sofre conosco. Jesus convida todos os que estão cansados e sobrecarregados, e ele lhes dará descanso. Jesus não apenas curou o leproso de sua doença física, mas também o curou reconciliando-o com sua comunidade. Jesus pediu-lhe para ir e se mostrar ao sacerdote e oferecer sacrifício para mostrar à comunidade que ele estava curado e pronto para ser aceito de volta com sua família, amigos e relacionamentos. Assim como Jesus curou e curou o leproso no evangelho de hoje, oramos para que por meio de nossos cultos, apoio e orações, Deus traga cura a todos os doentes. Homilias 71 Por mais difíceis que sejam as doenças, Deus é capaz de conceder misericórdia e cura. Como o leproso do evangelho de hoje, podemos administrar melhor nossa doença por meio de nossa esperança, paciência e firmeza em tempos de provação. Homilia 3. Homilia do 7º Domingo do Tempo Comum Ano B Texto:% s: 1ª Leitura: É. 43: 18-19, 21-22, 24b-25 2ª Leitura: 2Cor. 1: 18-22 3ª Leitura: Mc 2: 1-12 Quando entrei em seu quarto, não consegui distinguir por sua expressão facial como ela estava se sentindo. Em. Alphonso (nome fictício) tinha 87 anos, embora parecesse muito mais jovem do que sua idade. Eu vi uma cesta cheia de lindas flores ao lado de sua cama. Fui atraída por seu brilho e fragrância. Eu disse: “Senhora, olhe para essas lindas flores. Vejo belas fotos e nomes de lindas crianças penduradas nessas flores coloridas. Por favor, conte-me sobre essas flores e as fotos penduradas nelas.” A resposta dela foi imediata. Ela sorriu e falou: “Pai, eu sou tão abençoada. Meu filho acabou de vir da Califórnia com dois dos meus netos para me visitar. Trouxeram essas flores. As pequenas fotos nas flores são dos meus bisnetos e bisnetos. Tenho vinte netos e cinco bisnetos. Muitos dos meus filhos vivem em diferentes partes do país. Meus filhos me ligam todos os dias e alguns em St. Louis me visita todos os dias.” Em. Alphonso contou-me ainda como Deus a abençoou com familiares, relacionamentos e amigos muito carinhosos e amorosos. Embora sua doença a deixasse um pouco desconfortável, ela me disse que se sentia muito melhor, especialmente quando seus entes queridos estavam ao seu redor. Apesar de sua doença, eu a via como uma mulher feliz. Pelo menos, ela não era uma mulher solitária. Em. A história de Alphonso me fez sentir que muitos doentes são felizes e têm mais facilidade para lidar com suas doenças, não apenas porque estão se recuperando rapidamente, mas também pelo amor, apoio e cuidado que recebem de suas famílias e amigos. No evangelho de hoje, vimos um belo exemplo de como os esforços e a fé dos relacionamentos, irmãos e irmãs e amigos podem facilitar a cura e a cura física. Um paralítico foi trazido a Jesus por quatro homens, possivelmente seus parentes ou irmãos. Quando não conseguiram chegar a Jesus por causa da multidão, subiram no telhado da casa, fizeram uma abertura no telhado e desceram o homem até Jesus. Imagine e reflita um pouco, como se você estivesse olhando para quatro homens levantando um homem doente em cima de um telhado. Veja como eles trabalham em equipe para a cura de seu irmão doente. É um show incrível de 72 Homilias amor e fé. Sua fé foi capaz de romper o obstáculo da multidão. A fé pode superar todos os obstáculos.6 Este esforço e demonstração de fé não foram desperdiçados. Jesus ficou impressionado com a fé deles e respondeu curando o homem e também perdoando todos os seus pecados. A ação de Jesus mostra que ele tem o poder de curar tanto a doença do corpo quanto a da alma. Ao primeiro perdoar o pecado do homem, Jesus deu a entender que o pecado é uma doença da alma. Jesus não fazia distinção entre a doença do corpo e a doença da alma.7 Jesus cuidou do corpo e da alma do paralítico porque a doença do corpo também pode estar ligada à doença da alma. Assim como cuidamos do bem-estar físico uns dos outros, também devemos cuidar do bem-estar espiritual deles. Sem os esforços de seus amigos, o paralítico não teria acesso à misericórdia curativa de Jesus. Os quatro amigos do paralítico, no entanto, não foram responsáveis por sua cura, mas sua resposta às suas necessidades trouxe a cura de Cristo e o perdão dos pecados.8 Sua ação realmente reduziu ou pôs fim ao sofrimento de seu amigo. Muitas pessoas receberam cura por causa dos cuidados médicos que receberam, bem como do apoio de seus entes queridos. Pelas minhas próprias experiências, tendo trabalhado em um hospital por muitos anos, os pacientes mais felizes são aqueles que têm o apoio total de suas famílias e amigos. Mesmo aqueles cujas doenças são terminais morrem felizes quando familiares, amigos e relacionamentos os cercam durante seus momentos finais. Vamos, portanto, continuar dando nosso apoio aos nossos entes queridos que estão doentes. Nosso apoio é tão necessário quanto os outros serviços que recebem no hospital. Quando estamos com eles, eles se sentem menos abandonados e a cura pode vir mais rápido. HOMILIAS SEM REFERÊNCIA A HISTÓRIAS E EXPERIÊNCIAS DE DOENTES Homilia 4. Homilia da Primeira Semana da Quaresma: Ano B Texto:% s 1ª Leitura: Gn. 9: 8-15 2ª Leitura: 1 Pet. 3: 18-22 3ª Leitura: Mc. 1: 12-15. Quando eu era jovem na Nigéria, fui obrigado a ingressar no National Youth Service Corp (NYSC), um grupo paramilitar. O NYSC expôs jovens adultos a experiências militares para estarem preparados para servir seu país. Durante o treinamento, eu estava no acampamento e lembro o que aconteceu quando um de nossos instrutores militares estava nos ensinando como nos proteger do inimigo Homilias 73 fogo. Alguns de nós que não se viam como aspirantes a soldados profissionais não levavam as instruções a sério. Consequentemente, o oficial militar disse: “É melhor você levar a sério o que estou lhe dizendo, porque essas habilidades são importantes. Estou falando por experiência. Você pode não querer ser soldados profissionais. Ainda assim, qualquer um de vocês pode ser atacado a qualquer momento e, portanto, você precisa dessas habilidades. Se eu não tivesse experimentado os perigos do campo de batalha, não estaria lhe contando isso. ” Sua afirmação, de que estava falando por experiência própria e que qualquer um poderia ser atacado, fez muito sentido para mim. É sempre melhor para alguém que passou por uma experiência dar instruções aos outros. No evangelho de hoje, Jesus experimentou a tentação do diabo como qualquer um de nós, mas não pecou. Como poderia o Filho de Deus ser tentado pelo diabo? Se o Filho de Deus não estava livre da tentação do diabo, quem está livre? Sua tentação, é claro, foi parte de sua solidariedade conosco, para nos ensinar por sua própria experiência. É sempre melhor e mais convincente para quem passou por uma experiência ensinar os outros. É mais convincente para alguém que sobreviveu ao sofrimento ou às dificuldades transmitir aos outros como suportar. Ao tomar carne, o Filho de Deus sujeitou-se a todas as condições humanas. Não é de surpreender que ele não fosse imune ao sofrimento, à mágoa, ao desapontamento e à tentação.9 Ele nãopoderia ter nos ensinado melhor como lutar e derrotar o diabo se não tivesse lutado e derrotado o próprio diabo. Como Jesus derrotou o diabo? Embora o evangelho de Marcos não conte em detalhes como Jesus se preparou no deserto para enfrentar o diabo, Mateus e Lucas dão um relato melhor do que aconteceu. Jesus sujeitou-se a alguma disciplina espiritual. Ele foi para o deserto e passou quarenta dias e quarenta noites jejuando e orando. Ele também era conhecedor dos escritos sagrados. O Filho de Deus não tomou o diabo como garantido. Por que algum de nós não se prepararia para possíveis tentações que poderiam surgir a qualquer momento de nossas vidas? Não admira que a Igreja nos encoraje durante a Quaresma Ele foi para o deserto e passou quarenta dias e quarenta noites jejuando e orando. Ele também era conhecedor dos escritos sagrados. O Filho de Deus não tomou o diabo como garantido. Por que algum de nós não se prepararia para possíveis tentações que poderiam surgir a qualquer momento de nossas vidas? Não admira que a Igreja nos encoraje durante a Quaresma Ele foi para o deserto e passou quarenta dias e quarenta noites jejuando e orando. Ele também era conhecedor dos escritos sagrados. O Filho de Deus não tomou o diabo como garantido. Por que algum de nós não se prepararia para possíveis tentações que poderiam surgir a qualquer momento de nossas vidas? Não admira que a Igreja nos encoraje durante a Quaresma período para compartilhar as experiências de nosso Mestre. Este tempo de Quaresma nos oferece a oportunidade de nos submetermos a algumas práticas religiosas que podem nos ajudar a ser espiritualmente fortes. Somos encorajados a passar mais tempo em oração. A oração nos 74 Homilias ajuda a combater as tentações. A oração é como um colete ou capacete à prova de balas que um soldado usa em batalha para se proteger do fogo inimigo. Não é à toa que Jesus pediu a seus discípulos sonolentos no Jardim do Getsêmani que vigiassem e orassem. Também somos encorajados a nos abster de alguns prazeres para controlar nossos desejos. Jesus foi capaz de resistir à tentação de saciar sua fome e de mostrar seu poder porque aprendeu a sobreviver sem eles. Precisamos nos engajar em alguns atos de generosidade para ajudar nossos irmãos e irmãs necessitados. Deus tem sido muito generoso conosco e por isso devemos estar prontos Homilias 75 compartilhar o que Deus nos deu com outros que não são tão privilegiados quanto nós. Através da generosidade, também podemos receber graça e perdão do pecado. A Igreja entende que nesta vida é difícil, senão impossível, evitar ser tentado.10 Como esta é a primeira semana da Quaresma, temos tempo suficiente para levar a sério essas práticas religiosas para aumentar nossa força espiritual. Homilia 5. Homilia do Domingo de Páscoa Ano B Texto:% s 1ª Leitura: Atos 10: 34.37-43 2ª Leitura: Col. 3: 1-4 3ª Leitura: Jo. 20: 1-9 Em abril passado, por volta das 3h da manhã, meu telefone tocou sem parar. Inicialmente eu não queria atender a ligação porque era incomum para mim receber ligações àquela hora da noite. Quando o telefone continuou tocando, decidi atender. Fiquei chocado com a notícia de que meu irmão mais novo imediato havia morrido. Fiquei arrasado e com o coração partido. Achei difícil de acreditar porque esta foi a primeira vez que experimentei a morte de um jovem e próximo parente de sangue. Parecia um sonho, mas ainda parecia verdade. Eu não conseguia dormir de novo, imaginando o que poderia ter causado sua morte. Eu rezei e desejei outro telefonema dizendo- me que os médicos haviam aplicado algumas últimas medidas e o ressuscitaram. Imaginei como me sentiria feliz se recebesse outro telefonema declarando-o não morto, mas vivo novamente. Embora meu desejo de ouvir que ele estava vivo não se concretizou, essa experiência me ajudou a imaginar e entender como os discípulos de Cristo se sentiram felizes ao saber que ele estava vivo novamente. Os seguidores de Jesus, que testemunharam a Paixão de seu mestre e sua execução cruel na cruz, ouviram a melhor notícia de suas vidas – Jesus ressuscitou dos mortos. Não era um sonho, mas uma realidade. Maria Madalena tinha ido ao túmulo no primeiro dia da semana, mas o encontrou vazio. Houve ceticismo inicial e confusão sobre se o túmulo vazio realmente significava que Jesus estava vivo ou que seu corpo havia sido roubado. Pedro e João correram ao túmulo para confirmar o que a mulher lhes havia dito. Eles não ficaram mais confusos quando Jesus lhes apareceu e lhes mostrou os braços e as pernas. Jesus não só apareceu a eles, mas também comeu e bebeu com eles, A ressurreição de Cristo significou muito para seus discípulos. Antes de seu mestre ressuscitou dos mortos, eles foram esmagados, desapontados, temerosos e desorganizados. 76 Homilias nizado. Para eles, a ressurreição significava uma transformação para uma nova vida. Seus medos e decepções acabaram e a Páscoa era um momento para eles testemunharem com coragem e ousadia. Como vimos na primeira leitura, Pedro dirigiu-se destemidamente às mesmas pessoas de quem tinha medo e que crucificaram seu mestre. Sem medo, Pedro pediu à congregação que acreditasse em Jesus e recebesse o perdão. Meus irmãos e irmãs, reunindo-nos hoje para participar desta celebração, estamos compartilhando as alegrias, bênçãos e desafios da Páscoa. A ressurreição também deve significar muito para nós. Deve também significar uma ascensão para uma nova vida. É uma celebração que dá sentido à nossa fé e esperança às nossas vidas. Para aqueles que crêem, a ressurreição de Cristo nos assegura que há esperança de que, após a morte, tenhamos uma vida glorificada para viver na eternidade. A disciplina da Quaresma foi uma oportunidade para nos livrarmos de nossos velhos hábitos pecaminosos e receber o perdão de Deus para ganhar com o efeito transformador da Páscoa. Para nos beneficiar das bênçãos desta gloriosa celebração, somos chamados a testemunhar por uma nova maneira de viver nossas vidas em obediência ao mandamento de Deus de amar a Deus e uns aos outros. Homilia 6. Homilia para o V Domingo da Páscoa Ano B Texto:% s 1ª Leitura: Actos 9: 26-31 2ª Leitura: 1 Jo. 3: 18-24 3ª Leitura: Jo. 15: 1-8 Hoje é o dia em que celebramos e homenageamos nossas mães como bênçãos especiais de Deus. As mães se sacrificaram muito para nutrir, prover, guiar e proteger-nos na vida. Nos bons e nos maus momentos, as mães sempre foram nossa força e apoio. A celebração de hoje é uma oportunidade para orarmos por nossas mães e expressarmos nosso amor e gratidão a elas. Sem o amor, o cuidado e o carinho de nossas mães, teria sido muito difícil para nós sobreviver e ser o que somos hoje. Devemos muito a eles. Embora as leituras de hoje não tenham referência direta à celebração do Dia das Mães, ainda assim, a relação próxima que deve existir entre mãe e filho nos ajuda a compreender o imaginário usado por Jesus para descrever a relação que deve existir entre ele e seus discípulos. Jesus disse aos seus discípulos: "Eu sou a videira, vocês são os ramos". Por esta declaração, Jesus descreve a proximidade, unidade e interdependência que deveria existir entre ele e seus discípulos. Jesus quer que entendamos quem ele é e quem somos.13 Ele é nosso mestre e nós somos seus membros. Como diz São Paulo, somos "os membros do corpo de Cristo". Homilias 77 Somos, portanto, convidados como indivíduos e como comunidades a ter um relacionamento com Jesus. Quão abençoados e privilegiados somos por ter um relacionamento com Jesus? Não devemos perder esta oportunidade divina. Para compreender a importância dessa relação e fazer parte dela, devemos entender o tipo de apego, dependência e interdependência que deve existir entre a videira e os ramos. O ramo deve permanecer ligado à videira para permanecer vivo. A videira extrai recursos minerais do solo, os expõe ao sol e alimenta osramos. Para dar frutos, os galhos precisam permanecer presos à videira. Nada de bom vem dos ramos se eles ficarem separados da videira. Quando um galho é cortado da videira, ele morre e murcha. Da mesma maneira, ou assim como os ramos precisam da videira, nós precisamos de Cristo. Ele é a fonte da vida e de tudo de bom em nós. Separados dele, não há vida em nós e não podemos dar frutos. Devemos, portanto, manter contato próximo com Cristo. Como mantemos contato próximo com Cristo? Devemos ser constantes em nossas orações. Devemos aprender como nosso Mestre manteve contato próximo com seu Pai. “O segredo da vida de Jesus foi seu contato com Deus; repetidas vezes ele se retirava para um lugar solitário para encontrá-lo.”14 Jesus tinha o hábito de consultar seu Pai em oração antes de tomar qualquer decisão importante. Antes de iniciar seu ministério público, Jesus foi ao deserto e orou por quarenta dias e quarenta noites. Antes de escolher seus discípulos, ele foi a um lugar secreto para orar. Antes de sua Paixão, ele foi ao topo da montanha com três discípulos para ter contato com seu Pai e seus mensageiros. A oração é sempre nosso maior contato com Deus. Outra maneira de mantermos contato com Cristo é nos permitirmos ser podado pela Palavra de Deus. A Palavra de Deus nos dá a conhecer as palavras e ações perfeitas de nosso Mestre. Devemos, portanto, modelar nossa vida diária de acordo com os caminhos de Cristo. Visto que a vida e a fecundidade cristãs vêm somente da videira, Jesus é a única fonte de nossa bondade. Jesus viveu uma vida altruísta de serviço para fazer os outros sentirem o amor e a presença de Deus. Ao fazer isso, ele nos ensinou a cuidar uns dos outros. Assim como a videira precisa dos ramos, Jesus também precisa de nós. Jesus precisa de nós para darmos bons frutos em nossas comunidades e no mundo em geral. Como fazemos isso? “Cada um de nós tem algum dom. Ao desenvolver, usar e compartilhar esse dom com os outros, tornamo-nos frutíferos.”15 Muitos de nós aqui são médicos, farmacêuticos, enfermeiros, assistentes sociais, terapeutas ou capelães talentosos. Ser frutífero é poder usar nossos dons para servir aos outros, especialmente aos doentes. Nossa fecundidade ou serviços devem ajudar as pessoas a experimentar o amor, o cuidado e a presença de Deus. A melhor maneira de provar que somos verdadeiros discípulos de Cristo é dar bons frutos em nossas ações e em nossas palavras. Quando damos bons frutos, reconhecemos 78 Homilias a dignidade e o valor de cada pessoa. Atendemos às necessidades dos outros da melhor maneira possível e ajudamos uns aos outros a ser tudo o que podemos ser em nossa comunidade de fé. Às vezes, isso pode trazer cura e, às vezes, isso pode trazer felicidade. Nossas ações e palavras devem sempre trazer cuidado e conforto e devem refletir a proximidade de Deus. NOTAS 1. William Nichols, Storytelling the Gospel (St. Louis, Missouri: Chalice Press, 1999), 3. 2. Stephen F. Brett, “Preparing for the Finals,” Homiletic and Pastoral Review, (Janeiro de 2009): 35-37. 3. Ibid. 4. Noel Quesson, Ore com a Bíblia: Quinto Domingo do Ano, Vol. VII (Bangalore, Índia: Publicação Teológica, 1994), 162. 5. Flor McCarthy, New Sunday and Holy Day Liturgies, New Sunday and Holy Day Liturgias: Ano B (Dublin, Irlanda: Publicação Dominicana, 1998), 184. 6. Noel Quesson, Ore com a Bíblia: Quinto Domingo do Ano, Vol. VII (Bangalore, Índia: Theological Publication, 1994), 174. 7. Flor McCarthy, New Sunday and Holy Day Liturgies: Year B (Dublin, Irlanda: Dominican Publication, 1998), 194. 8. Stephen F. Brett, “Preparing for the Finals,” Homiletic and Pastoral Review, (janeiro de 2009): 39-40. 9. Flor McCarthy, New Sunday and Holy Day Liturgies: Year B (Dublin, Irlanda: Dominican Publication, 1998), 67. 10. William Barclay, The Daily Study Bible: The Gospel of Mark (Bangalore, Índia: Publicações Teológicas na Índia, 1999), 21. 11. Timothy J. Cronin, “Homilia Ajuda: Domingo de Páscoa”, St Anthony's Messenger, 12 de abril de 2009, 1. 12. Flor McCarthy, New Sunday and Holy Day Liturgies: Year B (Dublin, Irlanda: Dominican Publication, 1998), 102. 13. Noel Quesson, Ore com a Bíblia: Quinto Domingo do Ano, Vol. VII (Bangalore, Índia: Theological Publication, 1994), 120. 14. William Barclay, The Daily Study Bible: The Gospel of John (Bangalore, Índia: Publicações Teológicas na Índia, 1999), 176. 15. Flor McCarthy, New Sunday and Holy Day Liturgies: Year B (Irlanda, Dublin: Dominican Publication, 1998), 126. Homilias 79 Conclusão Minha motivação para realizar esta pesquisa foi descobrir mais sobre minha observação pastoral de que ouvir mais intencionalmente à beira do leito do hospital as histórias e experiências dos enfermos é muito necessário para uma pregação hospitalar eficaz aos enfermos. Eu também queria saber se o uso das histórias e experiências dos pacientes nas homilias teve alguma influência na eficácia da minha pregação à comunidade hospitalar composta pelos doentes, seus relacionamentos, amigos e funcionários do hospital. O uso efetivo das histórias e experiências dos pacientes na pregação requer oferecer-lhes “hospitalidade”, que é um espaço livre e amigável para se expressarem para serem ouvidos. Uma revisão do que alguns especialistas experimentaram sobre oferecer hospitalidade aos enfermos me ajudou a aprender sobre informações valiosas que podem ser usadas na pregação. Aprendi também que ouvir os doentes expressarem seus sentimentos sobre suas doenças oferece uma oportunidade para o ministro pastoral ajudá-los a encontrar sentido em seu sofrimento. Este significado pode facilitar a cura ou, no mínimo, pode ajudar o doente a lidar com a doença. A importância da hospitalidade para com os doentes tornou-se mais evidente para mim quando visitei um jovem que planejava tirar a própria vida após um tiroteio que o paralisou. Meu encontro com esse paciente o ajudou a ver sua condição de forma diferente. Como resultado de nossa conversa, ele mudou de ideia e decidiu seguir em frente com a vida. Usei sua história em uma de minhas homilias. O feedback positivo que recebi de outros pacientes que ouviram a homilia me encorajou a continuar usando as histórias e experiências dos pacientes na pregação. A hospitalidade aos doentes não é útil apenas para eles, mas também para o ministro pastoral e para a comunidade. Ao ouvir os enfermos narrarem suas histórias e experiências, o ministro pastoral e a comunidade percebem a importância dos enfermos e o que os enfermos podem oferecer à comunidade. 79 80 Conclusão ou uma fonte de graça para os membros saudáveis da comunidade. Meus encontros à beira do leito com os pacientes e seus relacionamentos após as liturgias dominicais também me fizeram conhecer a importância de compartilhar as histórias dos pacientes nas celebrações litúrgicas. Alguns familiares expressaram como as homilias os ajudaram a compreender melhor o papel de Deus no processo de cura de seus entes queridos. Alguns profissionais de saúde que participaram das liturgias também confessaram melhor compreensão de seus papéis no processo de cura de seus pacientes. Depois de ouvir a terceira homilia, uma das enfermeiras disse: "Agora me vejo mais como um instrumento que Deus está usando para efetuar a cura". O encontro com o doente envolve uma comunicação interpessoal significativa. Para que essa comunicação seja eficaz, o ministro pastoral precisa usar fortes habilidades de comunicação. É responsabilidade do ministro pastoral aprender e praticar boas habilidades de conversação para construir relacionamentos pastorais. Quando há um bom relacionamento, o paciente se comunica mais abertamente. Na minha rotina de visitas aos doentes de quarto em quarto, apliquei algumas habilidades de relacionamento enquanto ouvia e conversava. Eles se expressaram livremente e relataram suas históriase experiências particulares. A cooperação deles comigo mostra até que ponto um ministro pastoral precisa de boas habilidades de conversação para poder ministrar com eficácia. O uso das histórias e experiências dos pacientes na pregação envolve reflexão teológica que o ministro pastoral inicia. Um refletor teológico começa a refletir sobre as experiências do paciente para encontrar um novo significado de acordo com a tradição religiosa do paciente. Depois de refletir teologicamente sobre essas histórias, o ministro pastoral também pode compartilhar essas histórias com a comunidade nas celebrações litúrgicas. O movimento das histórias dos pacientes da beira do leito para o púlpito envolve um processo hermenêutico de três vias. Este processo hermenêutico de três vias inclui uma interpretação da comunidade do paciente, a história do paciente e a própria história de Deus (texto bíblico) do lecionário. A interpretação das histórias dos pacientes revelou alguns problemas (medo, dor, abandono, raiva, depressão, etc), enquanto a interpretação dos textos bíblicos revelou alguns temas querigmáticos que forneceram pistas para resoluções. A interpretação da comunidade do paciente me ajudou a abordar meu público hospitalar no contexto. Depois de realizar esse processo hermenêutico de três vias, preparei três homilias usando histórias de pacientes e também o texto bíblico. Na preparação de cada homilia, ritualizava a história do paciente ligando a história de Deus e a história humana para ajudar o paciente a reconstruir sua vida e ver sua história como parte da história divina. Utilizei as idéias de Eugene Lowry de formar e moldar um sermão pela interação de problema e tema. Essas três homilias foram proferidas usando as idéias de Lowry de começar com a coceira e passar para o zero - da situação humana à solução nascida da Conclusão 81 o Evangelho. Este método envolve a entrega da homilia contando primeiro a história do doente (a coceira) antes de passar para a mensagem do Evangelho (o arranhão). Para testar a eficácia dos sermões pregados com histórias de pacientes em comparação com os sermões sem histórias de pacientes, preparei três outras homilias com histórias de pacientes apresentadas no apêndice. A eficácia das homilias foi testada com um questionário elaborado para dar aos pacientes do hospital oportunidades de expressar seus sentimentos sobre as homilias. Além de coletar informações das respostas dos pacientes ao questionário, conversei pessoalmente com os pacientes. As avaliações das seis homilias pareciam apoiar minha tese. Uma esmagadora maioria dos pacientes sentiu que as homilias pregadas com suas histórias se dirigiam a eles de forma mais eficaz em suas condições do que as homilias pregadas sem suas histórias. Alguns dos pacientes que falaram comigo durante nossas conversas cara a cara expressaram como as homilias com as histórias dos pacientes os ajudaram a entender o papel de Deus em suas situações e assim foram reforçados para lidar e continuar lutando pela cura. Essas respostas positivas confirmam minha observação de que aplicar as histórias e experiências dos pacientes nas homilias torna a pregação à comunidade hospitalar mais eficaz. Bibliografia Acosta, Judith e Judith Simon Prager. O pior já passou: o que dizer quando cada momento conta. San Diego, Califórnia: Jodere Group, 2003. Allen, Ronald J. Interpretando o Evangelho: Uma Introdução à Pregação. St. Louis, Missouri: Chalice Press, 1998. Anderson, Harlene. Conversação, linguagem e possibilidades: uma abordagem pós- moderna à terapia. Nova York: BasicBooks, 1997. Anderson, Herbert e Edward Foley. Histórias poderosas, rituais perigosos. San Francisco, Califórnia: Jossey-Bass Publishers, 1998. Axtell, Roger E. 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Acosta, Judith, 13, 39 escuta ativa, em ambientes de saúde, 2, 22–23, 34–35 África, doença e crenças de, 37, 38 Alquimia da Doença (Duff), 1 Allen, Ronald J., 42, 43, 50, 54 Anderson, Harlene, 9, 20, 22, 23 Anderson, Herbert, 55, 56 Axtell, Roger E., 17 Bandler, Richard, 24 Baxter, Leslie A., 23 contar histórias à beira do leito, efeitos curativos de, xii, 2, 5–6 Boothman, Nicholas, em conversas interpessoais, 10, 13, 14, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 24 Borisoff, Deborah, 20, 21, 23 Brunell, Martha, 5-6 casos e encontros com pacientes: Jane / dor oncológica e expressão de fé, 50, 69–71; Jim / ALS e arrependimentos, 5–6; Joey / acidente e paralisia, 4-5, 49; Ken / paralisia e pensamento depressivo, 35–40, 48, 55, 67–69; Senhor. Jackson e gestão de negócios, 46–47; Em. Afonso / apoio familiar de, 71–72; Em. Douglas / humor correspondente de, 32, 33, 34-35; Newhouse, Jan / vida com câncer, 5; Pat / desafio de fé e reflexão teológica, 45 comunicação: linguagem corporal em, 16, 30; construindo relacionamento em, xii, 13-19, 28–40, 80; preocupações éticas em, xiii, 7, 40, 54; contato visual em, 16–17, 30–31; em ambientes de cuidados de saúde, xiii, 28–40; identificação em, 35; conduzindo aproximação de, 37, 39; habilidades auditivas e, xii, 21–24, 34–35; conversas significativas com os doentes, xii – xiii; Programação Neurolinguística (PNL) em, xiii, 24; processo paralelo em, 40, 47; interrupção de padrão em, 33, 39; preferências sensoriais em, xiii, 24-25, 34-35. Veja também comunicação interpessoal; relatório Estilo do comunicador (Robert), 16 campos de concentração, 3 Conversação, Linguagem e Possibilidades (Anderson), 20 Realidades Conversacionais (mais curto), 23 87 88 Índic Davis, Scott Kevin, 52 Querido Bradie (Brunell), 5 de Bary, Edward O., 46 De Beer, John, 45, 53 temas doutrinários, 54 Doehring, Carrie, 46 Duff, Kat, 1, 2 Egan, Gerald, 47 olhos epóxi, 16 avaliação, eficácia das homilias, xii, xiii, 60–62, 63, 64–65, 81 Foley, Eduardo, 55, 56 Frankl, Victor, 3, 4 Moedor, John, 24 Harris, Daniel, 52 Lei de Portabilidade e Responsabilidade do Seguro Saúde (HIPAA), 40, 54 processo hermenêutico: definição, 42, 53; selecionando texto para pregação, 50–53; reflexão teológica em, 44-46, 80; três vias, 52–53, 80 “Hibiscus Blaze” (Brunell), 6 HIV, 49 Hogue, David, 46 homilias: no contexto da comunidade hospitalar, 53–54, 80; avaliando eficácia de, xiii, 60-62, 63, 64–65, 81; experiências evidenciais em, 44; processo hermenêutico de, 42, 44–46, 50–53, 80; impacto de encontros à beira do leito e, 46–47; interpretando o texto bíblico e, 54- 55; pregação lecionária e, 51-52; ligando a história de Deus com histórias humanas, 7, 55–57; atendendo às necessidades dos enfermos, xi, xii, xiii, 51-53, 80-81; movendo histórias da cabeceira para o púlpito, xii, xiii, 42–58; processo paralelo e, 47; plotagem e apresentação, 56-58, 80-81; pregando com e sem, 60–62, 63, 64–65, 67–77, 81; selecionando texto para pregação, 50–53, 80; histórias como dons para a pregação, 42–44, 47–50; reflexão teológica em, 44-46, 80 Homilia 1, 43, 44, 48, 67–69 Homilia 2, 44, 50, 55, 69–71 Homilia Três, 71–72 Homilia Quatro, 72–74 Homilia Cinco, 74–75 Homilia Seis, 75–77 comunidades hospitalares: membros / composição de, xi, 53–54, 79; pregando para, xi, 6–7, 56–58, 80–81 hospitalidade: na escuta à beira do leito e narrativa, xii, 1–8, 79; definição, 1; encontrar significado no sofrimento e, 3– 5; espaço livre e amigável para, 2, 3, 9, 79; em ambientes de saúde, 1–8; habilidades de comunicação interpessoal em, 7, 9-25, 28-40, 80; papel do doente em comunidades, xii, 2 pacientes hospitalares: escuta ativa, 2, 34–35; avaliar humores de, 32-33; construindo relacionamento com, 29–33, 80; perguntas de conversação e, 32–33; documentar visitas pastorais, 40; entrando no quarto do paciente, 29–30; lavagem das mãos como expressão de cuidado, 30; integrando histórias com textos bíblicos, xi, xiii, 54- 55; introdução e saudação, 30– 31; ministério para crianças como, 31; conversas pastorais com, 28–40; proteger informações de saúde de, 40, 54; preferência sensorial de, 34- 35; histórias da cabeceira ao púlpito, 42–58 Como fazer as pessoas gostarem de você em 90 segundos ou menos(Boothman), 13, 16 Como falar com qualquer pessoa(Lowndes), 16 doença: aceitação de, 48; como desafio à fé, 48, 70; sentimentos e emoções associados a, xii, 1-2, 90 Índic Índice 89 43, 47-50, 68, 70; livre e amigável espaço para comunicação, 2, 3, 9, 79; saúde e integração na comunidade, 7; hospitalidade em contar histórias à beira do leito, xii, 5–6, 79; conversas significativas com os doentes, xii– xiii; lugar de Deus no sofrimento, xii, 42-43, 48, 68; papel dos doentes nas comunidades, xii, 2; imparcial atitudes em relação a, 2; vontade de ficar bem e, 48; obra de Jesus entre os doentes, 68-69, 70, 71-72. Veja também pacientes hospitalares crença encarnacional, 28–29 escuta intencional, nos cuidados de saúdeconfigurações, xi, 2, 6-7 comunicação interpessoal: significados de conteúdo e contexto em, 12; conversa como ato social, 9- 10; tempo de conversação em, 19; princípio cooperativo de, 10-11; diferenças culturais em, 11; na saúde configurações de cuidados, 28–40, 80; interpretando a identidade através da conversação, 11–12; nomes de parentesco em, 11; habilidades de escuta em, 21–24; como processo para dar ajuda, 12–13; relatório em, 13-19, 28-40, 80; sensorial preferências em, xiii, 24-25, 34-35; sincronizando em, 19, 31-33; falando e perguntas de conversação em, 19– 21; usando termos de referência adequados, 10–11. Veja também comunicação; hospitalidade isolamento, xii, 5, 7 Jorgenson, Jane, 13, 14 Kelly, Eugene W., 12 temas querigmáticos, 54 Killen, Patricia O'Connell, 45, 53 Kinast, Robert L., 45 Kratz, Abby Robinson, 22 Kratz, Dennis M., 22 pregação lecionária, 51–52 Quaresma, disciplina de, 74–75 lepra e leprosos, 69– 71 logoterapia, 3, 4 Lowndes, Leil, 16, 17 Lowry, Eugene, 54, 55, 56, 57, 80 Fazendo conexões (Meadow), 9 Man's Search for Meaning (Frankl), 3 McCroskey, James C., 16, 18 Meadow, Charles T., 9 processo de construção de significado: conversa interpessoal e, 12; de sofrimento, 3-5, 43, 79 técnica de psicoterapia orientada para o significado, 3 Montgomery, Barbara M., 23 Dança da Lua, Vida através da Lente de Câncer (Nova Casa), 5 mães, comemorando, 75–77 Programação Neurolinguística (PNL), xiii, 24 Newhouse, 5 de janeiro Nichols, William, 42, 43 Nigéria: Igbos de, 38; termos de parentesco de, 11; ministrando aos enfermos em, xi; National Youth Service Corp (NYSC) em, 72–73; governantes tradicionais em, 11 Nouwen, Henri, 1, 2, 7 Oates, Wayne E., 48 processo paralelo, 40, 47 interrupção de padrão, 33, 39 Prager, Judith Simon, 13, 39 oração, como contato principal com Deus, 76-77 A pregação como teologia local da arte popular (Tisdale), 53 Purdy, Michael, 20, 21, 23 questionários, avaliando a eficácia das homilias com, xiii, 60-62, 63, 64–65, 81 90 Índic relatório: sorrisos radiantes, 17; por acaso, 14-15; por projeto, 15; saudações eficazes, 15–16, 30–31; estabelecendo, 12-13, 28-30, 80; contato visual e, 16–17, 30–31; inclinado para a frente com, 17-18, 31; apertos de mão com, 18, 31; em ambientes de saúde, 28–29; “Oi” ou “Olá” com, 17, 30–31; mútuo compartilhando, 18; por natureza, 14, 29; linguagem corporal aberta e, 16, 30– 31; respondendo e dando feedback em, 22–23; sincronizando em, 19, 31-33; atitudes úteis com, 18. Veja também comunicação interpessoal Alcançando(Nouwen), 1 escuta- audição responsiva-ativa, 22-23 Richmond, Virginia P., 16, 18 Robert, Norton, 16 Shorter, João, 23 Simão Cireneu, 45 Skudlarek, William, 50, 51, 52 Pedra, Ricardo, 5 narração de histórias: na pregação contemporânea, 43-58; como transmitir conhecimento e informações, 42–43; como dons para a pregação, 47–50; efeitos curativos de, xii, 2, 5-6; hospitalidade em, xii, 1–8, 79; por Jesus, 43; ligando a história de Deus com histórias humanas, 55-57 sofrimento: atitudes em relação a, 4, 5; vivenciando e sobrevivendo, 73; encontrando significado em, 3-5, 79; lugar de Deus em, xii, 42-43, 48, 68 Thomlison, T. Dean, 18 Tisdale, Leonora Tubbs, 53 Tracy, Karen, 10-11, 12 Travelbee, Joyce, 48, 49 Whitehead, Evelyn Eaton, 7 Whitehead, James D., 7 O pior já passou(Acosta e Prager), 13 Sobre o autor Cajetan Ngozika Ihewulezi, CSSP, é um padre católico da ordem do Espírito Santo, da Nigéria. Após sua ordenação sacerdotal em 1991, atuou como Diretor do Movimento Vocacional dos padres e irmãos do Espírito Santo da província nigeriana de 1991 a 1995. Ele se tornou o pároco de Mater Misericordiae, Port Harcourt de 1996-2001. Mais tarde, Ihewulezi viajou para os Estados Unidos da América para estudos adicionais. Ele recebeu seu primeiro mestrado na Duquesne University em Teologia Sistemática e um segundo mestrado na St. Louis University em Teologia Histórica. Doutorou-se no Instituto de Teologia de Aquino. Enquanto fazia seus estudos teológicos em St Louis, ele também foi treinado como capelão de hospital. Tornou-se capelão hospitalar certificado em 2007. Ihewulezi atuou como capelão hospitalar em meio período no Hospital St Louis, Hospital Judaico Barnes, St Anthony's Hospital, Forest Park Hospital e Missouri Baptist Medical Center. Ele é o autor de Clearing Doubts on Controversial Catholic Doctrines, Beyond the Color of Skin, The History of Poverty in a Rich and Blessed America, Not Created to Come Last, Achieving Your Dreams, Forward March to Professionalism, and Keep Moving Forward. 91 Conteúdo Agradecimentos Introdução Ouvir à beira do leito hospitalar como verdadeira hospitalidade para com os doentes HOSPITALIDADE, NÃO HOSTILIDADE ESCUTA ATIVA/INTENCIONAL DO QUE OS DOENTES TEM A OFERECER DA HOSPITALIDADE AO ENCONTRAR SENTIDO NO SOFRIMENTO: A LOGOTERAPIA DE VICTOR FRANKL E O EFEITO DE CURA DE CONTAR HISTÓRIAS: OS DOIS CASOS DE JAN NEWHOUSE E JIM COMPARTILHANDO A HISTÓRIA DE LADO DO PACIENTE COM A COMUNIDADE DE ADORAÇÃO NOTAS Conversa interpessoal POR QUE CONVERSEMOS OU COMUNICAMOS? O PRINCÍPIO DA COOPERATIVA NA TROCA DE INFORMAÇÕES USANDO OS TERMOS DE REFERÊNCIA ADEQUADOS NA CONVERSA INTERPRETANDO A IDENTIDADE ATRAVÉS DA CONVERSA FAZENDO SIGNIFICADO DA CONVERSA INTERPESSOAL A COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL COMO PROCESSO DE PRESTAÇÃO DE AJUDA EDIFÍCIO DE RELATÓRIOS RELATÓRIO POR NATUREZA RELATÓRIO POR ACASO RELATÓRIO POR PROJETO AS HABILIDADES DE ESTABELECER RELATÓRIO O CUMPRIMENTO Aberto Olho Feixe Oi Magro O aperto de mão Aplicando a Atitude Correta Capacidade de Sincronizar CONVERSA COM A NOVA PESSOA FALAR E PERGUNTAR AUDIÇÃO HABILIDADES AUDITIVAS Ouvindo com interesse Ouvindo e dando a resposta adequada Ouvindo e Contribuindo Cuidado ao dar conselhos RECONHECENDO AS PREFERÊNCIAS SENSORIAIS DA OUTRA PESSOA NOTAS Conversas Pastorais com Pacientes Hospitalares A IMPORTÂNCIA DE BOAS HABILIDADES DE COMUNICAÇÃO EM UM AMBIENTE DE SAÚDE AS HABILIDADES PARA ESTABELECER RELATO IMEDIATO COM O PACIENTE ENTRAR NO QUARTO DO PACIENTE A Introdução / Saudação Sincronização / Correspondência CONVERSA DIALÓGICA À BEIRA DO LEITO COM O PACIENTE ESCUTA ATIVA DO PACIENTE Reconhecendo as preferências sensoriais do paciente na conversa Abordagem e Comentários UM ENCONTRO COMPLETO COM UM PACIENTE: O CASO DE KEN BREVE ANÁLISE DO ENCONTRO COM KEN Recomendações Documentação da história do paciente e implicações éticas NOTAS Da história do paciente à homilia O PAPEL DA HISTÓRIA NA PREGAÇÃO DA PROCLAMAÇÃO O DOENTE COMO SACRAMENTO DA COMUNIDADE O PREGADOR COMO REFLETOR TEOLÓGICO ENCONTRO À BEIRA DO LEITO E SEUS EFEITOS NO MINISTRO PASTORAL TIPOS DE HISTÓRIAS COMO PRESENTES PARA PREGAR OUVINDO OS DONS DA PERGUNTA E DO DESAFIO OUVINDO OS PRESENTES DA CULPA E DO DESESPERO OUVINDO OS DONS DE TESTEMUNHO, ACEITAÇÃO E ESPERANÇA SELEÇÃO DE TEXTO DO LECIONÁRIO DA IGREJA OU COMO ESCOLHIDO PELO PREGADOR SELEÇÃO DA BÍBLIA PREGAÇÃO LECIONÁRIA RESUMO TEXTOS LECIONÁRIOS E PREGAÇÃO AOS DOENTES UMA HERMENÊUTICA DE TRÊS VIAS INTERPRETANDO A COMUNIDADE DOS DOENTES INTERPRETANDO O TEXTO BÍBLICO INTERPRETANDO E SELECIONANDO A HISTÓRIA ADEQUADA RITUALIZAÇÃO DA HISTÓRIA DO PACIENTE: LIGANDO A HISTÓRIA DE DEUS COM A HISTÓRIA HUMANA PLANTANDO A HOMILIA O TEXTO DA PREGAÇÃO: UMA EMOCIONANTE MENSAGEM DE ESPERANÇA A APRESENTAÇÃO DA HOMILIA NOTAS A avaliação da pregação UM QUESTIONÁRIO PARA AS RESPOSTAS DE PACIENTES HOSPITALARES AVALIAÇÃO DO QUESTIONÁRIO OS RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO AVALIAÇÃO DAS HOMILAS RESPOSTAS ANEDÓTICAS AS LIMITAÇÕES DO QUESTIONÁRIO Homilias HOMILIARES COM HISTÓRIAS E EXPERIÊNCIAS DE PACIENTES Homilia 2. Homilia do Sexto Domingo do Tempo Comum do Ano B Homilia 3. Homilia do 7º Domingo do Tempo Comum AnoB HOMILIAS SEM REFERÊNCIA A HISTÓRIAS E EXPERIÊNCIAS DE DOENTES Homilia 5. Homilia do Domingo de Páscoa Ano B Homilia 6. Homilia para o V Domingo da Páscoa Ano B NOTAS Conclusão Bibliografia Índice Sobre o autor