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- -1 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DE CURTO PRAZO - -2 Olá! Ao final desta aula, você será capaz de: 1. Entender o que é o capital de giro e a relação com a rentabilidade. 2. Conhecer o ciclo de conversão de caixa. 3. Compreender a gestão de recebimentos e pagamentos. 1 Introdução Nesta aula, compreenderemos a administração financeira de curto prazo e o ciclo de conversão de caixa, além de conhecer a necessidade de utilizar fundos do ciclo de caixa e as estratégias para minimizar as obrigações. Saberemos entender a gestão de capital de giro e de ativos circulantes e poder decidir se devem financiar as necessidades de fundos, de maneira agressiva ou conservadora. 2 Capital de Giro O balanço patrimonial é uma das principais demonstrações contábeis. É por meio dele que se pode observar a saúde financeira da empresa. Neste demonstrativo está evidenciado o Ativo, passivo e patrimônio Líquido. ATIVO - O Ativo compreende os Bens e direitos da entidade e o passivo compreende as obrigações. Patrimônio Líquido - Já o patrimônio Líquido é a diferença entre o ativo e passivo. As contas registram os aumentos e diminuições nos componentes do balanço. O lançamento de uma conta é chamado débito ou crédito. Débito - O lado esquerdo do razonete de uma conta é chamado débito. Crédito - O lado direito é chamado de crédito. Método das partidas dobradas É a operação que demonstra a correspondência entre crédito e débito. Onde diz que para cada crédito existe um debito de igual valor, de forma que a soma dos valores debitados seja sempre igual aos valores creditados. Financiamento por sua proporção na estrutura de capital da empresa e somam-se com os valores ponderados. O capital de giro pode ser definido como o montante de recursos que a empresa precisa desembolsar para antes de receber pela venda de seus produtos ou serviços. - -3 A gestão do capital de giro reflete como está a empresa, pois demonstra a capacidade que a empresa possui em pagar suas obrigações em dia, e de gerar retorno aos acionistas. Uma empresa, quando se encontra “descapitalizada”, é o mesmo que não dispor de capital de giro suficiente para cumprir com seus compromissos. Para que possamos analisar a capacidade ou necessidade de capital de giro, devemos conhecer os demonstrativos, pois é nele que nos apoiamos para tirar os indicadores que nos dará apoio nas decisões. Mas, afinal! Por que chamamos de capital de giro? Bem, quando uma empresa é formada, iniciamos com o capital social, ou seja, recursos dos sócios que formam a empresa). Uma parte deste capital é destino à formação da empresa, no que tange o investimento fixo, ou seja, aquisição das máquinas, móveis, prédio, ferramentas, enfim, para investir em itens do ativo imobilizado. A outra parte formará o estoque e ficará distribuído entre o caixa e banco. Vendas à vista geram dinheiro no caixa e vendas a prazo geram duplicatas a receber. O conceito de capital de giro está associado aos recursos que estão em constante movimentação do capital de giro que envolve dois ciclos: o operacional e o financeiro. - -4 3 Administração de capital de giro A administração de capital de giro contempla as decisões do administrador financeiro, em relação aos ativos e passivos circulantes. Diante desses dois grupos de contas do balanço patrimonial é que podemos dizer se uma empresa possui liquidez ou não. A liquidez de uma empresa é quando ela consegue honrar suas obrigações. Para isso, a empresa deve manter um saldo disponível, representado por dinheiro em caixa, em conta corrente e aplicações em títulos de alta liquidez. Estes são registrados como disponibilidades no balanço patrimonial. Podemos observar no próprio balanço patrimonial que, quanto maior for o montante de recursos investido em cada uma das contas de disponibilidades, maior será a capacidade de liquidez da empresa e menor será o risco de inadimplência por falta de pagamentos dos credores. No balanço temos duas fontes de recursos, são elas: Fontes Onerosas - As Fontes onerosas são aquela que fornecem recursos sobre os quais se exige remuneração, na forma de juros ou dividendos. Ex.: Empréstimos, as debêntures e o capital próprio. Fontes Não Onerosas - As Fontes não onerosas são aquelas que fornecem recursos que não apresentam custos explícitos. Ex.: salários, impostos a recolher, duplicatas a pagar, etc. PATRIMÔNIO Balanço patrimonial Ativo circulante Passivo circulante – Exigível de longo prazo/ Patrimônio líquidoAtivo não circulante – Observe que o ativo circulante é maior do que o passivo circulante. Esta diferença é denominada CCL ou capital de giro líquido. 4 Capital de giro líquido Os ativos circulantes, comumente são chamados de capital de giro, já que eles representam parte da empresa que circula na condução dos negócios da empresa. Para medir o capital da empresa, podemos observar algumas questões: Já que o capital de giro parte dos investimentos que circulam no ciclo operacional da empresa, ou seja, capital circulante (ativo circulante). - -5 Capital circulante líquido será a diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante, e assim podemos observar se a empresa possui, ou não, capacidade de saldar seus compromissos em curto prazo. CGL = Ativo Circulante – Passivo Circulante Imagine uma empresa com seu Ativo Circulante no valor de $1.200,00 e seu Passivo Circulante no valor de $ 1000,00; Isto significa que seu CCL é positivo em $ 200,00; Ou seja, o valor do Ativo circulante supera o passivo circulante. Quando o CCL POSITIVO a parcela do Ativo Circulante é financiada com recursos de Longo Prazo. As necessidades de capital de giro, além de ser fundamental para a análise do ponto de vista financeiro (caixa), assim como também das estratégias de financiamento, crescimento e lucratividade da entidade. Para calcular a Necessidade de capital de giro, utilizamos os demonstrativos contábeis: Balanço patrimonial Demonstrativos de resultado PATRIMÔNIO balanço patrimonial Ativo circulante/ CCL – Passivo circulante Ativo não circulante– Exigível de longo prazo e Patrimônio líquido Os recursos oriundos de fontes de longo prazo foram agrupados (exigível a longo prazo e patrimônio líquido), e representam que o CCL é financiado por recursos dessas fontes. Quando a soma dos elementos do ativo corrente é maior que a soma dos elementos do passivo corrente, dizemos que o CCL é positivo. Em caso contrário, o CCL é negativo. Quando a soma dos elementos do ativo corrente é igual à soma dos elementos do passivo corrente, o CCL é nulo. Exemplo gráfico: - -6 Ao analisar a empresa KDM, durante o ano de 2004, o ativo circulante foi de $650 e o passivo circulante de $345. No ano seguinte, o ativo circulante foi para $870 e o passivo circulante para $505. Calcule a variação do capital de giro em 2005. AC = $ 870 2005 PC = $ 505 2005 AC = $ 650 2004 PC = $ 345 2004 Variação do CCL = $ 365 – $ 305 = $ 60 Neste caso o CCL foi positivo. Mas se no caso, a empresa KDM apresentasse durante o ano de 2004, o ativo circulante de $ 870 e o passivo circulante de $ 505. No ano seguinte, o ativo circulante foi para $ 650 e o passivo circulante para $ 345. Calcule a variação do capital de giro em 2005. AC = $ 650 2005 PC = $ 345 2005 AC = $ 870 2004 PC = $ 505 2004 Variação do CCL = $305 - $ 365 = - $60 - -7 Neste caso o CCL foi negativo. Mas se no caso, a empresa KDM apresentasse durante o ano de 2004, o ativo circulante de $ 870 e o passivo circulante, de $ 505. No ano seguinte, o ativo circulante foi para $ 770 e o passivo circulante para $ 405. Calcule a variação do capital de giro em 2005. AC = $ 650 2005 PC = $ 345 2005 AC = $ 870 2004 PC = $ 505 2004 Variação do CCL = $305 - $ 365 = - $60 Variação do CCL = $265 - $ 265 = $0 Neste caso o CCL é nulo. 5 Necessidade de capital de giro Para se calcular a necessidade de capital de giro de uma empresa, com base em seu balanço patrimonial, énecessário reclassificar algumas contas, tanto do ativo como do passivo. A equação mostra que a NCG corresponde à diferença entre o capital de giro eo saldo de tesouraria. NCG = Ativo Operacional – Passivo Operacional Algumas contas do AC e do PC se renovam de maneira cíclica, juntamente com as operações. AC: As contas do AC com esta característica são chamadas de aplicações cíclicas. O exemplo típico de fonte cíclica (operacional) são os fornecedores. PC: As contas do PC com esta característica são chamadas de fontes cíclicas. O exemplo típico de aplicação cíclica são os clientes e os estoques. São chamadas também de Ativo Circulante Operacional e Passivo Circulante Operacional, respectivamente, justamente por esta característica de renovação de saldos, no decorrer da atividade operacional. A necessidade de capital de giro (NCG) é a diferença entre as aplicações cíclicas (AC) e as fontes cíclicas (FC): NCG = AC – FC NCG: A necessidade de capital de giro (NCG) indica o montante de recursos necessários para se manter o giro dos negócios, devido à insuficiência das fontes operacionais. - -8 AC: A necessidade de capital de giro (NCG) indica o montante de recursos necessários para se manter o giro dos negócios, devido à insuficiência das fontes operacionais. FC: Havendo insuficiência de FC, em relação às AC, a empresa terá que buscar novas fontes de financiamento para continuar operando. Estas novas fontes serão as fontes do sistema financeiro, como veremos à frente. Quando apresentar AC = FC, ou mesmo AC < FC, não haverá necessidade da empresa buscar novas fontes de financiamento para as suas operações. NCG: 25.000 + 40.000 – 30.000 – 5.000 = 30.000 A necessidade de capital de giro (NCG) pode ser calculada pela utilização dos saldos das contas cíclicas, constantes do Balanço Patrimonial, conforme a definição acima. 6 Ciclo de conversão de caixa Ciclo Operacional - Corresponde ao intervalo de tempo que compreende desde a compra da matéria-prima para a produção ou de mercadorias para revenda até o recebimento do valor gerado pela venda. Ciclo Financeiro - Envolve as entradas e saídas de caixa. Exemplo Imagine que uma empresa adquira matéria-prima de fornecedores, e que o prazo de pagamento seja 30 dias. Essa matéria-prima vai imediatamente para a produção, cujo processo dura 15 dias. Após a fabricação, o produto é imediatamente vendido, também a prazo, para o recebimento em 30 dias. Assim, o ciclo operacional é de 45 dias. Sendo assim, o ciclo financeiro é de 15 dias e o ciclo operacional é de 45 dias. - -9 0 - Compra de matéria prima. 15 - Conclusão da fabricação e venda do produto. 30 - Pagamento ao fornecedor de matéria-prima. 45 - Recebimento do Cliente. Clico Financeiro à Clico Operacional à Portanto, o Ciclo Operacional é igual ao prazo médio de estocagem, mais o prazo médio de recebimento das vendas a prazo. CO = PME + PMR Ciclo Financeiro - Corresponde ao intervalo de tempo entre o pagamento de compras e o recebimento de vendas. O Ciclo Financeiro é soma do prazo médio de estocagem com o prazo médio de recebimento e em seguida deduz o prazo médio de pagamento. Ciclo Financeiro: CF = PME + PMR – PMP Ex.: A empresa JUJU tem um ciclo operacional de 60 dias e um ciclo financeiro de 38 dias. Determine o nº de dias que, em média, a empresa leva para pagar seus fornecedores. CO = IME + PMC = 60 CC = IME + PMC - PMP = 38 então, CC = IME + PMC - PMP 38 60 - PMP PMP = 22 dias. - -10 7 Estratégias de gestão de ciclo de conversão de caixa Quando as empresas fazem elevado investimento no circulante podem apresentar um uso ineficiente de recursos, como: • Manter saldos de caixa acima do mínimo necessário não traz melhoria à rentabilidade da empresa; • Manter o saldo de duplicatas a receber elevado pode sinalizar ineficiência na cobrança, ou uma política de crédito desajustada; Por isso é importante cobrar as contas com a maior rapidez possível; • O saldo do estoque elevado não aumenta as vendas, por isso é importante girar o estoque com a maior velocidade possível; • Efetuar pagamentos de contas a pagar com a maior lentidão possível, sem prejudicar o crédito da empresa. O que vem na próxima aula Nesta aula, você continuou a aprender sobre Custos Médios e Marginais. Na próxima aula, você terá a oportunidade de estudar os seguintes itens: • Administração de caixa • Gestão de estoque • Pagamentos e recebimentos Até lá! CONCLUSÃO Nesta aula, você: • Aprendeu o que é custo. Compreendeu a diferença entre o custo médio e marginal de capital e cada tipo utilizado na aplicação do mercado financeiro. • Conheceu os cálculos destes custos e suas utilidades, tanto formal como informal, do investimento em ações. • Aprendeu a verificar a diferença do custo médio ponderado de capital e do custo marginal de capital e percebeu a aplicação na escala de oportunidade de investimento. • • • • Saiba mais GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. São Paulo: Pearson, 2006. Capítulo 14 - Visão geral da administração financeira. MEGLIORI, Evandir Administração financeira: uma abordagem brasileira. São Paulo: Pearson prentice hall, 2009. • • • • • • Olá! 1 Introdução 2 Capital de Giro 3 Administração de capital de giro 4 Capital de giro líquido 5 Necessidade de capital de giro 6 Ciclo de conversão de caixa 7 Estratégias de gestão de ciclo de conversão de caixa O que vem na próxima aula CONCLUSÃO
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