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20/10/23, 17:06 Técnicas de preparação de lâmina com cortes histológicos, classificação geral dos tecidos básicos e a classificação do tecido epitelial. https://ceadsaladeaula.uvv.br/conteudo.php?aula=tecnicas-de-preparacao-de-lamina-com-cortes-histologicos-classificacao-geral-dos-tecidos-basicos-e-a-classificacao-do-tecido-epitelial&dcp=histologia-e-embriolo… 1/15 Técnicas de preparação de lâmina com cortes histológicos, classi�cação geral dos tecidos básicos e a classi�cação do tecido epitelial. Histologia e Embriologia 1. Introdução Histologia é uma parte da biologia que estuda a estrutura e inter-relação dos constituintes teciduais de um organismo. A disciplina terá como foco principal o estudo dos tecidos biológicos de animais, quanto a suas características morfológicas e propriedades funcionais, bem como estes tecidos se organizam para constituir os diferentes órgãos e sistemas. Esta ciência desenvolveu-se após a invenção do microscópio óptico (MO) ou de luz. Posteriormente, o desenvolvimento do microscópio eletrônico e novas técnicas de estudo (cultura de células, microscopia de fluorescência, imunohistoquimica e a microscopia eletrônica) permitiram um grande avanço na área. Reflita: Como você responderia às questões abaixo? Por que os tecidos devem ser fixados com o uso de formol? Por que precisam ser cortados tão finos? Por que a maioria dos cortes histológicos devem ser corados? Por que, em um corte corado, os núcleos das células deste tecido têm um tom de azul-púrpura e o citoplasma um tom róseo a vermelho? Por que o núcleo é considerado um componente basófilo e o citoplasma um componente acidófilo? 2. Método de preparação de lâmina com cortes histológicos permanentes 20/10/23, 17:06 Técnicas de preparação de lâmina com cortes histológicos, classificação geral dos tecidos básicos e a classificação do tecido epitelial. https://ceadsaladeaula.uvv.br/conteudo.php?aula=tecnicas-de-preparacao-de-lamina-com-cortes-histologicos-classificacao-geral-dos-tecidos-basicos-e-a-classificacao-do-tecido-epitelial&dcp=histologia-e-embriolo… 2/15 O método mais utilizado para o estudo dos tecidos é o preparado histológico permanente (lâmina histológica). A partir destas lâminas, com o auxílio do MO, podemos analisar o grupo de células que apresentam (em geral) a morfologia e funções similares, e bem como esses tecidos se organizam para constituir os diferentes sistemas. A preparação dessas lâminas envolve coleta da amostra, fixação, inclusão, microtomia, coloração e montagem final da lâmina, os quais envolvem diferentes compostos químicos e instrumentos. Etapas do preparo histológico permanente Coleta da Amostra: Pode ser feito por necropsia (de indivíduos mortos) ou por biopsia (de indivíduos vivos). As peças cirúrgicas grandes ou de necropsia devem ser clivadas previamente para reduzir sua espessura (4 mm de espessura), pois o formol precisa penetrar em todo o tecido antes que este sofra autólise. Fixação: solução isotônica tamponada de formaldeído a 10%, cuja finalidade é desnaturar o material prevenindo a autólise e ataque bacteriano - preservar a estrutura e composição das moléculas dos tecidos. Impede, portanto, a autólise e a proliferação de microrganismos. Permite uma coloração adequada e o endurecimento do material. Inclusão: Primeira etapa que compreende a desidratação, quando ocorre a retirada da água dos tecidos e a sua substituição por álcool (o bloco de tecido é emergido em concentrações crescentes de álcool etílico 70%, 80%, 90% e 100%) para evitar a retração. A diafanização é a etapa seguinte, com a substituição do álcool, agora presente nos tecidos, por xilol. Finalmente, na impregnação, última etapa, o xilol é substituído por parafina fundida a 60° em pequenos blocos ou formas metálicas. Microtomia: Utiliza-se um micrótomo para obter cortes entre 5 e 7 micrometros, delgados e uniformes, a partir dos blocos de parafina com as peças incluídas. As fitas obtidas a partir do micrótomo são transferidas para um banho-maria para serem distendidas. Após a distensão, os cortes são transferidos para uma lâmina de vidro, revestida com uma fina camada de albumina, e deixa-se secar entre uma e 24 horas. Coloração (A combinação mais comum de corantes usada em Histologia e Histopatologia é a Hematoxilina e Eosina - HE.): De acordo com Junqueira e Junqueira (1983), as etapas são: 1º) desparafinar e hidratar os cortes (utilizando-se xilol e banhos de álcool com concentrações decrescentes, sendo o último banho de água) ; 2º) corar em hematoxilina entre 5 e 15 min; 3º) lavar em água corrente por 10 min; 4º) corar em eosina entre 1 e 10 min; 5º) lavar em água e desidratar em álcool 70% rapidamente; 6º) diafanizar Montagem final da lâmina: Deposita-se a resina líquida sobre o corte (fixo na lâmina) e logo após cobrir com uma lamínula. A resina depois de seca garantirá uma lâmina permanente. 20/10/23, 17:06 Técnicas de preparação de lâmina com cortes histológicos, classificação geral dos tecidos básicos e a classificação do tecido epitelial. https://ceadsaladeaula.uvv.br/conteudo.php?aula=tecnicas-de-preparacao-de-lamina-com-cortes-histologicos-classificacao-geral-dos-tecidos-basicos-e-a-classificacao-do-tecido-epitelial&dcp=histologia-e-embriolo… 3/15 Qual a diferença entre tecidos corados com hematoxilina e eosina e a técnica de imunohistoquímica? Para que serve esta técnica? Qual sua aplicação para saúde? Clique para acessar. 3. Conceito, constituição geral e classificação dos tecidos básicos. O tecido corresponde a um conjunto de células que se organizam de maneira coletiva, e que em conjunto com a matriz extracelular (microambiente celular) desempenham funções em comum para a formação de vários órgãos e sistemas do indivíduo. A matriz extracelular (ME) é formada por uma variedade de macromoléculas que são secretadas por células em quantidades variáveis. Esta matriz pode ser encontrada ao redor das células em composições variadas no tecido conjuntivo (matriz extracelular intersticial), e ainda há uma forma especializada presente entre o tecido epitelial e o tecido conjuntivo, denominada membrana basal, cuja função principal é de unir estes tecidos. Apesar da complexidade, o organismo humano é constituído por apenas quatro tipos básicos de tecido: epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso. O tecido epitelial caracteriza-se pela grande quantidade de células poliédricas, justapostas, e com pouca matriz extracelular. Reveste as superfícies corporais e as cavidades corporais, os vasos sanguíneos e linfáticos. Realiza ainda absorção, excreção de substâncias, e secreção, como nas glândulas. O tecido conjuntivo comum ou propriamente dito (estroma) fica subjacente ao epitélio de revestimento, caracteriza-se pela grande variedade de células isoladas e pela abundância de ME. A composição diferenciada da sua matriz extracelular faz com que absorva impactos, resista à tração ou tenha elasticidade. O tecido muscular possui células alongadas ricas nos filamentos de actina e de miosina, responsáveis pela sua contração. Já o tecido nervoso é constituído, basicamente, por células com prolongamentos (neurônios e células da glia). As células da glia fornecem um microambiente adequado às células nervosas, ocupam os espaços entre os neurônios, e têm como função sustentação, revestimento ou isolamento e modulação da atividade neural, uma vez que o tecido nervoso é pobre em ME. O neurônio é a unidade estrutural e funcional do sistema nervoso, que é especializada para a comunicação rápida, e tem como função básica de receber, processar e enviar informações. A partir dos quatro tecidos básicos, algumas subdivisões ocorrem nas classificações dos: tecidos epitelial, conjuntivo e muscular. http://www.scielo.br/pdf/%0D/jbpml/v42n2/a12v42n2.pdf 20/10/23, 17:06 Técnicas de preparação de lâmina com cortes histológicos, classificação geral dos tecidos básicos e a classificação do tecido epitelial. https://ceadsaladeaula.uvv.br/conteudo.php?aula=tecnicas-de-preparacao-de-lamina-com-cortes-histologicos-classificacao-geral-dos-tecidos-basicos-e-a-classificacao-do-tecido-epitelial&dcp=histologia-e-embriolo…4/15 Ilustração de como as células se organizam para formar os tecidos que constituem as vilosidades intestinais e as pregas intestinais. Organização do órgão (intestino) e do sistema digestório (conjunto de órgãos). Ilustração de células presentes nos quatro tecidos básicos que constituem o corpo dos homens e animais. 4. Tecido epitelial O termo tecido epitelial foi introduzido pelo anatomista holandês Ruysch no século XVIII. A denominação epitélio (do grego epi – sobre; theleo – papila) refere-se à localização deste tecido sobre o tecido conjuntivo, que comumente forma projeções chamadas papilas. A principal função é revestir a superfície do corpo (proteção), também cobre os tratos digestório, respiratório e urogenital, as cavidades corporais e os vasos sanguíneos e linfáticos e, neste caso, além de proteção, exerce a função de absorção e secreção (glândulas). O tecido epitelial é caracterizado por uma grande quantidade de células poliédricas, justapostas, com muito citoplasma, citoesqueleto desenvolvido e polaridade, entre as quais há pouca ME. Apresentam apenas um núcleo e, geralmente, a sua forma acompanha a forma da célula; quanto a sua posição, ela pode variar, dependendo do tipo de célula. A forma do núcleo nos auxilia na precisão da forma das células epiteliais, uma vez que não podemos distinguir os limites entre as células epiteliais por meio da MO (células justapostas) e também nos fornece informações estruturais (se as células epiteliais organizam-se em camadas ou não), um critério morfológico fundamental para classificar os dois tipos de epitélios: revestimento e glandulares. Existem ainda mais duas classificações do tecido epitelial: tipos especiais de epitélios desempenham função sensorial (Neuroepitélio), como o dos órgãos sensoriais, e função germinativa, como o epitélio dos testículos. 20/10/23, 17:06 Técnicas de preparação de lâmina com cortes histológicos, classificação geral dos tecidos básicos e a classificação do tecido epitelial. https://ceadsaladeaula.uvv.br/conteudo.php?aula=tecnicas-de-preparacao-de-lamina-com-cortes-histologicos-classificacao-geral-dos-tecidos-basicos-e-a-classificacao-do-tecido-epitelial&dcp=histologia-e-embriolo… 5/15 A polaridade da célula resulta da diferença na composição química da membrana plasmática e na posição das organelas. A região da célula voltada para a superfície livre ou lúmen é o polo apical, enquanto o lado oposto é o polo basal (porção voltada para a lâmina basal). A lâmina basal é uma estrutura localizada na superfície de contato entre as células epiteliais e o tecido conjuntivo subjacente. A constituição química desta lâmina pode variar, onde o principal componente é o colágeno IV, associado a glicoproteína e proteoglicana. Esta lâmina basal permite a adesão entre o epitélio e o tecido conjuntivo e é uma barreira de filtração seletiva para as substâncias que se movimentam entre esses dois tecidos; define a polaridade das células e também influencia a diferenciação e a proliferação das células epiteliais (queratinócitos). Geralmente, associada à porção inferior da lâmina basal, há uma lâmina reticular, que é secretada pelo tecido conjuntivo subjacente. A lâmina basal e a lâmina reticular compõem a membrana basal (vista ao MO). Algumas células epiteliais possuem especializações de membrana da superfície livre (polo apical) com a finalidade de aumentar a superfície ou mover partículas, como por exemplo: microvilos, esteriocílios, cílios e flagelos. Os microvilos são evaginações da superfície apical da célula que aumentam a superfície de absorção. São encontrados principalmente na superfície das células absortivas, como as dos túbulos renais e as do intestino delgado. Os estereocílios são imóveis (do grego stereo, fixos) aumentam a superfície de absorção (epidídimo) ou são mecanorreceptores sensoriais, como aqueles das células pilosas da orelha interna. Cílios são projeções da superfície apical da célula, maiores que os microvilos e são móveis, fazendo com que o material na superfície das células seja transportado, como ocorre na traqueia e na tuba uterina. O flagelo possui estrutura semelhante à do cílio, mas é mais longo e único. Ocorre no espermatozoide, sendo responsável pela sua motilidade. O tecido epitelial é originado a partir dos três folhetos embrionários, ectoderma, mesoderma e endoderma. Ectoderma, folheto mais externo do embrião, dá origem a mucosa (bucal, nasal, córnea), glândulas mamárias, epiderme e anexos da pele e ânus. Já o mesoderma, folheto intermediário, revestimento do néfron e tubo coletor, órgãos reprodutores, mesotélio e endotélio. Por fim, o endoderma, folheto mais interno, a mucosa do sistema digestivo e respiratório, glândulas do aparelho digestivo (fígado e pâncreas). SAIBA MAIS Saiba mais lendo o artigo: Expressão da laminina na membrana basal em carcinoma escamocelular oral. http://www.scielo.br/pdf/bjorl/v75n6/v75n6a22.pdf 20/10/23, 17:06 Técnicas de preparação de lâmina com cortes histológicos, classificação geral dos tecidos básicos e a classificação do tecido epitelial. https://ceadsaladeaula.uvv.br/conteudo.php?aula=tecnicas-de-preparacao-de-lamina-com-cortes-histologicos-classificacao-geral-dos-tecidos-basicos-e-a-classificacao-do-tecido-epitelial&dcp=histologia-e-embriolo… 6/15 Micrografia eletrônica de células do epitélio intestinal evidenciando as microvilosidades. Detalhe: Epitélio intestinal com espessamento do polo apical das células – Microvilosidades – (Microscopia óptica -HE – 1500 X). Epidídimo - Estereocílios no polo apical das células do epitélio de revestimento. (Microscopia óptica -HE – 400X). Traqueia - cílios no polo apical das células do epitélio de revestimento. (Microscopia óptica -HE – 400X). Figura ilustrativa do espermatozoide evidenciando seu flagelo. https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img03-1-768x574.jpg https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img03-1-768x574.jpg https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img04-1-768x614.jpg https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img04-1-768x614.jpg https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img05-1-768x960.jpg https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img05-1-768x960.jpg https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img06-1-768x512.jpg https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img06-1-768x512.jpg 20/10/23, 17:06 Técnicas de preparação de lâmina com cortes histológicos, classificação geral dos tecidos básicos e a classificação do tecido epitelial. https://ceadsaladeaula.uvv.br/conteudo.php?aula=tecnicas-de-preparacao-de-lamina-com-cortes-histologicos-classificacao-geral-dos-tecidos-basicos-e-a-classificacao-do-tecido-epitelial&dcp=histologia-e-embriolo… 7/15 Reflita: Como você responderia às questões abaixo? Como diferenciar o tecido epitelial de um outro tecido básico? Qual parâmetro é utilizado para diferenciar um epitélio de revestimento de um glandular? Quais os parâmetros utilizados para classificar o tecido epitelial de revestimento? Qual a função dos cílios presentes nas células epiteliais que revestem a traqueia e a tuba uterina? Em um mesmo órgão podemos encontrar mais de um tipo de tecido epitelial de revestimento? Se sim, justifique. 5. Epitélio de revestimento As células epiteliais organizam-se em camada(s) que revestem a superfície externa do corpo (epiderme) ou as cavidades. Este tecido é avascularizado, e a sua nutrição (difusão de moléculas) se dá pelos vasos do sistema circulatório que estão presentes no tecido conjuntivo. Seguindo alguns parâmetros, o tecido epitelial de revestimento é classificado quanto ao número de camadas (simples, estratificado e pseudoestratificado), a forma das células (pavimentosos, cúbico, prismático e globosas) e quanto à presença de especializações de membrana da superfície livre (como exemplo os cílios). Epitélio simples só tem uma camada de células pode ser pavimentoso, cúbico ou prismático (também chamado de colunar ou cilíndrico).O estratificado tem mais de uma camada de células; neste caso, será considerado o formato das células da camada voltada para o meio externo ou luz de um órgão para classifica-lo em pavimentoso, cúbico, prismático; há dois outros tipos de epitélios que não se ajustam à esta classificação geral, que são denominados epitélio pseudoestratificado e de transição, que serão descritos mais adiante. O epitélio simples pavimentoso é encontrado revestindo: os alvéolos pulmonares, os vasos sanguíneos e linfáticos (chamado de endotélio), as cavidades do corpo, como a cavidade pleura, pericárdica e peritoneal Desenhos esquemáticos de epitélios de revestimentos simples e estratificado (pavimentos, cúbico e prismático), pseudoestratificado ciliado e estratificado de transição. https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img07-2-768x949.jpg https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img07-2-768x949.jpg 20/10/23, 17:06 Técnicas de preparação de lâmina com cortes histológicos, classificação geral dos tecidos básicos e a classificação do tecido epitelial. https://ceadsaladeaula.uvv.br/conteudo.php?aula=tecnicas-de-preparacao-de-lamina-com-cortes-histologicos-classificacao-geral-dos-tecidos-basicos-e-a-classificacao-do-tecido-epitelial&dcp=histologia-e-embriolo… 8/15 (mesotélio) e também reveste as vísceras. Cujas principais funções são: facilitar o movimento das vísceras, transporte de substancias e secreção. O epitélio simples cúbico reveste externamente os ovários com a função de revestimento e secreção. O epitélio simples prismático que reveste o intestino desempenhando as funções de proteção, lubrificação, absorção e secreção. O epitélio que reveste a superfície externa do corpo, correspondente a primeira cada da pele (epiderme) é do tipo estratificado pavimentoso queratinizado. A queratina é proteína que forma uma camada que envolve as células do tecido epitelial de modo previne a perda de água e, também, protege o organismo contra agressões externas. Esta proteína é resultado de um processo de diferenciação de células epiteliais especializadas, denominadas de queratinócitos. Em relação ao estratificado pavimentoso não queratinizado, reveste as cavidades úmidas dos órgãos (boca, esôfago, estômago, vagina e canal anal), nos quais há a presença de glândulas que secretam muco, deixando a superfície molhada e, portanto, diminuindo o atrito. Além de exercer as mesmas funções do queratinizado, também secretam e as camadas superficiais de células apresentam núcleo e estão ativas; já no queratinizado, há camadas superficiais de células mortas, resultantes da morte dos queratinócitos. No caso do epitélio de transição, que reveste a bexiga e o ureter, este é formado células globosas, nem pavimentosas e nem prismáticas. A forma destas células muda de acordo com o volume de urina, podendo ficar pavimentosa quando a bexiga estiver distendida. O pseudoestratificado reveste e protege as vias aéreas (traqueia, brônquios e cavidade nasal). Este Epitélio simples cúbico que reveste os tubos renais. (Microscopia óptica -HE – 400X). Epitélio simples pavimentoso que reveste os alvéolos pulmonares (Microscopia óptica -HE – 400X). Epitélio de revestimento estratificado pavimentos queratinizado, que reveste a pele (epiderme). (Microscopia óptica -HE – 400X). https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img08-1-768x576.jpg https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img08-1-768x576.jpg https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img09-1-768x614.jpg https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img09-1-768x614.jpg https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img10-1-768x614.jpg https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img10-1-768x614.jpg 20/10/23, 17:06 Técnicas de preparação de lâmina com cortes histológicos, classificação geral dos tecidos básicos e a classificação do tecido epitelial. https://ceadsaladeaula.uvv.br/conteudo.php?aula=tecnicas-de-preparacao-de-lamina-com-cortes-histologicos-classificacao-geral-dos-tecidos-basicos-e-a-classificacao-do-tecido-epitelial&dcp=histologia-e-embriolo… 9/15 epitélio apresenta especializações de membrana da superfície livre denominados cílios que auxiliam no transporte de partículas aderidas ao muco durante a passagem do ar. Em relação às células caliciformes presentes no tecido epitelial pseudoestratificado, estratificado e simples, sua função é secretar muco. Esse muco secretado nas vias respiratórias possibilita a retenção de partículas inerentes do ar, já no sistema digestivo ajuda a lubrificar a mucosa intestinal. O neuroepitélio e mioepitélio são outros tipos de tecido epitelial de revestimento. As células do neuroepitélo são células com as mesmas características do tecido epitelial de revestimento, mas têm a função sensorial. São encontradas nos órgãos da audição, olfato e gustação. Já as células mioepiteliais, como o próprio nome diz, têm a capacidade de se contrair, estão presentes nas glândulas salivares, sudoríparas e mamárias, elas auxiliam na expulsão do conteúdo de secreção dessas glândulas para o lúmen ou superfície do corpo. Epitélio de revestimento pseudoestratificado prismático ciliado com células caliciformes, que reveste a traqueia. (Microscopia óptica -HE – 400X). SAIBA MAIS A metaplasia é uma alteração reversível na qual um tipo celular diferenciado (epitelial ou mesenquimal) é substituído por outro tipo celular de mesma linhagem (Robbins & Cotran, 2015). O tipo mais comum ocorre no trato respiratório em resposta a irritantes crônicos, o epitélio pseudoestratificado ciliado é transformado em estratificado pavimentoso. Saiba mais lendo o artigo: Efeitos do cigarro sobre o epitélio respiratório e sua participação na rinossinusite crônica. 6. Epitélio glandular Os epitélios glandulares ou epitélios secretores constituem uma divisão do tecido epitelial, especializados em secreção celular (armazenada em grânulos de secreção), possuem as mesmas características de células do tecido epitelial. As células do epitélio glandular quase sempre se https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img11-1-768x614.jpg https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img11-1-768x614.jpg http://www.scielo.br/pdf/bjorl/v75n6/v75n6a22.pdf http://www.scielo.br/pdf/bjorl/v75n6/v75n6a22.pdf 20/10/23, 17:06 Técnicas de preparação de lâmina com cortes histológicos, classificação geral dos tecidos básicos e a classificação do tecido epitelial. https://ceadsaladeaula.uvv.br/conteudo.php?aula=tecnicas-de-preparacao-de-lamina-com-cortes-histologicos-classificacao-geral-dos-tecidos-basicos-e-a-classificacao-do-tecido-epitelial&dcp=histologia-e-embriol… 10/15 dispõem em uma só camada e, esta camada, no entanto, não é plana como nos epitélios de revestimento. As células do epitélio secretor geralmente assumem arranjos tridimensionais constituindo as glândulas. Segundo Junqueira e Carneiro (2008), existem parâmetros para classificar os diferentes tipos de tecido epitelial glandular como: Quanto a forma como estas glândulas liberam suas secreções para o corpo (endócrinas e exócrina) e quanto ao número de células (unicelular e pluricelular). Em relação às glândulas exócrinas são classificadas, principalmente, pelos seguintes parâmetros: quanto à natureza da secreção, ao modo de secreção, ao tipo de ducto e forma da porção secretora. 6.1. De acordo com a forma como estas glândulas liberam suas secreções para o corpo, podem ser classificadas em dois grandes grupos: Glândulas endócrinas: não possuem ductos, liberando suas secreções na corrente sanguínea. Suas porções secretoras são circundadas por vasos sanguíneo e a secreção é denominada de hormônio. Glândulas exócrinas: liberam suas secreções na superfície do epitélio de revestimento através de um ducto excretor. Durante o desenvolvimento embrionário, os epitélios de revestimento proliferam, invaginam e se associam ao tecido conjuntivo para a formação das glândulas. Figura ilustrativa demonstrando uma glândula endócrina(sem ducto) e uma glândula exócrina (presença de ducto). À direita a ilustração da glândula sudorípara classificada como glândula exócrina tubulosa enovelada simples. 6.2. Classificação das glândulas endócrinas: https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img12-2-768x576.jpg https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img12-2-768x576.jpg 20/10/23, 17:06 Técnicas de preparação de lâmina com cortes histológicos, classificação geral dos tecidos básicos e a classificação do tecido epitelial. https://ceadsaladeaula.uvv.br/conteudo.php?aula=tecnicas-de-preparacao-de-lamina-com-cortes-histologicos-classificacao-geral-dos-tecidos-basicos-e-a-classificacao-do-tecido-epitelial&dcp=histologia-e-embriol… 11/15 Número de células: unicelulares (sistema neuroendócrino difuso de células APUD - Captação de Precursores de Amina e Decarboxilação – (absorção e descarboxilação de precursores de amina) e multicelulares (pineal, paratireoide, tireoide, adrenal e pituitária). As multicelulares são classificadas quanto a sua morfologia (organização das células epiteliais) em: Folicular, onde as células estão organizadas em forma de vesícula preenchida de material secretado. Constituídos de células cuboides que envolvem a cavidade, na qual a secreção é armazenada Ex.: tireoide; Cordonal, onde as células secretoras se organizam em forma de cordões celulares em torno dos vasos sanguíneos, nos quais é liberada a secreção. Ex: hipófise, adrenal e paratireoide. Tireoide - Glândula endócrina vesicular da tireoide. (Microscopia óptica -HE – 400X). Glândula endócrina cordonal – adrenal Reflita: Como você responderia às questões abaixo? A mama é formada por tecido glandular, por tecido fibroso de conexão de seus lobos e por tecido gorduroso no intervalo entre os lobos. De acordo com alguns parâmetros, como você classificaria o tecido glandular quanto: ao tipo de ducto excretor? Forma da porção secretora? Natureza da secreção? O mecanismo de eliminação da secreção? Por que uma mãe HIV positiva não pode amamentar? 6.3. Classificação das glândulas exócrinas https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img13-1-768x431.jpg https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img13-1-768x431.jpg https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img14-1.jpg https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img14-1.jpg 20/10/23, 17:06 Técnicas de preparação de lâmina com cortes histológicos, classificação geral dos tecidos básicos e a classificação do tecido epitelial. https://ceadsaladeaula.uvv.br/conteudo.php?aula=tecnicas-de-preparacao-de-lamina-com-cortes-histologicos-classificacao-geral-dos-tecidos-basicos-e-a-classificacao-do-tecido-epitelial&dcp=histologia-e-embriol… 12/15 A. Quanto ao número de células Unicelulares: constituídas de uma única célula. Ex.: Células caliciformes. Multicelulares: Constituídas de mais de uma célula. Ex.: Glândulas salivares. As glândulas multicelulares podem ser classificadas quanto ao tipo de ducto e forma da porção secretora: 1. Quanto ao tipo de ducto (ramificação): Simples: Glândulas que apresentam apenas um ducto não ramificado. Compostas: Glândulas que apresentam ductos ramificados. 2. Quanto à forma da porção secretora: Tubulares: Glândulas cuja porção secretora tem o formato de um tubo. Podem ser tubulares simples, tubulares simples ramificadas e tubulares simples enoveladas. Acinosa (alveolar): Glândulas em que a unidade secretora apresenta formato arredondado ou esférico. Pode ser acinosa simples ou acinosa ramificada. Tubulo acinosa: Glândulas que possuem as porções secretoras iniciando em formato tubular e terminando em formato acinoso. B. Quanto ao modo de secreção: Merócrinas: Só libera o produto de secreção presente no granulo (exocitose). Ex.: Glândulas parótidas. Apócrinas: Libera parte do citoplasma apical das células como produto de secreção. Ex.: Secreção de Lipídeos pelas Glândulas mamárias e Glândulas sudoríparas. Holócrinas: A célula acumula secreção e sofre apoptose, sendo liberada junto com o produto de secreção. Ex.: Glândulas sebáceas. C. Quanto à natureza da secreção: Classificação das glândulas exócrinas quanto ao tipo de ducto e porção secretora. Em azul está representada a porção secretora e em cor de laranja, a porção de ductos. Esquema representa a classificação das glândulas exócrinas quanto ao modo de secreção. https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img15-2-768x432.jpg https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img15-2-768x432.jpg https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img16-1-768x315.jpg https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img16-1-768x315.jpg 20/10/23, 17:06 Técnicas de preparação de lâmina com cortes histológicos, classificação geral dos tecidos básicos e a classificação do tecido epitelial. https://ceadsaladeaula.uvv.br/conteudo.php?aula=tecnicas-de-preparacao-de-lamina-com-cortes-histologicos-classificacao-geral-dos-tecidos-basicos-e-a-classificacao-do-tecido-epitelial&dcp=histologia-e-embriol… 13/15 Glândulas Mucosas: secretam proteínas glicosiladas que se tornam altamente hidratadas, formando um gel espesso e viscoso, chamado mucina, com função de proteção contra atrito ou ação de substâncias ácidas. Ex.: Epitélio glandular do estômago. Glândulas Serosas: secretam um fluido aquoso, rico em proteínas. Ex.: porção exócrina do pâncreas. Glândulas Mistas (seromucosa): secretam substâncias de natureza variada, como proteínas, glicoproteínas, lipídios. Ex. glândula mamária. Quadro 1. Classificação das glândulas exócrinas Forma da porção secretora tubular reta Ex: gland intestinal enovelada Ex: gland sudorípara acinosa ou alveolar Ex: gland salivar parótida Ex: gland sebácea Rami�cação da porção Secretora simples Ex: gland intestinal e sudorípara rami�cada Ex: gland sebácea e submandibular Rami�cação do ducto simples Ex: gland intestinal e sudorípara composta Ex: gland salivar parótida Tipo de secreção serosa Ex: gland salivar parótida mucosa Ex: gland duodenal seromucosa Ex: gland salivar submandibular Glândula salivar mucosa. Células com formato trapezoide, limite entre as células como uma linha delgada. Os núcleos estão na base e possuem uma grande quantidade de grânulos de secreção em seu citoplasma, que coram fracamente H.E (Microscopia óptica -HE – 400X). Glândula salivar serosa, formadas de células poliédricas e piramidais; não se observa claramente os limites entre as células. O citoplasma cora-se em roxo pela H.E (denso), o citoplasma é repleto de grânulos de secreção com conteúdo proteico. A luz dos ácinos serosos é difícil de ser identificado. (Microscopia óptica -HE – 400X). https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img17-768x614.jpg https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img17-768x614.jpg https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img18-768x614.jpg https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img18-768x614.jpg 20/10/23, 17:06 Técnicas de preparação de lâmina com cortes histológicos, classificação geral dos tecidos básicos e a classificação do tecido epitelial. https://ceadsaladeaula.uvv.br/conteudo.php?aula=tecnicas-de-preparacao-de-lamina-com-cortes-histologicos-classificacao-geral-dos-tecidos-basicos-e-a-classificacao-do-tecido-epitelial&dcp=histologia-e-embriol… 14/15 Liberação da secreção merócrina Ex: gland salivar submandibular apócrina Ex: gland mamária holócrina Ex: gland sebácea 7. Conclusão Neste tópico nós aprendemos que apesar de tamanha complexidade, o corpo do homem e dos animais é formado por apenas quatro tipos básicos de tecido. O tecido epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso. Aprendemos também que a maioria das descobertas envolvendo os tecidos foram possíveis graças aos estudos microscópicos dos mesmos, e que este estudo somente é possível muitas vezes após a confecção de lâminas histológicas que permitem a visualização ao microscópio dos tecidos que compõem diversos órgãos. Para a confecçãodas lâminas, são necessárias preparações teciduais que envolvem diversas etapas desde a obtenção do tecido até sua montagem sobre a lâmina que possibilitam sua conservação e coloração mantendo a imagem mais próxima possível da condição in vivo. Aprendemos também muitas coisas importantes sobre o tecido epitelial. Agora sabemos que existem três tipos de tecido epitelial (de revestimento, glandular e neuroepitélio) e que existem várias formas de classificá-los. Aprendemos também sobre suas respectivas funções e em quais órgãos podemos observá-los no corpo do homem e dos animais. 8. Referência JUNQUEIRA, L.C.U.; JUNQUEIRA, L.M.M.S. Técnicas básicas de citologia e histologia. São Paulo: Santos,1983. JUNQUEIRA, L.C.U.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. Texto/Atlas, Guanabara Koogan, 11ª edição, 2008. SOUZA, LFP et al. Expressão da laminina na membrana basal em carcinoma escamocelular oral. Rev. Bras. Otorrinolaringol, v. 73, n. 6, p. 768-774, Dec. 2007. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034- 72992007000600008&lng=en&nrm=iso>. 20/10/23, 17:06 Técnicas de preparação de lâmina com cortes histológicos, classificação geral dos tecidos básicos e a classificação do tecido epitelial. https://ceadsaladeaula.uvv.br/conteudo.php?aula=tecnicas-de-preparacao-de-lamina-com-cortes-histologicos-classificacao-geral-dos-tecidos-basicos-e-a-classificacao-do-tecido-epitelial&dcp=histologia-e-embriol… 15/15 TAMASHIRO, E; COHEN, N.A; PALMER, James, N; LIMA, W.T.A. Efeitos do cigarro sobre o epitélio respiratório e sua participação na rinossinusite crônica. Braz. j. otorhinolaryngol. (Impr.) [online], vol.75, n.6, pp.903-907. ISSN 1808-8694, 2009. <http://dx.doi.org/10.1590/S1808-86942009000600022>. YouTube. (2014, Março, 21). Fernando Domenico. Videoaula sobre Tecidos. 18min20seg. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=XQgCuMyO5jE>. Acesso em: 15 mai. 2018. YouTube. (2017, Junh, 07). Milton IBUSP. Preparação de Lâminas para histologia animal. 1min55seg. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=EV3CJDGBBYc>. Acesso em: 29 mai. 2018. YouTube. (2018, out, 25). Prof Jacinto Costa. 2-Tecido Epitelial Glandular - Nível de Graduação. 38min31seg. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=s1lxOnjRy-o>. Acesso em: 29 mai. 2018. YouTube. (2018, maio, 17). Prof Jacinto Costa. 1-Tecido Epitelial: Revestimento. Nível de graduação. 356min30seg. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=Hv32zsiB1NU>. Acesso em: 29 mai. 2018.
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